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Teoria da pena: Considerações iniciais: Acontecendo um crime (fato típico, ilícito e culpável), nasce para o Estado o DIREITO DE PUNIR (jus puniendi) o infrator da norma penal. As primeiras penas eram manifestações de vingança individuais, extremamente severas e absolutamente desproporcionais, arbitrárias e excessivas. Após o Código de Hamurabi e o direito canônico, com as proposições de CESARE BECCARIA é que a pena criminal passa a ganhar um matiz de humanidade. Finalidade da pena: O fundamento da pena, que não resulta de um conceito jurídico, foi conduzido para a abstração filosófica e tendo-se formado diversas teorias, cada qual com suas características e sutilezas, são, todavia, classificáveis apenas “para fins didáticos”. 1.2. Teorias sobre a pena: I- Absolutas: II- Relativas, e III- Mistas. Teorias absolutas: Também são chamadas de retributivas. A pena seria a necessária e indispensável conseqüência jurídica da existência do crime. I - Uma delas afirma que o crime é a violação de um preceito oriundo de Deus, e a pena, seria a retribuição divina. II - Outra (KANT) considera o crime a infração da ordem moral, e a pena deve ser a compensação moral. III - Já HEGEL entende que a pena seria a derivação dialética da violação do direito. Teorias relativas: Apresentam a pena com uma finalidade de natureza política e de utilidade para os homens e a sociedade. I - Teoria da prevenção geral: Compreende a pena como instrumento de intimidação geral dos indivíduos que, diante da ameaça abstrata e concreta da imposição da pena, ficariam motivados a não transgredir a norma penal. CRÍTICA: É injusto impor uma pena a alguém para que outro não cometa um delito (ROXIN) I - Teoria da prevenção especial: Apresentam a pena coma finalidade de evitar que o homem que delinqüiu volte a cometer outro crime. CRÍTICA: Existem pessoas que cometem um crime e que não voltam mais a cometer outros delitos. Teorias mistas: Procuram agregar os vários pontos de vista das teorias absolutas e relativas. Para MERKEL, a pena é justa retribuição que não exclui a idéia de seu fim, que é manter no Estado as condições da vida social, destinando-se, pois, a proteger os interesses dos indivíduos. BINDING concede a pena como compensação ou satisfação. O direito de punir, que também é um dever, é oriundo da insubordinação do agente do crime, para alcançar o respeito ás leis e a conservação do direito. Teoria Unificadora Dialética de Claus Roxin: Compõe-se do que há de aceitável em cada uma das particularmente inaceitáveis teorias. Finalidade da Pena: 1)Prevenção Geral (efeito intimidatório). Prevenir as lesões mais graves aos bens jurídicos mais importantes; 2)Prevenir a continuidade da atividade agressiva, observado o limite de responsabilidade individual do criminoso. (Prevenção Especial); 3)Recuperar o agente. Ressocializá-lo. 1.3.Conceito de pena: é a conseqüência jurídica da existência do crime, a sanção característica da violação da norma penal incriminadora. - Características: a) proporcional (diz respeito à gravidade da lesão e à importância do bem jurídico atingido); b) Personalíssima: por força do Princípio Constitucional da responsabilidade pessoal (art. 5º, XLV, CF), não podendo ultrapassar a pessoa do criminoso; c) Iguais para todos: d) Legal: não haverá pena sem que haja, anteriormente, lei em sentido estrito; e) Destina-se a educar, corrigir, socializar. Classificação: a) Conforme sejam seus fins: - De intimidação; - De correção; - De eliminação ou de segurança. b) Quanto a suas conseqüências: - Eliminatórias: como a de morte; - Semi-eliminatórias: aquelas que mantém temporariamente eliminados; - Corretivas: busca a recuperação do indivíduo, restringindo-lhe direitos. c) Quanto ao bem jurídico que atingem: - Capitais: as que eliminam a vida; - Corporais ou aflitivas: ofendem a integridade física do indivíduo; - Infamantes: atingem a honra; - Restritivas de liberdade pessoal: agridem a liberdade de locomoção; - Restritivas de direitos: importam na perda da função pública; - Pecuniárias:atacam o patrimônio do agente do crime. 1.4.Sistemas penitenciários: I - Sistema de Filadélfia (1775): também conhecido como sistema de Pensilvânia. Consistia no isolamento completo do condenado, durante o dia e durante a noite. Criou-se a célula individual, leitura apenas da bíblia e de outros livros religiosos. II - Sistema de Auburn (1816): Surgiu no Estado de New York. Introduziu o chamado congregate system, que consistia em manter o condenado isolado durante a noite, em célula individual e durante o dia trabalhando com os demais presos, proibida a comunicação. III) Sistema Irlandês ou Progressivo (1857): Sistema concebido por WALTER CROFTON, baseado na progressão, conciliando regras dos sistemas anteriores com períodos de abrandamento. No primeiro momento seria mantido completamente isolado, depois seria mantido o isolamento noturno, com trabalho diurno e manutenção do silêncio. Em seguida, o condenado seria transferido para uma penitenciária industrial ou agrícola, por último ganharia o livramento condicional. IV) Sistema Brasileiro: o Código Penal brasileiro adota um sistema progressiva de cumprimento das penas privativas de liberdade que significa o que haver de mais moderno e democrático em todo o mundo. Pelo nosso sistema, as penas de prisão serão cumpridas progressivamente em três regimes, fechado, semi-aberto e aberto, comportando ainda o livramento condicional e prevista a possibilidade de regressão de regime mais brando a regime mais severo.
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