Buscar

Artigo - Análise de Redes Sociais aplicada á Engenharia Social

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá. 
01, outubro de 2012. 
 
Análise de Redes Sociais aplicada à Engenharia Social 
Pedro A. Lemes da Silva 
pedro.lemes@gmail.com 
 Segurança da Informação – Prof. Luiz Eduardo Guarino 
Resumo 
 
Este artigo tem por objetivo apresentar uma ótica sobre Análise de Redes Sociais (ARS), 
contextualizando-a como poderosa ferramenta para engenharia social e Segurança da 
Informação. A ênfase principal deste documento é demonstrar como a Análise de Redes 
Sociais pode trazer valiosas informações para uso em Engenharia Social. O foco prático 
baseia-se na mídia social Facebook, por meio de dados gerados pelo aplicativo Netvizz, 
analisados através de grafos pelo software Gephi. 
 
Palavras-chave: Segurança, Engenharia Social, ARS, Análise de Redes Sociais, SNA. 
Introdução 
 
Atualmente, proteger a informação e delimitar suas fronteiras é algo extremamente 
difícil e demanda bastante trabalho de conscientização de todos os envolvidos. Diversos 
dispositivos e procedimentos devem ser implementados para evitar principalmente os 
vazamentos de dados estratégicos nas organizações. 
Em paralelo, a engenharia social vem com a proposta de angariar informações 
importantes e vitais expostas em redes sociais aparentemente inofensivas, que podem 
subsidiar ataques tão perigosos quanto, ou até maiores do que os causados pelos meios 
tradicionais. 
Assim, torna-se de suma importância entender alguns aspectos comportamentais e 
organização de grupos em redes sociais, para detectar as fragilidades e criar os bloqueios 
necessários a exposição de informações indevidas. 
Aliados a engenharia social, analisaremos os dados sob o enfoque da análise de redes 
sociais para demonstrar como certas informações simplesmente saltam aos olhos “treinados” 
mediante o arranjo gráfico correto, com o auxílio de um software específico. 
 
1. Engenharia Social 
 
1.1 Surgimento 
O termo Engenharia Social foi evidenciado na década de noventa, através do famoso 
hacker americano Kevin Mitnick, que utilizava destas técnicas para coletar dados que 
pudessem ser úteis para suas invasões. Mitnick tornou-se uma “celebridade” aos dezessete 
anos de idade, ao invadir o sistema do Comando de Defesa Aérea dos Estados Unidos. 
 
1.2 Definição 
Engenharia Social é o termo utilizado para identificar um conjunto de técnicas cujo 
objetivo é a obtenção de informações relevantes a respeito de um determinado indivíduo ou 
organização. Segundo ULBRICH (2004), estas são provenientes quase sempre de pessoas 
próximas ao alvo e o termo Engenharia Social pode ser encarado como sinônimo de 
espionagem. 
As informações podem ser obtidas por ingenuidade, persuasão, dissimulação ou 
confiança. 
Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá. 
01, outubro de 2012. 
 
Usualmente, o principal recurso para exploração de informações utilizando Engenharia 
Social é a utilização de conhecidas tendências, falhas ou brechas psicológicas, sociais e 
comportamentais, sendo que as mais utilizadas são: 
• Vaidade (pessoal ou profissional): há maior receptividade a avaliação 
positiva e favorável que coincida com interesses e objetivos pessoais. Assim, a 
identificação com argumentos concordantes com a avaliação pessoal ou 
profissional gera aceitação espontânea. 
• Autoconfiança: é intrínseca a vontade de se transmitir em diálogos o ato de 
fazer algo bem (mostrar-se bom em determinado assunto, área ou habilidade), 
coletivamente ou individualmente, procurando transmitir segurança, 
conhecimento, saber e eficiência, objetivando criar uma estrutura base para o 
início de uma comunicação ou ação favorável a uma organização ou individuo. 
• Formação profissional: é permanente a busca pela valorização da formação e 
habilidades adquiridas, demonstrando domínio na comunicação, execução ou 
apresentação, almejando o reconhecimento pessoal inconscientemente em 
primeiro plano. 
• Vontade de ser útil: é bem visto agir com cortesia, bem como ajudar outros 
quando necessário. 
• Busca por novas amizades: é nato sentir-se bem quando elogiado, criando-se 
um estreitamento afetuoso e a sensação de intimidade, tornando o “alvo” mais 
vulnerável e aberto a ceder informações. 
• Propagação de responsabilidade: o compartilhamento do encargo traz a 
sensação de conforto, de que não se está sozinho na busca da solução do que 
foi proposto. 
• Persuasão: é possível obter dados específicos de forma indireta, identificando 
características comportamentais que tornam as pessoas vulneráveis a 
manipulação através de uma considerável quantidade de técnicas disponíveis a 
qualquer pessoa que tenha interesse em adquiri-las. 
 
1.3 Ataques de Engenharia Social 
A engenharia social tem aplicabilidade em diversas áreas, servindo como ferramenta 
para exploração de falhas em organizações físicas ou jurídicas. Com informações relevantes, 
seus detentores interagem com partes ou todo o sistema, seja ele físico ou virtual. 
Importante ressaltar que as informações pessoais; as não documentadas; 
conhecimentos empíricos, entre outros, não são informações físicas ou virtuais, são parte de 
um sistema que possui características comportamentais e psicológicas, no qual a engenharia 
social necessita ser auxiliada por técnicas como linguagem corporal, grafologia, 
neolinguística e outras, para obtenção eficiente de informações, cujo resultado transcende a 
utilização isolada de qualquer uma dessas técnicas. 
O utilizador das técnicas de Engenharia Social, portanto, deve estudar o 
comportamento de seus alvos e compreender melhor seus “modus operandi”, monitorando de 
horários, hábitos e círculos sociais, colhendo o maior número de informações possível. Neste 
ponto, fica mais evidente o objetivo deste artigo, em vincular a Engenharia Social com a 
Análise de Redes Sociais. 
Os ataques podem ser realizados através dos mais diversos meios de comunicação, 
como telefonemas, envio de mensagens por correio eletrônico, salas de bate-papo e até 
mesmo pessoalmente. Podem também ser dirigidos diretamente ao alvo ou indiretamente, 
através de terceiros próximos, como parentes ou amigos, que possuam maior grau de 
vulnerabilidade e maior acesso (confiança) ao alvo principal. 
 
Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá. 
01, outubro de 2012. 
 
2. Análise de Redes Sociais (ARS) 
 
A análise de redes sociais estuda as ligações relacionais (da expressão em 
inglês relational tie) entre atores sociais. 
Segundo Freeman (FREEMAN, 1996), a análise de redes sociais (ARS ou SNA, da 
expressão em inglês Social Network Analysis) é uma abordagem oriunda da Sociologia, da 
Psicologia Social e da Antropologia. 
De acordo com Wasserman (WASSERMAN; FAUST, 1999, p. 17), os atores na 
análise de redes sociais, cujas ligações são analisadas, podem ser tanto pessoas e empresas, 
analisadas como unidades individuais, quanto unidades sociais coletivas como, por exemplo, 
departamentos dentro de uma organização, agências de serviço público em uma cidade, 
estados-nações de um continente ou do mundo. 
Basicamente, a diferença fundamental da análise de redes sociais para outros estudos é 
a ênfase nas ligações entre os elos (ao invés dos atributos e características dos atores), ou seja, 
a unidade de observação é composta pelo conjunto de atores e seus laços. 
Como afirmam Wasserman e Faust, “Em análise de redes sociais os atributos 
observados a partir dos atores sociais (como a raça e o grupo étnico das pessoas, ou o 
tamanho ou produtividade de corpos coletivos, tais como empresas ou estados-nações) são 
compreendidos em termos de padrões ou estruturas de ligações entre as unidades. As ligações 
relacionais entre atores são o foco primário e os atributos dos atores são secundários.” 
(WASSERMAN; FAUST, 1999, p. 8) (original em inglês). 
O uso da análise de redes sociais vem crescendo significativamentenas últimas 
décadas, em função do aumento da quantidade de dados disponíveis para análise; 
desenvolvimento nas áreas de tecnologia; ampliação do poder computacional à disposição dos 
pesquisadores, aliados com a ampliação dos assuntos de interesse e das áreas de 
conhecimento que utilizam a análise de redes sociais. 
 
2.1. Fundamentação teórica da Análise de Redes Sociais (ARS) 
A fundamentação teórica para a Análise de Redes Sociais neste estudo é superficial, 
buscando destacar apenas os conceitos básicos e indicar a fundamentação matemática 
adotada. 
Basicamente, um ator (elemento da rede) em análise de redes sociais é uma unidade 
discreta que pode ser uma pessoa, ou um conjunto discreto de pessoas agregados em uma 
unidade social coletiva, como subgrupos, organizações e outras coletividades. O laço 
relacional, também denominado simplesmente laço ou ligação (linkage), é responsável por 
estabelecer a conexão entre pares de atores. 
 Os tipos mais comumente encontrados de laços são: 
• A avaliação individual (amizade ou respeito, por exemplo); 
• A transação e a transferência de recursos materiais (uma transação de compra e venda 
entre duas empresas); 
• A transferência de recursos não materiais (a troca de mensagens eletrônicas) ou não; 
• A associação ou afiliação que ocorre quando os atores participam de eventos em 
comum (festas, encontros); 
• A interação (sentar-se próximo a outra pessoa); 
• A movimentação e a conexão física e social; 
• Laços entre papéis formais (laço de autoridade chefe-subordinado em uma empresa) e 
• Relações biológicas (pai e filho). 
Conforme afirmado por Granovetter, os “Estudos sociológicos de redes sociais 
diferenciam entre laços fortes (strong ties), laços ausentes (absent ties) e laços fracos (weak 
ties).” (GRANOVETTER, 1973, p. 1361). 
Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá. 
01, outubro de 2012. 
 
Esse estudo de Granovetter, chama a atenção dos sociólogos (e no contexto deste, dos 
engenheiros sociais) para a importância dos laços fracos, principalmente devido à sua função 
de ligação entre partes de uma rede social que não são diretamente ligadas através de laços 
fortes, o que dá origem ao conceito de ponte (bridges). 
Simplificadamente, o ator que faz a ponte é responsável pelos laços entre dois 
subgrupos de uma rede social. Os atributos de um ator são suas características individuais. 
Uma relação em uma rede (relation) define todo o conjunto de laços que respeitam o mesmo 
critério de relacionamento, dado um conjunto de atores. Redes multi-relacionais são aquelas 
nas quais existem mais de um tipo de laço, portanto mais de uma relação. 
As relações têm duas propriedades importantes a serem consideradas nas pesquisas e 
que condicionam os métodos de análise de dados disponíveis, que são: 
• Direcionamento: caso no qual têm um ator como transmissor e outro como receptor 
(amizade), ou não direcional, caso no qual a relação é recíproca, (conhecimento). 
• Valoração: podendo ser dicotômico, o que implica sua presença ou ausência (as 
relações existem ou não), ou valoradas, com valores discretos ou contínuos (atribui-se 
peso à relação). 
Uma rede pode ser de modo-duplo (two-mode networks), que é aquela que tem dois 
conjuntos distintos de atores, com atributos particulares para cada conjunto ou pode ser uma 
rede por afiliação (affiliation networks) - denominada como membership network - é um tipo 
especial de rede de modo - duplo na qual existe um conjunto de atores e um conjunto 
de eventos ou atividades. 
As díades e as tríades são unidades de análise que dois e três atores, respectivamente, 
e os laços possíveis entre eles. A análise de díades busca identificar, por exemplo, se os laços 
são recíprocos e se, em uma rede multi-relacional, um conjunto específico de relações 
múltiplas tende a ocorrer simultaneamente a transitividade, ou não, de uma relação (i.e. se um 
ator A gosta de um ator B e B gosta do ator C, então A gosta de C) é um tipo de análise feita 
utilizando-se o conceito de tríade. 
Por fim, ainda conceitualmente, é importante frisar que a análise de transitividade é o 
tema central na análise do balanço ou equilíbrio estrutural da rede, parte da teoria de 
balanceamento (balance theory). Um subgrupo é um subconjunto de atores e todas as 
possíveis relações - conjuntos de laços - entre eles. Um grupo é um conjunto finito que 
engloba todos os atores para os quais os laços de determinado tipo (i.e. uma relação) foram 
mensurados. Pode existir mais de um grupo, tanto no caso de redes multi-relacionais, quanto 
no caso de redes de modo-duplo. Um conjunto de atores (actor set) compreende todo o 
conjunto de atores do mesmo tipo. Uma rede social (social network) consiste de um ou mais 
conjuntos finitos de atores e eventos e todas as relações definidas entre eles. 
 
2.2 Formação e comportamento de grupos sociais 
O conceito de ligações fortes e ligações fracas (weak ties; strong ties), abordado 
inicialmente por Granovetter em 1973, indica que as pessoas que têm relacionamentos mais 
distantes (ligações fracas) com quem estão envolvidas em menor grau, enquanto que as mais 
próximas (ligações fortes) são aquelas cujo envolvimento é maior. As ligações fracas são 
responsáveis pela baixa densidade em uma rede, enquanto que conjuntos consistentes dos 
mesmos indivíduos e seus parceiros mais próximos são responsáveis pela alta densidade. 
No entanto, autores como Marsden e Campbell (1984) empregaram, além da 
proximidade, outros atributos, entre os quais a duração (intensidade do contato) e a frequência 
(de raramente até mais de uma vez na semana). Concluíram que pode haver dois aspectos 
distintos de ligações fortes: o tempo gasto e a profundidade dos relacionamentos, mas que a 
medida de proximidade ou intensidade é o melhor indicador para a análise de ligações fortes. 
Eles encontraram dificuldades na aplicação dos indicadores de frequência e de duração do 
Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá. 
01, outubro de 2012. 
 
contato no estudo de ligações fortes e ainda consideraram como uma medida válida o tempo 
gasto nas relações. 
As ligações podem ser mantidas pelo contato face a face, por reuniões, telefone, e-
mail, chat, documentos, e outros meios de comunicação (GARTON; 
HAYTHORNTHWAITE; WELLMAN, 1997). 
Isto é, o enfoque de análise de redes sociais também pode ser empregado para verificar 
que tipo de grupos mantém ligações via mídias múltiplas. 
 
3. Análise de redes sociais na Ciência da Informação 
 
Sob a perspectiva da Ciência da Informação (CI), as ligações estudadas através da 
análise de redes sociais dentro das organizações são capazes de identificar e analisar os fluxos 
de informação entre os atores. É possível também, utilizando a análise de redes sociais, 
avaliar as comunicações entre atores (nós) para a obtenção de informações vantajosas, 
considerar o fluxo de envio de mensagens eletrônicas entre pessoas e as relações de 
autoridade formal ou de aconselhamento técnico em uma organização. 
 
4. Mídia Social “Facebook” 
 
O Facebook é um site e serviço de rede social (mídia social), lançado em quatro de 
fevereiro de dois mil e quatro, fundado por Mark Zuckerberg e por seus colegas de quarto da 
faculdade Eduardo Saverin, Dustin Moskovitz e Chris Hughes. Operado e de propriedade 
privada da Facebook Inc., o nome do serviço teve origem no livro dado aos alunos no início 
do ano letivo por algumas universidades nos Estados Unidos para ajudar os alunos a 
conhecerem uns aos outros. 
De acordo com o site Techcrunch, 85% dos membros dos colégios suportados têm um 
perfil cadastrado no website e, dentre eles, 60% fazem entram diariamente no sistema, 85% o 
fazem pelo menos uma vez por semana e 93% o faz pelo menos uma vez por mês. De acordo 
com Chris Hughes, porta-voz do Facebook, as pessoas gastam em média19 minutos por dia 
no Facebook. 
 
4.1 Mapeamento da rede social por meio do Facebook 
A mídia social Facebook possui uma central de aplicativos disponível aos seus 
usuários (que vai desde jogos até utilitários) e conta também com disponibilidade de recursos 
para que desenvolvedores de software criem seus próprios aplicativos para a plataforma do 
Facebook. Desta forma, existe um aplicativo chamado Netvizz, que gera um arquivo de toda a 
sua rede social incluindo os “pesos” das relações, para geração de grafos. Este aplicativo pode 
gerar o arquivo necessário para visualização dos grafos, tanto do perfil do usuário, quanto dos 
grupos ao qual o usuário pertence. 
 
Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá. 
01, outubro de 2012. 
 
 
Figura 01: Aplicativo Netvizz (Facebook). 
 
5 Geração de grafo da rede social 
 
O software Gephi é uma ferramenta “open source” para auxiliar na exploração e 
compreensão de dados a partir de gráficos. Ele permite que o usuário possa interagir com a 
representação, manipular as estruturas, formas e cores para revelar propriedades, por vezes 
ocultas, nos dados brutos. O objetivo principal deste software é ajudar os analistas de dados 
em busca de hipóteses e descobrir padrões intuitivamente, isolando singularidades estruturais 
ou falhas nos padrões da fonte de dados. É uma ferramenta complementar para as estatísticas 
tradicionais, buscando por meio do pensamento visual, com interfaces interativas, facilitar o 
raciocínio. 
 
5.1 Geração de grafos da rede Facebook 
Utilizando então o Gephi, podemos transformar o arquivo criado pelo Netvizz a partir 
da rede de contatos do Facebook, em um interessantíssimo grafo que demonstra claramente 
quem são as sub-redes dentro de sua rede de contatos, de forma visual e clara, permitindo 
explorar o fluxo das informações, contatos, interesses e motivos que agrupam pessoas, 
montando as sub-redes e até mesmo quão distante se está de determinado “nó”. 
Ao abrir o aplicativo Gephi, é necessário abrir o arquivo de extensão “.gdf” criado 
pelo Netvizz. Como para os fins da aplicação aqui proposta (engenharia social) é importante 
que saibamos o sentido do fluxo das informações, o gráfico gerado deverá ser direcional. 
 
 
Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá. 
01, outubro de 2012. 
 
Figura 02: Tela inicial do aplicativo Gephi. 
 
 
Figura 03: Tela de importação do arquivo “.gdf” gerado pelo Netvizz (Facebook) 
 
Neste ponto, o grafo gerado ainda não sofreu nenhum tipo de arranjo por um dos 
vários algoritmos do software e nem opções de exibição, foram trabalhadas. A única 
percepção que temos é que cada “nó” aparece como um círculo e suas ligações, como linhas 
que muitas vezes se sobrepõe. 
 
 
Figura 04: Grafo gerado em seu estado bruto, sem arranjo ou formatação. 
 
São necessários alguns ajustes, para que a confusão de linhas e pontos tome forma. 
Executando os comandos (na aba “estatísticas”) que calculam “hits”, “pagerank” e 
“modularidade”, bem como o algoritmo de arranjo (na parte direita da tela, chamado Force 
Atlas) e definindo uma graduação de cores que vai do azul ao vermelho intenso, temos o 
seguinte arranjo do mesmo gráfico: 
Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá. 
01, outubro de 2012. 
 
 
Figura 05: Grafo gerado (figura 04) após aplicação de algoritmo “Force Atlas” e formatação. 
 
Agora, temos uma visualização muito mais esclarecedora de como está a rede social 
do perfil analisado. O grafo demonstra que existem sub-redes bem definidas nesta rede social. 
Analisando os contatos que integram cada uma, podemos ver que círculos sociais como 
academia, faculdade, família, formam outras sub-redes no grafo. Os elementos que atuam 
como elo de ligação entre uma rede e outra, são importantes na disseminação ou coleta de 
informações, estas muitas vezes, importantíssimas ou pelo menos, esclarecedoras. 
Existe também a indicação de cor, que não pode ser desprezada. O modelo acima, 
identifica as Autoridades ou “Authorities” (que propagam a informação por disseminação ou 
formação de opinião) e os também conhecidos por “hubs”, que sãos os atores que interligam 
várias autoridades. Os elos fracos, mais distantes por sua vez, são os contatos com menor 
quantidade de elos de ligação (afinidade, contato, interesses), quanto que os elementos 
centrais de cada sub-rede são os atores com maior interação na rede. 
Os atores mais próximos do ator analisado tendem a ser os mais parecidos a ele (no 
esporte, profissional, ideologia) e os mais distantes, os mais “diferentes”. 
Vários destes elos fracos, funcionam como pontes ou “bridges” de ligação entre uma 
ou mais sub-redes. 
Analisando com mais cuidado e ampliação da imagem feita no próprio Gephi, 
podemos perceber que em todo o grafo, as arestas (linhas) que interligam os atores, existem 
setas indicando o fluxo da informação. Isso só é possível porque no momento da importação 
do arquivo gerado pelo Netvizz, foi escolhido um grafo direcionado, ou seja, ele demonstra as 
direções e fluxos que a informação exerce entre seus atores. 
Como o foco da observação e análise desta rede social, é o uso para engenharia social, 
é imprescindível que o grafo demonstre o fluxo da informação, assim como quem são os 
elementos que a propagame e em qual intesidade. 
 
Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá. 
01, outubro de 2012. 
 
 
Figura 06: Foco em parte de grafo gerado, demonstrando fluxo da informação. 
 
Outra forma de análise que certamente pode dar muito subsídio a engenharia social, é 
a análise de distância entre determinados atores. 
O Gephi permite que sejam selecionados dois atores, para que ele determine se existe 
ligação entre eles e qual o caminho. No exemplo da imagem abaixo, podemos ver que entre os 
atores “Oswaldo Freitas” e o ator “Marcus Vinicius Lopes”, existe o ator “Emilene Ramos” 
como elo de ligação. 
Esta ferramenta é muito útil. Pode ser utilizado para saber quem são as pessoas que 
podem apresentar a uma determinada pessoa ou qual a ligação direta e indireta entre grupos. 
 
 
Figura 07: Foco em parte de grafo gerado, demonstrando distância e ligação entre dois atores. 
 
Outros arranjos são possíveis e cada um facilitará um tipo de busca por informações 
acerca de um determinado grupo ou pessoa em específico. 
 
Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá. 
01, outubro de 2012. 
 
 
Figura 08: Grafo montado a partir de outro algoritmo de ordenação, o “Fruchterman Reingold”. 
 
 
Figura 09: Mesmo grafo da figura 08, destacando apenas uma sub-rede de contatos. 
 
6 Conclusão 
 
Através do estudo realizado para a confecção deste artigo, foi possível compreender a 
importância do conhecimento da formação de grupos e comportamento dos atores em redes 
sociais, bem como o fluxo e comportamento da informação. Fica nítido que os atores se 
aglomeram mediante uma gravidade ou repulsão gerada por características comuns, sejam 
eles aspectos culturais, profissionais, étnicos ou religiosos. 
A compreensão do comportamento das redes sociais e a percepção que os elementos 
não estão estáticos e sim, móveis em todo o tempo, migrando entre suas sub-redes ou até 
mesmo, saindo de uma determinada rede em um tempo específico, nos traz uma gama imensa 
de recursos a serem explorados com as técnicas de engenharia social. 
Quanto maior for o conhecimento do indivíduo nos comportamentos das redes sociais, 
mais e melhores conclusões o engenheiro social obterá na análise destes complexos grafos. 
Ainda em tempo, cumpre frisar que a engenharia social deve ser utilizada muito 
cuidadosamente, pois apesar da lei brasileira ainda ser imatura no aspecto tecnológico e da 
ciência da informação, um ataque de engenharia social, dependendo da motivação ou 
objetivo, pode ser tipificado no artigo 171 doCódigo Penal Brasileiro, que diz que “Obter, 
Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá. 
01, outubro de 2012. 
 
para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém 
em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”, incide em crime de 
estelionato, prevendo como pena, reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
 
7 Referências bibliográficas 
 
ULBRICH, H. C. Universidade Hacker. Universo dos Livros Editora LTDA, 2004. 
 
FREEMAN, L. C. Some antecedents of social network analysis. Disponível em: 
<http://www.insna.org/PDF/Connections/v19/1996_I-1-4.pdf>. Acesso em: 26 set. 2012. 
 
WASSERMAN, S.; FAUST, K. Social Network Analysis: methods and applications. In: 
Structural analysis in social the social sciences series. Cambridge: Cambridge University 
Press, (1994) 1999. 
 
GRANOVETTER, M. S. The strength of weak ties. American Journal of Sociology, v.78, n. 
6, May 1973. 
 
GARTON, L.; HAYTHORNTHWAITE, C; WELLMAN, B. Studying online social 
networks. Journal of Computer-Mediated Communication, Bloomington, v.3, n.1, Jun. 1997. 
Disponível em: <http://www.ascusc.org/jcmc/vol3/issue1/garton.html>. Acesso em: 27 set. 
2012. 
 
TOMAÉL, M. I.; MARTELETO, R. M. Redes sociais: posições dos atores no fluxo da 
informação. Encontros Bibli, núm. 1, 2006. Disponível em 
<http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/147/14720365008.pdf>. Acesso em: 28 set. 2012. 
 
Facebook. Sobre o Facebook. Disponível em: <http://www.facebook.com.br>. Acesso em 28 
set. 2012. 
 
AOL Tech. Tech Crunch. Disponível em: <http://techcrunch.com/>. Acessado em 26 set. 
2012. 
 
Presidência da República. Código Penal. Disponível em: < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm>. Acesso em: 28 set. 2012.

Outros materiais