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REVISTA DE CIÊNCIA & TECNOLOGIA • 15 – pp. 91-102 91 O Neotectonismo na Costa do Sudeste e do Nordeste Brasileiro Neotectonism of Southeastern and Northeastern Brazilian Coast CARLOS CÉSAR UCHÔA DE LIMA Universidade Federal de Feira de Santana uchoa@uefs.br RESUMO – A partir da década de 70, vários pesquisadores ligados à geologia estrutural e à geotectônica começaram a voltar seus interesses para as atividades tectônicas ocorridas desde o final do terciário até o quaternário (neotectônica) evi- denciados pela morfologia do relevo atual e das estruturas geológicas observadas. Outro fator que começou a chamar a atenção dos geólogos e geofísicos no Brasil foi o desencadeamento de sismos, ocorridos com maior freqüência na Região Nordeste, na década de 80. Fenômenos dessa natureza têm sido relatados desde o século passado, mas o pensamento de que o território brasileiro é tectonicamente estável fez com que a comunidade científica de modo geral não relacionasse esses sismos à tectônica global. O crescente interesse pela temática fez com que esse pensamento fosse modificado, e, para aqueles que hoje estudam os processos geológicos ocorridos a partir do terciário superior, fica evidente que o tectonismo atual é um dos principais mecanismos controladores desses processos, bem como, da morfologia do relevo por eles modelados. Palavras-chave: NEOTECTÔNICA – SISMOS – PROCESSOS GEOLÓGICOS. ABSTRACT – In the 70’, geologists concerned with Structural Geology and Geotectonics began to turn their attention to Late Cenozoic tectonics events (neotectonics), evidenced by landscape morphology and geological structures. Another factor that raised interest of many researchers were successive seismic events in Northeastern Brazil, in the 80’. Seismic activities of this nature are cited since last century, but the idea that Brazilian territory is tectonically stable prevented the scientific community to relate that seismic events to global tectonics. The rising interest for the subject of Neotectonics led to the change of this belief and for those who study geological processes younger than Neogene it is evident that today’s tectonism is one of the main control of these processes, as well as of the relief morphology. Keywords: NEOTECTONICS – SEISMIC EVENTS – GEOLOGICAL PROCESSES. C&T15.book Page 91 Friday, September 12, 2003 9:06 AM 92 Junho • 2000 INTRODUÇÃO termo neotectônica foi utilizado pela primeira vez por Obruchev (1948), que o entende como uma sucessão de movimentos crustais recentes, desenvolvidos a partir do terciário superior e durante todo o quaternário (apud Suguio & Mar- tin 1996). Esse conjunto de processos ocorridos a partir do Neogeno determinaria as principais feições do relevo atual da Terra. Mais recentemente a Inter- national Union for Quaternary Research (INQUA) divulgou em sua homepage a definição sugerida por Pavlides (1989): “Neotectônica é o estudo de even- tos tectônicos jovens, que ocorreram ou ainda estão ocorrendo em uma região qualquer, após sua orogê- nese ou após o seu reajustamento tectônico mais sig- nificativo”. No Brasil, apesar da palavra neotecto- nismo ser amplamente divulgada, Hasui (1990) utili- zou o termo tectônica ressurgente para a reativação de falhamentos pré-cambrianos durante o tércio- quaternário, ocorrida em território brasileiro. Apesar das pequenas variações terminológicas e conceituais em relação aos processos tectônicos mais recentes, para Saadi (1993) existe um consenso entre os diversos pesquisadores em considerar uma relação obrigatória entre a neotectônica e a configu- ração da morfologia atual, não levando em conta a idade das feições estudadas, que poderia remontar em até 107 anos. Com base no pensamento de Pav- lides (1989), de que o início do período neotectô- nico depende das características individuais de cada ambiente geológico, Hasui (1990) relaciona a ori- gem do neotectonismo no Brasil à migração do con- tinente sul-americano e conseqüente abertura do Atlântico Sul, iniciada no terciário médio, por consi- derar que essas movimentações ocorrem até os dias atuais. Como marco desses eventos, Hasui (op. cit.) propõe o início da deposição do Grupo Barreiras e do último pacote das bacias costeiras, e o término do magmatismo em território brasileiro, há cerca de 12 M.a. no Nordeste, datando portanto do Mio- ceno Médio. Com relação aos sismos no Brasil, até meados da década de 70 não se costumava de modo geral correlacioná-los aos movimentos tectônicos. Refle- xos de sismos longínquos, acomodações de cama- das, colapsos de zonas calcárias e deslizamentos de terra eram as explicações oferecidas para esses even- tos (Hasui & Ponçano, 1978). Nos anos 80, a rela- ção entre a sismicidade e os estudos neotectônicos foi ficando cada vez mais próxima, principalmente com os eventos sísmicos desencadeados no Nor- deste Brasileiro. Este trabalho objetiva fazer uma resenha his- tórica das ocorrências sísmicas no Brasil, enfati- zando aquelas ocorridas no Nordeste, bem como fazer uma síntese da evolução do conhecimento sobre o neotectonismo no Brasil Oriental. Para atin- gir tais metas, foi feita uma pesquisa bibliográfica que se estende desde trabalhos (artigos e/ou livros) do final do século passado até os dias atuais. REGISTRO HISTÓRICO DE TERREMOTOS NO BRASIL Distantes em tempo e espaço das discussões sobre a terminologia adequada para se referir às modificações tectônicas mais recentes (do Neogeno ao Quaternário), alguns pesquisadores no final do século passado e início deste século já se preocupa- vam em registrar os eventos sísmicos que ocorriam no Brasil e, em particular, no Nordeste Brasileiro. Capanema (1859) executou o primeiro trabalho sobre sismos do Brasil (apud Assumpção et al., 1980), destacando o evento de 1808 ocorrido em Açu, RN, com magnitude estimada por Ferreira & Assumpção (1983) em 4,8 mb. O próprio Impera- dor do Brasil, D. Pedro II, entrega em 1860 os “documentos relativos ao tremor de terra havido em Pernambuco em 1811” ao Instituto Histórico Geographico e Ethnographico do Brasil. Com relação aos tremores de terra ocorridos na Bahia, um relato mais apurado vem por parte de Theodoro Sampaio em três artigos. Sampaio (1916) descreve os movimentos sísmicos na Baía de Todos os Santos, utilizando alguns critérios para evidenciar tais eventos. O primeiro deles relaciona-se à expres- são topográfica (morfologia do relevo), como con- seqüência de movimentos sísmicos, já que, segundo ele, a baía encontra-se topograficamente rebaixada e com o contorno de suas costas profundamente modificado. Segundo esse autor, as falhas geológicas ressaltadas pelos paredões ou tombadores se consti- tuem em evidências dos violentos abalos sísmicos que atingiram parte da baía em época posterior ao O C&T15.book Page 92 Friday, September 12, 2003 9:06 AM REVISTA DE CIÊNCIA & TECNOLOGIA • 15 – pp. 91-102 93 Terciário, provocando o abatimento da bacia, per- mitindo assim, a invasão do mar. Outro critério utilizado pelo pesquisador foi o relato de pessoas que sentiram os abalos sísmicos. O último abalo até aquela data (1916) teria ocor- rido na tarde do dia seis de novembro de 1915, em que fora sentido em vários locais nas imediações da baía (entre elas, Saubara, Vila de São Francisco, Ilha das Fontes, Sul de Itaparica e Santo Amaro). Segundo o Frei Pheliberto Gille, do Convento da Vila de São Francisco, um forte abalo de terra, acompanhado de um “estrondo subterrâneo” seme- lhante ao do trovão, fez as paredes grossas do con- vento balançar. Há no mesmo trabalho, vários outros eventos citados desde o século XVII até o iní- cio do século XX. Uma dessas citações parece falar de tsunamis. Segundo o autor, em 1666 (dados de Rocha Pitta) o mar saiu de seus limites naturais por três dias alternados, cobrindo a praia de “innumera- vel e miudo pescado”. Em seu trabalho de1919, Sampaio volta a falar dos sismos na Baía de Todos os Santos, expondo uma importante e curiosa afirmação, a de que muitos ilhéus (pequenas ilhas) àquela época esta- vam pouco a pouco sumindo do mapa hidrográfico em conseqüência da subsidência da baía. Sampaio (1920) volta a tratar os tremores de terra, dessa vez destacando os que ocorreram em 1919 no estado da Bahia. Para maior precisão dos eventos ocorridos, ele organiza e passa a coordenar uma comissão para ins- pecionar pessoalmente as conseqüências do terre- moto de 22/11/1919. Além de atingir algumas cida- des do Recôncavo, esse evento foi sentido também em Salvador, com relato de moradores do Campo Grande, Amaralina e dos pacientes do Hospital Santa Isabel, em Nazaré. A comissão chefiada por Sampaio observou próximo ao leito do Rio Parami- rim fendas recentes nos muros e paredes das casas. Na escala de intensidade, esse sismo foi classificado como um tremor muito forte, provocando inclusive queda de algumas chaminés. É interessante observar que em todos os rela- tos tomados por Theodoro Sampaio os eventos sís- micos são sempre precedidos de um barulho surdo semelhante a um trovão. Outras observações que chamaram a atenção do pesquisador foram os rela- tos de moradores próximo ao mar. Esses quase sem- pre falavam de um borbulhamento das águas mari- nhas (como se estivessem fervendo) e de um com- portamento anormal dos peixes, que saltavam sem parar, como se fugissem de algo e do cheiro de enxofre em alguns locais. Esses e outros relatos fize- ram com que Theodoro Sampaio não interpretasse os eventos sísmicos como simples acomodação de camadas, e sim como a ação de agentes internos ao longo do eixo sinclinal (ele e outros pesquisadores da época acreditavam que o recôncavo era um grande sinclínio) ou das linhas de fraturas ali presen- tes. E para finalizar a sua interpretação, Sampaio acreditava que os tremores de terra eram precurso- res de atividades vulcânicas e cessariam apenas quando começasse uma erupção. Antes de Sampaio, Branner (apud Ferreira & Assumpção, 1983) publicou em 1912 um artigo sobre terremotos no Brasil, citando os sismos ocor- ridos no sertão baiano em 1904 e 1905 e que atingi- ram as cidades de Senhor do Bonfim e Xique– Xique, respectivamente, dois dos mais expressivos sismos ocorridos no início do século. Outro registro importante diz respeito à sucessão de eventos (um total de cinco) ocorridos em fevereiro de 1903 em Baturité, região serrana do estado do Ceará. Em 1920, Branner publicou o artigo “Recents Earth- quakes in Brazil”, fazendo um apanhado dos tremo- res de terra ocorridos entre 1917 e 1919 no nosso país. Entre os vários sismos citados por Branner, destacam-se os acontecidos na Bahia e relatados por Sampaio (1919), além do de Maranguape, cidade próxima à Fortaleza. Com os dados fornecidos por Branner, Ferreira & Assumpção (1983) estimaram a magnitude, a partir da área afetada, em aproxima- damente 4,5 mb para esse último. PRIMEIRAS REFERÊNCIAS AO NEOTECTONISMO BRASILEIRO Apesar do esforço de pesquisadores do início do século em relatar e tentar mostrar as possíveis causas da sismicidade no Brasil, só na década de 70, com a implantação de grandes obras de engenharia civil (usinas hidrelétricas e termonucleares), é que o interesse pelo tema neotectonismo ganhou um campo maior de abordagem na literatura (Haber- lehner, 1978). Antes disso, poucos foram os traba- lhos que enfatizaram essa temática. C&T15.book Page 93 Friday, September 12, 2003 9:06 AM 94 Junho • 2000 Um dos trabalhos pioneiros em abordar o tec- tonismo moderno no Brasil foi o de Freitas (1951). Segundo esse autor, a conformação dos planaltos, as muralhas (horsts), as fossas (grabens) e os vales de “afundimento” (rift valleys), presentes em território brasileiro, são evidências de uma tectônica ceno- zóica no Brasil. Entre as diversas deformações epiro- gênicas do escudo brasileiro, ele cita as “muralhas” que modelam as serras do Mar e da Mantiqueira como resultantes de uma ruptura do escudo crista- lino, provocada por arqueamentos epirogenéticos que originariam uma sucessão de falhas escalonadas, atingindo o clímax durante o cenozóico. Para Frei- tas (op. cit.), as por ele chamadas deformações epi- rogênicas modernas do escudo brasileiro estariam ligadas aos fenômenos orogenéticos dos Andes e, secundariamente, a mecanismos de compensação isostática ocorrida pela longa denudação desde o Pré-cambriano. Outro trabalho digno de nota da década de 50 é o de King (1956), intitulado “A Geomorfologia do Brasil Oriental”. Nesse importante artigo para a geo- morfologia e a geologia do Brasil, o autor faz um relato do desenvolvimento da paisagem atual do leste brasileiro, relacionando-a a uma série de eventos ero- sivos (ciclos de denudação) mesozóicos e cenozóicos. Os ciclos de denudação cenozóicos são: Sul-ameri- cano (Terciário Inferior/Médio), Velhas (Terciário Superior) e Paraguassu (Quaternário). Na observação e descrição destes últimos, várias são as referências ligadas a um tectonismo plio-pleistocênico. Ao Ciclo Velhas, King relaciona a deposição do Grupo Barreiras, denominado por este autor “as barreiras” e descrito como uma espessa cobertura de argilas e areias pliocênicas. Essa cobertura sofre- ria, no final do Terciário ou no pleistoceno, esforços tectônicos que a inclinariam para o mar na direção ESE. O Grupo Barreiras nos estados da Bahia e Ser- gipe evidenciaria ainda pequenas dobras e falhas com um a dois metros de delocamento, frutos des- ses eventos tectônicos. Com relação à disposição dos rios, o autor ressalta o Vale do São Francisco como resultante de uma ruptura tectônica a partir da Cadeia do Espinhaço, que representaria o estágio máximo de elevação do interior continental desde a zona costeira. Um outro trabalho importante ligado à geo- morfologia, e com algumas observações estruturais que implicam um tectonismo ativo durante o terciá- rio e o quaternário, é o de Tricart e Silva (1968). Apesar de enfocar principalmente a morfogênese do relevo atual como conseqüência das variações climá- ticas e mudanças do nível do mar, algumas referên- cias apontam para a influência tectônica na confor- mação desse relevo. No livro Estudos de Geomorfo- logia da Bahia e Sergipe (p. 57), os autores chamam a atenção para as deformações observadas na superfí- cie pós-Barreiras, bem como na base dessa “forma- ção”, na região litorânea próxima à cidade de Salva- dor. Considerando o Grupo Barreiras como de idade pliocênica, pode-se inferir, a partir dessa obser- vação, uma ação tectônica desde o final do Terciário. Ponte (1969) desenvolve um trabalho de inter- pretação foto-geomorfológica na Bacia Alagoas-Ser- gipe, aplicando a técnica denominada análise morfo- tectônica ou morfo-estrutural. Essa técnica consiste em avaliar o estudo do microrrelevo e da rede hidro- gráfica, correlacionando-a com o delineamento estru- tural subjacente. Nas áreas onde afloram os sedimen- tos do Grupo Barreiras, Ponte (op. cit.) observou vari- ações de espessura desse complexo sedimentar (espessamento nos baixos regionais e adelgaçamento sobre os altos estruturais), sugerindo que as estruturas delineadoras desses desníveis topográficos (falhas) estiveram ativas durante sua deposição, implicando um tectonismo ativo no Terciário Superior. Várias fei- ções observadas por esse autor na distribuição da dre- nagem pressupõem um controle tectônico dessas fei- ções. O Rio São Francisco, por exemplo, que possui próximo à desembocadura uma tendência de seguir para SE, sofre duas deflexões, uma antes da cidade de Penedo (AL), para NE, e outra mais perto da costa, para Sul. Esse caso reflete o controle estrutural com os falhamentos atingindo possivelmente os sedimen- tos quaternários dessa planície. CAUSAS E EVIDÊNCIAS DO NEOTECTONISMO Nesse tópico, tentar-se-á separar os trabalhos queadvogam a causa da neotectônica como um dos agentes modeladores do relevo, a partir das evidên- cias bases em que eles se apóiam, sejam elas sismoló- gicas, morfogenéticas, sejam aquelas ligadas a linhas C&T15.book Page 94 Friday, September 12, 2003 9:06 AM REVISTA DE CIÊNCIA & TECNOLOGIA • 15 – pp. 91-102 95 de fraqueza estrutural e eventos tectono-termais. Muitos trabalhos baseiam suas interpretações em mais de um tipo de evidência, ressaltando, no entanto, um principal. Por isso, a divisão feita aqui representa tão somente uma tentativa de melhorar o entendimento sobre as várias evidências do tecto- nismo cenozóico, procurando enfatizar a dinâmica causal desses eventos. Evidências Sismológicas Uma associação entre o neotectonismo e a sis- micidade natural é feita por Hasui & Ponçano (1978), que consideram os sismos recentes ocorri- dos no Brasil, e divulgados pela imprensa e por alguns trabalhos científicos, como evidências de um tectonismo cenozóico brasileiro. Segundo esses autores, há uma relação direta entre os sismos verifi- cados no Brasil e os movimentos tectônicos de cará- ter global. Eles atribuem às geossuturas proterozói- cas (zonas de descontinuidades que atingem o manto e permitem a ascensão de materiais máficos e ultramáficos) o papel de zonas frágeis, nas quais as forças tectônicas atuam, originando assim os sismos (fig.1). Haberlehner (1978) identifica diversas regi- ões do Brasil onde há concentração de atividade sís- mica e as denomina províncias sismotectônicas. Para esse autor, existiriam dez dessas provín- cias, de norte a sul do país, em zonas de falhas ati- vas. Assumpção et al. (1980) fazem um levanta- mento dos principais sismos ocorridos no sudeste, ressaltando a sua magnitude sem, no entanto, apre- sentarem qualquer interpretação tectônica. Ferreira & Assumpção (1983) desenvolvem um trabalho semelhante, só que bem mais abrangente em tempo para o Nordeste, e concluem que a relação entre os epicentros dos sismos e os lineamentos presentes naquela região não é muito clara. Já em caráter regi- onal, Hasui et al. (1978a) relacionam a sismicidade na região das serras da Mantiqueira e do Mar, englobando o leste de São Paulo e Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais, com a reativação de falhas pro- terozóicas de direção NE/SW ali existentes, mos- trando várias localidades afetadas pelos sismos. Evidências por Falhas e Eventos Tectono-Termais Estudando as bacias marginais brasileiras, Asmus & Ponte (1973) concluíram que o tecto- nismo nessas bacias persistiu até o Terciário, princi- palmente ao longo de falhas reativadas. Essas reativa- ções ocorreriam por movimentações epirogenéticas desde o final do Cretáceo até o Plioceno-Pleistoceno. Hasui et al. (1978b), em seu estudo sobre as bacias tafrogênicas continentais do sudeste brasileiro, rela- cionaram os depósitos sedimentares daquela região à tectônica regional desenvolvida desde o Ciclo Bra- siliano (Proterozóico Superior), culminando com a implantação de bacias continentais no Terciário Superior e/ou Pleistoceno pela reativação de falhas antigas. Fig. 1. Relação entre as geossuturas proterozóicas e os sismos ocorridos no Brasil. O mapa destaca a con- centração de sismos no Nordeste (zona sismogê- nica de Fortaleza e Cráton do São Francisco) e Sudeste do Brasil (região das Serras do Mar e da Mantiqueira). (Modificado de Hasui & Ponçano, 1978). Asmus & Ferrari (1978) falam de um tecto- nismo cenozóico que atingiu a Região Sudeste e parte da Região Sul do Brasil, onde predominou a reativação de linhas de fraqueza pré-cambrianas entre o Paleoceno e o Plioceno, com rejeitos de até 3.000 m. Esse tectonismo estaria associado a proces- sos tectono-térmicos iniciados no Permiano/Triás- sico, que teriam ocasionado considerável soergui- mento crustal (estágio pré-rift). A partir do Eocretá- ceo haveria uma ruptura da crosta continental como C&T15.book Page 95 Friday, September 12, 2003 9:06 AM 96 Junho • 2000 conseqüência de uma nova manifestação tectono- magmática (fase rift). Esses eventos tectono-térmicos teriam provocado um desequilíbrio isostático entre as partes elevadas (porção continental) e as regiões oceânicas. No terciário, esses esforços atingiriam dimensão suficiente para reativar as linhas de fraque- zas pré-cambrianas (falhamentos), expressas hoje em dia pelas escarpas da Serra do Mar e da Mantiqueira. Esse tectonismo cenozóico originaria uma seqüência de falhas escalonadas com os blocos resultantes des- ses falhamentos sendo basculados, configurando uma disposição de semi-grabens (fig. 2). Hasui (1990) é o primeiro a colocar de forma mais clara a relação entre o neotectonismo no Brasil e a reativação de falhas e outras linhas de fraquezas (zonas de cisalhamento dúctil, por exemplo), base- ando suas afirmações no fato de que é mais fácil rea- tivar uma linha de fraqueza preexistente do que nuclear uma nova. Seguindo essa linha de raciocí- nio, Hasui (op. cit.) afirma que os processos geológi- cos ocorridos desde o Proterozóico até o Recente são controlados por linhas de suturas pré-cambria- nas, constituindo zonas de fraquezas, que separam a crosta em vários blocos. Esses processos seriam desencadeados pela tectônica global que, agindo sobre as linhas de suturas que bordejam os blocos crustais, provocariam o que ele denominou de tec- tônica ressurgente. Szatmari (1999) afirma que os processos tectônicos ocorridos tanto no Cretáceo como no Cenozóico definem-se pelo arranjo crustal pré-cambriano. Evidências a partir de Tensões Intraplaca Bezerra (1999) faz um esboço das principais falhas geradas ou reativadas durante o Benozóico na Bacia Potiguar. Elas possuem um caráter predomi- nantemente transcorrente, são comumente segmen- tadas e mostram relações sistemáticas de trunca- mento (cross cutting), o que evidencia sua contem- poraneidade. As falhas que atravessam as rochas quaternárias e terciárias controlam a espessura dos depósitos sedimentares resultantes do movimento delas, bem como o padrão de drenagem. A falha mais extensa é a de Carnaubais, estendendo-se pelos estados do Ceará e do Rio Grande do Norte. A leste dessa falha, depósitos de intermaré elevados, com a presença de bivalvos marinhos em posição de cresci- mento, mostram que o movimento ocorreu até o holoceno com um deslocamento vertical de aproxi- madamente 4 m (Bezerra et al., 1998; Bezerra, 1999). A falha de Jundiaí corta granitos pré-cambri- anos e verticalmente desloca a Base do Grupo Bar- reiras em até 260 m. Fig. 2. Perfil esquemático mostrando os falhamentos esca- lonados e basculamento de blocos resultantes do tectonismo cenozóico que atingiu o Sudeste do Brasil (modificado de Asmus & Ferrari, 1978). Bezerra (1999) conclui que a paleosismici- dade no Nordeste do Brasil tem ocorrido desde o Plioceno em intensidade tectônica maior do que os dados instrumentais têm revelado. O stress principal seria de compressão, orientado na direção E-W, o que originaria as falhas NE e NW observadas (Bezerra & Amaro, 1998). Evidências Morfogenéticas Martin et al. (1986) analisaram as principais evidências geomórficas e geológicas indicativas de atividades neotectônicas na Bacia do Recôncavo e parte do litoral baiano ao sul dessa bacia. Entre as evidências geomórficas, os autores ratificam as afir- mações de King (1956) e Tricart & Silva (1968) sobre a rede hidrográfica embrionária em direção à Baía de Todos os Santos, sugerindo uma origem recente para essa baía. Essas evidências são mais marcantes na parte oeste da bacia, limitada pela falha de Maragogipe. Nesse local, um desnível de 100 m de altura mostra que os rios ainda não tive- ram tempo de escavar seus leitos, aparecendo pequenas cachoeiras. Além disso, depressões ao pé da falha, ocupadas por pequenas baías e canais de C&T15.book Page 96 Friday, September 12, 2003 9:06 AM REVISTADE CIÊNCIA & TECNOLOGIA • 15 – pp. 91-102 97 maré, sugerem afundamentos recentes ao longo do plano de falha de Maragogipe. As evidências geoló- gicas relacionam-se aos desnivelamentos das linhas de costa pleistocênicas e holocênicas. Estas últimas foram associadas à curva de variação do nível rela- tivo do mar, nos últimos 7.000 anos, na região de Salvador. A integração dos dados geomórficos e geológicos permitiu a delimitação da Bacia do Recôncavo em compartimentos limitados por falhas mais ou menos paralelas (fig. 3). Fig. 3. Compartimentação da Bacia do Recôncavo e de parte do litoral sul da Bahia em função dos dados fornecidos pela morfologia e pelos desnivelamen- tos holocênicos. A história de cada compartimento diferencia-se pela maior ou menor subsidência durante o Quaternário. O compartimento n.º 2, por exemplo, esteve sujeito à subsidência geral mais importante desse período (fonte: Martin et al., 1986). O GRUPO BARREIRAS E O SEU SIGNIFICADO NEOTECTÔNICO Muitas evidências de neotectonismo foram observadas por Silva & Tricart (1980) nos sedimen- tos do Grupo Barreiras, no litoral sul da Bahia. A primeira delas seria o basculamento suave para sudeste desse grupo, que, segundo esses autores, se prolongaria por toda a plataforma continental. Coincidências entre a disposição das falésias e as falhas cretácicas foram observadas próximo a Valença, mostrando relação entre alinhamentos mais antigos e a morfologia atual das escarpas litorâ- neas. Além disso, vários alinhamentos de vales e áreas deprimidas estão direcionados segundo as ori- entações de falhamentos do embasamento Pré-cam- briano, o que pode representar uma reativação recente dessas linhas de fraqueza. Para a região litorânea entre Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália, Mendes et al. (1987) e Bit- tencourt et al. (1999) mostram, através de imagem de radar e de fotografia aérea, respectivamente, um nítido basculamento para NE da superfície pós-Bar- reiras, evidenciado pelo alinhamento do padrão de drenagem do bloco situado a norte do Vale do Bura- nhém, onde o rio homônimo bordeja o plano de falha (fig. 4). Lima & Vilas Boas (1999), estudando as falésias do Grupo Barreiras no litoral sul baiano, citam algumas evidências de neotectonismo associa- das a esse complexo sedimentar. O sistema de linea- mentos nessa região, por exemplo, possui um para- lelismo com a linha de costa, indicando provavel- mente um controle estrutural na deposição dos sedi- mentos com possível reativação das falhas perten- centes a esses lineamentos (Lima & Vila Boas, 1999). Além disso, foram observadas zonas de fra- turas bem definidas que, por não perturbarem a laminação original e cortarem todo o pacote sedi- mentar, foram interpretadas como de origem pós- deposicional. Outras feições importantes observa- das foram a presença de diques areno-granulosos de espessura decimétrica, imersos em argilitos, e o bas- culamento para NE em várias porções da superfície atual acima do Barreiras. Bittencourt et al. (1999) e Amaro et al. (1999) relacionam os lineamentos (falhas) pré-terciários do litoral baiano e potiguar, respectivamente, com o delineamento costeiro atual, representado principal- C&T15.book Page 97 Friday, September 12, 2003 9:06 AM 98 Junho • 2000 mente pelas falésias do Grupo Barreiras. Souza et al. (1999) fazem um levantamento das deformações impressas nesse grupo, no litoral cearense, tais como juntas verticais, falhas e dobras do tipo roll-over, caracterizando-as como estruturas sin-sedimenta- res, resultantes de um tectonismo ativo do Mioceno ao Pleistoceno. Lima et al. (1990) estabelecem uma relação entre o neotectonismo, as estruturas geoló- gicas Pré-terciárias e o padrão de afloramento do Grupo Barreiras na Bacia Potiguar, mostrando o condicionamento da morfologia atual dos tabulei- ros pertencentes a esse grupo à estruturação dos horizontes pré-Barreiras e às forças de compressão e tração que atingem a área atualmente. Segundo esses autores, as janelas estratigráficas produzidas pela erosão ao longo dos rios são, na maioria, subparalelas ao eixo p (compressão) e subperpendi- culares ao eixo t (tração relativa), o que implica uma relação direta entre essas forças e a configuração das falésias pertencentes ao Grupo Barreiras. DISCUSSÃO Apesar do tema neotectonismo ter sido rele- gado ao descrédito, durante muito tempo, pela comunidade científica brasileira, por acreditar que um país bordejado por uma margem continental do tipo Atlântica (passiva) se constitui em uma região extremamente estável, no decorrer desse século, as evidências encontradas e destacadas por alguns expoentes da comunidade geológica fizeram com que, aos poucos, esse pensamento fosse sendo modificado. Os sismos estudados hoje em dia são muito mais comuns do que a princípio se poderia esperar. O relato desses sismos poderia ainda ser em quanti- dade bem maior, já que durante muito tempo a população se concentrou nas regiões litorâneas e os instrumentos fornecedores de dados sismológicos só há pouco mais de duas décadas foram instalados em nosso país (Hasui & Ponçano, 1978). É fato que os eventos sísmicos estão presentes e, segundo o levan- tamento de Ferreira & Assumpção (1983), só para o Nordeste Brasileiro, entre o século XVII e o início da década de 80 do século XX, foram catalogados 253 sismos. Assumpção et al. (1980) descrevem um total de 21 sismos na Região Sudeste entre 1861 e 1979, e Haberlehner (1978) cita a ocorrência de 251 sismos no Brasil entre 1560 e 1977, sendo que, destes, pelo menos 138 não coincidem com os cita- dos por Ferreira & Assumpção (1983) e por Assumpção et al. (1980). Somando-se a esses dados, estão os sucessivos eventos sísmicos na região de João Câmara, RN, entre 1986 e 1989, que, segundo Bezerra (1999), incluíram mais de 14.000 abalos, com 15 deles possuindo magnitude entre 4,1 e 5,1 na escala Richter. Fig. 4. Imagem de radar mostrando a deflexão da drena- gem a partir do basculamento para NE de um bloco situado entre as cidades de Santa Cruz de Cabrália e Porto Seguro, Bahia. (Mendes et al., 1987). Outros dados sobre a ação neotectônica em nosso país são os relacionados à estruturação geoló- gica adquirida ao longo de sua formação e que dei- xou, como legado, zonas de suturas pré-cambrianas que hoje, sob a ação da tectônica global, se consti- tuem em zonas de fraqueza (Hasui & Ponçano, 1978; Hasui, 1990). Sabe-se hoje em dia que nas regiões intraplaca a tensão horizontal máxima dis- põe-se paralelamente à direção de movimentação absoluta das placas litosféricas, o que pressupõe regimes tectônicos compressionais nessas regiões, provocando regimes de falhas reversas ou falhas de rejeito lateral como as observadas, por exemplo, na Bacia Potiguar (Lima Neto, 1999). A ação das forças compressivas intraplaca, atuando sobre as fraquezas estruturais, são as responsáveis pela reativação e, conseqüentemente, pelos deslocamentos de blocos e pela ação sísmica por eles provocada. É natural, no entanto, que existam algumas particularidades regio- nais responsáveis por ligeiras alterações no direciona- C&T15.book Page 98 Friday, September 12, 2003 9:06 AM REVISTA DE CIÊNCIA & TECNOLOGIA • 15 – pp. 91-102 99 mento dessas tensões e, por conseguinte, das estrutu- ras criadas. Para o Nordeste, por exemplo, as observa- ções de Lima (1999) estão em desacordo com a pre- visão do direcionamento da tensão horizontal máxima e, segundo esse autor, fontes locais como carga de sedimentos e diferenças de densidade da litosfera têm sido subestimadas nos modelamentos efetuados. Áreas onde há o desenvolvimento de falhas normais na Bacia de Campos indicam local- mente um regime distensivo e, segundo Lima Neto (1999), esse predomínio relaciona-se a um sistema ainda em compactação sobre uma camada de sal (tectônica de sal ou halocinética). Bittencourt et al. (1999)falam de um controle flexural em toda a margem brasileira para a configuração da zona cos- teira. A carga de sedimentos depositada nas mar- gens continentais geraria forças extensionais que reativariam falhas antigas e poderiam nuclear novas falhas. Esse pensamento pode ser encarado como uma particularidade para algumas áreas onde a carga sedimentar é significativa, já que em algumas porções dessas margens a quantidade de sedimentos oriundos do continente é muito pequena, gerando plataformas bastante estreitas. Além dos sismos e da análise estrutural, as anomalias morfológicas constituem dados que, há muito tempo, vêm chamando a atenção dos pesqui- sadores. Sampaio (1916) relatou uma topografia rebaixada para a Baía de Todos os Santos e obser- vava que os seus paredões eram conseqüência dos sismos (tectonismo) pós–terciário. Freitas (1951) destacou como evidência de tectonismo cenozóico as escarpas que modelam as serras do Mar e da Mantiqueira e foi mais além ao afirmar a correlação entre os fenômenos epirogenéticos brasileiros com o orogenético dos Andes, fato aceito atualmente pela comunidade científica. Lima (1999), por exem- plo, relaciona a compressão intraplaca à associações mecânicas existentes entre a convergência Nazca- América do Sul e a deformação andina. Todos os dados mostrados sobre a sismicidade e as evidências morfogenéticas e estruturais, apesar de esclarecerem o quanto o tectonismo atuou e atua em território brasileiro, não são suficientes, entre- tanto, para comparar a ação tectônica em nosso país com aquela desencadeada em regiões situadas nos limites de placas tectônicas. Isso assegura a estabili- dade tectônica relativa do território brasileiro, o que não implica, no entanto, inatividade tectônica. CONCLUSÕES Algumas conclusões podem ser sumarizadas dentro do estudo executado. A principal delas talvez seja a concordância quase que geral sobre o com- portamento do esforço intraplaca, interpretado pela maioria dos pesquisadores como de origem com- pressiva. Apesar desse consenso, variações locais, como carga de sedimento, diferenças de densidade da litosfera, posicionamento original das falhas pré- cambrianas e influência de eventos termais, podem alterar localmente o direcionamento dessas forças. Outras conclusões importantes de serem rela- tadas são: • As zonas sismogênicas presentes em nosso país associam-se invariavelmente a regiões onde geos- suturas pré-cambrianas ocorrem. Isso implica uma relação direta entre a sismicidade e o neotecto- nismo. • A movimentação da placa sul americana para W/NW é o principal fator das ocorrências tectô- nicas em nosso país. Vale lembrar que o embasa- mento do território brasileiro possui intrincado sistema de lineamentos (zonas de fraqueza) que, sob o esforço da tectônica global, pode sofrer deslocamentos diferenciais. Dessa forma, é pos- sível haver rebaixamento em algumas regiões e soerguimento em outras. Toda a deposição do Grupo Barreiras e o seu modelamento posterior representam o produto de eventos neotectôni- cos. Ao longo do litoral brasileiro, suas falésias expressam variações locais, a depender da pro- ximidade ou não de zonas sismogênicas, do sis- tema de falhas e fraturas associadas, além da história da tectônica recente da região. • Outras feições importantes, resultantes ou influ- enciadas pela ação do neotectonismo em nosso país, são as escarpas que margeiam as Serras do Mar e da Mantiqueira, o delineamento do Vale do São Francisco e, em áreas localizadas, o espes- samento de depósitos quaternários costeiros. C&T15.book Page 99 Friday, September 12, 2003 9:06 AM 100 Junho • 2000 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARO, V.E. et al. Reativação Tectônica Meso-cenozóica das Estruturas Brasilianas na Faixa Litorânea Oriental do Nordeste do Brasil - com base dos dados gravimétricos, imagens Landsat 5-TM e GEMS/banda X. Anais do SBG/SNET, Lençóis, 7 (4): pp. 46-49, 1999. 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