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SALA: 214 Cálculo Diferencial e Integral B Sexta Feira 9a Aula Integrais definidas Definição e interpretação das Integrais definidas Códigos: T1106 B / T6003 B / T9003 Turma: MEC108AN Prof. HANS-ULRICH PILCHOWSKI Versão: 1o Semestre de 2009 Prof. Hans-Ulrich Pilchowski Notas de aula Cálculo Diferencial e Integral B 1 Integral Definida (Integral de Riemann) A definição formal da integral definida envolve a soma de muitos termos, para isso introduzimos o conceito de somatório ( ∑ ). Exemplos: 2 )1(4321 1 + ==+++++ ∑ = nnkn n k L ~ soma de inteiros sucessivos 6 )12)(1(4321 1 222222 ++ ==+++++ ∑ = nnnkn n k L ~ soma de quadrados sucessivos A integral de Riemann de uma função ( )xf num intervalo [ ]ba, , é equivalente à soma de todos os elementos de área sob a curva ( )xf , ou seja: onde: kc coordenada entre 1−kx e kx ( )kcf ordenada de kc (altura do retângulo) 1−−=∆ kkk xxx (base do retângulo) A área do ésimok − retângulo é dada por ( ) xkk xcfA ∆⋅= Somando todas as áreas dos retângulos sob a curva ( )xf , tem-se uma aproximação (devido às quinas dos retângulos) da área sob a curva. Quanto menor for kx∆ , melhor é a aproximação. Fig.1.1- Soma das áreas parciais sob a curva que fornece a área total sob a curva. ............................. ...................... Y X ( )[ ]kk cfc , ( )[ ]nn cfc , kc nc kA 1− − nn xx 1−− kk xx Prof. Hans-Ulrich Pilchowski 9a Aula Definição e interpretação das integrais definidas 2 Assim: ∑ = →∆ ∆ n k kk x xcf k 10|||| )(lim = área sob a curva ( )xf = A . Definição: Integral definida de Riemann: Seja ( )xf uma função contínua num intervalo [ ]ba, , então se o limite ∑ = →∆ ∆ n k kk x xcf k 10|||| )(lim existe, a função ( )xf é integrável em [ ]ba, no sentido de Riemann, e é definida por ∫∑ =∆ = →∆ b a n k kk x dxxfxcf k )()(lim 10|||| , onde a integral definida de ( )xf , no intervalo [ ]ba, , dará uma nova função ( )xg calculada no intervalo [ ]ba, , o que é escrito na forma ( ) baxg , ou seja, )()()( agbgxg ba −= , assim: )()()( agbgdxxf b a −=∫ Exemplo: Encontre a área limitada pela equação da elipse 12 2 2 2 =+ b y a x Solução: Resolvendo a elipse para y , tem-se que 22 2 22 2 2 2 2 1 xa a by a xa a x b y −±=⇒−=−= e como a elipse é simétrica em relação a ambos os eixos a sua área A será igual a quatro vezes a área da parte da elipse contida no primeiro quadrante, isto é, axparaxa a by ≤≤ −= 022 Y X ( )b,0 ( )0,a Prof. Hans-Ulrich Pilchowski Notas de aula Cálculo Diferencial e Integral B 3 Ou seja, ∫ −= b a dxxa a bA 22 4 . Para avaliar essa integral substitui-se ( )θsenax = . Então, ( ) θθ dadx cos= . Para mudar os limites de integração, note-se que quando ( ) 00sen0 =⇒=⇒= θθx e quando ( ) 21sen piθθ =⇒=⇒= ax . Também, ( ) ( ) ( ) ( )θθθθ coscoscossen 2222222 aaaaaxa ===−=− , já que 2 0 pi≤≤ x . Por tanto ( ) ( ) ( )∫∫∫ =⋅=−= 20 2 2 0 22 cos4coscos44 pipi θθθθθ dabdaa a bdxxa a bA b a ( ) baababA pipiθθ pi = −+= += 00 2 2sen 4 1 2 4 2 0 . Exemplo: Calcule a área compreendida entre o eixo X e a curva ( ) ( )82 8 1 2 +−= xxxf entre [ ]4,2− . O gráfico da curva é: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) −+ − − − −+−= +−=−− − − ∫ 282 22 3 248 2 42 3 4 8 18 2 2 38 18 8 1 23234 2 234 2 2 x xxdxxx Y X 2− 1− 0 1 2 3 4 Prof. Hans-Ulrich Pilchowski 9a Aula Definição e interpretação das integrais definidas 4 ( ) ( ) ( ) ( ) −−++−= −+ − − − −+− 16 2 42 3 832 2 162 3 64 8 128 2 22 3 248 2 42 3 4 8 1 2323 6 15 6 3216 6 3 6 2 6 162 6 3 6 242 6 16 = −+ =−+= −−++− . Observação: Seja ( )xf uma função integrável em [ ]ba, no sentido de Riemann, então a integral definida de Riemann é numericamente igual à área "com sinal" sob o gráfico de ( )xf , entre ax = e bx = . Assim, a integral definida corresponde à soma algébrica das áreas, onde aquelas acima do eixo das abcissas são positivas e aquelas abaixo dos eixo das abcissas serão precedidas de sinal negativo, ou seja: 21)( AAdxxf b a −=∫ Exemplo: Resolver a Integral definida da função ( ) 3 3 1 xxf = entre [ ]2,1− . ( ) 4 5 4 15 3 1 4 1 4 16 3 1 4 1 4 2 3 1 43 1 3 1 442 1 42 1 3 = = −= − −= = − − ∫ xdxx y A1 x = a f(x) A2 x = b x (A1 e A2) é a soma algébrica de todas as áreas (positivas e negativas) 1− ( )xf 1 0 2 Y X Prof. Hans-Ulrich Pilchowski Notas de aula Cálculo Diferencial e Integral B 5 Definições: a) Se ( )xf é uma função contínua no intervalo fechado [ ]ba, , então ( )xf é Riemann - integrável em [ ]ba, . b) Se ( )xf é uma função limitada e seccionalmente contínua no intervalo fechado [ ]ba, , então ( )xf é Riemann – integrável em [ ]ba, . Exemplos: Propriedades da Integral Definida 1) Integral de uma função constante Se ( ) kxf = , k constante, então )()( abkkxkdxdxxf ba b a b a −=== ∫∫ , como mostra a Figura 4.4 Fig.4.4 - Área sob uma função constante. Y X a b ab− 0 ( ) kxf = A Fig. b - Função ilimitada seccionalmente em [ ]ba, , não é R - integrável X 1 ( )xf ( )xf ( ) > ≤ = 01 01 xparax xpara xf Y b 0 a x Y 1 2 ( )xf Fig. a -Função limitada seccionalmente e Contínua em [ ]ba, , é R - integrável ( )xf X b 0 a ( ) >+ ≤ = 02 01 2 xparax xpara xf Prof. Hans-Ulrich Pilchowski 9a Aula Definição e interpretação das integrais definidas 6 2) Homogeneidade ∫=∫ b a b a dx)x(fkdx)x(kf , onde k é uma constante 3) Aditividade =∫ + b a dx)]x(g)x(f[ +∫ b a dx)x(f ∫ b a dx)x(g 4) Linearidade =∫ + b a dx)]x(Bg)x(Af[ +∫ b a dx)x(fA B ∫ b a dx)x(g , com A e B constantes. 5) Comparatividade Se ( )xf e ( )xg são Riemann - integráveis em [ ]ba, e se ( )xf ≤ ( )xg para todo x no intervalo [ ]ba, , então ∫ b a dx)x(f ≤ ∫ b a dx)x(g 6) Aditividade de Intervalos Se ( )xf é Riemann - integráveis no intervalo [ ]ba, , bem como no intervalo [ ]cb, , então ( )xf é também Riemann - integráveis no intervalo [ ]ca, , ou seja: ∫ c a dx)x(f = ∫ b a dx)x(f + ∫ c b dx)x(f a b ( )xgdemáx ( )xgy = Y ab − ( )xgdemín ( )xfy = X Prof. Hans-Ulrich Pilchowski Notas de aula Cálculo Diferencial e Integral B 7 7) Valor Absoluto ∫ b a dx)x(f ≤ ∫ b a dx|)x(f| Prova: Assumindo que ( )xf e ( )xf são Riemann - integráveis no intervalo [ ]ba, . Temos que - | f(x) | ≤ f(x) ≤ | f(x) | ( -|x| ≤ x ≤ |x| ) Então ∫∫ ∫ ≤≤− b a b a b a dx|)x(f|dx)x(fdx|)x(f| ; isto é: ∫∫ ∫ ≤≤− b a b a b a dx|)x(f|dx)x(fdx|)x(f| Logo ∫≤∫ b a b a dx|)x(f|dx)x(f Definições: (i) Se ( )xf é uma função qualquer e a é um número no domínio de ( )xf , definimos: 0dx)x(f a a =∫ (ii) Se ba > e ( )xf é Riemann - integráveis em [ ]ab, , então definimos: ∫∫ −= a b b a dxxfdxxf )()( Teorema do Valor Médio para Integrais Se ( )xf é contínua em [ ]ba, , então existe um número c em [ ]ba, tal que ( ) ( ) ( )∫=−⋅ba dxxfabcf ou ( ) ( )∫ − = b a dxxf ab cf 1 ( ) ( )xfmáxcxfmín ≤≤ ( )cf Y Ponto c do teorema do valor médio X a b c ( )xf Prof. Hans-Ulrich Pilchowski 9a Aula Definição e interpretação das integrais definidas 8 obs: A área sob a curva ( )xfy = entre ax = e bx = é igual a área do retângulo cuja base é ( )ab − e altura ( )cf . Ex: Seja ( ) 2xxf = , achar c no intervalo [ ]4,1 ( ) 7)21( 3 1 3 164 3 1 3 1 3 4 3 1 33 1 14 1 334 1 34 1 2 == − = −= = − = ∫ xdxxcf Logo ( )cf = c2 = 7 → c = 7 = 2,65 (1 ≤ 2,65 ≤ 4) Teorema Fundamental do Cálculo (TFC) A primeira parte deste teorema afirma que as operações de diferenciação (derivação) e integração são inversas uma da outra, isto é, diferenciação desfaz a integração e vice- versa. O enunciado do TFC é composto de duas partes. Assim, se ( )xf é contínua num intervalo I tal que Ia ∈ e Ib ∈ , e seja Ix ∈ , então: 1a parte: )()( xfdttf dx d dx dy x a == ∫ "a derivada da integral é o integrando" onde ∫= x a dttfy )( 2a parte: Se ( )xg é uma primitiva (anti-derivada) de ( )xf , de tal forma que ( ) ( )xfxg =′ , então )a(g)b(gdx)x(f b a −=∫ , para todo x em [ ]ba, Exemplos: (1a parte) Calcular a) Se ∫ +−= x dttty 0 2 )12( , calcular dx dy . 12)12( 2 0 2 +−=+−= ∫ xxdtttdx d dx dy x b) Se ∫ += x dt t y 0 3 1 1 , calcular dx dy . 1 1 1 1 3 0 3 + = + = ∫ x dt tdx d dx dy x Prof. Hans-Ulrich Pilchowski Notas de aula Cálculo Diferencial e Integral B 9 c) Se ∫ += 2 0 25)75(x dtty , calcular dx dy . Fazendo x dx du xdxduxu 222 =⇒=⇒= Por tanto, pode-se calcular du dy 25225 0 25 )75()75()75( +=+=+= ∫ xudttdu d du dy u (voltando o valor u = x2) logo: 252 )75( += x du dy Aplicando a Regra da Cadeia, temos: [ ] ( ) ( )xx dx dy xx dx du du dy dx dy 2)75(2)75(. 252252 +=→⋅+== Exemplos de Integrais Definidas (2a parte do TFC) a) ∫ + 1 0 2 dx)1x( = +− += + 0 3 )0(1 3 1 0 1 x 3 x 333 = 3 4 - 0 = 3 4 b) ∫ − 4 1 dx x x1 = ∫ − 4 1 dx x x x 1 = ∫ − − 4 1 2 1 2 1 dxxx = 1 4 x 3 2 x2 1 4 2 3 x 2 1 x 2 3 2 12 3 2 1 −= − = −− − 2 3 2 1 2 3 2 1 1. 3 21.24. 3 24.2 = 3 8 3 4 3 4 3 22 3 164 −=−−= −− − Observações: • 2/12/10 2/1 xx x 1 x 1 −− === (1 = x0) • 2/12/11 2/1 xx x x x x +− === • 4 1/2 = (22 (1/2) ) = 2 Prof. Hans-Ulrich Pilchowski 9a Aula Definição e interpretação das integrais definidas 10 • 4 3/2 = (22 (3/2) ) = 23 = 8 4.3 - A integral definida para cálculo de área A integral definida de uma função f(x), num intervalo [ ]ba, é igual à área entre a curva de ( )xf e o eixo dos x . LL ++=++= ∫∫∫∫∫ ∆+ ∆+ ∆+ dxfdxfdxfdxfdxxf xa xa xa a b a 21 2 21)( pois, ( )xf i para um dado retângulo é constante, isto é, = ( ) ( ) ( ) AAAAxxfxxfxxf nn =+++=∆++∆+∆ LL 2121 Adxxf b a =∫ )( e a área sob a curva. Exemplo: Dada a função xy = calcular a área sob o gráfico de 0=x a 3=x . 2 9 2 0 2 3 2 )( 223 0 23 0 3 0 =−==== ∫∫ xdxxdxxfA Por geometria 2 93 2 1 2 1 ××=×= alturabaseA que é o mesmo resultado obtido por integração. x∆ Y ( )xf i X ( )xf ( )xf i x∆ 3 Y X 0 5,4 Prof. Hans-Ulrich Pilchowski Notas de aula Cálculo Diferencial e Integral B 11 Exemplo: Calcular a área da região limitada inferiormente pela curva 232 +−= xxy e o eixo x que é 0=y . Nos dois pontos 0230 2 =+−⇒= xxy fornece 11 =x e 22 =x . Adxxf b a =∫ )( , então ( ) ( ) 2 1 232 1 2 2 22 3 3 23 +−=+−== ∫∫ x xxdxxxdxxfA b a .. 6 1 6 5 3 22 2 3 3 14 2 43 3 8 2 auA =−= +−+− + × −= 4.4 - A integral definida para cálculo de área de funções pares e impares Quando uma função é par ou impar o cálculo de sua área é feito dobrando a área calculada no primeiro quadrante, isto é, quando se possui uma curva gerada por funções pares ou ímpares, existe uma simetria da função que permite que a área ∫ − = a a dxxfA )( seja e dada por ∫= a dxxfA 0 )(2 . Exemplo: Se tivermos uma curva gerada por funções pares ou ímpares, existirão simetrias do tipo ∫ − 2 2 2 dxx = 2 2 3 3 − x = 3 8 + 3 8 = 3 16 Y ( )xf X 0 1 2 ∫∫ = − aa a dxxfdxxf 0 )(2)( a− a 0 ( ) 3xxf = X Y Prof. Hans-Ulrich Pilchowski 9a Aula Definição e interpretação das integrais definidas 12 3 16 3 82 3 22 2 0 32 0 2 =×=×=∫ xdxx Observação: Note que a curva é simétrica em relação a y. No entanto, a função a seguir é ímpar e gera um gráfico assimétrico. A integral 0)( 2 2 =∫ − dxxf porque a curva é assimétrica, e portanto, de sinal contrário em relação à origem. ∫ =−==== 2 0 2 0 42 0 4 3 ..808 24 22 auxxdxxA ou 044 4 2 2 42 2 3 =−== − − ∫ xdxx (integral nula) “A área deve ser considerada sempre positiva.” A área total ∫= 2 0 32 dxxA Y ( ) 3xxf = X -2 2
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