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Modificações da Dieta Normal Christielle Félix Barroso Nutricionista - UECE Mestre em Nutrição e Saúde (enfoque em IRC em hemodiálise) - UECE Centro Universitário Estácio do Ceará Curso de Nutrição Disciplina: Fisiopatologia da Nutrição e Dietoterapia I DIETA Corresponde à alimentação de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos • Padrões alimentares • Combinação recomendada de alimentos OBJETIVO: → atender às necessidades energéticas e recomendações para ingestão de nutrientes: • estado nutricional • fisiológico • patológico → Em situações hospitalares: • estado clínico • manutenção/recuperação da saúde PRESCRIÇÃO DA DIETA Adequar as necessidades requeridas Calcular o plano alimentar (tabelas de composição química dos alimentos) Determinar macronutrientes e micronutrientes Determinar o peso adequado e as necessidades calóricas Detecção de deficiências nutricionais Avaliação nutricional (anamnese alimentar, exames antropométricos, clínicos e laboratoriais) Conhecer a patologia Dietas padronizadas em todos os hospitais: • uniformidade • condutas sistematizadas • conveniência do serviço facilitando o trabalho na produção e a distribuição das refeições garantindo a qualidade do serviço prestado Dietas nutricionalmente adequadas Podem sofrer modificações quanto a: • consistência • adequação de valor calórico • alteração nas proporções de macronutrientes • acréscimo ou restrição de nutrientes DIETAS DE ROTINA Recuperação ou manutenção da saúde Sem restrições alimentares Alimentos que o paciente é capaz de comer Com modificações alimentares Modificações – Consistência: • Permitem adaptação da dieta ao paciente, em casos de dificuldade na aceitação, ou na transição para outros tipos de dieta. • São feitas modificações na textura dos alimentos • Tipos: Geral, Branda, Pastosa, Leve, Líquida, Líquida Restrita Modificações – Valor Calórico: • Há modificação no valor calórico (necessidades energéticas) - Hipocalóricas (valor calórico aquém/abaixo das necessidades energéticas estimadas) Ex.: excesso de peso - Hipercalóricas (valor calórico além/acima das necessidades energéticas estimadas) Ex.: estados catabólicos (queimaduras, câncer, doenças infecciosas) Prescrição da Dieta: Equilíbrio de Nutrientes * Calorias * • Quantidades normais de calorias, dentro das necessidades de cada paciente. Normocalórica: • Restrita em calorias • Função: Produzir balanço energético negativo perda de peso • Indicações: Pacientes obesos ou com doenças que requerem urgência em perda de peso. Hipocalórica: • Quantidades aumentadas de calorias • Função: Gerar balanço positivo ganho de peso • Indicação: Pacientes em subnutrição Hipercalórica: Prescrição da Dieta: Equilíbrio de Nutrientes * Proteínas * • Quantidades normais de proteínas, segundo as necessidades Normoprotéica: • Quantidades diminuídas de proteínas • Finalidade: Prevenir o acúmulo de metabólitos nitrogenados • Alimentos comuns: Doces à base de frutas, mel e vegetais • Indicações: Pacientes com IRC, Encefalopatia Hepática ou outra patologia cujo catabolismo protéico possa interferir na evolução Hipoprotéica: • Quantidades aumentadas de proteínas • Finalidade: Produzir balanço positivo de nitrogênio • Indicações: Pacientes em estado de hipercatabolismo Hiperprotéica: Prescrição da Dieta: Equilíbrio de Nutrientes * Carboidratos * • Quantidades normais de hidratos de carbono, conforme as necessidades Normoglicídica: • Quantidades de carboidratos reduzidas • Pode reduzir HC, sem diminuir calorias • Ex.: DM dieta pobre em glicídios simples Hipoglicídica: • Quantidades aumentadas de carboidratos Hiperglicídica: Prescrição da Dieta: Equilíbrio de Nutrientes * Lipídios * • Quantidades normais de gorduras, segundo as necessidades Normolipídica: • Pobre em gorduras, principalmente saturadas • Indicações: Pacientes com hipercolesterolemia e obesos Hipolipídica: • Boa quantidade de gorduras • Principalmente: Triglicerídeos de Cadeia média (TCMs) • Indicações: Tratamento de desnutrição grave • Nem sempre é hipercalórica • Pode ser ajustada de acordo com as necessidades • Foco nas gorduras de boa qualidade Hiperlipídica: Modificações – Acréscimo ou Restrição de Nutrientes: • São feitas alterações na quantidade de nutrientes -Diminuição ou aumento de nutrientes, aquém ou além das quantidades recomendadas • Modificações das dietas quanto ao teor de: - Exemplos: colesterol, potássio, purinas, sódio, glúten, fibras, água, aminoácidos, vitamina K Prescrição da Dieta: Equilíbrio de Nutrientes * Sódio e Potássio * • Pobre no eletrólito/mineral Sódio (Na) • Exemplo de alimentos excluídos: adoçantes, embutidos, enlatados, conservas dentre outros. • Indicações: Hipertensos, cardiopatas, com retenção de líquidos (edemas) etc Hipossódica: • Indicações: Pós-operatórios, má nutrição, perdas gastrintestinais e alcalose metabólica ( pH sanguíneo), IC Rica em potássio: • Indicações: doenças renais onde a acidose metabólica é comum, Pobre em potássio: • Objetivo: Aumentar a motilidade intestinal • Redução do risco de doenças cardíacas • Equilíbrio glicêmico • A dieta rica em fibras deve fornecer variáveis de fibras Rica em fibras: • Objetivo: Diminuir o esforço gastrintestinal. • Indicações: Problemas no TGI e cirurgias de cólon Pobre em Fibras: • Restringe a utilização de gorduras saturadas • Utilização moderada de gorduras poli e monoinsaturadas • Indicações: DLP, HAS Pobre em colesterol: Prescrição da Dieta: Equilíbrio de Nutrientes * Fibras e Colesterol * • Indicações: • IRA: rins incapazes de manter a homeostasia de água e eletrólitos • Fases oligúricas da doença. • Associada à restição de sódio e potássio. Restrita em líquidos: Prescrição da Dieta: Equilíbrio de Nutrientes * Líquidos * Dietas modificadas quanto à consistência DIETA GERAL (OU NORMAL OU LIVRE) Indicação: • ausência de alterações metabólicas importantes • funções de mastigação e gastrointestinais preservadas • sem risco nutricional (não necessitam de restrições ou acréscimos específicos) Características: • Sem processamento específico na textura/consistência dos alimentos • Composição química: quantidade recomendada de nutrientes (proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e minerais), com a finalidade de manutenção da saúde e estado nutricional adequado VCT = 1600 a 2200 calorias PTN: 10 a 15% do VCT LIP: 25 a 30% do VCT HC: 50 a 60% do VCT DIETA GERAL (OU NORMAL OU LIVRE) Alimentos recomendados: • Todos os alimentos recomendados para alimentação nutricionalmente adequada. Alimentos não recomendados: • Nenhum. OBS: EVITAR! Alimentos de muito difícil digestão Alimentos ricos em gorduras e açúcar Guloseimas, croissant, bolos recheados e com coberturas, salgados e folhados, enlatados, salames, mortadelas, presunto e outros embutidos EXEMPLO DE DIETA GERAL (OU NORMAL OU LIVRE) Café da manhã Café com Leite Desnatado (com açúcar) Pão francês com margarina Banana Lanche da manhã Tangerina Almoço Salada de agrião, cenoura e tomate Bife acebolado Beterraba no vapor Arroz Feijão Doce de goiaba Lanche da tarde Leite Desnatado Bolachas água e sal Maçã Jantar Salada de alface com pimentão Frango grelhado Abóbora refogada Arroz FeijãoMorango Lanche noturno ou ceia Chá Torrada DIETA BRANDA Indicação: • disfagia • dificuldades na mastigação • pós-operatório leve (exceto de cirurgias do trato gastrointestinal-TGI) • afecções gástricas (úlceras e gastrites) Características: • textura atenuada pela cocção das fibras das verduras/legumes/frutas e do tecido conectivo das carnes (para facilitar a mastigação, deglutição, digestão e absorção) Composição química: semelhante à geral VCT = 1600 a 2000 calorias PTN: 10 a 15% do VCT LIP: 25 a 30% do VCT HC: 50 a 60% do VCT DIETA BRANDA Lista completa: Cap 36 – Dietas Orais Hospitalares (Waitzberg, 2009) Alimentos e/ou preparações que podem ser utilizados • Pães, bisnagas, biscoitos sem recheio, bolo simples e massas elaborados com farinha refinada • Legumes e verduras cozidos (em água, no vapor, grelhados) • Frutas cozidas, assadas, sem casca e sucos (frutas cruas, bem maduras) • Carnes cozidas, assadas e grelhadas • Ovos cozidos, mexidos e omeletes Alimentos e/ou preparações, que devem ser evitados • Pães, biscoitos e massas, elaborados com farinha integral e biscoitos com recheio • Legumes, verduras e frutas cruas. Exceção: mamão, banana (de preferência, maduras) e pêra mole • Alimentos gases formadores: Brócolis, batata doce,leguminosas, couve- flor, couve-de-bruxelas, rabanete, repolho, crus e/ou cozidos • Leguminosas (permitido só o caldo) • Ovos fritos e frituras em geral • Doces concentrados e gordurosos •Queijos gordurosos DIETA BRANDA Lista completa: Cap 36 – Dietas Orais Hospitalares (Waitzberg, 2009) EXEMPLO DE DIETA BRANDA Café da manhã Iogurte de frutas Bisnaguinha com margarina Mamão Lanche da manhã Pêra bem madura, sem casca Almoço Acelga refogada Almôndegas de carne Chuchu cozido Arroz Caldo de feijão Goiaba cozida, sem casca Lanche da tarde Leite com café e açúcar Bolacha doce sem recheio Jantar Frango desfiado Purê de cenoura Arroz Caldo de feijão Banana Lanche noturno ou ceia Leite Desnatado Pão de leite DIETA PASTOSA Indicação: • disfagia • dificuldades de mastigação e deglutição - idosos (ausência de dentes naturais ou próteses) • pacientes com doenças neurológicas OBS: Utilizada na transição entre dieta leve e branda Características: • textura macia dos alimentos (alimentos sólidos, amaciados ou moídos) • forma de purês, cremes ou papas; carnes moídas, trituradas ou desfiadas; e suflês. Composição química: quantidade recomendada de nutrientes VCT = 1800 a 2000 calorias PTN: 10 a 15% do VCT LIP: 25 a 30% do VCT HC: 50 a 60% do VCT DIETA PASTOSA Alimentos e/ou preparações, que podem ser utilizados • Pães macios, bisnagas, biscoitos (sem recheio), bolo simples, mingaus • Legumes cozidos, suflês e em purês • Arroz papa • Sopas (macarrão/canja/creme de legumes) • Carnes moídas ou desfiadas e ovos cozidos, mexidos ou omeletes • Pudim, manjar, doce em pasta, gelatina e sorvete de frutas; frutas moles (caqui, pêra, banana moles, mamão), cozidas, raspadas, amassadas (exemplo do cardápio), em purês. Lista completa: Cap 36 – Dietas Orais Hospitalares (Waitzberg, 2009) Alimentos e/ou preparações, que devem ser evitados • Pães, biscoitos e massas, elaborados com farinha integral e biscoitos secos e duros • Legumes, verduras e frutas duras cruas • Iogurte com pedaços de fruta duras e queijos duros • Frutas com polpas duras (laranja, uva, abacaxi, tangerina, caqui chocolate) • Sementes e frutas oleaginosas • Carnes em pedaços grandes e duras, empanadas duras ou crocantes • Ovos fritos e frituras em geral DIETA PASTOSA Lista completa: Cap 36 – Dietas Orais Hospitalares (Waitzberg, 2009) EXEMPLO DE DIETA PASTOSA Café da manhã Café com leite e açúcar Pão de Leite Banana amassada Lanche da manhã Suco de melão Almoço Arroz papa Feijão amassado Carne Moída Purê de jerimum Arroz Doce Lanche da tarde Mingau de maisena Jantar Frango bem desfiado com cebola, tomate e salsa Purê de batatas Arroz papa Feijão batido Abobrinha cozida e amassada Mamão Lanche noturno Leite com café Pão de leite DIETA LEVE (OU PASTOSA LIQUIDIFICADA) Indicação: • disfagia • função gastrointestinal moderadamente reduzida • intolerância aos alimentos sólidos (dificuldade de mastigação e deglutição) • pós-operatório OBS: Utilizada na transição entre a dieta líquida e a pastosa. Características: Alimentos liquidificados (sob a forma de purês fluídos e mingaus ou líquidos) • Composição química: valor nutricional reduzido quando comparada às dietas anteriores, sendo recomendada suplementação, se necessário DIETA LEVE (OU PASTOSA LIQUIDIFICADA) Alimentos e/ou preparações que podem ser utilizados • Água, chá e café com açúcar, água de coco e suco de fruta • Pão sem casca e biscoitos amolecidos • Purê de legumes • Verduras cozidas e liquidificadas • Sopas espessadas com produtos específicos, liquidificadas ou sopas-creme • Frutas cozidas, cruas (sem casca) em papa, amassadas, raspadas ou liquidificadas • Carnes cozidas, desfiadas, liquidificadas ou cortadas em pequenos pedaços. •Ovos cozidos em ponto moles, pochê Lista completa: Cap 36 – Dietas Orais Hospitalares (Waitzberg, 2009) Alimentos e/ou preparações que devem ser evitados • Cereais integrais • Frutas inteiras com casca • Legumes e verduras crus • Grãos de leguminosas • Alimentos enlatados e embutidos • Frituras em geral Lista completa: Cap 36 – Dietas Orais Hospitalares (Waitzberg, 2009) DIETA LEVE (OU PASTOSA LIQUIDIFICADA) EXEMPLO DE DIETA LEVE (OU PASTOSA LIQUIDIFICADA) Café da manhã Vitamina de mamão Pão de forma (não integral) sem casca, com queijo cremoso Lanche da manhã Banana amassada Almoço Sopa de caldo de feijão, abobrinha com macarrão e carne liquidificados Maçã, sem casca, raspada Lanche da tarde Iogurte de morango Jantar Canja (frango, cenoura, arroz) Pudim de leite Lanche noturno Leite com açúcar Biscoito amolecido DIETA LÍQUIDA (OU LÍQUIDA COMPLETA) Indicação: • pós-operatório de cirurgias na boca, plástica de face e pescoço (fratura de mandíbula) • estreitamento esofágico • intolerância a alimentos sólidos ou no preparo para cirurgias/exames no TGI OBS1: Utilizada na transição entre a dieta líquida restrita e a leve OBS2: em risco de broncoaspiração – disfagias. Utilizar espessantes!! Características: Líquida e com fracionamento de 6 a 10x/dia • Composição química: valor nutricional reduzido, com suplementação para aumentar o valor energético, proteico, vitamínico e mineral, em caso de uso prolongado VCT = 1000 a 1500 calorias PTN: 50g/dia LIP: 50 a 65 g/dia CHO: 150 a 170 g/dia DIETA LÍQUIDA (OU LÍQUIDA COMPLETA) Alimentos e/ou preparações que podem ser utilizados • Água, chá, café, água de coco, suco de fruta e bebidas sem gás • Papa ou mingau com farinha de cereais refinados e cozidos podem ser adicionados às bases líquidas • Caldos de carnes, de legumes ou de verduras • Sopas (liquidificadas e peneiradas) de carnes, de ovos, de legumes ou de verduras • Leites, bebidas lácteas, iogurtes, queijos cremosos e suplementos à base de leite • Pudim, manjar, “flan”, cremes, sorvetes, gelatinas Lista completa: Cap 36 – Dietas Orais Hospitalares (Waitzberg, 2009) Alimentos e/ou preparações que devem ser evitados • pães e biscoitos • farelos (de trigo, de arroz, de aveia), farinhas integrais e grãosde cereais • legumes/verduras crus e inteiros • carnes em pedaços e embutidos • queijos duros • frutas duras inteiras DIETA LÍQUIDA (OU LÍQUIDA COMPLETA) Lista completa: Cap 36 – Dietas Orais Hospitalares (Waitzberg, 2009) EXEMPLO DE DIETA LÍQUIDA Café da manhã Vitamina de banana Lanche da manhã Suco de maçã Almoço Sopa de ervilha, macarrão, carne e beterraba liquidificada e peneirada Suco de tangerina Flan de mamão Lanche da tarde Vitamina de morango Jantar Sopa de feijão, frango e abóbora, liquidificada e peneirada Gelatina Lanche noturno Água de coco DIETA LÍQUIDA RESTRITA (OU CRISTALINA OU DE LÍQUIDOS CLAROS) Indicação: • pré-operatório de cirurgias do cólon • pós-operatório imediato de cirurgias do TGI • dieta de transição da terapia nutricional enteral • dieta de transição da nutrição parenteral e introdução da via oral OBS: Finalidade de hidratação e mínima formação de resíduos Características: líquidos claros- presença de água, límpidos e ricos em carboidratos [máximo repouso digestivo] Fracionamento: 10 a 12 refeições/dia - De 1 ou 1 e ½ hora de intervalo • Composição química: valor nutricional muito reduzido, devido à restrição de alimentos - transição Paciente recebe essa dieta, no máximo, por 1 a 2 dias, por ser muito desbalanceada 100 a 200mL/ refeição 550 a 600 kcal 5 a 10 g de PTN / 120 a 130g de CHO / Mínimo de LIP Sem vitaminas e minerais ↓Na e K DIETA LÍQUIDA RESTRITA (OU CRISTALINA OU DE LÍQUIDOS CLAROS) Alimentos que podem ser utilizados • Água natural, sem gás, chás (camomila/erva-doce/erva-cidreira/capim santo) e café descafeinado • Água de coco e sucos de frutas coados • Caldos coados de legumes/verduras/carnes • Gelatinas, bebidas isotônicas e sorvetes à base de frutas Alimentos que devem ser evitados • Consistência sólida ou espessa, e que não estejam entre os alimentos que podem ser utilizados. Sucos de frutas diluídos (claros) Limonada a 5%, sucos de fruta sem polpa a 50%, açúcar a 5% e monossacarídeos como mel Karo, dextrosol a 10% Exemplo de Dieta Líquida Restrita Café da manhã Chá de erva cidreira com açúcar Lanche da manhã 1 Suco de laranja coado Lanche da manhã 2 Água de coco Almoço Caldo de legumes e carnes coados Picolé de fruta Lanche da Tarde 1 Água de coco Lanche da tarde 2 Suco de uva coado Jantar Caldo de legumes e carnes coado Gelatina Lanche noturno Chá de camomila com açúcar “DIETA” ZERO (JEJUM) Alimentos recomendados: • Nenhum Alimentos que devem ser evitados • Todos Guidelines da ESPEN sugerem que devem ser ingeridos líquidos claros (água, sucos claros, café e chá, excluindo leites e líquidos gordurosos, até 2 horas antes da anestesia, evitando jejum prolongado. Evidência nível A ESPEN Guidelines on enteral nutrition: surgery including organ transplantation, 2006 Indicação: • Pacientes em pré e pós-operatórios ou preparos de exames agendados, que exijam tal procedimento. OBS: Deve-se controlar a duração exata do tempo de jejum, evitando que o paciente permaneça com dieta zero além do necessário. Características: • Ausência da ingestão de alimentos, por via oral. • Valor Calórico: 0 kcal (via oral). TEMPO DE JEJUM PRÉ-OPERATÓRIO Tipos de Alimentos Jejum* Grupo etário Líquidos claros Água, sucos translúcidos sem polpa, bebidas adocicadas, chás claros 2h Todas as idades Alimentos sólidos Líquidos claros e torradas Refeição leve (leite e derivados, pão, frutas e outros) 6h Mín. 8h Todas as idades Infantis Leite Materno Fórmulas Infantis Outros Leites Mín. 4h Mín. 6h Mín. 6h Bebês e crianças *Tempo de jejum antes da cirurgia. Adaptado de ASA (1999) ASA = The American Society of Anesthesiologists RECAPITULANDO... Exemplo de almoço: DIETA GERAL: • Salada de Alface, Tomate e Azeite • Filé de Frango sem Pele grelhado • Legumes cozidos (batata, cenoura, chuchu) • Arroz • Feijão • Sobremesa: banana DIETA BRANDA: • Legumes cozidos (batata, beterraba, chuchu) • Almôndegas de carne moída com molho • Suflê de cenoura • Arroz • Sobremesa: arroz doce RECAPITULANDO... Exemplo de almoço: DIETA PASTOSA: • Carne moída refogada com purê de batatas (escondidinho de carne) • Purê de tomate • Suflê de cenoura • Arroz papa • Sobremesa: mamão RECAPITULANDO... Exemplo de almoço: DIETA LÍQUIDA: • Sopa com mandioquinha e frango, liquidificada e peneirada • Sobremesa: gelatina RECAPITULANDO... Exemplo de almoço: DIETA LÍQUIDA RESTRITA: • Caldo de legumes e carne coado • Sobremesa: picolé Apenas o caldo coado da sopa! RECAPITULANDO... Exemplo de almoço: Dietas modificadas quanto ao valor calórico e à proporção de macronutrientes Dieta hipocalórica Dieta hipercalórica • As dietas podem ser: hipo ou hiperlipídicas hipo ou hiperproteicas hipo ou hiperglicídica Dietas modificadas quanto à restrição/acréscimo de nutrientes DIETA HIPOSSÓDICA Indicação: • pacientes que necessitam controlar a ingestão de sódio Características: - Alimentos preparados sem adição de sal - Sem produtos/alimentos embutidos (linguiça, salame, mortadela, salsicha, presunto), enlatados com salmoura – ervilha, milho, palmito, “envidrados” com salmoura (azeitona, palmito), a granel (azeitonas, tremoços, picles), queijos muito salgados, sopas e temperos industrializados (tabletes, pó, líquidos – shoyu, molho inglês, mostarda, catchup, molhos prontos para saladas). - Pães (francês, italiano...), biscoitos industrializados, margarina/manteiga com sal, maionese, macarrão instantâneo com tempero industrializado, “salgadinhos” (amendoim, castanha de caju, batata frita). DIETA LAXATIVA Indicação: • Constipação intestinal • Alimentos com grande quantidade de fibras insolúveis Exemplos de alimentos: ameixa fresca, ameixa seca, morango, melancia, laranja, mamão, melão, tangerina, kiwi, abacaxi, manga, banana nanica, pinha, caqui, tamarindo, jaca, uva com casca, agrião, couve, alface, almeirão, nabo, acelga, maxixe, palmito, azeitona, pepino, berinjela, rúcula, tomate, cogumelo, abóbora, abobrinha, espinafre, beterraba, folha de mostarda, brócolis, jiló, broto de feijão, repolho, cenoura crua, quiabo, couve-flor, vagem, chuchu, ervilhas, grão de bico, fava, lentilha, feijão, soja, iogurte, milho, cereais integrais e farelo de trigo DIETA OBSTIPANTE Indicação: • Diarreia (situações clínicas específicas ou por efeito farmacológico) Exemplos de alimentos: Acerola, carambola, limão, lima, banana maçã, banana prata, caju, goiaba, jabuticaba, maçã, pêra, aipim (mandioca ou macaxeira), mandioquinha, batata doce, batata inglesa, cará, cenoura cozida, inhame, arroz branco, biscoito e pães não integrais, farinha de mandioca, farinha de trigo branca, fécula de batata, macarrão. DIETA COM RESTRIÇÃO HÍDRICA Indicação: • pacientes que necessitam de ingestão controlada de líquidos Características: Restringem-se líquidos e preparações com grande quantidade de umidade. A distribuição dos alimentos líquidos se dá de acordo com a aceitação do paciente. • Considera-se o teor médio de umidade das frutas para incluí-las nas dietas, conforme a aceitação e restrição hídrica individual • Exemplos no próximo slide... DIETA COM RESTRIÇÃO HÍDRICA - Frutas commuito baixo teor de líquidos: açaí, abacate, tamarindo - Frutas com baixo teor de líquidos: banana (nanica, prata, ouro, maçã, da terra), caqui, cereja, siriguela, coco, cupuaçu, figo, fruta do conde, goiaba, graviola, jaca, kiwi, manga, maracujá, romã, uva (niágara, itália, rubi) - Frutas com teor médio de líquidos: abacaxi, ameixa, amora, cajá manga, caju, damasco, jabuticaba, laranja (pêra, lima, bahia, da pérsia), maçã, mamão (formosa, papaia), mangaba, tangerina, pêra - Frutas com alto teor de líquidos: acerola, carambola, grape fruit, nectarina, pêssego, pitanga - Frutas com muito alto teor de líquidos: melancia, melão, morango. Obrigada! DECLINAÇÃO DE DIETA GERAL BRANDA PASTOSA LEVE LÍQUIDA PRATO PROTEICO GUARNIÇÃO ARROZ FEIJÃO SALADA SOBREMESA Bife acebolado Carne de panela bem cozida Carne moída Carne liquidificada Carne liquidificada Batata corada Batata bem cozida Purê de batatas mais pastoso Purê de batatas mais líquido - Arroz branco Arroz bem cozido Arroz papa Arroz papa - Feijão cozido Caldo de feijão Caldo de feijão Sopa liquidificada - Alface e tomate - - - Só caldo do cozimento Abacaxi Banana Mamão picado Creme de mamão Gelatina Exemplos de Cardápios de Dietas Hospitalares de Rotina Dieta Líquida Restrita Dieta Líquida Restrita Dieta Líquida Restrita Dieta Líquida Completa Dieta Líquida Completa Dieta Líquida Completa Dieta Pastosa Dieta Branda ESTUDO DE CASO 1 Identificação do paciente Nome: P. C. A. S. Sexo: masculino Idade: 56 anos Anamnese - 12 dentes naturais, sem prótese ANAMNESE ALIMENTAR Café da manhã (8 h): 1 xícara (pequena) de café adoçado, ½ pão francês ,com margarina Lanche da manhã : ausente - passava a manhã, no bar, bebendo cachaça; começava às 8 h e retornava pra casa às 12h, para almoçar Almoço (12 h): 2 colheres de sopa de arroz , ½ pegador de macarrão, 2 colheres de sopa de feijão , ½ bife médio. Lanche da tarde: ausente - passava a tarde, dormindo. Jantar (18 h): 2 xícaras (pequenas) de café adoçado OBS: depois de tomar essas duas xícaras de café, ia para o bar e ficava até às 23-24h. Chegava e dormia. Lanche noturno (madrugada): quase todos os dias, acordava com muita fome; cozinhava dois ovos e comia com muito sal CONDUTA? ESTUDO DE CASO 2 Identificação do paciente Nome: A. P. V. Sexo: feminino Idade : 63 anos Diagnóstico: - DM2 - sequela de AVC Anamnese - diarreia - úlcera de pressão, na região sacral - 10 dentes presentes - alimenta-se com dificuldade, devido às sequelas do AVC - acamada no domicílio, sob cuidados da família Dados antropométricos: Circunferência do punho =13 cm Altura estimada = 1,59 m Peso estimado = 46 kg CONDUTA? ESTUDO DE CASO 3 Identificação do paciente Nome: J. R. P. D Sexo: masculino Idade: 28 anos Diagnósticos clínicos: - trauma abdominal aberto - trauma nos membros inferiores Dieta: -“zero” - saindo do centro cirúrgico (TGI) - Paciente ainda em nutrição enteral - Início da VO recomendada Anamnese: Referiu estar alcoolizado, no momento do acidente Negou DM2 Mãe referiu altura de 1,69 m e peso de 65 kg Circunferência do punho: 15 cm Referiu alimentação por via oral antes do acidente OBS: Vítima de acidente de moto: partes da moto perfuraram o abdome, atingindo principalmente o estômago e intestino CONDUTA?
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