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UFF - IME - Departamento de Matema´tica Aplicada Turma T1 Revisa˜o para a 2a VE de Ca´lculo 1A 1. Se f : [0, 3]→ R e´ uma func¸a˜o diferencia´vel tal que f(0) = 1, f(1) = 2, f(2) = 2, f(3) = 0, (a) Prove que existem x0, x1, x2 em [0, 3] tais que f ′ (x0) = 1 2 , f ′ (x1) = 0, f ′ (x2) = −1. Soluc¸a˜o: Como f e´ deriva´vel em [0, 3], em particular em [0, 2], pelo Teorema do Valor Me´dio, existe x0 ∈ [0, 2] tal que f ′(x0) = f(2)− f(0) 2− 0 = 2− 1 2− 0 = 1 2 . Da mesma forma, existe x1 ∈ [1, 2] tal que f ′(x1) = f(2)− f(1) 2− 1 2− 2 2− 1 = 0 e x2 ∈ [1, 3] tal que f ′(x2) = f(3)− f(1) 3− 1 = 0− 2 3− 1 = −1. (b) Por que podemos dizer que f possui um ponto de ma´ximo em [0, 3]? Soluc¸a˜o: A func¸a˜o f e´ deriva´vel, logo cont´ınua, no intervalo fechado [0, 3], logo possui pelo menos um ponto de ma´ximo nesse intervalo. (c) Podemos afirmar que o ma´ximo de f e´ atingido no intervalo [1, 2]? Soluc¸a˜o: Falso. Veja o exemplo abaixo: (d) Se f(x) < 2 para todo x ∈ [0, 1), podemos afirmar que o ma´ximo de f e´ atingido em [1, 3]? Soluc¸a˜o: Pelo item (b), sabemos que f possui um ma´ximo em [0, 3]. Este ma´ximo na˜o pode acontecer em um ponto x0 ∈ [0, 1), pois, neste caso, ter´ıamos f(x0) < 2 = f(1), logo x0 na˜o seria ponto de ma´ximo. Assim, o ma´ximo deve acontecer em [0, 3]− [0, 1) = [1, 3]. 2. Por que sen x ≤ x para todo x ∈ [0, 2pi]? Soluc¸a˜o: Define f(x) = senx − x. Para provarmos que senx ≤ x em [0, 2pi], basta provarmos que f(x) ≤ 0. Primeiramente, veja que f(0) = sen(0)− 0 = 0. E, ale´m disso, f ′(x) = cos(x)− 1 < 0 em (0, 2pi)]. Assim, f(0) = 0 e f e´ decrescente em (0, 2pi). Com isso, f(x) < 0 para todo x ∈ (0, 2pi], logo f(x) 6 x, para x ∈ [0, 2pi]. 3. Quantas ra´ızes possui o polinoˆmio p(x) = x3 − 3x2 + 3x+ 3? Soluc¸a˜o: Repare que p(−2) = −23 < 0 e p(0) = 3. Assim, como a func¸a˜o polinomial definida por p(x) e´ cont´ınua, pelo Teorema do Valor Intermedia´rio, existe x0 ∈ (−2, 0) tal que p(x0) = 0. Assim, p possui pelo menos uma raiz. Por outro lado, p′(x) = 3x2− 6x+ 3 = 3(x2− 2x+ 1) que e´ maior ou igual a 0, sendo 0 apenas para x = 1. Com isso, p(x) e´ crescente. Assim, p(x) na˜o admitira´ outra raiz. 4. Considere a func¸a˜o f(x) = 1 x − x3, com x > 0. (a) Mostre que existe a inversa f−1 de f . Como f ′(x) = − 1 x2 − 3x2 < 0, a func¸a˜o f e´ decrescente. Assim, existe a inversa f−1 : Im(f)→ Dom(f). E´ interessante descobrir a imagem de f , para sabermos onde a f−1 esta´ definida. Como lim x→0+ ( 1 x − x3 ) = +∞ e lim x→+∞ ( 1 x − x3 ) = −∞, temos Im(f) = R, logo f−1 : R→ (0,+∞). (b) Determine f−1(0) e (f−1)′ (0) Soluc¸a˜o: Sabemos que f−1(0) = x⇔ f(x) = 0⇔ 1 x − x3 = 0. Resolvendo a equac¸a˜o, temos x = 1. Com isso, f−1(0) = 1. Temos ( f−1 )′ (0) = 1 f ′ (f−1(0)) = 1 f ′(1) . Como f ′(x) = − 1 x2 − 3x2, temos f ′(1) = −2, logo( f−1 )′ (0) = 1 f ′(1) = −1 2 . 5. Determine os seguintes limites: (a) lim x→+∞ ln(ln x) lnx (b) lim x→0+ x e 1 x Soluc¸a˜o: (a) Tanto o limite do numerador quanto do denominador sa˜o +∞. Logo, podemos aplicar a Regra de L’Hoˆpital. Assim, lim x→+∞ ln(ln x) lnx = lim x→+∞ (ln(ln x))′ (lnx)′ = lim x→+∞ 1 x ln x 1 x = lim x→+∞ 1 ln x = 0. (b) Temos uma indeterminac¸a˜o da forma 0 · ∞. Podemos transformar em ∞/∞ escrevendo na forma lim x→0+ x e 1 x = lim x→0+ e 1 x 1 x . Aplicando L’Hoˆpital, lim x→0+ x e 1 x = lim x→0+ e 1 x 1 x = lim x→0+ ( e 1 x )′ ( 1 x )′ = lim x→0+ − 1 x2 e 1 x − 1 x2 = lim x→0+ e 1 x = +∞. 6. A partir do Polinoˆmio de Taylor de ordem n da func¸a˜o f(x) = ex, em torno de x = 0, determine uma aproximac¸a˜o de e. Soluc¸a˜o: Todas as derivadas de f(x) = ex sa˜o iguais a ex, isto e´, f ′(x) = ex, f ′′(x) = ex, f (3)(x) = ex, ..., f (n)(x) = ex. No ponto x = 0, teremos f ′(0) = e0 = 1, f ′′(0) = e0 = 1, f (3)(0) = e0 = 1, ..., f (n)(0) = e0 = 1. O Polinoˆmio de Taylor de ordem n em torno de x = 0 e´ dado por Tn(x) = f(0) + f ′(x) (x− 0) + f ′′(0) 2 (x− 0)2 + ...+ f (n)(0) n! (x− 0)n, logo Tn(x) = 1 + x+ x2 2 + ...+ xn n! . Assim, ex ≡ 1 + x+ x 2 2 + ...+ xn n! . 7. Considere a func¸a˜o f(x) = x2e−x, definida no seu maior domı´nio poss´ıvel. (a) Determine as intersec¸o˜es do gra´fico de f com os eixos coordenados. Soluc¸a˜o: A intersec¸a˜o com o eixo vertical ocorre quando x = 0. Assim, temos o ponto (0, f(0)) = (0, 0). Para termos intersec¸a˜o com o eixo horizontal, devemos ter f(x) = 0, que equivale a x2e−x = 0. Como e−x > 0 para todo x, devemos enta˜o ter x2 = 0, ou, equivalentemente, x = 0. Assim, a u´nica intersec¸a˜o com o eixo x e´ o pro´prio (0, 0) ja´ obtido acima. (b) Determine se f possui algum tipo de simetria. Soluc¸a˜o: f(−x) = (−x)2e−(−x) = x2ex, que e´ diferente de f(x) = x2e−x e de −f(−x) = −x2e−x. Assim, f na˜o e´ par nem ı´mpar, na˜o tendo, portanto qualquer simetria. (c) Determine em quais intervalos a func¸a˜o e´ crescente e em quais ela e´ decrescente, apresentando os pontos de ma´ximo ou mı´nimo locais, se existirem. Soluc¸a˜o: Derivando, temos f ′(x) = 2x e−x − x2e−x = e−x(2x− x2). Como e−x e´ sempre positivo, o sinal da derivada e´ dado pelo sinal de 2x − x2. AS ra´ızes de 2x− x2 sa˜o 0 e 2, e f ′(x) < 0⇔ x ∈ (−∞, 0) ∪ (2,+∞), f ′(x) > 0⇔ x ∈ (0, 2). Assim, f e´ decrescente em (−∞, 0)∪ (2,+∞) e crescente em (0, 2). Note ainda que, pelo teste da derivada primeira, x = 0 e´ ponto de mı´nimo local e x = 2 e´ ponto de ma´ximo local. (d) Determine os intervalos em que f tem concavidade para baixo, e aqueles em que a concavidade e´ para cima. Determine tambe´m os pontos de inflexa˜o. Soluc¸a˜o: Derivando novamente, temos f ′′(x) = ( e−x(2x− x2))′ = −e−x(2x− x2) + e−x(2− 2x) = e−x(x2 − 4x+ 2). Como acima, f ′′(x) = 0⇔ x2 − 4x+ 2 = 0⇔ x = 2−√2 ou x = 2 +√2, e f ′′(x) > 0⇔ x ∈ (−∞, 2− √ 2) ∪ (2 + √ 2,+∞) f ′′(x) < 0⇔ x ∈ (2− √ 2, 2 + √ 2). Assim, f tem concavidade para cima em (−∞, 2 − √2) ∪ (2 + √2,+∞) e para baixo em (2−√2, 2 +√2). Os pontos de inflexa˜o sa˜o 2−√2 e 2 +√2. (e) Esboce o gra´fico de f , utilizando todas as informac¸o˜es dos itens anteriores, e destacando os pontos encontrados. Soluc¸a˜o: Para ajudar no gra´fico, vamos verificar a existeˆncia de ass´ıntotas: lim x→+∞ f(x) = lim x→+∞ x2 e−x = 0. lim x→−∞ f(x) = lim x→−∞ x2 e−x = lim x→−∞ 2x −e−x = limx→−∞ 2 e−x = +∞. (no limite x→ −∞ acima, utilizamos L’Hoˆpital nas indeterminac¸o˜es ∞/∞.) Reunindo essas informac¸o˜es e as obtidas nos itens anteriores, temos o gra´fico abaixo: (f) A func¸a˜o possui ma´ximos ou mı´nimos globais? Soluc¸a˜o: A func¸a˜o na˜o possui ponto de ma´ximo absoluto, e o ponto de mı´nimo global e´ x = 0. 8. Uma lata sera´ fabricada com capacidade de 1 litro. Se o material da tampa e do fundo custa o dobro, por unidade de a´rea, do material da lateral, quais as dimenso˜es da lata cuja fabricac¸a˜o e´ mais barata? Soluc¸a˜o: Sejam r o raio da base da lata e h a altura. A a´rea lateral da lata sera´ dada por 2pirh, e a a´rea do fundo e da tampa sera˜o iguais a pir2. Se o custo do material da lateral e´ k por unidade de a´rea, o custo da tampa e fundo sera´ 2k. Com isso, o custo total sera´ C = k · 2pirh+ 2k · pir2 + 2k · pir2 = k(2pirh+ 4pir2). O volume da lata e´ dado por V = pihr2, e, como o volume foi fixado em 1, temos pihr2 = 1 ∴ h = 1 pir2 . Com isso, C(r) = k ( 2pir 1 pir2 + 4r2 ) = k ( 2 r + 4pir2 ) . Repare ainda que o domı´nio de C(r) e´ (0,+∞). Os poss´ıveis ma´ximos e mı´nimos sa˜o os pontos em que f ′(x) = 0. como C ′(r) = k ( − 2 r2 + 8pir ) temos k( − 2 r2 + 8pir ) = 0, logo 8pir = 2 r2 ∴ r3 = 1 4pi , e enta˜o r = 3 √ 1 4pi . Precisamos ainda verificar se o custo na˜o decresce indefinidamente quando nos vamos aos extremos do intervalo: lim r→0+ C(r) = lim r→0+ k ( 2 r + 4pir2 ) = +∞, lim r→+∞ C(r) = lim r→+∞ k ( 2 r + 4pir2 ) = +∞. Assim, o menor valor do custo ocorre para r = 3 √ 1 4pi . 9. Quadrados iguais sa˜o cortados de cada canto de um pedac¸o retangular de cartolina, medindo 8cm de largura e 15cm de comprimento. Uma caixa sem tampa e´ constru´ıda virando os lados para cima. Determine o comprimento dos lados dos quadrados que devem ser cortados para a produc¸a˜o de uma caixa de volume ma´ximo. Soluc¸a˜o: Chamemos de x o lado do quadrado que sera´ recortado de cada canto. Se dobrarmos as ”abas” da figura acima para formar as laterais da caixa, teremos um paralelep´ıpedo de base de medidas 8− 2x e 15− 2x, com altura x. Assim, o volume sera´ V = x · (8− 2x) · (15− 2x) = 4x3 − 46x2 + 120x. Derivando e igualando a zero, temos V ′(x) = 12x2 − 92x+ 120 = (x− 6)(12x− 20) = 0, que nos da´ x = 6 ou x = 5/3. Repare que x deve estar no intervalo (0, 4), pois pode ser, no ma´ximo, igual a` metade da medida do menor lado do pedac¸o de cartolina. Assim, desprezamos o x = 6, e consideramos como u´nico ponto cr´ıtico va´lido o x = 5/3. V ′′(x) = 24x− 92 ∴ V ′′(5/3) = −52 < 0. Ale´m disso, precisamos ter certeza de que os extremos do intervalo na˜o nos da˜o um valor maior para o volume, mas este na˜o e´ o caso, pois V (0) = 0 e V (4) = 0. Assim, o maior volume poss´ıvel e´ obtido com x = 5/3. 10. A acelerac¸a˜o de um mo´vel e´ dada, em func¸a˜o do tempo t, por a(t) = 2− 1 4 √ x3 . Sabendo que, em t = 1, a velocidade do mo´vel e´ de 1 2 e que sua posic¸a˜o, em t = 0 e´ igual a 1, determine a posic¸a˜o em func¸a˜o de t, para qualquer t > 0. Soluc¸a˜o: A velocidade v(t) do mo´vel e´ dado pela integral da acelerac¸a˜o a(t), visto que a acelerac¸a˜o e´ a variac¸a˜o instantaˆnea (derivada, portanto) da velocidade. Assim, v(t) = ∫ ( 2− 1 4 √ x3 ) dx = ∫ ( 2− 1 4 x− 3 2 ) dx = 2x− 1 4 · (−2)x− 12 + C = 2x+ 1 2 x− 1 2 + C. Como a velocidade em t = 1 e´ de 1 2 , temos 1 2 = v(1) = 2(1) + 1 2 (1)− 1 2 + C = 2 + 1 2 + C, logo C = −2. Assim, v(t) = 2x+ 1 2 x− 1 2 − 2. A posic¸a˜o s(t) e´ a integral da velocidade, pois a velocidade e´ a derivada da posic¸a˜o. Assim, s(t) = ∫ ( 2x+ 1 2 x− 1 2 − 2 ) dx = x2 + x 1 2 − 2x+ C2 = x2 + √ x− 2x+ C2. Como s(0) = 1, pelo que foi dado no enunciado, temos 1 = 02 + √ 0− 2 · 0 + C2 ∴ C2 = 1. Assim, s(t) = x2 + √ x− 2x+ 1. 11. Calcule as integrais: (a) ∫ x2 ( 1−√x+ 4x) dx (b) ∫ x2 1 + x2 dx (dica: (arctg x)′ = 1 1+x2 ) Soluc¸a˜o: (a) ∫ x2 ( 1−√x+ 4x) dx = ∫ (x2 − x2√x+ 4x3) dx = ∫ (x2 − x 52 + 4x3) dx = = 1 3 x3 − 2 7 x 7 2 + x4 + C (b) ∫ x2 1 + x2 dx = ∫ 1 + x2 − 1 1 + x2 dx = ∫ ( 1 + x2 1 + x2 − 1 1 + x2 ) dx = ∫ ( 1− 1 1 + x2 ) dx =∫ 1 dx− ∫ 1 1 + x2 dx = x− arctg x+ C 12. Se a expressa˜o da segunda derivada de f , em func¸a˜o de x e´ f ′′(x) = ex x2 ( x2 + e−x ) , e sabendo que f(1) = 1, f ′(1) = e, (a) aproxime f(x) por um polinoˆmio de grau 2 em torno do x = 1; e Soluc¸a˜o: Repare que podemos simplificar f ′′(x) = ex x2 x2 + ex x2 e−x = ex + 1 x2 = ex + x−2; Tal aproximac¸a˜o sera´ dada por f(x) ' f(1) + f ′(1)(x− 1) + f ′′(1) 2 (x− 1)2. Como f(1) = 1, f ′(1) = e e f ′′(1) = e1 + 1−2 = e+ 1. Assim, f(x) ' 1 + e · (x− 1) + (e+ 1) 2 (x− 1)2. (b) determine f(x). Soluc¸a˜o: Veja que f ′(x) = ∫ f(x) dx = ∫ (ex + x−2) dx = ex − x−1 + C. Como f ′(1) = e, temos e = f ′(1) = e1 − 1−1 + C = e− 1 + C, logo C = 1. Assim, f ′(x) = ex − x−1 + 1. Temos tambe´m f(x) = ∫ f ′(x) dx = ∫ (ex − x−1 + 1) dx = ex − log |x|+ x+D. Como 1 = f(0) = e1 − log |1|+ 1 +D = e+ 1 +D, temos D = −e. Assim, f(x) = ex − log |x|+ x− e.
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