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ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR DE BOVINOS

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1 
 
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR DE BOVINOS 
Raquel Soares Carvalho¹ 
¹Acadêmica de Medicina Veterinária – Faculdade Integrado de Campo Mourão. 
raquel.s.c@hotmail.com 
 
Resumo: Anatomia é a ciência que estuda a forma e a estrutura dos organismos, o significado 
literal dessa palavra é cortar, separar em partes, isso está relacionado com a dissecação, um 
dos métodos de estudo dessa área. Já na fisiologia se estuda as funções de todas as partes, 
como as células e seus componentes, os tecidos, os órgãos e por fim os sistemas como um 
todo. Na fisiologia também estão inclusos processos bioquímicos e biofísicos. Apesar de a 
anatomia e a fisiologia serem de certa forma tratadas como disciplinas independentes, estão 
intimamente ligadas, pois para se entender a função é necessário um conhecimento básico 
da estrutura, assim como estudar apenas a forma sem a sua função não teria tanto valor 
prático. O presente artigo tem por objetivo apresentar a anatomia e a fisiologia do sistema 
reprodutor de machos e fêmeas, utilizando como base de estudo os bovinos. Pode-se afirmar 
que a reprodução é uma área de extrema importância, pois é a responsável pela manutenção 
e perpetuação das espécies. 
Palavras-chave: bovinos, forma, função, órgãos reprodutores, reprodução 
 
INTRODUÇÃO 
 O estudo da anatomia que se refere ao sistema reprodutivo é a esplancnologia, na 
fisiologia podemos chamar de fisiologia reprodutiva. As principais estruturas desse sistema 
são os ovários e os testículos (FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
 É muito importante o estudo da reprodução, pois ela é responsável por manter as 
espécies. A pecuária vem crescendo cada vez mais e com isso vários avanços surgiram, como 
a inseminação artificial (IA), que é uma técnica muito usada na reprodução animal, possui 
baixo custo e apresenta ótimos resultados em questões de melhoramento genético. E a 
transferência de embriões (TE), que permite recolher embriões de uma fêmea doadora e 
transferi-los para fêmeas receptoras, assim surge a possibilidade de uma fêmea com boa 
genética produzir um número muito maior de descendentes em sua vida reprodutiva, do que 
produziria naturalmente. Existem ainda outras técnicas como a produção in vitro (PIV), 
sincronização de cio, clonagem, entre outras. Os desafios reprodutivos incluem diversos 
fatores como, anestro, repetição de cio, retardamento da puberdade e maturidade sexual, 
aborto e retenção de placenta. A eficiência reprodutiva está intimamente relacionada com o 
potencial genético, alimentação e bem estar animal (EMBRAPA, 2006). 
O trato reprodutivo do macho produz o gameta masculino (espermatozoide) e o libera 
no trato reprodutivo da fêmea. No macho o sistema reprodutivo está relacionado ao urinário, 
2 
 
os tubos e ductos são interdependentes. O trato reprodutivo da fêmea produz o gameta 
feminino (óvulo), libera-o em um local onde seja possível a fertilização pelo gameta masculino, 
fornece um ambiente para o crescimento e desenvolvimento do embrião e então quando o 
feto for capaz de sobreviver no meio externo, o expele (FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 
2005). 
No macho o sistema consiste em dois testículos no escroto, órgãos acessórios e pênis. 
Na fêmea consiste em dois ovários, duas tubas uterinas, útero, vagina e vulva (FRANDSON; 
LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
Este artigo tem por objetivo apresentar a anatomia e a fisiologia dos órgãos do sistema 
reprodutor de machos e fêmeas, com foco na espécie dos bovinos. 
 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
Anatomia do sistema reprodutor dos machos 
Testículos 
 A principal função dos testículos é a formação dos espermatozoides e a secreção de 
testosterona. Os testículos do touro estão próximos à flexura sigmóide do pênis, o escroto do 
ruminante é dorsoventralmente alongado e perpendicular. Uma estrutura essencial é o cordão 
espermático, ele é o responsável por sustentar cada testículo no escroto e é composto por 
vasos sanguíneos, nervos, linfáticos e o ducto deferente. O cordão e o testículo estão 
revestidos pela túnica vaginal (KOLB, 1984). 
 O testículo consiste em uma massa de túbulos seminíferos circundados pela camada 
fibrosa chamada túnica albugínea. É nos túbulos seminíferos que ocorre a espermatogênese 
(formação de espermatozoides), eles liberam esperma na rede testicular, que drena dentro 
dos dúctulos eferentes. O tecido conjuntivo entre os túbulos seminíferos possui células 
instersticiais, estas secretam o hormônio masculino (testosterona) quando estimuladas pelo 
hormônio luteinizante (LH). E as células sustentaculares nutrem o espermatozoide em 
desenvolvimento (FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
 Algumas características anatômicas dos testículos garantem a regulação da 
temperatura testicular, esta deve ser menor que a temperatura corporal para que possa 
ocorrer a produção de espermatozoides (HAFEZ; HAFEZ, 2004). 
Epidídimo 
 O epidídimo é o principal local de estoque de espermatozoides, é composto pelo ducto 
epididimário, o qual conecta os dúctulos eferentes com o ducto deferente. No epidídimo os 
espermatozoides sofrem uma fase de maturação antes de estarem prontos para fertilizar um 
óvulo. Ele é dividido em cabeça, corpo e cauda. O epidídimo do touro apresenta uma grande 
capacidade de armazenamento (KOLB, 1984). 
Ducto Deferente 
3 
 
O ducto deferente é um tubo muscular que sofre contrações peristálticas durante a 
ejaculação, mandando os espermatozoides do epidídimo para a uretra. O ducto deixa a cauda 
do epidídimo, passa através do canal inguinal e dentro do abdome retorna caudalmente 
(FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
Escroto 
 O escroto é uma bolsa cutânea do tamanho dos testículos que envolve. A pele escrotal 
é fina, flexível e sem pelo. O escroto possui a túnica dartos, esta apresenta fibras de músculo 
liso, que durante exposições ao frio se contraem para ajudar a manter o testículo contra a 
parede abdominal. Essa mesma túnica também manda uma lâmina fibrosa para o plano 
mediano, o septo escrotal, que divide o escroto em dois compartimentos, um para cada 
testículo. Existe ainda o músculo cremaster, que também ajuda a impelir o testículo para 
próximo da parede do corpo, quando a temperatura esta baixa ou ainda como um reflexo 
protetor (FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
Canal inguinal 
 O canal inguinal é a passagem da cavidade abdominal para o exterior do corpo, ele se 
estende do anel inguinal profundo (interno) ao anel inguinal superficial (externo). O canal é 
um espaço que permite apenas a passagem do cordão espermático e dos vasos e nervos 
inguinais. Caso o anel interno e o canal forem muito espaçosos, uma alça do intestino pode 
passar para dentro do escroto, gerando uma hérnia inguinal (FRANDSON; LEE WILKE; DEE 
FAILS, 2005). 
Glândulas acessórias 
 As glândulas acessórias fornecem o veículo para o transporte dos espermatozoides, o 
volume do sêmen. O sêmen proporciona condições favoráveis para a nutrição do 
espermatozoide e age como tampão contra a acidez do trato genital da fêmea (HAFEZ; 
HAFEZ, 2004). 
 As glândulas sexuais são divididas em: ampolas, glândulas vesiculares, próstata e 
glândulas bulbouretrais. As ampolas são aumentos associados às extremidades dos ductos 
deferentes, que contribuem para o volume do sêmen, estas são bem desenvolvidas nos 
touros. As glândulas vesiculares são glândulas pares associadas à prega genital, as do touro 
são lobuladas e de tamanho considerável. A próstata é uma glândula única que circunda a 
uretra pélvica, seus ductos abrem-se em duas fileiras paralelas no lúmen da uretra, ela produz 
uma secreção que é responsável por dar o odor característico do sêmen. Glândulas 
bulbouretrais são glândulaspares em cada lado da uretra pélvica, craniais ao arco isquiático 
e caudais às outras glândulas acessórias (FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
Pênis 
 O pênis é o órgão masculino da cópula, pode ser dividido em três partes: extremidade 
livre ou glande, a porção principal ou corpo, e duas raízes ou ramos. A estrutura interna do 
4 
 
pênis é formada por corpos cavernosos repletos de capilares sanguíneos divididos por 
trabéculas. Os ruiminantes apresentam pênis fibroelástico, em que as trabéculas formam o 
volume do pênis, em consequência disso o pênis é firme mesmo quando não está ereto 
(FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
A ereção do pênis ocorre com a dilatação das artérias que suprem os corpos 
cavernosos. Nos ruminantes, o músculo retrator do pênis controla o comprimento do mesmo, 
pela ação na flexura sigmoide. Antes da ejaculação ocorre a emissão (vinda dos 
espermatozoides para a uretra pélvica), então é formado o sêmen, com a mistura das 
secreções das glândulas acessórias e os espermatozoides. A ejaculação depende das 
contrações do epidídimo, do ducto deferente e dos músculos do pênis na região da uretra 
(HAFEZ; HAFEZ, 2004). 
Musculatura genital masculina 
 O músculo uretral é estriado e está associado à porção pélvica da uretra, no bovino 
envolve apenas as faces ventral e lateral da uretra. Ele forma o esfíncter da bexiga e durante 
a ejaculação ajuda a expelir o sêmen pela uretra (FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 
2005). 
 Músculo bulboesponjoso circunda a uretra, o bulbo e o pênis. Ele continua a ação do 
músculo uretral de esvaziamento da uretra. Os músculos isquiocavernosos são estriados 
pares e recobrem a face superficial do ramo do pênis (FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 
2005). 
 Músculos retratores do pênis são músculos lisos que passam ventralmente no canal 
anal e em seguida continuam na linha mediana do pênis superficial à uretra (FRANDSON; 
LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
Fisiologia do sistema reprodutor dos machos 
 A espermatogênese é a formação dos gametas masculinos, espermatozoides, a partir 
das células germinativas, inclui várias divisões celulares, mitóticas e meióticas. Esse processo 
se inicia no epitélio seminífero (túbulos seminíferos), composto pelas células de Sertoli e pelas 
células germinativas, e termina com a liberação dos espermatozoides no lúmen dos túbulos 
seminíferos (FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 2005; BARBOSA PALHANO, 2008). 
 A espermatogênese pode ser dividida em duas fases, a espermatocitogênese e a 
espermiogênese. Na primeira ocorre uma série de divisões celulares, primeiro mitóticas e 
depois meióticas, onde as espermatogônias (células germinativas primordiais, diploides) dão 
origem as espermátides (haploides). Na fase seguinte, as espermátides, que possuem 
formato arredondado, passam por mudanças morfológicas para se transformar em 
espermatozoides, dentre essas mudanças estão: formação da cauda, desenvolvimento da 
mitocôndria (para fornecer energia), formação do acrossoma e perda de citoplasma. Após, o 
5 
 
espermatozoide é liberado no lúmen dos túbulos seminíferos, esse processo é conhecido 
como espermiação e é uma expulsão progressiva (BARBOSA PALHANO, 2008). 
As células de Sertoli estão situadas na parte basal dentro dos túbulos seminíferos, são 
grandes e possuem seus nucléolos evidentes. São importantes no desenvolvimento das 
células germinativas, tanto na parte nutritiva como na reguladora. Dentre suas funções estão: 
barreira hemato-testicular, nutrição dos espermatozoides, síntese de substâncias 
(importantes para a espermatogênese), produção de fluído testicular e fagocitose de restos 
citoplasmáticos. A atividade secretora da célula de Sertoli é controlada pelo hormônio folículo-
estimulante (FSH), transformando a testosterona produzida pela célula de Leydig em 
estrogênios. Ela também transforma testosterona em diidrotesterona, e ainda é fonte de 
inibina (BARBOSA PALHANO, 2008). 
As células de Leydig tem como principal função a produção de testosterona, essa 
produção é controlada pelo hormônio luteinizante (LH). A testosterona é muito importante para 
o desenvolvimento da espermatogênese, o desenvolvimento e manutenção da libido, a 
atividade secretora dos órgãos acessórios e características sexuais masculinas, como 
aumento da massa muscular, padrões de crescimento de pelos e calcificação dos cornos 
(BARBOSA PALHANO, 2008). 
O tamanho dos testículos está relacionado com a produção de espermatozoides. O 
sêmen é a mistura dos espermatozoides às secreções líquidas dos órgãos acessórios. A parte 
líquida funciona como meio de transporte para os espermatozoides, além de possuir 
substâncias, como a frutose, que serve como fonte de energia (KOLB, 1984). 
 Para avaliar a fertilidade do sêmen, são observadas características dos 
espermatozoides, como concentração, características de motilidade e forma (FRANDSON; 
LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
 Os hormônios FSH e LH são os principais reguladores endócrinos da função testicular, 
ambos são considerados gonadotrofinas, pois estimulam a função dos testículos. O FSH 
promove a espermatogênese e o LH promove a secreção de andrógenos, principalmente 
testosterona. A testosterona é necessária para a conclusão da espermatogênese, logo os dois 
hormônios, LSH e LH, são necessários para a espermatogênese (FRANDSON; LEE WILKE; 
DEE FAILS, 2005). 
Anatomia do sistema reprodutor das fêmeas 
Ovários 
 Os ovários são os órgãos primários de reprodução na fêmea, desempenha funções 
exócrinas e endócrinas, produzem hormônios e gametas femininos (óvulos). São glândulas 
pares em formato ovóide, localizados na região lombar da cavidade abdominal, revestidos 
com peritônio e suspensos da parede do corpo pelo mesovário (HAFEZ; HAFEZ, 2004). 
6 
 
 Quando palpado o ovário parece sólido, isso porque o estroma da glândula é formado 
por grande quantidade de tecido conjuntivo. Ele é revestido pela túnica albugínea, uma 
cápsula de tecido conjuntivo denso. A parte central do ovário, a medula, é a mais vascular, já 
a parte externa, o córtex, é formado por tecido conjuntivo irregular denso com folículos (óvulos 
em desenvolvimento) e células intersticiais (função endócrina) (FRANDSON; LEE WILKE; 
DEE FAILS, 2005). 
Tubas uterinas 
 As tubas uterinas são tubos pares que conduzem os óvulos para o respectivo corno 
do útero, e são o local de fertilização dos óvulos pelos espermatozoides. O revestimento das 
tubas consiste em uma membrana pregueada, coberta por um epitélio colunar ciliado simples. 
Durante o estro as células não ciliadas tem função secretora. Tanto os cílios como os 
músculos agem no movimento dos óvulos, e também ajudam a movimentação dos 
espermatozoides. A tuba uterina é revestida externamente por peritônio, que para fora se 
reflete como um mesentério de sustentação, a parte que sustenta as tubas é a mesossalpinge 
(FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
Útero 
 O útero consiste em um corpo, uma cérvice (colo ou cérvix) e dois cornos. Em relação 
à extensão dos cornos, o corpo do útero é menos extenso no ruminante. Na vaca o corpo do 
útero parece ser maior do que é, isso porque há o ligamento intercornual, que une as partes 
caudais dos cornos, obscurecendo a individualidade deles. O epitélio uterino dos ruminantes 
possui diversas carúnculas (HAFEZ; HAFEZ, 2004). 
 As principais funções do útero são, regulação da função do CL e início da implantação, 
gestação e parto. As margens uterinas são unidas à parede pélvica e abdominal pelo 
ligamento largo, ele é formado pelo mesométrio, mesossalpinge e mesovário (HAFEZ; 
HAFEZ, 2004). 
As glândulas uterinas são tubulares ramificadas e espiraladas, revestidas por epitélio 
colunar. São especialmenteativas nos períodos de estro e prenhez, produzindo um líquido 
conhecido como leite uterino. As secreções uterinas ajudam no controle embrionário e na 
implantação embrionária (HAFEZ; HAFEZ, 2004). 
Nos ruminantes as carúnculas não são glandulares, e sim semelhantes a cogumelos, 
estão na superfície interna do útero e formam um local de fixação para as membranas fetais 
(FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
 A cérvice projeta-se caudalmente na vagina e é um poderoso esfíncter de músculo liso 
que fica fechado, exceto durante estro e o parto. Durante o estro, a cérvice relaxa, permitindo 
a entrada dos espermatozoides. Em ruminantes, a superfície interna da cérvice é organizada 
em uma série de anéis, chamados de pregas anulares (FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 
2005). 
7 
 
 O miométrio é a parte muscular da parede uterina, durante a prenhez a quantidade de 
músculo na parede uterina aumenta consideravelmente, tanto em tamanho como em 
quantidade (FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
Vagina 
 A vagina é a parte que se encontra dentro da pelve, entre o útero e a vulva. É o canal 
de nascimento para o feto e um envoltório para o pênis durante a cópula. Na vaca, há algumas 
células mucosas na parte cranial da vagina adjacente à cérvice. Uma serosa (peritônio) 
reveste a parte cranial da vagina, e a fáscia pélvica reveste a parte caudal (FRANDSON; LEE 
WILKE; DEE FAILS, 2005). 
Vestíbulo e vulva 
 O orifício uretral e o hímen vestigial marcam a junção entre a vagina e o vestíbulo, em 
algumas vacas o hímen é tão proeminente que interfere na cópula. O vestíbulo é 
funcionalmente comum aos tratos urinário e reprodutivo (HAFEZ; HAFEZ, 2004). 
 A vulva é a genitália externa da fêmea, é formada por lábios direito e esquerdo. A 
comissura ventral esconde o clitóris, uma estrutura de tecido erétil que possui a mesma origem 
embrionária do pênis no macho. O clitóris é coberto por epitélio escamoso estratificado e 
possui terminações nervosas sensitivas. A vulva bovina possui um divertículo suburetral, que 
é um saco cego curto, ventral à abertura da uretra (FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 
2005). 
Fisiologia do sistema reprodutor das fêmeas 
 Os ovários são a fonte de óvulos e de hormônios necessários para a reprodução. Ao 
nascimento os ovários possuem milhares de folículos primordiais, esperando para se 
desenvolver. Os animais que tem apenas um ciclo estral por ano são chamados de 
monoestros, e os que tem vários ciclos por ano são os poliestros. Em animais que geram 
apenas um filhote por gestação (monótocos), como a vaca, um folículo se desenvolve mais 
rápido do que os outros, e apenas um óvulo é liberado na ovulação. Já em animais que tem 
dois ou mais filhotes por gestação (polítocos), vários folículos se desenvolvem e ovulam 
aproximadamente no mesmo tempo (FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
 Os folículos podem ser definidos como um óvulo revestido que se desenvolve com o 
auxílio de células epiteliais germinativas, eles variam em número e tamanho, de acordo com 
a espécie, idade e estágio do ciclo estral (folículos: primordial, primário, secundário, pré-antral 
e antral). A ovulação é quando o folículo já maduro se rompe, liberando o óvulo pronto para 
a fertilização. O hormônio FSH, estimula o crescimento folicular. Quando já aconteceu a 
fertilização, ocorre a inversão esteroidogenica, deixando de produzir estrógeno (incentivador 
do cio), e começando a produzir progesterona, para evitar que a fêmea entre em outro cio já 
estando prenha. O corpo lúteo é um órgão endócrino temporário, formado a partir da ovulação, 
e seu principal produto secretor é a progesterona (HAFEZ; HAFEZ, 2004). 
8 
 
 O que marca a puberdade nas fêmeas é o estro acompanhado por ovulação. O ciclo 
estral pode ser dividido em proestro, estro, metaestro e diestro ou anestro. O proestro é a 
primeira fase, a fase de formação, nela o folículo aumenta de tamanho e começa a secretar 
estrogênios, a parede vaginal fica mais espessa, assim como a genitália externa pode ter sua 
vascularização aumentada, preparando-se para a cópula. O estro é o período de 
receptividade sexual, iniciado pela elevação nos estrogênios dos folículos maduros antes da 
ovulação. O metaestro inicia-se com o fim da receptividade sexual, nesse período a 
progesterona aumenta e a genitália externa retorna ao seu estado normal conforme os 
estrogênios plasmáticos diminuem. O diestro é o que ocorre em animais que possuem um 
curto tempo de inatividade antes de iniciar o próximo ciclo estral, já o anestro é quando os 
animais entram em um longo período de inatividade antes do próximo ciclo (HAFEZ; HAFEZ, 
2004). 
 A puberdade varia de acordo com a raça e nível de nutrição do animal. A duração do 
ciclo estral em bovinos é de 20 dias para novilhas e 21 a 22 dias para vacas adultas. O cio da 
vaca tem duração de aproximadamente 18 horas, tanto em vacas leiteiras como nas de corte, 
nas novilhas a duração é um pouco menor. Em muitas vacas e novilhas ocorre sangramento 
da vulva, de 1 a 3 dias após o fim do estro, esse é o sangramento do metaestro (HAFEZ; 
HAFEZ, 2004). 
 No geral a fertilização ocorre na tuba uterina. Os espermatozoides são depositados na 
vagina, e mesmo sendo móveis eles precisam da ajuda dos músculos da genitália tubular para 
chegar ao local da fertilização. Na vaca o tempo gasto pelos espermatozoides para fazer esse 
trajeto é de cerca de 2,5 minutos. Menos de 0,5% dos espermatozoides ejaculados 
conseguem atingir o local de fertilização. A oxitocina é um hormônio que promove a atividade 
muscular da genitália tubular feminina, nas vacas ela é liberada durante o acasalamento 
natural e também durante a inseminação artificial (como um reflexo neurológico) 
(FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
 A duração da fertilidade no trato reprodutivo da vaca é de 28 a 50 horas. A 
receptividade sexual inicia-se algumas horas antes da ovulação, para que a fertilização seja 
possível (FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
 Na ovulação, a zona pelúcida envolve a membrana vitelina do óvulo, ela é uma 
membrana semipermeável que ajuda na proteção do óvulo e possui locais receptores para a 
fixação do espermatozoide durante a fertilização. Após a fusão do espermatozoide com o 
óvulo, há a liberação de grânulos citoplasmáticos que alteram a natureza química da zona 
pelúcida, evitando a penetração de outros espermatozoides no óvulo. Se esses mecanismos 
falharem, pode ocorrer a fertilização polispérmica, que geralmente resulta na morte 
embrionária precoce (FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
9 
 
 Os pró-núcleos materno e paterno, formam um célula com material genético dos pais, 
então a nova célula está pronta para a clivagem e formação da mórula. Durante o 
desenvolvimento precoce, o embrião não está fixado no epitélio do trato reprodutivo feminino. 
O embrião desenvolve-se para a fase de blástula enquanto ainda está encarcerado na zona 
pelúcida (FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
 Então ocorre a implantação, que é a fixação da blástula ao epitélio uterino e a 
penetração do epitélio pelo tecido embrionário. Na vaca, a fixação ocorre cerca de 35 dias 
após a fertilização (FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
 A placentação é o desenvolvimento da placenta, ela permite um estreito contato entre 
a mãe e o feto, de forma que a nutrição da mãe atinja o feto e os resíduos do feto possam ser 
passados à mãe. A placenta fetal é formada pelo córion, alantoide, âmnio e saco vitelino 
vestigial (FRANDSON; LEE WILKE; DEE FAILS, 2005). 
 As principais funções da placenta são, trocas de substâncias entre o feto e a mãe, 
proteção ao feto e de glândula hormonal. Alguns vírus e bactérias são capazes de passar pela 
placenta e infectaro feto, por exemplo no caso da brucelose bovina (KOLB, 1984). 
 A placenta da vaca é classificada como epiteliocorial, nela o epitélio coriônico e o 
mucoso estão lado a lado, em contato direto. Ruminantes possuem o tipo cotiledonário de 
fixação placentária (KOLB, 1984). 
 
CONCLUSÃO 
 O estudo do sistema reprodutivo é muito importante, principalmente nos bovinos, pois 
está extremamente ligado ao crescimento e aprimoramento da pecuária brasileira. O Brasil é 
um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo e essa área só tende a crescer cada 
vez mais. Esse estudo também é muito importante na veterinária em quesitos como exame 
clínico, exame ultrassonográfico, seleção de receptoras de embrião, avaliação de doadoras e 
matrizes e para um diagnóstico precoce de patologias, enfim é um destaque para o mercado 
de trabalho. 
 
REFERÊNCIAS 
BARBOSA PALHANO, H. Reprodução em bovinos: Fisiopatologia, terapêutica, manejo e 
biotecnologia. 2ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Editora L. F. Livros, 2008. 250p. 
 
 
EMBRAPA. Criação de bovinos de corte no estado do Pará. Ano: Dez. 2006. Disponível em: 
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/BovinoCorte/BovinoCortePara/pa
ginas/reproducao.html Acesso em: Ago. 2015. 
 
 
 
10 
 
FRANDSON, R. D.; LEE WILKE, W.; DEE FAILS, A. Anatomia e fisiologia dos animais de 
fazenda. Rio de Janeiro, RJ: Editora Guanabara Koogan, 2005. 
 
 
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