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Intervenção do Estado na Propriedade

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01/08/2013
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DIREITO ADMINISTRATIVO III
Pontifícia Universidade Católica
Direito Administrativo II
10º Período
Prof. Eduardo José do Carmo
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Intervenção do Estado na Propriedade Alheia
2. Desapropriação
3. Controle da Administração
4. Controle Jurisdicional da Administração Pública
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Indicações bibliográficas
1. CARVALHO FILHO, José do Santos. Manual de Direito
Administrativo: Ed. Lumen Juris
2. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo:
Ed. Atlas
3. MELLO, Celso Antônio Bandeira de Melo. Curso de Direito
Administrativo: Ed. Malheiros
4. MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo: Ed. Impetus
5. JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo:
Ed. Fórum
6. MEIRELLES, Hely Lopes; WALD, Arnoldo; MENDES,
Gilmar Ferreira; FONSECA, Rodrigo Garcia da. Mandado de
Segurança e ações Constitucionais: Ed. Malheiros
7. DIDIER JR., Fredie. Ações Constitucionais: Ed. Juspodivm.
INTERVENÇÃO DO ESTADO NA 
PROPRIEDADE ALHEIA
Pontifícia Universidade Católica
Direito Administrativo II
10º Período
Prof. Eduardo José do Carmo
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1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA
Estado Liberal 
� Conduta negativa do Estado
� Igualdade formal
� Concepção individualista 
do direito de propriedade
Estado Social
� Conduta positiva do Estado
� Intervenção
� Justiça social
� Igualdade material
Propriedade: Meio para alcançar o bem-estar social
XXII - garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação 
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, 
1.1 Introdução
EDD
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1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA
1.1.1 Conceito
Podemos considerar intervenção do Estado na
propriedade toda e qualquer atividade estatal que,
amparada em lei, tenha por fim ajustá-la aos inúmeros
fatores exigidos pela função social a que está
condicionada (JSCF)
A intervenção na propriedade pode ser conceituada como
toda e qualquer atividade estatal que, amparada em lei,
tenha por objetivo ajustá-la à função social à qual está
condicionada ou condicioná-la ao cumprimento de uma
finalidade de interesse público (FM)
1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA
1.1.2 Competência
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil (...) - propriedade
II - desapropriação;
III - requisições civis e militares(...);
Restrições ao uso da propriedade: Conforme a atribuição
estabelecida na Constituição.
Proteção do meio ambiente→ Concorrente
Interesse local→Municípios
Competência administrativa: Em regra, condicionada à
competência para legislar.
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1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA
1.1.3 Fundamentos
1.1.3.1 Imediato: Soberania nacional
Domínio público:
Domínio patrimonial
Domínio eminente
1.1.3.2 Mediato:
1.1.3.2.1 Interesse público
1.1.3.2.2 Função social da propriedade/Ilegalidade
Art. 5º XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
Art. 182, § 2º - A propriedade urbana cumpre sua função
social quando atende às exigências fundamentais de
ordenação da cidade expressas no plano diretor.
1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade
rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de
exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racionale adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e
preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de
trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e
dos trabalhadores.
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1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA
Código Civil. Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade
de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do
poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 1o O direito de propriedade deve ser exercido em
consonância com as suas finalidades econômicas e sociais
e de modo que sejam preservados, de conformidade com o
estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas
naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e
artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
§ 2o São defesos os atos que não trazem ao proprietário
qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela
intenção de prejudicar outrem.
1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA
2.1.1 Restritivas
Não retira a propriedade
2.1.2 Supressivas
Transfere o direito do proprietário para o Estado.
Limitação administrativa
Ocupação temporária
Requisição administrativa
Servidão administrativa
Tombamento
Desapropriação
1.2 Modalidades
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1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA
OBS: Não se confunde com direito de vizinhança
Exemplos: Regras sobre o direito de construir, vedação ao
exercício de determinada atividade econômica, direito de
preempção e normas sanitárias.
1.3 Limitação Administrativa
Características
� Obrigação geral
� Proprietários indeterminados
� Interesse público abstrato
� Em regra, não indenizável
� Caráter de definitividade
1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA
Exemplos: Apoio à desapropriação (Art. 36, DL 3365/41),
exploração arqueológica ou jazida de minério (Lei 3924/61),
eleições e campanhas vacinação
OBS: Contratos administrativos com prestação de serviços
essenciais e concessão e permissão de serviços públicos.
(Art. 58, V, 80, II, L. 8666/93 e art. 35, §§ 2º e 3º L. 8987/95)
1.4 Ocupação temporária
Características
� Sobre imóveis. (Há divergência)
� Transitoriedade
� Realização de obras ou serviços públicos
� Gratuita ou indenizável
� Proprietário determinado
� Não necessita de iminente perigo
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Art. 58. V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente
bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do
contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração
administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na
hipótese de rescisão do contrato administrativo.
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta
as seguintes consequências, sem prejuízo das sanções previstas:
II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos,
material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à
sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
Art. 36. É permitida a ocupação temporária, que será indenizada,
afinal, por ação própria, de terrenos não edificados, vizinhos às obras
e necessários à sua realização.
§ 2o Extinta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço pelo
poder concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliações e
liquidações necessários.
§ 3o A assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e a
utilização, pelo poder concedente, de todos os bens reversíveis.
1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA
Exemplos: Enchentes, desastres, epidemias e perseguição
policial.
OBS: Contratos administrativos com prestação de serviços
essenciais e concessão e permissão de serviços públicos.
(Art. 58, V, 80, II, L. 8666/93 e art. 35, §§ 2º e 3º L. 8987/95)
1.5 Requisição administrativa
Características
� Iminente perigo público
� Móveis, imóveis e serviços
� Transitoriedade
� Indenizável (Dano extraordinário)
� Proprietário determinado
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CRFB
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente
poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano;
CC
§ 3º O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de
desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse
social, bem como no de requisição, em casode perigo público
iminente.
1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA
1.6 Tombamento – DL n. 25/37
Características
� Razões históricas, culturais, artísticas.
� Bens materiais e imateriais
� Obrigações negativas – Em regra, não indenizável
� Obrigações positivas: Indenização
� Possibilidade de oferecimento de vantagens
� Limitação de caráter permanente
� Interesse público abstrato
� Direito de preferência
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Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de
natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em
conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade
brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º - O Poder Público, com a colaboração da comunidade,
promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio
de inventários, registros, vigilância, tombamento e
desapropriação, e de outras formas de acautelamento e
preservação.
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1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA
1.6 Tombamento
Competência
Material: Todos os entes → Conforme o interesse
Legislar: União e Estados
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios:
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens
naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou
cultural;
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Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre:
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico,
turístico e paisagístico;
Art. 30. Compete aos Municípios:
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural
local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e
estadual.
O Município pode tombar bem
do Estado ou da União?
JSCF não admite
� Direção vertical das entidades federativas
� Predominância do interesse
� Art. 2º, § 2º, DL 3.365/41
STJ admitiu tombamento de bem estadual por município.
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1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA
1.6 Tombamento
Modalidades
Geral X Individual
Ofício X Voluntário X Compulsório
Provisório X Definitivo
Art. 10. O tombamento dos bens, a que se refere o art. 6º desta lei, será
considerado provisório ou definitivo, conforme esteja o respectivo
processo iniciado pela notificação ou concluído pela inscrição dos
referidos bens no competente Livro do Tombo. Parágrafo único.
Para todas os efeitos, salvo a disposição do art. 13 desta lei, o
tombamento provisório se equiparará ao definitivo.
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1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA
Exemplos: Torres de alta tensão, oleoduto, placas de
identificação e terrenos marginais.
1.7 Servidão administrativa
Características
� Interesse público específico (Dominante)
� Proprietário determinado (Serviente)
� Finalidade pública
� Caráter permanente
� Indenizável se houver prejuízo
� Direito real
� Exigência de autorização legal
� Procedimento semelhante à desapropriação
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1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA
1.7 Servidão administrativa
Formas de constituição
Por lei
Acordo
Decisão judicial
Registro dispensável
JSCF não admite
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1. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ALHEIA
1.7 Servidão administrativa
Servidão de direito público
X 
Servidão de direito privado 
(Art. 1378, CC)
PRESCRIÇÃO AQUISITIVA
PRESCRIÇÃO EXTINTIVA
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Limitação Ocupação Requisição Tombamento Servidão
Obrigação Geral Específica Específica Ambos Específica
Bem atingido Indeterminado Determinado Determinado Ambos Determinado
Caráter Permanente Transitório Transitório Permanente Permanente
Indenização Em regra, não Prejuízo Prejuízo Positiva--Negativa Prejuízo
Especificidade Int. pub. abstrato Obras ou serviços Iminente perigo Int. pub. Abstrato Dominação
Natureza Pessoal Pessoal Pessoal Pessoal Real
DESAPROPRIAÇÃO
Pontifícia Universidade Católica
Direito Administrativo II
10º Período
Prof. Eduardo José do Carmo
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2. DESAPROPRIAÇÃO
DIREITO À PROPRIEDADE X FUNÇÃO SOCIAL
FORMA DE INTERVENÇÃO SUPRESSIVA DA PROPRIEDADE
CONCEITO
Procedimento (NJ)
Poder Público (competência)
Utilidade/necessidade pública (pressupostos)
Interesse social (pressupostos)
Transferência da propriedade alheia (Objeto)
2.1 Introdução
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1. DESAPROPRIAÇÃO
Desapropriação é o procedimento através do qual o
Poder Público compulsoriamente despoja alguém de
uma propriedade e a adquire, mediante indenização,
fundado em um interesse público. Trata-se, portanto, de
um sacrifício de direito imposto ao desapropriado
(CABM, Curso de Direito Administrativo, 28ªEd., p. 872).
Desapropriação é o procedimento de direito público pelo
qual o Poder Público transfere para si a propriedade de
terceiro, por razões de utilidade pública ou de interesse
social, normalmente mediante o pagamento de
indenização (JSCF, Manual de Direito Administrativo, 22ª
Ed., p. 774)
2. DESAPROPRIAÇÃO
Art. 5º, XXIV-
a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social,
mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos
nesta Constituição;
2.2 Disciplina normativa
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2. DESAPROPRIAÇÃO
1. Decreto-lei nº 3.365/41: utilidade ou necessidade pública
(Desapropriação ordinária)
2. Lei n° 4.132/64: interesse social
(Desapropriação ordinária)
3. Art. 182, §4º, III, CF/88 c/c art. 8º da Lei 10.257/01
(Desapropriação urbanística sancionatória)
4. Art. 184, CF/88; Lei 8.629/93 e LC 76/93
(Desapropriação rural)
5.Art. 243, CRFB; Lei 8257/91
(Desapropriação confiscatória)
2.2 Disciplina normativa
2. DESAPROPRIAÇÃO
2.3.1. LEGISLATIVA
Art. 22, CF/88. Compete privativamente à União legislar sobre:
II - desapropriação;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os
Estados a legislar sobre questões específicas das matérias
relacionadas neste artigo.
2.3 Competências
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2. DESAPROPRIAÇÃO
2.3.2. DECLARATÓRIA
� DL nº 3.365/41 Art. 2º Mediante declaração de utilidade pública,
todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos
Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.
Art. 6º A declaração de utilidade pública far-se-á por decreto do
Presidente da República, governador, interventor ou prefeito.
Art. 8º O Poder Legislativo poderá tomar a iniciativa da
desapropriação, cumprindo, neste caso, ao Executivo, praticar os atos
necessários à sua efetivação.
Exemplo de exceção: DNIT (Art. 82, IX, Lei 10233/2001).
2.3 Competências
2. DESAPROPRIAÇÃO
2.3.2. DECLARATÓRIA
� Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para
fins de reforma agrária,
ATENÇÃO: Para outros fins, qualquer ente pode desapropriar.
� Municípios: Fins urbanísticos (Art. 30, I e VIII, 182, caput, e art.
5º, “i”, DL nº 3.365/41).
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
parcelamento e da ocupação do solo urbano;
2.3 Competências
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2. DESAPROPRIAÇÃO
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executadapelo
Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em
lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus
habitantes.
DL nº3.365/41
Art. 5o Consideram-se casos de utilidade pública:
i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou
logradouros públicos; a execução de planos de
urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem
edificação, para sua melhor utilização econômica,
higiênica ou estética; a construção ou ampliação de
distritos industriais;
Desapropriação urbanística ordinária e desapropriação
urbanística sancionatória
2.3 Competências
PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSO ORDINÁRIO.
DECRETO EXPROPRIATÓRIO. ART. 5º, ALÍNEA I , DO DECRETO-LEI 3.365/41.
IMPLANTAÇAO DE "UNIDADE" INDUSTRIAL. NULIDADE DO ATO VICIADO POR
DESVIO DE FINALIDADE, POIS BENEFICIA UMA ÚNICA EMPRESA PRIVADA.
AUTORIDADE COATORA INCOMPETENTE PARA A EXPEDIÇAO DO ATO.
1. Mandado de segurança impetrado contra ato do Governador do Estado da Bahia,
consubstanciado na edição de decreto expropriatório que declarou de utilidade pública,
para fins de implantação de unidade industrial, imóveis de propriedade da recorrente.
2. A declaração expropriatória exterioriza, tão-somente, a intenção estatal de desapropriar
determinado bem, não repercutindo, de modo imediato, no direito de propriedade do
expropriado (...)
3. O exame da oportunidade e da conveniência do ato ora impugnado não se sujeita a
controle judicial. Entretanto, a hipótese legal de desapropriação elencada pelo
administrador como fundamento do decreto expropriatório art. 5º, i , do Decreto-Lei
3.365/41, no caso dos autos deverá ser compatível com o fim a que ele se destina, sob pena
de se viciar o ato praticado.(...)
7. O Governador do Estado da Bahia não detém competência, tanto para a expedição do
decreto expropriatório atacado pela via do presente mandamus como para a efetiva
desapropriação, visto ser do Município o interesse público capaz de ensejar a
desapropriação para a construção ou ampliação de distritos industriais.
(...)
9. Recurso provido para se conceder a segurança pleiteada, declarando-se a nulidade do
Decreto 7.917/2001, expedido pelo Governador do Estado da Bahia
RECURSOEM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 18.703 - BA (2004/0100086-0).
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...
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2. DESAPROPRIAÇÃO
2.3.3. EXECUTÓRIA
3.1. Incondicionada: Entes da administração direta
3.2. Condicionada:
Art. 3o Os concessionários de serviços públicos e os
estabelecimentos de caráter público ou que exerçam
funções delegadas de poder público poderão promover
desapropriações mediante autorização expressa,
constante de lei ou contrato.
� Administração indireta (Delegação legal)
� Concessionários e permissionárias (Delegação negocial)
2.3 Competências
2. DESAPROPRIAÇÃO
Art. 2o Mediante declaração de utilidade pública, todos os
bens poderão ser desapropriados pela União, pelos
Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios.
SÚMULA Nº 476 DESAPROPRIADAS AS AÇÕES DE UMA
SOCIEDADE, O PODER DESAPROPRIANTE, IMITIDO NA
POSSE, PODE EXERCER, DESDE LOGO, TODOS OS
DIREITOS INERENTES AOS RESPECTIVOS TÍTULOS.
Restrições:
Impossibilidades jurídicas:
Impossibilidades materiais:
2.4 Objeto
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2. DESAPROPRIAÇÃO
Podem ser desapropriados bens públicos?
§ 2o Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito
Federal e Territórios poderão ser desapropriados pela União,
e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao
ato deverá preceder autorização legislativa.
Direção vertical das entidades federativas
Predominância do interesse
E quanto a bens da administração indireta?
2.4 Objeto
2. DESAPROPRIAÇÃO
ORIGINÁRIA X DERIVADA
SOMENTE VONTADE DO ESTADO
INEXISTÊNCIA RELAÇÃO ANTERIOR
Art. 31. Ficam subrogados no preço quaisquer ônus ou
direitos que recaiam sobre o bem expropriado.
2.5. Forma de aquisição da propriedade
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2. DESAPROPRIAÇÃO
2.6. Modalidades de desapropriação
Ordinária 
Indireta
Necessidade pública
Utilidade pública
Interesse Social
Extraordinária 
Propriedade urbana
Propriedade rural
Confiscatória
2. DESAPROPRIAÇÃO
2.6.1. Ordinária (comum ou geral)
� Necessidade pública
� Utilidade pública
� Interesse social
� Prévia indenização
� Justa
� Dinheiro
2.6. Modalidades de desapropriação
XXIV- a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou
por interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
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2. DESAPROPRIAÇÃO
2.6.1. Ordinária (comum ou geral)
2.6.1.1 Necessidade pública
EMERGÊNCIA
2.6. Modalidades de desapropriação
CC/1916
Art. 590. Também se perde a propriedade imóvel mediante
desapropriação por necessidade ou utilidade publica.
§ 1º Consideram-se casos de necessidade publica:
I. A defesa do território nacional.
II. A segurança publica.
III. Os socorros públicos, nos casos de calamidade.
IV. A salubridade publica.
2. DESAPROPRIAÇÃO
2.6.1. Ordinária (comum ou geral)
2.6.1.2 Utilidade pública
INTERESSE COLETIVO
OBS: Abrange o conceito de necessidade pública
2.6. Modalidades de desapropriação
DL nº 3.365/41
Art. 5o Consideram-se casos de utilidade pública:
a) a segurança nacional;
b) a defesa do Estado;
c) o socorro público em caso de calamidade;
d) a salubridade pública;
e) a criação e melhoramento de centros de população, seu
abastecimento regular de meios de subsistência;
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f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas
minerais, das águas e da energia hidráulica;
g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração,
casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes
medicinais;
h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos;
i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou
logradouros públicos; a execução de planos de
urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem
edificação, para sua melhor utilização econômica,
higiênica ou estética; a construção ou ampliação de
distritos industriais;
j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
k) a preservação e conservação dos monumentos históricos
e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos
ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes
e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos
e, ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente
dotados pela natureza;
l) a preservação e a conservação adequada de arquivos,
documentos e outros bens moveis de valor histórico ou
artístico;
m) a construção de edifícios públicos, monumentos
comemorativos e cemitérios;
n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso
para aeronaves;
o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natureza
científica, artística ou literária;
p) os demais casos previstos por leis especiais
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2. DESAPROPRIAÇÃO
2.6.1. Ordinária (comum ou geral)
2.6.1.3. Interesse Social
Promover a justa distribuição da propriedade 
ou condicionar o seu uso ao bem estar social
2.6. Modalidades de desapropriação
Lei 4.132/62
Art. 2º Considera-se de interesse social:
I - o aproveitamento de todo bem improdutivo ou explorado
sem correspondência com as necessidades de habitação,
trabalho e consumo dos centros de população a que deve
ou possa suprir por seu destino econômico;
II - a instalação ou a intensificação das culturas nas áreas
em cuja exploração não se obedeça a plano de zoneamento
agrícola, VETADO;
III - o estabelecimento e a manutenção de colônias ou
cooperativas de povoamento e trabalho agrícola:
IV - a manutenção de posseiros em terrenos urbanos onde,
com a tolerância expressa ou tácita do proprietário, tenham
construído sua habilitação, formando núcleos residenciais
de mais de 10 (dez) famílias;V - a construção de casa populares;
VI - as terras e águas suscetíveis de valorização
extraordinária, pela conclusão de obras e serviços
públicos, notadamente de saneamento, portos, transporte,
eletrificação armazenamento de água e irrigação, no caso
em que não sejam ditas áreas socialmente aproveitadas;
VII - a proteção do solo e a preservação de cursos e
mananciais de água e de reservas florestais.
VIII - a utilização de áreas, locais ou bens que, por suas
características, sejam apropriados ao desenvolvimento de
atividades turísticas.
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2. DESAPROPRIAÇÃO
2.6.2. Sancionatória (Extraordinária)
ILEGALIDADE
2.6.2.1. Propriedade urbana
2.6. Modalidades de desapropriação
Art. 182 - § 2º - A propriedade urbana cumpre sua função
social quando atende às exigências fundamentais de ordenação
da cidade expressas no plano diretor.
Lei 10.527/2001 – Estatuto da Cidade- Art. 39. A propriedade
urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano
diretor, assegurando o atendimento das necessidades dos
cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao
desenvolvimento das atividades econômicas, respeitadas as
diretrizes previstas no art. 2o desta Lei.
Art. 182 - § 4º - É facultado ao Poder Público
municipal, mediante lei específica para área incluída
no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do
proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou
não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento,
sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial
urbana progressivo no tempo (IPTU progressivo);
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da
dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor
real da indenização e os juros legais.
Não possui procedimento específico
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2. DESAPROPRIAÇÃO
2.6.2. Sancionatória (Extraordinária)
ILEGALIDADE
2.6.2.2. Propriedade rural
2.6. Modalidades de desapropriação
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural
atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racionale adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e
preservação do meio ambiente;
III-observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos
trabalhadores. (Idem Lei nº 8.629/03 - Art. 9º)
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33
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse
social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não
esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa
indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte
anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja
utilização será definida em lei.
§ 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas
em dinheiro. (...)
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de
reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em
lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.(...)
Procedimento previsto na LC nº 76/93
x
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2. DESAPROPRIAÇÃO
2.6.2. Sancionatória (Extraordinária)
ILEGALIDADE
2.6.2.3. Confiscatória
2.6. Modalidades de desapropriação
Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas
culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente
expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos,
para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem
qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções
previstas em lei.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido
em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será
confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal
especializados no tratamento e recuperação de viciados e no
aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle,
prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias.
2. DESAPROPRIAÇÃO
2.6.2. Sancionatória (Extraordinária)
ILEGALIDADE
2.6.2.3. Confiscatória
2.6. Modalidades de desapropriação
DESAPROPRIAÇÃO 
X 
EXPROPRIAÇÃO
X 
CONFISCO
Procedimento previsto na Lei nº 8.257/91.
01/08/2013
35
2. DESAPROPRIAÇÃO
2.6.3. Indireta (Desapropriação às avessas)
“Esbulho administrativo”
� Ausência de procedimento expropriatório
� Supressão do conteúdo patrimonial
2.6. Modalidades de desapropriação
Art. 35, DL 3365/41. Os bens expropriados, uma vez incorporados à
Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que
fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação,
julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.
2. DESAPROPRIAÇÃO
2.6.3. Indireta (Desapropriação às avessas)
“Esbulho administrativo”
� Ausência de procedimento expropriatório
� Ausência de indenização prévia
� Supressão do conteúdo patrimonial
� Afetação do bem
� Irreversibilidade da situação (Fato consumado)
2.6. Modalidades de desapropriação
Art. 35, DL 3365/41. Os bens expropriados, uma vez incorporados à
Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que
fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação,
julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos.
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2. DESAPROPRIAÇÃO
2.6.3. Indireta (Desapropriação às avessas)
PROTEÇÃO POSSESSÓRIA
(Arts. 499/510/CC e 920 s seguintes do CPC)
Manutenção da posse (Turbação)
Reintegração da posse (Esbulho)
Interdito possessório (Ameaça)
Após a consumação:Ação de indenização.
2.6. Modalidades de desapropriação
2. DESAPROPRIAÇÃO
2.6.3. Indireta (Desapropriação às avessas)
PRAZO PRESCRICIONAL
Código Civil de 1916
Art. 550. Aquele que, por vinte anos sem interrupção, nem
oposição, possuir como seu, um imóvel, adquirir-lhe-á o
domínio independentemente de título de boa fé que, em tal
caso, se presume, podendo requerer ao juiz que assim o
declare por sentença, a qual lhe servirá de título para a
transcrição no registro de imóveis.
Súmula 119/STJ
A ação de desapropriação indireta prescreve em vinte anos
2.6. Modalidades de desapropriação
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37
2. DESAPROPRIAÇÃO
2.6.3. Indireta (Desapropriação às avessas)
PRAZO PRESCRICIONAL
DL3.365/41 - Art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se
mediante acordo ou intentar-se judicialmente, dentro de cinco
anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e
findos os quais este caducará.
Neste caso, somente decorrido um ano, poderá ser o mesmo
bem objeto de nova declaração.
Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos o direito de
propor ação de indenização por apossamento
administrativo ou desapropriação indireta, bem como ação
que vise a indenização por restrições decorrentes de atos
do Poder Público.
2.6. Modalidades de desapropriação
Ação de Indenização e Prescrição Extintiva
O Tribunal deferiu, em parte, medida cautelar requerida em ação
direta de inconstitucionalidade ajuizada pelo Conselho Federal da
Ordem dos Advogados Brasil para suspender, até decisão final, a
expressão abaixo sublinhada, contida no parágrafo único do art. 10
do DL 3.365/41, na redação dada pela MP 2.027-40/2000, e suas
subseqüentes reedições ("Parágrafo único. Extingue-se em cinco
anos o direito de propor ação de indenização por apossamento
administrativo ou desapropriação indireta, bem como ação que
vise a indenização por restrições decorrentes de atos do Poder
Público"). O Tribunal entendeu, à primeira vista, que a redução do
prazo prescricional para as ações de indenização por apossamentoadministrativo ou desapropriação indireta ofende a garantia
constitucional da justa e prévia indenização em dinheiro (CF, art. 5º,
XXIV). Vencido, em parte, o Min. Marco Aurélio, que deferia
integralmente o pedido de medida cautelar.
ADInMC 2.260-DF, rel. Min. Moreira Alves, 14.2.2001.(ADI-2260)
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2. DESAPROPRIAÇÃO
MEDIDA PROVISÓRIA 2.183-56/2001
Art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo
ou intentar-se judicialmente, dentro de cinco anos, contados da
data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este
caducará.
Neste caso, somente decorrido um ano, poderá ser o mesmo
bem objeto de nova declaração.
Parágrafo único. Extingue-se em cinco anos o direito de
propor ação de indenização por apossamento administrativo
ou desapropriação indireta, bem como ação que vise a
indenização por restrições decorrentes de atos do Poder
Público.
2. DESAPROPRIAÇÃO
CC 2002.
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem
oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a
propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo
requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual
servirá de título para o registro no Cartório de Registro de
Imóveis.
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2. DESAPROPRIAÇÃO
CONFLITO DE COMPETÊNCIA - AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO
INDIRETA AJUIZADA CONTRA A UNIÃO - AÇÃO DE
NATUREZA REAL - COMPETÊNCIA ABSOLUTA DO FORO DA
SITUAÇÃO DA COISA - ANÁLISE SISTEMÁTICA DOS ARTS. 109,
§ 2º, DA CARTA MAGNA, E 95 DO CPC - COMPETÊNCIA DO
JUÍZO FEDERAL ONDE SE SITUA O IMÓVEL OBJETO DA
DEMANDA.
1. Na linha da orientação desta Corte Superior, a ação de
desapropriação indireta possui natureza real, circunstância que
atrai a competência para julgamento e processamento da demanda
para o foro da situação do imóvel, nos termos do art. 95 do Código
de Processo Civil.
2. Versando a discussão sobre direito de propriedade, trata-se de
competência absoluta, sendo plenamente viável seu conhecimento de
ofício, conforme fez o d. Juízo Suscitado. (...)
(CC 46771/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 24/08/2005, DJ 19/09/2005, p. 177)
2. DESAPROPRIAÇÃO
2.7.1. Fase declaratória
2.7.2. Fase executória
2.7.2.1. Administrativa
2.7.2.2. Judicial
2.7. Procedimento – DL 3.365/41
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40
2. DESAPROPRIAÇÃO
2.7.1 Fase Declaratória
Art. 6o A declaração de utilidade pública far-se-á por decreto do
Presidente da República, Governador, Interventor ou Prefeito.
Art. 7o Declarada a utilidade pública, ficam as autoridades
administrativas autorizadas a penetrar nos prédios compreendidos na
declaração, podendo recorrer, em caso de oposição, ao auxílio de
força policial.
Àquele que for molestado por excesso ou abuso de poder, cabe
indenização por perdas e danos, sem prejuízo da ação penal.
Art. 8o O Poder Legislativo poderá tomar a iniciativa da
desapropriação, cumprindo, neste caso, ao Executivo, praticar os atos
necessários à sua efetivação.
2.7. Procedimento – DL 3.365/41
2. DESAPROPRIAÇÃO
Consequências da declaração de utilidade pública:
• Permissão às autoridades públicas para penetrar no prédio,
inclusive com força policial, se necessário
• Início da contagem do prazo de caducidade do ato declaratório
� 5 anos para declaração de utilidade pública (art. 10 DL
3365/41)
� 2 anos para declaração de interesse social (art. 3º, L 4132/62)
• Indicação do estado em que se encontra o bem, para fins de
indenização => realização de benfeitorias úteis só com prévia
autorização, sob pena de não serem indenizáveis (art. 26, §1º, DL
3365/41)
OBS: AINDA NÃO HÁ TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE
2.7. Procedimento – DL 3.365/41
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2. DESAPROPRIAÇÃO
Requisitos do ato declaratório apontados pela doutrina
• Fundamento legal específico que justifica a desapropriação
• Identificação exata do bem que está sendo desapropriado
• Destinação que vai ser dada ao bem
• O proprietário do imóvel
• Os recursos orçamentários destinados à indenização
2.7. Procedimento – DL 3.365/41
2. DESAPROPRIAÇÃO
Art. 10. A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou
intentar-se judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da
expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará.
Neste caso, somente decorrido um ano, poderá ser o mesmo bem
objeto de nova declaração. (...)
2.7.2 Fase Executória
2.7.2.1. Administrativa
Acordo de vontades
2.7.2.2. Judicial
Objeto: Diferença entre o valor ofertado e o solicitado
2.7. Procedimento – DL 3.365/41
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2. DESAPROPRIAÇÃO
Art. 9º Ao Poder Judiciário é vedado, no processo de
desapropriação, decidir se se verificam ou não os casos de
utilidade pública.
Art. 20. A contestação só poderá versar sobre vício do
processo judicial ou impugnação do preço; qualquer outra
questão deverá ser decidida por ação direta.
2.7. Procedimento – DL 3.365/41
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2. DESAPROPRIAÇÃO
Esvaziamento do conteúdo econômico
Decreto nº 4.956, de 9 de Setembro de 1903
Art. 12. Os terrenos ou predios, que houverem de ser
desapropriados, sómente em parte, si ficarem reduzidos a
menos de metade de sua extensão, ou privados das serventias
necessarias para uso o gozo dos não comprehendidos na
desapropriação, ou ficarem muito desmerecidos da seu valor
pela privação de obras e bemfeitorias importantes, serão
desapropriados e indemnisados no seu todo, si assim
requererem os seus proprietarios (dec. n. 353 de 1845, art.
25; de n. 1664 de 1855, art. 12 n. 2.
2.8. Direito de extensão
2. DESAPROPRIAÇÃO
Fim diverso ao inicialmente previsto.
• Lícita: Manutenção do interesse público
• Ilícita: Desvio de finalidade
2.9. Tredestinação
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2. DESAPROPRIAÇÃO
Código Civil
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
social, não tiver o destino para que se desapropriou,
ou não for utilizada em obras ou serviços públicos,
caberá ao expropriado direito de preferência, pelo
preço atual da coisa.
2.9. Retrocessão
2. DESAPROPRIAÇÃO
Código Civil
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
social, não tiver o destino para que se desapropriou,
ou não for utilizada em obras ou serviços públicos,
caberá ao expropriado direito de preferência, pelo
preço atual da coisa
2.9. Retrocessão
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x
2. DESAPROPRIAÇÃO
DL 3365/41
Art. 15. Se o expropriante alegar urgência e
depositar quantia arbitrada de conformidade com o
art. 685 do Código de Processo Civil, o juiz mandará
imití-lo provisoriamente na posse dos bens;
Imissão provisória na posse
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2. DESAPROPRIAÇÃO
§ 1º A imissão provisória poderá ser feita, independente da citação
do réu, mediante o depósito:
a) do preço oferecido, se êste fôr superior a 20 (vinte) vêzes o valor
locativo, caso o imóvel esteja sujeito ao impôsto predial;
b) da quantia correspondente a 20 (vinte) vêzes o valor locativo,
estando o imóvel sujeito ao impôsto predial e sendo menor o preço
oferecido;
c) do valor cadastral do imóvel, para fins de lançamento do impôsto
territorial, urbano ou rural, caso o referido valor tenha sido
atualizado no ano fiscal imediatamente anterior;
d) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso c, o juiz
fixará independente de avaliação, a importância do depósito, tendo
em vista a época em que houver sido fixado originàlmente o valor
cadastral e a valorização ou desvalorização posterior do imóvel.
Imissão provisória na posse
2. DESAPROPRIAÇÃO
§ 2º A alegação de urgência, que não poderá ser
renovada, obrigará o expropriante a requerer a
imissão provisória dentro do prazo improrrogável de
120 (cento e vinte) dias.
§ 3º Excedido o prazo fixado no parágrafo anterior
não será concedida a imissãoprovisória.
§ 4o A imissão provisória na posse será registrada
no registro de imóveis competente.
Imissão provisória na posse
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2. DESAPROPRIAÇÃO
Art. 33. O depósito do preço fixado por sentença, à
disposição do juiz da causa, é considerado
pagamento prévio da indenização.
§ 2º O desapropriado, ainda que discorde do preço
oferecido, do arbitrado ou do fixado pela sentença,
poderá levantar até 80% (oitenta por cento) do
depósito feito para o fim previsto neste e no art. 15,
observado o processo estabelecido no art. 34.
Imissão provisória na posse
A prévia e justa
indenização em dinheiro
se compatibiliza com o
regime de precatórios?
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2. DESAPROPRIAÇÃO
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal,
Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária,
far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos
precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação
de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos
adicionais abertos para este fim.
X
Art. 5º-XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
2. DESAPROPRIAÇÃO
Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) atendeu o
pedido do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e permitiu que a
indenização a ser pagar em decorrência de uma desapropriação para reforma
agrária possa se dar em precatório, tendo em vista a existência de decisão judicial.
A decisão foi tomada na tarde de 25 de março de 2008, no julgamento do Recurso
Extraordinário (RE) 427761.O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5)
negou o pedido formulado pelo Instituto para que o pagamento da indenização
fosse feito por precatório.
O Instituto recorreu então ao STF, com base no artigo 100 da Constituição Federal,
que diz que qualquer pagamento imposto à fazenda por decisão judicial deve ser
submetido ao regime de precatórios.
O relator, ministro Marco Aurélio, baseou seu voto em um precedente do Plenário
da Corte (RE 247866). Para ele, o artigo 5º, inciso XXIV, da Constituição,
determina que o pagamento de indenizações referentes a desapropriações para
reforma agrária deve ser feito em dinheiro. Mas se existe uma decisão judicial,
frisou o ministro, deve ser observado o disposto no artigo 100 da Constituição,
que nesses casos permite a utilização do precatório para pagamento.
A decisão da Primeira Turma foi unânime, pelo provimento do recurso, para que o
Incra possa quitar seu débito por meio de precatórios. Data: 26 de março, 2008
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2. DESAPROPRIAÇÃO
• Valor do bem
• Despesas processuais
• Correção monetária
• Juros compensatórios
• Juros moratórios
• Honorários advocatícios
Indenização
2. DESAPROPRIAÇÃO
• Valor do bem
Art. 27. O juiz indicará na sentença os fatos que motivaram o seu
convencimento e deverá atender, especialmente, à estimação dos
bens para efeitos fiscais; ao preço de aquisição e interesse que deles
aufere o proprietário; à sua situação, estado de conservação e
segurança; ao valor venal dos da mesma espécie, nos últimos cinco
anos, e à valorização ou depreciação de área remanescente,
pertencente ao réu.
Art. 26. No valor da indenização, que será contemporâneo da
avaliação, não se incluirão os direitos de terceiros contra o
expropriado.
§ 1º Serão atendidas as benfeitorias necessárias feitas após a
desapropriação; as úteis, quando feitas com autorização do
expropriante.
Indenização
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2. DESAPROPRIAÇÃO
Danos emergentes
Aquilo que o proprietário efetivamente perdeu.
Lucros cessantes
Valores que o proprietário deixou de auferir com a
medida supressiva.
Indenização
2. DESAPROPRIAÇÃO
• Despesas processuais
Ex.: Custas e honorários de perito.
• Correção monetária
SÚMULA 561-STF - EM DESAPROPRIAÇÃO, É DEVIDA A
CORREÇÃO MONETÁRIA ATÉ A DATA DO EFETIVO
PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO, DEVENDO PROCEDER-SE
À ATUALIZAÇÃO DO CÁLCULO, AINDA QUE POR MAIS DE
UMA VEZ.
SÚMULA 67/STJ - NA DESAPROPRIAÇÃO, CABE A
ATUALIZAÇÃO MONETARIA, AINDA QUE POR MAIS DE
UMA VEZ, INDEPENDENTE DO DECURSO DE PRAZO
SUPERIOR A UM ANO ENTRE O CALCULO E O EFETIVO
PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO.
Indenização
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2. DESAPROPRIAÇÃO
• Juros compensatórios
Compensação pelo não uso da propriedade
Incide da imissão provisória na posse até a inscrição do
débito no regime de precatórios
Art. 100 - § 12. A partir da promulgação desta Emenda
Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua
expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua
natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da
caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora,
incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes
sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de
juros compensatórios.
Indenização
2. DESAPROPRIAÇÃO
• Juros compensatórios
SÚMULA Nº 618/STF - NA DESAPROPRIAÇÃO, DIRETA OU
INDIRETA, A TAXA DOS JUROS COMPENSATÓRIOS É DE
12% (DOZE POR CENTO) AO ANO.
Art. 15-A No caso de imissão prévia na posse, na desapropriação
por necessidade ou utilidade pública e interesse social, inclusive
para fins de reforma agrária, havendo divergência entre o preço
ofertado em juízo e o valor do bem, fixado na sentença, expressos
em termos reais, incidirão juros compensatórios de até seis por
cento ao ano sobre o valor da diferença eventualmente apurada, a
contar da imissão na posse, vedado o cálculo de juros compostos.
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001)
Indenização
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2. DESAPROPRIAÇÃO
• Juros compensatórios
EMENTA: - Ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 1º da Medida
Provisória nº 2.027-43, de 27 de setembro de 2000, na parte que altera o
Decreto-Lei nº 3.365Deferiu-se em parte o pedido de liminar, para
suspender, no "caput" do artigo 15-A do Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de
junho de 1941, introduzido pelo artigo 1º da Medida Provisória nº 2.027-
43, de 27 de setembro de 2000, e suas sucessivas reedições, a eficácia da
expressão "de até seis por cento ao ano"; para dar ao final desse
"caput" interpretação conforme a Constituição no sentido de que a base
de cálculo dos juros compensatórios será a diferença eventualmente
apurada entre 80% do preço ofertado em juízo e o valor do bem fixado na
sentença; e para suspender os parágrafos 1º e 2º e 4º do mesmo artigo 15-
A e a expressão "não podendo os honorários ultrapassar R$ 151.000,00
(cento e cinqüenta e um mil reais)" do parágrafo 1º do artigo 27 em sua
nova redação. (ADI 2332 MC), Relator(a): Min. MOREIRA ALVES,
Tribunal Pleno, julgado em 05/09/2001.
Indenização
2. DESAPROPRIAÇÃO
• Juros compensatórios
Antes de 11/06/1997 – 12%
Entre 11/06/1997 a 13/09/2001 – 6%
Após 13/09/2001 – 12%
Súmula nº 408/STJ - Nas ações de desapropriação, os juros
compensatórios incidentes após a Medida Provisória n.
1.577, de 11/6/1997, devem ser fixados em 6% ao ano até
13/09/2001, e, a partir de então, em 12% ao ano, na forma
da súmula n. 618 do Supremo Tribunal Federa
Indenização
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2. DESAPROPRIAÇÃO
• Juros moratórios
Compensação pelo atraso no pagamento pelo Poder Público.
SÚMULA Nº 70/STJ - OS JUROS MORATORIOS, NA
DESAPROPRIAÇÃO DIRETA OU INDIRETA, CONTAM-SE
DESDE O TRANSITO EM JULGADO DA SENTENÇA.
Art. 15-B Nas ações a que se refere o art. 15-A, os juros moratórios
destinam-se a recompor a perda decorrente do atraso no efetivo
pagamento da indenização fixada na decisão final de mérito, e
somente serão devidos à razão de até seis por cento ao ano, a partir
de 1o de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento
deveria ser feito, nos termosdo art. 100 da Constituição. (Incluído
pela Medida Provisória nº 2.183-56, de 2001)
Indenização
2. DESAPROPRIAÇÃO
• Juros moratórios
Art. 100 - § 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades
de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus
débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de
precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o
pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus
valores atualizados monetariamente.
Súmula Vinculante 17
Durante o período previsto no parágrafo 1º do artigo 100 da
Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que
nele sejam pagos.
Indenização
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2. DESAPROPRIAÇÃO
Pode haver cumulação entre juros moratórios e
compensatórios?
SÚMULA Nº 102-STJ - A INCIDENCIA DOS JUROS
MORATORIOS SOBRE OS COMPENSATORIOS, NAS AÇÕES
EXPROPRIATORIAS, NÃO CONSTITUI ANATOCISMO VEDADO
EM LEI.
Indenização
2. DESAPROPRIAÇÃO
ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO. JUROS MORATÓRIOS E
COMPENSATÓRIOS. INCIDÊNCIA. PERÍODO. TAXA. REGIME ATUAL.
DECRETO-LEI 3.365/41, ART. 15-B. ART. 100, § 12 DA CF (REDAÇÃO DA
EC 62/09). SÚMULA VINCULANTE 17/STF. SÚMULA 408/STJ.
3. Segundo jurisprudência assentada por ambas as Turmas da 1ª Seção, os juros
compensatórios, em desapropriação, somente incidem até a data da expedição do
precatório original. Tal entendimento está agora também confirmado pelo § 12 do
art. 100 da CF, com a redação dada pela EC 62/09. Sendo assim, não ocorre, no
atual quadro normativo, hipótese de cumulação de juros moratórios e juros
compensatórios, eis que se tratam de encargos que incidem em períodos diferentes:
os juros compensatórios têm incidência até a data da expedição de precatório,
enquanto que os moratórios somente incidirão se o precatório expedido não for
pago no prazo constitucional.
4. Recurso especial parcialmente provido. Recurso sujeito ao regime do art. 543-C
do CPC.
(REsp 1118103/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 24/02/2010, DJe 08/03/2010)
Indenização
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2. DESAPROPRIAÇÃO
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL.
DESAPROPRIAÇÃO PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA. VIOLAÇÃO DO
ART. 535 DO CPC NÃO CARACTERIZADA. REVISÃO DO VALOR DA
INDENIZAÇÃO. NECESSIDADE DO REEXAME DE PROVAS. SÚMULA
7/STJ. JUROS COMPENSATÓRIOS. IMÓVEL IMPRODUTIVO.
INCIDÊNCIA. PRONUNCIAMENTO PELA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C
DO CPC (RESP 1.116.364/PI). ANATOCISMO. SÚMULA 102/STJ. VERBA
HONORÁRIA. BASE DE CÁLCULO. SÚMULA 131/STJ.
4. "A incidência dos juros moratórios sobre os compensatórios, nas ações
expropriatórias, não constitui anatocismo vedado em lei" (Súmula 102/STJ).
5. A teor da Súmula 131/STJ, "nas ações de desapropriação incluem-se no cálculo
da verba advocatícia as parcelas relativas aos juros compensatórios e moratórios,
devidamente corrigidas".
6. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido.
(REsp 1322816/BA, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA,
julgado em 18/06/2013, DJe 26/06/2013)
Indenização
2. DESAPROPRIAÇÃO
• Honorários advocatícios
SÚMULA Nº 617-STF
A BASE DE CÁLCULO DOS HONORÁRIOS DE ADVOGADO EM
DESAPROPRIAÇÃO É A DIFERENÇA ENTRE A OFERTA E A
INDENIZAÇÃO, CORRIGIDAS AMBAS MONETARIAMENTE.
Art. 127- § 1º. A sentença que fixar o valor da indenização quando
este for superior ao preço oferecido condenará o desapropriante a
pagar honorários do advogado, que serão fixados entre meio e cinco
por cento do valor da diferença, observado o disposto no § 4o do
art. 20 do Código de Processo Civil, não podendo os honorários
ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e cinqüenta e um mil reais).
Indenização
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2. DESAPROPRIAÇÃO
• Honorários advocatícios
EMENTA: - Ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 1º da Medida
Provisória nº 2.027-43, de 27 de setembro de 2000, na parte que altera o
Decreto-Lei nº 3.365Deferiu-se em parte o pedido de liminar, para
suspender, no "caput" do artigo 15-A do Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de
junho de 1941, introduzido pelo artigo 1º da Medida Provisória nº 2.027-
43, de 27 de setembro de 2000, e suas sucessivas reedições, a eficácia da
expressão "de até seis por cento ao ano"; para dar ao final desse "caput"
interpretação conforme a Constituição no sentido de que a base de cálculo
dos juros compensatórios será a diferença eventualmente apurada entre
80% do preço ofertado em juízo e o valor do bem fixado na sentença; e
para suspender os parágrafos 1º e 2º e 4º do mesmo artigo 15-A e a
expressão "não podendo os honorários ultrapassar R$ 151.000,00 (cento
e cinqüenta e um mil reais)" do parágrafo 1º do artigo 27 em sua nova
redação. (ADI 2332 MC), Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal
Pleno, julgado em 05/09/2001.
Indenização
DIREITO ADMINISTRATIVO. LIMITAÇÃO
ADMINISTRATIVA. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DE
RESSARCIMENTO.A pretensão reparatória do esvaziamento
do conteúdo econômico da propriedade decorrente de
limitações administrativas prescreve em cinco anos, nos termos
do art. 10, parágrafo único, do Decreto-Lei n. 3.365/1941. Os
danos eventualmente causados pela limitação administrativa devem
ser objeto de ação de direito pessoal, cujo prazo prescricional é de
cinco anos, e não de direito real, que seria o caso da desapropriação
indireta. A limitação administrativa distingue-se da desapropriação:
nesta, há transferência da propriedade individual para o domínio do
expropriante, com integral indenização; naquela, há apenas
restrição ao uso da propriedade imposta genericamente a todos os
proprietários, sem qualquer indenização. Dessa forma, as restrições
ao direito de propriedade impostas por normas ambientais, ainda
que esvaziem o conteúdo econômico, não constituem
desapropriação indireta. AgRg no REsp 1.317.806-MG, Rel. Min.
Humberto Martins, julgado em 6/11/2012 (Info 508-STJ).
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DIREITO ADMINISTRATIVO. REPARAÇÃO DE IMÓVEL
TOMBADO. ÔNUS DO PROPRIETÁRIO.
A responsabilidade de reparar e conservar o imóvel tombado é
do proprietário, salvo quando demonstrado que ele não dispõe
de recurso para proceder à reparação. Precedentes citados: REsp
666.842-RJ, DJe 28/10/2009; REsp 895.443-RJ, DJe 17/12/2008;
REsp 1.013.008-MA, DJe 23/6/2008, e REsp 97.852-PR, DJ
8/6/1998. AgRg no AREsp 176.140-BA, Rel. Min. Castro Meira,
julgado em 18/10/2012. (Info 507-STJ).
DESAPROPRIAÇÃO. LEVANTAMENTO DE DEPÓSITO PELO
PROMITENTE COMPRADOR.
A Turma, reformando acórdão do tribunal a quo, decidiu caber a
intimação dos recorridos para se manifestarem acerca do pedido de
levantamento parcial do preço depositado no próprio processo de
desapropriação por utilidade pública; somente em caso de eventual
oposição fundada destes, seja a questão ventilada em ação própria.
In casu, os recorrentes assinaram contrato de compromisso de
compra e venda de área encravada em gleba desapropriada. Para o
Min. Relator, os arts. 31 e 34 do DL n. 3.365/1941 dão azo ao
pedido dos recorrentes, mesmo que o contrato não esteja inscrito
no cartório de registro de imóveis, sendo irrelevante a discussão
acerca da natureza do direito do promitente comprador – se
real ou pessoal –, em virtude da ausência de registro, já que os
dispositivos em análise não restringem a sub-rogação
unicamente aos direitos reais. REsp 1.198.137-DF, Rel. Min.
Teori Albino Zavaski, julgado em 2/2/2012.(Info 490-STJ).
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DESAPROPRIAÇÃO. VALOR DA INDENIZAÇÃO. DATA DA
AVALIAÇÃO.
A Turma, por maioria, reafirmou o entendimento de que, nas ações
de desapropriação - a teor do disposto no artigo 26 do DL n.
3.365/1941 - o valor da indenização será contemporâneo à data da
avaliação judicial, não sendo relevante a data em que ocorreu a
imissão na posse, tampouco a data em que se deu a vistoria do
expropriante. Precedentes citados: REsp 1.195.011-PR, DJe
14/2/2011, e REsp 1.035.057-GO, DJe 8/9/2009. REsp 1.274.005-
MA,Rel. originário Min. Mauro Campbell Marques, Rel. para
acórdão Min. Castro Meira, julgado em 27/3/2012. (INFO 494-STJ)
Art. 26. No valor da indenização, que será contemporâneo da
avaliação, não se incluirão os direitos de terceiros contra o
expropriado
DIREITO ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO
INDIRETA. VALORIZAÇÃO DA ÁREA REMANESCENTE.
REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO.
IMPOSSIBILIDADE.
Na desapropriação indireta, quando há valorização geral e ordinária
da área remanescente ao bem esbulhado em decorrência de obra ou
serviço público, não é possível o abatimento no valor da
indenização devida ao antigo proprietário. Cabe ao Poder
Público, em tese, a utilização da contribuição de melhoria como
instrumento legal capaz de fazer face ao custo da obra, devida
proporcionalmente pelos proprietários de imóveis beneficiados com
a valorização do bem. Precedentes citados: REsp 795.580/SC, DJ
1º/2/2007; REsp 1.074.994-SC, DJe 29/10/2008. REsp 1.230.687-
SC, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 18/10/2012.
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DIREITO ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO
INDIRETA. VALORIZAÇÃO DA ÁREA REMANESCENTE.
REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO.
IMPOSSIBILIDADE.
Na desapropriação indireta, quando há valorização geral e ordinária
da área remanescente ao bem esbulhado em decorrência de obra ou
serviço público, não é possível o abatimento no valor da
indenização devida ao antigo proprietário. Cabe ao Poder
Público, em tese, a utilização da contribuição de melhoria como
instrumento legal capaz de fazer face ao custo da obra, devida
proporcionalmente pelos proprietários de imóveis beneficiados com
a valorização do bem. Precedentes citados: REsp 795.580/SC, DJ
1º/2/2007; REsp 1.074.994-SC, DJe 29/10/2008. REsp 1.230.687-
SC, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 18/10/2012. (Info 507)
Desapropriação e área aproveitável - 2
No mérito, prevaleceu o voto do Min. Luiz Fux. Aduziu que, para
fins de desapropriação, deveria ser considerada a área total do
imóvel, inclusive suas frações inaproveitáveis. Ressurtiu que
essas áreas, consideradas isoladamente, serviriam para cálculo de
imposto e aferição da produtividade do imóvel. Concluiu não haver
o alegado direito de a parte ver excluída uma parcela do imóvel no
que concerne à desapropriação. Vencido o Min. Marco Aurélio,
relator, que concedia a segurança. Asseverava que a inclusão de
áreas reservadas à preservação permanente e não aproveitáveis para
a finalidade de classificação da propriedade segundo a extensão não
poderia ocorrer, visto que “grande propriedade” seria calculada pela
divisão da área aproveitável do imóvel rural, portanto, passível de
exploração agrícola. Concluía que essa fração não ultrapassaria o
necessário para viabilizar a desapropriação.
MS 25066/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/o acórdão Min.
Luiz Fux, 14.12.2011. (MS-25066) – (Info 652-STF)
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Desapropriação e área aproveitável - 2
No mérito, prevaleceu o voto do Min. Luiz Fux. Aduziu que, para
fins de desapropriação, deveria ser considerada a área total do
imóvel, inclusive suas frações inaproveitáveis. Ressurtiu que
essas áreas, consideradas isoladamente, serviriam para cálculo de
imposto e aferição da produtividade do imóvel. Concluiu não haver
o alegado direito de a parte ver excluída uma parcela do imóvel no
que concerne à desapropriação. Vencido o Min. Marco Aurélio,
relator, que concedia a segurança. Asseverava que a inclusão de
áreas reservadas à preservação permanente e não aproveitáveis para
a finalidade de classificação da propriedade segundo a extensão não
poderia ocorrer, visto que “grande propriedade” seria calculada pela
divisão da área aproveitável do imóvel rural, portanto, passível de
exploração agrícola. Concluía que essa fração não ultrapassaria o
necessário para viabilizar a desapropriação.
MS 25066/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/o acórdão Min.
Luiz Fux, 14.12.2011. (MS-25066) – (Info 652-STF)
Desapropriação: interesse social e reforma agrária – 1
O Plenário denegou mandado de segurança impetrado com o fim de anular
decreto presidencial que declarara de interesse social, para fins de
estabelecimento e manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento e
trabalho agrícola, imóvel rural localizado no Estado da Paraíba, nos termos
da Lei 4.132/62 (“Art. 2º Considera-se de interesse social: … III – o
estabelecimento e a manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento
e trabalho agrícola”). Alegava a impetração que o Tribunal de Justiça local
teria anulado decreto estadual que desapropriara a mesma área, para fins de
estabelecimento de colônia agrícola, razão pela qual o decreto impugnado
afrontaria a coisa julgada. Sustentava, ademais, que não se poderia, no caso,
cogitar de desapropriação para fins de reforma agrária, haja vista referir-se a
média propriedade rural produtiva, e que teria havido desvio de finalidade,
visto que a região destinada à desapropriação seria diversa daquela onde
residiriam os colonos. Apontava, também, que o ato impugnado teria
autorizado o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária —
INCRA a promover a desapropriação e que a autarquia não teria
competência legal para tanto. Por fim, afirmava afronta ao devido processo
legal, à ampla defesa e ao contraditório em decorrência da falta de vistoria
prévia do imóvel.
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Desapropriação: interesse social e reforma agrária – 2
Em relação ao argumento de violação à coisa julgada, salientou-se que o
decreto expropriatório proferido pelo Estado-membro teria sido anulado, em
sentença transitada em julgado, devido a vício de incompetência, uma vez
que encampado com o intuito de reforma agrária, atribuição exclusiva da
União. No ponto, destacou o Min. Luiz Fux que esse vício consistiria em
mera formalidade, de modo a não impedir a propositura de nova ação com o
mesmo objeto. Reputou-se que, muito embora se tratasse de média
propriedade rural produtiva, o ato impugnado não teria a finalidade de
desapropriar para reforma agrária, mas para atender a interesse social,
conceito este mais amplo do que aquele. A respeito, o Min. Celso de Mello
consignou que a desapropriação para fins de reforma agrária seria
modalidade de desapropriação-sanção, condicionada à notificação prévia
como medida concretizadora do devido processo e vinculada ao mau uso da
propriedade, cuja justa e prévia indenização se daria em títulos da dívida
agrária. Enfatizou que a hipótese dos autos, por sua vez, trataria de
assentamento de colonos em observância a interesse social, sem caráter
sancionatório — motivo pelo qual a justa e prévia indenização teria
ocorrido em espécie — e não vinculada à produtividade ou às dimensões
da área desapropriada. (...) MS 26192/PB - 11.5.2011. (MS-26192)
DESAPROPRIAÇÃO. REFORMA AGRÁRIA. INDENIZAÇÃO.
Em respeito ao princípio da justa indenização, os valores referentes à
desapropriação para fins de reforma agrária devem corresponder à exata
dimensão da propriedade, pois não faz sentido vincular-se, de forma
indissociável, o valor da indenização à área registrada, visto que tal
procedimento poderia acarretar, em certos casos, o enriquecimento sem
causa de uma ou de outra parte caso a área constante do registro seja
superior. Dessarte, para fins indenizatórios, o alcance do justo preço
recomenda que se adote a área efetivamente expropriada, com o fim de
evitar prejuízo a qualquer das partes. No caso, deve-se pagar pelo que foi
constatado pelo perito (a parte incontroversa), e o montante correspondente
à área remanescente ficará eventualmente depositado em juízo até que se
defina quem faz jus ao levantamento dos valores. Precedentes citados: REsp
596.300-SP, DJe 22/4/2008; REsp 937.585-MG, DJe 26/5/2008; REsp
841.001-BA, DJ 12/12/2007, e REsp 837.962-PB, DJ 16/11/2006. REsp
1.115.875-MT, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 7/12/2010.
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DESAPROPRIAÇÃO. INDENIZAÇÃO. ÁREA NÃO REGISTRADA.
COBERTURAVEGETAL.
O acórdão recorrido entendeu que, havendo divergência sobre a dimensão do
imóvel desapropriado, deve prevalecer a área real do imóvel sobre a área
registrada, devendo a primeira ser indenizada. É uníssona a jurisprudência deste
Superior Tribunal de que o pagamento da indenização em desapropriação direta
restringe-se à área registrada constante do decreto expropriatório,
incumbindo à parte o ingresso em via ordinária própria para a apuração de
eventual esbulho de área excedente (art. 34 do DL n. 3.365/1941 e do art. 6º, §
1º, da LC n. 76/1993). Isso porque o pagamento de área não registrada conduz o
Poder Público a indenizar aquele que não detém a propriedade da área
expropriada, resultando no enriquecimento sem causa do particular
(expropriado). Quanto à indenização da cobertura vegetal, ela deve ser
calculada separadamente do valor da terra nua, quando comprovada a
exploração econômica dos recursos vegetais. No caso, o tribunal a quo
afastou a mencionada indenização separada da terra nua, argumentando que não
seria a hipótese de pagamento separado. Não obstante, acrescentou ao valor da
terra nua o percentual de 10%, o que, por via oblíqua, acabou indenizando
novamente a cobertura vegetal e, a fortiori, contrariando seu próprio
entendimento, também o firmado por este Superior Tribunal.. REsp 1.075.293-
MT, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 4/11/2010.

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