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ENGEWEB Tarifação da energia elétrica R 1 0 0

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ii
 
 
 
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II SS BB NN 88 55 -- 99 00 55 44 11 00 -- 11 -- 22 
Hwww.vertengenharia.com.br 
PP UU BB LL II CC AA ÇÇ ÃÃ OO :: 
Tarifação de energia 
elétrica 
 
 
Importante: Esta publicação é mantida revisada e atualizada no site 
www.engeweb.eng.br 
 
 
Versão 
R1.0.0 
  
Ricardo Prado Tamietti
 Engeweb COBRAPI Engenharia sem fronteiras 
 
 
E S T A P U B L I C A Ç Ã O T É C N I C A É D E P R O P R I E D A D E A U T O R A L D E R I C A R D O P R A D O 
T A M I E T T I , S E N D O V E T A D A A D I S T R I B U I Ç Ã O , R E P R O D U Ç Ã O T O T A L O U P A R C I A L 
D E S E U C O N T E Ú D O S O B Q U A I S Q U E R F O R M A S O U Q U A I S Q U E R M E I O S 
( E L E T R Ô N I C O , M E C Â N I C O , G R A V A Ç Ã O , F O T O C Ó P I A , D I S T R I B U I Ç Ã O N A W E B O U 
O U T R O S ) S E M P R É V I A A U T O R I Z A Ç Ã O , P O R E S C R I T O , D O P R O P R I E T Á R I O D O 
D I R E I T O A U T O R A L . 
R E S E R V A D O S T O D O S O S D I R E I T O S . 
 
T O D A S A S D E M A I S M A R C A S E D E N O M I N A Ç Õ E S C O M E R C I A I S S Ã O D E 
P R O P R I E D A D E S D E S E U S R E S P E C T I V O S T I T U L A R E S . 
 
 
E D I T O R A Ç Ã O E L E T R Ô N I C A : 
 
 
 
R E V I S Ã O : 
R I C A R D O P . T A M I E T T I 
 
 
 
Catalogação na Fonte 
TAMIETTI, Ricardo P. 
Tarifação da energia elétrica / Ricardo Prado Tamietti. Belo 
Horizonte, MG : Engeweb, 2009 
 
 
Inclui bibliografia 
1. Engenharia. 2. Energia elétrica. 3. Tarifação. I. Título. 
 
 
 
E S T A P U B L I C A Ç Ã O T É C N I C A É M A N T I D A R E V I S A D A E A T U A L I Z A D A P A R A 
D O W N L O A D N O S I T E W W W . E N G E W E B . E N G . B R . 
 
 iii
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOBRE O AUTOR 
Ricardo Prado Tamietti 
Graduado sem Engenharia Elétrica pela UFMG em 1994, onde também concluiu os cursos de 
pós-graduação em Engenharia de Telecomunicações e em Sistemas de Energia Elétrica com 
ênfase em Qualidade de Energia. Sócio-diretor da VERT Engenharia. Engenheiro e consultor da 
COBRAPI desde 1994, com grande experiência na elaboração, coordenação e gerenciamento de 
projetos de instalações elétricas industriais e sistemas prediais, tendo atuado nas áreas de 
educação corporativa, desenvolvimento de engenharia, sistema de gestão da qualidade, 
engenharia de projetos, planejamento e controle, gerenciamento de contratos, de projetos e de 
equipes técnicas de eletricidade. Auditor especializado em sistema de gestão da qualidade para 
empresas de engenharia, segundo prescrições da ABNT NBR ISO 9001. Membro da Comissão 
de Estudos CE-064.01 da ABNT/CB-03 - Comitê de Eletricidade da ABNT. Autor de livros, 
softwares e artigos técnicos na área de instalações elétricas. Na área acadêmica, atua como 
Coordenador técnico e docente de cursos de pós-graduação lato sensu direcionados ao ensino 
da engenharia de projetos industriais em diversas universidades do país. 
 
Mantém na internet a loja virtual www.engeweb.eng.br, uma editora multimídia especializada na 
produção e distribuição de conteúdos autorais e informativos – tanto de criação própria quanto de 
autores parceiros – sob a forma de cursos e e-books (livros digitais) para a área de engenharia. 
 
Contato: tamietti@cobrapi.com.br 
 
 
 ii
“A menor mudança deixa-me inteiramente 
livre para modificar minha determinação, 
desobrigando-me da promessa”. 
Sêneca (Lucius Annaeus Seneca) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradecimentos: 
 
À COBRAPI, pelo ambiente técnico. 
 
 
Soluções educacionais para engenharia. 
www.cobrapi.com.br/edu 
 
 
 iii
 
 
 
A COBRAPI é uma empresa de engenharia com uma longa trajetória, marcada 
por desafios, conquistas e busca constante da evolução. Acreditamos em uma 
administração voltada para as pessoas, capaz de nos diferenciar e elevar a um 
patamar de excelência na execução de cada serviço. Investimos 
continuamente no desenvolvimento, conhecimento e tecnologia para manter-
nos atualizados e aptos a oferecer os melhores projetos ao mercado. Assim, 
atender com eficiência cada projeto é fazer da engenharia uma fonte de 
resultados para nós e para os nossos clientes. 
 
Há 46 anos contribuindo para a história da engenharia nacional 
A COBRAPI iniciou sua trajetória em 1963, como subsidiária da estatal 
Companhia Siderúrgica Nacional-CSN. Os objetivos implícitos na criação era 
ser a empresa de engenharia capaz de absorver tecnologia e suportar o 
crescimento futuro da siderurgia brasileira. 
Os objetivos foram alcançados e a empresa adquiriu experiência e qualificação, 
ampliando suas áreas de atuação para os mais diversos setores industriais. Foi 
integrada à Siderbrás (Siderurgia Brasileira), holding estatal do setor 
siderúrgico brasileiro formada pelas empresas CSN, USIMINAS, COSIPA, 
AÇOMINAS, USIBA, COFAVI, PIRATINI e COBRAPI. 
Em 1989 a Siderbrás foi extinta e suas empresas foram colocadas no programa 
de privatização do Governo Federal. A COBRAPI foi adquirida por seus 
empregados, que mantêm o controle acionário até os dias atuais. 
Após as necessárias adaptações, impostas pelo mercado onde atua, a 
COBRAPI segue forte e, como sempre, treinando, formando, desenvolvendo 
profissionais e destacando-se por meio de soluções inovadoras. A 
determinação mostrada ao longo do caminho percorrido assegura passos 
firmes rumo ao futuro. 
 
Atendendo com qualidade e tecnologia por todo o país 
Com atuação significativa nas áreas de siderurgia, metalurgia, bens de capital, 
celulose, mineração, petróleo, entre outras, a Cobrapi está presente nos 
estados de Minas Gerais (Belo Horizonte e Ipatinga), Rio de Janeiro (Rio de 
Janeiro), São Paulo (Cubatão) e Espírito Santo (Vitória), consolidando sua 
melhor competência em serviços de engenharia, fornecimento de pacotes, 
gerenciamento de implantação de empreendimentos, consultoria e apoio 
técnico, desenvolvimento de processos e tecnologia e assistência técnica 
exterior. 
 
Matriz 
Rua Padre Eustáquio, 2818 
Pe. Eustáquio – 30720-100 – Belo Horizonte – MG 
Telefax: (31) 3349-1400 
www.cobrapi.com.br 
 iv
 
 v
Áreas de negócio 
 
 
Engenharia 
Estudo de viabilidade; Projetos conceptual, básico e 
detalhado; Suprimento; Meio ambiente. 
 
Consultoria e Apoio Técnico 
Engenharia, manutenção, operação e logística 
 
Fornecimento de pacotes 
Turn Key e Turn Key Misto: 
Processos, Projetos, Suprimento, Construção, 
Montagem, Teste e Posta em Marcha e Operação 
Assistida. 
 
Gerenciamento 
Supervisão e fiscalização de implantação de 
empreendimentos. 
 
COBRAPI Educação 
Soluções Educacionais para a Engenharia: 
- Programas Abertos 
- Programas Customizados 
- Especialização Lato Sensu 
 
 
 
 
 
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
SUMÁRIO 
 
1  TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA ............................................................................................................. 9 
1.1  PRINCIPAIS DEFINIÇÕES ......................................................................................................................................... 9 
1.2  CLASSIFICAÇÃO DOS CONSUMIDORES DE ENERGIA .............................................................................................. 11 
1.2.1  Consumidores do Grupo A ................................................................................................................... 111.2.2  Consumidores do Grupo B ................................................................................................................... 12 
1.3  TARIFAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ..................................................................................................................... 12 
1.3.1  Tarifação convencional ......................................................................................................................... 15 
1.3.2  Tarifação horo-sazonal ......................................................................................................................... 16 
1.3.3  Tarifação monômia ............................................................................................................................... 21 
1.4  DEMANDA, CONSUMO E FATOR DE POTÊNCIA ...................................................................................................... 21 
1.5  A LEGISLAÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA .............................................................................................................. 24 
1.5.1  O faturamento de energia e demanda ativa ......................................................................................... 27 
1.5.2  O faturamento de energia e demanda reativas excedentes ................................................................. 33 
1.5.3  Reduzindo a fatura de energia elétrica ................................................................................................. 42 
1.6  FATOR DE CARGA ................................................................................................................................................ 53 
1.6.1  Tarifação convencional ......................................................................................................................... 56 
1.6.2  Tarifação Horo-sazonal Azul ................................................................................................................ 56 
1.6.3  Tarifação Horo-sazonal Verde .............................................................................................................. 57 
APÊNDICE A – BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................ 59 
 vi
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
INTRODUÇÃO 
 
Várias medidas de eficientização e 
otimização energética não são implantadas 
pelos consumidores responsáveis devido aos 
elevados custos envolvidos quando 
comparados aos possíveis decréscimos nas 
faturas de energia elétrica. Estas apresentam 
a quantia total que deve ser paga pela 
prestação do serviço público de energia 
elétrica, referente a um período especificado, 
discriminando as parcelas correspondentes. 
Assim, compreender a estrutura tarifária 
e como são calculados os valores expressos 
nas notas fiscais de energia elétrica é um 
parâmetro importante para a correta tomada 
de decisão em projetos envolvendo 
conservação de energia. 
A análise dos elementos que compõem 
esta estrutura, seja convencional ou horo-
sazonal, é indispensável para uma tomada 
de decisão quanto ao uso eficiente da 
energia. A conta de energia é uma síntese 
dos parâmetros de consumo, refletindo a 
forma como a mesma é utilizada. Uma 
análise histórica, como no mínimo 12 meses, 
apresenta um quadro rico de informações e 
torna-se a base de comparação para futuras 
mudanças, visando mensurar potenciais de 
economia. Nesse sentido, o estudo e o 
acompanhamento das contas de energia 
elétrica tornam-se ferramentas importantes 
para a execução de um gerenciamento 
energético em instalações. 
Além disso, o resultado da análise 
permite que o instrumento contratual entre a 
concessionária e o consumidor torne-se 
adequado às necessidades deste, podendo 
implicar em redução de despesas com 
eletricidade. 
 
 
 vii
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Capítulo
 
1 
 
Tarifação da energia 
elétrica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 8
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
1 Tarifação da energia elétrica 
 
Sumário do capítulo 
1.1 PRINCIPAIS DEFINIÇÕES 
1.2 CLASSIFICAÇÃO DOS CONSUMIDORES DE ENERGIA 
1.2.1 Consumidores do grupo A 
1.2.2 Consumidores do grupo B 
1.3 TARIFAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 
1.3.1 Tarifação convencional 
1.3.2 Tarifação Horo-sazonal 
1.3.3 Tarifação monômia 
1.4 DEMANDA, CONSUMO E FATOR DE POTÊNCIA 
1.5 A LEGISLAÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA 
1.5.1 O faturamento de energia e demanda ativa 
1.5.2 O faturamento de energia e demanda reativas excedentes 
1.5.3 Reduzindo a fatura de energia elétrica 
1.6 FATOR DE CARGA 
1.6.1 Tarifação convencional 
1.6.2 Tarifação Horo-sazonal Azul 
1.6.3 Tarifação Horo-sazonal verde 
1.7 SISTEMAS DE MEDIÇÃO DA CONCESSIONÁRIA 
 
 
 
 
Esta publicação apresenta noções 
básicas sobre as formas de tarifação da 
energia elétrica e a legislação do fator de 
potência, estando calcado no instrumento 
legal mais recente que versa sobre o tema, a 
Resolução 456 da Agência Nacional de 
Energia Elétrica - ANEEL, publicada no 
Diário Oficial em 29 de novembro de 2000 e 
disponibilizado no apêndice A. 
1.1 Principais definições 
Para melhor compreensão dos 
assuntos a serem tratados ao longo deste 
capítulo, é importante o conhecimento de 
alguns conceitos e definições: 
Carga instalada: soma das potências 
nominais dos equipamentos elétricos 
instalados na unidade consumidora, em 
condições de entrar em funcionamento, 
expressa em quilowatts (kW). 
Contrato de fornecimento: instrumento 
contratual em que a concessionária e o 
consumidor responsável por unidade 
consumidora do Grupo “A” ajustam as 
características técnicas e as condições 
comerciais do fornecimento de energia 
elétrica. 
Demanda: média das potências 
elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao 
sistema elétrico pela parcela da carga 
instalada em operação na unidade 
consumidora, durante um intervalo de tempo 
especificado (kW ou kVAr). 
Demanda contratada: demanda de 
potência ativa a ser obrigatória e 
continuamente disponibilizada pela 
concessionária, no ponto de entrega, 
conforme valor e período de vigência fixados 
no contrato de fornecimento e que deverá ser 
integralmente paga, seja ou não utilizada 
durante o período de faturamento, expressa 
em quilowatts (kW). 
Demanda de ultrapassagem: parcela da 
demanda medida que excede o valor da 
demanda contratada, expressa em quilowatts 
(kW). 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 9
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
Demanda faturável: valor da demanda 
de potência ativa, identificada de acordo com 
os critérios estabelecidos e considerada para 
fins de faturamento, com aplicação da 
respectiva tarifa, expressa em quilowatts 
(kW). 
Demanda medida: maior demanda de 
potência ativa, verificada por medição, 
integralizada no intervalo de 15 (quinze) 
minutos durante o período de faturamento, 
expressa em quilowatts (kW). 
Estrutura tarifária: conjunto de tarifas 
aplicáveis às componentes de consumo de 
energia elétrica e/ou demanda de potência 
ativas de acordo com a modalidade de 
fornecimento. 
 
Horário de Ponta (P): corresponde ao 
intervalo de 3 horas consecutivas, definido 
por cada concessionária local, compreendido 
entre as 17 e 22 horas, de segunda à sexta-
feira. 
Horário Fora de Ponta (F): corresponde 
às horas complementares às relativas ao 
horário de ponta, acrescido do total das 
horas dos sábados e domingos. 
Período Seco (S): período de 7 (sete) 
meses consecutivos, compreendendo os 
fornecimentos abrangidos pelas leituras de 
maio a novembro. 
Período Úmido (U): período de 5 (cinco) 
meses consecutivos, compreendendoos 
fornecimentos abrangidos pelas leituras de 
dezembro de um ano a abril do ano seguinte. 
Fator de carga: razão entre a demanda 
média e a demanda máxima da unidade 
consumidora, ocorridas no mesmo intervalo 
de tempo especificado. 
Fator de demanda: razão entre a 
demanda máxima num intervalo de tempo 
especificado e a carga instalada na unidade 
consumidora. 
Fator de potência: razão entre a 
energia elétrica ativa e a raiz quadrada da 
soma dos quadrados das energias elétricas 
ativa e reativa, consumidas num mesmo 
período especificado. 
Fatura de energia elétrica: nota fiscal 
que apresenta a quantia total que deve ser 
paga pela prestação do serviço público de 
energia elétrica, referente a um período 
especificado, discriminando as parcelas 
correspondentes. 
Modulação: corresponde a redução 
percentual do valor de demanda no horário 
de ponta em relação ao horário fora de 
ponta. 
Potência disponibilizada: potência que 
o sistema elétrico da concessionária deve 
dispor para atender às instalações elétricas 
da unidade consumidora, segundo os 
critérios estabelecidos na Resolução 456/00 
da Aneel e configurada nos seguintes 
parâmetros: 
a) unidade consumidora do Grupo “A”: 
a demanda contratada, expressa em 
quilowatts (kW); 
b) unidade consumidora do Grupo “B”: 
a potência em kVA, resultante da 
multiplicação da capacidade nominal ou 
regulada, de condução de corrente elétrica 
do equipamento de proteção geral da 
unidade consumidora pela tensão nominal, 
observado no caso de fornecimento trifásico, 
o fator específico referente ao número de 
fases. 
Potência instalada: soma das potências 
nominais de equipamentos elétricos de 
mesma espécie instalados na unidade 
consumidora e em condições de entrar em 
funcionamento. 
Segmentos Horo-Sazonais: são as 
combinações dos intervalos de ponta e fora 
de ponta com os períodos seco e úmido, 
conforme abaixo: 
a) horário de ponta em período seco - 
PS; 
b) horário de ponta em período úmido 
- PU; 
c) horário fora de ponta em período 
seco - FPS; 
d) horário fora de ponta em período 
úmido - FPU. 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 10
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
Tarifa: preço da unidade de energia 
elétrica e/ou da demanda de potência ativas. 
Tarifa monômia: tarifa de fornecimento 
de energia elétrica constituída por preços 
aplicáveis unicamente ao consumo de 
energia elétrica ativa. 
Tarifa binômia: conjunto de tarifas de 
fornecimento constituído por preços 
aplicáveis ao consumo de energia elétrica 
ativa e à demanda faturável. 
Tarifa de ultrapassagem: tarifa aplicável 
sobre a diferença positiva entre a demanda 
medida e a contratada, quando exceder os 
limites estabelecidos. 
Tarifas de Ultrapassagem: são as 
tarifas aplicadas à parcela da demanda 
medida que superar o valor da demanda 
contratada, no caso de Tarifas Horo-
Sazonais, respeitados os respectivos limites 
de tolerância. 
Tolerância de ultrapassagem de 
demanda: é uma tolerância dada aos 
consumidores das tarifas horo-sazonais para 
fins de faturamento de ultrapassagem de 
demanda. Esta tolerância é de: 
a) 5% para os consumidores atendidos 
em tensão igual ou superior a 69 
kV; 
b) 10% para os consumidores 
atendidos em tensão inferior a 69 
kV (a grande maioria), e demanda 
contratada superior a 100 kW; 
c) 20% para os consumidores 
atendidos em tensão inferior a 69 
kV, e demanda contratada de 50 a 
100 kW. 
Valor líquido da fatura: valor em moeda 
corrente resultante da aplicação das 
respectivas tarifas de fornecimento, sem 
incidência de imposto, sobre as componentes 
de consumo de energia elétrica ativa, de 
demanda de potência ativa, de uso do 
sistema, de consumo de energia elétrica e 
demanda de potência reativas excedentes. 
Valor mínimo faturável: valor referente 
ao custo de disponibilidade do sistema 
elétrico, aplicável ao faturamento de 
unidades consumidoras do Grupo “B”, de 
acordo com os limites fixados por tipo de 
ligação. 
 
Definições conforme Resolução 456/00 da Aneel, Art. 
2º). 
1.2 Classificação dos consumidores 
de energia 
Os consumidores de energia são 
classificados (conforme resolução 456/00 da 
Aneel, inciso XXII do art. 2º) pelo nível de 
tensão em que são atendidos e podem ser 
divididos em três categorias: 
a) Consumidores do Grupo A - Tarifação 
Convencional; 
b) Consumidores do Grupo A - Tarifação 
Horo-Sazonal; 
c) Consumidores do Grupo B. 
A energia elétrica pode ser cobrada de 
diversas maneiras, dependendo do 
enquadramento tarifário de cada consumidor. 
A apresentação das características de cada 
uma das modalidades tarifárias 
(convencional e horo-sazonal) será 
introduzida na seção 6.3. 
1.2.1 Consumidores do Grupo A 
Corresponde ao grupamento composto 
de unidades consumidoras com tensão de 
fornecimento igual ou superior a 2,3 kV, ou, 
ainda, atendidas em tensão inferior a 2,3 kV 
a partir de sistema subterrâneo de 
distribuição. 
O grupo A, subdividido nos subgrupos 
apresentados na tabela 1.1, é caracterizado 
pela estruturação tarifária binômia (os 
consumidores são cobrados tanto pela 
demanda quanto pela energia ativa que 
consomem), além da tarifação imposta por 
baixo fator de potência (inferior a 0,92, 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 11
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
indutivo ou capacitivo) para o consumo de 
energia elétrica e demanda de potências 
reativas excedentes. 
Os grandes consumidores e a maioria 
das pequenas e médias empresas brasileiras 
(industriais ou comerciais) são classificados 
no Grupo A, podendo ser enquadrados na 
tarifação convencional ou na tarifação horo-
sazonal (azul ou verde). 
Tabela 1.1 Subgrupos dos consumidores do grupo A. 
Subgrupos Tensão de fornecimento 
A1 ≥ 230 kV 
A2 88 kV a 138 kV 
A3 69 kV 
A3a 30 kV a 44 kV 
A4 2,3 kV a 25 kV 
AS Subterrâneo1 
Nota: 
 
1- Tensão de fornecimento inferior a 2,3 kV, atendida a partir 
de sistema subterrâneo de distribuição e faturada neste 
Grupo em caráter opcional. 
É necessária, para consumidores do 
Grupo A, a assinatura de um “Contrato de 
Fornecimento”, destinado a regular as 
relações entre a concessionária e a unidade 
consumidora. 
1.2.2 Consumidores do Grupo B 
Corresponde ao grupamento composto 
de unidades consumidoras com fornecimento 
em tensão inferior a 2,3 kV ou, ainda, 
atendidas em tensão superior a 2,3 kV e 
faturadas neste Grupo nos termos definidos 
nos arts. 79 a 81 da resolução 456/00 da 
Aneel. O grupo B, subdividido nos subgrupos 
apresentados na tabela 1.2, é caracterizado 
pela estruturação tarifária monômia (isto é, 
os consumidores são cobrados apenas pela 
energia ativa que consomem), além da 
tarifação imposta por baixo fator de potência 
(consumo de energia reativa excedente), 
quando aplicável. 
 
 
Tabela 1.2 Subgrupos dos consumidores do grupo B. 
Subgrupos Tensão de fornecimento 
B1 Residencial e residencial de baixa 
renda 
B2 Rural, cooperativa de eletrificação 
rural, serviço público de irrigação 
B3 Demais classes 
B4 Iluminação pública 
 
Como exemplo, podemos citar as 
residências, iluminação pública, 
consumidores rurais, e todos os demais 
usuários alimentados em baixa tensão 
(abaixo de 600 V), divididos em três tipos de 
tarifação: residencial, comercial e rural. 
Os consumidores atendidos por redes 
elétricas subterrâneas são classificados no 
Grupo A, Sub-grupo AS, mesmo que 
atendidos em baixa tensão. 
É necessária, para consumidores do 
Grupo B, a assinatura de um “Contrato de 
Adesão”, destinado a regular as relações 
entre a concessionária e a unidade 
consumidora. 
 
Figura 1.1 Consumidores dos Grupos A e B. 
1.3 Tarifação de energia elétrica 
Tarifação de Energia Elétricaé o 
sistema organizado de tabelas de preços (da 
unidade de energia elétrica e/ou da demanda 
de potência ativa) correspondentes às 
diversas classes de serviço oferecidas às 
unidades consumidoras, aprovadas e 
reguladas pela Aneel - Agência Nacional de 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 12
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
Energia Elétrica, em cujo site podem ser 
obtidas as tabelas de tarifas atualizadas. 
A compreensão da forma como é 
cobrada a energia elétrica e como são 
calculados os valores apresentados nas 
contas de energia elétrica é fundamental 
para a tomada de decisão em relação a 
projetos de eficiência energética. 
A conta de energia reflete o modo como 
a energia elétrica é utilizada e sua análise 
por um período de tempo adequado permite 
estabelecer relações importantes entre 
hábitos e consumo. 
Dadas as alternativas de 
enquadramento tarifário disponíveis para 
alguns consumidores, o conhecimento da 
formação da conta e dos hábitos de consumo 
permite escolher a forma de tarifação mais 
adequada e que resulta em menor despesa 
com a energia elétrica. 
As tarifas de eletricidade em vigor 
possuem estruturas com dois componentes 
básicos na definição do seu preço: 
a) componente relativo à demanda de 
potência ativa (quilowatt ou kW); 
b) componente relativo ao consumo de 
energia ativa (quilowatt-hora ou kWh). 
É importante observar que, até 1981, 
existia apenas um sistema de tarifação, 
denominado Convencional. Este sistema, 
bastante simplificado, não permitia que o 
consumidor percebesse os reflexos 
decorrentes da melhor forma de utilizar 
(consumir) a eletricidade, uma vez que não 
havia diferenciação de preços segunda sua 
utilização durante as horas do dia e períodos 
do ano. 
Desta forma, esta única estrutura de 
tarifação levava o consumidor a ser 
indiferente no que diz respeito à utilização da 
energia elétrica durante a madrugada ou no 
final da tarde, assim como consumir durante 
o mês de junho ou dezembro, no inverno ou 
no verão. 
Esta indiferença com relação ao 
consumo de energia ao longo desses 
períodos indicava um perfil de 
comportamento vinculado exclusivamente 
aos hábitos de consumo e às características 
próprias do mercado de uma determinada 
região. E, diga-se de passagem, não havia 
nenhum interesse ou intenção na mudança 
destes hábitos, visto que a legislação vigente 
não acrescentava nada a este respeito. 
 
 
Figura 1.2 Comportamento médio do mercado de 
eletricidade ao longo de um dia útil. 
 
A figura 1.2 mostra o comportamento 
médio do mercado de eletricidade (consumo 
energético), ao longo de um dia típico de 
operação (dia útil). Observa-se, claramente, 
que no horário das 17 às 22 horas existe 
uma intensificação do uso da eletricidade se 
comparado com os demais períodos do dia. 
Esse comportamento resulta das influências 
e características individuais das várias 
classes de consumo que normalmente 
compõem o mercado: industrial, comercial, 
residencial, iluminação pública, rural e outras. 
O horário de maior uso é denominado 
"horário de ponta" do sistema elétrico. É o 
período onde a tarifa de energia é mais cara, 
sendo compreendido somente por 3 horas 
consecutivas de segunda a sexta-feira, entre 
17:00 h e 22:00 h, estabelecido por cada 
concessionária local (em geral, entre 17:30 h 
e 20:30 h). Neste período, as redes de 
distribuição assumem maior carga, atingindo 
seu valor máximo (pico de consumo) 
aproximadamente às 19 horas, variando um 
pouco este horário de região para região do 
país. 
0 6 12 18 24
Curva de Carga
 Dia Útil
100
Ca
pa
cid
ad
e d
e C
on
su
mo
 (%
) 
50
10
horas
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 13
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
No horário de ponta, um novo 
consumidor a ser atendido pelo sistema 
custará mais à concessionária nesse período 
de maior solicitação do que em qualquer 
outro horário do dia, devido ao maior 
carregamento das redes de distribuição neste 
horário. De fato, existirá a necessidade de 
ampliação do sistema (aumento de custo 
para a concessionária) para atender aos 
consumidores no horário de ponta. 
O horário Fora de Ponta é o período 
onde a tarifa de energia é mais barata, sendo 
o horário complementar ao horário de Ponta, 
de segunda a sexta-feira, e o dia inteiro nos 
sábados, domingos e feriados. 
 
 
Figura 1.3 Horário de ponta e fora de ponta. 
Em geral, o custo da tarifa de energia 
no horário de Ponta é três vezes maior do 
que no horário Fora de Ponta, motivando as 
empresas a utilizarem menos energia neste 
horário como forma de reduzir suas contas 
mensais pagas às concessionárias. 
Da mesma forma que o comportamento 
do consumo de energia varia ao longo de um 
dia, o comportamento do mercado de 
eletricidade ao longo do ano também 
apresenta características próprias, as quais 
podem ser visualizadas na figura 1.4. 
 
JAN MARFEV MAI JULJUN SET NOVOUTABR AGO DEZ
Período úmido Período seco Período
úmido
A
B
 
Figura 1.4 Disponibilidade média dos reservatórios 
(curva A) x consumo ao longo do ano (curva B). 
A curva A representa a disponibilidade 
média de água nos reservatórios das usinas 
hidrelétricas, constituindo o potencial 
predominante de geração de eletricidade 
(disponibilização energética). Por outro lado, 
a curva B representa o comportamento de 
consumo médio do mercado de energia 
elétrica a nível nacional, assumindo um valor 
máximo justamente no período em que a 
disponibilidade de água fluente nos 
mananciais é mínima. 
Em outras palavras, pode-se dizer que 
no período de maior consumo existe o menor 
potencial de geração de eletricidade. Este 
fato permite identificar, em função da 
disponibilidade hídrica, uma época do ano 
denominada "período seco", compreendido 
entre maio e novembro de cada ano, e outra 
denominada “período úmido", de dezembro 
de um ano até abril do ano seguinte. 
Fora de ponta Fora de ponta Ponta 
O período úmido é aquele onde, devido 
à estação de chuvas, os reservatórios de 
nossas usinas hidrelétricas estão mais altos. 
Como o potencial hidráulico das usinas 
cresce, existe um incentivo (tarifas mais 
baixas) para que o consumo de energia seja 
maior neste período. 
0:00h 17:30h 20:30h 24:00h
O período seco é aquele onde, devido à 
falta de chuvas, os reservatórios de nossas 
usinas hidrelétricas estão mais baixos. Como 
o potencial hidráulico das usinas diminui, 
existe um acréscimo nas tarifas para que o 
consumo de energia seja menor neste 
período. 
A capacidade de acumulação nos 
reservatórios das usinas, que estocam a 
água afluente durante o ano, torna possível o 
atendimento ao mercado no período seco. 
Consequentemente, o fornecimento de 
energia no período seco tende, também, a 
ser mais oneroso, pois leva à necessidade de 
se construir grandes reservatórios, e 
eventualmente, operar usinas térmicas ou 
investimentos em outras formas alternativas 
de geração de energia (como a eólica, por 
exemplo). 
Devido a estes fatos típicos do 
comportamento da carga ao longo do dia e 
ao longo do ano (em função da 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 14
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
disponibilidade de água), foi concebida a 
Estrutura Tarifária Horo-Sazonal (THS), com 
suas Tarifas Azul e Verde, caracterizadas 
pela aplicação de tarifas e preços 
diferenciados de acordo com o horário do dia 
(ponta e fora de ponta) e períodos do ano 
(seco e úmido). 
A Tarifa Azul caracteriza-se pela 
aplicação de preços diferenciados de 
demanda e consumo de energia elétrica para 
os horários de ponta e fora de ponta e para 
os períodos seco e úmido.A Tarifa Verde 
caracteriza-se pela aplicação de um preço 
único de demanda, independente de horário 
e período e preços diferenciados de 
consumo, de acordo com as horas do dia e 
períodos do ano. 
O faturamento de unidade consumidora 
do Grupo “B” será realizado com base no 
consumo de energia elétrica ativa, e, quando 
aplicável, no consumo de energia elétrica 
reativa excedente. 
Por outro lado, o faturamento de 
unidade consumidora do Grupo “A”, 
observados, no fornecimento com tarifas 
horo-sazonais, os respectivos segmentos, 
será realizado com base nos valores 
identificados por meio dos critérios definidos 
pela Aneel e descritos a seguir: 
 
I - demanda de potência ativa: um único 
valor, correspondente ao MAIOR dentre os a 
seguir definidos: 
a) a demanda contratada, exclusive no 
caso de unidade consumidora rural ou 
sazonal faturada na estrutura tarifária 
convencional; 
b) a demanda medida; ou 
c) 10% (dez por cento) da maior 
demanda medida, em qualquer dos 11 (onze) 
ciclos completos de faturamento anteriores, 
quando se tratar de unidade consumidora 
rural ou sazonal faturada na estrutura tarifária 
convencional. 
II - consumo de energia elétrica ativa: 
um único valor, correspondente ao MAIOR 
dentre os a seguir definidos: 
a) energia elétrica ativa contratada, se 
houver; ou 
b) energia elétrica ativa medida no 
período de faturamento. 
III - consumo de energia elétrica e 
demanda de potência reativas excedentes: 
quando o fator de potência da unidade 
consumidora, indutivo ou capacitivo, for 
inferior a 0,92. 
1.3.1 Tarifação convencional 
A estrutura tarifária convencional, 
conforme definido pela Aneel, é a “estrutura 
caracterizada pela aplicação de tarifas de 
consumo de energia elétrica e/ou demanda 
de potência independentemente das horas 
de utilização do dia e dos períodos do ano”. 
Os consumidores do Grupo A, sub-
grupos A3a, A4 ou AS (ou seja, fornecimento 
inferior a 69 kV) , podem ser enquadrados na 
tarifa Convencional quando a demanda 
contratada for inferior a 300 kW, desde que 
não tenham ocorrido, nos 11 meses 
anteriores, 3 (três) registros consecutivos ou 
6 (seis) registros alternados de demanda 
superior a 300 kW. Quando este for o caso, é 
obrigatório o enquadramento na Tarifação 
Horo-Sazonal (THS). 
O enquadramento na tarifa 
Convencional exige um contrato específico 
com a concessionária no qual se pactua um 
único valor da demanda pretendida pelo 
consumidor (demanda contratada), 
independente da hora do dia (ponta ou fora 
de ponta) ou período do ano (seco ou 
úmido). 
Na tarifação convencional, o 
consumidor paga à concessionária até três 
parcelas: consumo, demanda e ajuste de 
fator de potência. O faturamento do consumo 
é feito pelo critério mais simples, semelhante 
ao de nossas casas, sem a divisão do dia em 
horário de ponta e fora de ponta. Acumula-se 
o total de kWh consumidos e aplica-se uma 
tarifa de consumo para chegar-se à parcela 
de faturamento de consumo. 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 15
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
A parcela de faturamento de demanda 
é obtida pela aplicação de uma tarifa de 
demanda à demanda faturada, tal qual é 
aplicado à tarifação horo-sazonal. 
Note bem a importância do controle de 
demanda: um pico de demanda na tarifação 
convencional pode significar acréscimos na 
conta de energia por até 12 meses. 
Para cálculo da parcela de ajuste de 
fator de potência, o dia é dividido em duas 
partes: horário capacitivo e o restante. Se o 
fator de potência do consumidor estiver 
dentro dos limites pré-estabelecidos, esta 
parcela não é cobrada. O limite estabelecido 
pela Aneel é de 0,92 indutivo. 
Como exemplo, podemos citar as 
pequenas indústrias ou instalações 
comerciais que não estejam enquadradas na 
Tarifação Horo-Sazonal (THS), normalmente 
com demanda abaixo de 300 kW. 
A tabela 1.3 apresenta um exemplo de 
tarifas de energia elétrica para tarifação 
Convencional. 
Tabela 1.3 Tarifas de energia elétrica para modalidade 
de tarifação Convencional referente à concessionária 
CEMIG (Fonte: resolução ANEEL N° 87/2000 – Quadro 
A). 
Tarifa Convencional 
Subgrupo Demanda (R$/kW) 
Consumo
(R$/MWh)
A2 (88 a 138 kV) 16,33 41,11 
A3 (69 kV) 17,60 44,30 
A3a (30 kV a 44 kV) 6,10 89,43 
A4 (2,3 kV a 25 kV) 6,33 92,73 
AS (subterrâneo) 9,35 97,04 
B1 – RESIDENCIAL 180,23 
B1 – RESIDENCIAL DE BAIXA 
RENDA: 
 
Consumo mensal até 30 kWh 63,09 
Consumo mensal de 31 a 100 kWh 108,14 
Consumo mensal de 101 a 180 kWh 162,20 
B2 – RURAL 105,48 
B2 – COOPERATIVA DE 
ELETRIFICAÇÃO RURAL 
 74,52 
B2 – SERVIÇO DE IRRIGAÇÃO 96,97 
B3 – DEMAIS CLASSES 168,26 
B4 – ILUMINAÇÃO PÚBLICA: 
B4a – Rede de distribuição 86,70 
B4b – Bulbo da lâmpada 95,15 
B4c – Nível de IP acima do padrão 140,97 
 
 
Tarifa 
Convencional 
(binômia) 
Demanda única Consumo único 
(R$/kW) (R$/kWh) 
Figura 1.5 Tarifação convencional. 
1.3.2 Tarifação horo-sazonal 
Esta modalidade de tarifação, conforme 
definido pela Aneel, é estruturada para 
“aplicação de tarifas diferenciadas de 
consumo de energia elétrica de acordo com 
as horas de utilização do dia e os períodos 
do ano, bem como de tarifas diferenciadas de 
demanda de potência de acordo com as 
horas de utilização do dia”. 
Na tarifação horo-sazonal, os dias são 
divididos em períodos fora de ponta e de 
ponta, para faturamento de demanda, e em 
horário capacitivo e o restante, para 
faturamento de fator de potência. Além disto, 
o ano é dividido em um período úmido e 
outro seco. 
Assim, para o faturamento do consumo, 
acumula-se o total de kWh consumidos em 
cada período: fora de ponta seca (FS) ou fora 
de ponta úmida (FU), e ponta seca (PS) ou 
ponta úmida (PU). 
Para cada um destes períodos, aplica-
se uma tarifa de consumo diferenciada, e o 
total é a parcela de faturamento de consumo. 
Evidentemente, as tarifas de consumo nos 
períodos secos são mais caras que nos 
períodos úmidos, e no horário de ponta é 
mais cara que no horário fora de ponta. 
Os custos por kWh são mais baixos nas 
tarifas horo-sazonais, mas as multas por 
ultrapassagem são mais pesadas. Assim, 
para a escolha do melhor enquadramento 
tarifário (quando facultado ao cliente) é 
necessária uma avaliação específica. 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 16
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 17
Nos consumidores enquadrados na 
Tarifação Horo-Sazonal (THS), as 
concessionárias utilizam medidores 
eletrônicos com saídas para o usuário 
(consumidor). Esta “saída para o usuário” é 
uma saída serial de dados que segue uma 
norma ABNT onde são disponibilizadas as 
informações de consumo de energia ativa e 
reativa para o intervalo de 15 minutos 
corrente (tempo de medição utilizado para 
faturamento) separado por posto horário 
(ponta e fora de ponta indutivo e fora de 
ponta capacitivo). 
Nos demais consumidores, os sistemas 
de medição das concessionárias não 
possuem qualquer interface para o 
consumidor. Esta é uma das razões, dentre 
outras, que faz com que a grande maioria 
dos casos de controle de demanda seja de 
consumidores enquadrados na THS. Nestes 
casos, as informações de consumo ativo e 
reativo (assim como posto tarifário e 
sincronismo do intervalo de integração) são 
fornecidas por medidores ou registradores 
das próprias concessionárias de energia, ou 
seja, um medidor de energia denominado 
medidor THS, específico para a modalidade 
tarifária horo-sazonal, cujas medições 
(dados) ficam registrados na chamada 
“memória de massa” do medidor. 
1.3.2.1 Tarifação horo-sazonal azul 
O enquadramento dos consumidores 
do Grupo A na tarifação horo-sazonal azul é 
obrigatório para os consumidoresdos 
subgrupos A1, A2 ou A3, ou seja, para os 
consumidores atendidos em tensão igual ou 
superior a 69 kV. O enquadramento também 
é compulsório com tensão de fornecimento 
inferior a 69 kV quando a demanda 
contratada for igual ou superior a 300 kW. 
Opcionalmente, o enquadramento na 
tarifação horo-sazonal azul pode ser feito 
para as unidades consumidoras com tensão 
de fornecimento inferior a 69 kV sempre que 
a demanda contratada for inferior a 300 kW. 
Esta modalidade tarifária exige um 
contrato especifico com a concessionária, no 
qual se pactua tanto o valor da demanda 
pretendida pelo consumidor no horário de 
ponta (demanda contratada na ponta) quanto 
o valor pretendido nas horas fora de ponta 
(demanda contratada fora de ponta). 
É importante salientar que o 
consumidor poderá optar pelo retorno à 
estrutura tarifária convencional, desde que 
seja verificado, nos últimos 11 (onze) ciclos 
de faturamento, a ocorrência de 9 (nove) 
registros, consecutivos ou alternados, de 
demandas medidas inferiores a 300 kW. 
A Tarifa Azul será aplicada 
considerando-se a seguinte estrutura 
tarifária: 
 
I - demanda de potência (kW): 
a) um preço para horário de ponta (P); 
b) um preço para horário fora de ponta 
(F). 
II - consumo de energia (kWh): 
a) um preço para horário de ponta em 
período úmido (PU); 
b) um preço para horário fora de ponta 
em período úmido (FU); 
c) um preço para horário de ponta em 
período seco (PS); e 
d) um preço para horário fora de ponta 
em período seco (FS). 
 
Na tarifação horo-sazonal azul, a 
resolução 456 permite, embora não seja 
explícita, que o faturamento da parcela de 
demanda seja igualmente composto por 
parcelas relativas a cada período: fora de 
ponta seca ou fora de ponta úmida, e ponta 
seca ou ponta úmida. 
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Figura 1.6 Tarifação Horo-Sazonal Azul. 
 
Para cada período, o cálculo será o 
seguinte: 
Caso 1 - Demanda registrada inferior à 
demanda contratada. Aplica-se a tarifa de 
demanda correspondente à demanda 
contratada. 
Caso 2 - Demanda registrada superior 
à demanda contratada, mas dentro da 
tolerância de ultrapassagem (ver nota 
abaixo). Aplica-se a tarifa de demanda 
correspondente à demanda registrada. 
Caso 3 - Demanda registrada superior 
à demanda contratada e acima da tolerância. 
Aplica-se a tarifa de demanda 
correspondente à demanda contratada, e 
soma-se a isso a aplicação da tarifa de 
ultrapassagem correspondente à diferença 
entre a demanda registrada e a demanda 
contratada. Ou seja: paga-se tarifa normal 
pelo contratado, e a tarifa de ultrapassagem 
sobre todo o excedente. É importante 
salientar que a tarifa de ultrapassagem é 
superior (normalmente 3 a 4 vezes) ao valor 
da tarifa normal de fornecimento. 
Nota: A tolerância de ultrapassagem de 
demanda é uma tolerância dada aos consumidores das 
tarifas horo-sazonais para fins de faturamento de 
ultrapassagem de demanda (ou seja, quando a 
demanda medida superar a demanda contratada). Esta 
tolerância é de 10% para unidade consumidora 
atendida em tensão de fornecimento inferior a 69 kV, 
caindo para 5% para unidade consumidora atendida 
em tensão de fornecimento igual ou superior a 69 kV. 
Para o cálculo da parcela de ajuste de 
fator de potência, o dia é dividido em duas 
partes: horário capacitivo e o restante. Se o 
fator de potência do consumidor estiver fora 
dos limites estipulados pela legislação, 
haverá penalização por baixo fator de 
potência. Se o fator de potência do 
consumidor estiver dentro dos limites pré-
estabelecidos, esta parcela não é cobrada. 
As tabelas 1.4 a 1.6 apresentam 
exemplos de tarifas de energia elétrica para a 
tarifação horo-sazonal azul. 
Tabela 1.4 Tarifas de energia elétrica para modalidade 
de tarifação Horo-sazonal azul – segmento horário - 
referente à concessionária CEMIG (Fonte: resolução 
ANEEL N° 87/2000 – Quadro B). 
Tarifa horo-sazonal Azul 
Segmento horário 
Subgrupo 
Demanda 
(R$/kW) 
Ponta Fora de ponta 
A1 (230 kV ou mais) 9,58 2,00 
A2 (88 a 138 kV) 10,30 2,37 
A3 (69 kV) 13,82 3,78 
A3a (30 kV a 44 kV) 16,14 5,40 
A4 (2,3 kV a 25 kV) 16,74 5,8 
AS (subterrâneo) 17,52 8,57 
Tarifa Horo-sazonal 
AZUL 
(binômia) 
Consumo Demanda 
(R$/kWh) (R$/kW) 
Ponta 
(P) 
Fora de Ponta 
(F) 
Seco Úmido Seco 
Ponta Fora de Ponta 
(P) (F) 
Úmido 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 18
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Tabela 1.5 Tarifas de energia elétrica para modalidade 
de tarifação Horo-sazonal azul – segmento sazonal - 
referente à concessionária CEMIG (Fonte: resolução 
ANEEL N° 87/2000 – Quadro C). 
Tarifa horo-sazonal Azul 
Segmento sazonal 
Subgrupo 
Consumo 
(R$/MWh) 
Ponta 
Seca Úmida 
A1 (230 kV ou mais) 54,53 47,69 
A2 (88 a 138 kV) 57,77 53,89 
A3 (69 kV) 65,47 58,03 
A3a (30 kV a 44 kV) 105,86 97,98 
A4 (2,3 kV a 25 kV) 109,76 101,59 
AS (subterrâneo) 114,88 106,32 
 Fora de Ponta 
Seca Úmida 
A1 (230 kV ou mais) 38,59 32,79 
A2 (88 a 138 kV) 41,41 37,96 
A3 (69 kV) 45,11 38,93 
A3a (30 kV a 44 kV) 50,35 44,51 
A4 (2,3 kV a 25 kV) 52,19 46,12 
AS (subterrâneo) 54,62 48,28 
 
Tabela 1.6 Tarifas de energia elétrica para modalidade 
de tarifação Horo-sazonal azul – tarifas de 
ultrapassagem - referente à concessionária CEMIG 
(Fonte: resolução ANEEL N° 87/2000 – Quadro D). 
Tarifa de ultrapassagem - Horo-sazonal Azul 
Segmento horo-sazonal 
subgrupo 
Demanda 
(R$/kW) 
Ponta Fora de ponta 
Seca ou 
úmida 
Seca ou 
úmida 
A1 (230 kV ou mais) 35,51 7,47 
A2 (88 a 138 kV) 38,14 8,71 
A3 (69 kV) 51,21 14,00 
A3a (30 kV a 44 kV) 54,30 18,09 
A4 (2,3 kV a 25 kV) 50,21 16,74 
AS (subterrâneo) 52,54 25,66 
 
1.3.2.2 Tarifação horo-sazonal verde 
O enquadramento dos consumidores 
do Grupo A na tarifação horo-sazonal verde é 
obrigatório para tensão de fornecimento 
inferior a 69 kV (subgrupos A3a, A4 e AS) 
quando a demanda contratada for igual ou 
superior a 300 kW, em alternativa a tarifação 
horo-sazonal azul. 
Opcionalmente, o enquadramento na 
tarifação horo-sazonal verde pode ser feito 
para as unidades consumidoras com tensão 
de fornecimento inferior a 69 kV sempre que 
a demanda contratada for inferior a 300 kW. 
O enquadramento nesta modalidade 
tarifária exige um contrato especifico com a 
concessionária no qual se pactua a demanda 
pretendida pelo consumidor (demanda 
contratada), independente da hora do dia 
(ponta ou fora de ponta). 
A Tarifa Verde será aplicada 
considerando a seguinte estrutura tarifária: 
 
I - demanda de potência (kW): um 
preço único. 
II - consumo de energia (kWh): 
a) um preço para horário de ponta em 
período úmido (PU); 
b) um preço para horário fora de ponta 
em período úmido (FU); 
c) um preço para horário de ponta em 
período seco (PS); e 
d) um preço para horário fora de ponta 
em período seco (FS) 
Embora não seja explícita, a Resolução 
456 permite que sejam contratados dois 
valores diferentes de demanda, um para o 
período seco e outro para o período úmido. 
Não existe contrato diferenciado de 
demanda no horário de ponta, como na tarifa 
azul. Assim, o faturamento da parcela de 
demanda será composto por uma parcela 
apenas, relativa ao período seco ou ao 
período úmido, usando o mesmo critério do 
THS-azul, quanto a eventuais ultrapassagens 
de demanda contratada. 
Para o cálculo da parcela de ajuste de 
fator de potência, o dia é dividido em três 
partes: horário capacitivo, horário de ponta, e 
o restante. Se o fator potência do 
consumidor, registrado ao longo do mês, 
estiver fora dos limites estipulados pela 
legislação, haverá penalização por baixo 
fator de potência. Se o fator de fator de 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃODA ENERGIA ELÉTRICA 19
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
potência do consumidor estiver dentro dos 
limites pré-estabelecidos, esta parcela não é 
cobrada. 
Assim como na tarifação horo-sazonal 
azul, o consumidor poderá optar pelo retorno 
à estrutura tarifária convencional, desde que 
seja verificado, nos últimos 11 (onze) ciclos 
de faturamento, a ocorrência de 9 (nove) 
registros, consecutivos ou alternados, de 
demandas medidas inferiores a 300 kW. 
As tabelas 1.7 a 1.9 apresentam 
exemplos de tarifas de energia elétrica para a 
tarifação horo-sazonal verde. 
Tabela 1.8 Tarifas de energia elétrica para modalidade 
de tarifação Horo-sazonal Verde – segmento sazonal - 
referente à concessionária CEMIG (Fonte: resolução 
ANEEL N° 87/2000 – Quadro F). 
Tarifa horo-sazonal Verde 
Segmento horo-sazonal 
Subgrupo 
Consumo 
(R$/MWh) 
Ponta 
Seca Úmida 
A3a (30 kV a 44 kV) 479,10 471,26 
A4 (2,3 kV a 25 kV) 496,69 488,54 
AS (subterrâneo) 519,79 511,27 
 Fora de Ponta 
Seca Úmida 
A3a (30 kV a 44 kV) 50,35 44,51 
A4 (2,3 kV a 25 kV) 52,19 46,12 
AS (subterrâneo) 54,62 48,28 Tabela 1.7 Tarifas de energia elétrica para modalidade 
de tarifação Horo-sazonal Verde – segmento horário - 
referente à concessionária CEMIG (Fonte: resolução 
ANEEL N° 87/2000 – Quadro E). 
 
Tabela 1.9 Tarifas de energia elétrica para modalidade 
de tarifação Horo-sazonal Verde – tarifas de 
ultrapassagem - referente à concessionária CEMIG 
(Fonte: resolução ANEEL N° 87/2000 – Quadro G). Tarifa horo-sazonal Verde 
Subgrupo Demanda (R$/kW) 
A3a (30 kV a 44 kV) 5,40 
A4 (2,3 kV a 25 kV) 5,58 
AS (subterrâneo) 8,57 
Tarifa de ultrapassagem - Horo-sazonal Verde
Segmento horo-sazonal 
subgrupo 
Demanda 
(R$/kW) 
Período Seco ou 
úmido 
A3a (30 kV a 44 kV) 18,09 
A4 (2,3 kV a 25 kV) 16,74 
AS (subterrâneo) 25,66 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 20
 
Tarifa Horo-sazonal 
VERDE 
(binômia) 
Consumo Demanda única 
(R$/kWh) (R$/kW) 
Ponta Fora de Ponta 
(P) (F) 
Figura 1.7 Tarifação Horo-Sazonal Verde. 
Seco Úmido Seco Úmido 
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
Tabela 1.10 Quadro comparativo entre as condições de enquadramento das tarifações convencional e horo-sazonal. 
Condições para tarifação 
Convencional Condições para Tarifação Horo-sazonal (THS) 
Unidades consumidoras com tensão 
de fornecimento inferior a 69 kV 
(subgrupos A3a, A4 e AS) quando a 
demanda contratada for inferior a 300 
kW, desde que não tenham ocorrido, 
nos 11 meses anteriores, 3 (três) 
registros consecutivos ou 6 (seis) 
registros alternados de demanda 
superior a 300 kW. Quando este for o 
caso, é obrigatório o enquadramento 
na Tarifação Horo-Sazonal (THS). 
Tarifa Compulsória Opcional
Azul 
Unidades consumidoras com 
tensão de fornecimento igual ou 
superior a 69 kV (subgrupos A1, A2 
ou A3), independente da demanda 
contratada ou inferior a 69 kV, 
quando a demanda contratada for 
igual ou superior a 300 kW. 
Unidades consumidoras 
do Grupo A com tensão 
de fornecimento inferior 
a 69 kV sempre que a 
demanda contratada for 
inferior a 300 kW. 
Verde 
Unidades consumidoras com 
tensão de fornecimento inferior a 
69 kV (subgrupos A3a, A4 e AS) 
quando a demanda contratada for 
igual ou superior a 300 kW, em 
alternativa a tarifação horo-sazonal 
azul. 
Unidades consumidoras 
com tensão de 
fornecimento inferior a 
69 kV sempre que a 
demanda contratada for 
inferior a 300 kW. 
 
 
1.3.3 Tarifação monômia 
Na tarifação monômia, o consumidor 
paga à concessionária até duas parcelas: 
consumo e ajuste de fator de potência. Não 
há cobrança da Concessionária quanto a 
Demanda. Não existe a divisão do dia em 
horário de ponta e fora de ponta. Acumula-se 
o total de kWh consumidos, e aplica-se uma 
tarifa de consumo para chegar-se à parcela 
de faturamento de consumo. 
No entanto, o custo da Tarifa de 
Consumo neste Sistema é bastante 
acentuado em relação aos demais. O custo 
do Consumo é o mesmo praticado para os 
Consumidores do Grupo B, ou seja, dos 
Consumidores que não possuem 
transformadores particulares, dependendo 
apenas da sua classificação como comercial, 
industrial, etc. 
A possibilidade de enquadramento 
neste Sistema Tarifário está condicionada a 
transformadores particulares com potência 
de até 112,5 kVA inclusive. Para 
consumidores com transformadores 
superiores a esta potência existem pré-
requisitos a serem analisados. 
Para o cálculo da parcela de ajuste de 
fator de potência, o dia é dividido em duas 
partes: horário capacitivo e o restante. Se o 
fator de potência do consumidor estiver fora 
dos limites estipulados pela legislação, 
haverá penalização por baixo fator de 
potência. Se o fator de potência do 
consumidor estiver dentro dos limites pré-
estabelecidos, esta parcela não é cobrada. 
1.4 Demanda, consumo e fator de 
potência 
Demanda é a média das potências 
ativas instantâneas solicitadas à 
concessionária de energia pela unidade 
consumidora e integradas num determinado 
intervalo de tempo (período de integração), e, 
portanto, só existe quando findo este 
intervalo (figura 1.8). Em outras palavras, é o 
consumo de energia da sua instalação (kWh) 
dividido pelo tempo no qual se verificou tal 
consumo. É importante salientar que não 
existe demanda instantânea, o que existe é a 
potência instantânea sendo integrada. 
Para faturamento de energia pelas 
concessionárias nacionais, se utilizam 
intervalos de integração de 15 minutos (em 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 21
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
outros países este período varia de 5 a 30 
minutos). Assim, a sua demanda de energia 
(medida em kW ou MW), é igual ao valor do 
consumo registrado a cada intervalo de 15 
minutos (medido em kWh ou MWh) dividido 
por 1/4 (15 minutos são iguais a 1/4 de hora). 
h
kWhCkWD
41
)()( = (1.1) 
Em um mês, ocorrem quase 3000 
intervalos de quinze minutos (30 dias x 24 
horas / 15 minutos = 2880 intervalos), os 
quais servirão de base para o cálculo de 
parte da conta de energia elétrica. A 
concessionária cobra pela maior demanda 
registrada no mês (ou seja, no período de 
faturamento), conhecida como demanda 
máxima, ainda que tenha sido verificada 
apenas uma única vez, sendo no mínimo 
igual à contratada. 
 
 
Figura 1.8 Cálculo da demanda “D” (kW). 
 
Além da demanda há ainda a fatura do 
consumo, que nada mais é do que a energia 
consumida no mês, medida em kWh. Em 
outras palavras, é a energia elétrica 
despendida para realizar trabalho num 
determinado período de tempo considerado 
(potência x tempo). Fazendo uma analogia 
com a mecânica de movimento é como se o 
consumo fosse o espaço percorrido e a 
demanda fosse a velocidade média em 15 
minutos. 
Matematicamente, a energia (consumo) 
é a integral de tempo da potência 
instantânea. Graficamente, representa a área 
sob a curva potência x tempo (figura 1.9). 
 
Figura 6.9 Cálculo do consumo “C” (kWh). 
 
Tomando-se como exemplo a curva da 
figura 6.9, pode-se calcular o consumo “C” 
(energia) através do cálculo da área indicada, 
ou seja: 
 
( ) ( ) ( ) ( )
min.2400
2006100320031003
kWC
C
=
×+×+×+×=
 
 
Na prática, a unidade de medida do 
consumo (energia) é o kWh, devendo-se, 
portanto, dividir o resultado obtido por 60 (60 
minutos = 1h): 
 
kWhkWC 40
min60
min.2400 == 
 
Observe que a demanda (potência 
média), conforme definida pela expressão 
(6.1), é igual ao consumo (energia) dividido 
pelo intervalo de integração (15 minutos = ¼ 
hora): 
 
kW
h
kWhCkWD 160
41
40
41
)()( === 
 
A figura 1.10 exemplifica um gráfico 
típico de demandadiária, destacando-se o 
horário de ponta no intervalo entre as 18:00h 
e 21:00h. Observa-se que o valor da máxima 
demanda medida é igual a 7.100 kW e 
ocorreu às 9:00h. Os gráficos de demanda 
diária são apresentados através das 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 22
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
medições realizadas a cada intervalo de 15 
minutos. O gráfico da figura 1.11 ilustra em 
escala maior o intervalo de medição das 5 
(cinco) primeiras horas, onde nota-se 
claramente a representação dos quatro 
intervalos de 15 minutos de cada hora 
medida. A figura 6.12 indica o mesmo gráfico 
da figura 6.10, porém representado através 
de linha ao invés de barras. 
 
Curva de demanda ativa [kW]
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Tempo [horas]
D
em
an
da
 [k
W
]
 
Figura 1.10 Exemplo de um gráfico típico de demanda 
diária (gráfico de barras). 
Curva de demanda ativa [kW]
3900
4000
4100
4200
4300
4400
4500
4600
4700
4800
0 1 2 3 4
Tempo [horas]
D
em
an
da
 [k
W
]
 
Figura 1.11 Exemplo de um gráfico típico de demanda 
diária (detalhe da fig. 6.10 para o intervalo 0 – 5h). 
 
Curva de demanda ativa [kW]
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Tempo [horas]
D
em
an
da
 [k
W
]
 
Figura 1.12 Exemplo de um gráfico típico de demanda 
diária (gráfico de linha). 
Normalmente, os gráficos 
disponibilizados pelos softwares dos 
controladores de demanda apresentam 
também os valores contratuais de demanda e 
o limite de tolerância de ultrapassagem, além 
das medições da demanda máxima fora de 
ponta e em ponta diárias, semanais, mensais 
ou anuais. 
Para o faturamento de energia, o fator 
de potência (que, como já visto, é o índice de 
eficiência da instalação que mede a 
capacidade de converter a potência total 
fornecida à instalação – kVA – em potência 
que possa realizar trabalho - kW) é registrado 
de hora em hora. 
ponta 
Desta maneira, como no caso da 
demanda, os mecanismos de tarifação 
levarão em conta o pior valor de fator de 
potência registrado ao longo do mês, dentre 
os mais de 700 valores registrados (30 dias x 
24h = 720 medições). 
É importante lembrar que, como já 
apresentado, cada um dos valores do fator 
de potência medidos são identificados como 
indutivos ou capacitivos (figura 1.13). 
Como será visto mais adiante, a multa 
aplicada pela concessionária depende não 
apenas do valor do fator de potência, mas 
também se o mesmo é capacitivo ou indutivo 
em um determinado horário do dia. 
 
 
 
 
 
 
0,92 
0,85 
1,00 
0,92 
0,85 
Cap Ind
0 0 
Valor 
medido 
ponta 
Figura 1.13 Representação gráfica do fator de potência 
indutivo e capacitivo. 
 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 23
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
 
Figura 1.14 Gráfico típico de fator de potência diário. 
 
A figura 1.14 representa um gráfico 
típico de fator de potência diário, onde os 
valores de fator de potência indutivo estão 
representados acima do eixo de simetria (Fp 
= 1) e os valores de fator de potência 
capacitivo abaixo. O horário de ponta está 
destacado (18 às 20h), bem como o horário 
capacitivo (posto capacitivo). 
1.5 A legislação do fator de potência 
A Resolução Nº 456 da Aneel (Agência 
Nacional de Energia Elétrica), de Novembro 
de 2000, estabelece as regras e condições 
para medição e faturamento da energia 
reativa excedente. O Apêndice A 
disponibiliza na íntegra o texto desta 
resolução. 
O fator de potência de referência 
estabelecido como limite para cobrança de 
energia reativa excedente por parte da 
concessionária é de 0,92, independente do 
sistema tarifário. 
Estes princípios são fundamentados 
nos seguintes pontos: 
a) Necessidade de liberação da 
capacidade do sistema elétrico 
nacional; 
b) Promoção do uso racional de energia; 
c) Redução do consumo de energia 
reativa indutiva, que provoca 
sobrecarga no sistema das empresas 
fornecedoras e concessionárias de 
energia elétrica, principalmente nos 
períodos em que ele é mais 
solicitado; 
Posto capacitivo Ponta 
d) Redução do consumo de energia 
reativa capacitiva nos períodos de 
carga leve que provocam elevação de 
tensão no sistema de suprimento, 
havendo necessidade de investimento 
na aplicação de equipamentos 
corretivos e realização de 
procedimentos operacionais nem 
sempre de fácil execução; 
1,0 
e) Criação de condições para que os 
custos de expansão do sistema 
elétrico nacional sejam distribuídos 
para a sociedade de forma mais justa. 
De acordo com a legislação atual, tanto 
a energia reativa indutiva como a energia 
reativa capacitiva serão medidas e faturadas. 
De fato, todo excesso de energia reativa é 
prejudicial ao sistema elétrico, seja o reativo 
indutivo, consumido pela unidade 
consumidora, seja o reativo capacitivo, 
fornecido à rede pelos capacitores dessa 
unidade. Assim, o tradicional ajuste por baixo 
fator de potência deixa de existir, sendo 
substituído pelo faturamento do excedente de 
energia reativa indutiva consumida pela 
instalação e do excedente de energia reativa 
capacitiva fornecida à rede da concessionária 
pela unidade consumidora. 
O controle da potência reativa deve ser 
tal que o fator de potência da unidade 
consumidora seja no mínimo 0,92 (média 
horária), permanecendo sempre dentro da 
faixa que se estende do fator de potência 
0,92 indutivo até 0,92 capacitivo (figura 6.15). 
Isto significa que, para cada kWh de energia 
ativa consumida, a concessionária permite a 
utilização de 0,425 kVAr de energia reativa 
indutiva ou capacitiva, sem acréscimo no 
faturamento. 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 24
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 25
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.15 Representação gráfica da faixa do fator de 
potência regulamentada pela Aneel, isenta de 
tributação (multa). 
 
Em linhas gerais, para consumidores 
do grupo A, a medição do fator de potência é 
compulsória e, para evitar multas, deverá ser 
mantido acima de 0,92 indutivo (durante os 
horários fora de ponta indutivo e de ponta), e 
acima de 0,92 capacitivo no horário 
capacitivo. Para unidades consumidoras do 
Grupo B, a medição do fator de potência é 
facultativa, sendo admitida a medição 
transitória, desde que por um período mínimo 
de 7 (sete) dias consecutivos. 
A determinação do fator de potência 
poderá ser feita através de duas formas 
distintas: 
a) Avaliação horária 
O fator de potência será calculado 
através dos valores de energia ativa e reativa 
medidos a cada intervalo de 1 hora, durante 
o ciclo de faturamento. 
b) Avaliação mensal 
Neste caso, o fator de potência será 
calculado através de valores de energia ativa 
e reativa medidos durante o ciclo de 
faturamento. 
Segundo a legislação vigente da Aneel, 
todos os consumidores pertencentes ao 
sistema tarifário horo-sazonal serão 
faturados, tomando como base a avaliação 
horária do fator de potência. Para os 
consumidores pertencentes ao sistema 
tarifário convencional, a avaliação do fator de 
potência em geral deverá ser feita pelo 
sistema de avaliação mensal. 
É importante introduzir os conceitos de 
posto capacitivo e posto indutivo, conforme 
apresentado nas figuras 1.16 e 1.17. 
 
Figura 1.16 Posto capacitivo e posto indutivo. 
 
H
or
ár
io
 
Reativa Capacitiva Reativa Indutiva 
 
H
or
a 
do
 d
ia
 
23:3
0 
01
:0
0 
02
:0
0 
03
:0
0 
04
:0
0 
05
:0
0 
06
:3
0 
07
:0
0 
08
:0
0 
09
:0
0 
10
:0
0 
11
:0
0 
12
:0
0 
13
:0
0 
14
:0
0 
15
:0
0 
16
:0
0 
17
:0
0 
18
:0
0 
19
:0
0 
20
:0
0 
21
:0
0 
22
:0
0 
23
:3
0 
Figura 6.17 Intervalos de avaliação do consumo de 
energia reativa excedente. 
 
Posto Capacitivo é um período de 6 
horas consecutivas de segunda a domingo, 
compreendidas, a critério da concessionária, 
entre 23:30h e 06:30, onde ocorre a medição 
da energia reativa capacitiva. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.18 Representação gráfica da faixa do fator de 
potência (período capacitivo) regulamentada pela 
Aneel, isenta de tributação. 
 
Neste período, as instalações devem 
manter seu fator de potência acima de 0,92 
Capacitivo (para evitar multas), lembrando 
que o excesso de capacitores na rede 
elétrica poderá levar o fator de potência 
abaixo de 0,92 capacitivo, acarretando o 
pagamento de multas por excedentes 
reativos nas contas de energia. Neste 
período, somente o fator de potência 
Capacitivo Indutivo 
23:30h 6:30h 23:30h
0,92 
0,85 
1,00 
0,92 
0,85 
Cap Ind
0 0 
Valor 
medido 
0,92 
0,85 
1,00 
0,92 
0,85 
Cap Ind
0 0 
Valor 
medido 
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 26
capacitivo é passivo de cobrança de 
excedentes, o que significa dizer que se o 
fator de potência estiver baixo, porém 
indutivo, os excedentes não são cobrados. 
Por outro lado, Posto Indutivo é o 
período de 18 horas complementares ao 
Posto Capacitivo de segunda a domingo, ou 
seja, das 06:30 às 23:30, onde ocorre a 
medição da energia reativa indutiva. 
Neste período, as instalações devem 
manter seu fator de potência acima de 0,92 
Indutivo (para evitar multas), lembrando que 
a falta de capacitores na rede elétrica poderá 
levar o fator de potência abaixo de 0,92 
indutivo, também acarretando o pagamento 
de multas por excedentes reativos nas 
contas de energia. Neste período, somente o 
fator de potência indutivo é passivo de 
cobrança de excedentes, o que significa dizer 
que se o fator de potência estiver baixo, 
porém capacitivo, os excedentes não são 
cobrados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.19 Representação gráfica da faixa do fator de 
potência (período indutivo) regulamentada pela Aneel, 
isenta de tributação. 
 
Resumidamente, para evitar a cobrança 
de multa na conta de energia, pode-se dizer 
que: no período indutivo, devem ser ligados 
os capacitores; no período capacitivo, os 
capacitores podem ser desligados. 
Desta maneira, o fator de potência deve 
ser monitorado constantemente nos Postos 
Capacitivo e Indutivo, atuando 
automaticamente (através de controladores) 
sobre bancos de capacitores, de forma a 
manter o fator de potência sempre adequado 
e evitando assim, o pagamento de multas por 
baixo fator de potência. Assim, é importante 
observar que, nas instalações com correção 
de fator de potência através de capacitores, 
os mesmos devem ser desligados conforme 
se desativam as cargas indutivas, de forma a 
manter uma compensação equilibrada entre 
reativo indutivo e capacitivo. 
Os mesmos critérios de faturamento 
aplicados ao excedente de reativo indutivo 
serão aplicados ao excedente do reativo 
capacitivo. O cálculo das sobretaxas (multas) 
por baixo fator de potência serão tratados 
com maiores detalhes na seção 1.5.2. 
A curva da figura 1.20 e a tabela 1.11 
exemplificam os intervalos de avaliação do 
consumo de energia reativa excedente para 
uma instalação elétrica com postos 
capacitivo e indutivo definidos pela 
concessionária para os períodos de 0:00 às 
6:00h e de 6:00 às 24:00h, respectivamente. 
Observando-se a figura 1.20, nota-se que no 
intervalo das 4 às 6 horas não será 
contabilizado o excedente de energia reativa 
indutiva, nem no intervalo das 11 às 13 horas 
e das 20 às 24 horas o excedente de energia 
reativa capacitiva. 
 
 
Figura 1.20 Exemplo de intervalos de avaliação do 
consumo de energia reativa excedente em uma 
instalação elétrica. 
 
 
 
 
kVAr
horas
0
6 24
indutivo
capacitivo
4 11 13 20
0,92 
0,85 
1,00 
0,92 
0,85 
Cap Ind
0 0 
Valor 
medido 
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
Tabela 1.11 Avaliação da curva de energia reativa da 
figura 1.20. 
Período Avaliação 
Período de 0 às 4 h Excedente de energia reativa 
capacitiva: valores pagos 
para FP < 0,92 capacitivo. 
Período de 4 às 6 h Excedente de energia reativa 
indutiva: valores não pagos 
Período de 6 às 11 h Excedente de energia reativa 
indutiva: valores pagos para 
FP < 0,92 indutivo 
Período de 11 às 13 h Excedente de energia reativa 
capacitiva: valores não 
pagos, independentemente 
do valor de FP capacitivo. 
Período de 13 às 20 h Excedente de energia reativa 
indutiva: valores pagos para 
FP < 0,92 indutivo. 
Período de 20 às 24 h Excedente de energia reativa 
capacitiva: valores não 
pagos, independentemente 
do valor de FP capacitivo. 
 
De forma simplista, as faturas de 
energia elétrica são compostas da soma de 
dois grupos de faturamento (além dos 
encargos e tributos – ICMS, PIS/COFINS): 
a) parcelas referente ao consumo e 
demandas ativas (incluindo a sobretaxa por 
ultrapassagem de demanda contratada) – ver 
seção 1.5.1; 
b) parcelas referente ao consumo e 
demandas reativas excedentes, quando 
pertinente (não há sobretaxa de 
ultrapassagem para a demanda reativa) – ver 
seção 1.5.2. 
Tabela 1.12 Composição da conta de energia elétrica. 
Faturamento da energia 
ativa 
Faturamento da energia 
reativa excedente 
Parcela de Consumo de 
energia ativa (Pc) 
Parcela de Consumo de 
energia reativa excedente 
(FER) 
Parcela de Demanda de 
energia ativa (Pd) 
Parcela de Demanda de 
energia reativa excedente 
(FDR) 
Parcela de 
Ultrapassagem de 
Demanda (Pu) 
Parcela de ultrapassagem 
para o consumo de energia 
reativa (FER de 
ultrapassagem). 
 
Denomina-se por “importe” o total da 
fatura do consumidor exclusive os tributos, 
sendo calculada, de maneira genérica, por: 
( ) ( )[ ] AjTCTDI psphCD +×+×= / (1.1a) 
Onde, 
I = importe (R$); 
D = demanda medida ou contratada, o maior 
valor entre ambos (kW); 
TD = tarifa de demanda (R$/kW); 
C= consumo medido (kWh); 
TC = tarifa de consumo (R$/kWh); 
ph = posto horário (ponta/fora de ponta); 
ps = posto sazonal (seco/úmido); 
Aj = ajustes por violação de parâmetros. 
 
A tarifa de consumo deve cobrir todas 
as despesas de geração, mediante uma tarifa 
de energia mais os encargos incidentes 
sobre a parcela “consumo”. A tarifa de 
demanda deve cobrir todas as despesas de 
transporte (transmissão e distribuição), 
mediante uma tarifa “fio” acrescida dos 
encargos incidentes sobre a parcela 
“demanda”. 
Dependendo do tipo de tarifação, a 
expressão de cálculo do importe sobre 
variações, as quais serão apresentas em 
detalhes a seguir. 
1.5.1 O faturamento de energia e 
demanda ativa 
1.5.1.1 A tarifação convencional 
A conta de energia elétrica desses 
consumidores é composta da soma de 
parcelas referentes ao consumo, demanda e 
ultrapassagem. 
 
 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 27
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA www.engeweb.eng.br 
 
a) Parcela de consumo (PC) 
A parcela de consumo é calculada 
multiplicando-se o consumo medido pela 
Tarifa de Consumo: 
TCACAPc ×= (1.2) 
Onde: 
Pc = valor do faturamento total (em R$) 
correspondente ao consumo de energiaativa, no período de faturamento; 
CA = consumo de energia ativa medida 
durante o período de faturamento, em kWh; 
TCA = tarifa de energia ativa aplicável ao 
fornecimento, em R$/kWh; 
b) Parcela de demanda (Pd) 
A parcela de demanda é calculada 
multiplicando-se a Tarifa de Demanda pela 
Demanda Contratada ou pela demanda 
medida (a maior delas), caso esta não 
ultrapasse em 10% a Demanda Contratada: 
TDADFPd ×= (1.3) 
Onde: 
Pd = valor do faturamento total (em R$) 
correspondente à demanda de potência 
ativa, no período de faturamento; 
DF = demanda faturável, correspondente a 
demanda contratada ou a demanda medida 
(a maior delas), caso esta não ultrapasse em 
10% a demanda contratada; 
TDA = tarifa de demanda de potência ativa 
aplicável ao fornecimento, em R$/kW. 
Desta forma, caso a demanda 
registrada seja inferior à demanda 
contratada, aplica-se a tarifa de demanda 
correspondente à demanda contratada. Caso 
contrário, para a demanda registrada 
superior à demanda contratada, mas dentro 
da tolerância de ultrapassagem, aplica-se a 
tarifa de demanda correspondente à 
demanda registrada. 
c) Parcela de ultrapassagem (PU) 
A parcela de ultrapassagem é cobrada 
apenas quando a demanda medida 
ultrapassa em mais de 10% a Demanda 
Contratada. É calculada multiplicando-se a 
Tarifa de Ultrapassagem pelo valor da 
demanda medida (DA) que supera a 
Demanda Contratada (DF): 
( ) TDAuDFDAPu ×−= (1.4) 
Onde: 
Pu = valor do faturamento total 
correspondente a demanda de energia ativa 
excedente à quantidade permitida, no 
período de faturamento, em R$; 
DA = demanda ativa medida durante o 
período de faturamento, em kW; 
DF = demanda de energia ativa faturável 
(contratada) no período de faturamento, em 
kW; 
TDAu = tarifa de ultrapassagem de demanda 
de potência ativa aplicável ao fornecimento, 
em R$/kW. 
 
Na tarifação Convencional, a Tarifa de 
Ultrapassagem corresponde a três vezes a 
Tarifa de Demanda. 
d) Fatura total 
O cálculo do custo da fatura de energia 
elétrica para um consumidor enquadrado na 
tarifação convencional é dado por: 
udc PPPFatura ++= (1.5) 
1.5.1.2 A tarifação horo-sazonal verde 
A conta de energia elétrica desses 
consumidores é composta da soma de 
parcelas referentes ao consumo (na ponta e 
fora dela), demanda e ultrapassagem. 
 
CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 28
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CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 29
a) Parcela de consumo 
A parcela de consumo, cuja tarifa na 
ponta e fora de ponta é diferenciada por 
período do ano, sendo mais caras no período 
seco (maio à novembro), é calculada através 
da expressão abaixo, observando-se, nas 
tarifas, o período do ano: 
( ) ( FPFPPPc TCACATCACAP )×+×= (1.6) 
Onde: 
Pc = valor do faturamento total (em R$) 
correspondente ao consumo de energia 
ativa, no período de faturamento; 
CAP = consumo de energia ativa medido 
durante o período de ponta, em kWh; 
TCAP = tarifa de energia ativa aplicável ao 
consumo no período de ponta, em R$/kWh; 
CAFP = consumo de energia ativa medido 
durante o período fora de ponta, em kWh; 
TCAFP = tarifa de energia ativa aplicável ao 
consumo no período fora de ponta, em 
R$/kWh; 
b) Parcela de demanda 
A parcela de demanda, cuja tarifa é 
única, independente da hora do dia ou 
período do ano, é calculada multiplicando-se 
a Tarifa de Demanda pela Demanda 
Contratada ou pela demanda medida (a 
maior delas), caso esta não ultrapasse em 
mais de 10% a Demanda Contratada: 
( )TDADFPd ×= (1.7) 
Onde: 
Pd = valor do faturamento total (em R$) 
correspondente a demanda de energia ativa, 
no período de faturamento; 
DF = demanda faturável, correspondente a 
demanda contratada ou a demanda medida 
(a maior delas), caso esta não ultrapasse em 
10% a demanda contratada; 
TDA = tarifa de demanda de potência ativa 
aplicável ao fornecimento, em R$/kW; 
Desta forma, caso a demanda 
registrada seja inferior à demanda 
contratada, aplica-se a tarifa de demanda 
correspondente à demanda contratada. Caso 
contrário, para a demanda registrada 
superior à demanda contratada, mas dentro 
da tolerância de ultrapassagem, aplica-se a 
tarifa de demanda correspondente à 
demanda registrada. 
c) Parcela de ultrapassagem 
A parcela de ultrapassagem é cobrada 
apenas quando a demanda medida 
ultrapassa em mais de 10% a Demanda 
Contratada. É calculada multiplicando-se a 
Tarifa de Ultrapassagem pelo valor da 
demanda medida (DA) que supera a 
Demanda Contratada (DF): 
( ) TDAuDFDAPu ×= − (1.8) 
Onde: 
Pu = valor do faturamento total 
correspondente a demanda de energia ativa 
excedente à quantidade contratada, no 
período de faturamento, em R$; 
DA = demanda ativa medida durante o 
período de faturamento, em kW; 
DF = Demanda de energia ativa faturável 
(contratada) no período de faturamento, em 
kW; 
TDAu = tarifa de ultrapassagem de demanda 
de potência ativa aplicável ao fornecimento, 
em R$/kW. 
d) Fatura total 
O cálculo do custo da fatura de energia 
elétrica para um consumidor enquadrado na 
tarifação horo-sazonal verde é dado por: 
udc PPPFatura ++= (1.9) 
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CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA 30
1.5.1.3 A tarifação horo-sazonal azul 
A conta de energia elétrica desses 
consumidores é composta da soma de 
parcelas referentes ao consumo, demanda e 
ultrapassagem. Em todas as parcelas 
observa-se a diferenciação entre horas de 
ponta e horas fora de ponta. 
a) Parcela de consumo 
A parcela de consumo, cuja tarifa na 
ponta e fora de ponta é diferenciada por 
período do ano, sendo mais caras no período 
seco (maio à novembro), é calculada através 
da expressão abaixo, observando-se, nas 
tarifas, o período do ano: 
( ) ( FPFPPPc TCACATCACAP ×+×= ) (1.10) 
Onde: 
Pc = valor do faturamento total (em R$) 
correspondente ao consumo de energia 
ativa, no período de faturamento; 
CAP = consumo de energia ativa medido 
durante o período de ponta, em kWh; 
TCAP = tarifa de energia ativa aplicável ao 
consumo no período de ponta (diferenciada 
por período do ano – seco/úmido), em 
R$/kWh; 
CAFP = consumo de energia ativa medido 
durante o período fora de ponta, em kWh; 
TCAFP = tarifa de energia ativa aplicável ao 
consumo no período fora de ponta 
(diferenciada por período do ano – 
seco/úmido), em R$/kWh; 
b) Parcela de demanda 
A parcela de demanda, cuja tarifa não é 
diferenciada por período do ano, é calculada 
somando-se o produto da Tarifa de Demanda 
na ponta pela Demanda Contratada na ponta 
(ou pela demanda medida na ponta, de 
acordo com as tolerâncias de ultrapassagem) 
e ao produto da Tarifa de Demanda fora da 
ponta pela Demanda Contratada fora de 
ponta (ou pela demanda medida fora de 
ponta, de acordo com as tolerâncias de 
ultrapassagem): 
( ) ( )FPFPPPd TDADFTDADFP ×+×= (1.11) 
Onde: 
Pd = valor do faturamento total (em R$) 
correspondente a demanda de energia ativa, 
no período de faturamento; 
DFP = Demanda de energia ativa faturável 
(contratada) no período de ponta, em kW, ou 
a demanda medida na ponta, de acordo com 
as tolerâncias de ultrapassagem (utilizar o 
maior dos valores); 
TDAP = tarifa de demanda de potência ativa 
aplicável ao fornecimento no período de 
ponta, em R$/kW; 
DFFP = Demanda de energia ativa faturável 
(contratada) no período de fora de ponta, em 
kW, ou a demanda medida fora de ponta, de 
acordo com as tolerâncias de ultrapassagem 
(utilizar o maior dos valores); 
TDAFP = tarifa de demanda de potência ativa 
aplicável ao fornecimento no período fora de 
ponta, em R$/kWh; 
Aqui também, caso a demanda 
registrada seja inferior à demanda 
contratada, deve-se aplicar a tarifa de 
demanda

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