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Aula 1 DirTrab

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Direito do Trabalho e Previdenciário 
Introdução ao Direito do Trabalho
O termo trabalho expressa uma ideia de sofrimento, já que deriva do latim tripalium, que é um instrumento formado por três estacas fincadas no chão, utilizado para torturar os escravos nas sociedades primitivas... Desse modo, trabalhar significa torturar alguém com o tripalium. 
Relação íntima da utilização da força do trabalhador com o objetivo de perceber uma retribuição, para prover a sua manutenção e de sua família. 
Todo trabalho humano representa uma atividade humana mas nem toda atividade humana representa um trabalho. 
Qdo o trabalhador emprega sua força com objetivo de perceber uma retribuição para prover a sua família e sua manutenção – trabalho. 
Qdo o trabalhador emprega sua força sem essa finalidade, haverá apenas simplesmente uma atividade humana e não um trabalho humano. 
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Conceito
O Direito do Trabalho: é o ramo do Direito composto por regras e princípios, sistematicamente ordenados, que regulam a relação de trabalho subordinada entre empregado e empregador, acompanhado de sanções para a hipótese de descumprimento dos seus comandos. 
Escapa do seu âmbito, portanto, as demais relações de trabalho, como a prestação de serviços autônomos (desenvolvidas principalmente pelos profissionais liberais, como advogados, médicos, dentistas, engenheiros, dentre outros. 
A EC n. 45/2004, alterou a redação do art. 114 da CF, alargando a competência da Justiça do Trab. Para processar e julgar todo e qq litígio envolvendo a relação de trabalho e não somente aquelas derivados da relação de emprego. 
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A denominação dessa ciência jurídica é Direito do Trabalho, porque é a expressão que vem sendo mais utilizada e consagrada pela legislação, doutrina e jurisprudência. A OIT – Organização Internacional do Trabalho, também utiliza essa expressão.
A expressão Direito Laboral é empregada como sinônimo de Direito do Trabalho. 
As expressões Direito Operário; Direito Industrial; Direito Corporativo limitam a atuação e abrangência do Direito do Trabalho. 
Características
Além das características comuns aos demais ramos da ciência jurídica, o Direito do Trabalho possui traços peculiares que o destaca dos demais. 
O Direito Laboral caracteriza-se pela proteção excessiva à pessoa do empregado, que é considerado como hipossuficiente, com vistas a obtenção de melhores condições de trabalho e a pacificação social. 
Essa proteção ao trabalhador, em algumas oportunidades, acaba por imprimir efeito contrário ao pretendido. Isso ocorre porque o legislador nacional não se preocupa com a manutenção ou garantia do emprego, mas tão-somente com os direitos subjetivos daí decorrentes., circunstância que provoca grande rotatividade de mão-de-obra. 
Hipossuficiente – a parte mais “fraca” da relação laboral. O trabalhador é sempre considerado a parte mais frágil dessa relação. O empregador é o hipersuficiente. A lei concede ao empregado várias prerrogativas além de limitar o poder de disposição dos seus direitos. 
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Divisão 
O Direito do Trabalho (material) é dividido em dois grandes grupos, a saber: Direito Individual do Trabalho e Direito Coletivo do Trabalho. 
Existem autores que ainda decompõe o Direito do Trabalho em: Direito Internacional do Trabalho, Direito Administrativo do Trabalho, Direito Penal do Trabalho e Direito Previdenciário. 
Iremos, nesta disciplina, nos ater apenas na divisão feita pela corrente majoritária, a saber: Direito Individual do Trabalho e Direito Coletivo do Trabalho. 
Direito subjetivo – poder da vontade reconhecido pela norma jurídica. /// Direito material – é o direito que está no ordenamento, nos códigos. /// 
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Direito Individual do Trabalho
É formado pelo conjunto de regras e princípios que regulam a relação entre empregado e empregador individualmente, além de conter sanções para a hipótese de descumprimento de suas determinações. 
Direito Privado - tem a função de regular as relações entre os particulares, levantadas em seu nome pessoal e proveito. O direito privado pode ser oposto, com fins analíticos, ao direito público, que estuda o ordenamento jurídico dos vínculos entre os cidadãos e o poder público, e entre os vários organismos do poder público.
Os princípios fundamentais do direito privado são a autonomia da vontade (cada uma das partes zela pelos seus próprios interesses) e o princípio da igualdade (os sujeitos de direito encontram-se em pé de igualdade no âmbito dos atos privados).
Direito Coletivo do Trabalho
Ao lado das relações individuais que se processam entre trabalhadores e empregadores, existem relações coletivas de trabalho que se efetivam entre os entes coletivos de trabalho. 
É denominada de relação coletiva, porque o ente coletivo (geralmente o sindicato) representa os interesses de determinado grupo de pessoas, quais sejam, os empregados e os empregadores considerados em conjunto e não individualmente. 
O objeto do Direito Coletivo do Trabalho, é, justamente, essas relações coletivas. 
O Direito Coletivo do Trabalho, desta forma, institui regras e princípios destinados a regulamentar a atividade dos entes coletivos representativos dos empregados (sindicatos de categoria profissional) e dos empregadores (sindicato da categoria econômica), com o objetivo de evitar o surgimento de conflitos e de traçar diretrizes para a fixação de normas profissionais pelos próprios interessados. 
De acordo com Cesarino Júnior, Direito Coletivo do Trabalho é aquele composto por leis sociais que considerem os empregados e empregadores coletivamente reunidos, principalmente na forma de entidades sindicais. 
Sindicato categoria economica – empregadores que exercem atividade economia similar ou conexa. 
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Natureza jurídica
Quanto a natureza jurídica do Direito do Trabalho entende a sua inserção no ramo do Direito Público ou Direito Privado. 
Essa questão provoca, até os dias atuais, calorosos debates. Como não estamos num curso jurídico, nos ateremos a estudar a corrente majoritária. 
Pela corrente majoritária, o Direito do Trabalho seria um ramo do Direito Privado, uma vez que cuida da relação entre particulares, qual seja, a relação entre o empregado e o empregador. 
Existem outras correntes que afastam a classificação tradicional do Direito do trab. e o incluem em uma 3º categoria: direito social, direito misto e direito unitário. //// embora essa discussão acerca da natureza juridica do dir, do trab, para efeito de concurso público tem prevalecido o entendimento no sentido de que o Direito do Trabalho possui natureza jurídica de direito privado. 
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Funções do Direito do Trabalho
Em qualquer grupo social existem regras de conduta. Ao conjunto dessas regras atribui-se a denominação de Direito, também formado por princípios que, juntamente com as primeiras, são sistematicamente organizados. 
Se o Direito constitui pressuposto para a vida em sociedade, infere-se que sua função primordial é prevenir e solucionar os conflitos entre os membros de um grupo social. 
No Direito do Trabalho, devido as suas peculiaridades, observa-se que sua primeira função é evitar o eterno conflito entre os detentores do capital e dos trabalhadores. 
Pretende-se chegar a esse objetivo por meio do estabelecimento de melhores condições de trabalho para os empregados, com a eliminação ou redução da exploração do homem pelo homem. 
Não menos importante, entretanto, são as demais funções do Direito do Trabalho, que estão previstas, inclusive, no preâmbulo da Constituição da Organização Internacional do Trabalho, quais sejam: paz social permanente; as condições de liberdade e dignidade do trabalhador; a igualdade de condições. 
Autonomia
O Direito do Trabalho adquiriu status de autonomia após o reconhecimento e consolidação da existência de regras, princípios e institutos próprios que o diferenciava dos demais ramos do Direito, o que ocorreu com a edição, em vários países, de códigos e consolidações do trabalho e outros diplomas
legais similares. 
Originou-se do Direito Civil. Após o advento da questão social, o Direito do Trabalho destacou-se do Direito Comum, em face da sua incompatibilidade com alguns de seus princípios.
Por conta disso, surgiu progressivamente, um corpo de leis mais ou menos homogêneas que propiciou a solidificação do Direito Laboral, formado por regras, princípios e institutos peculiares. 
Fundamentos e formação histórica do Direito do Trabalho
O Direito não surge do nada. As regras jurídicas se originam da necessidade do ser humano em viver em sociedade e reflete, no tempo e no espaço, a cultura de cada povo. 
Neste ponto está a importância de se conhecer os fatos sociais, econômicos, religiosos, e etc. que provocaram o nascimento do Direito ou de uma de suas especialidades, pois facilitam a sua compreensão, interpretação e aplicação. 
Europa 
O Direito do Trabalho surge como advento da primeira revolução industrial, entre os séculos XVII e XIX. Entretanto, as relações de trabalho sempre existiram em todas as sociedades e em todas as épocas.
Com todo efeito, o escravo não era considerado sujeito de direitos, ao contrário, era tratado como objeto, podendo inclusive ser comercializado pelo seu proprietário. 
Já o servo devia obediência ao seu senhor feudal, mas não em decorrência de um contrato de trabalho, mas sim de um estado de submissão, pois em troca da cessão de parte de sua produção agrícola ou pecuária, recebia proteção do senhorio. 
Contudo conforme já foi falado, o direito laboral tem como objeto a relação de trabalho subordinada, que apareceu concomitantemente ao referido evento – rev. Ind. /// portanto, a execução da prestação de serviços por parte do servo, não estava subordinada ao poder do senhor feudal. 
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Em um estágio posterior aparecem as corporações de ofício. Apesar da relação existente entre os mestres e os companheiros se assemelhar à relação de emprego, ela não se confundia. 
Com o advento da Revolução Francesa (1789), passaram a prevalecer as ideias de igualdade, liberdade e fraternidade. Era reconhecida a liberdade do cidadão frente ao Estado, o que lhe possibilitava exercer seus direitos de forma que lhe fosse mais interessante. 
A questão social surgiu, exatamente, em virtude da falta de intervenção do Estado nas relações entre patrões e empregados. 
Os interesses eram convergentes, havia uma necessidade comum de produzir mercadorias que eram feitas pelos aprendizes e pelos mestres, ou seja, os primeiros não conferiam ao ultimo a propriedade do fruto de seu trabalho, como acontece com a relação empregatícia. 
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Diversos camponeses foram atraídos para trabalhar nas fábricas em volta dos centros urbanos, o que gerou um contingente de mão-de-obra considerável. Essas unidades fabris eram movimentadas pelas máquinas a vapor, que introduziram a produção em série de mercadorias e gerou a decadência da atividade artesanal das corporações de ofício. 
Como o objetivo da burguesia, detentora do capital, era tão somente a obtenção de lucro, não havia qualquer preocupação com a remuneração e as demais condições mínimas de trabalho do operários. 
O trabalhador era inserido dentro da linha de produção. Logo, não poderia sofrer qualquer paralisação na atividade fabril. Assim, eram exigidas extensas jornadas de trabalho em condições sub-humanas, que implicavam fadiga mental e muscular e aumentavam o número de acidentes do trabalho, muito deles fatais. 
Também não havia qualquer distinção entre trabalho da criança, do adolescente ou da mulher, apesar de deterem características biológicas especiais. Muito pelo contrário, preferia-se a mão-de-obra de menores de 18 anos e das mulheres por serem mais barata, o que aumentava os lucros dos empresários. 
https://www.youtube.com/watch?v=KPgxcat-zYo 
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Todos esses aspectos levaram à eclosão da questão social, com a criação das associações e, posteriormente, dos sindicatos que defendiam a melhoria nas condições de trabalho nas fábricas. 
A luta foi incessante e obteve êxito com a edição das normas que estabeleceram limites ao princípio da autonomia da vontade e ao direito de contratar. 
As primeiras leis tratavam da redução da jornada de trabalho, da proibição do trabalho dos menores de 18 anos e das mulheres em locais insalubres, da fixação de um salário mínimo e etc., o que, aos poucos, acabou por formar um estatuto mínimo, que passava a aderir automaticamente a todo contrato de trabalho. 
O Estado passou, progressivamente , de liberal para social. Os grandes marcos dessa modificação foram a promulgação da Constituição Mexicana (1917) e a de Weimar (1919), na Alemanha. 
O Tratado de Versalhes, assinado pela Alemanha e pelos países aliados em 1919, logo após o final da I Guerra Mundial, foi um dos primeiros documentos históricos que asseguraram direitos específicos aos trabalhadores ao consagrar o princípio de o trabalho não deve ser considerado apenas como mercadoria. Este tratado que originou a formalizou a criação da OIT. 
Estado liberal – 
quando pela primeira vez, foram introduzidos dispositivos que tratavam da ordem social, para dar maior garantia aos direitos dos trabalhadores, em face da dificuldade legislativa de modificar uma regra dessa natureza. 
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Em 1944, a OIT incorporou a Convenção da Filadélfia à sua Constituição, em forma de anexo, documento que serviu de inspiração para a confecção da Carta das Nações Unidas e para a Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada em 1948, que consagra o direito do trabalho com dignidade. 
Em 1988, como forma de reafirmar os princípios contidos nas convenções Fundamentais da OIT, foi editada a Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho e seu Seguimento. 
Falar sobre a OIT – página 61. 
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Brasil
O Direito do Trabalho no Brasil não nasceu diretamente das reivindicações sociais promovidas pelas entidades representativas dos trabalhadores, em que pese ter havido a deflagração de alguns movimentos isolados, derivados de luta de classes patrocinada por alguns sindicatos. 
Na década de trinta do século XX, o então presidente Getúlio Vargas antecipou-se aos movimentos dos trabalhadores e editou uma série de medidas legislativas, de caráter nitidamente populista, que contribuíram para a autonomia do Direito do Trabalho. 
Já existiam leis esparsas que regulamentavam relações de determinadas categorias profissionais e atribuíam alguns direitos aos trabalhadores, de forma geral, além de algumas Convenções da Organização Internacional do Trabalho ratificadas pelo Brasil. 
O mérito de Getúlio Vargas é atribuído ao fato de sistematizar todo esse arcabouço legislativo em um único Diploma Legal representado pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 01 de maio de 1943. Inspirou-se nas diretrizes contidas na Carta Del Lavoro da Itália. 
No âmbito Constitucional, o Direito do Trabalho somente consolidou-se a partir da promulgação da Carta Magna de 1934. A primeira Constituição Federal, a de 1824, não continha nenhum dispositivo que regulamentasse as relações sociais do trabalho. 
Constata-se semelhante omissão na primeira Constituição Republicana (1891). Só havia uma menção à possibilidade de qualquer pessoa reunir-se livremente e sem armas, o que legalizou a atuação dos sindicatos no País. 
As Constituições posteriores de 1937, 1946 e 1967, mantiveram, em linhas gerais, os princípios dos trabalhadores contidos na carta de 1934, com pequenas modificações necessárias a atender ao seu caráter democrático ou autoritário, até ser promulgada a atual Constituição, que ampliou sensivelmente, o leque de garantias constitucionais ao trabalhador subordinado. 
Falar sobre a CLT – pagina 60 do livro. 
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Fontes formais do Dir. do Trabalho
Fonte formal do Direito – são as manifestações provenientes do Estado e, excepcionalmente, emanadas da própria sociedade, reconhecidas por esse mesmo Direito, que dão origem às normas e aos princípios que
regulamentam a vida em sociedade. 
As fontes formais se classificam em dois grandes grupos: fontes estatais ou heterônomas e fontes profissionais ou autônomas. 
As fontes estatais ou heterônomas incluem a Constituição, a lei, o decreto, a sentença normativa e etc., ou seja, atos emanados do Poder Público, derivados do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário. 
No Direito do Trabalho a competência para legislar é da união, conforme determina o art. 22, I, da CF. 
AS fontes profissionais ou autônomas incluem a convenção coletiva, o acordo coletivo de trabalho, o regulamento da empresa e o contrato individual de trabalho. 
Falar sobre a CLT – livro página: 60 
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