Buscar

Aula 2 DirTrab

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Direito do Trabalho
Curso: Administração
Faculdade Redentor de Campos
Contrato de emprego
Denominações: 
Contrato de trabalho; 
Contrato de emprego;
Contrato de labor; 
Pacto laboral. 
A relação que une o trabalhador e o empregador denomina-se de relação empregatícia ou vínculo empregatício e é o objeto da proteção que lhe confere o Direito Laboral. 
Elementos componentes da contrato de emprego: 
A relação de trabalho deve ser não-eventual, onerosa, pessoal e subordinada, de acordo com a definição legal definida estabelecida pelo art. 3º da Consolidação das Leis do Trabalho.
 Art. 3º: “Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviço de natureza não-eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”. 
É necessário reafirmar que só há relação empregatícia quando o trabalho prestado tem caráter voluntário, o que exclui as relações de servidão, escravidão e trabalho forçado. 
Relação de subordinação: o empregador dirige a prestação de serviços do trabalhador, por intermédio de ordens genéricas ou específicas. 
Caráter oneroso: retribuição pelos serviços prestados com o caráter de subordinação, chamado de salário. 
Não-eventual: diz respeito à atividade desenvolvida pela empresa e não à quantidade de tempo em que o empregado fica à disposição do empregador. 
É a habitualidade do trabalho, ou seja, o trabalho não ser esporádico. Existe uma jornada de trabalho definida. 
A pessoalidade: Somente a própria pessoa contratada e com o vínculo deverá realizar o serviço. Não pode encaminhar um substituto. 
Resumindo: os elementos de uma relação de trabalho, são: voluntariedade; subordinação; pessoalidade; onerosidade e não-eventualidade. 
Para se caracterizar um contrato de trabalho é necessário a presença de todos os elementos? 
5
Natureza jurídica
Teoria contratualista – a relação de emprego deriva de um pacto entre empregador e empregado, ou seja, tem natureza contratual. 
Teoria anticontratualista – a relação de emprego deriva da inserção do empregado na empresa, o que retira todo e qualquer conteúdo que derive da sua manifestação da vontade.
 
Relações de trabalho
Sempre que o trabalho for prestado por uma pessoa em proveito de outra, sendo esse trabalho de meio ou de resultado, haverá uma relação de trabalho. 
1. Trabalho autônomo: é aquele executado por conta e risco da pessoa do trabalhador, ou simplesmente trabalho por conta própria. 
Fazem parte desse grupo: as relações derivadas do contrato de empreitada, do contrato de representação comercial, da prestação de serviços dos profissionais liberais, desde que não haja subordinação. 
De acordo com o art. 12, V, “h”, da Lei nº 8.212/91, autônomo é “a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não”. 
2. Trabalho eventual: Também chamado de ocasional, é aquele que é exigido em caráter transitório, cujo exercício não se integra na finalidade da empresa. 
É aquele que não se engaja dentre as atividades normalmente desenvolvidas pela empresa, seja ela atividade-meio ou atividade-fim.
Exemplo trabalho eventual: uma empresa contrata um pintor ou pedreiro para obras de reforma ou emergencial. Se esse tipo de serviço não se relaciona com a atividade fim, ou seja, não é objeto do contrato social da empresa, existe um trabalho eventual. 
3. Trabalho temporário: se caracteriza pela predeterminação de prazo. A Lei permite que o termo final da prestação de serviços subordinados seja ajustado de forma prévia, antes mesmo de se iniciar o trabalho. 
O trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender a necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços. 
Está regulamentado pela Lei nº 6.019, de 03 de janeiro de 1974 e pelo Decreto 73.841, de 13 de março de 1974. A mesma lei condiciona o funcionamento da empresa de trabalho temporário ao prévio registro no Ministério do Trabalho e Emprego. 
Exemplo: caso de licença maternidade. O fim de ano também é um bom período para conseguir trabalho temporário, o comércio fica a todo vapor com as compras de Natal e necessita de uma demanda maior de funcionários. O trabalho temporário acaba sendo uma possibilidade de conseguir emprego, já que bons funcionários temporários acabam sendo contratados efetivamente.
9
4. Trabalho avulso: De acordo com a Lei nº 8.212/91, art. 12, VI, trabalhador avulso é aquele que presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou rural. 
Pela Constituição Federal de 1988, trabalhadores avulsos te garantido toda a proteção legal que é dispensada aos empregados. “Igualdade de direitos entre trabalhador com vínculo empregatício permanente e trabalho avulso”. (Art. 7º, XXXIV da CF/88). 
Trabalhador avulso portuário: 
Trabalha, geralmente, na prática de serviços de capatazia, estiva, conferência de carga, conserto de carga, bloco e vigilância de embarcações em navios e encontram-se regidos pela Lei nº 9.719/98 e na Medida Provisória nº 595/12. 
Trabalhador avulso não portuário: 
Desenvolve atividades de movimentação de mercadorias em áreas urbanas ou rurais, sem vínculo empregatício, e com intermediação do sindicato por meio de acordo ou convenção coletiva do trabalho. 
Assim, o trabalhador avulso é aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural a diversas empresas, sem vínculo empregatício, a diversas empresas, com a intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou, quando se tratar de atividade portuária, do órgão gestor de mão-de-obra (OGMO). 
Como exemplo de trabalhador avulso: O trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério, o ensacador de café, cacau, sal e similares, o carregador de bagagem em porto, o guindasteiro, dentre outros. 
Se o trabalhador prestar serviço, sem vínculo empregatício, a diversas empresas, sem a intermediação do sindicato ou do OGMO, não será considerado trabalhador avulso e sim contribuinte individual.
Apesar de existir a necessidade de intermediação do sindicato, o trabalhador não precisa ser sindicalizado, uma vez que a filiação a sindicatos não é obrigatória. 
Art. 8°, V da CF/88: 
“Ninguém será obrigado a filiar-se ou manter-se filiado a sindicato”
7. Estágio: (Lei n. 11.788/2008)
Segundo o art. 1º da Lei n. 11.788/08, a relação de estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos. 
Espécies de estágio: 
1. obrigatório – quando o projeto pedagógico exige a realização de estágio, inclusive com carga horária específica que deve ser cumprida para efeito de aprovação no curso. 
2. não-obrigatório – quando é facultativo e acrescenta o período de estágio à carga horária obrigatória. 
Requisitos de validade do contrato de estágio: 
1. matrícula e frequência regular do educando; 
2. celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino; 
3. compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso; 
4. acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios. 
Principais obrigações: 
1. limitações de números de estagiários por estabelecimento, salvo no caso de estudantes de nível superior e de nível médio profissionalizante; 
2. prazo máximo de dois anos, na mesma parte concedente, salvo quando se tratar de estagiário portador de necessidades especiais; 
3. proibição da parte concedente de receber estagiários por dois anos em caso de reincidência; 
4. reserva de 10% das vagas de estágio para os estudantes portadores de necessidades especiais; 
5. obrigações específicas para a parte concedente: indicação de empregado de seu
quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até dez estagiários simultaneamente; envio à instituição de ensino, com periodicidade de 6 meses, relatório de atividades, com vista obrigatória ao estagiário. 
Jornada de trabalho do estagiário: 
A) 4 horas diárias e 20 horas semanais, no caso de estudantes de educação especial e doa anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos. 
B) 6 horas diárias e 30 horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular. 
 Nos dias de prova e exames de avaliação, a carga horária do estágio será reduzida à metade, segundo estipulado no Termo de Compromisso de Estágio, de forma a possibilitar o bom desempenho do Aluno no curso acadêmico. A Legislação do Estágio não prevê a remuneração compulsória destas horas. 
Em razão da limitação da carga horária, diária e semanal, fica impossibilitada, para estagiários, a perspectiva de hora extra e compensações de horas previstas para funcionários no regime da CLT. 
A eventual concessão de benefícios adicionais relacionados a transporte, alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício.
Duração do estágio: dois anos, salvo para os portadores de necessidades especiais. 
Bolsa: é obrigatória a concessão de bolsa ou qualquer outra forma de contraprestação nos estágios não obrigatórios. Entretanto, não foi fixada um limite mínimo para essa contraprestação. 
Aplicam-se aos estagiários as mesmas regras de segurança e saúde no trabalho que incidem sobre a relação de emprego. 
Férias: 
Assegura-se o direito a trinta dias de férias (recesso), a serem gozadas preferencialmente durante as férias escolares, para os estágios com duração igual ou superior a um ano. 
As férias (recesso) são remuneradas no caso do estagiário perceber bolsa ou qualquer outro tipo de contraprestação. 
Caso o estágio tenha duração inferior a um ano, as férias (recesso) serão concedidas proporcionalmente. 
Quantidade de estagiários e o número de funcionários. 
21
Art. 17. O número máximo de estagiários em relação ao quadro de pessoal das entidades concedentes de estágio deverá atender às seguintes proporções:
I - de 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um) estagiário;
II - de 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 (dois) estagiários;
III - de 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) empregados: até 5 (cinco)estagiários;
IV - acima de 25 (vinte e cinco) empregados, até 20% (vinte por cento) de estagiários.
8. Trabalhador cooperado: (cooperativa de mão-de-obra)
Cooperativa: é uma sociedade constituída por, no mínimo, sete trabalhadores para o exercício de suas atividades laborativas ou profissionais com proveito comum, autonomia e autogestão para obter melhor qualificação, renda, situação socioeconômica e condições gerais de trabalho. 
É uma sociedade de pessoas, de natureza civil, e não se encontra sujeita à falência ou a processo de recuperação judicial ou extrajudicial. 
O cooperado é um dos sócios da sociedade cooperativa. 
O cooperado é um trabalhador autônomo e por conta disso não pode ter a sua atividade dirigida por outra pessoa, seja o diretor da cooperativa, seja o responsável da empresa tomadora de serviços oferecidos por essa entidade. 
9. Médico-residente: a relação de trabalho existente entre o médico-residente e o hospital representa uma modalidade de ensino de pós-graduação, sob a forma de especialização, sendo disciplinada pela Lei n.6.932/81. 
10. Trabalho voluntário – a onerosidade constitui elemento essencial para o reconhecimento da relação de emprego. Quando o trabalhador presta serviço para entidades públicas ou sem fins lucrativos e sem a intenção de receber algo em troca, estará executando trabalho voluntário. 
 O prestador de serviço não deseja a retribuição que seria devida nas hipóteses de contratos de atividade de natureza onerosa. 
O trabalho voluntário é admitido em entidades privadas, desde que não possuam fins lucrativos e tenham objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social. 
Admissão e registro de empregados
CTPS: (Carteira de Trabalho e Previdência Social)
A CTPS é considerada o principal documento do trabalhador brasileiro. 
É obrigação do empregador proceder à anotação do contrato de trabalho daqueles empregados que contratar, bem como das condições especiais de trabalho.
Por conta disso, para a maioria dos trabalhadores, principalmente aqueles de baixa renda, as anotações contidas na CTPS acabam funcionando como verdadeiro currículo comprovado. 
Conteúdo das anotações: 
Datas do início e final da prestação de serviços; 
Valor da remuneração, incluindo o valor das utilidades e a estimativa de gorjeta;
Reajustes salariais, principalmente aqueles decorrentes da data-base;
Alterações contratuais;
Condições especiais de trabalho, caso existentes;
Afastamentos;
Períodos de aquisição e gozo de férias;
Contribuições sindicais. 
A CTPS também serve para anotação de fatos de natureza previdenciárias e assistencial, como registro de dependentes, concessão de aposentadoria, auxílio-doença, seguro-desemprego, acidente do trabalho, doença ocupacional e etc. 
São vedados quaisquer apontamentos que desabonem a conduta do trabalhador, que provoquem danos à sua imagem ou que tenham conteúdo discriminatório.
O descumprimento da obrigação mencionada implica o pagamento de multa de natureza administrativa, além de poder ensejar, conforme o caso, condenação ao pagamento de indenização por danos morais. 
Proíbe-se também que o empregador faça a exigência de quaisquer documentos discriminatórios ou obstativos para a contratação, especialmente certidão negativa de reclamatória trabalhista, teste, exame, perícia, laudo, atestado ou declaração relativos à esterilização ou a estado de gravidez e relativos à doenças autoimunes. 
O contrato de trabalhador rural por pequeno prazo não necessita ser anotado na CTPS ou em Livro ou Ficha de Registro de Empregados. Mas é obrigatória a existência de contrato escrito com o fim específico de comprovação para a fiscalização trabalhista da situação do trabalhador. 
Prazo: 
O registro da contratação na CTPS deve ser feito no prazo de 48 horas da admissão do empregado, independentemente do período ou da espécie de contrato de trabalho celebrado, inclusive o temporário, por prazo determinado, de experiência, doméstico, de aprendizagem, por obra certa, do menor de 18 anos e etc. 
Em caso de retenção, por prazo superior ao acima informado, extravio ou inutilização da CTPS, o empregador ficará sujeito ao pagamento de multa equivalente à metade do salário mínimo. 
Prova: 
A CTPS goza de status de documento oficial de identidade, conforme preceitua o art. 40 da CLT. 
Além disso, os registros feitos pelo empregador fazem prova fiel da relação de trabalho. 
Recente súmula da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais, n.75, afirma que as anotações na CTPS são suficientes para fins previdenciários, não necessitando a anotação de vínculo no Cadastro Nacional de informações Sociais. 
Registro: 
Além da CTPS, documento pessoal do empregado, o empregador deve proceder o registro do empregado em livros, fichas ou sistema eletrônico. Neste último caso, o sistema deve garantir a segurança, a inviolabilidade, a manutenção e a conservação das informações contidas nele. 
Os registros eletrônicos devem ser individualizados por empregado e permitir o acesso a fiscalização trabalhista às informações, por meio de tela, impressão de relatório ou meio magnético.
O registro do empregado deve conter as seguintes informações: 
Nome do empregado; Jornada de trabalho;
Data de nascimento; Férias;*
Filiação; Acidente do
trabalho;
Nacionalidade e naturalidade; Doenças profissionais. 
Número e série da CTPS;
Número de identificação do cadastro PIS/PASEP;
Data de admissão;
Cargo e função;
Remuneração;
* Salvo em relação às micros e pequenas empresas. 
33

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes