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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS FACULDADE DE ENGENHARIA MECANISMO 4 BARRAS – MANIVELA BALANCIM João Paulo Gatto Schardong Matheus Braga Gomes Dourados MS 2016 Mecanimos 4 Barra – Manivela Balancim João Paulo Gatto Schardong Matheus Braga Gomes Relatório do projeto apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Dinâmica de Máquina e Mecanismos, Universidade Federal da Grande Dourados Prof. Dr. Marcus Varanis Dourados 2016 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1.1 Condição de Grashof e Aplicações O mecanismo tratado no trabalho será um manivela-balancim, demonstrado na seguinte figura: Para que a barra C2 consiga realiza uma revolução, a soma de seu tamanho com o tamanho da maior barra deve ser menor que a soma das outras duas barras, ou seja: Em que S é o comprimento da barra menor, L o comprimento da barra maior, P e Q é o comprimento das barras remanescentes. A equação acima se trata da Condição de Grashof. Caso a condição seja satisfeita, uma das barras pode completar o movimento de uma revolução. A condição de Grashof para nosso trabalho encontra-se no item 3.1. O mecanismo manivela-balancim é utilizado em limpadores de para-brisas, bombas de captação de água em poços artesianos, freio de bicicleta, comando de válvulas em um motor, entre outros. 1.2. Grandezas Com o tamanho das barras C1, C2, C3 e C4, e também a velocidade angular e aceleração angular da barra motora, é possível descrever o a posição, velocidade e aceleração de qualquer ponto ao longo das barras. A posição é um importante quesito informativo para o projeto, com ela conseguimos determinar a localização de terminada barra dado um ângulo . Além disso, é necessário determinar a posição em relação ao seu ângulo de referencia da barra para determinar a velocidade e aceleração da barra em questão. Encontrando a posição das barras, conseguimos determinar a velocidade de cada barra do sistema dado um ângulo e velocidade de entrada. Determinar a velocidade, além de necessário para determinar a aceleração, é essencial para determinarmos a energia cinética armazenada no nosso corpo. A aceleração é o parâmetro mais importante a ser determinado, é necessária para determinarmos a força presente nas barras a partir da fórmula . A força é necessária para calcularmos as tensões nos componentes da barra, por exemplo. Essas tensões servem pra assegurar que o corpo não falhará sobre condições operacionais. 2. OBJETIVOS O objetivo do trabalho é a análise de um mecanismo 4 barras, sendo conhecidas algumas variáveis de entrada como o ângulo, a velocidade angular e a aceleração angular da barra motora, e assim, determinar as posições, velocidades e acelerações de cada barra. Com essas informações conseguimos analizar os valores encontrados no experimento do mecanismo fabricado, com os valores encontrados matematicamente, e com isso, analisar os resultados obtidos. Analisamos também a posição, a velocidade angular e a aceleração angular graficamente usando softwares. 3. DESENVOLVIMENTO 3.1. Análise de posição – Mecanismo 4 barras Para realizar a análise de posição de um mecanismo quatro barras definimos o tamanho das barras como C1, C2, C3 e C4, em que todos os tamanhos são conhecidos. O ângulo que cada barra faz com seu eixo de referência é definido como , , e . O ângulo é zero. A equação vetorial é obtida da analise da figura abaixo. (1) A equação vetorial (1) na forma complexa é dada por: (2) Aplicando a relação de Euler na equação (2): (3) Separando a parte real da imaginária na equação (3). (4.1) (4.2) Isolando o ângulo nas equações (4.1) e (4.2). (4.3) (4.4) Elevando as equações (4.3) e (4.4) ao quadrado, somando-as e simplificando, temos: (5) Elevando os termos do lado direito da equação (5) ao quadrado: (6) Manipulando a equação (6) algebricamente, tem-se: ( (7) Com finalidade de simplicar a equação (7), foram definidas algumas constantes K1, K2 e K3. (8.1) (8.2) (8.3) Aplicando as constantes (8.1), (8.2), (8.3) na equação (7), chegamos na equação de Freudenstein, dada por: (9) Utilizando identidades trigonométricas (9.1) e (9.2) e tambem as constantes das equações (9.3), (9.4) e (9.5), a equação (7) é simplificada para a equação (10): (9.1) (9.2) (9.3) (9.4) (9.5) (10) Isolando o termo desconhecido na equação (10), é obtido pela seguinte equação: (11) Para encontrar o ângulo na configuração aberta do mecanismo, é usado o sinal negativo na equação (11). Caso seja a configuração fechada, o sinal é positivo. Para determinar o ângulo , a análise é feita de forma similiar à . Isolamos os termos com da equação (4.1) e (4.2): (12.1) (12.2) Definimos constantes K4, K5, D, E e F para simplificar a equação posteriormente. (13.1) (13.2) (13.3) (13.4) (13.5) Elevando ambos os lados das equações (12.1) e (12.2), somando-as e simplificado com as constantes (13.1), (13.2), (13.3), (13.4) e (13.5), temos: (14) Da equação (14), é obtido por: (15) Para encontrar o ângulo na configuração aberta do mecanismo, é usado o sinal negativo na equação (15). Caso seja a configuração fechada, o sinal é positivo. Resumindo, o ângulo e são encontrados a partir de e do tamanho das barras pela seguintes equações: 3.2. Análise de velocidades – Mecanismo 4 barras Para realizar a análise de velocidades do mecanismo quatro barras, derivamos a equação vetorial na forma complexa (2) em relação ao tempo. O tamanho das barras C1, C2, C3 e C4 são conhecidos, assim como a velocidade angular da barra motora () e também os angulos e. Os ângulos e foram obtidos a partir da análise de posição. A velocidade angular da barra fixa ( é zero. (2) Derivando (2) em relação ao tempo, temos a equação vetorial na forma complexa da velocidade de um mecanismo quatro barras: (16.1) Simplificando a equação (16.1): (16.2) Aplicando a relação de Euler na equação (16.2) temos: (17.1) Organizando a equação (17.1): (17.2) Separando em parte real e imaginaria a equação (17.2): (18.1) (18.2) As equações (18.1) e (18.2) podem ser resolvidas por substituição direta, encontrando a velocidade angular da barra C3 e C4. 3.3. Análise de acelerações – Mecanismo 4 barras Para realizar a análise de aceleração do mecanismo quatro barras, derivamos a equação vetorial na forma complexa (16.2) em relação ao tempo. O tamanho das barras C1, C2, C3 e C4 são conhecidos, assim como a velocidade angular e também a aceleração angular . é zero. Os ângulos e foram obtidos a partir da análise de posição. As velocidades angular e foram obtidas a partir da análise de velocidade descrita acima. (16.2) Derivando (16.2) em relação ao tempo: (19) Aplicando a relação de Euler na equação (19) temos: (20.1) Multiplicando os termos pelo operador j na equação (20.1) e rearranjando chegamos em: (20.2) Separando em parte real e imaginaria a equação (20.2): (20.1) (20.2) Para simplificar a resposta, são definidas as seguintes constantes: (21.1) (21.2) (21.3) (21.4) (21.5) (21.6) Resolvendo o sistema de equações, e aplicando as constantes (21.1), (21.2), (21.3), (21.4), (21.5) e (21.6) temos que e é dado por: (21.1) (21.2) 4. RESULTADOS Toda a análise foi feita pelo software SolidWorks e posteriormente comparado à um script escrito no software MatLAB (Apêndice 1). Os resultados foram o mesmo para ambos os casos. 4.1. Condição de Grashof O tamanho das barras de nosso mecanismo foi definido como: Verificamos se a condição de Grashof é satisfeita: A condição de Grashof é satisfeita, portanto pelo menos um dos elos do mecanismo é capaz de fazer uma revolução completa. 4.2. Análises Computacionais Todas asbarras usadas no mecanismo foram desenhadas no SOLIDWORKS e, além disso, foi feita a montagem a fim de simular o mecanismo. O mecanismo e a trajetória de suas juntas móveis estão representados na seguinte imagem: Com o uso da ferramenta SOLIDWORKS Motion, é possível adicionar uma rotação constante na barra motor ( e assim, verificar a variação dos ângulos , e . Além disso, é possível gerar gráficos para as velocidades angulares e em função do tempo e também aceleração angular e em função do tempo. Para fins de simulação, foi definido como 12 RPM, para que a barra motora execute uma revolução completa em 5 segundos. A variação do ângulo (graus) em uma revolução da barra motora é dada por: A variação do ângulo (graus) em uma revolução da barra motora é dada por: A variação do ângulo (graus) em uma revolução da barra motora é dada por: Como a velocidade angular (graus/segundo) é constante, seu gráfico reduz-se a uma linha. A velocidade angular (graus/segundo) em uma revolução completa é dada pelo seguinte gráfico: A velocidade angular (graus/segundo) em uma revolução completa é dada pelo seguinte gráfico: A aceleração angular durante uma revolução completa é dada por: A aceleração angular durante uma revolução completa é dada por: Com todos os gráficos gerados, podemos comparar com o script feito no MatLAB. 4.3. Comparação com script feito no MatLAB A entrada do tamanho das barras no script feito em MatLAB é em milímetros, portanto: A velocidade angular também deve ser convertida de RPM para rad/s. A aceleração angular é zero. Para efeito de comparação entre resultado no script e gráficos gerados pelo SOLIDWORKS, será , que deve ser convertido para radianos. O resultado do script com os valores acima é: Fazendo as devidas conversões, os valores apresentados como resultado no script do MatLAB coincidem com os valores gráficos gerados pelo SOLIDWORKS. 5. CONCLUSÃO O procedimento desenvolvido nesse trabalho apresentou resultados satisfatórios, permitiu analisar a posição, velocidade angular e aceleração angular de um mecanismo de 4 barras utilizando-se o SOLIDWORKS e a programação de um script funcional no MatLAB. Ambos os métodos possibilitaram precisão nos resultados, de acordo com as necessidades estabelecidas. Outro ponto positivo é que o trabalho resumiu o aprendizado do funcionamento de um mecanismo de 4 barras. 6. APÊNDICE 6.1 Programação feita no MatLAB %Analise posição, velocidade e aceleração %Mecanismos 4 Barras clear all clc %Entrada de valores a=input('Entre com o valor da barra motora [mm]: '); b=input('Entre com o valor da segunda barra "L" [mm]: '); c=input('Entre com a valor da terceira barra "P" [mm]: '); d=input('Entre com o valor da barra chão [mm]: '); o2=input('Entre com o angulo O2 inicial [rad]: '); w2=input('Entre com a velocidade angular da barra motora [rad/s]: '); a2=input('Entre com a aceleração angular da barra motora [rad/s^2]; '); %% Analise de posição %Constantes K1=d/a; K2=d/c; K3=(a^2-(b)^2+c^2+d^2)/(2*a*c); K4=d/b; K5=(c^2-d^2-a^2-b^2)/(2*a*b); A=cos(o2)-K1-(K2*cos(o2))+K3; B=-(2*sin(o2)); C=K1-(K2+1)*cos(o2)+K3; D=cos(o2)-K1+(K4*cos(o2))+K5; E=-2*sin(o2); F=K1+(K4-1)*cos(o2)+K5; %Calculo da posição o4a=2*atan((-B-sqrt(B^2-4*A*C))/(2*A)); o4c=2*atan((-B+sqrt(B^2-4*A*C))/(2*A)); o3a=2*atan((-E-sqrt(E^2-4*D*F))/(2*D)); o3c=2*atan((-E+sqrt(E^2-4*D*F))/(2*D)); %% Analise de velocidade %Calculo da velocidade w4=((a*w2)/c)*((sin(o2-o3a))/((sin(o4a-o3a)))); w3=-(a*w2*sin(o4a-o2))/(b*sin(o3a-o4a)); %% Analise de aceleração %Constantes G=c*sin(o4a); H=b*sin(o3a); I=a*a2*sin(o2)+a*(w2^2)*cos(o2)+b*(w3^2)*cos(o3a)-c*(w4^2)*cos(o4a); J=c*cos(o4a); K=b*cos(o3a); L=a*a2*cos(o2)-a*(w2^2)*sin(o2)-b*(w3^2)*sin(o3a)+c*(w4^2)*sin(o4a); %Calculo da aceleração a3=((I*J)-(G*L))/((G*K)-(H*J)); a4=((I*K)-(H*L))/((G*K)-(H*J)); %% Mostrar valores %Posição disp(' ') disp('Mecanismo aberto') disp('Valor do angulo o3 [rad]: ') disp(o3a) disp('Valor do angulo o4 [rad]: ') disp(o4a) disp('Mecanismo fechado') disp('Valor do angulo o3 [rad]: ') disp(o3c) disp('Valor do angulo o4 [rad]: ') disp(o4c)\ %Velocidade disp(' ') disp('Velocidade angular da barra L [rad/s]: ') disp(w3) disp('Velocidade angular da barra P [rad/s]: ') disp(w4) %Aceleração disp(' ') disp('Aceleração angular da barra L [rad/s^2]: ') disp(a3) disp('Aceleração angular da barra P [rad/s^2]: ') disp(a4) 7. REFERÊNCIAS Norton, R. L., 2013, Dinâmica de Máquinas e Mecanismos (Segunda Edição), MaGraw-Hill, New York, NY. Fisher, F., 2013, Analysis of a 4 bar crank-rocker mechanism using SolidWorks Motion. Disponível em http://personal.stevens.edu/~ffisher/me345/4bar_veloc_wiper_Feb13.pdf Animation of 4-Bar Linkage Using SolidWorks. Disponível em http://www.me.unlv.edu/~mbt/320/SolidWorks/4Bar%20SW%20Animation.htm Sakshat Virtual Labs, 2013, Four bar mechanism. Disponível em http://iitkgp.vlab.co.in/?sub=40&brch=127&sim=682&cnt=1 Mekanizmalar, 2014, Four bar linkage and coupler curve. Disponível em http://www.mekanizmalar.com/fourbar.html
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