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USO DA TREPANAÇÃO

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FACULDADE DA CIDADE DO SALVADOR
CURSO DE DIREITO
JULIANA MONTEIRO PASSINHO
TREPANAÇÃO
Salvador
2015
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JULIANA MONTEIRO PASSINHO
TREPANAÇÃO 
 
Trabalho destinado à avaliação curricular da disciplina Psicologia Jurídica, ministrada pelo Profº. Carlos Henrique Martinez no Curso de Bacharelado em Direito.
Salvador
2015
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RESUMO
O presente artigo tem o objetivo de dissertar acerca da prática da trepanação. Visa também complementar a formação dos acadêmicos em Direito, através de um enfoque de cunho pedagógico, onde, o Direito como ciência social que é, seja apresentada de forma a sensibilizar o estudante quanto a existência de práticas equivocadas do passado e seu impacto nas gerações futuras e, por intermédio desse viés, comprovar que o Direito e sua operação não estão isolados no tempo e no espaço, muito menos separados dos demais campos e práticas científicas. Percebe-se que cada vez mais o Judiciário tem sido convidado a participar da vida em sociedade, não só cumprindo seu objetivo primaz, que é dizer e reparar o Direito. A trepanação, como aqui será exposto, serviu, porque não dizer, de instrumento de “tortura” e essa expressão nos remete sinestesicamente a variados fatos históricos onde os direitos humanos foram lançados por terra, travestidos de bem. Através de pesquisa bibliográfica, foram levantados o conceito, o histórico e a aplicação contemporânea da cirurgia de trepanação, mais precisamente na área da neurociência. Além do acima informado, o presente estudo almeja servir de base para que a condição aqui apresentada seja melhor entendida com vistas a que melhor se compreenda, como já dito, suas repercussões no mundo jurídico com reflexo, sem sombra de dúvida, na preocupação cada vez maior com os direitos e garantias individuais e no processo legislativo, tanto no que tange à elaboração de novas leis, quanto na revisão das existentes.
Palavras-Chave: Psicologia Jurídica. Direito. Trepanação. Tratamento da Loucura. Direitos Humanos. 
ABSTRACT
This article aims to discourse about the practice of trepanation. It also aims to complement the training of academics in law, through a pedagogical nature approach, where the law as a social science that is being displayed so as to sensitize the student and the existence of misleading practices of the past and its impact on future generations and, through this bias, to prove that the law and its operation are not isolated in time and space, much less separate from other fields and scientific practices. It is noticed that more and more courts have been invited to participate in the life of society, not only fulfilling its primate goal, which is to say and fix the law. The trepanation, as here will be exposed, served, why not say, of an instrument of "torture" and this expression cenesthetically leads us to various historical facts where human rights were thrown to the ground, well disguised. Through literature, they were raised the concept, the historical and the contemporary application of trepanation surgery, more precisely in the area of ​​neuroscience. In addition to the above reported, this study aims to provide the basis for the condition presented here is better understood in order to that best understands, as I said, its repercussions in the legal world with reflection, without a doubt, the growing concern most with individual rights and guarantees and the legislative process, both with respect to the preparation of new laws, as in the existing review.
Keywords: Legal Psychology. Right. Trepanation. Treatment of Madness. Human Rights.
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SUMÁRIO
RESUMO....................................................................................................................03
INTRODUÇÃO...........................................................................................................06
TREPANAÇÃO – CONCEITO E HISTÓRICO...........................................................07
TREPANAÇÃO – USOS E DOENÇAS......................................................................10
CONCLUSÃO.............................................................................................................11
BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................12
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INTRODUÇÃO
Durante muito tempo, o desconhecido e o sobrenatural se confundiram. Era comum ser atribuída a “seres de outro mundo” a autoria de qualquer acontecimento em que a razão e a lógica não pudessem ser utilizadas para explica-los de forma plausível.
Tal cenário não foi diferente à época em que igreja e Estado eram um. Autoridades seculares e religiosas impunham pesados jugos sobre seus administrados sob a desculpa de estarem fazendo a vontade de um deus que sequer eles mesmos conheciam e, de igual forma, atrocidades variadas eram cometidas em nome dessa mesma entidade, fosse para seu agrado ou por supostamente alguém ter ouvido a sua voz. Deformidades, manchas na pele, sinais de nascença e até mesma a cor do cabelo bastavam para condenar alguém ao fogo do inferno. 
No campo das ciências, observa-se que remonta aos primórdios da história da humanidade a fusão entre a medicina e os rituais mágicos. O uso de ervas medicinais era comumente complementado com danças, rezas, cânticos e até mesmo sacrifício de animais. Tudo em nome da saúde do enfermo.
O salto para a modernidade prendeu o homem em diferentes amarras, mas em contrapartida libertou-o de muitas superstições. O avanço intelectual, cultural e tecnológico mudou-lhe a maneira de pensar e agir e abriu-lhe caminho para outros ganhos.
Dentre os males que a ignorância e a supertição levou o homem a praticar, estava a trepanação, método hoje ainda utilizado no campo da neurociência, contudo à época era procedida com pouco cuidado por seus realizadores e sem nenhum significado terapêutico prático.
TREPANAÇÃO – CONCEITO E HISTÓRICO
A trepanação (do grego trupanon, perfuração; abrir um buraco) é um procedimento cirúrgico que consiste na retirada de um pedaço do osso do crânio. Esta técnica foi muito utilizada durante a Idade Antiga, Média e ainda é utilizada atualmente com fins terapêuticos de doenças intracraniais. Entretanto, crânios trepanados encontrados entre os restos de culturas pré-históricas servem como indício de que povos que viveram durante o período Neolítico (10000 a.C.) e provavelmente já atribuíam alguma importância ao cérebro.
Até o século XIX, diversos crânios trepanados foram encontrados em sítios arqueológicos espalhados por toda Europa, como Alemanha, Áustria, Polônia, Portugal, Inglaterra, Itália, Dinamarca, Suécia, Rússia, Espanha e França, sendo o primeiro crânio trepanado encontrado em 1685, por Bernard de Montfauchon (1655-1741) em Cocherel, França.
Os orifícios resultantes da trepanação, até então, eram considerados frutos da ação de armas, lesões acidentais ou alterações feitas após a morte. É a partir da década de 70 do século XIX que ocorre uma mudança na interpretação dada a estes orifícios e é o neurologista Peter Paul Broca (1824-1880) um dos principais responsáveis por chamar a atenção da comunidade científica para os achados.
Inicialmente procurado pelo arqueólogo Ephraim George Squier (1821-1888) a respeito de um crânio que apresentava uma abertura, Broca logo se vê diante de uma série de perguntas. Intrigado, propõe um novo olhar em relação a interpretação daqueles orifícios. 
Em 1965, na cidade de Cuzco, Peru, Squier se depara com um crânio que apresentava um orifício retangular de 15 X 17 mm. Devido a suas características, Squier conclui que aquele orifício era produto de mãos humanas, possivelmente de algum procedimento cirúrgico, entretanto, resolve procurar a ajuda de algum especialista levando então a amostra até a França e procura Paul Broca. Este após cuidadosa análise, conclui que aqueleorifício no crânio representava um caso de “avançada cirurgia” oriunda do Novo Mundo antes da chegada dos colonizadores. Broca considerou que a cirurgia havia sido realizada em um indivíduo ainda vivo e que sua morte só foi ocorrer uma ou duas semanas depois.
A partir de suas observações, novas perguntas surgiram: por que tal operação foi realizada? Sob que condições? Houve sucesso? Para responde-las, Broca procurou examinar outras amostras. A busca pelos motivos que justificariam a realização de trepanações pelo homem pré-histórico levou Broca a publicar diversos artigos e a apresentar diversas palestras sobre o assunto. Segundo ele, as trepanações eram realizadas mais comumente em jovens (ideia que posteriormente se percebeu errada), associadas com algum problema e tendo assim um intuito curativo; ao mesmo tempo em que estaria associado com algum contexto social ou religioso.
O registro mais antigo de que se tem notícia data de 8 mil anos, se tornando o mais velho procedimento cirúrgico conhecido – e, incrivelmente, a técnica era usada por várias culturas antigas, desde civilizações pré-colombianas até as primeiras civilizações europeias. Sabe-se disso porque vários crânios perfurados foram recuperados em sítios arqueológicos ao redor do mundo e o exame feito nestas amostras comprovou que a perfuração por trepanação é bem diferente da causada por outros traumas cranianos.
Acredita-se que a cirurgia era considerada a solução para vários tipos de doenças. Além de ser usada para ‘tratar’ ferimentos cranianos e doenças mentais, arqueólogos sugerem que a trepanação poderia, como já dito, ter propósitos religiosos - como por exemplo, o exorcismo.
Para fazer a perfuração, eram usadas pedras pontudas e lâminas de obsidiana (nos primeiros registros). Depois, quando humanos aprenderam a manipular metais, na era do bronze, bisturis e serras primitivas foram usados. Algumas culturas até desenvolveram técnicas para fazer a cirurgia com vidro! No entanto foi só em 400 a.C. que o grego Hipócrates, considerado o pai da medicina, escreveu um tratado sobre o cérebro e revelou mais detalhes sobre a trepanação.
De acordo com o neurocirurgião Graham Martin, em uma publicação no Journal of Clinical Neuroscience, Hipócrates nunca havia feito uma trepanação, mas havia aprendido sobre a técnica em uma viagem para Marselha, onde o procedimento já era feito há 1500 anos. Ele compreendeu que a técnica era usada para aliviar a pressão no cérebro causada por sangue, “demônios”, ou qualquer que fosse o diagnóstico do médico.
Na civilização pré-colombiana dos zapotecas, no entanto, vislumbrou-se uma situação bem diferente: a trepanação era usada várias vezes - foram encontrados vários crânios com múltiplas perfurações. Acredita-se que era um tratamento popular para dores de cabeça. Mas tudo isso é especulação. Não se sabe, por exemplo, se o procedimento era feito em voluntários. Afinal, ele não deveria ser nada agradável.
No século XV, a trepanação foi mais documentada, inclusive por pintores renascentistas - quadros mostravam que a cirurgia era usada para curar, de forma sobrenatural, problemas mentais. Um deles era chamado de 'pedra da loucura'. A tal pedra precisava ser retirada do cérebro do doente antes que 'contaminasse' o cérebro inteiro.
TREPANAÇÃO – USOS E DOENÇAS
Apesar de ter saído da cultura popular há muito tempo, a trepanação foi resgatada no século XX, por um bibliotecário holandês chamado Bart Huges. Em 1965, ele fez um furo em seu crânio com ferramentas de dentistas, afirmando que o processo não foi nada dolorido. Ele defendia o uso de substâncias psicoativas para alcançar um ‘nível elevado de consciência’ e afirmava que a trepanação o ajudava a ficar sempre “alto”. Huges descreveu tudo isso em seu manuscrito Homo Sapiens Correctus. Nesta obra, registrou inclusive que a trepanação aumentava a circulação sanguínea no cérebro, auxiliando na cura da depressão.
Até que se entendessem melhor as doenças mentais, muita coisa absurda já foi feita para dar um jeito em quem sofria com elas. De choque térmico por infecção pelo protozoário da malária a perfurações no crânio (ambos tendo rendido o Prêmio Nobel a seus criadores). Essas perfurações eram a trepanação. A cirurgia era realizada em rituais religiosos para liberar a pessoa de demônios e espíritos ruins. Só que, antigamente, esse pessoal supostamente possuído era, na verdade, vítima de doenças mentais. Por isso, até hoje, o método é realizado por algumas tribos da África e da Oceania para fins rituais, e em alguns centros modernos de neurologia para aliviar a pressão intracraniana em caso de fortes pancadas na cabeça, por exemplo. Mas existem organizações hoje que defendem essa técnica “como forma de facilitar o movimento do sangue pelo cérebro e melhorar as funções cerebrais que são mais importantes do que nunca para se adaptar a um mundo em cada vez mais rápida evolução”. Isso é o que diz o site de um grupo internacional em defesa da trepanação, que defende que qualquer pessoa que deseje melhorar suas funções mentais e sua qualidade de vida deve poder realizar o procedimento.
CONCLUSÃO
Este trabalho buscou apresentar o histórico, origem, conceito e trajetória da aplicação do procedimento de trepanação até os dias atuais. Da leitura e pesquisa junto à da história da humanidade, não só no campo objeto desse relato, pode-se depreender que não é incomum encontrarmos registros históricos de procedimentos, originários não só do campo da medicina, realizados tendo por base uma falsa ciência, crenças equivocadas ou, simplesmente, por pura ignorância. 
Nota-se, de igual forma que, infelizmente, as maiores vítimas de tais sandices foram os portadores de transtornos mentais. Felizmente, pôde o homem evoluir dos eletro choques, afogamentos e lobotomias até os medicamentos e a psicoterapia. 
Depreende-se ainda do presente estudo que a trepanação era praticada tanto para fins medicinais quanto espirituais e, por vezes, a depender da época e do povo estudado, não havia uma distinção/separação entre uma área e outra. 
REFERÊNCIAS
http://fscastro.blogspot.com.br/2007/08/descobrindo-trepanao-contribuio-de-paul.html. Acesso em 19/09/2015.
http://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/a-solucao-para-problemas-mentais-na-antiguidade-furar-a-cabeca-dos-pacientes/. Acesso em 19/09/2015.
http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Arqueologia/noticia/2015/06/solucao-para-problemas-mentais-na-antiguidade-furar-cabeca-dos-pacientes.html. Acesso em 28/09/2015.
http://super.abril.com.br/blogs/superlistas/5-tratamentos-psiquiatricos-bizarros-que-cairam-em-desuso/. Acesso em 28/09/2015.
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