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Transporte Sustentável Logística verde no Porto de Santos, Danilo Moreira dos Santos

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FACULDADE DE TECNOLOGIA RUBENS LARA 
 
 
 
 
DANILO MOREIRA DOS SANTOS 
 
 
 
 
TRANSPORTE SUSTENTÁVEL 
Logística verde no Porto de Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTOS – SP 
2011
 
FACULDADE DE TECNOLOGIA RUBENS LARA 
 
 
 
DANILO MOREIRA DOS SANTOS 
 
 
 
TRANSPORTE SUSTENTÁVEL 
Logística verde no Porto de Santos 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Faculdade de Tecnologia Rubens Lara, como 
parte dos requisitos para a obtenção do Título 
de Tecnólogo de Logística e Transportes. 
 
Orientador: 
Professor Dr. Mário Nogueira Neto 
 
Co-Orientador: 
Professor MSc. Álvaro Camargo Prado 
 
 
 
 
 
 
SANTOS – SP 
2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico, 
 
À minha mãe Ozana, minha rainha, minha vida, 
pela luta e dedicação de uma leoa ontem, hoje e 
sempre. Aos meus irmãos Daniel e Marcos, pela 
união e companheirismo. Aos amigos Carlos 
Coutinho, Luiz Contes, Bianca Miranda e Álvaro 
Prado, altruístas, profissionais exemplares e 
grandes amigos. 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
A todos os professores da FATEC RL, em especial aos Professores Mário Nogueira, 
Washington Soares, Daniel Zacarias, Julio Cesar Almeida, Gisele Esteves Prado e Álvaro 
Prado, pela dedicação, empenho, competência e ensinamentos compartilhados conosco, 
contribuindo para nossa evolução. 
Aos profissionais da Santos Brasil, em especial Tiago Falasca, Supervisor de 
Faturamento, um excelente Gestor, eficiente, eficaz e motivador, plenamente capaz de gerir 
com harmonia e segurança, que possui a incrível habilidade de fazer as coisas certas 
acontecerem, e que vai além da palavra, dá o exemplo; Christiano Oliveira, Coordenador 
Comercial e Maria Clara, Coordenadora Financeira, por terem apostado em mim e me dado 
uma oportunidade de mostrar o meu valor; Adriana Pinheiro, Yard Planner, pela inteligência 
e perspicácia, contribuindo neste trabalho compartilhando seus conhecimentos em operações; 
e Luiz Felipe Gama, Consultor de Projetos, pela solidariedade à causa ambiental e 
fundamental contribuição a este trabalho com seus conhecimentos em sustentabilidade. 
Obrigado a todos pelas informações técnicas sobre a empresa e suas atividades, pelas quais 
essa pesquisa foi baseada e pôde ser desenvolvida, agregando um valor imensurável ao 
trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mais do que máquinas, precisamos de 
humanidade 
Mais do que inteligência, precisamos de 
afeição e doçura. 
Charles Chaplin 
RESUMO 
 
 
 
Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo apresentar o sistema de transporte do 
país, a importância das questões ambientais, o perfil da distribuição física de bens e 
alternativas sustentáveis na logística do Porto de Santos e sua área de influência, 
principalmente no transporte rodoviário de cargas, e um estudo de caso em uma empresa do 
ramo logístico-portuário, a fim de reduzir a emissão de CO2 na atmosfera e prover a sadia 
qualidade de vida da sociedade na qual essas atividades estão inseridas. 
 
 
Palavras-chave: Logística. Transportes. Porto de Santos. Sustentabilidade. 
ABSTRACT 
 
 
 
This study aims to present the country's transportation system, the environmental issues 
importance, the profile of the physical distribution of goods and sustainable alternatives in the 
logistics of the Port of Santos and its area of influence, especially in road transport, and a case 
of a logistics company in the port, in order to reduce the emission of CO2 in the 
atmosphere and provide a healthy life to the society in which these activities are included. 
 
Keywords: Logistics. Transport. Port of Santos. Sustainability. 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 11 
2 PORTO DE SANTOS E A MATRIZ DE TRANSPORTE NO BRASIL . 12 
3 IMPORTÂNCIA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS .................................. 17 
4 PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL ............................................... 20 
4.1 Princípio do Desenvolvimento Sustentável .................................................................... 20 
4.2 Princípio da Precaução ................................................................................................... 21 
4.3 Princípio da Prevenção ................................................................................................... 21 
5 TRANSPORTE DE CARGAS NO PORTO DE SANTOS E O MEIO 
AMBIENTE ....................................................................................................... 23 
6 AÇÕES PARA TRANSPORTE SUSTENTÁVEL NA CADEIA 
LOGÍSTICA ...................................................................................................... 26 
6.1 Ações sustentáveis no transporte local do Porto de Santos ............................................ 32 
7 ESTUDO DE CASO: SANTOS BRASIL PARTICIPAÇÕES S/A ........... 34 
7.1 Projeto Carbono da Santos Brasil ................................................................................... 36 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 40 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 41 
ANEXO 1 – SANTOS BRASIL BATE MAIS UM RECORDE DE 
PRODUTIVIDADE ........................................................................................... 43 
ANEXO 2 – SANTOS BRASIL SUBSTITUI COMBUSTÍVEL NA FROTA 
DE VEÍCULOS LEVES PARA REDUZIR A EMISSÃO CO2 ................... 44 
ANEXO 3 – TECNOLOGIA DESENVOLVIDA PELA SANTOS BRASIL 
AUMENTA PRODUTIVIDADE NO TECON SANTOS ............................. 45 
ANEXO 4 – GRUPO DE TRABALHO VAI CUIDAR DA RENOVAÇÃO 
DA FROTA DE CAMINHÕES ....................................................................... 47 
ANEXO 5 – PROPOSTA PARA RENOVAÇÃO DA FROTA DE 
CAMINHÕES GANHA FORÇA..................................................................... 48 
ANEXO 6 – LEI Nº 6.938 ................................................................................. 51 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Movimentação de Contêineres no Porto de Santos .......................................... 12 
Tabela 2 – Movimentação de Cargas no Porto de Santos ................................................... 13 
Tabela 3 – Matriz de Transporte do Brasil e do Estado de São Paulo .............................. 15 
Tabela 4 – Idade Média dos Veículos de Carga ................................................................... 16 
Tabela 5 – Consumo de Combustível no Estado de São Paulo ........................................... 25 
Tabela 6 – Monitoramento do Gate da Santos Brasil: TRA e Vazios ............................... 35 
Tabela 7 – Principais fontes de emissão de gases do efeito estufa da Santos Brasil 2010 38 
Tabela 8 – Variação na emissão de gases do efeito estufa da Santos Brasil 2009/ 2010 ... 39 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 – Movimentação de TEUs do Tecon Santos ........................................................ 12 
Gráfico 2 – Contêineres de Exportação no Porto de Santos ............................................... 14 
Gráfico 3 – Contêineres de Importação no Porto de Santos............................................... 14 
Gráfico 4 – Emissões de CO2 por Modal .............................................................................. 23 
Gráfico 5 – Pressão do Governo para redução de impactos ambientais ........................... 26 
Gráfico 6 – Pressão dos clientes para redução deimpactos ambientais ............................ 27 
Gráfico 7 – Áreas envolvidas em ações ambientais na empresa......................................... 29 
Gráfico 8 – Realização de inventário de emissões no Brasil ............................................... 32 
Gráfico 9 – Monitoramento do Gate: TRA e Vazios ........................................................... 35 
Gráfico 10 – Distribuição das emissões de gases do efeito estufa da Santos Brasil 2010 . 39 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
 
Figura 1 – Caminhões Velhos no Porto de Santos ............................................................... 24 
Figura 2 – Qualidade do Ar em Santos ................................................................................ 25 
Figura 3 – Governo, sociedade e empresas na redução das emissões de gases ................. 29 
Figura 4 – Exemplos de iniciativas em favor da logística verde: ações do Governo ........ 30 
Figura 5 – Exemplos de iniciativas em favor da logística verde: ações da sociedade....... 30 
Figura 6 – Exemplos de iniciativas em favor da logística verde: ações das empresas ..... 31 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 11 
1 INTRODUÇÃO 
 
É uma preocupação da humanidade que haja desenvolvimento sustentável em âmbito 
global. Logo, cabe à Logística e aos players da Cadeia de Suprimentos aderirem à causa e 
fazer o seu papel nessa nova tendência mundial. Nesse trabalho será apresentada a evolução 
do Porto de Santos, um retrato do sistema de transporte do país, a importância das questões 
ambientais, inclusive no que cabe aos requisitos legais, o perfil da distribuição física de bens e 
alternativas sustentáveis na logística do Porto de Santos e sua área de influência, 
principalmente no transporte rodoviário de cargas, e um estudo de caso em uma empresa do 
ramo logístico-portuário, a fim de reduzir a emissão de CO2 na atmosfera e prover a sadia 
qualidade de vida da sociedade na qual essas atividades estão inseridas. 
 
De forma pontual, as questões ambientais abordadas na logística são reflexões sobre 
como ações conjuntas resultam em melhores resultados, ou seja, para que o Porto de Santos 
tenha suas operações reconhecidamente sustentáveis, busca-se constatar que se faz necessário 
que o Governo, as empresas e as pessoas envolvidas estejam engajados nesse propósito e 
atuem em conjunto para a promoção da sustentabilidade. 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 12 
2 PORTO DE SANTOS E A MATRIZ DE TRANSPORTE NO 
BRASIL 
 
Segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo – CODESP, o Porto de Santos é 
o maior da América do Sul e segundo maior do Hemisfério Sul, e após a criação da Lei de 
Modernização dos Portos (8.630/93), vem crescendo ao longo dos anos, sendo responsável 
pela maior parte da movimentação de cargas que entram e saem do país, conforme podemos 
notar nas demonstrações a seguir (tabelas 1 e 2, gráficos 1, 2 e 3). A entrada da iniciativa 
privada ajudou a fomentar esse cenário. 
 
Tabela 1 – Movimentação de Contêineres no Porto de Santos 
 
Fonte: CODESP 
 
 
Gráfico 1 – Movimentação de TEUs do Tecon Santos 
Fonte: Santos Brasil 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 13 
Tabela 2 – Movimentação de Cargas no Porto de Santos 
 
 
Fonte: CODESP 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 14 
 
Gráfico 2 – Contêineres de Exportação no Porto de Santos 
Fonte: CODESP 
 
 
Gráfico 3 – Contêineres de Importação no Porto de Santos 
Fonte: CODESP 
 
A matriz de transporte no Brasil é dominada pelo modal rodoviário. No estado de São 
Paulo, a utilização desse modal representa mais de 90%, conforme demonstrado na tabela 3. 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 15 
Tabela 3 – Matriz de Transporte do Brasil e do Estado de São Paulo 
 
 
Fonte: FIESP 
 
Segundo um estudo da CNT e da COPPEAD, as principais causas que afetam a 
eficiência do transporte no Brasil são: 
 
- o desbalanceamento da matriz de transportes, devido ao baixo preço dos fretes 
rodoviários, as poucas alternativas ao modal rodoviário, as barreiras para a multimodalidade e 
a priorização do modal rodoviário pelo governo; 
 
- a legislação e fiscalização inadequadas, em função de falhas na regulamentação do 
transporte, da legislação tributária e incentivos fiscais, ineficiência na fiscalização e 
burocracia; 
 
- deficiência da infraestrutura de apoio, devido a fraca base de dados do setor de 
transportes, na tecnologia de informação e na falta de terminais multimodais e 
 
- insegurança nas vias, em função do alto índice de roubo de cargas e da falta de 
manutenção das vias. 
 
As sugestões de melhoria são criar regras justas de concorrência no modal rodoviário, 
garantir a reestruturação do transporte rodoviário, garantir a conservação adequada das vias e 
promover a multimodalidade. Neste trabalho, a idade média alta dos caminhões é um dos 
problemas que serão mais profundamente discutidos, em função da sua situação atual, 
conforme tabela 4. 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 16 
Tabela 4 – Idade Média dos Veículos de Carga 
 
Fonte: ANTT 
 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 17 
3 IMPORTÂNCIA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS 
 
Em meio a diversos fatores associados ao micro e macro ambientes, a tendência é 
tornar mais difícil a tomada de decisões a nível estratégico, a fim de consolidar as 
organizações num alto nível de competitividade no mercado. Cada vez mais, questões 
socioambientais tem se destacado no mercado como sendo um diferencial para a escolha de 
fornecedores e parceiros de negócio. De acordo com BALLOU (2011), “a escolha do cliente é 
influenciada pelos vários níveis de serviço oferecidos”, sendo um elemento importante na 
satisfação deste. Sustentabilidade tende a crescer como indicador para tomada de decisões e, 
em virtude disso, a busca das empresas, exigências de clientes e outras partes interessadas por 
certificações de qualidade, meio ambiente e segurança e saúde ocupacional vem crescendo ao 
longo dos anos. 
 
Segundo o curso de História das Questões Ambientais FGV online
1
, durante muito 
tempo, o homem evoluiu sem dar a devida importância ao meio ambiente. A humanidade 
sofreu ao longo da história com diversos prejuízos ambientais em decorrência de suas próprias 
ações. 
 
Um exemplo é a Poluição do Ar em Londres, Inglaterra, em 1952. Nessa ocasião, 
houve uma inversão térmica em função da poluição do ar provocada por queima de carvão, 
pelas atividades industriais e por veículos movidos a combustíveis derivados do petróleo. 
Infelizmente, 4.000 pessoas morreram e 20.000 foram afetadas. Quatro anos depois, em 1956, 
essa poluição do ar se repetiu, em menor intensidade, o que levou o governo a aprovar a Lei 
do Ar Puro, que proibia as casas de serem aquecidas por carvão e obrigava as indústrias a 
adotar medidas de controle de poluição do ar. 
 
Esse exemplo foi escolhido pela semelhança em relação ao cotidiano da nossa região. 
A cidade de Cubatão sofre com as emissões causadas pelas atividades de seu Pólo Industrial. 
Santos e Guarujá são afetadas pelo o intenso fluxo de caminhões no Porto e pela ação dos 
equipamentos portuários que realizam o embarque e desembarque de cargas e movimentação 
 
1
 A Fundação Getulio Vargas é a primeira instituição brasileira a ser membro do OCWC (Open Course Ware 
Consortium), o consórcio de instituições de ensino de diversos países que oferecem conteúdos e materiais 
didáticos de graça pela internet.Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 18 
em pátios e costados, tais como carretas, reach stackers (empilhadeiras de grande porte), 
RTG’s (Rubber Tired Gantry) e portêineres. 
 
É necessário mensurar a capacidade do meio ambiente em absorver a geração de 
resíduos em função da utilização dos recursos naturais gerados por nossas atividades, para 
minimizar seus efeitos e garantir equilíbrio para as futuras gerações, porque o crescimento 
não controlado e/ou não sustentável degrada o meio ambiente e esgota os recursos naturais 
explorados. Surge daí a necessidade de se promover o desenvolvimento sustentável, nos 
âmbitos econômico, social e ambiental. 
 
A conscientização ambiental mobilizou a sociedade e a política. Os países 
desenvolvidos aumentaram o rigor no controle de qualidade ambiental das atividades 
industriais, as ONGs começaram a surgir e reuniões entre países de todo o mundo foram 
realizadas a fim de discutir o tema e definir diretrizes para o desenvolvimento sustentável. 
 
Em relação às indústrias, inicialmente as ações tomadas para minimizar os impactos 
ambientais eram no sentido de produzir equipamentos antipoluição, que elevavam seu custo 
de produção. Com o avanço tecnológico, essas ações passaram a ser implantadas durante o 
processo produtivo, ou seja, tecnologias limpas foram incorporadas ao ciclo de produção. 
 
Quanto às reuniões mundiais, podemos citar: 
 
- Painel de Peritos em Desenvolvimento e Meio Ambiente, ou Painel de Founex, 
realizado nesta cidade da Suíça em 1971, onde foram discutidas questões sobre problemas 
ambientais por alguns países desenvolvidos e em desenvolvimento; 
 
- Comissão Mundial Independente sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ou 
Comissão de Bundtland), onde foram examinadas questões críticas relativas ao meio ambiente 
e formuladas novas propostas de abordagem, a fim de orientar as ações e as políticas em 
busca das mudanças necessárias, pois os conceitos ainda precisavam ser lapidados; 
 
- A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, ou Conferência 
de Estocolmo, realizada em 1972; 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 19 
- a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(CNUMAD), ou Rio 92, realizada em 1992 no Rio de Janeiro; 
 
- a Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (World Summit for 
Sustainable Development), realizada pelas Nações Unidas em 2002, em Johannesburgo, 
África do Sul. Nesta ocasião, Kofi Annan, Secretário Geral das Nações Unidas, declarou que, 
se tivesse de agradecer a algum país, agradeceria ao Brasil, por ser o país que mais havia 
avançado na questão ambiental nos últimos 10 anos. 
 
A Comissão Brundtland define desenvolvimento sustentável “como aquele que atende 
às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras 
atenderem a suas próprias necessidades”. 
 
A RIO +20 tem previsão de realização em 2012 no Rio de Janeiro, e tem como 
principal objetivo revisar a matriz energética mundial, diminuindo gradativamente a utilização 
das fontes de combustíveis fósseis e aumentando a das energias limpas. 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 20 
4 PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL 
 
Segundo a Lei de Política Nacional de Meio Ambiente, nº 6.938 de 31 de agosto de 
1981, em seu artigo 3º, entende-se por poluição, 
 
 
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades 
que direta ou indiretamente: 
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
c) afetem desfavoravelmente a biota; 
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos. 
 
 
Podemos notar que a emissão de gases do efeito estufa, fora dos padrões ambientais 
estabelecidos, resultantes das atividades envolvidas no Supply Chain Management podem se 
enquadrar na alínea e. Surge daí a importância de as empresas mensurarem suas emissões e 
controlá-las, a fim de manter suas atividades de acordo com os requisitos legais. 
 
A seguir, será realizada uma análise dos Princípios do Direito Ambiental diretamente 
aplicáveis na logística empresarial para que se reforce a importância das questões ambientais 
e quem, de fato, possui responsabilidades nesse aspecto (iniciativa pública, privada e 
sociedade), focando as ações de empresas, se possível, do ramo logístico-portuário. 
 
4.1 Princípio do Desenvolvimento Sustentável 
 
O capítulo VI da Constituição Federal de 1988 trata do Meio Ambiente e no artigo 225 
diz que “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum 
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o 
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” 
 
Segundo MOURA apud FIORIILO e LEME (2011), esse texto nos mostra que a lei 
visa proteger o Meio Ambiente. Diz que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, ou seja, trata-se do desenvolvimento sustentável e da harmonia entre o meio 
ambiente natural e o artificial. 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 21 
As empresas devem, por obrigação, obter o EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental 
e Relatório de Impacto Ambiental), que são licenças ambientais que permitem sua instalação 
e operação. Aqui no Porto de Santos, lidamos diretamente com o ar, a terra e principalmente o 
mar. Portanto, é fundamental que haja controle das autoridades contra o despejo de água de 
lastro em nosso canal, bem como o acompanhamento das emissões de gases do efeito estufa 
na atmosfera, por exemplo. 
 
Ele também define o Meio Ambiente como bem comum do povo, ou seja, é 
pertencente a todos nós, mas a ninguém individualmente, sendo também, considerado 
essencial à sadia qualidade de vida. 
 
Vale ressaltar que as empresas devem procurar crescimento e sabe-se que o 
desenvolvimento do Porto gera melhoria econômica da nossa sociedade, mas isso não deve 
ser realizado em detrimento ao meio ambiente, respeitando a assim a sadia qualidade de vida. 
 
No que se refere a parte que diz que o Poder Público e a coletividade estão impostos a 
defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações, podemos dizer que 
todos – empresas, governo e sociedade – devem proteger o meio ambiente. 
 
4.2 Princípio da Precaução 
 
Este princípio é referente aos casos os quais haja dúvidas entre o nexo causal de uma 
atividade e algum tipo de poluição. Sendo assim, mesmo não havendo provas, por precaução 
ao meio ambiente a atividade não é exercida visando a sadia qualidade de vida das presentes e 
futuras gerações. 
 
4.3 Princípio da Prevenção 
 
Há um ditado popular que diz “melhor do que prevenir é remediar”. Dito isso, 
podemos dizer que atividades com potencial poluidor têm algumas alternativas para equilibrar 
seus impactos, mas seguindo o Princípio da Prevenção, é preferível prevenir a reparar os 
danos causados pelas atividades. 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 22 
Segundo MOURA apud FIORILLO (2011) “A Prevenção e a preservação ambiental 
devem ser concretizadas por meio de uma consciência ecológica a qual deve ser desenvolvida 
através de uma política de educação ambiental”. Sendo assim, todos os envolvidos com as 
questões ambientais devem ter a consciência da prevenção antes da reparação. 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 23 
5 TRANSPORTE DE CARGAS NO PORTODE SANTOS E O 
MEIO AMBIENTE 
 
Agora vamos analisar as características do transporte de cargas do Porto de Santos, 
especialmente o modo rodoviário que, segundo a ANTAQ, é responsável pela maior parte da 
emissão de gases do efeito estufa, cerca de 91% (vide gráfico 4). In loco, podemos notar que 
boa parte dos caminhões que circulam na região portuária é de má qualidade e apresentam 
idade média avançada. Coloquialmente estes caminhões são chamados de “bactérias” e não 
possuem capacidade para realizar longas viagens. 
 
 
Gráfico 4 – Emissões de CO2 por Modal 
Fonte: ANTAQ 
 
Na distribuição física de bens no Porto de Santos, especialmente a de cargas 
conteinerizadas, existe uma modalidade de transporte denominada “TRA”. Trata-se de um 
transporte realizado da zona primária para a zona secundária em um mesmo Porto 
Organizado, pelo qual o container é descarregado do navio pelo operador portuário e entregue 
diretamente à um caminhão que irá realizar a transferência para o terminal onde a carga será 
desembaraçada, podendo ser na mesma margem ou entre margens. Outro tipo de transporte 
que também costuma ser realizado por esse tipo de caminhão é o de contêineres vazios. Estes 
tipos de transporte são considerados de curta distância. 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 24 
Desse modo, esse frete é realizado em sua maioria por profissionais autônomos, 
proprietários de caminhões antigos (os “bactérias”, vide figura 1) que poluem mais do que 
caminhões mais novos. Segundo um levantamento do Sindicam (Sindicato dos Trabalhadores 
Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e do Vale do Ribeira) e o presidente da 
Associação Brasileira dos Municípios Portuários (ABMP) e prefeito de Santos, João Paulo 
Tavares Papa, há aproximadamente 1.300 caminhões circulando em Santos com mais de 30 
anos de uso, o que representa 90% da frota. Freqüentemente, vemos caminhões como esses 
quebrados no elevado da avenida perimetral de Santos, gerando transtornos ao trânsito local e 
ao fluxo de entrega e recebimento de cargas pelos terminais portuários. 
 
 
Figura 1 – Caminhões Velhos no Porto de Santos 
Fonte: Anderson Bianchi/PMS 
 
Podemos notar na tabela 5 que o consumo de combustíveis (em quilocalorias) no 
Estado de São Paulo cresce anualmente, mas podemos verificar que o consumo de gasolina 
desacelerou e que o consumo de etanol hidratado aumentou. Entretanto, o diesel continua 
crescendo e continua sendo o combustível mais consumido, atingindo em 2008 seu maior 
índice. Podemos relacionar subjetivamente que o etanol hidratado é uma alternativa menos 
poluente em relação a gasolina, e talvez em função disso seu consumo venha crescendo 
inversamente proporcional a gasolina, o que não ocorre com o diesel usado pelos caminhões 
mais antigos, que não utilizam largamente o biodiesel. 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 25 
Tabela 5 – Consumo de Combustível no Estado de São Paulo 
 
Fonte: CETESB 
 
Segundo a CETESB, todas as praias de Santos estão com suas águas impróprias para 
banho, em função da água do mar estar com alto índice de poluição. Quanto ao ar, a CETESB 
considera o índice da cidade como bom (vide figura 2), sendo o intervalo correspondente a 
essa classificação de 0 – 50, e a qualidade do ar medida está em 32 partículas inaláveis. 
Entretanto, vale notar que a estação de medição está localizada na Rua Dr. Oswaldo Cruz, 
próximo ao Hospital Guilherme Álvaro, ou seja, um local onde não trafegam caminhões e que 
não condiz com a realidade da área portuária. 
 
 
Figura 2 – Qualidade do Ar em Santos 
Fonte: CETESB 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 26 
6 AÇÕES PARA TRANSPORTE SUSTENTÁVEL NA CADEIA 
LOGÍSTICA 
 
De acordo com HIJJAR (2011), as grandes empresas brasileiras têm agido para 
melhorar os impactos ambientais de seus negócios, o Governo tem estado mais ativo em sua 
função de regulador e a sociedade está mais exigente quanto às questões ambientais. 
 
Segundo uma pesquisa do Instituto ILOS, a maioria das grandes empresas do país 
sentem um aumento da pressão do Governo em relação a sustentabilidade (gráfico 5), assim 
como os clientes, que têm preferido comprar produtos de empresas com preocupações 
ambientais (gráfico 6). 
 
 
 
Gráfico 5 – Pressão do Governo para redução de impactos ambientais 
Fonte: ILOS 
 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 27 
 
Gráfico 6 – Pressão dos clientes para redução de impactos ambientais 
Fonte: ILOS 
 
Ainda segundo a pesquisa do ILOS, “nas grandes indústrias atuantes no Brasil, a área 
de logística figura como uma das que mais atuam nas decisões relacionadas à sustentabilidade 
ambiental da companhia”. Cerca de 76% das empresas inclui a área de Logística e Supply 
Chain em projetos de sustentabilidade (gráfico 7). 
 
Para que haja sucesso nas melhorias ambientais, deve haver uma interação entre o 
Governo, as empresas e a sociedade (figura 3). Ainda de acordo com HIJJAR (2011), 
 
 
Dentre as ações governamentais que podem impactar diretamente na redução 
de emissões nas atividades logísticas pode-se citar: a disponibilização de 
infraestrutura que viabilize transportes menos poluentes; o aprimoramento 
da legislação ambiental relacionada a combustíveis, motores e retorno de 
resíduos; a concessão de incentivos e financiamentos que fomentem ações 
favoráveis ao meio ambiente nas atividades logísticas, como o incentivo à 
renovação de frota (Figura 4). 
Já o papel da sociedade na redução de emissões nas atividades logísticas é o 
de exigir ações efetivas, tanto do Governo quanto das empresas, priorizando 
o consumo de produtos e embalagens menos agressivos ao ambiente e 
auxiliando no descarte seletivo do lixo gerado (Figura 5). 
Para que as companhias possam conduzir um processo de mudança que 
culmine na redução de emissões no Supply Chain, elas necessitam: implantar 
ações diretas que reduzam emissões nas suas atividades logísticas; organizar-
se internamente para gerar envolvimento e comprometimento da equipe; e 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 28 
alterar a forma de relacionamento com terceiros, tanto prestadores de serviço 
quanto outros elos da cadeia de suprimentos (Figura 6). 
 
 
HIJJAR (2011) diz que se destacam dois tipos de ações das empresas para redução dos 
impactos ambientais: as que envolvem melhoria na gestão das atividades (replanejamento de 
rotas, aumento da consolidação de carga e aproveitamento do espaço nos veículos) e as que 
envolvem investimento em ativos (caminhões com motores menos poluentes, empilhadeiras 
de menor emissão), sendo que 
 
 
[...] estas ações que alteram a forma como é feito o planejamento e 
gerenciamento de atividades trazem como benefício a redução do consumo 
de combustíveis, diminuindo a emissão de gases nocivos na atmosfera e 
também reduzindo os custos das empresas e que [...] estes benefícios, que 
anteriormente englobavam exclusivamente redução de custos ou melhoria 
dos níveis de serviço, agora passam também a considerar a redução de 
emissões, o que torna as ações ainda mais relevantes para as organizações. 
 
 
Em atenção às medidas abordadas, muitas empresas criaram setores específicos para 
tratar de sustentabilidade, sendo que, no país, 61% das grandes empresas já realizam 
inventário de emissões de carbono (gráfico 8), (HIJJAR, 2011). 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 29 
 
Gráfico 7 – Áreas envolvidas em ações ambientais na empresa 
Fonte: ILOS 
 
 
Figura 3 – Governo, sociedade e empresas na redução dasemissões de gases 
Fonte: ILOS 
 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 30 
 
Figura 4 – Exemplos de iniciativas em favor da logística verde: ações do Governo 
Fonte: ILOS 
 
 
Figura 5 – Exemplos de iniciativas em favor da logística verde: ações da sociedade 
Fonte: ILOS 
 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 31 
 
Figura 6 – Exemplos de iniciativas em favor da logística verde: ações das empresas 
Fonte: ILOS 
 
 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 32 
 
Gráfico 8 – Realização de inventário de emissões no Brasil 
Fonte: ILOS 
 
 
6.1 Ações sustentáveis no transporte local do Porto de Santos 
 
No TRA ou no transporte de contêineres vazios, pode-se reduzir a emissão de CO2 na 
atmosfera e minimizar os impactos ambientais decorrentes dessa cadeia, por meio da 
implementação de caminhões mais novos, ou híbridos, por exemplo. 
 
Em relação a renovação da frota de caminhões que atuam na área portuária, existe um 
projeto em discussão, o RenovAr, da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), apoiado 
por uma equipe de autoridades, empresas e sindicatos do ramo logístico-portuário da região – 
Prefeitura Municipal de Santos, Associação Brasileira de Municípios Portuários (ABMP), 
Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do 
Ribeira (Sindicam), CODESP, Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do 
Litoral Paulista, Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, CUT, Porto de Itajaí, Alfândega de 
Prefeitura do Guarujá – para melhoria dos veículos utilizados nestas operações, a fim de 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 33 
reduzir a emissão média de CO2 causada por esta atividade. É necessário que projetos como 
esse incentivem a renovação da frota de caminhões no Porto, pois os caminhoneiros 
autônomos enfrentam dificuldades para efetuar a aquisição de veículos novos e mais 
modernos. No final do último mês de setembro, houve uma reunião dessa equipe em Santos 
incluindo visitas as duas margens do Porto, que contou também com representantes do 
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e do Secretário de 
Assuntos Portuários e Marítimos, Sérgio Aquino, para debater a proposta de renovação da 
frota, a partir de Santos e, em caso de sucesso, ampliar o modelo para todo o país, 
possivelmente através de linhas de crédito especiais aos caminhoneiros 
 
Na Europa, a Iveco vendeu à Coca Cola o primeiro caminhão híbrido para transporte 
comercial, o Eurocargo, no Brasil chamado de Tector. Trata-se de um projeto que foi testado 
por um ano e aprovado para circulação na Europa, com o objetivo de reduzir a emissão de 
CO2 na atmosfera e agregar valor a imagem verde da empresa, promovendo a 
sustentabilidade social e ambiental em suas operações. 
 
Ambas as atividades, a renovação da frota de caminhões e a implementação de 
veículos híbridos para transporte de carga, tendem a demonstrar o comprometimento das 
iniciativas pública e privada com a sustentabilidade social e ambiental, promovendo a 
mitigação de emissão de CO2 na atmosfera, a redução do consumo de combustível, reduzindo 
o consumo de recursos naturais e agregando valor a imagem verde do país e das empresas e a 
promoção de melhorias sociais, culturais e espaciais nas regiões de atuação. 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 34 
7 ESTUDO DE CASO: SANTOS BRASIL PARTICIPAÇÕES 
S/A 
 
Na região, podemos analisar a viabilidade da implementação de ações para o 
transporte sustentável em empresas de Logística Integrada. 
 
Neste Estudo de Caso, a empresa escolhida foi a Santos Brasil. A pesquisa 
exploratória buscará fundamentar dados estatísticos com base na comparação de tipos de 
equipamentos utilizados nas operações logístico-portuárias, verificados dentro do aspecto 
espacial de áreas aduaneiras demarcadas, a zona primária e a zona secundária do Porto de 
Santos. 
 
Foi realizada a coleta de dados essenciais para análise do perfil do transporte de cargas 
conteinerizadas no Porto de Santos. O foco da pesquisa é coletar e organizar os dados 
operacionais e notícias corporativas da empresa, disponíveis em seu site e in loco, para 
analisarmos a participação do maior terminal da América Latina no mercado, sua relação com 
o meio ambiente e com a sociedade e suas ações sustentáveis, para verificarmos a situação 
atual e propormos, possivelmente, mais medidas e ações sustentáveis nessa atividade. 
 
Em seu site, lemos que 
 
 
A Santos Brasil é referência em operação de contêineres e logística. Criada 
há 14 anos para operar o Tecon Santos (SP), a empresa já investiu R$ 2,8 
bilhões, calculados a valor presente, em aquisições, expansões, novos 
equipamentos, gestão e gente. Antecipando-se ao crescimento do fluxo de 
comércio internacional, a Santos Brasil colaborou significativamente para 
aumentar a capacidade logística portuária do país. A produtividade do Tecon 
Santos, por exemplo, é a mais alta do Brasil: 80,38 MPH (movimentos por 
hora) em média. Além do Tecon Santos, a companhia opera mais dois 
terminais de contêineres (Vila do Conde -PA e Imbituba -SC) e um terminal 
de exportação de veículos (TEV) no Porto de Santos. Conta também com 
uma operadora logística e de cargas gerais, a Santos Brasil Logística, que 
atua de forma integrada aos terminais viabilizando o atendimento ao cliente 
em todas as etapas da cadeia logística do porto até o transporte e 
distribuição. Listada no nível 2 de governança corporativa, a Santos Brasil 
adota um modelo de crescimento contínuo e sustentável, que alia alto 
desempenho financeiro e operacional com preservação ambiental e 
responsabilidade social. 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 35 
A empresa possui atualmente a Certificação ISO 14001 no TECON (zona primária), 
mas não em seus Terminais Alfandegados (zona secundária), adquiridos junto ao Grupo 
Mesquita. 
 
A distribuição física de bens entre a zona primária e a secundária (transporte do 
costado) e o transporte de contêineres vazios, tendem a ser feitos parcialmente por 
transportadoras (terceiros/agregados) a serviço do Terminal Alfandegado de destino. 
 
No site da empresa, podemos verificar o monitoramento do gate, ou seja, quantos tipos 
de recebimento e entrega são realizados no terminal. Neste estudo, a análise é feita referente 
ao período de 01 a 15 de novembro, conforme tabela 6 e gráfico 9. 
 
Tabela 6 – Monitoramento do Gate da Santos Brasil: TRA e Vazios 
 
Fonte: Santos Brasil 
 
 
Gráfico 9 – Monitoramento do Gate: TRA e Vazios 
Fonte: Santos Brasil 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 36 
Podemos verificar que cerca de 23% do fluxo de gate é de TRA e 5% de vazios, num 
total de 7.409 viagens. Se considerarmos que 90% dos caminhões que circulam no Porto têm 
mais de 30 anos de uso, podemos constatar que cerca de 12.000 viagens são feitas num mês 
por caminhões velhos, que tendem a prejudicar o transporte local como um todo, trazendo 
malefícios aos motoristas, ao trânsito local e ao meio ambiente. 
 
7.1 Projeto Carbono da Santos Brasil 
 
 A Santos Brasil realiza o Projeto Carbono. Segundo Luiz Felipe Gama, Consultor de 
Projetos da Companhia e responsável pela condução do projeto, os objetivos do projeto são: 
 
- revisar a matriz energética, em busca de fontes de energia mais limpas e renováveis 
agregadas a um retorno financeiro vantajoso para os acionistas e 
 
- buscar oportunidades na utilização de recursos naturais em detrimento ao uso decombustíveis fósseis, visando uma redução maior dos impactos ambientais. 
 
Os benefícios desejados são: 
 
- implantação de uma plataforma de utilização de energia limpa, com menos impacto 
ambiental, atrelada a uma considerável redução de custo; 
 
- facilidades em futuros créditos financeiros para projetos ambientais, de acordo com 
os princípios do Equador; 
 
- atração e retenção de clientes que têm controle de emissões em toda sua cadeia 
logística; 
 
- contribuição para que o Brasil atinja as metas de redução de emissão de GEE (entre 
36,1% e 38,9% até 2020, segundo a Política Nacional de Mudança Climática); 
 
- estabelecer uma cultura sustentável perceptível a todos os stakeholders (imagem 
interna e externa - parcerias e engajamento) e 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 37 
- possibilidade de criação de um Projeto MDL (Mecanismo de Desenvolvimento 
Limpo), com a chance de retorno de investimento através dos Créditos de Carbono. 
 
Os principais estudos e ações do projeto para redução de emissões são: 
 
- eletrificação dos RTGs; 
 
- aumento do uso de RTG’s e diminuição do uso de reach stackers; 
 
- substituição de carretas por terminal tractors; 
 
- utilização de combustíveis alternativos na nossa frota própria; 
 
- projetos voltados para a redução do consumo de energia e água (instalação de 
sensores de presença, instalação de reguladores de vazão nas torneiras, instalação de 
descargas ecológicas, reuso de água nas rampas de lavagem das oficinas); 
 
- utilização exclusiva do etanol na frota leve; 
 
- apoio externo (pesquisa de consultorias e participação na Plataforma Empresas pelo 
Clima da FGV); 
 
- projeto de Carona Solidária e 
 
- campanhas internas de conscientização dos funcionários. 
 
Segundo a empresa, durante os 14 de administração do Tecon, a Santos Brasil investiu 
R$ 1,9 bilhão no terminal, sendo que cerca de R$ 800 milhões foram aplicados em novas 
tecnologias e equipamentos que, além de reduzir seu custo operacional, trazem impacto 
positivo na emissão de CO2 na atmosfera. 
 
Ainda de acordo com a empresa em parceria com a FGV, a Santos Brasil é a primeira 
empresa do setor portuário a integrar a Plataforma Empresas Pelo Clima (EPC), enxergando 
potencial capacidade de melhorar o índice de suas emissões de gases do efeito estufa. O 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 38 
mapeamento das emissões de GEE da Santos Brasil começou em 2007 no Tecon, e a partir de 
2008 passou a incluir também unidades de logística. O índice adotado na análise são as 
emissões de CO2 equivalente por TEU movimentado. 
 
Segundo o inventário, houve uma redução de 13,63% de 2010 (13,3 kg) em relação a 
2009 (15,4 kg). Em 2009, foram emitidas 15.927 toneladas de CO2 equivalente para 1,032 
milhão de TEU movimentados. Em 2010, foram emitidas 17.932 toneladas de CO2 
equivalente (tabela 7 e gráfico 10) para 1,351 milhão de TEU. 
 
Conforme citado por Luiz Felipe Gama, uma das principais medidas para redução das 
emissões foi o aumento do uso de RTG’s e diminuição do uso das reach stackers (houve uma 
redução de 46,06% das emissões provenientes das movimentações no pátio de 2010 em 
relação a 2009, vide tabela 8). Estima-se que o consumo de combustível das stackers é cerca 
de 4 vezes maior que o dos RTG’s. 
 
Todos os futuros projetos da empresa têm como objetivo garantir melhorias em suas 
emissões de GEE, um exemplo é o projeto de utilização de biodiesel na frota interna de 
caminhões. 
 
Tabela 7 – Principais fontes de emissão de gases do efeito estufa da Santos Brasil 2010 
 
Fonte: Santos Brasil 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 39 
Tabela 8 – Variação na emissão de gases do efeito estufa da Santos Brasil 2009/ 2010 
 
Fonte: Santos Brasil 
 
 
Gráfico 10 – Distribuição das emissões de gases do efeito estufa da Santos Brasil 2010 
Fonte: Santos Brasil 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 40 
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O Porto de Santos, o maior da América do Sul, vem crescendo ao longo dos últimos 
anos, impulsionado pela atuação das empresas privadas que entraram nesse cenário, como, 
por exemplo, a evolução na movimentação de contêineres no Tecon pela gestão da Santos 
Brasil. 
 
Embora a operação de costado tenha evoluído, é necessário analisar o sistema de uma 
forma mais ampla. Verificar se o fluxo terá uma boa continuidade e não gerará gargalos, pois 
o sistema logístico do Brasil é ineficiente em função da matriz de transporte desbalanceada, 
falta de fiscalização e legislação eficientes, falta de infraestrutura de apoio a multimodalidade 
e manutenção de vias de transporte, alto índice de utilização do modo rodoviário de transporte 
aliado à alta idade média dos veículos de autônomos, retratando a atual situação da operação 
portuária em Santos, que possui muitos caminhões antigos na atividade portuária. 
 
A logística verde atende ao nível de serviço dos novos clientes, às exigências da 
sociedade e a pressão do Governo, estruturando a organização necessária para que os 
problemas abordados sejam solucionados, cabendo às empresas se organizarem internamente 
para atender seus clientes e promover o desenvolvimento sustentável, ao Governo incentivar 
ações em sustentabilidade, investir em multimodalidade e oferecer financiamentos para 
renovação das frotas, e à sociedade, manter a conscientização e consumir produtos de 
empresas verdes. 
 
Em virtude dos fatos apresentados, podemos concluir que o Porto de Santos está no 
caminho para promover um modelo de logística verde em função do interesse mútuo do 
Governo, empresas e sociedade, bem como de clientes e fornecedores, sendo eles nacionais e 
estrangeiros, pois o Governo já tem estudado o projeto de renovação da frota no Porto de 
Santos, a Santos Brasil, o maior terminal da América Latina, vem crescendo e batendo 
recordes na movimentação de contêineres, reduziu as emissões de gases do efeito estufa e 
ainda tem mais projetos de desenvolvimento sustentável, refletindo diretamente nas operações 
locais de transporte de contêineres vazios e de distribuição física de bens da zona primária 
para a secundária, reduzindo a emissão de CO2 na atmosfera e auxiliando na melhoria da 
qualidade de vida da nossa região. 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 41 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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0445#resultad>. Acesso em: 02 nov. 2011. 
 
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caminhões. Disponível em: 
<http://www.portodesantos.com.br/pressRelease.php?idRelease=526>.Acesso em: 22 out. 
2011. 
 
CODESP. História do Porto de Santos. Disponível em: 
<http://www.portodesantos.com.br/historia.php>. Acesso em: 13 out. 2011. 
 
EPC EMPRESAS PELO CLIMA. Santos Brasil reduz emissões em 14% referente às 
operações no Tecon Santos. Disponível em: 
<http://www.empresaspeloclima.com.br/index.php?r=site/conteudo&id=65&idmenu=22>. 
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FGV ONLINE. Curso Relevância das Questões Ambientais. Disponível em: 
<http://www5.fgv.br/fgvonline/ocw/OCWAMBEAD/index2.htm>. Acesso em: 01 set. 2011. 
 
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22 out. 2011. 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 42 
GOVERNO FEDERAL. Lei 6.938/81 Política Nacional de Meio Ambiente. Disponível em: 
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Acesso em: 02 nov. 2011. 
 
MOURA, Danieli Veleda. Os princípios gerais do Direito Ambiental. Disponível em: 
<http://jusvi.com/artigos/41044>. Acesso em: 15 out. 2011. 
 
PORTAL G1 GLOBO NATUREZA. Rio+20 deve priorizar criação de metas para uso de 
energias limpas. Disponível em: <http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/10/rio20-deve-
priorizar-criacao-de-metas-para-uso-de-energias-limpas.html>. Acesso em: 02 nov. 2011. 
 
PRADO, Gisele Esteves; FIANDRA, Regina Elena. Manual Institucional da Fatec Rubens 
Lara de Normas para Elaboração de Trabalhos de Conclusão de Curso. 3. ed. Santos: 
Fatec Rubens Lara, 2010. 93 p. 
 
PREFEITURA DE SANTOS. Proposta para renovação da frota de caminhões ganha 
força. Disponível em: <http://www.santos.sp.gov.br/nsantos/index.php/noticias/proposta-
para-renovacao-da-frota-de-caminhoes-ganha-forca>. Acesso em: 02 nov. 2011. 
 
SANTOS BRASIL. Monitoramento do Gate. Disponível em: 
<http://www.santosbrasil.com.br/tecon-santos-sistemas/monitoramentogate.asp>. Acesso em: 
15 out. 2011. 
 
SANTOS BRASIL. Movimentação Anual em TEUs Tecon Santos. Disponível em: 
<http://www.santosbrasil.com.br/tecon-santos-sistemas/Throughput.asp>. Acesso em: 13 out. 
2011. 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 43 
ANEXO 1 – SANTOS BRASIL BATE MAIS UM RECORDE DE 
PRODUTIVIDADE 
Tecon Santos 
02/08/2011 
 
A Santos Brasil fechou o mês de julho com novos recordes de produtividade no Tecon 
Santos. A Companhia atingiu a produtividade histórica de 74,23 movimentos por hora 
(MPH), superando a marca de 70,2 MPH registrados em maio. Esse número significa que em 
média 1,2 contêineres foram movimentados por minuto na operação de cada navio, que 
atracou no terminal neste período. O índice mantém a Santos Brasil no mesmo patamar de 
eficiência dos principais operadores europeus. 
 
A marca foi batida com a movimentação total de 93.406 contêineres no mês. O 
Terminal de Exportação de Veículos (TEV), também operado pela Santos Brasil, registrou 
dois recordes: 19.658 veículos movimentados no mês, superando em cerca de 16% o total 
movimentado em junho. 
 
Na avaliação de Washington Flores, diretor executivo do Tecon Santos, o aumento 
consecutivo da produtividade no Terminal atesta o comprometimento do time. "Mais uma 
vez, a equipe mostrou garra e determinação para ultrapassar a meta anual de 70 MPH. Em 
julho já atingimos 74,23 MPH e estamos certos que vamos seguir neste ritmo até o fim do 
ano", destaca Flores. 
 
A Santos Brasil tem feito investimentos constantes na modernização tecnológica do 
terminal com novos equipamentos, o que foi fundamental para o aumento de produtividade, 
uma vez que melhoram o fluxo de contêineres, aumentam a eficiência e a capacidade de 
armazenagem no pátio. Nos primeiros seis meses do ano, o aporte foi R$ 28,9 milhões para 
aquisição de guindastes de pátio (RTG - Rubber Tired Gantry crane), equipamentos de 
transporte de contêineres (Terminal Tractors), sistemas de Tecnologia da Informação, além do 
investimento constante em treinamento e capacitação da equipe. 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 44 
ANEXO 2 – SANTOS BRASIL SUBSTITUI COMBUSTÍVEL 
NA FROTA DE VEÍCULOS LEVES PARA REDUZIR A 
EMISSÃO CO2 
Responsabilidade Socioambiental 
26/09/2011 
 
A partir de hoje, o combustível utilizado na frota de veículos leves - 58 automóveis 
que realizam a locomoção de equipes, inspeção, movimentação de materiais e outros serviços 
internos no Tecon Santos e nas unidades de logística da companhia (Centro Logístico 
Industrial Aduaneiro de Santos e do Guarujá, centros de distribuição em São Bernardo e 
Jaguaré - SP) - será substituído por etanol. Até então, o combustível utilizado era gasolina. 
Contudo, toda a frota já é bicombustível, o que permitiu a rápida modificação. O objetivo é 
reduzir a emissão de CO2. A maior vantagem do etanol de cana-de-açúcar é de praticamente 
zerar as emissões deste tipo de gás. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa 
Agropecuária (Embrapa), a substituição diminui em até 73% a emissão do CO2 na atmosfera. 
A ideia foi sugerida por um funcionário da Santos Brasil, em junho deste ano, durante a 
semana do Meio Ambiente, quando a empresa promoveu uma campanha interna de 
conscientização. 
 
Desde 2007, a Santos Brasil mapeia as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) no 
Tecon Santos. Os inventários, que a partir de 2008 também incluíram suas unidade de 
logística, levam em consideração emissões diretas como consumo de combustível, indiretas 
por consumo de energia e por outras fontes como consumo de combustíveis em frotas de 
transporte de funcionários. Um dos principais objetivos do inventário é revisar a matriz 
energética e buscar fontes mais limpas e renováveis para as operações, a exemplo da frota de 
veículos leves modificada. 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 45 
ANEXO 3 – TECNOLOGIA DESENVOLVIDA PELA SANTOS 
BRASIL AUMENTA PRODUTIVIDADE NO TECON SANTOS 
Tecon Santos 
10/10/2011 
 
Um novo sistema de pesagem de carga nos pórticos RTG, que fazem a movimentação 
dos contêineres no pátio do Tecon Santos, está contribuindo para que o terminal consiga bater 
seguidos recordes de produtividade neste ano. Com a solução, a pesagem do contêiner, que 
antes era feita somente em balanças convencionais, passou a ser realizada também no próprio 
equipamento que movimenta a carga, reduzindo desta forma uma etapa na operação e o tempo 
de movimentação. 
 
De acordo com Washington Flores, diretor executivo do Tecon Santos, a solução foi 
desenhada pela Santos Brasil em parceria com fornecedores de sistemas mecânicos e de 
automação e consiste na implantação de sensores para medição de força ou peso em tração 
nos cabos dos RTGs. Essas células de carga, certificadas pelo Instituto Nacional de 
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), realizam a pesagem automática 
com a mesma precisão das balanças convencionais. Os dados são transmitidos, por um 
sistema de localização (DGPS), para o centro de monitoramento do terminal, que processa a 
informação em tempo real. Com a implantação do sistema de pesagem também nos RTG´s, o 
terminal passa a ter 19 balanças para pesagem de contêineres de importação contra as 4 
balanças convencionais utilizadas anteriormente. 
 
Em agosto, o Tecon Santos atingiu o maior recordede produtividade de toda a sua 
história: 80,38 Movimentos Por Hora (MPH) por navio em média no mês. Na comparação 
com os 58,05 MPH, registrados em janeiro deste ano, o crescimento acumulado foi de quase 
40%. Além do novo sistema, investimentos realizados em capacitação da equipe e na 
modernização tecnológica e novos equipamentos também contribuíram para esse 
desempenho. 
 
Durante os 14 anos que administra a concessão pública do Tecon Santos, a Santos 
Brasil investiu R$ 1,9 bilhão no terminal. Deste montante, cerca de R$ 800 milhões foram 
aplicados em novas tecnologias e equipamentos como os super guindastes, que movimentam 
dois contêineres de 40 pés ou quatro de 20 pés simultaneamente; a troca da frota de 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 46 
equipamentos de movimentação de pátio para RTG; a substituição de carretas por terminal 
tractors, equipamentos especiais para transporte de contêineres em terminais, que além de 
redução de custo operacional trazem impacto positivo na emissão de CO2. 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 47 
 ANEXO 4 – GRUPO DE TRABALHO VAI CUIDAR DA 
RENOVAÇÃO DA FROTA DE CAMINHÕES 
 
A programação tem início às 09 horas, na Prefeitura de Santos, seguida por reunião 
nas dependências da CODESP, às 10 horas 
 
Representantes das entidades que compõem o grupo de trabalho constituído para 
integrar esforços, objetivando a renovação da frota de caminhões em cidades portuárias 
estarão amanhã (29/09/11) em Santos, para uma primeira rodada de reuniões e visita às 
instalações do Porto de Santos. 
 
A programação tem início às 09 horas, na Prefeitura de Santos, seguida por reunião 
nas dependências da CODESP, às 10 horas, onde o grupo será recepcionado pelo diretor de 
Desenvolvimento Comercial, Carlos Kopittke. Por volta das 11 horas, segue para visita as 
instalações do porto e às 15 horas realiza reunião de avaliação e planejamento na sede do 
Conselho de Autoridade Portuária (CAP). 
 
O grupo de trabalho é composto por integrantes do Ministério do Desenvolvimento, 
Indústria e Comércio Exterior (coordenação), Secretaria de Portos, BNDES, Associação 
Brasileira de Municípios Portuários (ABMP), CODESP, Confederação Nacional dos 
Transportes (CNT) e Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da 
Baixada Santista (SINDICAM). 
 
O grupo foi instituído há 15 dias, por ocasião da ida do prefeito João Paulo Tavares 
Papa, presidente da ABMP, acompanhado por representantes do SINDICAM/Porto de Santos, 
ao Ministério do Desenvolvimento para solicitar a viabilização de mecanismos objetivando a 
renovação da frota da caminhões, em especial nas cidades portuárias. Na oportunidade, foi 
apresentado o Programa RenovAr, desenvolvido pela CNT e exposto anteriormente no 
congresso dos municípios portuários, realizado no início do mês. 
 
Assessoria de Comunicação Social 
Companhia Docas do Estado de São Paulo 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 48 
ANEXO 5 – PROPOSTA PARA RENOVAÇÃO DA FROTA DE 
CAMINHÕES GANHA FORÇA 
29/09/2011 
 
A proposta de implementação em cidades portuárias de projeto-piloto para a 
renovação da frota de caminhões está ganhando força. Quinta-feira (29), o grupo técnico que 
trata do assunto, formado por representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e 
Comércio Exterior, prefeitura, Confederação Nacional dos Transportes e do Sindicam 
(Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do 
Ribeira), obteve apoio da Codesp e de sindicatos e autoridades, durante encontros na 
prefeitura e em visitas às duas margens do porto de Santos. 
 
Defendida pela ABMP (Associação Brasileira de Municípios Portuários) e baseada no 
projeto RenovAr, da Confederação Nacional de Transportes, e em revindicação do Sindicam, 
a modernização da frota necessita de apoio do governo federal, conforme salientaram os 
integrantes do grupo. 
 
A criação de linha de crédito especial para aquisição de novos veículos pelos 
caminhoneiros foi defendida na reunião de abertura dos trabalhos, no salão nobre da 
prefeitura, com a presença de autoridades federais e municipais, da Codesp, de entidades 
representativas dos trabalhadores, empresários e outras cidades portuárias. 
 
O prefeito João Paulo Tavares Papa, também presidente da ABMP, salientou o caráter 
social e ambiental da medida, adotada com sucesso em vários países. Também foi destacada a 
necessidade de tirar de circulação os veículos antigos, inclusive com a destinação das peças à 
reciclagem. 
 
Suporte 
 
Liderado pelo secretário de Assuntos Portuários e Marítimos, Sérgio Aquino, o 
encontro teve a participação de dois técnicos do ministério: Douglas Finardi, coordenador-
geral de mercado doméstico, e Celso Teixeira Cordeiro, analista de comércio exterior. 
Segundo eles, a visita dará suporte a um programa voltado aos carreteiros e aos caminhões 
movimentam cargas em pequenas distâncias. “Viemos levantar informações sobre a operação 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 49 
no porto de Santos para dar base aos estudos que vão viabilizar o melhor modelo para a 
renovação da frota”, diz Douglas. 
 
De acordo com levantamento do Sindicam, há 1.300 caminhões circulando na cidade 
com mais de 30 anos de uso. Além de emitir poluentes, causam problemas no trânsito e 
podem provocar acidentes nas áreas urbana e portuária. 
 
Modelo 
 
Para o prefeito,a solução que se adotar em Santos pode se transformar em modelo para 
o país nas questões logística, econômica, social e ambiental. “Este é um problema que afeta 
não só o trabalhador, mas também a qualidade de vida nas cidades portuárias e a própria 
economia, pois os portos vão continuar crescendo e dependendo mais dos caminhões”. 
 
O diretor operacional do Sindicam, Fredy Soares, lembrou que nunca no país houve 
incentivo para a compra de caminhões. “Os caminhoneiros precisam que essa linha de crédito 
seja compatível com a renda e com prazo longo para pagamento”. 
 
Metalúrgicos 
 
A proposta tem o apoio dos Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga 
do Litoral Paulista, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT estadual. Os 
metalúrgicos apostam que a ideia vai incrementar a produção de caminhões nas fábricas do 
ABC, gerando empregos. Tanto que na tarde de quarta-feira (28), o vice-presidente da 
entidade, Rafael Marques, e o presidente da CUT estadual, Adi dos Santos Lima, visitaram o 
prefeito para informar a adesão ao projeto. 
 
Participaram também da reunião e apoiam a renovação da frota representantes da 
Secretaria Especial de Portos da Presidência da República, Confederação Nacional do 
Transporte, Porto de Itajaí, Codesp, Alfândega, Prefeitura de Guarujá, além de caminhoneiros 
autônomos, que agradeceram a adesão da prefeitura à causa da frota obsoleta. 
 
As próximas etapas do grupo de trabalho serão o levantamento de dados estatísticos 
das cidades portuárias, a cargo de Santos e da ABMP, e reunião com o BNDES (Banco 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 50 
Nacional do Desenvolvimento) para discutir a possibilidade de crédito especial para os 
caminhoneiros. 
 
 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 51 
 
 
Presidência da República 
Casa Civil 
Subchefia para Assuntos Jurídicos 
 
ANEXO 6 – LEI Nº 6.938 
DE 31 DE AGOSTO DE 1981 
 
Regulamento 
Mensagem de veto 
(Vide Decreto de 15 de setembro de 2010) 
Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus 
fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras 
providências.O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
 Art 1º - Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art. 235 da Constituição, estabelece a 
Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema 
Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental. (Redação dada pela Lei nº 
8.028, de 1990) 
DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da 
qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, 
aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes 
princípios: 
 I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um 
patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; 
 II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
 III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; 
 IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; 
 V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; 
 VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos 
recursos ambientais; 
 VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
 VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento) 
 IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 52 
 X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando 
capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. 
 Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: 
 I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e 
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; 
 II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente; 
 III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: 
 a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
 b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
 c) afetem desfavoravelmente a biota; 
 d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
 e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; 
 IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou 
indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; 
 V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar 
territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 
1989) 
DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: 
 I - à compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do meio 
ambiente e do equilíbrio ecológico; 
 II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, 
atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, do Territórios e dos Municípios; 
 III - ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo 
de recursos ambientais; 
 IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologia s nacionais orientadas para o uso racional de recursos 
ambientais; 
 V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais 
e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do 
equilíbrio ecológico; 
 VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas á sua utilização racional e 
disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; 
 VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e 
ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 53 
 Art. 5º - As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão formuladas em normas e planos, 
destinados a orientar a ação dos Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos 
Municípios no que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico, 
observados os princípios estabelecidos no art. 2º desta Lei. 
 Parágrafo único. As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas em consonância com as 
diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente. 
DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 Art. 6º Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, 
bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade 
ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: 
 I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na 
formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos 
ambientais; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) 
 II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade 
de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio 
ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis 
com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; (Redação dada pela Lei 
nº 8.028, de 1990) 
 III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a finalidade de 
planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes 
governamentais fixadas para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) 
 IV - órgão executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, com a 
finalidade de executar e fazer executar, como órgão federal, a política e diretrizes governamentais fixadas para o 
meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) 
 V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, 
projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; (Redação dada 
pela Lei nº 7.804, de 1989) 
 VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas 
atividades, nas suas respectivas jurisdições; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) 
 § 1º Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, elaboração normas supletivas 
e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo 
CONAMA. 
 § 2º O s Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, também poderão elaborar as 
normas mencionadas no parágrafo anterior. 
 § 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados nesteartigo deverão fornecer os 
resultados das análises efetuadas e sua fundamentação, quando solicitados por pessoa legitimamente interessada. 
 § 4º De acordo com a legislação em vigor, é o Poder Executivo autorizado a criar uma Fundação de apoio 
técnico científico às atividades do IBAMA. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) 
DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 Art. 7º (Revogado pela Lei nº 8.028, de 1990) 
 Art. 8º Compete ao CONAMA: (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 54 
 I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva 
ou potencialmente poluídoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; (Redação dada pela 
Lei nº 7.804, de 1989) 
 II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis 
conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e 
municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de 
impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação 
ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional. (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 
1990) 
 III - (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de executar 
medidas de interesse para a proteção ambiental; (VETADO); 
 V - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos 
pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de 
fiananciamento em estabelecimentos oficiais de crédito; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) 
 VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos 
automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes; 
 VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio 
ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos. 
 Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente do 
Conama. (Incluído pela Lei nº 8.028, de 1990) 
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
 I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
 II - o zoneamento ambiental; (Regulamento) 
 III - a avaliação de impactos ambientais; 
 IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; 
 V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados 
para a melhoria da qualidade ambiental; 
 VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e 
municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas 
extrativistas; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) 
 VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; 
 VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental; 
 IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à 
preservação ou correção da degradação ambiental. 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 55 
 X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto 
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) 
 XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a 
produzí-las, quando inexistentes; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) 
 XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos 
ambientais. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) 
 XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e 
outros. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
 Art. 9
o
-A. Mediante anuência do órgão ambiental competente, o proprietário rural pode instituir servidão 
ambiental, pela qual voluntariamente renuncia, em caráter permanente ou temporário, total ou parcialmente, a 
direito de uso, exploração ou supressão de recursos naturais existentes na propriedade. (Incluído pela Lei nº 
11.284, de 2006) 
 § 1
o
 A servidão ambiental não se aplica às áreas de preservação permanente e de reserva legal. (Incluído 
pela Lei nº 11.284, de 2006) 
 § 2
o
 A limitação ao uso ou exploração da vegetação da área sob servidão instituída em relação aos recursos 
florestais deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a reserva legal. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
 § 3
o
 A servidão ambiental deve ser averbada no registro de imóveis competente.(Incluído pela Lei nº 
11.284, de 2006) 
 § 4
o
 Na hipótese de compensação de reserva legal, a servidão deve ser averbada na matrícula de todos os 
imóveis envolvidos. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
 § 5
o
 É vedada, durante o prazo de vigência da servidão ambiental, a alteração da destinação da área, nos 
casos de transmissão do imóvel a qualquer título, de desmembramento ou de retificação dos limites da 
propriedade.(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
 Art. 10 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras 
de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer 
forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, 
integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e 
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças 
exigíveis. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) 
 § 1º Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicados no jornal oficial 
do Estado, bem como em um periódico regional ou local de grande circulação. 
 § 2º Nos casos e prazos previstos em resolução do CONAMA, o licenciamento de que trata este artigo 
dependerá de homologação da IBAMA. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) 
 § 3º O órgão estadual do meio ambiente e IBAMA, esta em caráter supletivo, poderão, se necessário e sem 
prejuízo das penalidades pecuniárias cabíveis, determinar a redução das atividades geradoras de poluição, para 
manter as emissões gasosas, os efluentes líquidos e os resíduos sólidos dentro das condições e limites estipulados 
no licenciamento concedido. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) 
 § 4º Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA o 
licenciamento previsto no caput deste artigo, no caso de atividades e obras com significativo impacto ambiental, 
de âmbito nacional ou regional. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) 
Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 56 
 Art. 11. Compete ao IBAMA propor ao CONAMA normas e padrões para implantação, acompanhamento e 
fiscalização do licenciamento previsto no artigo anterior, além das que forem oriundas do próprio 
CONAMA. (Vide Lei nº 7.804, de 1989) 
 § 1º A fiscalização e o controle da aplicação de critérios, normas e padrões

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