Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE DE TECNOLOGIA RUBENS LARA DANILO MOREIRA DOS SANTOS TRANSPORTE SUSTENTÁVEL Logística verde no Porto de Santos SANTOS – SP 2011 FACULDADE DE TECNOLOGIA RUBENS LARA DANILO MOREIRA DOS SANTOS TRANSPORTE SUSTENTÁVEL Logística verde no Porto de Santos Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia Rubens Lara, como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Tecnólogo de Logística e Transportes. Orientador: Professor Dr. Mário Nogueira Neto Co-Orientador: Professor MSc. Álvaro Camargo Prado SANTOS – SP 2011 Dedico, À minha mãe Ozana, minha rainha, minha vida, pela luta e dedicação de uma leoa ontem, hoje e sempre. Aos meus irmãos Daniel e Marcos, pela união e companheirismo. Aos amigos Carlos Coutinho, Luiz Contes, Bianca Miranda e Álvaro Prado, altruístas, profissionais exemplares e grandes amigos. AGRADECIMENTOS A todos os professores da FATEC RL, em especial aos Professores Mário Nogueira, Washington Soares, Daniel Zacarias, Julio Cesar Almeida, Gisele Esteves Prado e Álvaro Prado, pela dedicação, empenho, competência e ensinamentos compartilhados conosco, contribuindo para nossa evolução. Aos profissionais da Santos Brasil, em especial Tiago Falasca, Supervisor de Faturamento, um excelente Gestor, eficiente, eficaz e motivador, plenamente capaz de gerir com harmonia e segurança, que possui a incrível habilidade de fazer as coisas certas acontecerem, e que vai além da palavra, dá o exemplo; Christiano Oliveira, Coordenador Comercial e Maria Clara, Coordenadora Financeira, por terem apostado em mim e me dado uma oportunidade de mostrar o meu valor; Adriana Pinheiro, Yard Planner, pela inteligência e perspicácia, contribuindo neste trabalho compartilhando seus conhecimentos em operações; e Luiz Felipe Gama, Consultor de Projetos, pela solidariedade à causa ambiental e fundamental contribuição a este trabalho com seus conhecimentos em sustentabilidade. Obrigado a todos pelas informações técnicas sobre a empresa e suas atividades, pelas quais essa pesquisa foi baseada e pôde ser desenvolvida, agregando um valor imensurável ao trabalho. Mais do que máquinas, precisamos de humanidade Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura. Charles Chaplin RESUMO Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo apresentar o sistema de transporte do país, a importância das questões ambientais, o perfil da distribuição física de bens e alternativas sustentáveis na logística do Porto de Santos e sua área de influência, principalmente no transporte rodoviário de cargas, e um estudo de caso em uma empresa do ramo logístico-portuário, a fim de reduzir a emissão de CO2 na atmosfera e prover a sadia qualidade de vida da sociedade na qual essas atividades estão inseridas. Palavras-chave: Logística. Transportes. Porto de Santos. Sustentabilidade. ABSTRACT This study aims to present the country's transportation system, the environmental issues importance, the profile of the physical distribution of goods and sustainable alternatives in the logistics of the Port of Santos and its area of influence, especially in road transport, and a case of a logistics company in the port, in order to reduce the emission of CO2 in the atmosphere and provide a healthy life to the society in which these activities are included. Keywords: Logistics. Transport. Port of Santos. Sustainability. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 11 2 PORTO DE SANTOS E A MATRIZ DE TRANSPORTE NO BRASIL . 12 3 IMPORTÂNCIA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS .................................. 17 4 PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL ............................................... 20 4.1 Princípio do Desenvolvimento Sustentável .................................................................... 20 4.2 Princípio da Precaução ................................................................................................... 21 4.3 Princípio da Prevenção ................................................................................................... 21 5 TRANSPORTE DE CARGAS NO PORTO DE SANTOS E O MEIO AMBIENTE ....................................................................................................... 23 6 AÇÕES PARA TRANSPORTE SUSTENTÁVEL NA CADEIA LOGÍSTICA ...................................................................................................... 26 6.1 Ações sustentáveis no transporte local do Porto de Santos ............................................ 32 7 ESTUDO DE CASO: SANTOS BRASIL PARTICIPAÇÕES S/A ........... 34 7.1 Projeto Carbono da Santos Brasil ................................................................................... 36 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 41 ANEXO 1 – SANTOS BRASIL BATE MAIS UM RECORDE DE PRODUTIVIDADE ........................................................................................... 43 ANEXO 2 – SANTOS BRASIL SUBSTITUI COMBUSTÍVEL NA FROTA DE VEÍCULOS LEVES PARA REDUZIR A EMISSÃO CO2 ................... 44 ANEXO 3 – TECNOLOGIA DESENVOLVIDA PELA SANTOS BRASIL AUMENTA PRODUTIVIDADE NO TECON SANTOS ............................. 45 ANEXO 4 – GRUPO DE TRABALHO VAI CUIDAR DA RENOVAÇÃO DA FROTA DE CAMINHÕES ....................................................................... 47 ANEXO 5 – PROPOSTA PARA RENOVAÇÃO DA FROTA DE CAMINHÕES GANHA FORÇA..................................................................... 48 ANEXO 6 – LEI Nº 6.938 ................................................................................. 51 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Movimentação de Contêineres no Porto de Santos .......................................... 12 Tabela 2 – Movimentação de Cargas no Porto de Santos ................................................... 13 Tabela 3 – Matriz de Transporte do Brasil e do Estado de São Paulo .............................. 15 Tabela 4 – Idade Média dos Veículos de Carga ................................................................... 16 Tabela 5 – Consumo de Combustível no Estado de São Paulo ........................................... 25 Tabela 6 – Monitoramento do Gate da Santos Brasil: TRA e Vazios ............................... 35 Tabela 7 – Principais fontes de emissão de gases do efeito estufa da Santos Brasil 2010 38 Tabela 8 – Variação na emissão de gases do efeito estufa da Santos Brasil 2009/ 2010 ... 39 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Movimentação de TEUs do Tecon Santos ........................................................ 12 Gráfico 2 – Contêineres de Exportação no Porto de Santos ............................................... 14 Gráfico 3 – Contêineres de Importação no Porto de Santos............................................... 14 Gráfico 4 – Emissões de CO2 por Modal .............................................................................. 23 Gráfico 5 – Pressão do Governo para redução de impactos ambientais ........................... 26 Gráfico 6 – Pressão dos clientes para redução deimpactos ambientais ............................ 27 Gráfico 7 – Áreas envolvidas em ações ambientais na empresa......................................... 29 Gráfico 8 – Realização de inventário de emissões no Brasil ............................................... 32 Gráfico 9 – Monitoramento do Gate: TRA e Vazios ........................................................... 35 Gráfico 10 – Distribuição das emissões de gases do efeito estufa da Santos Brasil 2010 . 39 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Caminhões Velhos no Porto de Santos ............................................................... 24 Figura 2 – Qualidade do Ar em Santos ................................................................................ 25 Figura 3 – Governo, sociedade e empresas na redução das emissões de gases ................. 29 Figura 4 – Exemplos de iniciativas em favor da logística verde: ações do Governo ........ 30 Figura 5 – Exemplos de iniciativas em favor da logística verde: ações da sociedade....... 30 Figura 6 – Exemplos de iniciativas em favor da logística verde: ações das empresas ..... 31 Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 11 1 INTRODUÇÃO É uma preocupação da humanidade que haja desenvolvimento sustentável em âmbito global. Logo, cabe à Logística e aos players da Cadeia de Suprimentos aderirem à causa e fazer o seu papel nessa nova tendência mundial. Nesse trabalho será apresentada a evolução do Porto de Santos, um retrato do sistema de transporte do país, a importância das questões ambientais, inclusive no que cabe aos requisitos legais, o perfil da distribuição física de bens e alternativas sustentáveis na logística do Porto de Santos e sua área de influência, principalmente no transporte rodoviário de cargas, e um estudo de caso em uma empresa do ramo logístico-portuário, a fim de reduzir a emissão de CO2 na atmosfera e prover a sadia qualidade de vida da sociedade na qual essas atividades estão inseridas. De forma pontual, as questões ambientais abordadas na logística são reflexões sobre como ações conjuntas resultam em melhores resultados, ou seja, para que o Porto de Santos tenha suas operações reconhecidamente sustentáveis, busca-se constatar que se faz necessário que o Governo, as empresas e as pessoas envolvidas estejam engajados nesse propósito e atuem em conjunto para a promoção da sustentabilidade. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 12 2 PORTO DE SANTOS E A MATRIZ DE TRANSPORTE NO BRASIL Segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo – CODESP, o Porto de Santos é o maior da América do Sul e segundo maior do Hemisfério Sul, e após a criação da Lei de Modernização dos Portos (8.630/93), vem crescendo ao longo dos anos, sendo responsável pela maior parte da movimentação de cargas que entram e saem do país, conforme podemos notar nas demonstrações a seguir (tabelas 1 e 2, gráficos 1, 2 e 3). A entrada da iniciativa privada ajudou a fomentar esse cenário. Tabela 1 – Movimentação de Contêineres no Porto de Santos Fonte: CODESP Gráfico 1 – Movimentação de TEUs do Tecon Santos Fonte: Santos Brasil Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 13 Tabela 2 – Movimentação de Cargas no Porto de Santos Fonte: CODESP Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 14 Gráfico 2 – Contêineres de Exportação no Porto de Santos Fonte: CODESP Gráfico 3 – Contêineres de Importação no Porto de Santos Fonte: CODESP A matriz de transporte no Brasil é dominada pelo modal rodoviário. No estado de São Paulo, a utilização desse modal representa mais de 90%, conforme demonstrado na tabela 3. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 15 Tabela 3 – Matriz de Transporte do Brasil e do Estado de São Paulo Fonte: FIESP Segundo um estudo da CNT e da COPPEAD, as principais causas que afetam a eficiência do transporte no Brasil são: - o desbalanceamento da matriz de transportes, devido ao baixo preço dos fretes rodoviários, as poucas alternativas ao modal rodoviário, as barreiras para a multimodalidade e a priorização do modal rodoviário pelo governo; - a legislação e fiscalização inadequadas, em função de falhas na regulamentação do transporte, da legislação tributária e incentivos fiscais, ineficiência na fiscalização e burocracia; - deficiência da infraestrutura de apoio, devido a fraca base de dados do setor de transportes, na tecnologia de informação e na falta de terminais multimodais e - insegurança nas vias, em função do alto índice de roubo de cargas e da falta de manutenção das vias. As sugestões de melhoria são criar regras justas de concorrência no modal rodoviário, garantir a reestruturação do transporte rodoviário, garantir a conservação adequada das vias e promover a multimodalidade. Neste trabalho, a idade média alta dos caminhões é um dos problemas que serão mais profundamente discutidos, em função da sua situação atual, conforme tabela 4. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 16 Tabela 4 – Idade Média dos Veículos de Carga Fonte: ANTT Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 17 3 IMPORTÂNCIA DAS QUESTÕES AMBIENTAIS Em meio a diversos fatores associados ao micro e macro ambientes, a tendência é tornar mais difícil a tomada de decisões a nível estratégico, a fim de consolidar as organizações num alto nível de competitividade no mercado. Cada vez mais, questões socioambientais tem se destacado no mercado como sendo um diferencial para a escolha de fornecedores e parceiros de negócio. De acordo com BALLOU (2011), “a escolha do cliente é influenciada pelos vários níveis de serviço oferecidos”, sendo um elemento importante na satisfação deste. Sustentabilidade tende a crescer como indicador para tomada de decisões e, em virtude disso, a busca das empresas, exigências de clientes e outras partes interessadas por certificações de qualidade, meio ambiente e segurança e saúde ocupacional vem crescendo ao longo dos anos. Segundo o curso de História das Questões Ambientais FGV online 1 , durante muito tempo, o homem evoluiu sem dar a devida importância ao meio ambiente. A humanidade sofreu ao longo da história com diversos prejuízos ambientais em decorrência de suas próprias ações. Um exemplo é a Poluição do Ar em Londres, Inglaterra, em 1952. Nessa ocasião, houve uma inversão térmica em função da poluição do ar provocada por queima de carvão, pelas atividades industriais e por veículos movidos a combustíveis derivados do petróleo. Infelizmente, 4.000 pessoas morreram e 20.000 foram afetadas. Quatro anos depois, em 1956, essa poluição do ar se repetiu, em menor intensidade, o que levou o governo a aprovar a Lei do Ar Puro, que proibia as casas de serem aquecidas por carvão e obrigava as indústrias a adotar medidas de controle de poluição do ar. Esse exemplo foi escolhido pela semelhança em relação ao cotidiano da nossa região. A cidade de Cubatão sofre com as emissões causadas pelas atividades de seu Pólo Industrial. Santos e Guarujá são afetadas pelo o intenso fluxo de caminhões no Porto e pela ação dos equipamentos portuários que realizam o embarque e desembarque de cargas e movimentação 1 A Fundação Getulio Vargas é a primeira instituição brasileira a ser membro do OCWC (Open Course Ware Consortium), o consórcio de instituições de ensino de diversos países que oferecem conteúdos e materiais didáticos de graça pela internet.Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 18 em pátios e costados, tais como carretas, reach stackers (empilhadeiras de grande porte), RTG’s (Rubber Tired Gantry) e portêineres. É necessário mensurar a capacidade do meio ambiente em absorver a geração de resíduos em função da utilização dos recursos naturais gerados por nossas atividades, para minimizar seus efeitos e garantir equilíbrio para as futuras gerações, porque o crescimento não controlado e/ou não sustentável degrada o meio ambiente e esgota os recursos naturais explorados. Surge daí a necessidade de se promover o desenvolvimento sustentável, nos âmbitos econômico, social e ambiental. A conscientização ambiental mobilizou a sociedade e a política. Os países desenvolvidos aumentaram o rigor no controle de qualidade ambiental das atividades industriais, as ONGs começaram a surgir e reuniões entre países de todo o mundo foram realizadas a fim de discutir o tema e definir diretrizes para o desenvolvimento sustentável. Em relação às indústrias, inicialmente as ações tomadas para minimizar os impactos ambientais eram no sentido de produzir equipamentos antipoluição, que elevavam seu custo de produção. Com o avanço tecnológico, essas ações passaram a ser implantadas durante o processo produtivo, ou seja, tecnologias limpas foram incorporadas ao ciclo de produção. Quanto às reuniões mundiais, podemos citar: - Painel de Peritos em Desenvolvimento e Meio Ambiente, ou Painel de Founex, realizado nesta cidade da Suíça em 1971, onde foram discutidas questões sobre problemas ambientais por alguns países desenvolvidos e em desenvolvimento; - Comissão Mundial Independente sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ou Comissão de Bundtland), onde foram examinadas questões críticas relativas ao meio ambiente e formuladas novas propostas de abordagem, a fim de orientar as ações e as políticas em busca das mudanças necessárias, pois os conceitos ainda precisavam ser lapidados; - A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, ou Conferência de Estocolmo, realizada em 1972; Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 19 - a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), ou Rio 92, realizada em 1992 no Rio de Janeiro; - a Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (World Summit for Sustainable Development), realizada pelas Nações Unidas em 2002, em Johannesburgo, África do Sul. Nesta ocasião, Kofi Annan, Secretário Geral das Nações Unidas, declarou que, se tivesse de agradecer a algum país, agradeceria ao Brasil, por ser o país que mais havia avançado na questão ambiental nos últimos 10 anos. A Comissão Brundtland define desenvolvimento sustentável “como aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades”. A RIO +20 tem previsão de realização em 2012 no Rio de Janeiro, e tem como principal objetivo revisar a matriz energética mundial, diminuindo gradativamente a utilização das fontes de combustíveis fósseis e aumentando a das energias limpas. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 20 4 PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL Segundo a Lei de Política Nacional de Meio Ambiente, nº 6.938 de 31 de agosto de 1981, em seu artigo 3º, entende-se por poluição, III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. Podemos notar que a emissão de gases do efeito estufa, fora dos padrões ambientais estabelecidos, resultantes das atividades envolvidas no Supply Chain Management podem se enquadrar na alínea e. Surge daí a importância de as empresas mensurarem suas emissões e controlá-las, a fim de manter suas atividades de acordo com os requisitos legais. A seguir, será realizada uma análise dos Princípios do Direito Ambiental diretamente aplicáveis na logística empresarial para que se reforce a importância das questões ambientais e quem, de fato, possui responsabilidades nesse aspecto (iniciativa pública, privada e sociedade), focando as ações de empresas, se possível, do ramo logístico-portuário. 4.1 Princípio do Desenvolvimento Sustentável O capítulo VI da Constituição Federal de 1988 trata do Meio Ambiente e no artigo 225 diz que “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” Segundo MOURA apud FIORIILO e LEME (2011), esse texto nos mostra que a lei visa proteger o Meio Ambiente. Diz que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, ou seja, trata-se do desenvolvimento sustentável e da harmonia entre o meio ambiente natural e o artificial. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 21 As empresas devem, por obrigação, obter o EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental), que são licenças ambientais que permitem sua instalação e operação. Aqui no Porto de Santos, lidamos diretamente com o ar, a terra e principalmente o mar. Portanto, é fundamental que haja controle das autoridades contra o despejo de água de lastro em nosso canal, bem como o acompanhamento das emissões de gases do efeito estufa na atmosfera, por exemplo. Ele também define o Meio Ambiente como bem comum do povo, ou seja, é pertencente a todos nós, mas a ninguém individualmente, sendo também, considerado essencial à sadia qualidade de vida. Vale ressaltar que as empresas devem procurar crescimento e sabe-se que o desenvolvimento do Porto gera melhoria econômica da nossa sociedade, mas isso não deve ser realizado em detrimento ao meio ambiente, respeitando a assim a sadia qualidade de vida. No que se refere a parte que diz que o Poder Público e a coletividade estão impostos a defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações, podemos dizer que todos – empresas, governo e sociedade – devem proteger o meio ambiente. 4.2 Princípio da Precaução Este princípio é referente aos casos os quais haja dúvidas entre o nexo causal de uma atividade e algum tipo de poluição. Sendo assim, mesmo não havendo provas, por precaução ao meio ambiente a atividade não é exercida visando a sadia qualidade de vida das presentes e futuras gerações. 4.3 Princípio da Prevenção Há um ditado popular que diz “melhor do que prevenir é remediar”. Dito isso, podemos dizer que atividades com potencial poluidor têm algumas alternativas para equilibrar seus impactos, mas seguindo o Princípio da Prevenção, é preferível prevenir a reparar os danos causados pelas atividades. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 22 Segundo MOURA apud FIORILLO (2011) “A Prevenção e a preservação ambiental devem ser concretizadas por meio de uma consciência ecológica a qual deve ser desenvolvida através de uma política de educação ambiental”. Sendo assim, todos os envolvidos com as questões ambientais devem ter a consciência da prevenção antes da reparação. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 23 5 TRANSPORTE DE CARGAS NO PORTODE SANTOS E O MEIO AMBIENTE Agora vamos analisar as características do transporte de cargas do Porto de Santos, especialmente o modo rodoviário que, segundo a ANTAQ, é responsável pela maior parte da emissão de gases do efeito estufa, cerca de 91% (vide gráfico 4). In loco, podemos notar que boa parte dos caminhões que circulam na região portuária é de má qualidade e apresentam idade média avançada. Coloquialmente estes caminhões são chamados de “bactérias” e não possuem capacidade para realizar longas viagens. Gráfico 4 – Emissões de CO2 por Modal Fonte: ANTAQ Na distribuição física de bens no Porto de Santos, especialmente a de cargas conteinerizadas, existe uma modalidade de transporte denominada “TRA”. Trata-se de um transporte realizado da zona primária para a zona secundária em um mesmo Porto Organizado, pelo qual o container é descarregado do navio pelo operador portuário e entregue diretamente à um caminhão que irá realizar a transferência para o terminal onde a carga será desembaraçada, podendo ser na mesma margem ou entre margens. Outro tipo de transporte que também costuma ser realizado por esse tipo de caminhão é o de contêineres vazios. Estes tipos de transporte são considerados de curta distância. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 24 Desse modo, esse frete é realizado em sua maioria por profissionais autônomos, proprietários de caminhões antigos (os “bactérias”, vide figura 1) que poluem mais do que caminhões mais novos. Segundo um levantamento do Sindicam (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e do Vale do Ribeira) e o presidente da Associação Brasileira dos Municípios Portuários (ABMP) e prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa, há aproximadamente 1.300 caminhões circulando em Santos com mais de 30 anos de uso, o que representa 90% da frota. Freqüentemente, vemos caminhões como esses quebrados no elevado da avenida perimetral de Santos, gerando transtornos ao trânsito local e ao fluxo de entrega e recebimento de cargas pelos terminais portuários. Figura 1 – Caminhões Velhos no Porto de Santos Fonte: Anderson Bianchi/PMS Podemos notar na tabela 5 que o consumo de combustíveis (em quilocalorias) no Estado de São Paulo cresce anualmente, mas podemos verificar que o consumo de gasolina desacelerou e que o consumo de etanol hidratado aumentou. Entretanto, o diesel continua crescendo e continua sendo o combustível mais consumido, atingindo em 2008 seu maior índice. Podemos relacionar subjetivamente que o etanol hidratado é uma alternativa menos poluente em relação a gasolina, e talvez em função disso seu consumo venha crescendo inversamente proporcional a gasolina, o que não ocorre com o diesel usado pelos caminhões mais antigos, que não utilizam largamente o biodiesel. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 25 Tabela 5 – Consumo de Combustível no Estado de São Paulo Fonte: CETESB Segundo a CETESB, todas as praias de Santos estão com suas águas impróprias para banho, em função da água do mar estar com alto índice de poluição. Quanto ao ar, a CETESB considera o índice da cidade como bom (vide figura 2), sendo o intervalo correspondente a essa classificação de 0 – 50, e a qualidade do ar medida está em 32 partículas inaláveis. Entretanto, vale notar que a estação de medição está localizada na Rua Dr. Oswaldo Cruz, próximo ao Hospital Guilherme Álvaro, ou seja, um local onde não trafegam caminhões e que não condiz com a realidade da área portuária. Figura 2 – Qualidade do Ar em Santos Fonte: CETESB Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 26 6 AÇÕES PARA TRANSPORTE SUSTENTÁVEL NA CADEIA LOGÍSTICA De acordo com HIJJAR (2011), as grandes empresas brasileiras têm agido para melhorar os impactos ambientais de seus negócios, o Governo tem estado mais ativo em sua função de regulador e a sociedade está mais exigente quanto às questões ambientais. Segundo uma pesquisa do Instituto ILOS, a maioria das grandes empresas do país sentem um aumento da pressão do Governo em relação a sustentabilidade (gráfico 5), assim como os clientes, que têm preferido comprar produtos de empresas com preocupações ambientais (gráfico 6). Gráfico 5 – Pressão do Governo para redução de impactos ambientais Fonte: ILOS Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 27 Gráfico 6 – Pressão dos clientes para redução de impactos ambientais Fonte: ILOS Ainda segundo a pesquisa do ILOS, “nas grandes indústrias atuantes no Brasil, a área de logística figura como uma das que mais atuam nas decisões relacionadas à sustentabilidade ambiental da companhia”. Cerca de 76% das empresas inclui a área de Logística e Supply Chain em projetos de sustentabilidade (gráfico 7). Para que haja sucesso nas melhorias ambientais, deve haver uma interação entre o Governo, as empresas e a sociedade (figura 3). Ainda de acordo com HIJJAR (2011), Dentre as ações governamentais que podem impactar diretamente na redução de emissões nas atividades logísticas pode-se citar: a disponibilização de infraestrutura que viabilize transportes menos poluentes; o aprimoramento da legislação ambiental relacionada a combustíveis, motores e retorno de resíduos; a concessão de incentivos e financiamentos que fomentem ações favoráveis ao meio ambiente nas atividades logísticas, como o incentivo à renovação de frota (Figura 4). Já o papel da sociedade na redução de emissões nas atividades logísticas é o de exigir ações efetivas, tanto do Governo quanto das empresas, priorizando o consumo de produtos e embalagens menos agressivos ao ambiente e auxiliando no descarte seletivo do lixo gerado (Figura 5). Para que as companhias possam conduzir um processo de mudança que culmine na redução de emissões no Supply Chain, elas necessitam: implantar ações diretas que reduzam emissões nas suas atividades logísticas; organizar- se internamente para gerar envolvimento e comprometimento da equipe; e Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 28 alterar a forma de relacionamento com terceiros, tanto prestadores de serviço quanto outros elos da cadeia de suprimentos (Figura 6). HIJJAR (2011) diz que se destacam dois tipos de ações das empresas para redução dos impactos ambientais: as que envolvem melhoria na gestão das atividades (replanejamento de rotas, aumento da consolidação de carga e aproveitamento do espaço nos veículos) e as que envolvem investimento em ativos (caminhões com motores menos poluentes, empilhadeiras de menor emissão), sendo que [...] estas ações que alteram a forma como é feito o planejamento e gerenciamento de atividades trazem como benefício a redução do consumo de combustíveis, diminuindo a emissão de gases nocivos na atmosfera e também reduzindo os custos das empresas e que [...] estes benefícios, que anteriormente englobavam exclusivamente redução de custos ou melhoria dos níveis de serviço, agora passam também a considerar a redução de emissões, o que torna as ações ainda mais relevantes para as organizações. Em atenção às medidas abordadas, muitas empresas criaram setores específicos para tratar de sustentabilidade, sendo que, no país, 61% das grandes empresas já realizam inventário de emissões de carbono (gráfico 8), (HIJJAR, 2011). Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 29 Gráfico 7 – Áreas envolvidas em ações ambientais na empresa Fonte: ILOS Figura 3 – Governo, sociedade e empresas na redução dasemissões de gases Fonte: ILOS Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 30 Figura 4 – Exemplos de iniciativas em favor da logística verde: ações do Governo Fonte: ILOS Figura 5 – Exemplos de iniciativas em favor da logística verde: ações da sociedade Fonte: ILOS Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 31 Figura 6 – Exemplos de iniciativas em favor da logística verde: ações das empresas Fonte: ILOS Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 32 Gráfico 8 – Realização de inventário de emissões no Brasil Fonte: ILOS 6.1 Ações sustentáveis no transporte local do Porto de Santos No TRA ou no transporte de contêineres vazios, pode-se reduzir a emissão de CO2 na atmosfera e minimizar os impactos ambientais decorrentes dessa cadeia, por meio da implementação de caminhões mais novos, ou híbridos, por exemplo. Em relação a renovação da frota de caminhões que atuam na área portuária, existe um projeto em discussão, o RenovAr, da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), apoiado por uma equipe de autoridades, empresas e sindicatos do ramo logístico-portuário da região – Prefeitura Municipal de Santos, Associação Brasileira de Municípios Portuários (ABMP), Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), CODESP, Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista, Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, CUT, Porto de Itajaí, Alfândega de Prefeitura do Guarujá – para melhoria dos veículos utilizados nestas operações, a fim de Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 33 reduzir a emissão média de CO2 causada por esta atividade. É necessário que projetos como esse incentivem a renovação da frota de caminhões no Porto, pois os caminhoneiros autônomos enfrentam dificuldades para efetuar a aquisição de veículos novos e mais modernos. No final do último mês de setembro, houve uma reunião dessa equipe em Santos incluindo visitas as duas margens do Porto, que contou também com representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e do Secretário de Assuntos Portuários e Marítimos, Sérgio Aquino, para debater a proposta de renovação da frota, a partir de Santos e, em caso de sucesso, ampliar o modelo para todo o país, possivelmente através de linhas de crédito especiais aos caminhoneiros Na Europa, a Iveco vendeu à Coca Cola o primeiro caminhão híbrido para transporte comercial, o Eurocargo, no Brasil chamado de Tector. Trata-se de um projeto que foi testado por um ano e aprovado para circulação na Europa, com o objetivo de reduzir a emissão de CO2 na atmosfera e agregar valor a imagem verde da empresa, promovendo a sustentabilidade social e ambiental em suas operações. Ambas as atividades, a renovação da frota de caminhões e a implementação de veículos híbridos para transporte de carga, tendem a demonstrar o comprometimento das iniciativas pública e privada com a sustentabilidade social e ambiental, promovendo a mitigação de emissão de CO2 na atmosfera, a redução do consumo de combustível, reduzindo o consumo de recursos naturais e agregando valor a imagem verde do país e das empresas e a promoção de melhorias sociais, culturais e espaciais nas regiões de atuação. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 34 7 ESTUDO DE CASO: SANTOS BRASIL PARTICIPAÇÕES S/A Na região, podemos analisar a viabilidade da implementação de ações para o transporte sustentável em empresas de Logística Integrada. Neste Estudo de Caso, a empresa escolhida foi a Santos Brasil. A pesquisa exploratória buscará fundamentar dados estatísticos com base na comparação de tipos de equipamentos utilizados nas operações logístico-portuárias, verificados dentro do aspecto espacial de áreas aduaneiras demarcadas, a zona primária e a zona secundária do Porto de Santos. Foi realizada a coleta de dados essenciais para análise do perfil do transporte de cargas conteinerizadas no Porto de Santos. O foco da pesquisa é coletar e organizar os dados operacionais e notícias corporativas da empresa, disponíveis em seu site e in loco, para analisarmos a participação do maior terminal da América Latina no mercado, sua relação com o meio ambiente e com a sociedade e suas ações sustentáveis, para verificarmos a situação atual e propormos, possivelmente, mais medidas e ações sustentáveis nessa atividade. Em seu site, lemos que A Santos Brasil é referência em operação de contêineres e logística. Criada há 14 anos para operar o Tecon Santos (SP), a empresa já investiu R$ 2,8 bilhões, calculados a valor presente, em aquisições, expansões, novos equipamentos, gestão e gente. Antecipando-se ao crescimento do fluxo de comércio internacional, a Santos Brasil colaborou significativamente para aumentar a capacidade logística portuária do país. A produtividade do Tecon Santos, por exemplo, é a mais alta do Brasil: 80,38 MPH (movimentos por hora) em média. Além do Tecon Santos, a companhia opera mais dois terminais de contêineres (Vila do Conde -PA e Imbituba -SC) e um terminal de exportação de veículos (TEV) no Porto de Santos. Conta também com uma operadora logística e de cargas gerais, a Santos Brasil Logística, que atua de forma integrada aos terminais viabilizando o atendimento ao cliente em todas as etapas da cadeia logística do porto até o transporte e distribuição. Listada no nível 2 de governança corporativa, a Santos Brasil adota um modelo de crescimento contínuo e sustentável, que alia alto desempenho financeiro e operacional com preservação ambiental e responsabilidade social. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 35 A empresa possui atualmente a Certificação ISO 14001 no TECON (zona primária), mas não em seus Terminais Alfandegados (zona secundária), adquiridos junto ao Grupo Mesquita. A distribuição física de bens entre a zona primária e a secundária (transporte do costado) e o transporte de contêineres vazios, tendem a ser feitos parcialmente por transportadoras (terceiros/agregados) a serviço do Terminal Alfandegado de destino. No site da empresa, podemos verificar o monitoramento do gate, ou seja, quantos tipos de recebimento e entrega são realizados no terminal. Neste estudo, a análise é feita referente ao período de 01 a 15 de novembro, conforme tabela 6 e gráfico 9. Tabela 6 – Monitoramento do Gate da Santos Brasil: TRA e Vazios Fonte: Santos Brasil Gráfico 9 – Monitoramento do Gate: TRA e Vazios Fonte: Santos Brasil Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 36 Podemos verificar que cerca de 23% do fluxo de gate é de TRA e 5% de vazios, num total de 7.409 viagens. Se considerarmos que 90% dos caminhões que circulam no Porto têm mais de 30 anos de uso, podemos constatar que cerca de 12.000 viagens são feitas num mês por caminhões velhos, que tendem a prejudicar o transporte local como um todo, trazendo malefícios aos motoristas, ao trânsito local e ao meio ambiente. 7.1 Projeto Carbono da Santos Brasil A Santos Brasil realiza o Projeto Carbono. Segundo Luiz Felipe Gama, Consultor de Projetos da Companhia e responsável pela condução do projeto, os objetivos do projeto são: - revisar a matriz energética, em busca de fontes de energia mais limpas e renováveis agregadas a um retorno financeiro vantajoso para os acionistas e - buscar oportunidades na utilização de recursos naturais em detrimento ao uso decombustíveis fósseis, visando uma redução maior dos impactos ambientais. Os benefícios desejados são: - implantação de uma plataforma de utilização de energia limpa, com menos impacto ambiental, atrelada a uma considerável redução de custo; - facilidades em futuros créditos financeiros para projetos ambientais, de acordo com os princípios do Equador; - atração e retenção de clientes que têm controle de emissões em toda sua cadeia logística; - contribuição para que o Brasil atinja as metas de redução de emissão de GEE (entre 36,1% e 38,9% até 2020, segundo a Política Nacional de Mudança Climática); - estabelecer uma cultura sustentável perceptível a todos os stakeholders (imagem interna e externa - parcerias e engajamento) e Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 37 - possibilidade de criação de um Projeto MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), com a chance de retorno de investimento através dos Créditos de Carbono. Os principais estudos e ações do projeto para redução de emissões são: - eletrificação dos RTGs; - aumento do uso de RTG’s e diminuição do uso de reach stackers; - substituição de carretas por terminal tractors; - utilização de combustíveis alternativos na nossa frota própria; - projetos voltados para a redução do consumo de energia e água (instalação de sensores de presença, instalação de reguladores de vazão nas torneiras, instalação de descargas ecológicas, reuso de água nas rampas de lavagem das oficinas); - utilização exclusiva do etanol na frota leve; - apoio externo (pesquisa de consultorias e participação na Plataforma Empresas pelo Clima da FGV); - projeto de Carona Solidária e - campanhas internas de conscientização dos funcionários. Segundo a empresa, durante os 14 de administração do Tecon, a Santos Brasil investiu R$ 1,9 bilhão no terminal, sendo que cerca de R$ 800 milhões foram aplicados em novas tecnologias e equipamentos que, além de reduzir seu custo operacional, trazem impacto positivo na emissão de CO2 na atmosfera. Ainda de acordo com a empresa em parceria com a FGV, a Santos Brasil é a primeira empresa do setor portuário a integrar a Plataforma Empresas Pelo Clima (EPC), enxergando potencial capacidade de melhorar o índice de suas emissões de gases do efeito estufa. O Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 38 mapeamento das emissões de GEE da Santos Brasil começou em 2007 no Tecon, e a partir de 2008 passou a incluir também unidades de logística. O índice adotado na análise são as emissões de CO2 equivalente por TEU movimentado. Segundo o inventário, houve uma redução de 13,63% de 2010 (13,3 kg) em relação a 2009 (15,4 kg). Em 2009, foram emitidas 15.927 toneladas de CO2 equivalente para 1,032 milhão de TEU movimentados. Em 2010, foram emitidas 17.932 toneladas de CO2 equivalente (tabela 7 e gráfico 10) para 1,351 milhão de TEU. Conforme citado por Luiz Felipe Gama, uma das principais medidas para redução das emissões foi o aumento do uso de RTG’s e diminuição do uso das reach stackers (houve uma redução de 46,06% das emissões provenientes das movimentações no pátio de 2010 em relação a 2009, vide tabela 8). Estima-se que o consumo de combustível das stackers é cerca de 4 vezes maior que o dos RTG’s. Todos os futuros projetos da empresa têm como objetivo garantir melhorias em suas emissões de GEE, um exemplo é o projeto de utilização de biodiesel na frota interna de caminhões. Tabela 7 – Principais fontes de emissão de gases do efeito estufa da Santos Brasil 2010 Fonte: Santos Brasil Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 39 Tabela 8 – Variação na emissão de gases do efeito estufa da Santos Brasil 2009/ 2010 Fonte: Santos Brasil Gráfico 10 – Distribuição das emissões de gases do efeito estufa da Santos Brasil 2010 Fonte: Santos Brasil Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 40 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Porto de Santos, o maior da América do Sul, vem crescendo ao longo dos últimos anos, impulsionado pela atuação das empresas privadas que entraram nesse cenário, como, por exemplo, a evolução na movimentação de contêineres no Tecon pela gestão da Santos Brasil. Embora a operação de costado tenha evoluído, é necessário analisar o sistema de uma forma mais ampla. Verificar se o fluxo terá uma boa continuidade e não gerará gargalos, pois o sistema logístico do Brasil é ineficiente em função da matriz de transporte desbalanceada, falta de fiscalização e legislação eficientes, falta de infraestrutura de apoio a multimodalidade e manutenção de vias de transporte, alto índice de utilização do modo rodoviário de transporte aliado à alta idade média dos veículos de autônomos, retratando a atual situação da operação portuária em Santos, que possui muitos caminhões antigos na atividade portuária. A logística verde atende ao nível de serviço dos novos clientes, às exigências da sociedade e a pressão do Governo, estruturando a organização necessária para que os problemas abordados sejam solucionados, cabendo às empresas se organizarem internamente para atender seus clientes e promover o desenvolvimento sustentável, ao Governo incentivar ações em sustentabilidade, investir em multimodalidade e oferecer financiamentos para renovação das frotas, e à sociedade, manter a conscientização e consumir produtos de empresas verdes. Em virtude dos fatos apresentados, podemos concluir que o Porto de Santos está no caminho para promover um modelo de logística verde em função do interesse mútuo do Governo, empresas e sociedade, bem como de clientes e fornecedores, sendo eles nacionais e estrangeiros, pois o Governo já tem estudado o projeto de renovação da frota no Porto de Santos, a Santos Brasil, o maior terminal da América Latina, vem crescendo e batendo recordes na movimentação de contêineres, reduziu as emissões de gases do efeito estufa e ainda tem mais projetos de desenvolvimento sustentável, refletindo diretamente nas operações locais de transporte de contêineres vazios e de distribuição física de bens da zona primária para a secundária, reduzindo a emissão de CO2 na atmosfera e auxiliando na melhoria da qualidade de vida da nossa região. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTAQ. Portos e vias navegáveis. Disponível em: <http://www.antaq.gov.br/PORTAL/pdf/palestras/IISeminarioPortosCamaradosDeputados22 092100.pdf>. Acesso em: 13 out. 2011. BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: Transportes Administração de Materiais Distribuição Física. São Paulo: Atlas, 2011. BLOG DA IVECO. Diesel-Elétrico, o caminhão híbrido da Iveco. Disponível em: <http://www.blogiveco.com.br/2010/09/diesel-eletrico-o-caminhao-hibrido-da-iveco/>. Acesso em: 02 nov. 2011. CETESB. Qualidade das Praias de Santos.Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/Qualidade-da-Praia/santos>. Acesso em: 02 nov. 2011. CETESB. Qualidade do Ar em Santos. Disponível em: <http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/Ar/mapa_qualidade/mapa_qualidade_interior.asp?id=35 0445#resultad>. Acesso em: 02 nov. 2011. CNT CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE. Coppead Centro de Estudos em Logística. Transporte de Cargas no Brasil: Ameaças e Oportunidades para o Desenvolvimento do País. Disponível em: <http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2062408.PDF>. Acesso em: 02 nov. 2011. CODESP. Grupo de Trabalho vai cuidar da Renovação da frota de caminhões. Disponível em: <http://www.portodesantos.com.br/pressRelease.php?idRelease=526>.Acesso em: 22 out. 2011. CODESP. História do Porto de Santos. Disponível em: <http://www.portodesantos.com.br/historia.php>. Acesso em: 13 out. 2011. EPC EMPRESAS PELO CLIMA. Santos Brasil reduz emissões em 14% referente às operações no Tecon Santos. Disponível em: <http://www.empresaspeloclima.com.br/index.php?r=site/conteudo&id=65&idmenu=22>. Acesso em: 02 nov. 2011. FGV ONLINE. Curso Relevância das Questões Ambientais. Disponível em: <http://www5.fgv.br/fgvonline/ocw/OCWAMBEAD/index2.htm>. Acesso em: 01 set. 2011. FIESP. Classificação de Transportes por Modalidade. Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/infra-estrutura/distribuicao.aspx>. Acesso em: 12 nov. 2011. GOVERNO FEDERAL. Constituição Federal de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 22 out. 2011. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 42 GOVERNO FEDERAL. Lei 6.938/81 Política Nacional de Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938compilada.htm>. Acesso em: 17 out. 2011. METROPOLI. Iveco e Coca-Cola inovam com EuroCargo híbrido. Disponível em: <http://metropolionline.com.br/veiculos/iveco-e-coca-cola-inovam-com-eurocargo-hibrido/>. Acesso em: 02 nov. 2011. MOURA, Danieli Veleda. Os princípios gerais do Direito Ambiental. Disponível em: <http://jusvi.com/artigos/41044>. Acesso em: 15 out. 2011. PORTAL G1 GLOBO NATUREZA. Rio+20 deve priorizar criação de metas para uso de energias limpas. Disponível em: <http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/10/rio20-deve- priorizar-criacao-de-metas-para-uso-de-energias-limpas.html>. Acesso em: 02 nov. 2011. PRADO, Gisele Esteves; FIANDRA, Regina Elena. Manual Institucional da Fatec Rubens Lara de Normas para Elaboração de Trabalhos de Conclusão de Curso. 3. ed. Santos: Fatec Rubens Lara, 2010. 93 p. PREFEITURA DE SANTOS. Proposta para renovação da frota de caminhões ganha força. Disponível em: <http://www.santos.sp.gov.br/nsantos/index.php/noticias/proposta- para-renovacao-da-frota-de-caminhoes-ganha-forca>. Acesso em: 02 nov. 2011. SANTOS BRASIL. Monitoramento do Gate. Disponível em: <http://www.santosbrasil.com.br/tecon-santos-sistemas/monitoramentogate.asp>. Acesso em: 15 out. 2011. SANTOS BRASIL. Movimentação Anual em TEUs Tecon Santos. Disponível em: <http://www.santosbrasil.com.br/tecon-santos-sistemas/Throughput.asp>. Acesso em: 13 out. 2011. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 43 ANEXO 1 – SANTOS BRASIL BATE MAIS UM RECORDE DE PRODUTIVIDADE Tecon Santos 02/08/2011 A Santos Brasil fechou o mês de julho com novos recordes de produtividade no Tecon Santos. A Companhia atingiu a produtividade histórica de 74,23 movimentos por hora (MPH), superando a marca de 70,2 MPH registrados em maio. Esse número significa que em média 1,2 contêineres foram movimentados por minuto na operação de cada navio, que atracou no terminal neste período. O índice mantém a Santos Brasil no mesmo patamar de eficiência dos principais operadores europeus. A marca foi batida com a movimentação total de 93.406 contêineres no mês. O Terminal de Exportação de Veículos (TEV), também operado pela Santos Brasil, registrou dois recordes: 19.658 veículos movimentados no mês, superando em cerca de 16% o total movimentado em junho. Na avaliação de Washington Flores, diretor executivo do Tecon Santos, o aumento consecutivo da produtividade no Terminal atesta o comprometimento do time. "Mais uma vez, a equipe mostrou garra e determinação para ultrapassar a meta anual de 70 MPH. Em julho já atingimos 74,23 MPH e estamos certos que vamos seguir neste ritmo até o fim do ano", destaca Flores. A Santos Brasil tem feito investimentos constantes na modernização tecnológica do terminal com novos equipamentos, o que foi fundamental para o aumento de produtividade, uma vez que melhoram o fluxo de contêineres, aumentam a eficiência e a capacidade de armazenagem no pátio. Nos primeiros seis meses do ano, o aporte foi R$ 28,9 milhões para aquisição de guindastes de pátio (RTG - Rubber Tired Gantry crane), equipamentos de transporte de contêineres (Terminal Tractors), sistemas de Tecnologia da Informação, além do investimento constante em treinamento e capacitação da equipe. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 44 ANEXO 2 – SANTOS BRASIL SUBSTITUI COMBUSTÍVEL NA FROTA DE VEÍCULOS LEVES PARA REDUZIR A EMISSÃO CO2 Responsabilidade Socioambiental 26/09/2011 A partir de hoje, o combustível utilizado na frota de veículos leves - 58 automóveis que realizam a locomoção de equipes, inspeção, movimentação de materiais e outros serviços internos no Tecon Santos e nas unidades de logística da companhia (Centro Logístico Industrial Aduaneiro de Santos e do Guarujá, centros de distribuição em São Bernardo e Jaguaré - SP) - será substituído por etanol. Até então, o combustível utilizado era gasolina. Contudo, toda a frota já é bicombustível, o que permitiu a rápida modificação. O objetivo é reduzir a emissão de CO2. A maior vantagem do etanol de cana-de-açúcar é de praticamente zerar as emissões deste tipo de gás. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a substituição diminui em até 73% a emissão do CO2 na atmosfera. A ideia foi sugerida por um funcionário da Santos Brasil, em junho deste ano, durante a semana do Meio Ambiente, quando a empresa promoveu uma campanha interna de conscientização. Desde 2007, a Santos Brasil mapeia as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) no Tecon Santos. Os inventários, que a partir de 2008 também incluíram suas unidade de logística, levam em consideração emissões diretas como consumo de combustível, indiretas por consumo de energia e por outras fontes como consumo de combustíveis em frotas de transporte de funcionários. Um dos principais objetivos do inventário é revisar a matriz energética e buscar fontes mais limpas e renováveis para as operações, a exemplo da frota de veículos leves modificada. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 45 ANEXO 3 – TECNOLOGIA DESENVOLVIDA PELA SANTOS BRASIL AUMENTA PRODUTIVIDADE NO TECON SANTOS Tecon Santos 10/10/2011 Um novo sistema de pesagem de carga nos pórticos RTG, que fazem a movimentação dos contêineres no pátio do Tecon Santos, está contribuindo para que o terminal consiga bater seguidos recordes de produtividade neste ano. Com a solução, a pesagem do contêiner, que antes era feita somente em balanças convencionais, passou a ser realizada também no próprio equipamento que movimenta a carga, reduzindo desta forma uma etapa na operação e o tempo de movimentação. De acordo com Washington Flores, diretor executivo do Tecon Santos, a solução foi desenhada pela Santos Brasil em parceria com fornecedores de sistemas mecânicos e de automação e consiste na implantação de sensores para medição de força ou peso em tração nos cabos dos RTGs. Essas células de carga, certificadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), realizam a pesagem automática com a mesma precisão das balanças convencionais. Os dados são transmitidos, por um sistema de localização (DGPS), para o centro de monitoramento do terminal, que processa a informação em tempo real. Com a implantação do sistema de pesagem também nos RTG´s, o terminal passa a ter 19 balanças para pesagem de contêineres de importação contra as 4 balanças convencionais utilizadas anteriormente. Em agosto, o Tecon Santos atingiu o maior recordede produtividade de toda a sua história: 80,38 Movimentos Por Hora (MPH) por navio em média no mês. Na comparação com os 58,05 MPH, registrados em janeiro deste ano, o crescimento acumulado foi de quase 40%. Além do novo sistema, investimentos realizados em capacitação da equipe e na modernização tecnológica e novos equipamentos também contribuíram para esse desempenho. Durante os 14 anos que administra a concessão pública do Tecon Santos, a Santos Brasil investiu R$ 1,9 bilhão no terminal. Deste montante, cerca de R$ 800 milhões foram aplicados em novas tecnologias e equipamentos como os super guindastes, que movimentam dois contêineres de 40 pés ou quatro de 20 pés simultaneamente; a troca da frota de Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 46 equipamentos de movimentação de pátio para RTG; a substituição de carretas por terminal tractors, equipamentos especiais para transporte de contêineres em terminais, que além de redução de custo operacional trazem impacto positivo na emissão de CO2. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 47 ANEXO 4 – GRUPO DE TRABALHO VAI CUIDAR DA RENOVAÇÃO DA FROTA DE CAMINHÕES A programação tem início às 09 horas, na Prefeitura de Santos, seguida por reunião nas dependências da CODESP, às 10 horas Representantes das entidades que compõem o grupo de trabalho constituído para integrar esforços, objetivando a renovação da frota de caminhões em cidades portuárias estarão amanhã (29/09/11) em Santos, para uma primeira rodada de reuniões e visita às instalações do Porto de Santos. A programação tem início às 09 horas, na Prefeitura de Santos, seguida por reunião nas dependências da CODESP, às 10 horas, onde o grupo será recepcionado pelo diretor de Desenvolvimento Comercial, Carlos Kopittke. Por volta das 11 horas, segue para visita as instalações do porto e às 15 horas realiza reunião de avaliação e planejamento na sede do Conselho de Autoridade Portuária (CAP). O grupo de trabalho é composto por integrantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (coordenação), Secretaria de Portos, BNDES, Associação Brasileira de Municípios Portuários (ABMP), CODESP, Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista (SINDICAM). O grupo foi instituído há 15 dias, por ocasião da ida do prefeito João Paulo Tavares Papa, presidente da ABMP, acompanhado por representantes do SINDICAM/Porto de Santos, ao Ministério do Desenvolvimento para solicitar a viabilização de mecanismos objetivando a renovação da frota da caminhões, em especial nas cidades portuárias. Na oportunidade, foi apresentado o Programa RenovAr, desenvolvido pela CNT e exposto anteriormente no congresso dos municípios portuários, realizado no início do mês. Assessoria de Comunicação Social Companhia Docas do Estado de São Paulo Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 48 ANEXO 5 – PROPOSTA PARA RENOVAÇÃO DA FROTA DE CAMINHÕES GANHA FORÇA 29/09/2011 A proposta de implementação em cidades portuárias de projeto-piloto para a renovação da frota de caminhões está ganhando força. Quinta-feira (29), o grupo técnico que trata do assunto, formado por representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, prefeitura, Confederação Nacional dos Transportes e do Sindicam (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira), obteve apoio da Codesp e de sindicatos e autoridades, durante encontros na prefeitura e em visitas às duas margens do porto de Santos. Defendida pela ABMP (Associação Brasileira de Municípios Portuários) e baseada no projeto RenovAr, da Confederação Nacional de Transportes, e em revindicação do Sindicam, a modernização da frota necessita de apoio do governo federal, conforme salientaram os integrantes do grupo. A criação de linha de crédito especial para aquisição de novos veículos pelos caminhoneiros foi defendida na reunião de abertura dos trabalhos, no salão nobre da prefeitura, com a presença de autoridades federais e municipais, da Codesp, de entidades representativas dos trabalhadores, empresários e outras cidades portuárias. O prefeito João Paulo Tavares Papa, também presidente da ABMP, salientou o caráter social e ambiental da medida, adotada com sucesso em vários países. Também foi destacada a necessidade de tirar de circulação os veículos antigos, inclusive com a destinação das peças à reciclagem. Suporte Liderado pelo secretário de Assuntos Portuários e Marítimos, Sérgio Aquino, o encontro teve a participação de dois técnicos do ministério: Douglas Finardi, coordenador- geral de mercado doméstico, e Celso Teixeira Cordeiro, analista de comércio exterior. Segundo eles, a visita dará suporte a um programa voltado aos carreteiros e aos caminhões movimentam cargas em pequenas distâncias. “Viemos levantar informações sobre a operação Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 49 no porto de Santos para dar base aos estudos que vão viabilizar o melhor modelo para a renovação da frota”, diz Douglas. De acordo com levantamento do Sindicam, há 1.300 caminhões circulando na cidade com mais de 30 anos de uso. Além de emitir poluentes, causam problemas no trânsito e podem provocar acidentes nas áreas urbana e portuária. Modelo Para o prefeito,a solução que se adotar em Santos pode se transformar em modelo para o país nas questões logística, econômica, social e ambiental. “Este é um problema que afeta não só o trabalhador, mas também a qualidade de vida nas cidades portuárias e a própria economia, pois os portos vão continuar crescendo e dependendo mais dos caminhões”. O diretor operacional do Sindicam, Fredy Soares, lembrou que nunca no país houve incentivo para a compra de caminhões. “Os caminhoneiros precisam que essa linha de crédito seja compatível com a renda e com prazo longo para pagamento”. Metalúrgicos A proposta tem o apoio dos Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT estadual. Os metalúrgicos apostam que a ideia vai incrementar a produção de caminhões nas fábricas do ABC, gerando empregos. Tanto que na tarde de quarta-feira (28), o vice-presidente da entidade, Rafael Marques, e o presidente da CUT estadual, Adi dos Santos Lima, visitaram o prefeito para informar a adesão ao projeto. Participaram também da reunião e apoiam a renovação da frota representantes da Secretaria Especial de Portos da Presidência da República, Confederação Nacional do Transporte, Porto de Itajaí, Codesp, Alfândega, Prefeitura de Guarujá, além de caminhoneiros autônomos, que agradeceram a adesão da prefeitura à causa da frota obsoleta. As próximas etapas do grupo de trabalho serão o levantamento de dados estatísticos das cidades portuárias, a cargo de Santos e da ABMP, e reunião com o BNDES (Banco Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 50 Nacional do Desenvolvimento) para discutir a possibilidade de crédito especial para os caminhoneiros. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 51 Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos ANEXO 6 – LEI Nº 6.938 DE 31 DE AGOSTO DE 1981 Regulamento Mensagem de veto (Vide Decreto de 15 de setembro de 2010) Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art 1º - Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art. 235 da Constituição, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental. (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental; VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento) IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 52 X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente; III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos; IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: I - à compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, do Territórios e dos Municípios; III - ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais; IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologia s nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas á sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 53 Art. 5º - As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão formuladas em normas e planos, destinados a orientar a ação dos Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios no que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio ecológico, observados os princípios estabelecidos no art. 2º desta Lei. Parágrafo único. As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas em consonância com as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente. DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Art. 6º Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) IV - órgão executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, com a finalidade de executar e fazer executar, como órgão federal, a política e diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) § 1º Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, elaboração normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA. § 2º O s Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, também poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior. § 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados nesteartigo deverão fornecer os resultados das análises efetuadas e sua fundamentação, quando solicitados por pessoa legitimamente interessada. § 4º De acordo com a legislação em vigor, é o Poder Executivo autorizado a criar uma Fundação de apoio técnico científico às atividades do IBAMA. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Art. 7º (Revogado pela Lei nº 8.028, de 1990) Art. 8º Compete ao CONAMA: (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 54 I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluídoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional. (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) III - (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas de interesse para a proteção ambiental; (VETADO); V - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de fiananciamento em estabelecimentos oficiais de crédito; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes; VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos. Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente do Conama. (Incluído pela Lei nº 8.028, de 1990) DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; II - o zoneamento ambiental; (Regulamento) III - a avaliação de impactos ambientais; IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental; IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 55 X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzí-las, quando inexistentes; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) Art. 9 o -A. Mediante anuência do órgão ambiental competente, o proprietário rural pode instituir servidão ambiental, pela qual voluntariamente renuncia, em caráter permanente ou temporário, total ou parcialmente, a direito de uso, exploração ou supressão de recursos naturais existentes na propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) § 1 o A servidão ambiental não se aplica às áreas de preservação permanente e de reserva legal. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) § 2 o A limitação ao uso ou exploração da vegetação da área sob servidão instituída em relação aos recursos florestais deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a reserva legal. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) § 3 o A servidão ambiental deve ser averbada no registro de imóveis competente.(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) § 4 o Na hipótese de compensação de reserva legal, a servidão deve ser averbada na matrícula de todos os imóveis envolvidos. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) § 5 o É vedada, durante o prazo de vigência da servidão ambiental, a alteração da destinação da área, nos casos de transmissão do imóvel a qualquer título, de desmembramento ou de retificação dos limites da propriedade.(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) Art. 10 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) § 1º Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicados no jornal oficial do Estado, bem como em um periódico regional ou local de grande circulação. § 2º Nos casos e prazos previstos em resolução do CONAMA, o licenciamento de que trata este artigo dependerá de homologação da IBAMA. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) § 3º O órgão estadual do meio ambiente e IBAMA, esta em caráter supletivo, poderão, se necessário e sem prejuízo das penalidades pecuniárias cabíveis, determinar a redução das atividades geradoras de poluição, para manter as emissões gasosas, os efluentes líquidos e os resíduos sólidos dentro das condições e limites estipulados no licenciamento concedido. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) § 4º Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA o licenciamento previsto no caput deste artigo, no caso de atividades e obras com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional ou regional. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) Transporte Sustentável: Logística Verde no Porto de Santos - 56 Art. 11. Compete ao IBAMA propor ao CONAMA normas e padrões para implantação, acompanhamento e fiscalização do licenciamento previsto no artigo anterior, além das que forem oriundas do próprio CONAMA. (Vide Lei nº 7.804, de 1989) § 1º A fiscalização e o controle da aplicação de critérios, normas e padrões
Compartilhar