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Aula 10. A QUESTAO AMBIENTAL

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A EMERGÊNCIA DA QUESTÃO AMBIENTAL
Profa.Veronica Eloi
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HOMEM E MEIO AMBIENTE
Os seres humanos, especialmente por meio de suas atividades econômicas, provocam uma série de mudanças no ambiente onde vivem
Esta interferência foi muito ampliada pela tecnologia, aumentando a pressão sobre os recursos naturais
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A Revolução Industrial introduziu um novo padrão de relação entre o homem e o ambiente
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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Com a máquina a vapor e tecnologias posteriores, passou-se a transformar facilmente os recursos então abundantes na natureza em energia
Houve uma expansão sem precedentes na capacidade de produção e de transporte
O consumo de matérias-primas e de energia, o processamento industrial e a oferta de bens de consumo produziram grande degradação ambiental 
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PRODUÇÃO E MEIO AMBIENTE
A sociedade moderna, a partir da Revolução Industrial, passou a produzir utilizando recursos ambientais de maneira predatória
A força de trabalho, a tecnologia e a gestão foram utilizadas direcionadas para a ampliação dos níveis de produtividade
Os recursos naturais foram utilizados como se fossem inesgotáveis
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ECONOMIA, SOCIEDADE 
E MEIO AMBIENTE
Acreditava-se que os benefícios econômicos compensariam os desequilíbrios causados à sociedade e ao meio ambiente
“Quem quer desenvolvimento deve abrir mão da qualidade ambiental”
Esta visão difundiu-se tanto em países capitalistas quanto socialistas
Entretanto, problemas ambientais e sociais se agravaram ao longo do tempo
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A QUESTÃO DO CONSUMO
Os padrões mundiais de consumo ameaçam exaurir os recursos naturais do planeta
Por outro lado, parte significativa da população mundial está à margem do mercado consumidor
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CONSUMO
O modelo de consumo incentivado na sociedade moderna reduz a vida útil de produtos e multiplica as opções de produtos descartáveis
A propaganda, o marketing e os meios de comunicação vendem a idéia de que o consumo traz felicidade, sucesso e prazer
A
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CONSUMO
Os produtos são adquiridos não apenas por sua utilidade, mas porque simbolizam status e ascensão social
“As pessoas usam dinheiro que não tem para comprar coisas de que não necessitam, para impressionar pessoas que não conhecem” (Oystein Dahle)
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CONSUMO
O modelo de consumo adotado pelos países desenvolvidos foi copiado pelos países periféricos
Se os países periféricos consumissem tanto quanto os países ricos, a degradação ambiental seria insustentável
Somente a partir dos anos 70 emergiu a consciência dos limites e da vulnerabilidade ambiental
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DESEQUILÍBRIO AMBIENTAL
Chegamos ao século XXI sofrendo os impactos do consumo desequilibrado dos recursos naturais do planeta
Destruição da camada de ozônio
Aquecimento global
Perda da biodiversidade com a extinção de espécies
Escassez e poluição de recursos hídricos
Degradação dos solos
Devastação de florestas
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AQUECIMENTO GLOBAL
O aquecimento global ocorre em conseqüência da emissão de gases que causam o efeito estufa (GEE)
O efeito estufa é um fenômeno gerado por gases que absorvem a luz infravermelha térmica que deveria ser direcionada ao espaço
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EFEITO ESTUFA E 
AQUECIMENTO GLOBAL
O efeito estufa é um fenômeno natural necessário à manutenção de temperaturas viáveis na Terra
Sem o efeito estufa, o planeta seria 30ºC mais frio
Porém, o aumento da concentração destes gases desequilibrou as condições de temperatura no planeta
Provocou níveis de aquecimento que ameaçam o equilíbrio do ecossistema terrestre
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AQUECIMENTO GLOBAL
O Aquecimento global é um fenômeno climático de larga extensão, caracterizado pelo aumento da temperatura média global, que vem acontecendo nos últimos 150 anos
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GASES EFEITO ESTUFA
O aumento global da concentração de dióxido de carbono ocorre principalmente devido à combustão gerada no processamento industrial e nas queimadas
O aumento da concentração de gás metano ocorre principalmente devido à atividade pecuária e aos aterros sanitários
O Brasil é o 4º maior emissor de GEE, sendo 75% destas emissões devidas a queimadas
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GASES ESTUFA E AQUECIMENTO GLOBAL
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DIÓXIDO DE CARBONO
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DIÓXIDO DE CARBONO
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METANO
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METANO
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CONCENTRAÇÃO ATMOSFÉRICA 
GLOBAL DE CO2
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CONCENTRAÇÃO GLOBAL DE CO2
A taxa anual de crescimento da concentração de dióxido de carbono foi maior nos últimos dez anos (1995-2005) do que foi desde o começo da medição continua e direta da atmosfera (1960-2005)
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EMISSÃO INDUSTRIAL DE CO2
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EMISSÃO DE ÓXIDO NITROSO
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CONTRIBUEM PARA O EFEITO ESTUFA
Queima de carvão, madeira e petróleo pela indústria e sistema de transporte
Destruição de florestas e uso predatório do solo
Uso de aerossóis, aparelhos de ar condicionado e refrigeradores
Criação de gado e cultivo de arroz
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MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS
Medidas pelo IPCC (Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas)
Estabelecido pela Organização Metereológica Mundial (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) da ONU em 1988
Formado por 2000 cientistas de todo o mundo
Fornece subsídios científicos para negociações internacionais
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MUDANÇAS CLIMÁTICAS (IPCC)
Mudanças climáticas globais estão em curso e são fruto da influência das atividades humanas no ambiente
O aquecimento do sistema climático não é um equívoco, sendo agora evidente por observações científicas
Aumento global das temperaturas dos oceanos, derretimento de gelo e neve em larga escala, e aumento global do nível dos oceanos
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EVIDÊNCIAS DA MUDANÇA CLIMÁTICA
		
 Geleira de Upsala (Patagônia) – 1928/2004
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EVIDÊNCIAS DA MUDANÇA CLIMÁTICA
 Geleira do Reno (Suíça)- 1859-2001
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MUDANÇAS CLIMÁTICAS (IPCC)
Onze dos últimos doze anos (1995-2006) estão entre os doze anos mais quentes desde o começo dos registros da temperatura da superfície global (1850)
Mesmo se a concentração de todos os gases estufas e aerossol fossem mantidos constantes no nível do ano de 2000, um aquecimento além de 0.1°C por década seria esperado
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MUDANÇAS CLIMÁTICAS (IPCC)
Várias mudanças climáticas têm sido observadas em continentes, regiões e oceanos
Mudanças na temperatura e no gelo do Ártico, mudanças na quantidade de precipitação em todo lugar, mudança na salinidade dos oceanos, mudança dos padrões de vento 
E também aspectos de clima extremo como as secas, a precipitação forte, as ondas de calor, inundações e a intensidade de ciclones tropicais
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MUDANÇAS CLIMÁTICAS (IPCC)
Estudos publicados no início de 2009 afirmam que estimativas sobre a elevação dos níveis dos mares feitas em 2007 estão defasadas
A elevação até 2100 não será de 59cm, mas de 1m, por conta do impacto do derretimento das calotas polares
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EFEITOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Elevação dos níveis dos mares
Inundações de zonas costeiras e ilhas
Evaporação mais intensa de recursos hídricos
Doenças propagadas pela alteração de temperatura, como a malária
Mudança no regime de chuvas afetando o solo e todo o ecossistema
Ameaça à biodiversidade, com extinção de espécies
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GESTÃO E MEIO AMBIENTE
Os problemas ambientais forçaram a sociedade a lidar com novas questões
Como devem ser consumidos os recursos naturais?
O que fazer com os subprodutos dos processos industriais?
Como criar políticas e mecanismos para gerir os problemas ambientais?
Qual o papel das empresas neste processo?
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ARTICULAÇÃO GLOBAL
Nenhum ator ou país isolado tem a capacidade de solucionar estes problemas
A atmosfera e outros recursos são considerados Recursos Comuns Globais
É necessária a articulação entre governos, empresas e organizações da sociedade civil
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ARTICULAÇÃO GLOBAL
Uma das maneiras de tratar estas questões é por meio de tratados e acordos internacionais
Entre países ou nas Organizações Internacionais, como a ONU
Tais fóruns de negociação tendem a incluir Estados, empresas, ONGs e outros atores não-governamentais
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ACORDOS INTERNACIONAIS
Acordos internacionais no âmbito da ONU são do tipo convenção ou protocolo
Convenção é um tratado abrangente que atesta a existência dos problemas e a necessidade de se tomar atitudes em relação a eles
Protocolos estabelecem de modo mais detalhado as ações e responsabilidades de cada parte em relação ao problema atestado
Cada Estado decide que compromissos assinar
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QUESTÃO AMBIENTAL (HISTÓRICO)
Livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, em 1962, alertava para o desaparecimento dos pássaros com a destruição de seus habitat naturais
Movimentos ambientalistas começam a se organizar e se transformam em movimentos globais
Os ambientalistas radicalizavam e pediam o fechamento das fábricas e a redução das atividades econômicas
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QUESTÃO AMBIENTAL (HISTÓRICO)
O Clube de Roma, organização civil internacional que reúne especialistas respeitados, publica um relatório em 1972 com dados estarrecedores
A acelerada industrialização e o crescimento demográfico levariam ao esgotamento dos recursos não renováveis em algumas décadas
A Terra poderia entrar em colapso, botando em risco a vida dos animais no planeta, incluindo o homem, se nada fosse feito
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CLUBE DE ROMA
O clube de Roma foi formado por cientistas, industriais e lideranças políticas
O relatório ficou conhecido como Relatório Meadows ou Os Limites do Crescimento
“Se as atuais tendências de crescimento da população mundial industrialização, poluição, produção de alimentos e diminuição de recursos naturais continuarem imutáveis, os limites de crescimento neste planeta serão alcançados dentro dos próximos cem anos”
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DEBATE AMBIENTAL
Houve grande debate neste momento
O economista vencedor do Prêmio Nobel, Solow, criticou com veemência os prognósticos catastróficos do Clube de Roma 
Intelectuais dos países subdesenvolvidos manifestaram-se de forma crítica, levantando a tese de que os países ricos queriam conter o crescimento dos países pobres com a retórica ecologista
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CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO
A ONU organiza sua primeira conferência para debater problemas ambientais em Estocolmo, na Suécia, em 1972
O crescimento econômico era visto como grande vilão
A solução dos problemas sugeria diminuir o ritmo do crescimento
Terminada a conferência, muitos países começaram a criar estruturas organizacionais e legais para gerir os problemas ambientais, como leis e Ministérios do Meio Ambiente
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MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO
Durante a década de 70, especialistas começaram a questionar as conclusões da Conferência de Estocolmo
Muitos, como Indira Gandhi, defendiam que o desenvolvimento econômico poderia ajudar a resolver questões ambientais e sociais
Fortalecimento da idéia de que desenvolvimento econômico e equilíbrio ambiental são compatíveis
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NOSSO FUTURO COMUM
Em 1987, a ONU cria uma comissão de especialistas para analisar os problemas ambientais
A Comissão Brundtland foi formada por mais de 40 especialistas de vários países, publicando em 1987 o relatório “Nosso Futuro Comum”
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NOSSO FUTURO COMUM
O relatório apresentava visões diferentes daquelas de Estocolmo-72:
Crescimento econômico e proteção ambiental não são incompatíveis (ecoeficiência)
A pobreza e as questões sociais devem ser incorporadas ao debate ambiental
Alguns problemas ambientais são frutos da falta de desenvolvimento econômico e não do excesso
Em nossas ações presentes, devemos levar em conta as gerações futuras
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NOSSO FUTURO COMUM
O relatório popularizou o conceito de DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Desenvolvimento que atende às necessidades das gerações presentes sem comprometer a possibilidade de gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades
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RIO-92
A ONU organiza sua segunda conferência global, a Rio-92
Gerou vários documentos importantes: o Protocolo de florestas, a Carta da Terra e a Agenda 21
A Agenda 21 cria planos de ação para implementar o desenvolvimento sustentável
Nesta conferência foi firmada a Convenção do Clima (Convenção Quadro das Nações Unidas sobre mudanças climáticas globais)
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RIO+10
Em 2002, líderes mundiais e organizações da sociedade civil reuniram-se na África do Sul para avaliar a Rio-92
Afirma-se a questão da pobreza como problema global fundamental
Outros temas incorporados ao debate: degradação dos recursos hídricos, a questão dos oceanos, os poluentes orgânicos persistentes (POP)
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NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS
Com os dados alarmantes sobre clima e a pressão crescente de movimentos ambientalistas, evoluem as negociações internacionais
Busca de soluções para o problema das mudanças climáticas
Foi criado um fórum decisório, o COPs (Conferência das Partes)
Na terceira COPs foi proposto o Protocolo de Kyoto (1997)
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PROTOCOLO DE KYOTO
O Protocolo de Kyoto foi criado em 1997 e entrou em vigor em 2005
Estabelece o compromisso de reduzir em 5,2% a emissão de gases estufa entre 2008 e 2012 (comparado ao ano de 1990)
Um dos principais emissores de GEE do mundo não ratificou o protocolo (EUA)
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PROTOCOLO DE KYOTO
O Protocolo de Kyoto estabeleceu o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)
Mecanismo para financiamento de projetos de redução de emissão de gases estufa nos países em desenvolvimento
Países que não conseguem reduções domésticas podem adquirir Certificados de Redução de Emissão para cumprir suas metas
Projetos: substituição de fontes de energia, captura de metano em aterros sanitários,
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MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO (MDL)
Sugerido pelo Brasil nas discussões de Kyoto
Permite que países desenvolvidos comprem certificados de emissão de poluentes dos países em desenvolvimento
Flexibiliza as metas de redução de países ricos
Incentiva economicamente os países pobres que não têm recursos para reduzir suas emissões
Incentiva a adoção de tecnologias limpas
O processo passa por várias checagens e registros por organizações internacionais, nacionais e independentes
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CONVENÇÃO DO CLIMA
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima - CQNUMC é um tratado internacional 
Resultado da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), informalmente conhecida como ECO-92, realizada no Rio de Janeiro
Este tratado foi firmado por quase todos os países do mundo e tem como objetivo a estabilização da concentração de gases do efeito estufa (GEE) na atmosfera 
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ACORDOS INTERNACIONAIS
Os acordos internacionais colocam diferenças nas responsabilidades entre os países
Em função de questões históricas e dos níveis de emissão de GEE, alguns países são mais responsabilizados do que outros
Países desenvolvidos industrializaram-se antes e contribuem mais para o efeito estufa (países do Anexo 1) têm como meta de redução da emissão de GEE 5% do que emitiam em 1990
Países não Anexo 1 (em desenvolvimento) não têm metas de redução
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ACORDOS INTERNACIONAIS - LIMITES
Dificuldades na implementação
Limitação de recursos por parte de países em desenvolvimento
Questão da soberania e do poder dos Governos
Disparidades econômicas e sociais entre os países
Capacidade de fiscalização e de punição limitadas
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LIMITES DOS ACORDOS INTERNACIONAIS
Matéria do Jornal O Globo em Março de 2008:
A União recebeu, desde 1998, apenas 10% das multas ambientais emitidas 
A Indústria de papel Cataguazes, que em 2003 deixou vazar resíduos tóxicos nos rios Pomba e Paraíba do Sul, foi multada em R$ 50 milhões, multa ainda não paga
As causas apontadas para estas falhas são: erros técnicos e administrativos nos processos, burocracia e corrupção institucional
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OUTRAS VISÕES
Por outro lado, existem os que questionam o surgimento da questão ambiental
O diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará acredita que "A questão ambiental foi construída para atender aos interesses e às pressão estrangeira" 
O objetivo é destruir o desenvolvimento dos países emergentes, como o Brasil 
Critica severamente a reserva legal da Amazônia
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OUTRAS VISÕES
A obrigação de reposição da floresta nativa acarreta diminuição da produção de alimentos
Prejuízo para quem produz
Prejuízo para o governo, que deixa de arrecadar
Prejuízo para a exportação 
Prejuízo para o consumidor, pois as perdas são embutidas no preço final do produto
Questiona-se também o prejuízo da soberania do Estado brasileiro na gestão da Amazônia
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