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RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

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Responsabilidade Civil
da Administração
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Algumas considerações preliminares
Da Responsabilidade do Estado
Trata-se de dano resultante de comportamentos dos três poderes
A responsabilidade é do ESTADO (pessoa jurídica)
Três tipos de funções
Administrativa
Jurisdicional
Legislativa
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Conceito
“É a que impõe à Fazenda Pública a obrigação de compor o dano causado a terceiros por agentes públicos, no desempenho de suas atribuições ou a pretexto de exercê-las”
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Evolução Doutrinária
1. Teoria da irresponsabilidade estatal
(até 1873)
2. Teoria da responsabilidade subjetiva
(de 1874 até 1946)
3. Teoria da responsabilidade objetiva
(de 1947 até os dias atuais)
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1. Teoria feudal (até 1873)
Conhecida também como teoria da irresponsabilidade estatal (era própria dos Estados Absolutistas e do Despotismo)
“Le roi ne peut mal fair” (o rei não erra)
“Quod principi placuit habet legis vigorem” (aquilo que agrada ao príncipe tem força de lei)
Lei francesa, em 17.02.1800=> disciplinou o ressarcimento de danos advindos de obras públicas
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2. Teoria da responsabilidade subjetiva
 (1874 até 1946)
Principal causa da superação da teoria da irresponsabilidade:
Tribunal de Conflitos na França, conhecida como Agnes BLANCO (decisão em 08.02.1873)
Menina Agnès Blanco: ela brincava nas ruas da cidade de Bordeaux, foi atingida por um vagão da Cia. Nacional de Manufatura de Fumo
O pai entrou com ação de indenização fundada na ideia de que o Estado é civilmente responsável pelos prejuízos causados a terceiros na prestação de serviços públicos (1ª condenação do Estado)
 
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(continuação ...)
Conhecida como teoria da responsabilidade com culpa, teoria intermediária, teoria mista ou teoria civilista
Foi a primeira tentativa de explicação a respeito do dever estatal de indenizar particulares por prejuízos decorrentes da prestação de serviços públicos
Apoiada no direito civil em que o fundamento da responsabilidade é a noção de CULPA
A vítima deveria comprovar: ato, dano, nexo causal e culpa ou dolo
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3. Teoria da responsabilidade objetiva 
(1947 até hoje)
Conhecida como teoria da responsabilidade sem culpa ou teoria publicista
Afasta a necessidade de comprovação de culpa ou dolo do agente público
Fundamenta o dever de indenizar na noção de RISCO
Quem presta um serviço público assume o risco dos prejuízos que eventualmente causar (independentemente da existência de culpa ou dolo)
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(continuação ...)
A Constituição Federal de 1947: deslocou para a ação regressiva (Art. 194, CF/47)
Art. 194. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis pelos danos que os seus funcionários, nessa qualidade, causem a terceiros.
Parágrafo Único. Caber-lhes-á ação regressiva contra os funcionários causadores do dano, quando tiver havido culpa destes
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(continuação ...)
Pela teoria objetiva o pagamento da indenização é efetuado somente após a comprovação pela vítima de três requisitos: ato, dano e nexo causal
A CF/88 adotou a teoria objetiva do risco administrativo (Art. 37, § 6º)
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Linha do Tempo: 
responsabilidade do Estado
Irresponsabilidade do Estado:
1800 (França) – Lei francesa de indenização decorrente de obra pública
1824 (Brasil) – Sem previsão de responsabilidade estatal
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Linha do Tempo (continuação)
Responsabilidade subjetiva
1873 (França) – Aresto BLANCO: reconhecimento da responsabilidade estatal
1891 (Brasil) – Sem previsão de responsabilidade estatal
1916 (Brasil) – CC adota teoria subjetiva (Art. 15)
1934/1937 (Brasil) – previa responsabilidade subjetiva
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Linha do Tempo (continuação)
Responsabilidade objetiva
1947 (Brasil) – CF criou a responsabilidade objetiva
1967/69 (Brasil) – CFs mantiveram
1988 (Brasil) – CF estende para prestadores de serviço público
2002 (Brasil) – CCB reconhece teoria objetiva (Art. 43)
2005 (Brasil) – STF : concessionários respondem subjetivamente perante terceiros
2006 (Brasil) – STF: agente público só responde em ação regressiva
2009 (Brasil) – STF: concessionários respondem objetivamente perante usuários e terceiros
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Da reparação do dano
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Da Ação de indenização
Para obter a indenização basta que o lesado acione a Fazenda Pública (fato + dano)
Comprovados esses dois elementos surge a obrigação de indenizar
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A Indenização por dano deve abranger 
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A indenização por lesão pessoal e morte da vítima abrange
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(*) Prestação alimentícia às pessoas a quem o falecido a devia, levada em conta a duração provável de sua vida (CC, Arts. 948 e ss.)
O STJ tem fixado em 65 anos a vida provável da vítima e em 24 anos, quando se trata de filho
O CPC pode ser fixada tomando por base o salário mínimo (admite-se correção monetária - STF)
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Da Ação Regressiva
Está instituída pelo Art. 37, § 6º da CF/88. Poderá ser:
=> contra as entidades públicas e contra
=> particulares prestadoras de serviços públicos
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Requisitos:
1º) que a Administração Pública já tenha sido condenada a indenizar a vítima do dano sofrido
(a responsabilidade independe de culpa – é objetiva)
2º) que se comprove a culpa do servidor público no evento danoso
(a responsabilidade depende da culpa – é subjetiva)
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A Ação regressiva
Transmite aos herdeiros e sucessores do servidor culpado (Lei 8.112/90 – Art. 122, § 3º)
O ato lesivo do agente pode revestir ao mesmo tempo aspecto civil, administrativo e criminal
 (Exemplo: atropelamento ocasionado por veículo da Administração)
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Ação civil
Direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa, civil e penal nos casos de abuso de autoridade (Lei 4.898, de 9.12.65).
Trata-se de um sistema especial de responsabilização dos servidores (faculta-se à vítima promover a ação civil antes mesmo da condenação da Fazenda Pública pelo dano causado por seu agente (Art. 9º).
Não se trata de ação regressiva, mas de ação direta do ofendido contra a autoridade que o lesou, por abuso de poder.
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Da Legislação
CF/88 – Art. 37, § 6º
Lei 4.898/65 (Direito de representação)
Lei 8.112/90 (Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União)
Lei 8.987/95 – Art. 2º, III (Concessão do serviço público)
CC/2002 – Art. 206, § 3º, V (Prazo prescricional: 3 anos)
CPC/73 – Art. 70, III (Denunciação à lide)
STJ – prazo prescricional: 3 anos
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Danos causados por Agente Público fora do exercício da função
Só é possível responsabilizar o Estado por danos causados pelo agente público quando forem causados durante o exercício da função pública.
Estando o agente público no momento em que realizou a ação ensejadora do prejuízo, fora do exercício da função pública, seu comportamento não é imputável ao Estado e a responsabilidade será exclusiva e subjetiva do agente
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Responsabilidade por atos legislativos e judiciais
A Fazenda Pública só responde mediante a comprovação de culpa manifesta na sua expedição
Só se refere aos agentes administrativos (servidores) e não aos agentes políticos (parlamentares)
O ato judicial (sentença ou decisão) enseja responsabilidade civil da Fazenda Pública (Art. 5º, LXXV, da CF/88)
O Juiz (individual) é civilmente responsável por dolo, fraude, recusa, omissão ou retardamento injustificado de providências de seu ofício (CP, Art. 133)
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Algumas questões
1. O Estado poderá ser condenado a indenizar a mãe de um preso assassinado dentro da própria cela por ouro detento?
Sim, ante a responsabilidade objetiva do Estado
Não, porque o dano não foi causado por agente estatal
Sim, desde que provada culpa dos agentes penitenciários na fiscalização dos detentos
Não, porque não há vínculo causal entre o evento danoso e o comportamento estatal
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Outra questão
2. A responsabilidade civil do concessionário de serviço público é
Objetiva
Subsidiária ao poder concedente
Subjetiva
Solidária com o poder concedente
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Para terminar
3. Sobre a responsabilidade civil da Administração, assinale a alternativa falsa:
Tratando-se de dano causado a terceiro, o servidor responderá mediante denunciação da lide
a obrigação do servidor em reparar o dano estende-se aos sucessores, até o limite do valor da herança
A responsabilidade objetiva pode abranger ações de agentes de empresas privadas, desde que concessionárias de serviço público
É possível a responsabilidade do Estado por ato jurisdicional
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Obrigado pela atenção.
Até a próxima aula.
Ótimo final de semana.
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