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CAPÍTULO IV DO AGRAVO INTERNO Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. § 1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada. § 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta. § 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno. § 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa. § 5o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final. 1) O agravo interno é recurso interposto em face de decisão monocrática de Relator em recursos no âmbito dos próprios Tribunais. É o também chamado "agravo regimental", previsto nos regimentos internos dos tribunais estaduais, do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal. 2) O agravo interno é na verdade o mesmo que o agravo regimental, tendo vindo ao ordenamento jurídico através da Lei 8038/90 em seu art. 38, sendo posteriormente reiterado nas Leis 8950/94 e 9756/98. 3) O agravo interno na sua atual forma é o meio pelo qual a lei assegura a parte prejudicada por decisão monocrática, que sua pretensão será analisada pelo colegiado competente, não afrontando assim a Constituição. EXMO. SR. DESEMBARGADOR DA ___ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. AGRAVANTE: __________________ AGRAVADO: __________________ AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº _________ ORIGEM: ______________________________ COLENDA CÂMARA PLECLAROS MAGISTRADOS O agravante impetrou agravo de instrumento perante esse Tribunal de Justiça, sob o nº ____, tendo sido indeferido o presente recurso, por entender o Relator que o agravante não havia juntado, na origem, cópia do agravo de instrumento. Conforme decisão do STJ: “A providência do artigo 526 do CPC foi prevista no interesse do agravante, para que possa implementá-la nas hipóteses em que lhe pareça possível obter um juízo de retratação; não sendo esse o caso, está dispensado de comunicar ao Juiz da causa a interposição do recurso. Recurso especial não conhecido”. (REsp nº 162.261-0 - RS. Rel. Min. ARI PARGENDLER. Segunda Turma. Unânime. Julgado em 31/3/98). Também essa é a posição de Nelson Nery Júnior: “Embora o texto da norma sugira imperatividade (“requererá”), é faculdade do agravante requerer a juntada, perante o juízo a quo, dos documentos de que fala o texto legal. Como é ônus e não obrigação, caso não providencie a juntada, o agravante terá contra si o fato de que o juízo recorrido não poderá retratar-se, modificando a decisão agravada. Não pode ser apenado pelo não conhecimento do recurso, quando não requerer a juntada dos documentos mencionados no texto comentado. Além de esse requerimento ser faculdade, a lei não prevê expressamente essa pena, de sorte que não é lícito ao intérprete criá-la”. E conclui o tratadista: “É ilegal, contra o sistema do Código, não conhecer-se do agravo, porque não houve a comunicação de que trata a norma comentada” (Código de Processo Civil Comentado, Ed. RT, 3ª edição, p. 770). Assim, no caso em questão é perfeitamente cabível o agravo interno, como se verifica no art. 28 da lei 8038/901 que teve sua redação alterada pela lei 8950/94, que prevê o cabimento do agravo interno contra decisão que nega seguimento ao agravo de instrumento. Aliás, no mesmo diapasão, já se pronunciou o egrégio Tribunal de Justiça do RS: AGRAVO INTERNO. NEGATIVA DE SEGUIMENTO A AGRAVO DE INSTRUMENTO. O Recurso previsto no art. 557, § 1º do CPC serve para atacar a decisão do Relator que nega seguimento ao Recurso, não cabendo contra decisão da Câmara. Agravo interno não conhecido. (Agravo nº 70001223098, 14ª Câmara Cível do TJRS, Porto Alegre, Rel. Des. Sejalmo Sebastião de Paula Nery. j. 29.06.2000). Face ao exposto, requer-se a essa Colenda Câmara seja o recurso recebido, dando continuidade ao processamento do Agravo de Instrumento, (...)
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