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DIREITO PREVIDENCIÁRIO 2

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CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS 
PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA 
Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 1
Aula 01 
Prof. Gabriel Pereira 
I – Introdução 
Olá, pessoal! 
Essa é a Aula 1 do nosso curso de Direito Previdenciário (Conhecimentos 
Específicos) para o cargo de Técnico do INSS. Na aula anterior, estudamos o 
tópico 3 do edital (segurados). Nesta Aula 1, retomamos do início, estudando 
os tópicos 1 e 2 do conteúdo programático. Esta é uma aula muito importante, 
pois certamente os conteúdos que estudaremos hoje serão cobrados em 
algumas (várias) questões. 
Fiz alguns ajustes na parte de exercícios do nosso curso, para melhorar 
sua preparação na resolução de questões. Primeiramente, o número de 
exercícios foi expandido, passando de dez para vinte questões a cada aula. 
Para isso, será necessário usar questões de outras bancas e mesmo de outro 
estilo (CESPE), o que não compromete a eficácia do aprendizado, pois resolver 
questões é muito importante. Depois, as questões passam a ser comentadas, 
para que você possa não só conferir o gabarito mas também saber as razões 
da resposta certa, ganhando mais confiança na construção do aprendizado. 
Espero que todos tenham tido um bom natal. Nesse período de festas, é 
mais difícil manter a rotina de estudos, pois sempre surgem outros 
compromissos e diversas distrações. Contudo, faltando apenas um mês e meio 
para a prova, seu comprometimento com sua aprovação deve ser maior que as 
tentações. Portanto, reserve um momento para celebrar o ano novo e estar 
com as pessoas queridas, mas recomece a próxima semana com força total 
nos estudos. Que a virada do ano seja a largada para um 2012 de muitas 
felicidades e realizações! 
Um abraço e bons estudos! 
CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS 
PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA 
Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 2
AULA 01
Conteúdo: 1) Seguridade Social. 1.1) Origem e evolução legislativa no Brasil. 
1.2) Conceituação. 1.3) Organização e princípios constitucionais. 2) Legislação 
Previdenciária. 2.1) Conteúdo, fontes, autonomia. 2.3) Aplicação das normas 
previdenciárias. 2.3.1) Vigência, hierarquia, interpretação e integração. 
1) SEGURIDADE SOCIAL 
1.1) Origem e evolução legislativa no Brasil 
Origem 
A ação do Estado com vistas a proteger os indivíduos que enfrentam 
riscos sociais, suprindo as necessidades básicas destes, é uma evolução 
recente ligada ao conceito do Estado de bem-estar social. Antes do 
desenvolvimento da noção de justiça social, o amparo aos necessitados 
dependia das ações de caridade, muitas vezes incentivadas pela Igreja. Não 
existia a concepção da responsabilidade do Estado nessas situações e muitas 
vezes os próprios indivíduos desafortunados eram considerados culpados por 
sua situação de pobreza ou miséria, com fundamentação em convicções 
religiosas. 
A Lei dos Pobres da Inglaterra, de 1601, marca o início da ação mais 
concreta do Estado no sentido de proteger os indivíduos que não estão em 
condições de prover a própria subsistência. No entanto, nessa época a atuação 
estatal ainda está atrelada à ideia de caridade e não pode ser entendida como 
uma ação estruturada de assistência social, que só seria desenvolvida séculos 
depois. Nesse sentido, Wagner Balera e Cristiane Mussi qualificam a caridade 
(ou assistencialismo) como a primeira manifestação pré-jurídica do fenômeno 
securitário. 
CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS 
PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA 
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Além da assistência espontânea, surgiram na sociedade os primeiros 
grupos de mútuo, por iniciativa privada e sem intervenção estatal. Os grupos 
mutualistas são caracterizados pela reunião de um conjunto de pessoas com 
interesse comum visando à cotização de determinado valor para a proteção de 
todos, em caso de algum infortúnio. É possível entendermos esses grupos de 
mútuo como o início dos sistemas privados de previdência que existem hoje. O 
mutualismo, criado pelos próprios trabalhadores que se agrupavam nas 
sociedades de socorros mútuos, seria a segunda manifestação pré-jurídica do 
fenômeno securitário. 
Com o tempo, percebe-se a assunção, por parte do Estado, da 
responsabilidade pela assistência aos desprovidos de renda até a criação de 
um sistema estatal de seguro coletivo e compulsório mais tarde. O surgimento 
da proteção social foi fortemente propiciado pela sociedade industrial, na qual 
a classe trabalhadora era dizimada pelos acidentes do trabalho, a 
vulnerabilidade da mão de obra infantil e outros desdobramentos nefastos das 
condições precárias de trabalho. Daí a importância da participação estatal 
propiciando uma minimização desses efeitos e das desigualdades sociais. 
A evolução dos conceitos sociais-democratas mais intervencionistas, 
buscando a redução das desigualdades e o atendimento de outras demandas 
da sociedade, em especial na área social, foi responsável pela criação do 
Estado do Bem-Estar Social, que visa justamente a atender outras demandas 
da sociedade, como a previdência social. 
Um marco no surgimento da Seguridade Social no mundo foi a Lei do 
Seguro Doença, na Prússia de Bismarck, em 1883, que adotou a técnica do 
contrato de seguro, à semelhança do seguro privado, mas sob a 
responsabilidade do Estado, sendo obrigatório aos trabalhadores. Assim, o 
Estado responde pela proteção dos trabalhadores quando vitimados pelos 
riscos sociais, transportando a noção de seguro privado para o direito público, 
conformando o seguro social. 
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O Brasil tem seguido essa mesma lógica e a Constituição Federal de 
1988 previu a concretização de um Estado do Bem-Estar Social em nosso País. 
Assim, atualmente no Brasil a seguridade social é entendida como o conjunto 
de ações do Estado, no sentido de atender às necessidades básicas da 
sociedade nas áreas de Previdência Social, Assistência Social e Saúde. 
Evolução legislativa no Brasil 
A evolução da proteção social no Brasil seguiu a mesma lógica do 
contexto internacional: origem privada e voluntária, formação dos primeiros 
grupos mutualistas e a intervenção cada vez maior do Estado. Os exemplos 
mais antigos da proteção social brasileira são as “santas casas” no segmento 
assistencial, desde o século XVI, e o montepio para a guarda pessoal de D. 
João VI (1808). Ainda nessa época foram criados o Plano de Benefícios dos 
Órfãos e Viúvas dos Oficiais da Marinha (1795) e o Montepio Geral dos 
Servidores do Estado – MONGERAL (1835). 
A Constituição de 1891 foi a primeira a conter a expressão 
“aposentadoria”, a qual era concedida somente a funcionários públicos, em 
caso de invalidez a serviço da Nação (e sem contribuição). Este dispositivo é 
emblemático, pois ajuda a entender o tratamento diferenciado dado à 
previdência social dos servidores e militares, que até hoje pode ser observado 
através dos RPPS. 
O Decreto-legislativo n° 3.724/19 criou o seguro de acidentes de 
trabalho, no qual cabia ao empregador custear indenização para seus 
empregados em caso de acidentes. Contudo, nesse momento o seguro ainda 
era precário, pois não assegurava o pagamento de benefícios mensais, mas tão 
somente um valor único de indenização, que variava de acordo com a 
gravidade do resultado do acidente. 
Ainda sob a vigência da Constituição de 1891, foi editado o Decreto-
legislativo n° 4.682, de 24/01/1923, batizado de Lei Eloy Chaves. Essa Lei, 
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que ficou conhecida como o marco inicial da previdência brasileira, determinou 
a criação das caixas de aposentadoria e pensões para os ferroviários, em nível 
nacional. A Lei Eloy Chaves previa a aposentadoria por invalidez e a ordinária, 
além de pensão para os dependentes e indenizações em caso de acidentes do 
trabalho. Contudo, assim como no seguro de acidentes, a responsabilidade 
pela manutenção e administração do sistema era dos empregadores. A 
intervenção estatal na previdência social somente tomou lugar com o advento 
dos institutos de aposentadorias e pensões. 
Naturalmente, após a criação de Eloy Chaves, outras categorias de 
trabalhadores buscaram a mesma proteção, provocando uma rápida expansão 
dessa técnica protetiva pelo país. Nesse sentido, a Lei Eloy Chaves ganhou 
tamanha importância na história da previdência social do país que o dia 24 de 
janeiro, data de sua criação, foi escolhido para comemorar o dia da Previdência 
Social. 
Com o início do governo de Getúlio Vargas, após a Revolução de 1930, 
houve uma ampla reformulação dos regimes previdenciário e trabalhista. 
Nesse contexto, vale destacar a criação do Ministério do Trabalho. Nesse 
período, teve início uma mudança radical no sistema previdenciário, que 
deixou de ser organizado por empresa e passou a ser aglutinado por categoria 
profissional, nos Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAP). 
O primeiro IAP foi o dos marítimos (IAPM), criado pelo Decreto n° 
22.872/1933. O IAPM tinha personalidade jurídica própria e era subordinado 
ao Ministério do Trabalho. A unificação das caixas em institutos ampliou a 
intervenção estatal na área, pois o controle público ficou finalmente 
consolidado, já que os IAPs tinham natureza autárquica e eram subordinados 
diretamente ao Ministério do Trabalho. 
A organização previdenciária em categorias profissionais resolvia alguns 
problemas existentes, como o pequeno número de segurados em algumas 
caixas e os percalços enfrentados por aqueles trabalhadores que 
eventualmente mudavam de empresa e, por consequência, de caixa. Além do 
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IAPM, vários outros institutos foram criados, sendo alguns extintos ou fundidos 
a outros com o tempo. Á época da unificação dos institutos, em 1966, existiam 
seis institutos. 
A Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer a forma tríplice da 
fonte de custeio previdenciária, com contribuições do Estado, empregador e 
empregado. Já a Constituição de 1937 não trouxe novidades nessa área. A 
Constituição de 1946 foi a primeira a utilizar a expressão “previdência social”, 
substituindo a expressão “seguro social”. Sob sua égide, a Lei n° 3.807/1960 
unificou toda a legislação securitária, preparando o terreno para a unificação 
dos institutos, e ficou conhecida como a Lei Orgânica da Previdência Social 
(LOPS). 
A manutenção de diversos institutos gerava gastos elevados e não era 
razoável manter variadas instituições estatais exercendo a mesma função. 
Também havia eventuais problemas com trabalhadores que mudavam de 
categoria, exercendo nova atividade. Assim, os IAPs foram unificados em 
1966, com o Decreto-lei n° 72/1966. O intervalo de seis anos desde a edição 
da LOPS pode ser parcialmente entendido pela resistência à unificação advinda 
das entidades envolvidas, pois havia o medo da perda de direitos e do 
enfraquecimento da proteção. 
O Decreto-lei n° 66/1966 modificou a LOPS com alguns pequenos 
ajustes, dando o preparativo final à unificação dos institutos. Em seguida, o 
Decreto-lei n° 72/1966 criou o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), 
autarquia federal que gozava de todos os privilégios e imunidades da União. 
Antes disso, ainda na CF/46, foi incluído parágrafo proibindo a prestação 
de benefício sem a correspondente fonte de custeio, em 1965. A Constituição 
de 1967 foi a primeira a prever o seguro-desemprego, sem maiores alterações 
no restante da matéria. A reforma de 1969 também não trouxe alterações. A 
Lei n° 5.316/67 estatizou o seguro de acidentes de trabalho (SAT) e o integrou 
à previdência social, desaparecendo, assim, este seguro como um ramo à 
parte. 
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A proteção social na área rural começou com a instituição do Fundo de 
Assistência e Previdência do Trabalhador Rural (FUNRURAL), criado pela Lei n° 
4.214/1963. O Decreto-lei n° 564/1969 instituiu o Plano Básico da área rural e 
o Decreto-lei n° 704/1969 ampliou tal plano, que passou a abranger outras 
categorias de trabalhadores. A Lei Complementar n° 11/1971 instituiu o 
Programa de Assistência ao Trabalhador Rural (PRORURAL), de natureza 
assistencial, cujo principal benefício era a aposentadoria por velhice, após 65 
anos de idade. Esta mesma lei complementar deu natureza autárquica ao 
FUNRURAL, sendo subordinado ao Ministério do Trabalho e Previdência Social. 
Na mesma época, foi extinto o plano básico. 
A Lei n° 6.439/77 instituiu o Sistema Nacional de Previdência e 
Assistência Social (SINPAS), a fim de reorganizar a previdência social. O 
SINPAS agregava sete entidades: o Instituto Nacional de Previdência Social 
(INPS); o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social 
(INAMPS); a Fundação Legião Brasileira de Assistência (LBA); a Fundação 
Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM); a Empresa de Processamento de 
Dados da Previdência Social (DATAPREV); o Instituto de Administração 
Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS); e a Central de 
Medicamentos (CEME). 
O SINPAS, vinculado ao Ministério da Previdência e Assistência Social 
(MPAS), tinha a finalidade de integrar a concessão e manutenção de 
benefícios, a prestação de serviços, o custeio de atividades e programas e a 
gestão administrativa, financeira e patrimonial de seus componentes. Também 
foi esta mesma lei que criou o INAMPS e o IAPAS, ambos integrados à 
estrutura do SINPAS. 
A Consolidação das Leis da Previdência Social (CLPS) foi feita pelo 
Decreto n° 77.077/1976, regulamentando dispositivo da Lei n° 6.243/1975, 
com o objetivo de facilitar o tratamento da legislação. Após nove anos de 
vigência, o Decreto n° 89.312/84 publicou a nova CLPS, que somente deixou 
de ser aplicada com o advento da Lei n° 8.213/1991. 
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A Constituição de 1988 tratou, pela primeira vez, da Seguridade Social, 
entendida esta como um conjunto de ações nas áreas de Saúde, Previdência e 
Assistência Social. É a marca evidente do Estado de bem-estar social, criado 
pelo constituinte de 1988. O SINPAS foi extinto em 1990. A Lei n° 8.029/1990 
criou o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), autarquia federal vinculada 
ao Ministério da Previdência Social (MPS), por meio da fusão do INPS com o 
IAPAS. Assim, foram unificadas as duas autarquias previdenciárias, reunindo 
custeio e benefício em única entidade – o que seria remodelado 
posteriormente. 
Atualmente, é o Decreto n° 7.556/2011 que prevê a estrutura regimental 
e o quadro demonstrativo dos cargos em comissão e das funções gratificadas 
do INSS. O INAMPS foi extinto, assim como a LBA, a FUNABEM e a CEME. A 
DATAPREV continua em atividade, sendo empresa pública vinculada ao MPS. 
Em julho de 1991, entraram em vigor os diplomas básicos da Seguridade 
Social: a Lei n° 8.212 (Plano de Custeioe Organização da Seguridade Social) e 
a Lei n° 8.213 (Plano de Benefícios da Previdência Social), revogando 
totalmente a LOPS. O Decreto n° 3.048/1999 aprovou o Regulamento da 
Previdência Social (RPS), que regulamenta disposições relativas ao custeio da 
seguridade e aos benefícios da previdência social, com as alterações 
subsequentes. 
Essa descrição detalhada da evolução legislativa no Brasil é importante 
para que o candidato ao concurso tenha essa fonte de informação. Todavia, 
sabemos que é praticamente impossível que o aluno decore todas essas leis, 
decretos e datas. Assim, apresento na sequência uma classificação proposta 
por Wagner Balera, que divide essa evolução histórica em cinco períodos, que 
facilita a assimilação desse conteúdo: 
1° Período – de implantação: Lei Eloy Chaves 
* Decreto Legislativo n° 4.682/1923. Caixa de Aposentadorias e Pensões 
para cada empresa de estrada de ferro. 
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2° Período – de expansão: De 1933 a 1959 
* A proteção social leva em conta as categorias profissionais, com o 
surgimento dos institutos de aposentadorias e pensões que se agrupam 
conforme as respectivas categorias profissionais. 
3° Período – da unificação: De 1960 a 1977 
* LOPS (Lei n° 3.087/1960) – Lei Orgânica da Previdência Social. Criou o 
Regime Geral de Previdência Social; instituiu disciplina única e genérica para 
todas as categorias de trabalhadores relacionados às atividades privadas, com 
exceção dos trabalhadores rurais. 
* Decreto n° 72, de 21/11/1966 – fundiu os institutos de aposentadorias 
e pensões, criando o INPS (Instituto Nacional de Previdência Social). 
* Lei n° 5.316/1967 – o seguro de acidentes do trabalho (SAT) passa a 
ser monopólio estatal. 
* LC n° 11/1971 – PRORURAL (Programa de Assistência Social ao 
Trabalhador Rural). 
4° Período – da reestruturação: De 1977 a 1988 
* Reestruturação da Previdência Social. Lei n° 6.439/1977 criou o 
SINPAS (Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social). Divisão por 
área de atividade e não mais por clientela – IAPAS (Instituto de Administração 
Financeira da Previdência Social), INPS (Instituto Nacional de Previdência 
Social) e o INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência 
Social). 
5° Período – da seguridade social: 1988 
* 1988 – Proteção dos riscos sociais, mediante o pagamento das 
contribuições devidas: a) pela sociedade em geral; b) pelos trabalhadores; c) 
pelas empresas; e d) pelo próprio Estado. 
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* Sistema de Seguridade Social, que substituiu o SINPAS, é criado como 
uma unidade orgânica composta pela saúde, previdência social e assistência 
social. 
1.2) Conceituação 
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de 
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social (CF/88, art. 194, 
caput). 
A seguridade social pode ser definida como a rede de proteção social 
formada pelo Estado e por particulares, mediante contribuição de todos, 
inclusive dos beneficiários dos direitos, com a finalidade de garantir o sustento 
de pessoas carentes, trabalhadores em geral e seus dependentes, provendo a 
manutenção de um padrão mínimo de vida digna. Portanto, fica claro que a 
seguridade está pautada na busca pelo bem-estar e pela justiça social. 
Vale destacar a definição de Seguridade Social da Organização 
Internacional do Trabalho (OIT): “a proteção que a sociedade oferece a seus 
membros mediante uma série de medidas públicas contra as privações 
econômicas e sociais que, de outra forma, derivam do desaparecimento ou em 
forte redução de sua subsistência, como consequência de enfermidade, 
maternidade, acidente de trabalho ou enfermidade profissional, desemprego, 
invalidez, velhice e também a proteção em forma de assistência médica e 
ajuda às famílias com filhos”. 
Vimos que a Seguridade Social, tal como definida na CF/88, engloba as 
ações na área da Saúde, da Previdência e da Assistência Social. A Saúde é 
direito de todos e dever do Estado (art. 196, CF/88), ou seja, qualquer pessoa 
tem direito a atendimento na rede pública de saúde, independente de 
contribuição. Por isso dizemos que a saúde é um direito universal, pois o 
atendimento na rede pública não pode ser negado a ninguém. O art. 196 da 
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CF/88 dispõe que o direito à saúde deve ser garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e outros agravos 
e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação. 
Após a extinção do INAMPS, as ações na área da saúde são agora de 
responsabilidade exclusiva do Ministério da Saúde, através do Sistema Único 
de Saúde (SUS). Não se deve confundir a previdência e a saúde, já que são 
dois componentes da seguridade social distintos e que não se confundem. O 
INSS não tem nenhuma responsabilidade na área de saúde em geral, as ações 
dessa área são concretizadas pelo SUS. 
A Assistência Social será prestada a quem dela necessitar (art. 203, 
CF/88), isto é, a todas as pessoas que não possuem condições de manutenção 
própria. O requisito para o auxílio assistencial é a necessidade do assistido. 
Assim, se um milionário buscar um benefício assistencial, será negado. Em 
contrapartida, se o mesmo milionário procurar atendimento na rede pública de 
saúde, ainda que possua os melhores planos de saúde privados e dinheiro para 
pagar qualquer procedimento médico, ele será atendido e não poderá ter esse 
direito negado, pois a saúde é direito universal. 
A Assistência Social é regida pela Lei n° 8.742/93, que traz definição 
legal deste componente da seguridade social: “assistência social, direito do 
cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, 
que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de 
ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às 
necessidades básicas”. Este componente assistencial da seguridade tem o 
propósito de preencher as lacunas deixadas pela previdência social, já que esta 
só abrange os que contribuem para o sistema, além de seus dependentes. 
Portanto, aqueles não abarcados pela previdência e que se encontram em 
situação de necessidade, são acolhidos pela assistência social. 
Por fim, o último componente da seguridade social brasileira é a 
Previdência Social. A previdência social é tradicionalmente definida como 
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seguro sui generis, pois é de filiação compulsória para os regimes básicos 
(RGPS e RPPS), além de coletivo, contributivo e de organização estatal, 
amparando seus beneficiários contra os riscos sociais. Em outras palavras, 
podemos dizer que a previdência social é um seguro coletivo que almeja 
amparar seus beneficiários contra os riscos sociais que geram impedimentos 
para o segurado prover sua subsistência, tal como casos de doença ou 
acidente e mesmo a idade avançada. 
A previdência brasileira é composta de dois regimes básicos: o Regime 
Geral de Previdência Social (RGPS) e os Regimes Próprios de Previdência de 
Servidores Públicos (RPPS). Enquanto os RPPS abrangem os servidorespúblicos ocupantes de cargos efetivos e militares, o RGPS ampara todos os 
cidadãos que exercem atividade remunerada na iniciativa privada, além 
daqueles que, mesmo sem fazê-lo, ingressam no regime de forma facultativa. 
Sendo assim, o RGPS, administrado pelo INSS, atende à maioria da população 
brasileira. Ademais, em paralelo aos regimes básicos de previdência social, há 
os regimes de Previdência Complementar, oficial e privado. 
Os beneficiários do RGPS são as pessoas naturais (pessoas físicas) que 
têm direito ao recebimento de prestações previdenciárias, no caso de se 
enquadrarem em alguma das situações de risco social previstas em lei. As 
prestações beneficiárias incluem os benefícios e os serviços. Desta forma, são 
beneficiários do RGPS os segurados da previdência social e seus dependentes. 
A entidade gestora do RGPS é o Instituto Nacional do Seguro Social 
(INSS), autarquia federal vinculada ao Ministério da Previdência Social. 
1.3) Organização e princípios constitucionais 
O capítulo II do título VIII da Costituição Federal (Da Ordem Social) dispõe 
sobre a Seguridade Social do país. O art. 194, parágrafo único, elenca os 
objetivos da seguridade, que foram reproduzidos no art. 1° do RPS. Devido a 
sua importância para o sistema da seguridade social, esses objetivos da 
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seguridade são denominados princípios. O Direito Previdenciário se consolidou 
como um ramo autônomo do Direito, possuindo princípios próprios, que 
norteiam a aplicação e a interpretação das regras constitucionais e legais 
relativas ao sistema protetivo. Vejamos os princípios da Seguridade Social: 
I) Universalidade de Cobertura e Atendimento (art. 194, parágrafo único, 
I, CF/88): este princípio tem duas vertentes: a objetiva e a subjetiva. A 
primeira estabelece que a seguridade deve abranger todas as contingências 
sociais que geram necessidade de proteção social das pessoas. A segunda 
afirma que qualquer pessoa pode participar da proteção social patrocinada pelo 
Estado. Com relação à saúde e à assistência social, vimos que esta é a regra. 
Porém, a previdência social é, a princípio, restrita a quem exerce atividade 
remunerada, pois tem regime contributivo. A figura do segurado facultativo foi 
criada para garantir a universalidade de atendimento da previdência social. 
II) Uniformidade e Equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbana e rural (art. 194, parágrafo único, II, CF/88): as 
prestações da seguridade social devem ser idênticas para os trabalhadores 
rurais ou urbanos, sendo vedada a criação de benefícios diferenciados. Esse 
princípio pôs fim ao tratamento diferenciado que era dado ao trabalhador rural 
até a CF de 1988. 
III) Seletividade e Distributividade na prestação dos benefícios e
serviços (art. 194, parágrafo único, III, CF/88): o caráter social da seguridade 
coloca a distribuição de renda como um de seus objetivos, privilegiando as 
pessoas de baixa renda. Portanto, esse princípio impõe tratamento desigual 
aos desiguais, de tal forma que os benefícios e serviços sejam prestados de 
maneira seletiva e distributiva para favorecer os indivíduos que estejam em 
situação inferior. A seletividade atua na escolha dos benefícios e serviços a 
serem mantidos pela seguridade social, enquanto a distributividade direciona a 
atuação do sistema protetivo para as pessoas com maior necessidade. 
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IV) Irredutibilidade do Valor dos Benefícios (art. 194, parágrafo único, IV, 
CF/88): esse princípio é uma garantia constitucional de que o valor dos 
benefícios deverá ser preservado. Segundo o Supremo, o princípio da 
irredutibilidade deve ser entendido como uma garantia de que os benefícios 
não terão seus valores NOMINAIS reduzidos. Portanto, o STF entende que esse 
mandamento não exige que os valores dos benefícios sejam corrigidos, para 
preservar seu valor real, mas apenas que o valor nominal dos benefícios não 
seja reduzido (RE 298.694 - DJ 23/04/2004 e MS 24.875-1 - DJ 06/10/2006). 
V) Equidade na forma de participação no custeio (art. 194, parágrafo 
único, V, CF/88): pode-se entender esse princípio como a aplicação da 
isonomia ao custeio do sistema securitário, ou seja, as pessoas que estiverem 
na mesma situação deverão contribuir da mesma forma: os que ganham mais 
darão maior contribuição e os que estiverem em situação econômica inferior 
contribuirão com menos. 
VI) Diversidade da Base de Financiamento (art. 194, parágrafo único, VI, 
CF/88): a base de financiamento da seguridade social deve ser a mais variada 
possível, de modo a garantir a estabilidade financeira do sistema. A seguridade 
social será financiada por toda a sociedade, mediante recursos provenientes 
dos orçamentos dos entes federativos, da empresa incidente sobre a folha, a 
receita, o lucro, a remuneração paga ao trabalhador e da receita de concurso 
de prognóstico (loteria). 
VII) Caráter democrático e descentralizado da administração, 
mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, 
dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos 
colegiados (art. 194, parágrafo único, VI, CF/88): esse princípio é um 
desdobramento de uma garantia expressa no art. 10 da CF/88: “é assegurada 
a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos 
públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto 
de discussão e deliberação”. A participação dos aposentados nesse sistema de 
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gestão foi incluída pela EC n° 20/98. É coerente que as pessoas diretamente 
interessadas na seguridade participem de sua administração. 
O art. 294 do Decreto n° 3.048 (RPS) regulamenta esse princípio, 
dispondo que a saúde, previdência social e assistência social serão organizadas 
em conselhos setoriais, com representantes da União, dos estados, do Distrito 
Federal, dos municípios e da sociedade civil. Seguindo esse dispositivo, foram 
criados o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), o Conselho Nacional 
de Saúde (CNS) e o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). 
O Conselho Nacional de Previdência Social, órgão superior de deliberação 
colegiada, é composto de 6 representantes do Governo Federal e 9 
representantes da sociedade civil, sendo 3 dos aposentados e pensionistas, 3 
dos trabalhadores em atividade e 3 dos empregadores. Os membros do CNPS 
e seus respectivos suplentes serão nomeados pelo Presidente da República, 
tendo os representantes titulares da sociedade civil mandato de 2 anos, 
permitida a recondução imediata uma única vez. Além disso, tais 
representantes serão indicados pelas centrais sindicais e confederações 
nacionais. 
Compete ao CNPS: I) estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões 
de políticas aplicáveis à previdência social; II) participar, acompanhar e avaliar 
sistematicamente a gestão previdenciária; III) apreciar e aprovar os planos e 
programas da previdência social; IV) apreciar e aprovar as propostas 
orçamentárias da previdência social, antes de sua consolidação na proposta 
orçamentária da seguridade social, V) acompanhar e apreciar a execução dos 
planos, programas e orçamentos no âmbito da previdência social; VI) 
acompanhar a aplicação da legislação pertinente à previdência social; VII) 
apreciar a prestação de contas anual; e VIII) elaborar e aprovar seu regimentointerno. 
A gestão participativa também surge em outros órgãos colegiados, como 
o Conselho de Recursos da Previdência Social e o Conselho Nacional de 
Previdência Complementar. Posteriormente, o Decreto n° 4.874/2003 instituiu 
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os Conselhos de Previdência Social (CPS), como unidades descentralizadas do 
CNPS, funcionando junto às Gerências-Executivas do INSS ou às 
Superintendências Regionais. 
Além desses princípios constitucionais estabelecidos no art. 194, 
parágrafo único, da Constituição Federal, existem outros que estão colocados 
em outros dispositivos e são tão importantes quanto aqueles: 
VIII) Solidariedade (art. 3°, I, CF/88): traduz o verdadeiro espírito da 
previdência social: a proteção coletiva, na qual as pequenas contribuições 
individuais geram recursos suficientes para a criação de um manto protetor 
sobre todos. Ou seja, as contribuições de cada indivíduo contribuem para a 
manutenção do sistema como um todo, e não apenas para o pagamento de 
seus benefícios. É este princípio que justifica a cobrança de contribuições do 
aposentado que volta a trabalhar e que permite que uma pessoa possa ser 
aposentada por invalidez em seu primeiro dia de trabalho, sem ter qualquer 
contribuição recolhida para o sistema. A contribuição não é exclusiva do 
trabalhador, mas sim para a manutenção de toda a rede protetiva, conferindo 
o caráter coletivo do seguro social. 
IX) Preexistência do Custeio em Relação ao Benefício ou Serviço (art. 
195, § 5°, CF/88): nenhum benefício ou serviço da Seguridade Social poderá 
ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio 
total. É importante perceber que a preexistência de custeio aplica-se para a 
Seguridade Social como um todo, abarcando seus três componentes (saúde, 
previdência e assistência social). Somente pode haver aumento da despesa da 
seguridade quando existir, em proporção adequada, nova receita, necessária à 
cobertura dos gastos previstos em razão da alteração legal pretendida. 
Para fixar esse último princípio, vejamos uma questão do último 
concurso para Técnico do INSS, organizado pelo Cespe em 2008, que cobrou 
esse ponto: 
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92 – (Cespe / Técnico do INSS / 2008) Pelo fato de serem concedidos 
independentemente de contribuição, os benefícios e serviços prestados na área de 
assistência social prescindem da respectiva fonte de custeio prévio. 
 
O enunciado da questão tenta confundir o candidato ao suscitar que os 
benefícios e serviços prestados na área de assistência social são concedidos 
independentemente de contribuição. Esse primeiro trecho da afirmativa está 
correto, pois a Constituição garante que a assistência social será prestada a 
quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social. 
Contudo, o § 5° da CF/88 é claro ao afirmar que “nenhum benefício ou serviço 
da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a 
correspondente fonte de custeio total”. Portanto, o princípio da pré-existência 
do custeio em relação ao benefício ou serviço é aplicável a toda a seguridade 
social, inclusive à saúde e à assistência social, que independem de contribuição 
do beneficiário. Esse princípio impõe um rigor fiscal para o legislador, que não 
pode criar benefícios ou serviços sem que haja uma fonte de custeio prévia, 
evitando um desequilíbrio orçamentário nas contas da seguridade social. Mas 
isso não quer dizer que é o próprio beneficiário do serviço ou benefício que tem 
que custear as prestações da seguridade social. Logo, a questão está errada. 
Princípios da Previdência Social 
Além dos princípios da seguridade social descritos anteriormente, a 
Constituição Federal ainda prevê alguns princípios próprios da Previdência 
Social, elencados nos parágrafos de seu art. 201. Nesse mesmo sentido, a Lei 
n° 8.213/1991, que trata do Plano de Benefícios da Previdência Social, dispõe 
sobre os princípios e objetivos da Previdência Social em seu artigo 2°. Além de 
repetir quatro dos princípios da seguridade, existem quatro princípios próprios 
da previdência: 
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I) Universalidade de Participação nos Planos Previdenciários: todas as 
pessoas que exercem atividade abrangida pelo RGPS serão filiadas 
obrigatoriamente à previdência social. 
II) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais: repete princípio da seguridade social. 
 
III) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios: repete 
princípio da seguridade social. 
IV) Salários-de-Contribuição Corrigidos Monetariamente, para cálculo 
dos benefícios: este princípio garante que os salários-de-contribuição não 
serão corroídos pelos altos índices de inflação do país, quando do cálculo do 
valor da renda mensal dos benefícios. É uma garantia dos beneficiários 
(estudaremos o conceito de salário-de-contribuição em detalhes 
posteriormente). 
V) Irredutibilidade do valor dos benefícios, de forma a preservar-lhe o 
poder aquisitivo: praticamente repete princípio da seguridade social. 
Portanto, os comentários feitos acima, sobre a posição do STF que garante a 
irredutibilidade do valor nominal, vale também para os benefícios 
previdenciários. Contudo, vale ressaltar que o §4° do artigo 201, da CF/88, 
assegura o reajustamento dos benefícios previdenciários para preservar-lhes, 
em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. 
Assim, os benefícios previdenciários são reajustados periodicamente, confirme 
critérios definidos em lei, não havendo garantia ao beneficiário de que o valor 
real será preservado adequadamente, em decorrência da posição do STF. 
VI) Valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário-de-
contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado não inferior ao 
salário-mínimo: nenhum benefício que substitua o salário-de-contribuição ou 
o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário-
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mínimo. Ora, se o salário-mínimo é definido como um valor mínimo necessário 
à subsistência, um benefício previdenciário que substitua o rendimento do 
trabalho não pode ser inferior ao mínimo. 
VII) Previdência Complementar facultativa, custeada por contribuição 
adicional: a previdência complementar é parte integrante do sistema 
previdenciário brasileiro. Já que os benefícios do RGPS está limitado a um teto, 
o segurado pode optar por complementar sua previdência com um plano 
privado, custeado por contribuição adicional. 
VIII) Caráter democrático e descentralizado da administração, 
mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, 
dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos 
colegiados: repete princípio da seguridade social. 
Também a Saúde tem alguns princípios e diretrizes estabelecidos na 
Constituição Federal, em seu art. 198. O dispositivo em tela dispõe que “as 
ações e serviços públicos da saúde integram uma rede regionalizada e 
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as 
seguintes diretrizes: I) descentralização, com direção única em cada esfera de 
governo; II) atendimento integral, com prioridade para as atividades 
preventivas,sem prejuízo dos serviços assistenciais; III) participação da 
comunidade”. 
Vejamos uma questão do concurso do INSS, organizado pela Funrio em 
2008, que cobrou esse assunto: 
 
(Funrio / Analista do Seguro Social – INSS/ 2008) A saúde é de relevância 
pública e sua organização obedecerá a princípios e diretrizes, na forma da Lei nº 
8212/91. Assinale a alternativa correta no que se refere a esses princípios e diretrizes. 
A) Participação da iniciativa privada na assistência à saúde, obedecidos os preceitos 
constitucionais. 
B) Centralização, com direção única na esfera do Governo Federal. 
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C) Participação da comunidade na gestão, no acompanhamento e não na fiscalização 
das ações e serviços de saúde. 
D) Provimento das ações e serviços através de rede nacional e hierarquizada, 
integrados em sistema único. 
E) Atendimento seletivo e parcial, com prioridade para as atividades preventivas. 
A Lei n° 8.212/91 é denominada Plano de Custeio e Organização da 
Seguridade Social. Essa questão cobrava, quase que literalmente, o parágrafo 
único do art. 2° da Lei: 
 “Art. 2º A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros 
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação. 
Parágrafo único. As atividades de saúde são de relevância pública e sua 
organização obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes: 
a) acesso universal e igualitário; 
b) provimento das ações e serviços através de rede regionalizada e hierarquizada, 
integrados em sistema único; 
c) descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
d) atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas; 
e) participação da comunidade na gestão, fiscalização e acompanhamento das 
ações e serviços de saúde; 
f) participação da iniciativa privada na assistência à saúde, obedecidos os 
preceitos constitucionais. “ 
 
Após a leitura da base legal, fica fácil responder à questão. A resposta 
certa é letra “a”, pois o texto coincide com a letra “f” do parágrafo único do 
art. 2°. A letra “b” está errada, pois a organização das atividades da saúde 
deve ser descentralizada, e não centralizada. A letra “c” está errada porque a 
comunidade deve participar também na fiscalização. Já o erro da letra “d” está 
na rede nacional, quando a lei fala em rede regionalizada. Por fim, na letra “e”, 
o atendimento deve ser integral, e não seletivo e parcial como afirmado. 
Os princípios da seguridade social sempre foram muito cobrados em 
provas de concursos. Contudo, recentemente as bancas organizadoras têm 
cobrado outros dispositivos constitucionais além das disposições que são 
tratadas pela doutrina como princípios. Assim, sugiro que você estude com 
atenção o trecho da Constituição Federal de 1988 sobre a Seguridade Social, 
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que vai do art. 193 ao art. 204, com especial atenção para os arts. 194, 195 e 
201. Reproduzo na sequência esse trecho da Constituição: 
_______________________________________ 
TÍTULO VIII 
Da Ordem Social 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÃO GERAL 
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o 
bem-estar e a justiça sociais. 
CAPÍTULO II 
DA SEGURIDADE SOCIAL 
Seção I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações 
de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a 
seguridade social, com base nos seguintes objetivos: 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações 
urbanas e rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e 
serviços; 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - eqüidade na forma de participação no custeio; 
VI - diversidade da base de financiamento; 
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante 
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, 
dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de 
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes 
dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e 
das seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma 
da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
1998) 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou 
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo 
sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 
1998) 
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
20, de 1998) 
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não 
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime 
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geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele 
equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não 
integrando o orçamento da União. 
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de 
forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e 
assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei 
de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus 
recursos. 
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, 
como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem 
dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. 
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a 
manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 
154, I. 
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser 
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. 
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser 
exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as 
houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, 
III, "b". 
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades 
beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas 
em lei. 
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador 
artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades 
em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão 
para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o 
resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos 
termos da lei. (Redação dadapela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo 
poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da 
atividade econômica, da utilização intensiva de mão-deobra, do porte da 
empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o 
sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, 
observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições 
sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em 
montante superior ao fixado em lei complementar. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as 
contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-
cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
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§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição 
gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, 
pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
Seção II 
DA SAÚDE 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros 
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação. 
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao 
Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e 
controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, 
também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. 
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e 
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes 
diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem 
prejuízo dos serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com 
recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 
1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, 
em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de 
percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista 
no § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos 
impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, 
inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos 
respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos 
impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, 
inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, 
estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
I - os percentuais de que trata o § 2º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, 
de 2000) 
II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus 
respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas 
esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 29, de 2000) 
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IV - as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União.(Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes 
comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo 
seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e 
requisitos específicos para sua atuação. .(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, 
de 2006) 
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional 
nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades 
de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à 
União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de 2010) Regulamento 
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da 
Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente 
comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo 
em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu 
exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) 
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do 
sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público 
ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às 
instituições privadas com fins lucrativos. 
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais 
estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. 
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de 
órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e 
tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus 
derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. 
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos 
termos da lei: 
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a 
saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, 
hemoderivados e outros insumos; 
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de 
saúde do trabalhador; 
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; 
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento 
básico; 
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e 
tecnológico; 
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor 
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; 
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e 
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
VIII - colaborarna proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. 
Seção III 
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
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Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime 
geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios 
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da 
lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados 
de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou 
companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a 
concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência 
social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais 
que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de 
segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei 
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o 
rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário 
mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de 
benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, 
em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na 
qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio 
de previdência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base 
o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, 
nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de 
contribuição, se mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
1998) 
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, 
se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de 
ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de 
economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o 
pescador artesanal. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
1998) 
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão 
reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente 
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e 
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no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 20, de 1998) 
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do 
tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural 
e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se 
compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. 
(Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser 
atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo 
setor privado. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão 
incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e 
conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. 
(Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para 
atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se 
dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua 
residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-
lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 
deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais 
segurados do regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 47, de 2005) 
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado 
de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, 
baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado 
por lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de 
planos de benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às 
informações relativas à gestão de seus respectivos planos. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais 
previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de 
previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim 
como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos 
participantes, nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
1998) 
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, 
sociedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de 
patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá 
exceder a do segurado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito 
Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia 
mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de 
entidades fechadas de previdência privada, e suas respectivas entidades fechadas de 
previdência privada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no que 
couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de 
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serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades fechadas de previdência 
privada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabelecerá os 
requisitos para a designação dos membros das diretorias das entidades fechadas de 
previdência privada e disciplinará a inserção dos participantesnos colegiados e 
instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto de discussão e 
deliberação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
Seção IV 
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a 
promoção de sua integração à vida comunitária; 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. 
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas 
com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de 
outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: 
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas 
gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às 
esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência 
social; 
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na 
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. 
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa 
de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita 
tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 42, de 19.12.2003) 
II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos 
investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
 
________________________________________________ 
Não se preocupe em compreender todos os dispositivos em detalhe por 
enquanto. A ideia é que você tenha alguma familiaridade com esses artigos da 
CF/88 para não ser surpreendido na prova. No decorrer do curso, voltaremos a 
vários desses dispositivos e essas regras ficarão mais claras. 
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2) LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
2.1) Conteúdo, fontes, autonomia 
O uso da expressão “fontes do Direito” significa a origem ou o 
fundamento das regras que compõem um sistema jurídico. No sistema 
brasileiro, a principal fonte do Direito é a lei, considerada como os atos do 
Poder Legislativo. Portanto, o Direito é disciplinado pelas seguintes fontes 
formais principais: a Constituição Federal; as emendas constitucionais (EC); 
leis complementares; leis ordinárias, leis delegadas; medidas provisórias; 
decretos legislativos e resoluções do Senado. Excluindo a Constituição Federal 
e suas emendas, que compõem o regramento constitucional, os demais atos 
legais têm força de lei e compõem a legislação ordinária. Além disso, há ainda 
a legislação subsidiária, que abrange os regulamentos (decretos 
regulamentares), instruções (portarias) e regras de hierarquia inferior 
expedidas pelos órgãos do Poder Executivo, com destaque para as Instruções 
Normativas. Analisamos na sequência o conteúdo da legislação previdenciária, 
ou seja, a normativa básica do Direito Previdenciário. 
Os capítulos I e II do título VIII (Da Ordem Social) da Costituição Federal 
de 1988 dispõem sobre a Seguridade Social do país. O capítulo I começa nos 
ensinando que a “ordem social tem como base o primado do trabalho, e como 
objetivo o bem-estar e a justiça sociais” (art. 193). Em seguida, o artigo 194 
define que “a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações 
de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”. Ainda no artigo 
194, os incisos do parágrafo único traçam os princípios da seguridade social, 
que já foram estudados na última aula. 
O artigo 195 da Constituição trata do financiamento da seguridade social, 
que veremos mais à frente. A partir daí, o texto constitucional vai tratar de 
cada área da seguridade separadamente. Os artigos 196 a 200 tratam da 
saúde; os artigos 201 e 202 tratam da previdência social; e os artigos 203 e 
204 tratam da assistência social. 
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Além da normativa constitucional traçada acima, a legislação ordinária 
tem dois diplomas básicos da previdência social: a Lei n° 8.212 e a Lei n° 
8.213, ambas de 24 de julho de 1991. Embora essas leis tenham sido 
alteradas diversas vezes por medidas provisórias e leis posteriores, elas 
continuam sendo os diplomas básicos da previdência social. A Lei n° 8.212 
trata da Organização da Seguridade Social e institui seu Plano de Custeio. Já a 
Lei n° 8.213 instituiu o Plano de Benefícios da Previdência Social. 
Além dessas importantes leis, vale registrar a Lei n° 8.080/1990 (Lei 
Orgânica da Saúde) e também a Lei n° 8.742/1993 (Lei Orgânica da 
Assistência Social). No âmbito da legislação subsidiária, o Decreto n° 
3.048/1999 traz o Regulamento da Previdência Social (RPS), englobando as 
disposições que regulamentam as Leis n° 8.212 e n° 8.213, tornando-se uma 
norma de suma importância para a previdência social. 
Por fim, descendo no nível hierárquico das normas, temos ainda a 
Instrução Normativa INSS/PRES n° 45, de 6 de agosto de 2010, que “dispõe 
sobre a administração de informações dos segurados, o reconhecimento, a 
manutenção e a revisão de direitos dos beneficiários da Previdência Social e 
disciplina o processo administrativo previdenciário no âmbito do Instituto 
Nacional do Seguro Social – INSS”. Para acessar todas essas normas, 
lembrem-se dos sites da Presidência ou do Sislex, do Ministério da Previdência 
Social, que são excelentes fontes de pesquisa. 
Embora já tenha havido alguma polêmica, atualmente é praticamente 
pacífico que a legislação previdenciária é autônoma dentro do sistema jurídico 
brasileiro. O Direito Previdenciário é um ramo autônomo do Direito porque 
possui princípios e conceitos jurídicos próprios, exclusivos do Direito 
Previdenciário, além de possuir um conjunto normativo próprio aplicável às 
relações entre os segurados, os empregadores e à própria Previdência Social. 
2.3) Aplicação das normas previdenciárias 
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2.3.1) Vigência, hierarquia, interpretação e integração 
A eficácia das normas de seguridade, assim como as demais normas em 
geral, está relacionada com a produção de seus efeitos. Um requisito essencial 
para a eficácia da lei é sua vigência, ou seja, para que uma norma produza 
seus efeitos ela precisa estar vigente. A LC n° 95/98, em seu artigo 8°, 
determina que a vigência da lei deve ser indicada expressamente, 
contemplando prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, 
reservada a cláusula “entra em vigor na data de sua publicação” para as leis 
de pequena repercussão. 
Todavia, para os casos em que o legislador é omisso em relação à 
vigência da lei, a Lei de Introdução ao Código Civil (LICC)dispõe que, “salvo 
disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 (quarenta e 
cinco) dias depois de oficialmente publicada”. Além disso, quando a norma 
trata de custeio do sistema de seguridade, criando ou modificando 
contribuições sociais, o princípio da anterioridade nonagesimal determina que a 
lei só produzirá efeitos (financeiros) decorridos 90 (noventa) dias após sua 
publicação (CF, art. 195, §6°). As demais normas, tanto de custeio quanto de 
benefícios, são eficazes a partir da data nelas prevista ou, quando inexistente, 
a partir do disposto na LICC. 
Considerada a legislação vigente, o sistema jurídico não pode conviver 
com normas legais contraditórias, pois deve haver coerência e harmonia entre 
as leis, a fim de disciplinar as relações a que se aplicam e dirimir as 
controvérsias nos casos concretos. Na solução de possíveis conflitos entre as 
leis, a hierarquia das normas deve ser respeitada, sendo que a Constituição 
Federal prevalece sobre as leis, e essas são hierarquicamente superiores aos 
decretos, por exemplo. Isso significa que a lei deve observar a Constituição e 
que os decretos devem respeitar as leis. Do contrário, estaremos diante de 
normas inconstitucional ou ilegal, respectivamente. 
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Além da hierarquia, a aplicação da legislação também se vale de 
métodos interpretativos das normas. A interpretação da lei, texto genérico e 
abstrato, consiste na descoberta do sentido e alcance da norma que é objeto 
de análise, para permitir a correta aplicação ao caso concreto. No que se refere 
ao Direito da Seguridade Social, a base para sua interpretação está contida no 
artigo 193 da CF/88: “A ordem social tem como base o primado do trabalho, e 
como objetivo o bem-estar e a justiça sociais”. 
Existem ainda, segundo a ciência jurídica, alguns métodos de 
interpretação: 
Gramatical ou literal: consiste na descoberta do sentido literal da 
expressão utilizada na norma. Contudo, geralmente o método é insuficiente. 
 Histórico ou evolutivo: é a interpretação que busca a análise do 
momento histórico da aprovação da lei. 
Teleológico ou finalístico: este método busca a correta 
interpretação da lei a partir das finalidades da norma, ou seja, o fim almejado 
pelo legislador. 
Sistemático: busca uma interpretação compatível com o 
ordenamento jurídico como um todo, verificando a compatibilidade da norma a 
ser interpretada com outras leis e com os princípios do direito. 
Restritiva/Extensiva: a interpretação restritiva aplica-se quando 
o legislador falou mais do que queria, atingindo situações indesejadas – 
portanto, o aplicador restringe ao interpretar a norma. Já a interpretação 
extensiva amplia o alcance da norma, pois o legislador falou menos do que 
queria, cabendo ao aplicador estender o alcance da norma. 
Como dito acima, também os princípios gerais do Direito orientam o 
aplicador da lei na interpretação das normas, pois os princípios dão as 
principais diretrizes do ordenamento jurídico. Da mesma forma, os princípios 
da seguridade social devem orientar o aplicador da lei na interpretação das 
normas da seguridade. 
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Por fim, a integração é o método para preencher lacunas do 
ordenamento jurídico, pois não pode o magistrado deixar de resolver uma ação 
proposta em razão da inexistência de lei a respeito. As principais ferramentas 
para a integração da lei são a analogia, a equidade, os costumes e os 
princípios gerais do Direito. 
_____________________________________________ 
Chegou a hora de resolvermos questões de provas anteriores para 
consolidarmos o aprendizado dessa aula. Ao final, nas últimas duas páginas da 
aula, trago um esquema para ajudar a memorizar os princípios da Seguridade 
e da Previdência Social. 
QUESTÕES 
1 – (CESPE/Defensor Público-DPU/2010) Em relação aos institutos de 
Direito Previdenciário, julgue o item que se segue. 
A Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo n° 4.682/1923), considerada o marco 
da Previdência Social no Brasil, criou as caixas de aposentadoria e pensões das 
empresas de estradas de ferro, sendo esse sistema mantido e administrado 
pelo Estado. 
2 - (CESPE/Técnico do Seguro Social-INSS/2008) Acerca da seguridade 
social no Brasil, de suas características, contribuições e atuação, julgue o item 
a seguir. 
A seguridade social brasileira, apesar de ser fortemente influenciada pelo 
modelo do Estado do bem-estar social, não abrange todas as políticas sociais 
do Estado brasileiro. 
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3 - (ESAF/Assistente Técnico Administrativo-MF/2009) À luz dos 
dispositivos constitucionais referentes à Seguridade Social, julgue os itens 
abaixo: 
I – A Seguridade Social pode compreender ações de iniciativa da sociedade. 
II – Saúde, Previdência e Trabalho compõem a Seguridade Social. 
III – Compete ao Poder Público organizar a Seguridade Social nos termos da 
lei. 
IV – A Seguridade Social não foi definida na Constituição Federal de 1988. 
a) Todos estão corretos. 
b) I e III estão corretos. 
c) I e IV estão incorretos. 
d) Somente I está incorreto. 
e) III e IV estão incorretos. 
4 - (ESAF/AFPS/2002) À luz da Seguridade Social definida na Constituição 
Federal, julgue os itens abaixo: 
I – Previdência Social, Saúde e Assistência Social são partes da Seguridade 
Social. 
II – A saúde exige contribuição prévia. 
III – A Previdência Social exige contribuição prévia. 
IV – A assistência social possui abrangência universal, sendo qualquer pessoa 
por ela amparada. 
a) Todos estão corretos. 
b) Somente I está incorreto. 
c) II e IV estão incorretos. 
d) I e II estão incorretos. 
e) III e IV estão incorretos. 
5 - (ESAF/Assistente Técnico Administrativo-MF/2009) Assinale a opção 
correta entre as assertivas abaixo relacionadas à organização e princípios 
constitucionais da Seguridade Social. 
a) Diversidade da base de financiamento é objetivo da Seguridade Social. 
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b) O valor dos benefícios pode ser diminuído gradativamente. 
c) Pode haver benefícios maiores para a população urbana em detrimento da 
rural. 
d) A gestão da Seguridade Social é ato privativo do Poder Público. 
e) Os serviços previdenciários devem ser sempre os mesmos, independente do 
destinatário. 
6 - (ESAF/Juiz do Trabalho-TRT 7ª Região/2005) No contexto da 
Seguridade Social, com base na Constituição Federal, é correto afirmar que 
a) a Seguridade Social é um conjunto integrado de ações de iniciativa 
exclusiva dos poderes públicos destinado a assegurar o direito relativo à 
saúde, à previdência e à assistência social. 
b) o direito à moradia está compreendido entre os bens jurídicos tutelados pela 
Seguridade Social. 
c) é princípio constitucional expresso relativamente à Seguridade Social o 
atendimento integral à população, com prioridade para as atividades 
preventivas. 
d) a previsão constitucional de participação dos aposentados, dos 
trabalhadores e dos empresários na gestão administrativa da Seguridade 
Social evidencia o seu caráter democrático e descentralizado. 
e) o financiamento da Seguridade Social é feito somente de forma indireta pela 
sociedade, mediante recursos provenientes unicamente dos orçamentos da 
União, dos Estados, do

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