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CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 03 Prof. Gabriel Pereira I – Introdução Olá, pessoal! Essa é a quarta aula do nosso curso de Direito Previdenciário (Conhecimentos Específicos) para o cargo de Técnico do Seguro Social. Estamos chegando à metade do nosso curso, terminando a parte geral e de custeio da previdência social para iniciarmos, a partir da próxima aula, os tópicos sobre benefícios. O conteúdo desta Aula 03 não costuma ser tão cobrado quanto o das outras aulas, por isso foi mais difícil encontrar questões de provas anteriores sobre os tópicos abordados hoje. Por esse motivo, a lista de exercícios tem apenas 18 questões, pois minha criativa para criar questões inéditas se esgotou. Na primeira aula do curso, a Aula Demonstrativa, não foram incluídos os comentários dos exercícios, somente o gabarito. Assim, em complemento àquela aula, as questões comentadas foram inseridas no final desta Aula 03. A partir da próxima aula, iniciaremos o estudo do Plano de Benefícios da Previdência Social, que é um conteúdo que certamente será muito cobrado na prova também. Na contagem regressiva para o concurso, hoje estamos a um mês do dia da prova. Portanto, é hora de aproveitar essas últimas semanas para manter os estudos e chegar bem preparado no sprint final. Bons estudos! CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 2 AULA 03 Conteúdo: 5.4) Arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à seguridade social. 5.4.1) Competência do INSS e da Secretaria da Receita Federal do Brasil. 5.4.2) Obrigações da empresa e demais contribuintes. 5.4.3) Prazo de recolhimento. 5.4.4) Recolhimento fora do prazo: juros, multa e atualização monetária. 6) Decadência e prescrição. 7) Crimes contra a seguridade social. 8) Recurso das decisões administrativas. 5.4) ARRECADAÇÃO E RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES DESTINADAS À SEGURIDADE SOCIAL 5.4.1) Competência do INSS e da Secretaria da Receita Federal. Essa é uma seção muito importante da aula, que de certa forma complementa a evolução histórica da Previdência Social no Brasil apresentada na Aula 01. A Lei n° 11.457/2007 unificou a Secretaria da Receita Federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, e a Secretaria da Receita Previdenciária, que fazia parte da estrutura do Ministério da Previdência Social. A partir da fusão das duas Receitas, surgiu a Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB), vinculada ao Ministério da Fazenda. A criação da SRFB provocou mudanças significativas na organização da previdência brasileira, pois um novo órgão passou a ser responsável pela arrecadação, fiscalização e cobrança das contribuições previdenciárias. Antes da fusão promovida pela Lei, havia uma separação de competências entre as duas Receitas em relação aos tributos que cada uma arrecadava, fiscalizava e cobrava. De um lado, a Secretaria da Receita Federal (SRF) era responsável pela administração dos tributos da União, inclusive aqueles incidentes sobre o comércio exterior. A SRF já era responsável por PIS/Cofins e CSLL, que são contribuições sociais, mas não são contribuições previdenciárias. Por outro CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 3 lado, a Secretaria da Receita Previdenciária era responsável por arrecadar, fiscalizar e cobrar as contribuições previdenciárias (das empresas, dos empregadores domésticos, dos trabalhadores, de terceiros e outras). Desse modo, a partir da Lei n° 11.457/2007, a SRFB passou a ser responsável pela arrecadação, fiscalização e cobrança de todos os tributos federais, inclusive os previdenciários, pois acumulou as competências das duas Receitas. Assim, cabe à RFB, além das competências da Receita Federal, planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições sociais previdenciárias, que até então eram administradas pela Receita Previdenciária – inclusive as contribuições devidas a terceiros. Da mesma forma, foram transferidos para a RFB os processos administrativos-fiscais e as guias e declarações apresentadas ao Ministério da Previdência Social ou ao INSS, referentes às contribuições administradas até aquele momento pela Receita Previdenciária. A despeito das alterações trazidas pela Lei n° 11.457/2007, o produto da arrecadação das contribuições previdenciárias, incluindo os acréscimos legais incidentes, que antes eram administradas e fiscalizadas pela Receita Previdenciária, permaneceu sendo destinado exclusivamente ao pagamento de benefícios do RGPS e creditados diretamente ao Fundo do Regime Geral de Previdência Social. Já o INSS, autarquia federal vinculada ao Ministério da Previdência Social, tem por finalidade promover o reconhecimento, pela Previdência Social, de direito ao recebimento de benefícios por ela administrados, assegurando agilidade, comodidade aos seus usuários e ampliação do controle social. Nesse sentido, cabe ao INSS a concessão e pagamento de benefícios e prestação de serviços previdenciários; atendimento a segurados; análise de processos administrativos que tenham por objeto a comprovação dos requisitos necessários ao gozo de benefícios e serviços previdenciários vinculados ou relacionados às contribuições sociais previdenciárias. CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 4 Ademais, a Lei n° 11.457/2007 também garantiu a permanência, além das demais competências estabelecidas na legislação aplicável, das seguintes atribuições do INSS: I) emissão de certidão relativa a tempo de contribuição; II) gestão do Fundo do Regime Geral de Previdência Social; e III) cálculo do montante das contribuições previdenciárias e emissão do correspondente documento de arrecadação, com vistas ao atendimento conclusivo para concessão ou revisão de benefício requerido. Portanto, a partir da fusão da Receita Federal e da Receita Previdenciária, houve uma repartição de competências da matéria previdenciária entre os órgãos do poder executivo. De um lado, a parte das contribuições previdenciárias ficou como competência da RFB, que é ligada ao Ministério da Fazenda. Do outro, a parte de concessão e pagamento de benefícios previdenciários ficou como competência do INSS, que é ligado ao Ministério da Previdência Social. 5.4.2) Obrigações da empresa e demais contribuintes O Regulamento da Previdência Social (Decreto n° 3.048/1999) trata da arrecadação e recolhimento das contribuições sociais nos artigos 216 a 218. A arrecadação e o recolhimento estão relacionados ao adimplemento da obrigação de pagar o tributo, no caso, as contribuições sociais. Atualmente a arrecadação, a fiscalização e a normatização de todas as contribuições sociais da seguridade social estão a cargo da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Contudo, o exercício da capacidade tributária ativa pela União, através da Receita Federal do Brasil, não descaracteriza a natureza das contribuições sociais, que são destinadas ao financiamento da seguridade social por força constitucional. Assim, o INSS permanece como o gestor dos recursos oriundos das contribuições previdenciárias, a fim de administrar o pagamento dos benefícios do RGPS. As empresas são obrigadas por lei, de forma exclusiva, a recolher as contribuições relativasaos segurados empregados e avulsos que lhe prestem CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 5 serviços, havendo presunção absoluta de recolhimento nesses casos. Isso significa que os segurados empregados ou avulsos não respondem pelo recolhimento das contribuições a que seriam obrigados, mesmo se a empresa não fizer a retenção e o recolhimento devidos. Portanto, a empresa tem obrigação exclusiva pelo recolhimento das contribuições previdenciárias decorrentes do trabalho do empregado e do avulso, tanto sua cota patronal como a contribuição devida pelo segurado. A Lei n° 10.666/2003 estendeu o mesmo tratamento para os segurados contribuintes individuais que prestam serviços a empresas, cabendo à empresa a obrigação pelo recolhimento das contribuições previdenciárias envolvidas na prestação de serviço, com presunção absoluta de recolhimento. Todavia, essa regra não se aplica se o contratante do serviço for outro contribuinte individual, equiparado à empresa, ou produtor rural pessoa física ou missão diplomática e repartição consular de carreira estrangeira. Nesses e nos demais casos, os contribuintes individuais, assim como os segurados facultativos, estão obrigados a recolher sua contribuição por iniciativa própria. Para os segurados empregados domésticos, a obrigação de arrecadar sua contribuição recai sobre o empregador doméstico, que é obrigado a reter e recolher a contribuição do empregado a seu serviço, assim como a parcela a seu cargo. Durante o período da licença-maternidade da empregada doméstica, cabe ao empregador apenas o recolhimento da contribuição a seu cargo, pois o próprio INSS fará o desconto da parcela a cargo do empregado doméstico na ocasião do pagamento do benefício. O produtor rural pessoa física e o segurado especial são obrigados a recolher a contribuição incidente sobre a receita bruta da comercialização de sua produção rural, caso comercializem a sua produção com adquirente domiciliado no exterior; diretamente, no varejo, a consumidor pessoa física; a outro produtor rural pessoa física; ou a outro segurado especial. A pessoa física não produtor rural que adquire a produção rural de segurado especial ou de produtor rural pessoa física, para vender, no varejo, a consumidor pessoa física, é obrigada a descontar e recolher a contribuição do segurado especial ou CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 6 do produtor rural pessoa física, incidente sobre a receita bruta da comercialização da produção rural (é a situação típica do feirante). 5.4.3) Prazo de recolhimento O prazo para recolhimento das contribuições sociais das empresas e dos equiparados à empresa, para todos os fatos geradores de contribuição, é o dia 20 do mês subsequente, antecipado. Isso significa que, se não houver expediente bancário no dia 20, o prazo para o recolhimento será o dia útil anterior. Nessa hipótese incluem-se o PRPJ, a agroindústria, o PRPF, o SE e a cooperativa de trabalho. Essa regra abrange inclusive as contribuições descontadas dos segurados. Para as contribuições sociais incidentes sobre o 13° salário, o prazo para recolhimento é o dia 20 de dezembro, antecipado, exceto na hipótese de rescisão do contrato de trabalho. Nessa situação, as contribuições referentes à parcela do 13° salário devem ser recolhidas até o dia 20 do mês subsequente à rescisão, antecipado. Já as contribuições do segurado contribuinte individual, do facultativo e do empregador doméstico devem ser recolhidas até o dia 15 do mês subsequente, postecipado – se não houver expediente bancário no dia 15, o pagamento pode ser feito no dia útil posterior. Porém, a contribuição sobre o 13° deverá ser recolhida até o dia 20 de dezembro. Caso esses contribuintes recolham sobre o valor do salário-mínimo, eles podem optar por recolher trimestralmente, efetuando o pagamento até o dia 15 do mês subsequente ao trimestre civil (15 de abril, 15 de julho, 15 de outubro e 15 de janeiro), postecipado. Por fim, as contribuições sociais incidentes sobre as receitas dos eventos desportivos, referentes às associações esportivas que mantêm equipe de futebol profissional, devem ser recolhidas em até 2 (dois) dias úteis após o evento, pelo organizador do espetáculo esportivo. Para as contribuições CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 7 incidentes sobre os patrocínios e demais receitas tributadas da associação, vale a regra geral das empresas – dia 20 do mês subsequente, antecipado. • PRAZOS DE RECOLHIMENTO CONTRIBUINTE / RESPONSÁVEL PRAZOS EMPRESAS – todos os FGs (PRPJ, PRPF, SE, Cooperativa de Trabalho) DIA 20 DO MÊS SUBSEQUENTE, ANTECIPADO CI, F E EMPREGADOR DOMÉSTICO - Exceto 13° salário* (Carnê – GPS) DIA 15 DO MÊS SUBSEQUENTE, POSTECIPADO** EVENTOS DESPORTIVOS 2 DIAS ÚTEIS APÓS O EVENTO 13° SALÁRIO (Exceto na recisão) DIA 20 DE DEZEMBRO, ANTECIPADO * O empregador doméstico tem prazo até dia 20 de dezembro para recolher a contribuição referente ao 13° salário, podendo recolher também as contribuições de novembro na mesma ocasião. ** CI, Facultativo e Doméstico que tenha o salário-mínimo como salário de contribuição podem optar por recolher trimestralmente, no prazo de até dia 15 do mês subsequente ao trimestre civil (15/abril; 15/jul; 15/out; e 15/jan), postecipado. Obs1: Na hipótese de rescisão contratual, as contribuições referentes à parcela do 13° salário devem ser recolhidas até dia 20 do mês subsequente à rescisão, antecipado. Obs2: RECLAMATÓRIAS TRABALHISTAS: quando o empregador tiver que pagar direitos trabalhistas sobre os quais incidam contribuições previdenciárias, o recolhimento será feito até dia 10 do mês seguinte ao da liquidação da sentença, postecipado. 5.4.4) Recolhimento fora do prazo: juros, multa e atualização monetária CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 8 Quando o recolhimento da contribuição social é feito fora do prazo, há incidência de juros e multa. Há duas regras distintas: uma para quando o recolhimento é efetuado espontaneamente pelo contribuinte, ainda que extemporâneo, e outra para quando a falta de recolhimento é alvo de fiscalização e cobrança por parte do Fisco. Quando o recolhimento é efetuado fora do prazo, mas de forma espontânea pelo contribuinte, incidem juros de mora e multa de mora. Os juros de mora são cobrados a partir do mês subsequente ao mês de vencimento da contribuição, aplicando-se a taxa SELIC nos meses intermediários mais o percentual fixo de 1% no mês de pagamento. Portanto, os juros SELIC serão acumulados mensalmente a partir do 1° dia do mês subsequente ao do vencimento até o mês anterior ao pagamento, quando será adicionado de mais 1%. Já a multa de mora é de 0,33% ao dia, não podendo ultrapassar 20%. A multa de mora incide desde o primeiro dia após o vencimento até o dia em que efetivamente ocorrer o pagamento. Quando o contribuinte não recolher as contribuições sociais devidas no prazo e ficar inadimplente, a cobrança poderá ser feita mediante procedimento fiscalizatório, que lançará contra o contribuinte o valor dos tributos devidos e ainda as multas de ofício. A multa de ofício pode ser normal, de 75%, ou dobrada, de 150%, quando ocorrer crime de sonegação, fraude ou conluio. Além disso, tal multa pode ser agravadaem 50%, chegando a 112,5% ou 225%, se o sujeito passivo não atender intimação para prestar esclarecimentos durante o procedimento fiscalizatório. Nessas ocasiões, serão aplicadas apenas as multas de ofício e os juros de mora, não incidindo a multa de mora. 6) DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO As contribuições previdenciárias são tributos e, de uma forma geral, devem seguir as regras do direito tributário. Como visto anteriormente, o sujeito passivo das contribuições sociais tem um prazo para efetuar o CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 9 pagamento. Quando não há recolhimento, cabe à Administração Tributária identificar a inadimplência do sujeito passivo, através de procedimento fiscalizatório, e efetuar a cobrança, acrescida da multa de ofício e juros de mora, que serve de desestímulo à inadimplência. No entanto, em nome do princípio da segurança jurídica, a Fazenda Pública tem um prazo para lançar o tributo não declarado nem recolhido, assim como também tem um prazo para promover as ações cabíveis de cobrança. Esses são os prazos de decadência e prescrição, respectivamente. O prazo de decadência é o prazo para que o Fisco exerça o direito de lançar. O prazo prescricional é o prazo para propositura da ação de execução fiscal. Durante algum tempo pairou uma polêmica sobre o Direito Previdenciário a respeito desse assunto, pois a Lei n° 8.212/1991 dizia que esses prazos eram de 10 anos para as contribuições previdenciárias, enquanto o CTN afirmava que tais prazos eram de apenas 5 anos para os tributos de um modo geral. Depois de algumas controvérsias, o Supremo Tribunal Federal (STF) pacificou a questão com a edição da Súmula Vinculante n° 8, que declarou a inconstitucionalidade dos artigos da Lei n° 8.212/1991, que fixavam em 10 anos os prazos de decadência e prescrição das contribuições previdenciárias. A base da decisão do STF está no art. 146 da CF, III, que prevê a necessidade de lei complementar para disciplinar normas gerais sobre matéria tributária, incluindo decadência e prescrição. Logo, os prazos de decadência e prescrição são de 5 anos, assim como acontece para todos os demais tributos. Diante da importância da matéria, transcrevo parte da Ementa de um julgado do STJ de 2007 que decidiu no mesmo sentido: “... cabe à lei complementar dispor sobre normas gerais em matéria de prescrição e decadência tributárias, compreendida nessa cláusula inclusive a fixação dos respectivos prazos. Consequentemente, padece de inconstitucionalidade formal o artigo 45 da Lei 8.212, de 1991, que fixou em dez anos o prazo de decadência para o lançamento das contribuições sociais devidas à Previdência CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 10 Social”. Embora não fosse objeto da ação, o mesmo raciocínio vale para o art. 46 daquela Lei, que se referia ao prazo de prescrição das mesmas contribuições. 7) CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL A Seguridade Social tem uma importância fundamental no espectro de políticas públicas de nosso país, pois cobre áreas sensíveis para o bem-estar da população que mais precisa do amparo do Estado. Mais especificamente, a Previdência Social desempenha um papel muito importante, uma vez que os benefícios previdenciários, além de contribuírem para prover a subsistência dos beneficiários, também ajudam a movimentar a economia de cidades menores no interior do Brasil. Por tudo isso, é essencial resguardar a Previdência Social de condutas ilícitas que atentem contra o Regime, tipificando tais condutas como crimes. No intuito de coibir as condutas relativas ao descumprimento das normas que regem as contribuições destinadas ao financiamento da seguridade social, foram criadas tipificações penais a fim de punir os autores do ilícito tributário- previdenciário. Os crimes previdenciários estavam disciplinados na própria Lei n° 8.212/91, mas a Lei n° 9.983/2000 acrescentou artigos ao Código Penal, tipificando os seguintes crimes: 1) Apropriação indébita previdenciária; 2) Inserção de dados falsos em sistemas de informações; 3) Modificação ou alteração não autorizada em sistemas de informações; 4) Sonegação de contribuição previdenciária; 5) Falsificação de documentos em prejuízo da Previdência Social. 1) Apropriação indébita previdenciária (art. 168-A do Código Penal): deixar de repassar à Previdência Social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e na forma legal ou convencional. Nas mesmas penas incorre quem: deixar de recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à Previdência Social que tenha sido descontada do CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 11 pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; ou deixar de recolher contribuições devidas à Previdência Social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; ou deixar de pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela Previdência Social. Agente: empregador. Pena: Reclusão de 2 a 5 anos e multa. 2) Inserção de dados falsos em sistemas de informações (art. 313-A do Código Penal): inserir ou facilitar o funcionário autorizado a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano. Agente: funcionário público. Pena: Reclusão de 2 a 12 anos e multa. 3) Modificação ou alteração não autorizada em sistemas de informações (art. 313-B do Código Penal): modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente. Agente: funcionário público. Pena: Reclusão de 3 meses a 2 anos e multa. 4) Sonegação de contribuição previdenciária (art. 337-A do Código Penal): suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária, segurado empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições previdenciárias. CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 12 Agente: responsável pelas informações à previdência social. Pena: Reclusão de 2 a 5 anos e multa. 5) Falsificação de documentos em prejuízo da Previdência Social (§§ 3° e 4° do art. 297 do Código Penal): falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro. Inserir ou fazer inserir: 1) na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; 2) na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeitoperante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; 3) em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. Omitir nos documentos acima mencionados, nome de segurado, bem como seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. Agente: responsável pelas informações à previdência social. Pena: Reclusão de 2 a 6 anos e multa. Em relação aos cinco delitos citados, deve-se perceber que as situações tipificadas pelos artigos 313-A e 313-B, inserção de dados falsos em sistemas de informações e modificação ou alteração não autorizada em sistemas de informações, não ficam restritas apenas ao campo previdenciário, sendo aplicadas a toda a esfera administrativa governamental. Esses crimes são praticados por funcionários públicos. Já os demais delitos são crimes específicos contra a previdência social e tem, na maioria das vezes, os próprios responsáveis pelo recolhimento das contribuições como agentes dessas condutas. Vale ressaltar que os crimes de apropriação indébita previdenciária e de sonegação de contribuição previdenciária atentam contra as regras de custeio do Regime Geral de Previdência Social e prejudicam o financiamento da seguridade social. CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 13 8) RECURSO DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS Ao se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, o segurado passa a ter direitos e deveres. Seu principal direito é o de receber benefícios previdenciários quando vivenciar algum dos riscos sociais para os quais a previdência oferece proteção: aposentadoria, em caso de idade avançada; salário-maternidade, em caso de gravidez; e pensão por morte para os dependentes, em caso de falecimento do segurado; dentre outros. Por sua vez, o vínculo previdenciário pressupõe obrigações, cuja principal delas é a de recolher as contribuições previdenciárias. Até há pouco tempo atrás, tanto a arrecadação das contribuições como a concessão dos benefícios previdenciários estavam a cargo da Secretaria da Receita Previdenciária e do INSS, ambos ligados ao Ministério da Previdência Social. Entretanto, a Lei n° 11.457/2007 unificou a Secretaria da Receita Previdenciária e a Secretaria da Receita Federal, formando a Secretaria da Receita Federal do Brasil, ligada ao Ministério da Fazenda e responsável pela arrecadação, fiscalização e cobrança de todos os tributos federais, inclusive os previdenciários. Desse modo, é a Receita Federal do Brasil quem tem competência para cobrar o cumprimento da obrigação do contribuinte de pagar as contribuições sociais, enquanto o INSS é competente para administrar a concessão de benefícios previdenciários. Logo, cabe ao INSS o reconhecimento ou não dos direitos dos segurados e, à Receita Federal do Brasil, cabe o reconhecimento das obrigações dos contribuintes e sua cobrança, quando for o caso. Porém, nem sempre há concordância entre o segurado/contribuinte e a administração. Por esse motivo, a lei garantiu ao segurado/contribuinte a oportunidade de recorrer de decisões administrativas que considere equivocadas. Recurso das decisões relativas às contribuições CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 14 No tocante a sua obrigação de recolher contribuições previdenciárias, o contribuinte poderá recorrer das decisões do Fisco quando julgar que a cobrança que está sendo feita é indevida. Nessas situações, instaura-se um processo administrativo fiscal, que é regulado pelas normas do Decreto n° 70.235/1972. Assim, depois que o Fisco formaliza a exigência da contribuição social que ele entende devida, através da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento, o sujeito passivo pode apresentar impugnação para contestar a exigência. Depois da Lei n° 11.457/2007, a competência para o julgamento do processo, em primeira instância, é da Secretaria da Receita Federal do Brasil, através de suas Delegacias de Julgamento (DRJ), que são órgãos colegiados criados para essa finalidade. Se houver recurso, o julgamento do processo em segunda instância compete ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), órgão colegiado, com representantes do governo e da sociedade, que integra a estrutura do Ministério da Fazenda. O CARF é constituído por seções e pela Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF). As seções do CARF são especializadas por matéria e constituídas por câmaras, podendo ser dividas em turmas. Já a CSRF é constituída por turmas, compostas pelos Presidentes e Vice-Presidentes das câmaras. Portanto, o processo administrativo fiscal configura-se como o recurso da decisão administrativa nos casos de cobrança das contribuições sociais. O primeiro passo do processo é a impugnação, que é a maneira que o sujeito passivo tem para manifestar sua discordância quanto à exigência fiscal. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador, no prazo de 30 dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência (art. 15, Decreto n° 70.235/1972). Com a apresentação da impugnação, o processo é submetido ao julgamento da DRJ (primeira instância), que decidirá sobre a procedência ou não do lançamento. Se for necessário, a autoridade julgadora determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 15 (art. 18, Decreto n° 70.235/1972). O impugnante pode desistir do processo em qualquer fase do processo, o que se concretiza inclusive com o pedido de parcelamento, a confissão irretratável da dívida ou a extinção do crédito, por qualquer modalidade. Se o sujeito passivo não impugnar o auto de infração nem efetuar o pagamento no prazo de 30 dias de seu recebimento, a autoridade fiscal decretará a revelia, permanecendo o processo no órgão preparador, pelo prazo de 30 dias, para cobrança amigável (art. 21, Decreto n° 70.235/1972). Decorrido o prazo de cobrança amigável sem que o débito tenha sido pago ou parcelado, o órgão preparador encaminhará o processo para inscrição em Dívida Ativa da União (DAU). O processo pode ter prosseguimento e a etapa seguinte do processo administrativo fiscal seria o recurso à segunda instância. Independentemente da decisão da DRJ, seja pela procedência ou improcedência da exigência fiscal, tanto o contribuinte quanto a própria autoridade julgadora podem recorrer para o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), solicitando o reexame da decisão de primeira instância. Da decisão de primeira instância (DRJ) caberá recurso voluntário, com efeito suspensivo, dirigido ao CARF (art. 33, Decreto n° 70.235/1972). Recurso voluntário é aquele apresentado pelo sujeito passivo para a segunda instância. De forma semelhante à impugnação, o prazo para interposição de recurso é de 30 dias, contados da ciência da decisão de primeira instância. Esgotado o prazo sem que o recurso tenha sido interposto, o sujeito passivo será cientificado do trânsito em julgado administrativo e intimado a regularizar sua situação no prazo de 30 dias. Não sendo cumprida a exigência por meio da cobrança amigável, o processo será encaminhado para inscrição em DívidaAtiva da União. No caso de interposição de recurso, o sujeito passivo será cientificado da decisão do CARF e intimado, quando for o caso, a cumpri-la. Se a exigência CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 16 não for cumprida no prazo de 30 dias, o processo será encaminhado para inscrição em Dívida Ativa da União. Além do recurso voluntário, também existe a possibilidade do recurso de ofício, que é aquele apresentado pela própria Receita Federal do Brasil. O Presidente de Turma da DRJ recorrerá de ofício ao CARF sempre que a decisão: declarar indevida contribuição ou outra importância apurada pela fiscalização; e relevar ou atenuar multa aplicada por infração a legislação previdenciária. Entretanto, o Ministro da Fazenda pode estabelecer limite abaixo do qual será dispensada a interposição do recurso de ofício (art. 366, § 3°, Decreto n° 3.048/1999). Por fim, a Câmara Superior de Recursos Fiscais atua exclusivamente nos casos de interpretações divergentes, unificando a interpretação das normas tributárias. Assim, nos casos de decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Câmara, turma de Câmara, turma especial ou a própria CSRF, caberá recurso especial à CSRF, no prazo de 15 dias da ciência do acórdão ao interessado (art. 37, § 2°, Decreto n° 70.235/1972). Processo relativo aos benefícios previdenciários Das decisões do INSS nos processos de interesse dos beneficiários caberá recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS), órgão colegiado integrante da estrutura do Ministério da Previdência Social, nos processos referentes a benefícios a cargo do INSS. O prazo para interposição de recursos é de 30 dias, contados da ciência da decisão (RPS, art. 305, §1°). A partir da data da interposição do recurso, inicia-se a contagem do prazo de 30 dias para o INSS oferecer contrarrazões. Admitir ou não o recurso é prerrogativa do CRPS, sendo vedado a qualquer órgão do INSS recusar o seu recebimento ou sustar-lhe o andamento, exceto quando reconhecido o direito pleiteado, antes da subida dos autos ao CRPS. CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 17 O CRPS compreende os seguintes órgãos: (I) 29 Juntas de Recursos, com competências pra julgar, em primeira instância, os recursos interpostos contra as decisões prolatadas pelos órgãos regionais do INSS, em matéria de interesse de seus beneficiários; (II) 4 Câmaras de Julgamento, com sede em Brasília, com a competência para julgar, em segunda instância, os recursos interpostos contra as decisões proferidas pelas Juntas de Recursos que infringirem lei, regulamento, enunciado ou ato normativo ministerial; (III) Conselho Pleno, com a competência para uniformizar a jurisprudência previdenciária (RPS, art. 303, §1°). Assim, em matéria de interesse dos beneficiários do RGPS, há duas instâncias recursais: 1ª Instância do CRPS: Junta de Recursos (JR), com a competência para julgar os recursos interpostos contra as decisões prolatadas pelos órgãos regionais do INSS. 2ª Instância do CRPS: Câmaras de Julgamento (Caj), com a competência para julgar os recursos interpostos contra decisões proferidas pelas Juntas de Recursos que infringirem lei, regulamento, enunciado ou ato normativo ministerial. Os recursos tempestivos contra decisões das Juntas de Recursos do CRPS têm efeito suspensivo e devolutivo (RPS, art. 308). Todavia, para estes fins, não se considera recurso o pedido de revisão de acórdão endereçado às Juntas de Recursos e Câmaras de Julgamento (RPS, art. 308, §1°). A propositura, pelo beneficiário ou contribuinte da Previdência Social, de ação judicial que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual versa o processo administrativo importa renúncia às instâncias administrativas e desistência de eventual recurso interposto (Lei n° 8.213/1991, art. 126, §3°). Todavia, quando diferentes os objetos do processo judicial e do processo administrativo, este terá prosseguimento normal no que se relaciona à matéria diferenciada. CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 18 QUESTÕES 1 – (CESPE/Técnico do Seguro Social-INSS/2008) A fusão da Secretaria da Receita Federal com a Secretaria da Receita Previdenciária centralizou em apenas um órgão a arrecadação da maioria dos tributos federais. Contudo, a fiscalização e a arrecadação das contribuições sociais destinadas aos chamados terceiros — SESC, SENAC, SESI, SENAI e outros — permanecem a cargo do INSS. 2 – (Estilo FCC/Inédita) A respeito das alterações promovidas pela Lei n° 11.457/2007, assinale a assertiva incorreta. A) Foi extinta a Secretaria da Receita Previdenciária do Ministério da Previdência Social. B) Compete ao INSS gerir o Fundo do Regime Geral de Previdência Social. C) Cabe à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições sociais previdenciárias. D) A partir da Lei n° 11.457/2007, o produto da arrecadação das contribuições previdenciárias passou a integrar o fundo único da União. E) Compete ao INSS emitir certidão relativa a tempo de contribuição. 3 - (FCC / Juiz do Trabalho - TRT / 2005 - adaptada) Em relação à responsabilidade pela arrecadação e recolhimento das contribuições, é correto afirmar: A) O empregador é responsável pelo desconto e recolhimento da contribuição previdenciária devida pelo empregado. Caso se omita, a cobrança do montante devido será feita diretamente do segurado. B) O trabalhador avulso somente é responsável pelo recolhimento de sua própria contribuição se não for sindicalizado, caso contrário o sindicato será o responsável. C) A empresa que remunera contribuinte individual que lhe presta serviço é responsável pela retenção e recolhimento da contribuição devida por esse trabalhador. D) O empregado doméstico é responsável pelo recolhimento de sua própria contribuição, sendo tal encargo a este facultado, mediante assinatura de termo perante o INSS. CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 19 E) O segurado especial é responsável pelo recolhimento de sua própria contribuição, sem a qual não terá direito a recebimento de benefício previdenciário, o que se impõe em razão da contributividade do sistema previdenciário, aplicável também aos trabalhadores do campo. 4 - (Estilo FCC/Inédita) Analise as assertivas abaixo e marque a alternativa correta: I - A omissão da empresa nos descontos previdenciários a que for obrigada por lei transfere, automaticamente, a responsabilidade respectiva aos segurados (Cespe / Delegado da Polícia Federal / 1997 - adaptada). II - O segurado contribuinte individual está obrigado a recolher sua contribuição por iniciativa própria ou mediante transferência ao respectivo sindicato, até o dia oito do mês seguinte ao da competência (Cespe / Fiscal INSS / 1998 - adaptada). III - cabe ao empregador, durante o período de licença-maternidade da empregada doméstica, recolher apenas a parcela da contribuição a seu cargo (inédita). Está correto o que se afirma em: A) I e III. B) Apenas em I. C) II e III. D) I e II. E) Apenas em III. 5 - (Estilo FCC/Inédita) O produtor rural pessoa física e o segurado especial são obrigados a recolher sua contribuição, nomês subsequente ao da operação de venda, nas seguintes situações, exceto: A) caso comercializem a sua produção diretamente, no varejo, a consumidor pessoa física. B) caso comercializem a sua produção a outro produtor rural pessoa física. C) caso comercializem a sua produção com adquirente domiciliado no exterior. D) caso comercializem a sua produção a cooperativa. E) caso comercializem a sua produção a outro segurado especial. CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 20 6 - (Estilo FCC/Inédita) Quanto à arrecadação e recolhimento das contribuições previdenciárias, analise as assertivas abaixo e marque a alternativa correta: I - O desconto da contribuição e da consignação legalmente determinado sempre se presumirá feito, oportuna e regularmente, pela empresa, pelo empregador doméstico, pelo adquirente, consignatário e cooperativa a isso obrigados, não lhes sendo lícito alegarem qualquer omissão para se eximirem do recolhimento, ficando os mesmos diretamente responsáveis pelas importâncias que deixarem de descontar ou tiverem descontado em desacordo com este Regulamento. II - A pessoa jurídica de direito privado isenta das contribuições sociais é obrigada a arrecadar a contribuição do segurado empregado e do trabalhador avulso a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração, e recolhê-la no prazo determinado. III - No caso de rescisão de contrato de trabalho, as contribuições devidas serão recolhidas no mesmo prazo das demais (dia 20), do mês subsequente à rescisão, exceto a parcela referente à gratificação natalina - décimo terceiro salário, que será recolhida em dezembro. Está correto o que se afirma em: A) I e II. B) Apenas em III. C) II e III. D) I e III. E) Apenas em I. 7 - (ESAF/Analista-Tributário da Receita Federal/2009) A arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à Seguridade Social devem ser feitos com a cooperação dos entes e pessoas envolvidos com o fato gerador da contribuição social. A respeito dessa cooperação imposta pela lei, assinale a assertiva incorreta, nos termos da legislação de custeio previdenciário em vigor. a) Os segurados, contribuinte individual e facultativo, estão obrigados a recolher sua contribuição por iniciativa própria, até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da competência. b) A empresa é obrigada a recolher os valores arrecadados dos segurados empregados até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da competência. CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 21 c) A empresa é obrigada a arrecadar as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço, descontando-as da respectiva remuneração. d) O empregador doméstico está obrigado a arrecadar a contribuição do segurado empregado a seu serviço e a recolhê-la, assim como a parcela a seu cargo. e) Se não houver expediente bancário nas datas legais de recolhimento da contribuição, o recolhimento deverá ser efetuado no dia útil imediatamente posterior. 8 - (Estilo FCC/Inédita) Sobre os prazos de recolhimento das contribuições previdenciárias, analise as assertivas abaixo: I - Os segurados empregado, avulso e contribuinte individual devem recolher suas contribuições previdenciárias até o dia 20 do mês subsequente ao da competência, antecipado. II – O empregador doméstico pode recolher a contribuição do segurado empregado a seu serviço e a parcela a seu cargo relativas à competência novembro até o dia 20 de dezembro, juntamente com a contribuição referente à gratificação natalina, utilizando-se de um único documento de arrecadação. III - Os segurados empregado doméstico, facultativo e segurado especial devem recolher suas contribuições previdenciárias até o dia 15 do mês subsequente, postecipado. Está correto o que se afirma em: A) I e II. B) Apenas em II. C) I e III. D) II e III. E) Apenas em III. 9 - (Estilo FCC/Inédita) Podem optar pelo recolhimento trimestral das contribuições previdenciárias, no dia 15 do mês seguinte ao de cada trimestre civil, desde que seus salários de contribuição sejam iguais ao valor de um salário mínimo, as seguintes pessoas: A) o contribuinte individual, o empregado doméstico e o facultativo. B) o trabalhador avulso, o segurado especial e o facultativo. C) o contribuinte individual, o facultativo e o empregador doméstico. D) o segurado facultativo, o segurado especial e o empregador doméstico. CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 22 E) o contribuinte individual, o segurado especial e o empregador doméstico. 10 - (Estilo FCC/Inédita) A falta de recolhimento das contribuições sociais devidas pelas empresas pode levar à cobrança no curso de procedimento fiscalizatório. Nesses casos, além de efetuar o lançamento de ofício das contribuições devidas, a administração tributária lançará contra o contribuinte também A) multa de ofício, somente. B) juros de mora, multa de ofício e multa de mora. C) juros de mora e multa de mora. D) juros de mora, não se aplicando a multa de ofício. E) os juros de mora e a multa de ofício, não se aplicando a multa de mora. 11 - (Estilo FCC/Inédita) Em relação aos juros e multa incidentes na ocasião do recolhimento das contribuições previdenciárias fora do tempo, assinale a alternativa correta: A) os juros de mora incidem desde o primeiro dia após o vencimento até o dia em que efetivamente ocorrer o pagamento. B) a multa de mora é de 0,33% ao dia, não podendo ultrapassar 20%. C) a multa de ofício é de 75%, podendo chegar a 300%. D) a multa de mora é de 0,33% ao dia, não podendo ultrapassar 75%. E) os juros de mora são calculados pela taxa SELIC durante todo o período de atraso. 12 - (ESAF/Auditor-Fiscal da Receita Federal/2009) A arrecadação e o recolhimento das contribuições destinadas à seguridade social constituem uma das principais tarefas de gestão tributária. Sobre elas o tempo decorrido mostra-se importante, considerando a jurisprudência dos Tribunais Superiores sobre a legislação previdenciária de custeio. Entre as assertivas a seguir indicadas, assinale a correta. a) O prazo decadencial das contribuições da seguridade social é de 5 anos. b) Prazos de prescrição e decadência podem ser definidos em lei ordinária. CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 23 c) A arrecadação e o recolhimento das contribuições podem ser feitos em qualquer momento. d) Valores recolhidos pelo fisco antes do julgamento de recursos extraordinários que discutiam o prazo de prescrição deverão ser devolvidos se forem superiores ao prazo de 5 anos do lançamento. e) A ação de cobrança do crédito tributário oriundo de contribuição social pode ser impetrada em qualquer momento. 13 - (ESAF/Técnico da Receita Federal – Área Tributária e Aduaneira/2006) Segundo a Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, a) o direito de cobrar os créditos da Seguridade Social, devidamente constituídos, prescreve em dez anos. b) o direito de cobrar os créditos da Seguridade Social, devidamente constituídos, decai em cinco anos. c) o direito de a Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extingue- se após trinta anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído. d) o direito de a Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extingue- se após três anos contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houveranulado, por vício formal, a constituição de crédito anteriormente efetuada. e) o direito de cobrar os créditos da Seguridade Social, constituídos na forma da lei e devidamente notificados ao sujeito passivo, prescreve em cinco anos contados da data do fato gerador. 14 – (FCC/Analista Judiciário-TRF 5ª Região/2008) Mario deixou de recolher contribuições devidas à previdência social que integraram custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços. Neste caso, de acordo com o Código Penal, em regra, Mário A) está sujeito a pena de detenção de um a três anos e multa. B) não está sujeito a qualquer penalidade uma vez que este fato é atípico. C) está sujeito a pena de reclusão de dois a cinco anos e multa. D) está sujeito apenas a aplicação de multa. E) está sujeito a pena de detenção de seis meses a dois anos e multa. 15 – (FCC/Analista Judiciário-Execução de Mandatos-TRF 5ª Região/2008) Mário deixou de repassar à previdência social as contribuições CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 24 recolhidas dos contribuintes no prazo e forma legal. Após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, Mário efetuou o pagamento da contribuição social previdenciária acrescida de seus acessórios. Neste caso, de acordo com o Código Penal Brasileiro, A) Mário terá direito apenas à redução da pena, uma vez que a ação fiscal já havia se iniciado. B) será extinta a punibilidade de Mário, por expressa determinação legal prevista no Código Penal. C) o juiz poderá aplicar somente a pena de multa se o Mário for primário e tiver bons antecedentes, mas não poderá deixar de aplicar a pena. D) é facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o Mário for primário e tiver bons antecedentes. E) o juiz deverá aplicar a pena de detenção de dois a cinco anos, uma vez que a ação fiscal já havia se iniciado. 16 - (Estilo FCC/Inédita) A respeito dos recursos das decisões administrativas relativas às contribuições, assinale a alternativa incorreta: A) Atualmente, o julgamento dos recursos sobre a exigência de contribuições sociais é competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil. B) a impugnação do contribuinte é apreciada em primeira instância pela DRJ. C) O Presidente de Turma da DRJ recorrerá de ofício ao CARF sempre que a decisão declarar indevida contribuição ou outra importância apurada pela fiscalização, respeitado o limite de valor estabelecido em ato do Ministro da Fazenda. D) o órgão responsável pela apreciação do recurso sobre as contribuições previdenciárias em segunda instância é o CARF. E) A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador, no prazo de 15 dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. 17 - (Estilo FCC/Inédita) O Conselho de Recursos da Previdência Social - CRPS, colegiado integrante da estrutura do Ministério da Previdência Social, é órgão de controle jurisdicional das decisões do INSS, nos processos referentes a benefícios a cargo desta Autarquia. A respeito do CRPS, assinale a alternativa incorreta: A) O CRPS é presidido por representante do Governo, com notório conhecimento da legislação previdenciária, nomeado pelo Ministro de Estado da Previdência Social. CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 25 B) o CRPS compreende 4 Câmaras de Julgamento, com sede em Brasília, com a competência para julgar, em segunda instância, os recursos interpostos contra as decisões proferidas pelas Juntas de Recursos que infringirem lei, regulamento, enunciado ou ato normativo ministerial. C) o mandato dos membros do Conselho de Recursos da Previdência Social é de dois anos, vedada a recondução. D) o CRPS compreende 29 Juntas de Recursos, com a competência para julgar, em primeira instância, os recursos interpostos contra as decisões prolatadas pelos órgãos regionais do INSS, em matéria de interesse de seus beneficiários. E) o Conselho Pleno do CRPS tem a competência para uniformizar a jurisprudência previdenciária mediante enunciados. 18 - (Estilo FCC/Inédita) Sobre os recursos das decisões administrativas, analise os itens abaixo: I - É de trinta dias o prazo para interposição de recursos, contados da ciência da decisão. II – Das decisões do INSS nos processos de interesse dos beneficiários caberá recurso para o CRPS. III - A propositura pelo beneficiário de ação judicial que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual versa o processo administrativo importa renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso interposto. Está correto o que se afirma em: A) I e II. B) I e III. C) II e III. D) I, II e III. E) Apenas em III. CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 26 GABARITO 1) E 2) D 3) C 4) E 5) D 6) A 7) A e E 8) B 9) C 10) E 11) B 12) A 13) X 14) C 15) D 16) E 17) C 18) D QUESTÕES COMENTADAS 1 – (CESPE/Técnico do Seguro Social-INSS/2008) A fusão da Secretaria da Receita Federal com a Secretaria da Receita Previdenciária centralizou em apenas um órgão a arrecadação da maioria dos tributos federais. Contudo, a fiscalização e a arrecadação das contribuições sociais destinadas aos chamados terceiros — SESC, SENAC, SESI, SENAI e outros — permanecem a cargo do INSS. Gabarito: errado. Como vimos na aula, após a fusão da Secretaria da Receita Federal e da Secretaria da Receita Previdenciária com a Lei n° 11.457/2007, a Secretária da Receita Federal do Brasil passou a acumular as competências das duas antigas Receitas. Assim, a fiscalização e a arrecadação das contribuições sociais destinadas aos chamados terceiros, que antes eram administradas pela Receita Previdenciária, também passaram a ser competência da Receita Federal do Brasil. Portanto, ao contrário do que afirma o enunciado, elas não estão a cargo do INSS. 2 – (Estilo FCC/Inédita) A respeito das alterações promovidas pela Lei n° 11.457/2007, assinale a assertiva incorreta. A) Foi extinta a Secretaria da Receita Previdenciária do Ministério da Previdência Social. B) Compete ao INSS gerir o Fundo do Regime Geral de Previdência Social. C) Cabe à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições sociais previdenciárias. D) A partir da Lei n° 11.457/2007, o produto da arrecadação das contribuições previdenciárias passou a integrar o fundo único da União. E) Compete ao INSS emitir certidão relativa a tempo de contribuição. CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 27 Gabarito: letra “d”. Após a Lei n° 11.457/2007, que unificou as atribuições da Secretaria da Receita Federal e da Secretaria da Receita Previdenciária num órgão só, que passou a se chamar Secretaria da Receita Federal do Brasil, passou a ser competência desta planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições sociais previdenciárias (letra “c”). Todavia, a despeito das várias mudanças legislativas que aproximaram o tratamento dado às contribuições previdenciárias daquele conferido aos demais tributos federais, o produto da arrecadação das contribuições previdenciáriase acréscimos legais incidentes continuaram sendo destinados, em caráter exclusivo, ao pagamento de benefícios do Regime Geral de Previdência Social e creditados diretamente ao Fundo do Regime Geral de Previdência Social. Logo, a alternativa “d” está incorreta. As demais assertivas estão corretas e foram pautadas nos artigos 1° a 5° da referida Lei. 3 - (FCC / Juiz do Trabalho - TRT / 2005 - adaptada) Em relação à responsabilidade pela arrecadação e recolhimento das contribuições, é correto afirmar: A) O empregador é responsável pelo desconto e recolhimento da contribuição previdenciária devida pelo empregado. Caso se omita, a cobrança do montante devido será feita diretamente do segurado. B) O trabalhador avulso somente é responsável pelo recolhimento de sua própria contribuição se não for sindicalizado, caso contrário o sindicato será o responsável. C) A empresa que remunera contribuinte individual que lhe presta serviço é responsável pela retenção e recolhimento da contribuição devida por esse trabalhador. D) O empregado doméstico é responsável pelo recolhimento de sua própria contribuição, sendo tal encargo a este facultado, mediante assinatura de termo perante o INSS. E) O segurado especial é responsável pelo recolhimento de sua própria contribuição, sem a qual não terá direito a recebimento de benefício previdenciário, o que se impõe em razão da contributividade do sistema previdenciário, aplicável também aos trabalhadores do campo. Gabarito: letra “c”. Como vimos durante a aula, o Decreto n° 3.048/1999 trata de arrecadação e recolhimento das contribuições em seus arts. 216 a 218. A alternativa “c” está correta, pois a empresa é obrigada a arrecadar a CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 28 contribuição do segurado empregado, do trabalhador avulso e do contribuinte individual a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração (art. 216, I, “a”). A letra “a” está errada porque existe presunção absoluta quanto ao desconto e recolhimento da contribuição previdenciária por parte da empresa, não podendo a cobrança ser feita diretamente do segurado. As letras “b” está errada porque o trabalhador avulso não é responsável em nenhuma hipótese pelo recolhimento de sua contribuição, que cabe à empresa contratante ou ao operador portuário ou ao tomador de mão-de-obra. Na letra “d”, é o empregador doméstico que está obrigado a arrecadar a contribuição do segurado empregado doméstico a seu serviço e recolhê-la, assim como a parcela a seu cargo. Por fim, na letra “e”, além de o segurado especial só contribuir quando comercializa sua produção rural, há situações em que ele não é o responsável pelo recolhimento incidente sobre a receita bruta dessa comercialização, quando, por exemplo, a produção rural é comprada por empresa, que é obrigada a tal recolhimento. 4 - (Estilo FCC/Inédita) Analise as assertivas abaixo e marque a alternativa correta: I - A omissão da empresa nos descontos previdenciários a que for obrigada por lei transfere, automaticamente, a responsabilidade respectiva aos segurados (Cespe / Delegado da Polícia Federal / 1997 - adaptada). II - O segurado contribuinte individual está obrigado a recolher sua contribuição por iniciativa própria ou mediante transferência ao respectivo sindicato, até o dia oito do mês seguinte ao da competência (Cespe / Fiscal INSS / 1998 - adaptada). III - cabe ao empregador, durante o período de licença-maternidade da empregada doméstica, recolher apenas a parcela da contribuição a seu cargo (inédita). Está correto o que se afirma em: A) I e III. B) Apenas em I. C) II e III. D) I e II. E) Apenas em III. Gabarito: letra “e”. O item I está errado porque a legislação não prevê a transferência da responsabilidade pelo recolhimento das contribuições aos CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 29 segurados em caso de omissão da empresa, pois há presunção absoluta de desconto e recolhimento. O item II também está errado porque ou o contribuinte individual está obrigado a recolher sua contribuição por iniciativa própria (art. 216, II), ou cabe à empresa que contrata contribuinte individual descontar e recolher a contribuição incidente, mas não há previsão de transferência ao respectivo sindicato. Por fim, o item III está correto, pois, durante o período de licença-maternidade da empregada doméstica, cabe ao INSS pagar o salário-maternidade à segurada, já desconto sua contribuição do valor do benefício, e ao empregador doméstico cabe apenas o recolhimento da parcela a seu cargo. 5 - (Estilo FCC/Inédita) O produtor rural pessoa física e o segurado especial são obrigados a recolher sua contribuição, no mês subsequente ao da operação de venda, nas seguintes situações, exceto: A) caso comercializem a sua produção diretamente, no varejo, a consumidor pessoa física. B) caso comercializem a sua produção a outro produtor rural pessoa física. C) caso comercializem a sua produção com adquirente domiciliado no exterior. D) caso comercializem a sua produção a cooperativa. E) caso comercializem a sua produção a outro segurado especial. Gabarito: letra “d”. Em algumas situações, o produtor rural pessoa física e o segurado especial estão obrigados a recolher sua própria contribuição, incidente sobre a receita bruta da comercialização da produção rural. Todavia, quando comercializam sua produção com empresas ou cooperativa, as adquirentes da produção é que passam a ter a obrigação de efetuar tal recolhimento. Essa regras estão previstas nos incisos III e IV do art. 216 do RPS. Segundo o inciso III, a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa são obrigadas a recolher a contribuição incidente sobre a receita bruta da comercialização, no mês subsequente ao da operação de venda ou consignação da produção rural, independentemente de estas operações terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com o intermediário pessoa física. Por sua vez, o inciso IV prevê que o produtor rural CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 30 pessoa física e o segurado especial são obrigados a recolher a contribuição a seu cargo, no mês subsequente ao da operação de venda, caso comercializem a sua produção com adquirente domiciliado no exterior, diretamente, no varejo, a consumidor pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro segurado especial. Portanto, o gabarito é a letra “d”, pois nesse caso a obrigação de recolhimento é da cooperativa. 6 - (Estilo FCC/Inédita) Quanto à arrecadação e recolhimento das contribuições previdenciárias, analise as assertivas abaixo e marque a alternativa correta: I - O desconto da contribuição e da consignação legalmente determinado sempre se presumirá feito, oportuna e regularmente, pela empresa, pelo empregador doméstico, pelo adquirente, consignatário e cooperativa a isso obrigados, não lhes sendo lícito alegarem qualquer omissão para se eximirem do recolhimento, ficando os mesmos diretamente responsáveis pelas importâncias que deixarem de descontar ou tiverem descontado em desacordo com este Regulamento. II - A pessoa jurídica de direito privado isenta das contribuições sociais é obrigada a arrecadar a contribuição do segurado empregado e do trabalhador avulso a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração, e recolhê-la no prazo determinado. III - No caso de rescisão de contrato de trabalho, as contribuições devidas serão recolhidas nomesmo prazo das demais (dia 20), do mês subsequente à rescisão, exceto a parcela referente à gratificação natalina - décimo terceiro salário, que será recolhida em dezembro. Está correto o que se afirma em: A) I e II. B) Apenas em III. C) II e III. D) I e III. E) Apenas em I. Gabarito: letra “a”. Os itens I e II estão corretos, pois expressam corretamente as regras de arrecadação e recolhimento previstas nos §§ 4° e 5° do art. 216 do RPS. O item III está errado na parte final, sobre a gratificação natalina. No caso de rescisão de contrato de trabalho, não há que se aguardar até dezembro para o recolhimento sobre a parcela proporcional do 13° salário. Segundo o § 3° do art. 216, o prazo é o mesmo, dia 20 do mês subsequente à rescisão, a única diferença que essa parcela é computada separadamente. CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 31 7 - (ESAF/Analista-Tributário da Receita Federal/2009) A arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à Seguridade Social devem ser feitos com a cooperação dos entes e pessoas envolvidos com o fato gerador da contribuição social. A respeito dessa cooperação imposta pela lei, assinale a assertiva incorreta, nos termos da legislação de custeio previdenciário em vigor. a) Os segurados, contribuinte individual e facultativo, estão obrigados a recolher sua contribuição por iniciativa própria, até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da competência. b) A empresa é obrigada a recolher os valores arrecadados dos segurados empregados até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da competência. c) A empresa é obrigada a arrecadar as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço, descontando-as da respectiva remuneração. d) O empregador doméstico está obrigado a arrecadar a contribuição do segurado empregado a seu serviço e a recolhê-la, assim como a parcela a seu cargo. e) Se não houver expediente bancário nas datas legais de recolhimento da contribuição, o recolhimento deverá ser efetuado no dia útil imediatamente posterior. Gabarito: letras “a” e “e”. A questão trata dos prazos de recolhimento e das obrigações da empresa e dos demais contribuintes. A letra “b” está correta, pois o art. 30, I, da Lei n° 8.212/1991 dispõe que o prazo para recolhimento das contribuições da empresa é o dia 20 do mês subsequente, como afirma a assertiva. A letra “c” também está baseada no mesmo dispositivo legal e está correta, como vimos na aula. A alternativa “d” afirma corretamente que o empregador doméstico está obrigado a arrecadar e recolher a contribuição do segurado empregado doméstico a seu serviço, tal como dispõe o art. 30, V, da Lei n° 8.212/1991. O gabarito original da questão era a letra “a”, pois, ao contrário do que a assertiva afirma, o prazo de recolhimento dos segurados contribuinte individual e facultativo é o dia 15 do mês subsequente, e não o dia 20. Contudo, posteriormente a questão foi anulada, pois a alternativa “e” também está incorreta. A regra do pagamento postecipado, em caso de não haver expediente bancário no dia do pagamento, é válido para os segurados contribuinte individual e facultativo e para o empregador doméstico. No entanto, para as empresas, a regra é a antecipação do pagamento, ou seja, se não houver expediente bancário no dia do pagamento (20), o recolhimento deverá ser efetuado no dia útil imediatamente anterior. CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 32 8 - (Estilo FCC/Inédita) Sobre os prazos de recolhimento das contribuições previdenciárias, analise as assertivas abaixo: I - Os segurados empregado, avulso e contribuinte individual devem recolher suas contribuições previdenciárias até o dia 20 do mês subsequente ao da competência, antecipado. II – O empregador doméstico pode recolher a contribuição do segurado empregado a seu serviço e a parcela a seu cargo relativas à competência novembro até o dia 20 de dezembro, juntamente com a contribuição referente à gratificação natalina, utilizando- se de um único documento de arrecadação. III - Os segurados empregado doméstico, facultativo e segurado especial devem recolher suas contribuições previdenciárias até o dia 15 do mês subsequente, postecipado. Está correto o que se afirma em: A) I e II. B) Apenas em II. C) I e III. D) II e III. E) Apenas em III. Gabarito: letra “b”. O item I está errado porque é obrigação da empresa descontar e recolher as contribuições dos segurados empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual que lhe prestem serviços, e não dos próprios segurados. No item III, o único erro está na inclusão do segurado especial no rol dos contribuintes que devem recolher suas próprias contribuições, até o dia 15 do mês subsequente, postecipado. Logo, a letra “b” é a resposta correta, pois o item II é a única assertiva correta. Essa regra específica do empregador doméstico é prevista no § 1-A do art. 216 do Decreto n° 3.048/1999. 9 - (Estilo FCC/Inédita) Podem optar pelo recolhimento trimestral das contribuições previdenciárias, no dia 15 do mês seguinte ao de cada trimestre civil, desde que seus salários de contribuição sejam iguais ao valor de um salário mínimo, as seguintes pessoas: A) o contribuinte individual, o empregado doméstico e o facultativo. B) o trabalhador avulso, o segurado especial e o facultativo. C) o contribuinte individual, o facultativo e o empregador doméstico. CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 33 D) o segurado facultativo, o segurado especial e o empregador doméstico. E) o contribuinte individual, o segurado especial e o empregador doméstico. Gabarito: letra “c”. Segundo o § 15 do art. 216, é facultado aos segurados contribuinte individual e facultativo, cujos salários de contribuição sejam iguais ao valor de um salário mínimo, optarem pelo recolhimento trimestral das contribuições previdenciárias, com vencimento no dia 15 do mês seguinte ao de cada trimestre civil, postecipado. O § 16 do mesmo dispositivo estende ao empregador doméstico, em relação aos empregados a seu serviço, a possibilidade de recolhimento trimestral. O objetivo do recolhimento trimestral é reduzir a burocracia para quem contribui sobre o salário mínimo. 10 - (Estilo FCC/Inédita) A falta de recolhimento das contribuições sociais devidas pelas empresas pode levar à cobrança no curso de procedimento fiscalizatório. Nesses casos, além de efetuar o lançamento de ofício das contribuições devidas, a administração tributária lançará contra o contribuinte também A) multa de ofício, somente. B) juros de mora, multa de ofício e multa de mora. C) juros de mora e multa de mora. D) juros de mora, não se aplicando a multa de ofício. E) os juros de mora e a multa de ofício, não se aplicando a multa de mora. Gabarito: letra “e”. Questão sobre recolhimento fora do prazo. Vimos que o próprio contribuinte pode recolher espontaneamente sua contribuição devida fora do prazo, quando se aplica os juros de mora e a multa de mora; ou a falta de recolhimento pode gerar a cobrança no curso de uma fiscalização, que compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil. Nesse último caso, além dos juros de mora, aplica-se a multa de ofício, de 75% no mínimo. Lembre-se, contudo, que não é possível a aplicação concomitante da multa de ofício e da multa de mora. Portanto, a única alternativa correta é a letra “e”. 11 - (Estilo FCC/Inédita) Em relação aos juros e multa incidentesna ocasião do recolhimento das contribuições previdenciárias fora do tempo, assinale a alternativa correta: A) os juros de mora incidem desde o primeiro dia após o vencimento até o dia em que efetivamente ocorrer o pagamento. B) a multa de mora é de 0,33% ao dia, não podendo ultrapassar 20%. CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 34 C) a multa de ofício é de 75%, podendo chegar a 300%. D) a multa de mora é de 0,33% ao dia, não podendo ultrapassar 75%. E) os juros de mora são calculados pela taxa SELIC durante todo o período de atraso. Gabarito: letra “b”. Mais uma questão sobre juros e multa. Vimos que os juros de mora são cobrados a partir do mês subsequente ao mês de vencimento da contribuição, aplicando-se a taxa SELIC nos meses intermediários mais o percentual fixo de 1% no mês de pagamento. Já a multa de mora é de 0,33% ao dia, não podendo ultrapassar 20%. A multa de mora incide desde o primeiro dia após o vencimento até o dia em que efetivamente ocorrer o pagamento. A multa de ofício, por sua vez, pode ser normal, de 75%, ou dobrada, de 150%, quando ocorrer crime de sonegação, fraude ou conluio. Além disso, tal multa pode ser agravada em 50%, chegando a 112,5% ou 225%, se o sujeito passivo não atender intimação para prestar esclarecimentos durante o procedimento fiscalizatório. Portanto, a letra “b” é a alternativa correta, pois trata corretamente dos percentuais da multa de mora. 12 - (ESAF/Auditor-Fiscal da Receita Federal/2009) A arrecadação e o recolhimento das contribuições destinadas à seguridade social constituem uma das principais tarefas de gestão tributária. Sobre elas o tempo decorrido mostra-se importante, considerando a jurisprudência dos Tribunais Superiores sobre a legislação previdenciária de custeio. Entre as assertivas a seguir indicadas, assinale a correta. a) O prazo decadencial das contribuições da seguridade social é de 5 anos. b) Prazos de prescrição e decadência podem ser definidos em lei ordinária. c) A arrecadação e o recolhimento das contribuições podem ser feitos em qualquer momento. d) Valores recolhidos pelo fisco antes do julgamento de recursos extraordinários que discutiam o prazo de prescrição deverão ser devolvidos se forem superiores ao prazo de 5 anos do lançamento. e) A ação de cobrança do crédito tributário oriundo de contribuição social pode ser impetrada em qualquer momento. Gabarito: letra “a”. Questão sobre prescrição e decadência. Embora esse tema tenha sido pacificado e hoje não restem dúvidas sobre a normativa aplicável ao campo previdenciário, o assunto ainda pode ser cobrado. Como vimos durante a aula, depois da decretação de inconstitucionalidade dos CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 35 artigos da Lei n° 8.212/1991 que tratavam de prescrição e decadência, em razão da Constituição exigir lei complementar para tratar do assunto, os prazos de prescrição e decadência das contribuições da seguridade social são de 5 anos, assim como dos demais tributos, obedecendo a regra do Código Tributário Nacional (CTN). Logo, a alternativa “a” está correta. 13 - (ESAF/Técnico da Receita Federal – Área Tributária e Aduaneira/2006) Segundo a Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, a) o direito de cobrar os créditos da Seguridade Social, devidamente constituídos, prescreve em dez anos. b) o direito de cobrar os créditos da Seguridade Social, devidamente constituídos, decai em cinco anos. c) o direito de a Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extingue-se após trinta anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído. d) o direito de a Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extingue-se após três anos contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, a constituição de crédito anteriormente efetuada. e) o direito de cobrar os créditos da Seguridade Social, constituídos na forma da lei e devidamente notificados ao sujeito passivo, prescreve em cinco anos contados da data do fato gerador. Gabarito: anulada. O gabarito da questão na época foi letra “a”, mas hoje existe súmula vinculante do STF determinando a inconstitucionalidade dos dispositivos que previam o prazo de prescrição e decadência das contribuições sociais em 10 anos. Além disso, o tal dispositivo da Lei n° 8.212/1991 foi revogado, o que prejudicou o enunciado da questão, que se fundamenta nessa Lei. Outro ponto interessante da questão é a diferença entre prescrição e decadência. O prazo que corre contra o direito de cobrar os créditos, como dito em “a” e “b” é o prazo de prescrição. Já o prazo para apurar e constituir os créditos é o prazo de decadência. 14 – (FCC/Analista Judiciário-TRF 5ª Região/2008) Mario deixou de recolher contribuições devidas à previdência social que integraram custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços. Neste caso, de acordo com o Código Penal, em regra, Mário CURSO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O INSS PROFESSOR: GABRIEL PEREIRA Prof. Gabriel Pereira www.pontodosconcursos.com.br 36 A) está sujeito a pena de detenção de um a três anos e multa. B) não está sujeito a qualquer penalidade uma vez que este fato é atípico. C) está sujeito a pena de reclusão de dois a cinco anos e multa. D) está sujeito apenas a aplicação de multa. E) está sujeito a pena de detenção de seis meses a dois anos e multa. Gabarito: letra “c”. De acordo com o art. 168-A do Código Penal (Decreto-Lei n° 2.848/1940), inserido pela Lei n° 9.983/2000, constitui crime de apropriação indébita previdenciária deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional. Segundo o § 1° do dispositivo, incorre nas mesmas penas quem deixar de recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços (II). A pena prevista para esse crime é de reclusão, de 2 a 5 anos, e multa. 15 – (FCC/Analista Judiciário-Execução de Mandatos-TRF 5ª Região/2008) Mário deixou de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes no prazo e forma legal. Após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, Mário efetuou o pagamento da contribuição social previdenciária acrescida de seus acessórios. Neste caso, de acordo com o Código Penal Brasileiro, A) Mário terá direito apenas à redução da pena, uma vez que a ação fiscal já havia se iniciado. B) será extinta a punibilidade de Mário, por expressa determinação legal prevista no Código Penal. C) o juiz poderá aplicar somente a pena de multa se o Mário for primário e tiver bons antecedentes, mas não poderá deixar de aplicar a pena. D) é facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o Mário for primário e tiver bons antecedentes. E) o juiz deverá aplicar a pena de detenção de dois a cinco anos, uma vez que a ação fiscal já havia se iniciado. Gabarito: letra “d”. De acordo com o § 2º do art. 9º da Lei nº 10.684/2003, extingue-se a punibilidade do crime de apropriação indébita previdenciária quando a pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e contribuições sociais, inclusive acessórios. Como não há referência ao momento em que o pagamento deve ser feito, ocorre a extinção da punibilidade do crime de apropriação indébita previdenciária a qualquer momento que o pagamento for
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