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Jean-Paul Sartre e a Filosofia Existencialista Vários são os autores existencialistas, mas todos compartilham de uma mesma linha de pensamento que pode ser resumida em: 1) a existência precede a essência; 2) nenhuma decisão é, a priori, passível de ser considerada “melhor” do que a outra; 3) a única “verdade” possível é a contingência (imprevisibilidade); 4) errar é tão “natural” como acertar; 5) a liberdade é o único fundamento ontológico humano “irreduzível”; 6) o homem ou é, antes de tudo, um “ser-para-si, ou não o será para ninguém em nenhuma circunstância. EXISTÊNCIA E DECISÃO A existência nasce antes de tudo, a partir da prática da vida humana, da vida humana como palco das manifestações concretas, das ações humanas diante da criação dessa mesma vida. A existência é esse conjunto de práticas criativas que coletivamente possibilita aos homens a realização circunstanciada de sua sobrevivência material e vivência espiritual. Portanto, qualquer pensar filosófico são remetidos sempre à vida como ela é produzida criativamente pelos homens. De acordo com Sartre não existe um Ser sujeitado. Só existe o Ser se construindo por si, ainda que coletivamente, um “Ser-para-si”. Esta construção é uma autocriação, que vai da concretude da vida material em suas estratégias de sobrevivência coletiva, mas que se distancia tanto quanto necessário é transformar o animal/coisa homem – “Ser-em-si” -, em homem com plenitude humana – “Ser-para-si”. O Ser-em-si não tem potencialidades nem consciência de si ou do mundo. Ele apenas é. É o Para-si que faz as relações temporais e funcionais entre os seres Em-si, e ao fazer isso, constrói um sentido para o mundo em que vive. O Para-si não tem uma essência definida. É preciso que o Para-si exista, e durante essa existência ele define, a cada momento o que é sua essência. Segundo Sartre a possibilidade de cada Ser se transformar em um individuo, único, vem de dois fatores: primeiro, por suas escolhas e decisões; segundo, por compor e ser composto de um emaranhado indizível de circunstâncias tão plurais como voláteis e multidimensionais. A vida de cada ser é uma teia “crocheteada” a cada instante , cuja linha é a decisão da consciência diante de cada novo e inusitado fato. A vida social é o emaranhado dessas teias pela intersubjetividade de cada individuo em querer ser Cada decisão é um “salto no escuro”. O erro que provém da coragem de assumir as responsabilidades da vida diante de si e diante de seus semelhantes fortifica o Ser em sua autoconstrução. É famosa a afirmativa de Sartre de que o “existencialismo é humanismo”. Nada mais humano e humanizante que a opção, a decisão, e, igualmente, consequentemente, o erro! Só o homem decide e erra! LIBERDADE E DIREITO A vida é decisão e nada pode antecipar afirmar se ela é acertada ou errada. Dessa forma, o direito de decidir se torna um dever de decidir. Daí que o Sr esteja eternamente condenado à escravidão da liberdade; para o Ser que quer ser um para-si, a liberdade lhe põe sobre os ombros o peso da existência em cada passo rumo aos desconhecidos fatos da existência.
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