Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
03/08/2015 1 Fios e Suturas Prof. Dr. Giuliano Queiroz Mostachio UNIRP – Centro Universitário de Rio Preto Definição “Fio é uma porção de material sintético ou derivado de fibras vegetais ou estruturas orgânicas, flexível, de secção circular e com diâmetro muito reduzido em relação ao comprimento”. 03/08/2015 2 Definição “Destina-se a contenção ou fixação de estruturas orgânicas ou elementos usados em cirurgia através de suturas e nós” (H.P. Magalhães) “Usados para ligaduras vasculares que garantem uma hemostasia perfeita e para a aproximação dos tecidos; são empregados isoladamente ou montados em agulhas” (Goffi) Características • Fio ideal: � Boa segurança no nó e adequada resistência tênsil. � Fácil manuseio e esterilização. � Baixa reação tecidual. � Não possuir ação carcinogênica e alergênica. � Não provocar ou manter infecção. � Ser resistente ao meio no qual atua. � Calibre fino e regular. � Baixo custo. � Manter as bordas da ferida aproximadas até a fase proliferativa da cicatrização. NÃO EXISTE Escolher o que se aproxime do ideal para o procedimento a ser realizado 03/08/2015 3 Características • Calibre dos fios: � Usar o fio de menor diâmetro que segure o tecido a ser reparado. � Minimizar o traumatismo a medida que se passa o fio. � Diminuir a quantidade de material estranho (fio) no local. � O FIO DE SUTURA NÃO PRECISA SER MAIS FORTE QUE O TECIDO SUTURADO. � Calibre é designado por codificação: 3 ao 12.0 3 – 2 – 1 – 0 – 1.0 – 2.0 – 3.0 – 4.0 – 5.0 – 6.0 – 7.0 – 8.0 – 9.0 – 10.0 – 11.0 – 12.0 Maior diâmetro Menor diâmetro Características • Calibre dos fios: Tamanho real (mm) Calibre métrico Materiais sintéticos de sutura Categute cirúrgico 0,7 7,0 5 3 0,6 6,0 3 2 0,5 5,0 2 1 0,4 4,0 1 0 0,35 3,5 0 2.0 0,3 3,0 2.0 3.0 0,2 2,0 3.0 4.0 0,1 1,0 5.0 6.0 0,05 0,5 7.0 8.0 0,02 0,2 10.0 03/08/2015 4 Propriedades dos fios • Características físicas: � Configuração física→ composição dos fios quanto aos seus filamentos: mono ou multifilamentados (trançado ou torcido). - Fios multifilamentados aumentam as chances de infecção. � Capilaridade → processo pelo qual fluídos e bactérias são transportados para o interior da fibras multifilamentares. - Fios multifilamentares são mais capilares do que os mono. - NÃO USAR MATERIAIS DE SUTURA CAPILARES EM LOCAIS CONTAMINADOS E INFECTADOS. - Capilaridade é reduzida pelo revestimento. Propriedades dos fios • Características físicas: � Força tênsil → somatória das forças necessárias para quebrar o fio, dividido por área de secção transversal do diâmetro do fio. - Força quadruplica quando dobra o diâmetro do fio. � Elasticidade → capacidade que o fio tem de retomar a sua forma e tamanho original após tracionado. � Plasticidade → capacidade que o fio tem de manter-se sob a nova forma após ter sido tracionado. Extremamente importante com edema Grande plasticidade – fio não retorna a forma original após redução do edema. Grande elasticidade – não se rompe dentro da ferida se edemaciar. 03/08/2015 5 Propriedades dos fios • Características físicas: � Força do nó→ força necessária para um determinado tipo de nó escorregar ou escapar. - Fios multifilamentares são normalmente mais seguros que os mono. - Presença de material estranho tecidual influência a segurança. - Influenciada pelo tipo de fio, tipo de sutura e quantidade de nós. - Conclusão: utilizar sempre de 3 a 6 nós. Propriedades dos fios • Características de reação tecidual: � Todo fio de sutura é um corpo estranho ao tecido, portanto, maior o fio, maior a reação. � Reação inicia-se na passagem do fio. � Reação é visível normalmente entre o 2 e 7 dia. � Reações intensas e prolongadas provocam infecções e deiscência. � Fios absorvíveis tendem a provocar maior reação tecidual. 03/08/2015 6 Classificação dos fios • Podem ser classificados de acordo com: � Comportamento no tecido: absorvível ou não absorvível. � Estrutura: monofilamentar ou multifilamentar. � Origem: sintético, orgânico ou metálico. A – Monofilamentar B – Multifilamentar torcido C – Multifilamentar trançado D – Multifilamentar envelopado Classificação dos fios • Quanto a absorção: � Absorvíveis → Categute simples e cromado Poliglactina 910 (Vicryl®) Ácido poliglicólico (Dexon®) Polidioxanona (PDS®) Poligliconato (Maxon®) Poliglicaprona 25 (Monocryl®) � Inabsorvíveis→ Seda Poliamida (Náilon) Poliéster (Ethibon®) Polipropileno (Prolene®) Fio de aço (Flexon®) 03/08/2015 7 Classificação dos fios • Quanto a estrutura: � Monofilamentar→ Poliamida (Náilon) Polipropileno (Prolene®) Fio de aço (Flexon®) Polidioxanona (PDS®) Poligliconato (Maxon®) Poliglicaprona 25 (Monocryl®) � Multifilamentar→ Seda Poliamida (Náilon) Poliéster (Ethibon®) Categute simples e cromado Poliglactina 910 (Vicryl®) Ácido poliglicólico (Dexon®) Classificação dos fios • Quanto a origem: � Animal – Categute simples e cromado � Orgânica – Seda � Vegetal – Algodão � Metálica – Aço � Sintética – Poliglactina 910 (Vicryl®) Ácido poliglicólico (Dexon®) Polidioxanona (PDS®) Poligliconato (Maxon®) Poliglicaprona 25 (Monocryl®) Poliamida (Náilon) Poliéster (Ethibon®) Polipropileno (Prolene®) 03/08/2015 8 Classificação dos fios • Características gerais dos fios absorvíveis Legenda: + leve ++ moderada +++ boa ++++ intensa Nome genérico Nome comercial Característica Redução na força tênsil Absorção completa (dias) Segurança relativa do nó Reação tecidual Degradação Categute Simples Multifilamentar + (0% em 2 a 3 semanas) 60 + ++++ Proteolítica Categute Cromado Multifilamentar + (0% em 2 a 3 semanas) 60 ++ ++++ Proteolítica Poliglactina 910 Vicryl Multifilamentar +++ (50% em 2 a 3 semanas) 56 a 70 ++ + Hidrolítica Ácido poliglicólico Dexon Multifilamentar +++ (50% em 2 a 3 semanas) 60 a 90 +++ + Hidrolítica Polidioxanona PDS Monofilamentar +++ (50% em 5 a 6 semanas) 180 ++ + Hidrolítica Poligliconato Maxon Monofilamentar +++ (50% em 4 a 5 semanas) 180 +++ + Hidrolítica Poliglicaprona 25 Monocryl Monofilamentar +++ (50% em 1 a 2 semanas) 120 ++ + Hidrolítica Classificação dos fios • Características gerais dos fios inabsorvíveis Legenda: + ruim ++ moderada +++ boa ++++ muito boa Nome genérico Nome comercial Característica Segurança relativa do nó Reação tecidual Seda Multifilamentar +++ Alta Poliamida (Náilon) Multifilamentar ou Monofilamentar ++ Baixa Polipropileno Prolene Monofilamentar ++ Baixa Poliéster Ethibond Multifilamentar + Moderada Fio de aço Flexon Multifilamentar ou Monofilamentar ++ Baixa Caprolactama polimerizada Supramid Multifilamentar ++ Moderada 03/08/2015 9 Fios de sutura absorvíveis • Categute � Origem: kitgut – corda de pequenos violinos feita do intestino de animais (gato). � Atualmente: fio multifilamentar obtido da serosa do intestino delgado de carneiro ou bovino. � Emprego desencorajado – por ser multifilamentar e apresentar alta capilaridade e reação tecidual. � Ocorre absorção prematura quando exposto a secreções estomacais, ambiente infectado e tecido altamente vascularizado. � Pode ser simples ou cromado. � Perda da resistência tênsil em 2 a 3 semanas. � Absorção completa em até 60 dias. Fios de sutura absorvíveis • Categute � Cromado – Maior resistência e tempo de absorção Menor reatividade tecidual � Vantagens: Fácil de manusear e relativamente forte Absorvível pelos tecidos � Desvantagens: Impróprio para sutura externas Alta capilaridade e perda da forçatênsil Quando úmido diminui a segurança do nó Reação inflamatória e de sensibilidade 03/08/2015 10 Fios de sutura absorvíveis • Poliglactina 910 (Vicryl®) � Trata-se de um polímero multifilamentar contendo ácido glicólico e ácido lático na proporção de 9:1 prensado na forma de filamentos na cor violeta. � Apresenta boa força tênsil (35% em 14 dias e 60% em 21 dias). � Causa pequena reação tecidual e possui boa segurança do nó. � Absorção completa em torno de 60 dias. � Vantagens: baixa reação tecidual, ampla aplicação e estável em feridas contaminadas. � Desvantagem: custo relativamente alto. Fios de sutura absorvíveis • Ácido poliglicólico (Dexon®) � Fio sintético composto de um monopolímero de ácido glicólico moldado em multifilamentos nas cores branco e verde. � Apresenta boa força tênsil (35% em 14 dias e 65% em 21 dias). � Material considerado inerte, não antigênico e não piogênico. � Absorção por hidrólise e completa entre 60 e 90 dias. � Vantagens: bom manuseio, ampla aplicação e estável em feridas contaminadas. � Desvantagem: custo elevado. 03/08/2015 11 Fios de sutura absorvíveis • Polidioxanona (PDS®) � Fio sintético monofilamentar preparado a partir de poliéster e poli (p-dioxanona). � Apresenta alta força tênsil (14% em 14 dias e 31% em 42 dias). � Material não antigênico e não piogênico, apresentando pequena reação tecidual. � Absorção por hidrólise e completa em 180 dias. � Vantagens: maior flexibilidade e resistência que Dexon® e Vicryl®, ampla aplicação e estável em feridas contaminadas. � Desvantagem: custo elevado e necessidade de maior numero de nós por ser monofilamentar. Fios de sutura absorvíveis • Poligliconato (Maxon®) � Fio sintético monofilamentar preparado a partir de ácido glicólico e carbonato de trimetilene. � Apresenta características (vantagens de desvantagens) semelhantes as do PDS®. � Apresenta alta força tênsil (30% em 14 dias e 45% em 21 dias). � Possui boa segurança nos nós. � Material não antigênico e não piogênico, apresentando pequena reação tecidual. � Absorção por hidrólise e completa em 180 dias. 03/08/2015 12 Fios de sutura absorvíveis • Poliglicaprona 25 (Monocryl®) � Fio sintético monofilamentar a base de copolímeros de épsilon coprolactona e glicolida. � Apresenta características (vantagens de desvantagens) semelhantes as do PDS®. � Apresenta boa força tênsil (50% entre 1 a 2 semanas). � Possui boa segurança nos nós. � Material não antigênico e não piogênico, apresentando pequena reação tecidual. � Absorção por hidrólise e completa entre 91 e 119 dias. Fios de sutura inabsorvíveis • Fio de seda � Fio orgânico multifilamentar torcido ou trançado obtido a partir da seda natural. � Embora classificado com inabsorvível perde gradativamente a sua força tênsil e é absorvido em dois anos. � Não mais utilizado em pequenos animais. � Vantagens: baixo custo, fácil aquisição e manejo. � Desvantagens: Alta capilaridade, elevada reação tecidual. Mínima segurança no nós. Não deve ser utilizado em feridas contaminadas e órgãos ocos. 03/08/2015 13 Fios de sutura inabsorvíveis • Fio de algodão � Fio orgânico multifilamentar considerado inabsorvível mas biodegradável composto de fibras torcidas. � Apresenta maior segurança dos nós do que a seda e estimula uma reação tecidual semelhante. � Não mais utilizado em pequenos animais. � Vantagens: baixo custo, fácil aquisição e manejo. � Desvantagens: Alta capilaridade, elevada reação tecidual. Alto índice de fricção. Capacidade de potencializar infecções. Fios de sutura inabsorvíveis • Poliamida (náilon ou nylon) � É um polímero de cadeia longa disponível na forma mono. � Suas propriedades proporcionam alta resistência tênsil, maleabilidade e passagem suave pelo tecido. � Perda de 30% da sua força tênsil em 2 anos (mono). � Causa mínima reação tecidual e não apresenta capilaridade. � Contra indicado em procedimentos do trato biliar e urinário, pois, podem resultar na formação de cálculos. 03/08/2015 14 Fios de sutura inabsorvíveis • Poliamida (náilon ou nylon) � Vantagens: Ampla aplicação e baixa reação tecidual Baixa incidência de infecção. Sem capilaridade e inerte. Baixo custo e alta resistência. � Desvantagens: Manuseio difícil com fios de alta diâmetro. Baixa segurança do nó (necessário no mínimo 5). Fio escorregadio. Possui alta memória. Não deve ser usado em cavidades serosas ou sinoviais. Fios de sutura inabsorvíveis • Polipropileno (Prolene®) � É um fio monofilamentar derivado do propileno. � Apresenta força tênsil inferior ao náilon. � Maior segurança do nó quando comparado ao náilon. � Alta elasticidade sendo adequado para sutura de tecidos com maior capacidade de alongamento como pele e musculatura. � Fio inerte e com resistência a infecção bacteriana. � Baixíssima ação trombogênica (ideal para cirurgias vasculares). � Apresenta alto custo. � Manuseio difícil (escorregadio) e dificuldade na realização do nó. 03/08/2015 15 Fios de sutura inabsorvíveis • Poliéster � É um polímero sintético multifilamentar. � Considerado um dos fios mais fortes sofrendo nenhuma ou pouca perda da resistência a tensão. � Poliéster provoca a maior reação tecidual entre os fios sintéticos. � Associado a infecção local persistente e reação tecidual exagerada quando utilizado em ferimentos contaminados e infeccionados. � Apresenta baixa segurança dos nós (mínimo de 5). � Possui elevado coeficiente de fricção. Fios de sutura inabsorvíveis • Fio de aço inoxidável � Material metálico mais utilizado na medicina veterinária. � Encontrado na forma mono ou multifilamentar (torcido). � Apresenta alta resistência. � Biologicamente inerte e com ausência de capilaridade. � Desvantagens: Manejo delicado e nós de difícil aplicação Fio permanente Tendência a cortar os tecidos (CUIDADO) Extremidades do fio = ponto de irritação Necessidade de instrumentos especiais para manipulação e corte. 03/08/2015 16 Agulhas cirúrgicas • São instrumentos de sutura, nos quais os fios são acoplados ou montados, a fim de serem introduzidos nas bordas da ferida. • Escolha depende do tecido a ser suturado, da topografia do ferimento e das características da agulha. • Possuem 3 partes distintas: � Fundo: parte onde fica o orifício de passagem do fio. � Corpo: maior parte da agulha, dando sustentação ao manuseio. � Ponta: parte mais anterior da agulha com características próprias e adequadas a penetração dos tecidos. Agulhas cirúrgicas • Fundo � Fundo pode ser: - Cego ou fechado: semelhante a agulha de costureira. - Falso ou aberto: o fio é colocado sobre pressão. � Fundo traumático: fio passa pelo orifício. � Fundo atramáutico: fio se encontra fixado em agulhas cilíndricas. 03/08/2015 17 Agulhas cirúrgicas • Corpo � Cilíndrico: comum as agulhas atraumáticas. � Achatado: - Dorso ventralmente: mais comum. - Latero lateralmente. � Em forma de trapézio. � Em forma triangular. • Ponta � Cônica ou cilíndrica: sutura de órgãos parenquimatosos. � Triangular ou bifacetada: é a mais usada em suturas cutâneas. Agulhas cirúrgicas 03/08/2015 18 Agulhas cirúrgicas • Classificação � Traumática. � Atraumática. � Em relação a curvatura: - Reta: usadas para suturar sem a ajuda de porta-gulha. - Semi-retas: fundo e corpo retos e ponta curva. São aplicadas em estruturas mais superficiais (ex. pele). - Curvas: a curva é variável podendo ser ¼, 3/8, ½ e 5/8 de círculo. Nós cirúrgicos • Definição: � Unidade fundamental da hemostasia definitiva e síntese. � Entrelaçamento das extremidades de um fio, formando uma alça que comprime as estruturasque se quer ligar ou aproximar. • Componentes dos nós: � Primeiro seminó – função de contenção. � Segundo seminó – objetivo de promover a fixação do conjunto. Primeiro seminó Segundo seminó 03/08/2015 19 Nós cirúrgicos • Tipos: • Confecção dos nós: � AULA PRÁTICA Maior segurança Evita o afrouxamento do primeiro seminó, permitindo a confecção do segundo sem modificação Intervalo 03/08/2015 20 Suturas • Definição: “Entende-se por síntese o conjunto de manobras manuais ou instrumentais, destinadas a unir os tecidos separados, restituindo sua continuidade anatômica e funcional” Suturas • Normas para uma boa sutura: � Antissepsia e assepsia corretas. � Hemostasia adequada. � Abolição de espaço morto. � Ausência de corpos estranhos ou de tecidos desvitalizados. � Emprego de suturas e fios adequados, realizados com técnica apropriada. � Observar distancia regular e segura de entrada e saída da agulha em relação as bordas da ferida. � Distribuir os pontos uniformemente, mantendo regular sua perpendicularidade ou paralelidade. � Evitar a confecção de nós sobre a linha de cicatrização. � Cortar o fio a uma distância segura dos nós. 03/08/2015 21 Classificação das suturas • Profundidade � Superficial: suturas de pele e subcutâneo � Profundas: abaixo do plano aponeurótico. • Planos anatômicos � Por planos: quando os pontos abrangem camada por camada de tecido, tendo a vantagem de eliminar espaços mortos. � Em massa: inclui todos os planos em um único ponto, servindo mais como ponto de sustentação dos tecidos. � Mista: combinação das duas técnicas. Classificação das suturas • Fio usado � Absorvível. � Inabsorvível. • Finalidade � Hemostasia: visa coibir ou prevenir a hemorragia. � Aproximação ou união: finalidade de restabelecer a integridade anatômica e funcional das estruturas. � Sustentação: pontos de apoio para auxiliar na manutenção de determinada estrutura em posição. � Estética: técnicas para se obter ótimo confrontamento entre os planos e mínimos traumatismos. 03/08/2015 22 Classificação das suturas • Espessura do tecido � Perfurante total: atravessa toda a parede do órgão. � Perfurante parcial: atravessa somente uma parte da espessura da parede. • Sequência dos pontos: separados ou contínuos � Separados: para cada alça de fio corresponde um nós, não havendo continuidade. São passados, amarrados e cortados. - Vantagens: Mais seguras, não diminuem o diâmetro ou comprimento das estruturas , provocam menor isquemia e capacidade de ajuste preciso da tensão em cada ponto da ferida. - Desvantagens: São mais demoradas. Classificação das suturas • Sequência dos pontos: separados ou contínuos � Contínuos: existe a continuidade do fio entre as alças, tendo somente um nó inicial e um nó final. - Vantagens: velocidade da sutura e apresentar menor continência quando comparado ao padrão interrompido. - Desvantagens: ruptura de um ponto pode levar ao rompimento de toda a linha de oclusão, maior tendência a estreitar o calibre de estruturas cilíndricas e diminuir o comprimento nas suturas lineares, e maior tendência a isquemia das bordas. 03/08/2015 23 Classificação das suturas • Posição das bordas da ferida � Confrontamento ou aposição: - Sutura com justaposição das bordas, não deixando desnível entre elas. - Indicada quando se quer perfeita integridade anatômica e funcional (ex. pele e nervos) � Eversão ou evaginante: - Bordas ficam voltadas para fora da ferida. - Indicadas em suturas vasculares ou de tensão. Classificação das suturas • Posição das bordas da ferida � Inversão ou invaginante: - Bordas ficam voltadas para dentro da ferida. - Indicadas em órgãos ocos para justapor as paredes pela sua face externa, isolando a parte interna que geralmente é contaminada. � Sobreposição: - Uma borda fica sobreposta a outra com a finalidade de aumentar a superfície de contato entre elas e proporcionar uma cicatriz mais resistente. - Indicada para fechamento de hérnias, eventrações e eviscerações. 03/08/2015 24 Padrões de suturas interrompidos • Ponto simples interrompido � Padrão mais antigo e utilizado. � Fácil e relativamente rápida de realizar. � Proporciona oclusão anatômica (aposição das bordas) segura e tensão precisa da sutura (distribui por todos os pontos). � Utilizada em praticamente todos os tecidos. � Agulha é inserida em distancia variável de um lado da incisão, cruza a incisão em ângulo reto e é inserida através do tecido no outro lado. Padrões de suturas interrompidos • Ponto simples interrompido 03/08/2015 25 Padrões de suturas interrompidos • Ponto simples invertido � Modificação do ponto simples, dessa forma o nó fica oculto dentro do tecido. � Nó fica voltado para dentro da mucosa impedindo a aderência da sutura com outros órgãos. � Nó utilizado para a sutura de esôfago. � Agulha é inserida de dentro pra fora do tecido e penetra no lado oposto de fora pra dentro. Padrões de suturas interrompidos • Sutura Wolff (“U” horizontal interrompido) � Sutura evaginante. � São pontos mais fortes que os simples separados mas promovem uma cicatriz maior. � Apresenta baixo tempo de execução e proporciona uma boa oclusão da ferida. � Usada primariamente em áreas de tensão. CUIDADO ao sutura pele devido a diminuição do suporte sanguíneo. � Sutura que apresenta características hemostáticas, sendo utilizadas com esse fim em cirurgias de fígado e baço. 03/08/2015 26 Padrões de suturas interrompidos • Sutura Wolff (“U” horizontal interrompido) Padrões de suturas interrompidos • Sutura Donatti (“U” vertical interrompido) � Sutura evaginante com o objetivo de aproximar a pele e ao mesmo tempo minimizar a tensão na borda da ferida. � Ponto maior tem a finalidade de sustentação da pele e o ponto menor produz excelente confrontamento das bordas da ferida. � Tem a vantagem de assegurar uma perfeita vascularização na zona da ferida, diminuindo o risco de necrose das margens. � Usada em lacerações traumáticas da pele e membros de equinos, onde o suprimento de sangue já pode estar comprometido. � Desvantagem: maior quantidade de material e maior tempo para ser realizada. 03/08/2015 27 Padrões de suturas interrompidos • Sutura Donatti (“U” vertical interrompido) Padrões de suturas interrompidos • Ponto Sultan (“X”) � É uma modificação da sutura de Wolff onde se forma uma cruz (“x”) sobre a incisão. � Ponto de aposição/tensão e utilizado em áreas com resistência e submetidas a grandes tensões. � Utilizado em fechamento de paredes, suturas musculares e pele, especialmente em cotos de amputação e descorna. � Também utilizado como ponto de apoio de uma sutura para hemostasia ou aproximação. 03/08/2015 28 Padrões de suturas interrompidos • Ponto Sultan (“X”) Padrões de suturas interrompidos • Lembert interrompida � Trata-se de uma variação do padrão de “U” vertical, sendo a associação de dois pontos simples, na qual cada lado do bordo da ferida é perfurado duas vezes ficando a alça do fio em posição vertical. � Sutura invaginante, usada como uma segunda sutura de oclusão de vísceras ocas. � Distancia entre os pontos e a borda da ferida é regulado de acordo com a espessura da parede tecidual e varia de 3 a 5 mm. � Utilizada em órgãos gastrintestinais, útero e rúmen (grandes animais). 03/08/2015 29 Padrões de suturas interrompidos • Lembert interrompida Padrões de suturas interrompidos • Sobreposição de Mayo (Jaquetão) � Trata-se de uma sutura de sobreposição. � Sutura que permite maior robustez a cicatrização, previnindo futuras recidivas. � Utilizada principalmente na rafia de hérnias, eventrações e eviscerações.03/08/2015 30 Padrões de suturas interrompidos • Sobreposição de Mayo (Jaquetão) Padrões de suturas contínuos • Sutura simples continua � Consiste de uma serie de suturas simples interrompidas com um nó em cada extremidade. � Sutura de aposição que proporciona uma aproximação tecidual máxima e são relativamente resistentes a ar e fluídos. � Utilizada em quase todos os tecidos, desde que seja elásticos e que não serão submetidos a grandes tensões (ex. músculo, aponeurose, subcutâneo e pele). � Sutura de fácil e rápida execução, entretanto, proporciona menor resistência que a sutura simples. � Desvantagem: pode franzir a linha de sutura e estreitar a luz do intestino. 03/08/2015 31 Padrões de suturas contínuos • Sutura simples continua Padrões de suturas contínuos • Sutura Reverdin (Festonada) � Modificação da sutura simples continua. � Sutura de aposição que após passar a agulha através dos tecidos, é passada por dentro do laço pré formado e então apertado. � Utilizada para dar segurança a sutura, principalmente em suturas longas dando maior fixação nos bordos da ferida. � Usada principalmente em musculatura. 03/08/2015 32 Padrões de suturas contínuos • Sutura Reverdin (Festonada) Padrões de suturas contínuos • Sutura de colchoeiro (“U” horizontal continua) � Modificação da sutura de Wolff interrompida. � Sutura evaginante que oferece uma boa coaptação dos bordos da ferida. � Sutura de fácil e rápida execução. � Apresenta a vantagem de não passar o fio sobre a ferida, entretanto, não promove perfeita coaptação dos bordos. � Ótima sutura para hemostasia de tecidos. 03/08/2015 33 Padrões de suturas contínuos • Sutura de colchoeiro (“U” horizontal continua) Padrões de suturas contínuos • Sutura Schmieden � Sutura invaginante que promove um bom confrontamento dos bordos da ferida. � Sutura desenvolvida para evitar a inversão da mucosa. � Considerada uma sutura contaminante, sendo necessário uma segunda camada de sutura que invagine o tecido. � Apresenta a desvantagem de permanecer o fio entre as superfícies justapostas. � Utilizada principalmente em órgãos ocos (ex. útero). 03/08/2015 34 Padrões de suturas contínuos • Sutura Schmieden Padrões de suturas contínuos • Sutura Lembert continua � Sutura de característica invaginante e não contaminante (não penetra a luz do órgão). � Desenvolvida para o fechamento de órgãos ocos (ex. bexiga, útero, intestino e estômago). � Sutura segura mas extremamente lenta e trabalhosa. � Agulha deve penetrar na serosa e na camada muscular cerca de 8 a 10 mm da borda da incisão e sair próximo a borda do mesmo lado (3 a 4 mm). Depois de passar sobre a ferida, a agulha deve penetrar 3 a 4 mm da borda e sair 8 a 10 mm distante da incisão. 03/08/2015 35 Padrões de suturas contínuos • Sutura Lembert continua Padrões de suturas contínuos • Sutura de Cushing � Sutura de característica invaginante e não contaminante (não penetra a luz do órgão). � Desenvolvida para o fechamento de órgãos ocos (ex. bexiga, útero, intestino e estômago). � Sutura segura e de fácil execução. � Normalmente utilizada como segundo plano de sutura. � Perfuracoes são feitas paralelamente as bordas da ferida. 03/08/2015 36 Padrões de suturas contínuos • Sutura de Cushing Padrões de suturas contínuos • Sutura de Connell � Sutura idêntica a de Cushing, no entanto, penetra na luz do órgão (contaminante). Sutura de Cushing Sutura de Connell Não contaminante Não penetra na luz do órgão Contaminante Penetra na luz do órgão 03/08/2015 37 Padrões de suturas contínuos • Sutura de Connell Padrões de suturas contínuos • Sutura bolsa de fumo ou tabaco � Consiste em uma sutura continua usada para apertar canais, orifícios existentes e isolar cavidades do exterior. � Sutura que não penetra na mucosa, ou seja, não contaminante. � Utilizada principalmente para fixação de tubos gastrintestinais e fechamento do anus em cirurgias perineais ou em casos de prolapso de reto. 03/08/2015 38 Padrões de suturas contínuos • Sutura bolsa de fumo ou tabaco Considerações finais • Início da sutura � Destros – SEMPRE da direita para a esquerda. � Canhotos – SEMPRE da esquerda para a direita. � Permite melhor visualização. • Corte dos fios em relação aos nós � Suturas internas (ex. intestino e bexiga) – fio deve ser cortado junto dos nós, devendo-se deixar pontas de pelo menos 2 mm para prevenir a soltura do nós. � Suturas externas (ex. pele) – fio deve ser cortado longe dos nós, devendo-se deixar pontas de pelo menos 1 cm para facilitar a sua retirada. Link para o vídeos: http://www.youtube.com/watch?v=_YHGwxC7LZY 03/08/2015 39 Dúvidas??
Compartilhar