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Aula 10 Ações possessórias

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV Profª: Évelyn Cintra Araújo
3.2.2 Ações Possessórias (arts. 554 a 568, NCPC)
a) Juízo petitório x juízo possessório
- possessório (ius possessionis): a pretensão diz respeito à posse em si mesma, sem cogitar qualquer outra relação jurídica. O fundamento da pretensão e o pedido são a posse. Portanto, instruir tais causas com prova da titularidade do domínio é irrelevante, uma vez que basta demonstrar a posse anterior e a ofensa a esta. Seguindo o mesmo raciocínio, mas em situação diversa, é o proprietário que nunca foi possuidor do seu bem, o qual será carecedor da ação possessória, cabendo-lhe, na verdade, a imissão na posse.
- petitório (ius possidendi): a pretensão diz respeito ao direito de propriedade. O fundamento é a posse decorrente da propriedade, e o pedido é o domínio. Ex:. reivindicatória, imissão na posse, embargos de terceiro etc. O art. 557 do NCPC veda, na pendência da ação possessória, que o réu ou o autor ajuízem ação visando o reconhecimento do domínio. A tutela da posse seria inútil se fosse possível ao proprietário responder ao possuidor com a ação petitória.
b) Espécies de Possessórias (art. 1210 CC):
- ação de reintegração de posse: cabível quando há o esbulho da posse (perda violenta, clandestina ou precária da posse);
- ação de manutenção de posse: cabível quando há turbação na posse (efetivo embaraço ao exercício da posse); e
- interdito proibitório: cabível, preventivamente, quando há ameaça ao exercício da posse, ou seja, ameaça iminente de turbação ou esbulho.
c) Fungibilidade das ações possessórias (art. 554, CPC/15): pela dificuldade em distinguir uma situação de esbulho e turbação; ou entre esta e simples ameaça a posse, o legislador previu, no art. 554, a aplicação do principio da fungibilidade ou conversibilidade dos interditos, segundo o qual o juiz poderá conhecer de um pedido possessório, diverso do requerido pelo autor, desde que os requisitos estejam provados, outorgando-lhe a proteção adequada. Isso ocorre muito em caso da alteração da situação fática depois do ajuizamento da demanda possessória. 
Ex: ajuíza-se interdito proibitório em razão da ameaça de esbulho sofrida; porém, este, no curso do processo, se concretiza, deixando de ser simples ameaça; o juiz pode converter em ação de reintegração de posse.
O princípio restringe-se às possessórias (independente do rito), não se aplicando, portanto, entre ação petitória e ação possessória, posto que tem pedidos e fundamentos completamente diversos, o que poderia implicar num julgamento extra petita.
Também não se aplica se o novo ato espoliativo ocorreu após o trânsito em julgado da possessória, uma vez que se trata de causa de pedir para o ajuizamento de nova possessória.
d) Ações de força nova e de força velha – definição do rito (art. 558, NCPC)
- ação de força nova: a ação é proposta dentro de 1 ano e 1 dia da ofensa da posse; o rito será especial do Capítulo. A concessão liminar será com base nos arts. 561 e 562, NCPC, ou seja, basta que o autor comprove a posse, o esbulho ou a turbação, a perda ou continuação na posse, principalmente a data do ato espoliativo, independentemente de demonstração de periculum in mora, que, nas possessórias, é presumido – in re ipsa.
- ação de forca velha�: a ação é proposta após esse prazo; o rito a ser observado será o comum (o pedido liminar submeterá aos requisitos previstos no art. 300, NCPC, ou seja, a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo), sem retirar o caráter possessório.
Obs:. O interdito proibitório é sempre ação de força nova, porque a ameaça é constante e deve ser sempre atual.
e) Objeto das ações possessórias
Só é cabível ação possessória para bens e direitos capazes de serem apreendidos fisicamente, isto é, para bens materiais (bens móveis, semoventes e imóveis).
Sum. 228 STJ: não cabe ação possessória para a proteção do direito autoral.
Sum. 415 STF: cabe possessória para defender servidão de passagem.
f) Procedimento das possessórias
Petição inicial (arts. 319/320 e 561 CPC):
- Competência => foro do domicílio do réu, para bens móveis e semoventes (art. 46, NCPC); foro da situação da coisa, quando se tratar de bem imóvel (art. 47, §2º, NCPC).
Neste último caso, ainda que se trate de ação fundada em direito pessoal, não se aplica o art. 46 do NCPC, que prevê a competência do foro do domicílio do réu, por haver previsão específica para as ações possessórias no art. 47, §2º, do mesmo diploma legal, segundo o qual a competência para a ação possessória imobiliária será proposta no foro da situação da coisa, cujo critério territorial, ali estabelecido, se reveste excepcionalmente de caráter absoluto. 
Vale lembrar que, em alguns casos, a competência será do Juizado Especial. É o que ocorre nas possessórias cujo valor for igual ou inferior a 40 salários mínimos, conforme art. 3o, IV, da Lei n. 9.099/95.
- Partes e sua qualificação:
capacidade de ser parte => pessoas físicas e pessoas jurídicas, de direito privado ou de direito público. 
	As partes devem ser identificadas com precisão, salvo no caso de invasão por um número indeterminado de pessoas (indicação apenas dos ocupantes). O novo CPC estabelece regramento para a citação de grande número de pessoas, afirmando que se procede a citação dos ocupantes encontrados no local, e, dos demais, por edital, devendo-se ouvir o MP e, se for o caso, a Defensoria Publica (art. 554, §§1º e 2º, NCPC).
capacidade de estar em juízo => apenas capazes. Se o responsável pelo ato for absolutamente incapaz, a ação é em face daquele encarregado pela sua vigilância (pai, tutor ou curador).
legitimidade => quem figurou na lide. 
Será autor o possuidor esbulhado, turbado ou ameaçado, irrelevante se também detentor de direito real. 
Os compossuidores tem a faculdade de promover a ação em conjunto ou isoladamente, sendo que, no primeiro caso, formar-se-á um litisconsórcio facultativo unitário, e, no segundo, ainda que não tenham os demais figurados como partes, serão alcançados pelos efeitos da coisa julgada, atuando o autor em legitimidade extraordinária. 
Em se tratando de pessoas casadas compossuidoras, a regra é a mesma, com a diferença que, se formarem litisconsórcio facultativo, será necessária a outorga uxória/marital (art. 73, §2º, NCPC).
A ação pode ser tanto contra o autor do ato como contra o seu mandante, podendo o primeiro requerer a sua substituição por este (art. 339, NCPC).
Já o legitimado passivo é o autor do esbulho, turbação ou ameaça, ainda que seja possuidor da coisa.
Observações importantes: 
sucessor a título universal ou causa mortis é também legitimado, ativa ou passivamente, porque continua na posse de seu antecessor (art. 1.207, Código Civil - CC), e o sucessor a título singular responderá pelo vício apenas se recebeu por má fé a coisa esbulhada (art. 1.212, CC).
possuidores diretos e indiretos têm legitimidade um em face do outro, como também ambos em face de terceiros em litisconsórcio ativo facultativo.
�A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) cassou decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) que havia considerado impossível a concessão de antecipação de tutela em ação possessória, em caso de posse velha (com prazo superior a um ano e um dia). A disputa pela posse da Fazenda do Céu, situada na Prainha de Mambucaba, em Paraty (RJ), remonta a 1983. Segundo a ministra Isabel Gallotti, o fato de a ação possessória ser fundada em posse velha impõe que ela seja regida pelo procedimento ordinário, previsto no artigo 924, parte final, do Código de Processo Civil (CPC), e não pelo rito especial, reservado às ações intentadas com menos de ano e dia. Embora a posse velha impeça o deferimento da imissão liminar (prevista no artigo 928 do CPC), nada impede – acrescentou a ministra – que o juiz atenda ao pedido de antecipação de tutela (artigo 273), cabível em todasas ações ordinárias, desde que estejam presentes no caso específico os requisitos legais para sua concessão (Notícia STJ 08/08).
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