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CONVENÇÕES, NORMAS E REGULAMENTOS MARÍTIMOS

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Especialização em Engenharia Naval 
Módulo 1 – Arquitetura Naval
104
12. CONVENÇÕES, NORMAS E REGULAMENTOS MARÍTIMOS
Atualmente, a construção e operação de navios de longo curso requererem o 
atendimento a uma série de convenções internacionais, bem como leis e regras 
específicas de cada país. No caso de convenções internacionais, sua proposição 
é feita pela “IMO – International Maritime Organization”, órgão da ONU, e sua 
execução é garantida pelos países signatários. Cada um destes países, por sua 
vez, tem seus próprios organismos reguladores e, eventualmente, regras 
adicionais para a construção e operação dos navios. No caso do Brasil, a 
responsabilidade pelo cumprimento das leis e regras vigentes no setor naval é da 
Marinha do Brasil. 
Além da IMO e dos agentes reguladores de cada país, existem as sociedades 
classificadoras, que ao classificar um determinado navio, fiscalizam se o projeto, a 
construção e a operação estão de acordo com as suas próprias regras. Em 
muitos casos, governos delegam a estas sociedades classificadoras a função de 
fiscalizar o projeto e inspecionar a construção e a operação dos navios. 
12.1 “IMO – International Maritime Organization” 
Já no século XIX havia um consenso quanto à necessidade de regras 
internacionais para garantir a segurança dos navios. 
No entanto, um organismo internacional para cuidar deste assunto só foi possível 
após a criação da ONU em 1948, quando foi instituída a “IMO – International 
Maritime Organization” (ou “IMCO – Inter-Governmental Maritime Consultative 
Organization”, até 1982); sendo a única agência especial da ONU localizada na 
Inglaterra.
A preocupação original da IMO dizia respeito à segurança marítima. No entanto, 
com o aumento no transporte de produtos potencialmente poluentes 
(principalmente petróleo e seus derivados), também foram incorporadas questões 
relacionadas à prevenção da poluição marítima. 
Especialização em Engenharia Naval 
Módulo 1 – Arquitetura Naval
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Em sua estrutura organizacional, a IMO apresenta no nível mais alto uma 
Assembléia que se reúne uma vez a cada dois anos. Esta Assembléia é 
atualmente constituída por 167 Estados membros e três Associados. Um nível 
abaixo se encontra o Conselho Executivo que é constituído por 40 membros 
eleitos pela Assembléia e age como comitê executivo da IMO. 
A IMO é uma organização técnica onde a maioria de seus trabalhos é 
desenvolvida através de comitês e sub-comitês para assuntos específicos. Esta 
estrutura pode ser entendida através da Figura 60.
Figura 60: Organograma da IMO. 
12.2 Principais Convenções 
As principais convenções propostas e assinadas por diversos países, inclusive o 
Brasil, são: 
12.2.1 Convenção de Linhas de Carga – “Load Lines” 
A adoção de linhas de carga, observando a borda livre para cada embarcação, 
pode ser considerada como a primeira legislação marítima do mundo, cujo 
primeiro registro data de 2.500a.C., na ilha de Creta, exigindo que as 
embarcações passassem por inspeções periódicas de carga e manutenção. 
Especialização em Engenharia Naval 
Módulo 1 – Arquitetura Naval
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As bases para a convenção foram inicialmente propostas no parlamento inglês, 
por Sir Samuel Plimsoll, segundo as quais são exigidas indicações das linhas de 
carga no casco do navio. Em 1872 institui-se uma comissão sobre “Cuidados no 
Mar”, e finalmente, em 1976, as linhas de carga foram consideradas 
compulsórias. Apenas em 1894, essas linhas se tornaram leis. 
A convenção internacional como é conhecida hoje foi instituída em 1966, entrando 
em vigor em 1968 e tendo adendos em 1971, 1975, 1979 e 1983. Além disto, um 
protocolo foi desenvolvido de maneira a alinhar a Convenção de Linhas de Carga 
com a SOLAS e MARPOL 73/78. Posteriormente, outros adendos foram incluídos, 
em 1995 e 2003, este último contando com um anexo de revisão técnica sobre a 
convenção. 
Pintadas a meia nau, no costado, as Linhas de Carga, ou “Plimsoll Mark”, ver 
Figura 61, indicam as linhas d’água até as quais o navio pode ser seguramente 
carregado. Estas linhas variam de acordo com as estações do ano e a salinidade 
da água. 
Figura 61: Linhas de Carga – “Plimsoll Mark”. 
São elas: 
 Linha de Carga de Verão, indicada pela margem superior da linha que 
passa pelo centro do anel (“Danish load mark”) e também por uma linha 
marcada com a letra “S”. O centro do anel será colocado a meio-navio e a 
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Módulo 1 – Arquitetura Naval
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uma distância vertical abaixo da margem superior da linha do convés igual 
à borda livre de verão; 
 Linha de Carga de Inverno, indicada pela margem superior de uma linha 
marcada com a letra “W”; 
 Linha de Carga de Inverno no Atlântico Norte, indicada pela margem 
superior de uma linha marcada com as letras “WNA”; 
 Linha de Carga Tropical, indicada pela margem superior de uma linha 
marcada com a letra “T”; 
 Linha de Carga para Água Doce no Verão, indicada pela margem superior 
de uma linha marcada com a letra “F”. A Linha de Carga para Água Doce 
no Verão é marcada para ré da linha vertical. A diferença entre a Linha de 
Carga para Água Doce no Verão e a Linha de Carga de Verão constitui a 
tolerância concedida para carregamento em água doce para as outras 
linhas de carga; 
 Linha de Carga Tropical para Água Doce, indicada pela margem superior 
de uma linha marcada pelas letras “TF”, e também marcada para ré da 
linha vertical. 
12.2.2 “SOLAS – International Convention for the Safety of Life at Sea” 
A primeira versão da SOLAS (Convenção Internacional pela Salvaguarda da Vida 
Humana no Mar) foi aprovada em 1914, após o naufrágio do navio Titanic. Desde 
então, foram efetuadas diversas convenções: 1929, 1948, 1960 – primeira vez no 
âmbito da IMO e 1974. Esta última ainda se encontra em vigor, tendo recebido 
emendas em 1978 e 1988, e sendo ratificada por 156 Estados. 
Esta convenção tem sido mencionada como uma das mais importantes da IMO e 
o seu objetivo é garantir uma operação segura dos navios de longo curso, 
regulamentando a sua construção e a instalação de equipamentos: de bordo, 
comunicação, salvatagem, incêndio, entre outros. 
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12.2.3 “MARPOL – International Convention for the Prevention of Pollution 
from Ships” 
A convenção MARPOL é a principal convenção internacional dedicada à 
prevenção da poluição marinha (por óleo, químicos, substâncias perigosas, 
esgoto e lixo) devido à operação ou acidente com navios. A combinação de dois 
tratados de 1973 e 1978, além de atualizações e adendos, corresponde ao que 
hoje se conhece como MARPOL. 
12.2.4 “COLREGS – Convention on the International Regulation for 
Preventing Colisions at Sea” 
A Convenção de Regulamentação Internacional para Prevenção de Colisões no 
Mar, de 1972, foi desenvolvida para atualizar e substituir a Regulamentação de 
Colisão de 1960, criada no contexto da SOLAS. A maior inovação trazida pela 
COLREGS foi o reconhecimento dado a esquemas de tráfego com separadores. 
Nela existem diretrizes para a condução em determinadas velocidades de 
segurança e riscos de colisão de navios operando perto destes separadores de 
tráfego.
A COLREGS está divida em 38 regras que estão distribuídas em 5 seções: Parte 
A – Descrição Geral; Parte B – Manobra e Navegação; Parte C – Luzes e Formas; 
Parte D – Sinais Luminosos e Sonoros; Parte E – Exceções. 
12.2.5 “STCW – International Convention on Standards of Training, 
Certification and Watchkeeping for Seafarers” 
A Convenção Internacional sobre Padrões de Treinamento, Certificação e Vigia 
Marítima estabelece padrões para o treinamento,certificação e vigia marítima em 
nível internacional. 
Antes desta convenção, estes padrões eram de responsabilidade dos governos 
locais, normalmente diferentes de país para país. 
A STCW estabelece padrões mínimos que devem seguidos ou ultrapassados. 
Não desce ao nível de quantificação de pessoal, pois estes já são tratado pela 
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SOLAS. Entretanto, apresenta artigos relacionados à inspeção pelo Estado de 
Porto.
12.2.6 Outras Convenções para casos mais específicos: 
 Segurança e Estabilidade – STLN e SUA; 
 Prevenção à Poluição – Dumping, Intervantion, Anti-Fouling, Ballast Water 
Management;
 Resposta e Reação – SAR; 
 Confiabilidade e Compensação – CLC, IOPC, Athens, Bunkers, HNS. 
12.3 Sociedades Classificadoras 
Em meados do século XVIII um grupo de seguradores, estabelecido na Lloyd's
Coffee House, desenvolveu um procedimento independente para inspecionar os 
cascos e equipamentos de navios, com vistas à cobertura de seguro. 
Em 1760 um comitê foi incumbido de formar o primeiro livro de registros, o Lloyd's
Register Book, para os anos de 1764-65-66. Como conseqüência, houve um 
esforço para anualmente “classificar” os navios, de acordo com sua condição de 
operação. Esta idéia se difundiu e passou a ser aceita em vários lugares do 
mundo, dando origem a inúmeras sociedades classificadoras. 
Com o passar dos anos estas sociedades desenvolveram regras para o projeto, 
construção e também critérios de inspeção do navio durante a sua vida útil. Com 
isto as companhias de seguro acabaram possuindo um embasamento técnico 
para avaliar os riscos do seguro. 
Obviamente as regras das sociedades classificadoras atendem às convenções 
aprovadas pela IMO e, por isto, vários governos delegam a elas a fiscalização no 
cumprimento das convenções internacionais. 
Atualmente as sociedades classificadoras exercem um papel bastante importante 
na indústria naval. Suas regras, resultado da experiência acumulada ao longo dos 
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anos, são textos razoavelmente sintéticos que têm simplificado e até mesmo 
reduzido o custo de muitos projetos convencionais. 
Existem diversas Sociedades Classificadoras no mundo, onde cada uma 
estabelece regras diferentes. As principais são: 
 ABS – American Bureau of Shipping, EUA; 
 Colombo – Bureau Colombo LTDA, BRA; 
 Bureau Veritas, FRA; 
 DNV – Det Norske Veritas, NOR; 
 GL – Germanischer Lloyd, GER; 
 Lloyds – Lloyd´s Register, UK; 
 Nipon Kaiji Kiokai, JAP; 
 Registro Italiano Navale, ITA; 
 Registro Brasileiro de Navios e Aeronaves, BRA; 
 Record Certificação Naval, BRA. 
12.4 Autoridade Marítima Brasileira 
No caso do Brasil, o Comandante da Marinha é designado como a Autoridade 
Marítima Brasileira, conforme regulamentado pela lei n° 9.537, de 11 de 
dezembro de 1997, em cujo Art. 3° são explicitadas as principais 
responsabilidades dessa Autoridade: 
“Cabe à autoridade marítima promover a implementação e a execução desta Lei, 
com o propósito de assegurar a salvaguarda da vida humana e a segurança da 
navegação, no mar aberto e hidrovias interiores, e a prevenção da poluição 
ambiental por parte de embarcações, plataformas ou suas instalações de apoio”.
No Art 4° são detalhas suas atribuições e no Art 16° apresentas as medidas 
administrativas que poderão ser tomadas a fim de garantir que suas atribuições 
sejam seguidas. Estas são: 
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 Apreensão do certificado de habilitação; 
 Apreensão, retirada do tráfego ou impedimento da saída da embarcação; 
 Embargo de construção, reparo ou alteração das características de 
embarcação;
 Embargo da obra; 
 Embargo de atividade de mineração e de benfeitorias realizadas. 
Para garantir o cumprimento das convenções internacionais assinadas pelo 
Brasil, bem como garantir a segurança do transporte aquaviário e também a 
prevenção à poluição ambiental por parte das embarcações, a Autoridade 
Marítima Brasileira se vale das leis e regras que estão consubstanciados nas 
NORMAM’s – Normas da Autoridade Marítima. Estas normas cobrem 
praticamente todas as atividades que de alguma forma estão relacionados com o 
transporte aquaviário no Brasil. 
Atualmente a NORMAN conta com um conjunto de 22 normas. 
Todas as embarcações construídas no Brasil ou a serem construídas no exterior, 
mas para operação no Brasil, e ainda as embarcações a serem registradas no 
Brasil, necessitam atender as normas especificadas pela NORMAN. 
A seguir são listadas todas as normas que podem ser obtidas na Diretoria de 
Portos e Costa da Marinha do Brasil (http://www.dpc.mar.mil.br).
 NORMAM 01 – Embarcações Empregadas na Navegação em Mar Aberto 
 NORMAM 02 – Embarcações Empregadas na Navegação Interior 
 NORMAM 03 – Amadores, Embarcações de Esporte e/ou Recreio e para 
Cadastramento e Funcionamento das Marinas, Clubes e Entidades 
Desportivas Náuticas 
 NORMAM 04 – Operação de Embarcações Estrangeiras em Águas 
Jurisdicionais Brasileiras 
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 NORMAM 05 – Homologação de Material e Autorização de Estações de 
Manutenção
 NORMAM 06 – Reconhecimento de Sociedades Classificadoras para 
Atuarem em Nome do Governo Brasileiro 
 NORMAM 07 – Atividades de Inspeção Naval 
 NORMAM 08 – Tráfego e Permanência de Embarcações em Águas 
Jurisdicionais Brasileiras 
 NORMAM 09 – Inquéritos Administrativos 
 NORMAM 10 – Pesquisa, Exploração, Remoção e Demolição de Coisas e 
Bens Afundados, Submersos, Encalhados e Perdidos 
 NORMAM 11 - Obras, Dragagem, Pesquisa e Lavra de Minerais Sob, 
Sobre e às Margens das Águas sob Jurisdição Brasileira 
 NORMAM 12 – Serviço de Praticagem 
 NORMAM 13 – Aquaviários 
 NORMAM 14 – Cadastramento de Empresas de Navegação, Peritos e 
Sociedades Classificadoras 
 NORMAM 15 – Atividades Subaquáticas 
 NORMAM 16 – Estabelecer Condições e Requisitos para Concessão e 
Delegação das Atividades de Assistência e Salvamento de Embarcação, 
Coisa ou Bem em Perigo no Mar, nos Portos e Vias Navegáveis Interiores 
 NORMAM 17 – Sinalização Náutica (DHN) 
 NORMAM 19 – Atividades de Meteorologia Marítima (DHN) 
 NORMAM 20 – Gerenciamento da Água de Lastro de Navios 
 NORMAM 21 – Uso de Uniformes da Marinha Mercante Nacional 
 NORMAM 22 – Cerimonial da Marinha Mercante Nacional

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