Buscar

CIVIL I AULA 01 DIREITO CIVIL E CONSTITUICAO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL I (módulo 01) 
1. O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO – Lei 10.406/2002 
O Código Civil representa a consolidação das mudanças sociais e legislativas surgidas 
nas últimas décadas, incorporando outros novos avanços na técnica jurídica. 
O Código Civil, além de estabelecer preceitos normativos fechados, também se orienta 
por cláusulas gerais - normas orientadoras, dirigidas, precipuamente, ao magistrado, 
que, por um lado, o vinculando, e, por outro, dá-lhe certa liberdade para decidir. 
É uma técnica legislativa que constitui na elaboração de normas que não prescrevem 
uma certa conduta, mas, simplesmente, definem valores e parâmetros hermenêuticos. 
Alguns autores apontam três tipos de cláusulas gerais dispostas no Código Civil: 
� As cláusulas gerais restritivas para limitar ou restringir determinadas situações 
e direitos subjetivos assegurados por princípios e regras. Ex. função social do 
contrato (art. 421 CC) e da boa-fé (art. 422 CC) 
� As cláusulas gerais regulativas para regular as situações fáticas sem desenho 
acabado na legislação. Ex. (art. 186 CC) 
� As cláusulas gerais extensivas que permitem o alargamento da regulação 
jurídica por intermédio do uso de regras e princípios de outros sistemas legais. 
Ex. uso regras atinentes ao mandato e à comissão (lei especial), aos contratos de 
agência e distribuição (art. 721 CC). 
1.1. Três princípios fundamentais do Código Civil: 
a) Eticidade: O Código Civil alia os valores técnicos aos valores éticos. Por isso 
percebe-se, muitas vezes a opção por normas genéricas ou cláusulas gerais, sem a 
preocupação de excessivo rigorismo conceitual. 
 O mundo contemporâneo testemunha a preocupação constante dos doutrinadores 
jurídicos, políticos e sociais com a necessidade das relações do homem com os seus e 
do Estado com os seus administrados serem fortalecidas com a prática de condutas 
éticas. Afirmam que a ética é delimitadora do comportamento humano, abrangendo a 
realidade que o cerca e influenciando a estrutura dos fatos e atos produzidos pelo 
cidadão. Declaram que o Código Civil apresenta-se em forma de sistema vinculado a 
dois pólos: um formado em eixo central; o outro concentrado em um sistema aberto 
(clausulas gerais). A eticidade no Código Civil visa imprimir eficácia e efetividade 
aos princípios constitucionais da valorização da dignidade humana, da cidadania, 
da personalidade, da confiança, da probidade, da lealdade, da boa-fé, da 
honestidade nas relações jurídicas de direito privado. 
AlexandreBlanco
Realce
AlexandreBlanco
Realce
Art. 1º CC. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
Art. 2º CC. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com 
vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
Art. 421 CC. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites 
da função social do contrato. 
Art. 422 CC. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão 
do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
Art. 1.724 CC. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos 
deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação 
dos filhos. 
b) Socialidade: Está presente no Código Civil a socialidade, com o predomínio do 
social sobre o individual. Um exemplo interessante neste sentido é o da função social 
da propriedade A Constituição Federal deu uma fisionomia funcional social ao 
direito de propriedade, e ao lado de garantir o direito de propriedade (art. 5°, incisos 
XXII e XXIII, da CF88). A funcionalização do direito de propriedade importa em 
dar-lhe uma determinada finalidade, que na propriedade rural significa ser produtiva 
e na propriedade urbana quando atende às exigências fundamentais de ordenação da 
cidade expressa no plano diretor. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e 
na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme 
os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
II - propriedade privada; 
III - função social da propriedade; 
Art. 182 CF/88. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo 
Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por 
objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e 
garantir o bem- estar de seus habitantes. 
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às 
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. 
Art. 184 CF/88. Compete à União desapropriar por interesse social, para 
fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua 
função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida 
agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de 
até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será 
definida em lei. 
Art. 186 CF/88. A função social é cumprida quando a propriedade rural 
atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência 
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: 
I - aproveitamento racional e adequado; 
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do 
meio ambiente; 
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos 
trabalhadores. 
Art. 1.228 CC. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da 
coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a 
possua ou detenha. 
§ 1° O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as 
suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de 
conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas 
naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem 
como evitada a poluição do ar e das águas. 
c) Operabilidade: Diversas soluções normativas foram tomadas no sentido de 
possibilitar uma compreensão maior e mais simplificada para sua interpretação e 
aplicação pelo operador do Direito. Exemplo disso foram as distinções mais claras 
entre prescrição e decadência e os casos em que são aplicadas; estabeleceu-se a 
diferença objetiva entre associação e sociedade, servindo a primeira para indicar as 
entidades de fins não econômicos, e a última para designar as de objetivos 
econômicos. 
Art. 189 CC. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se 
extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. 
Art. 207 CC. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à 
decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a 
prescrição. 
Art. 53 CC. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se 
organizem para fins não econômicos. 
Art. 981 CC. Celebram contrato de sociedade as pessoas que 
reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o 
exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. 
1.2. A Constitucionalização do Direito Civil 
O Código Civil sempre representou o centro normativo de direito privado, por se 
preocupar em regular com inteireza e completude as relações entre particulares. No 
Código Civil de 1916 (fortemente influenciada pelo Código Napoleônico de 1804 e pelo 
BGB da Alemanha de 1896) existia uma verdadeira cisão na estrutura jurídica liberal 
no sentido de que a Constituição apenas deveria se preocupar em regular a dinâmica 
organizacional dos poderes do Estado, enquanto que ao Código Civil era reservadoo 
regime das relações humanas, o espaço sagrado e inviolável da autonomia privada. 
O excessivo individualismo e a liberdade sem limites ocasionaram grandes 
desigualdades sociais. Houve a necessidade de o Estado interferir nas relações de direito 
privado para minimizar essas desigualdades e limitar a liberdade dos indivíduos 
protegendo as classes menos favorecidas, em busca de uma igualdade substancial. 
Assim, a Constituição assumiu um novo papel de regência das relações privadas, 
conferindo uma nova unidade do sistema jurídico. A posição hierárquica da 
Constituição e sua ingerência nas relações econômicas e sociais possibilitam a formação 
de um novo centro unificador do sistema, definindo seus verdadeiros pilares e 
pressupostos de fundamentação. 
Assim, foi se derrubando o paradigma individualista do Estado Liberal e do cidadão 
dotado de patrimônio, e passou-se a adotar um novo paradigma. As constituições 
começaram a trazer em seu bojo regras e princípios típicos de direito civil e a valorizar 
a pessoa colocando-a acima do patrimônio. Passou-se a buscar a justiça social ou 
distributiva e, aos poucos, a liberdade foi sendo limitada, com a finalidade de se 
alcançar uma igualdade substancial. 
A Constituição Federal de 1988, refletindo as mudanças nas relações familiares 
ocorridas ao longo do século XX deu um novo perfil aos institutos do direito de família 
e o Código Civil de 2002 adaptou-se aos novos ditames constitucionais: 
� União Estável – reconhecida; 
� Maioridade Civil: aos 18 anos; 
� Regime de bens: pode ser alterado por acordo entre os cônjuges; 
� Exames de DNA para comprovação de paternidade: a recusa implica em 
reconhecimento da filiação; 
� Filhos nascidos fora do casamento: não há mais distinção entre filhos; 
� Guarda dos filhos em caso de separação: os filhos podem ficar com o pai ou a 
mãe; 
� Testamento: não mais precisa ser feito à mão pelo testador; 
� Sucessão: o cônjuge passa a ser herdeiro necessário. 
Art. 226 CF/88. A família, base da sociedade, tem especial proteção do 
Estado. 
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre 
o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua 
conversão em casamento. 
Art. 1.723 CC. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre 
o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e 
duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. 
Art. 5° CC. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a 
pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. 
Art. 9° CC/1916. Aos vinte e um anos completos acaba a menoridade, 
ficando habilitado o indivíduo para todos os atos da vida civil. 
Art. 1.596 CC. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por 
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer 
designações discriminatórias relativas à filiação. 
Art. 358 CC/1916. Os filhos incestuosos e os adulterinos não podem ser 
reconhecidos. 
Art. 1.639 CC. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, 
estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. 
§ 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial 
em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das 
razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. 
Art. 230 CC/1916. O regime dos bens entre os cônjuges começa a vigorar 
desde a data do casamento, e é irrevogável. 
Art. 1.583 CC. A guarda será unilateral ou compartilhada. 
§ 1° Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores 
ou a alguém que o substitua e, por guarda compartilhada a responsabilização 
conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam 
sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. 
§ 2° Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser 
dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em 
vista as condições fáticas e os interesses dos filhos: 
Art. 326 CC/1916. Sendo desquite judicial, ficarão os filhos menores com o 
cônjuge inocente. 
§ 1º Se ambos os cônjuges forem culpados ficarão em poder da mãe os 
filhos menores, salvo se o juiz verificar que de tal solução possa advir 
prejuízo de ordem moral para eles. 
Art. 1.876 CC. O testamento particular pode ser escrito de próprio punho ou 
mediante processo mecânico. 
Art. 1.645 CC/1916. São requisitos essenciais do testamento particular: 
I - Que seja escrito e assinado pelo testador. 
Art. 1.845 CC. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e 
o cônjuge. 
Art. 1.721 CC/1916. O testador que tiver descendente ou ascendente 
sucessível, não poderá dispor de mais da metade de seus bens; a outra 
pertencerá de pleno direito ao descendente e, em sua falta, ao ascendente, 
dos quais constitui a legítima, segundo o disposto neste Código 
Caso Concreto 01: Afirma José Carlos Moreira Alves que “os códigos não surgem 
muito bons, mas, pouco a pouco, com o trabalho da doutrina e da jurisprudência, vão-se 
lendo o que neles não está escrito, deixando-se de ler, muitas vezes, o que nele está e, 
no final de certo tempo, por força de sua utilização, da colmatação dessas lacunas, da 
eliminação de certos princípios da sua literalidade, o código vai melhorando e, no final 
de certo tempo, já se considera que é um bom código”. Diante disso pergunta-se: 
a) O Código Civil realmente nasceu velho como afirmaram alguns civilistas? Explique 
sua resposta. 
O fato do Código Civil de 2002 ter tramitado dede 1975 não o torna “velho”, pois 
passou por alterações e debates até 2001 e adotou a técnica legislativa das cláusulas 
gerais e dos conceitos jurídicos indeterminados que permite sua atualização com a 
realidade do momento da aplicação de suas normas. É evidente que as transformações 
sociais dos últimos anos e suas repercussões jurídicas precisam ser debatidas com maior 
eficácia, mas afirmar que o Código Civil “nasceu velho” é ignorar a técnica legislativa 
nele implantada. 
b) Qual a diferença entre cláusulas gerais e conceitos jurídicos indeterminados? Cite um 
exemplo de cada. 
Tanto nos conceitos jurídicos indeterminados quanto nas cláusulas gerais o 
magistrado age de forma a valorar a situação concreta. Contudo, nos conceitos 
indeterminados o grau de generalidade é menor, fazendo-se necessária a subsunção dos 
fatos à hipótese legal. Nas cláusulas gerais o fato é substituído pela atividade de criação 
judicial, por meio de síntese, de maneira que constitua o processo em verdadeira 
concreção. Os conceitos indeterminados não se confundem com as cláusulas gerais, 
porque estas exigem que o juiz concorra ativamente para a formulação da norma, pois 
deverá averiguar a exata individuação das mutáveis regras sociais às quais o envia à 
metanorma jurídica, como, por exemplo, a boa-fé objetiva, função social, etc. 
c) Cite três exemplos que representem a constitucionalização do Direito Civil brasileiro. 
São exemplos da constitucionalização do Direito Civil brasileiro: 1) função social da 
propriedade (art. 5°, XXII CF/88); 2) igualdade entre os cônjuges e os filhos (art. 229 
CF/88); 3) proteção especial da criança e do adolescente (art. 227 CF/88). 
 
Questão objetiva 01: Sobre a evolução da codificação civil brasileira, pode-se afirmar: 
a) O Código Civil brasileiro foi influenciado pelo movimento de patrimonialização dos 
direitos. 
b) A (re)personalização do Direito Privado permite que se considere que a pessoa serve 
ao Estado e não o Estado à pessoa. 
c) O mínimo existencial em nada influencia o Direito Civil, uma vez que considerado 
categoria exclusivamente constitucional. 
d) Tratando-se de um código que representa o Estado Social, a intervenção deste nas 
relações privadas será mínima. 
e) A constitucionalização do Direito Privado permitiu a elevação à categoriade direitos 
constitucionais de institutos que antes eram considerados exclusivamente Direito 
Civil. 
Questão objetiva 02: (DPE-TO-2013) Acerca do Direito Civil assinale a opção correta: 
a) O princípio da eticidade, paradigma do atual Direito Civil Constitucional, funda-se 
no valor da pessoa humana como fonte de todos os demais valores, tendo por base a 
equidade, boa-fé, justa causa e demais critérios éticos, o que possibilita, por exemplo, 
a relativização do princípio do pacta sunt servanda (o contrato faz lei entre as 
partes), quando o contrato estabelecer vantagens exageradas para um contratante em 
detrimento do outro. 
b) Cláusulas gerais, princípios e conceitos jurídicos indeterminados são expressões que 
designam o mesmo instituto jurídico. 
c) A operacionalidade do Direito Civil está relacionada à solução de problemas 
abstratamente previstos, independentemente de sua expressão concreta e 
simplificada. 
d) Na elaboração do Código Civil, o legislador adotou os paradigmas da socialidade, 
eticidade e operacionalidade, repudiando a adoção de cláusulas gerais, princípios e 
conceitos jurídicos indeterminados. 
e) No Código Civil, o princípio da socialidade reflete a prevalência dos valores 
coletivos sobre os individuais, razão pela qual o direito de propriedade individual, de 
matriz liberal, deve ceder lugar ao direito de propriedade coletiva, tal como 
preconizado no socialismo real. 
 
EXERCICIOS COMPLEMENTARES 
Caso Concreto 02: Estando em plena Copa do Mundo de Futebol, Augusto, torcedor 
fanático da seleção argentina, requereu, na empresa na empresa que trabalha, que fosse 
reservado um local de trabalho exclusivo para ele e colegas de trabalho que torcem para 
o time dos “hermanos”, haja vista que as provocações e brincadeiras estão sendo difíceis 
de suportar. Fundamenta-se de que o Código Civil veda a limitação de direito sem 
previsão legal expressa, bem como a Constituição Federal garante a liberdade de 
expressão. Analise o caso concreto a partir dos seguintes tópicos: 
a) Diante do exposto, poderíamos afirmar que a ausência de um local reservado para
 Augusto poderia caracterizar lesão aos postulados constitucionais e legais? 
Mesmo que os torcedores “hermanos” não tenham um local reservado, não se constituiu 
lesão ao direito de expressão. De todo modo, sendo impossível obtenção de local 
reservado para os torcedores “Hermanos”, prevalece o interesse coletivo sobre o 
individual, conforme o Princípio da Socialidade do Código Civil. 
b) O que é a constitucionalização do Direito Civil ? 
Temos a constitucionalização do Direito Civil quando se toma o Direito Privado com 
base nos fundamentos constitucionais. 
Caso Concreto 03: Uma indústria farmacêutica coloca no mercado um medicamento 
eficaz, recentemente descobertos por seus pesquisadores, que neutraliza os efeitos da 
AIDS, entretanto o valor de venda desse medicamento inviabiliza a compra pela maioria 
da população que sofre com essa doença. A lei 9.279/96 – Lei de Propriedade Industrial 
–dispõe, em seus artigos 40 e 42, que o prazo da vigência de patentes é de 20 anos, ou 
seja, o titular da patente, durante esse prazo, poderá usar, gozar, dispor e impedir 
terceiros de reproduzir a fórmula patenteada. A Constituição Federal (art. 5°, inciso 
XXIII) e o Código Civil (art. 1.228, § 1º) reconhecem a função social da propriedade, 
que tem natureza de cláusula penal. Pergunta-se: 
a) o princípio da função social da propriedade decore de qual princípio do Código Civil? 
Decorre do Princípio da Socialidade, pelo qual o social predomina sobre o individual. 
b) a função social se apresenta no Código Civil como uma cláusula geral. Qual o 
conceito de cláusula geral e sua finalidade? 
As Cláusulas Gerais são normas com diretrizes indeterminadas que não trazem 
expressamente uma solução jurídica. São normas abertas que trazem uma pauta de 
valores que deve ser preenchida no momento da aplicação ao caso. Sua finalidade e dar 
maior mobilidade ao sistema, possibilitando sua adaptabilidade às mudanças sociais. 
c) O tema “propriedade” pode ser previsto tanto na Constituição Federal, quanto no 
Código Civil? Esclareça. 
O tema da propriedade é tratado tanto na Constituição Federal quanto no Código Civil, 
sendo que na Constituição Federal são definidos os valores fundamentais que terão sua 
forma definida no Código Civil. 
Caso Concreto 04: Poderíamos, hipoteticamente, sustentar que seria lícito ao Poder 
Público determinar a suspensão do privilégio da patente, a fim de atender a demanda 
social pelo medicamento fabricado pela indústria farmacêutica? Justifique. 
A suspensão do Direito de patente poderia ser baseada na aplicação do Princípio da 
Socialidade, pois o interesse coletivo de fornecimento do remédio à população 
prepondera sobre o interesse individual do proprietário, afinal, a propriedade deve 
atender a função social. 
Caso Concreto 05: Rebeca comprou terreno em loteamento empreendido por Aveiro 
Empreendimentos Imobiliários. Sem que constasse do instrumento contratual, a 
construtora garantiu a Rebeca que teria vista definitiva a um grande monte arborizado, 
que era a grande atração do empreendimento, tendo inclusive assegurado que a 
legislação local não permitia edificações nos terrenos à frente do empreendimento. Após 
alguns meses da aquisição do terreno, a construtora solicitou uma alteração no plano de 
urbanização da cidade, que passou a permitir a edificação nos lotes em frente ao terreno 
de Rebeca, fazendo com que ela perdesse a visão para o monte arborizado. 
Inconformada, Rebeca moveu uma ação contra construtora, tendo obtido êxito porque o 
órgão jurisdicional entendeu que pela boa-fé objetiva, existe um dever de não adotar 
atitudes que possam frustrar o objetivo perseguido pela autora, ou que possam implicar, 
mediante o aproveitamento da antiga previsão contratual, a diminuição das vantagens ou 
até infligir danos ao contratante. Diante dos fatos narrados responda: 
a) A boa-fé objetiva é uma cláusula geral? Em caso afirmativo, explique o porquê de a 
boa-fé objetiva adequar-se ao conceito de cláusula geral. Em caso negativo, indique de 
maneira justificada a que categoria pertence a boa-fé objetiva. 
O princípio Estruturante utilizado é da Eticidade, pela proibição do abuso do direito e 
pela boa-fé. As partes, no contrato, devem ter uma conduta proba, reta, leal e ter 
integridade. Nesse caso, a boa-fé objetiva se manifesta como uma cláusula geral que 
vale tanto para o contratante (Rebeca) quanto para o contratado (construtora). 
b) Qual princípio estruturante do Código Civil foi levado em consideração para que o 
magistrado interpretasse a boa-fé objetiva? Justifique. 
No ordenamento jurídico, a boa-fé (art. 422 do CC), princípio informador contratual, 
deverá estar contemplada em todo o acordo entre as partes que não haja dúvidas. 
Questão objetiva 02: (TJSC-2002). A função das cláusulas gerais no Código Civil é...: 
I- dotar o sistema interno do Código Civil de mobilidade, mitigando as regras 
mais rígidas; 
II-a de atuar de forma a concretizar o previsto nos princípios gerais de direito e 
nos conceitos legais indeterminados; 
III-o de abrandar as desvantagens do estilo excessivamente abstrato e genérico da 
lei; 
Assinale, portanto, a alternativa correta: 
a) nenhuma das alternativas está correta; 
b) todas as alternativas estão corretas. 
c) apenas a alternativa II está correta. 
d) apenas as alternativas I e III estão corretas. 
e) apenas as alternativas II e III estão corretas 
Questão objetiva 03: Não se pode confundir codificação com compilação, estatuto e 
consolidação. Com efeito, o código: 
a)também chamado de coletânea, traduz-se em uma reunião ou junção de diversos 
textos legais, tal qual se encontram, em um único volume, adotando um critério 
compilador. 
b) é a reunião ou agrupamento sistematizadode textos legais, de acordo com algum 
critério escolhido, em uma única lei ou decreto, considerando apenas as normas 
jurídicas em vigor sobre uma determinada disciplina jurídica. 
c)é uma lei que apresenta um conjunto sistemático e unitário de normas jurídicas 
relacionadas à disciplina fundamental de um determinado ramo do direito. 
d) se tomado em seu sentido mais estrito, não condensa normas preexistentes, mas 
cria direito novo para situações específicas, dispondo, no mesmo instrumento, sobre 
vários ramos do direito ao mesmo tempo. 
Questão objetiva 04: Lia era casada com Carlos e mantinha relação amorosa secreta 
com Marcio. Ao descobrir a traição, Carlos separou-se de Lia e moveu uma ação de 
indenização por danos morais contra Marcio, alegando que a violação ao dever conjugal 
de fidelidade (art. 1566, I, CC) lhe trouxe abalo à honra. Sabendo que o dever de 
fidelidade é imposto apenas aos cônjuges, não aos terceiros que com eles possam se 
relacionar, e após uma breve pesquisa na jurisprudência do STJ (vide, a exemplo, o 
REsp 922.462/SP), leia as assertivas abaixo: 
I- Marcio não deverá indenizar Carlos por danos morais; 
II- Embora não exista norma moral que impeça o relacionamento conjugal, não há 
qualquer previsão normativa que possa sustentar que a conduta de Márcio, ao se 
envolver com mulher casada, é ilícita. 
Assinale a alternativa correta: 
a) ambas assertivas estão incorretas; 
b) apenas a assertiva I está correta; 
c) ambas assertivas estão corretas e a segunda justifica a primeira; 
d) ambas assertivas estão corretas, mas a segunda não justifica a primeira; 
O dever de fidelidade, como dito, se restringe aos cônjuges, logo Márcio não cometeu 
ato ilícito. O art. 186 fala que o ato ilícito em “violar direito”, e o direito se refere aos 
cônjuges, logo Márcio não cometeu ato ilícito. O dever de indenizar está disposto no art. 
927 CC, por aquele que comete “ato ilícito”, como Marcio não cometeu “ato ilícito”, 
não tem dever de indenizar. Teria fundamento se fosse contra Lia... 
Caso Concreto 99. Vanessa, Antônio e Ricardo são sublocatários do mesmo imóvel 
residencial na Vila do Sapê. O imóvel é dividido em três quartos, com uma sala comum, 
sendo o banheiro localizado do lado de fora. Valentim, dono da referida casa, resolve 
vendê-la por um valor bem acessível e pagamento em muitas parcelas. Todos se 
interessam. Antônio é o sublocatário mais velho. Todas as sublocações se iniciaram na 
mesma data. A Lei 8.245/91 (Lei de Locações) em seu artigo 30, fixa como critério de 
desempate, para o exercício do direito de preferência, a idade mais avançada, na 
hipótese de múltiplos sublocatários, com contratos de locação iniciados na mesma data. 
Analise o caso concreto a partir dos seguintes tópicos: 
a)Em razão da Lei de Locações 8.245/91 ser uma lei especial que versa sobre matéria 
cível, mas de conteúdo específico – locações – poderá ser interpretada através da 
Constituição? 
b) O que significa a constitucionalização do Direito Civil? 
c)O disposto no artigo 30 da Lei de Locações (8.245/91) viola o princípio 
constitucional da igualdade? 
d) Poder-se-ia afirmar que na hipótese houve discriminação arbitrária por parte do 
legislador? 
Caso Concreto 99. A Indústria Farmacêutica XYZ coloca no mercado eficaz remédio, 
recentemente descoberto pelos seus químicos, que neutraliza os efeitos da Síndrome da 
Imunodeficiência Adquirida, conhecida como AIDS. O valor do medicamento 
inviabiliza a compra pela maior parte dos que sofrem da doença. A Lei 9.279/96, nos 
artigos 40 e 42 dispõe que o prazo será de 20 (vinte) anos para vigência da patente, ou 
seja, poderá o titular (indústriafarmacêutica), durante este tempo, usar, gozar, dispor e 
impedir terceiro de reproduzir a fórmula. A Constituição Federal (art. 5º, XXIII) e o 
Código Civil, artigo 1.228, § 1º reconhecem para o ordenamento pátrio o princípio da 
função social da propriedade, que tem natureza de cláusula geral. Pergunta-se: 
a)O princípio da função social da propriedade decorre de qual princípio embasador 
do Código Civil de 2002? 
b) A função social se apresenta no Código Civil como uma cláusula geral. Qual o 
conceito de cláusula geral e qual sua finalidade? 
c)De acordo com parcela da doutrina haveria espécies de cláusulas gerais, quais 
seriam e como se distinguiriam? 
d) Poderíamos sustentar que seria lícito ao Poder Público determinar a suspensão do 
privilégio da patente, a fim de atender a demanda social pelo remédio fabricado pela 
indústria farmacêutica? Qual seria a justificativa da resposta? 
Questão objetiva 99. Analise as duas afirmações e marque a alternativa correta. 
I-“O Código Civil, na contemporaneidade, não tem mais por paradigma a estrutura 
que, geometricamente desenhada como um modelo fechado pelos sábios iluministas, 
encontrou a mais completa tradução na codificação oitocentista”. 
PORQUE 
II-“Hoje a sua inspiração, mesmo do ponto de vista da técnica legislativa, vem da 
Constituição, farta em modelos jurídicos abertos. Sua linguagem, à diferença do que 
ocorre com os códigos penais, não está cingida à rígida descrição de fattispecies 
cerradas, à técnica da casuística. Um Código não-totalitário tem janelas abertas para 
a mobilidade da vida, pontes que o ligam a outros corpos normativos – mesmo os 
extrajurídicos – e avenidas, bem trilhadas, que o vinculam, dialeticamente, aos 
princípios e regras constitucionais”. (Retirado do artigo de Judith Hofmeister Martins 
Costa. “O Direito Privado como um ‘sistema em construção’; as cláusulas gerais no 
Projeto do Código Civil brasileiro”. Disponível no site www.direitovivo.com.br). 
Podemos dizer que: 
a) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
b) as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
c) só a primeira afirmação é verdadeira. 
d) só a segunda afirmação é verdadeira. 
Questão objetiva 99. Analise as duas afirmações e marque a alternativa correta. 
I-“O princípio da socialidade, reflete-se na nova codificação, especificamente na 
prevalência dos valores coletivos em detrimento dos individuais”. 
 PORQUE 
II-redimensiona “os conceitos dos cinco principais personagens do Direito Privado: o 
proprietário, o contratante, o empresário, o pai de família e o testador”. (Retirado do

Outros materiais