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Projeto Natália Filosofia da Ciência

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Um estudo sobre os valores na atividade científica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Natalia Cristine de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um estudo sobre os valores na atividade científica 
 
 
 
Pré-Projeto de pesquisa apresentado como 
requisito parcial para o Processo Seletivo 2012 
do curso de Especialização Interdisciplinar em 
Ciências Humanas (CEICH) Pós Graduação 
Lato Sensu Fafipa – Unespar (UEPR), Campus 
de Paranavaí. 
Modalidade: Especialização - Lato Sensu. 
Linha de Pesquisa: Ciência, Política e 
Sociedade. 
 
 
 
 
 Paranavaí 
 2011 
 Resumo 
A junção entre ciência e técnica fez com que a atividade científica sofresse profundas 
transformações, alterando a relação dos seres humanos com a natureza. A investigação 
científica deixou de ser secundária e passou a estar no centro do desenvolvimento econômico 
alterando também o objetivo da prática científica que deixou de pertencer aos cientistas e 
passou aos órgãos governamentais e empresas privadas. Nesse contexto, surge a questão dos 
valores na construção e aplicação das teorias científicas. Como é possível afirmar que uma 
teoria científica é neutra e objetiva, ou seja, livre de valores extra-científicos? Assim objetiva-
se, partindo das críticas de Morin (2008), Lacey (2008), Japiassu (1975), Habermas (1968), e 
Barbosa de Oliveira (2008) analisar as teses que afirmam ser a ciência livre de valores, 
estando inserida no contexto contemporâneo social do capitalismo. Nesse sentido, visamos 
extrair hipóteses que permitam a discussão dessas teses no âmbito da ciência contemporânea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
1 Introdução ...................................................................................................................... 4 
2 Justificativa .................................................................................................................... 10 
3 Objetivos ......................................................................................................................... 11 
3.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 11 
3.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 11 
6 Metodologia .................................................................................................................... 12 
7 Cronograma ................................................................................................................... 13 
Referências ........................................................................................................................ 14
4 
 
1 Introdução 
A partir do século XVII, no período do Renascimento, ciência e técnica foram 
unificadas a fim de atrelar teoria e prática. O resultado dessa junção foi a tecnologia. A 
ciência moderna nasce da sociedade mercantilista e, em seu início, a ciência e as tecnologias 
representavam o progresso, tendo como finalidade o bem-estar dos seres humanos. 
Segundo Morin (2008) o papel da ciência na sociedade se modificou muito desde o 
século XVII. Nesse período, os cientistas eram amadores. A investigação era socialmente 
marginal, diferentemente de hoje que a ciência “tornou-se poderosa e maciça instituição no 
centro da sociedade, subvencionada, alimentada, controlada pelos poderes econômicos e 
estatais” (MORIN, 2008, p. 19). A ciência moderna se constitui de uma saber pragmático, 
que se aliou a técnica para poder ser aplicada. 
A ciência e a tecnologia ou tecnociência sofreram profundas transformações sociais, 
alterando a relação entre os seres humanos e o mundo. As guerras ocorridas no século XX 
fizeram com que as ciências mostrassem seu “lado mau”, a produção de armas químicas, 
bombas de hidrogênio e a bomba atômica evidenciaram o caráter destrutivo de algumas 
criações científicas humanas. Pela primeira vez foi mostrado com clareza e o risco de 
destruição do planeta tornou-se iminente. 
No século XX, período da Guerra Fria, investia-se em ciência e tecnologia para criar 
inovações tecnológicas para que os países participantes da guerra ostentassem seu poder. 
Nesse período, a tecnologia passou a significar poder, modificando completamente a imagem 
da ciência e sua aplicação. A ciência tornou-se industrializada. Os cientistas perderam a 
autonomia, que passou a pertencer às grandes corporações. 
Reflexões sobre a atividade científica tornaram-se necessárias, uma vez que ela 
evoluiu e continua evoluindo cada vez mais. O seu encantamento fez com que não se 
desenvolvesse por muito tempo reflexões sobre o fazer científico, atentando-se somente a seus 
benefícios, muitas vezes privilégios de certas classes e setores da sociedade. Para críticos 
como Habermas (1968), a tecnologia não pode ser pensada fora do modo de produção, pois, 
esta é em si mesma um modo de produção. 
5 
 
Para Habermas (1968) a ciência e tecnologia são um perigo para a razão emancipadora 
porque elas tornaram-se instrumento de dominação. Quando aliadas ambas permitem que essa 
razão emancipadora torne-se a razão instrumental, sendo esta uma razão prática que tem em 
vista o progresso científico e tecnológico, matematizando a realidade e separando o homem 
da natureza. A junção entre ciência e técnica é também uma força produtiva e se tornou uma 
fonte independente de lucros. 
A crítica de Habermas à ciência moderna é de que esta escravizou os seres humanos 
por meio da tecnologia, na qual a vida é controlada por padrões impostos pela ciência. Sendo 
a pesquisa científica controlada pelo poder tecnológico, a ciência, como uma pesquisa livre e 
desinteressada, perdeu seu valor. Sendo a pesquisa científica controlada por poderes 
tecnológicos, como fica então a questão dos valores como a objetividade e a neutralidade na 
atividade científica? 
Pretensamente o que caracteriza as teorias científicas é sua veracidade. Elas são 
testadas e confirmadas independentemente do contexto que se realizam e do cientista que as 
propõem. No entanto para pensadores como Morin (2008), ciência e tecnologia se realizam 
dentro de uma sociedade, num contexto político, histórico, social específico da modernidade. 
Os cientistas realizam suas pesquisas dentro de universidades e centros de pesquisas 
financiados por órgãos governamentais ou empresas privadas que possuem interesses 
específicos. 
Mesmo em menor escala, o que leva um cientista a realizar uma pesquisa são fatores 
subjetivos. Japiassu (1975) afirma que quando falamos de significação na ciência falamos de 
ciência enquanto prática humana. Nessa perspectiva, a objetividade da ciência significa a 
intenção subjetiva do cientista, caracterizada pela busca do conhecimento. Significa, também, 
as intenções implícitas ou explícitas daqueles que elaboram a política ou que, direta ou 
indiretamente, orientam a pesquisa procurando estabelecer o critério de sua validação. 
Argumentamos que a objetividade cientifica ou da ciência se refere ao crescimento 
racionalizado da produção. Nota-se que esse crescimento não é de ordem científica nem, 
portanto, objetiva. Esse crescimento está pautado em valores extra-científicos, ou seja, valores 
sociais que estão relacionados à sociedade em que estes indivíduos pertencem, sendo os 
métodos utilizados, instrumentos que permitem aocientista alcançar certo objetivo. 
6 
 
Japiassu (1975) critica a objetividade na atividade científica, argumentando que ela 
não existe. Para o autor, o que existe é uma objetivação ou “objetividade aproximada” ou, 
como ressalta, existe “um esforço de conhecer a realidade naquilo que ela é e naquilo que 
gostaríamos que ela fosse” (JAPIASSU, 1975, p. 43). Para ele, projeto científico de atingir a 
realidade naquilo que ela é torna-se impossível, pois, nessa concepção o sujeito constrói o 
objeto de sua ciência. 
Morin (2008), outro crítico da objetividade científica, afirma que a objetividade parece 
ser uma condição clara e absoluta de todo conhecimento científico. Os dados em que o 
conhecimento científico é baseado são objetivos por suas verificações e falsificações que, por 
sua vez, são incontestáveis. No entanto, é possível contestar a objetividade das teorias 
científicas, pois, para ele, a teoria científica é “uma construção da mente, uma construção 
lógico-matemática que permite responder a perguntas que fazemos ao mundo, à realidade” 
(MORIN, 2008, p. 40). 
Na concepção de Morin (2008), uma teoria se fundamenta em dados objetivos, mas ela 
mesma não é objetiva. A objetividade é algo “absolutamente certo”, determinado por 
observações e verificações que concordam entre si e, para que se estabeleçam, é necessária 
uma comunicação intersubjetiva. Essa comunicação é feita nas comunidades científicas, que 
por si só são meios sociais onde são considerados variados fatores. Dentre eles a necessidade 
da comunidade científica estar enraizada em uma tradição histórica. Outro fator relevante é 
que a objetividade é estabelecida independentemente dos observadores. Essa objetividade, 
para que possa ser operada na ciência, precisa ser sempre verificada pelos cientistas, sendo o 
processo de produção da objetividade cultural, histórico, social, intelectual. 
E eis que a objetividade, produto dessa atividade, transcende a si própria e 
volta para fundamentar de novo e relançar a tradição crítica, a comunidade 
científica, as atividades de observação, etc. Isso quer dizer que de fato, 
problema da demarcação entre o científico e o não científico é um problema 
que não pode ser resolvido por um princípio claro e fácil: a demarcação é o 
resultado de uma grande atividade que a comunidade científica mantém – 
ao menos no C.N.R.S (Comitê Nacional para Pesquisas Científicas) e nas 
universidades – que continua a viver através de intercâmbios, congressos, 
palestras, artigos de revistas, etc. Melhor dizendo, a própria objetividade 
dos dados científicos é mantida por um processo regenerador ininterrupto 
que questiona as mentes, os indivíduos, os grupos sociais, etc. (MORIN, 
2008, P.41) 
 Nessa perspectiva a objetividade dos dados científicos se mantém e se altera 
constantemente, movimentando a sociedade. Para Morin (2008), a objetividade é resultado de 
7 
 
um processo crítico desenvolvido no interior de uma comunidade científica em que ela 
assume regras e produz consensos que podem ser submetidos intersubjetivamente a testes, 
constituindo, então, um círculo. Para o autor a objetividade se baseia numa dinâmica 
complexa, citando Popper ele afirma: se a objetividade cientifica fosse fundamentada na 
imparcialidade ou na objetividade do sábio individualmente, então deveríamos desistir dela. A 
objetividade não é uma qualidade própria das mentes cientificas superiores. (MORIN, 2008, p. 42). 
Nesse sentido, por meio das concepções apresentadas, podemos concluir que a 
objetividade científica não é independente de aspectos sociais, ideológicos em que a atividade 
cientifica é produzida. Ela também não é independente do cientista que a produz, pois este 
mesmo é movido por intenções subjetivas. Ainda que uma comunidade científica entre em 
consenso, não é estabelecida a objetividade, porque este mesmo consenso pode ser submetido 
a testes intersubjetivos relacionados aos cientistas. 
Na mesma esteira da reivindicação pela objetividade científica se encontra a de uma 
ciência também neutra. A idéia de uma ciência neutra e livre de valores tem sido muito 
criticada na modernidade; muitas dessas críticas se referem à reivindicação de uma ciência 
livre da esfera valorativa, uma ciência com objetivo em si mesma, tendo como meta 
descobertas e avanços que podem proporcionar bem-estar à humanidade. Nesse projeto 
procuramos abordar as críticas de dois autores que tratam do tema no contexto brasileiro: 
Marcos Barbosa de Oliveira e Hugh Lacey. 
Lacey (2008) questiona a ciência moderna e seu valor universal por ela não reconhecer 
seu envolvimento com a sociedade capitalista. Lacey afirma que a ciência moderna adotou 
apenas um tipo de estratégia, a estratégia materialista de restrição e seleção de teorias que 
abstrai o contexto humano, valoriza o controle da natureza e evidencia uma não-neutralidade 
quando esse controle se manifesta nas instituições sociais e está presente na vida prática pelo 
uso da tecnologia. 
Para Barbosa de Oliveira (2008), a tese da neutralidade científica afirma que a ciência 
é neutra em relação à valores. Esses valores se referem a valores sociais que são diferentes 
dependendo da cultura. A pretensão da tese da neutralidade é isolar a ciência da esfera 
valorativa e colocá-la fora do alcance de questionamentos em relação aos ditos valores 
sociais, permitindo assim, que a ciência seja colocada num patamar de valor universal. 
8 
 
Barbosa de Oliveira (2008), afirma existir três domínios em que os valores sociais 
podem estar presentes na atividade científica. O primeiro deles se dá no momento de seleção 
dos problemas que serão tratados, o segundo se refere ao momento de escolha entre as teorias, 
e o terceiro se encontra no domínio do próprio conteúdo das proposições científicas. Para cada 
um deles existe uma subtese da neutralidade negando em seu próprio domínio a presença de 
valores. Esses três domínios caracterizados como 1) a tese da neutralidade temática; 2) a tese 
da neutralidade metodológica; 3) a tese da neutralidade factual. 
1) A tese da neutralidade temática afirma que a ciência é neutra porque o 
direcionamento da pesquisa, a escolha dos problemas a serem investigados, é importante para 
que se possa desenvolver um conhecimento com um fim em si mesmo. 2) A tese da 
neutralidade metodológica propõe que a ciência é neutra, pois procede de acordo com um 
método científico onde a escolha de teorias não deve envolver valores sociais. 3) A tese da 
neutralidade factual afirma ser a ciência neutra porque ela não adere a juízos de valor, 
descrevendo a realidade e os fatos puramente. 
Essas três teses se reforçam e colaboram excluindo da ciência valores sociais e elas 
mesmas funcionando como “valores”, pois, a neutralidade corresponde a uma aspiração da 
ciência. A tese da neutralidade factual propõe que fatos e valores sejam separados e essa 
concepção, segundo Barbosa de Oliveira (2008), tomou conta da ciência ocidental. Essa 
separação derrubou a visão aristotélica da ciência e originou a ciência moderna. Barbosa de 
Oliveira (2008, p. 99) afirma: 
A ciência desencantada, nesse sentido, afeta duplamente as relações do 
homem com a natureza: ela não só legitima a postura de dominação, mas 
também fornece, através da tecnologia, os meios para ampliar e tornar a 
dominação mais eficiente. 
A visão moderna da ciência originou uma postura de dominação da natureza com a 
pretensão de decifrar seus enigmas e usá-la como instrumento para fins lucrativos. A natureza 
vista como uma coleção de fatos pode ser tratada então somente do ponto de vista de seu valor 
instrumental, podendo também, ser usada para fins lucrativos e exploração sem restrições. 
Dessemodo, o caráter não neutro e não objetivo da atividade científica é corroborado, pois, a 
atividade científica não pode ser separada dos aspectos sociais e ideológicos de sua produção 
e a adesão à valores se torna claro tanto na escolha construção quanto na aplicação de teorias 
científicas. 
9 
 
Em síntese, entendemos que a ciência se produz socialmente, e seus processos estão 
sujeitos a interesses específicos de empresas privadas e governos. Até mesmo a prática 
científica em si, não é livre de valores, pois, o cientista ao optar por uma teoria, utiliza valores 
subjetivos que são os que ele carrega e de seu meio. 
 Nossa proposta de pesquisa é realizar um estudo aprofundado dos valores na atividade 
científica. A partir das críticas apresentadas, entende-se necessária uma revisão das teses que 
afirmam ser a ciência livre de valores e, principalmente, dos valores ligados à pretensa 
objetividade e neutralidade nas práticas científicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 Justificativa 
10 
 
O objetivo geral desse projeto é investigar as teses que afirmam ser a ciência objetiva 
e neutra, ou seja, livre de valores. Levando em conta que a atividade científica se produz 
socialmente e na modernidade as relações entre a ciência e a sociedade são indissociáveis, os 
problemas enfrentados nos leva ao seguinte questionamento: Até que ponto a construção e 
aplicação de teorias científicas são isentas de valores? 
Esse pré-projeto se insere na Linha de pesquisa Linha 2 – Ciência, Política e 
Sociedade e oferecer contribuições aos estudos realizados atualmente nessa área em relação 
aos valores na atividade científica. 
Como motivação para a apresentação desta proposta de pesquisa destaca-se o interesse 
pela área de pesquisa e o desejo de contribuir com as discussões no âmbito acadêmico, 
sugerindo hipóteses para as discussões sobre como os valores afetam a construção e a 
aplicação de teorias científicas. Destaca-se também o interesse em dar continuidade aos 
estudos nessa área, visando à elaboração de um projeto de mestrado para posterior ingresso 
em um programa de pós-graduação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 Objetivos 
11 
 
3.1 Objetivos Gerais 
O objetivo geral desta pesquisa é fazer uma análise da influência dos valores na 
atividade científica, visando elucidar os seguintes problemas: 
 a falta de uma objetividade e neutralidade na construção e aplicação das teorias 
científicas; 
 as influências sociais que são externas à ciência e as confere valores que não são os da 
ciência como atividade pura de descoberta. 
3.2 Objetivos específicos 
Tendo em vista os problemas apontados no item 3.1, os objetivos específicos dessa 
pesquisa são: 
 Contextualizar o cenário atual do papel desempenhado pela ciência na modernidade; 
 Realizar uma análise de valores como a objetividade e a neutralidade na construção e 
aplicação das teorias científicas relacionando-as com as implicações que elas 
adquirem no âmbito social moderno; 
 Verificar através da pesquisa bibliográfica, as teses e as possíveis respostas dadas as 
questões apresentadas; 
 Analisar e tentar propor hipóteses explicativas para os problemas apresentados. 
 
 
 
 
 
 
 
4 Metodologia 
12 
 
A pesquisa se valerá do levantamento bibliográfico sobre as relações e as implicações 
dos valores na atividade científica. Em se tratando de trabalho-conceitual, utilizaremos para o 
desenvolvimento da pesquisa o método filosófico de análise e interpretação de textos. 
Seguindo a ordem das argumentativas do texto, buscamos extrair com rigor lógico as teses e 
argumentos, a partir das quais elaboramos nossa análise e investigamos problemas que dela 
surgem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 Cronograma 
13 
 
A pesquisa terá a duração de 18 meses e será desenvolvida no período de março de 
2012 a agosto de 2013 de acordo com as seguintes etapas: 
1) Realização das disciplinas do curso de Especialização Interdisciplinar em Ciências 
Humanas (CEICH) Pós Graduação Lato Sensu; 
2) Pesquisa e levantamento bibliográfico, ligado ao tema proposto; 
3) Seleção, leitura, análise e fichamento dos documentos obtidos com o levantamento 
bibliográfico; 
4) Elaboração de relatório parcial da pesquisa; 
5) Elaboração do relatório final na forma de Monografia; 
6) Defesa da Monografia. 
O cronograma para a realização das etapas definidas acima é apresentado no Quadro 1. 
Quadro 1 – Cronograma 
Meses 
Etapas 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 
1ª Etapa 
2ª Etapa 
3ª Etapa 
4ª Etapa 
5ª Etapa 
6ª Etapa 
 
 
 
 
 
 
Referências 
14 
 
BARBOSA DE OLIVEIRA, Marcos. A epistemologia engajada de Hugh Lacey. Manuscrito, 
v. 21, n. 2, p. 113-135, out. 1998. 
 
BARBOSA DE OLIVEIRA, Marcos. Neutralidade da ciência, desencantamento do mundo e 
controle da natureza. Scientiæ estudia, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 97-116, 2008. 
 
CHALMERS, Alan F. A fabricação da ciência. Tradução de Beatriz Sidou. São Paulo: 
Fundação da Editora Unesp, 1994. 
 
CHALMERS, Alan F. O que é ciência afinal? Tradução de Raul Fiker. São Paulo: 
Brasiliense, 1993. 
 
CHRÉTIEN, Claude. A ciência em ação: mitos e limites. Tradução de Maria Lúcia Pereira. 
Campinas: Papirus, 1994. (Coleção Filosofar no presente). 
 
HABERMAS, Jürgen. Técnica e ciência como “ideologia” Suhrkamp Verlag, Frankfurte am 
Main, 1968. Tradução de Arthur Mourão por Edic; 5es 70, L. da, Lisboa – PORTUGAL. 
 
JAPIASSU, Hilton. O mito da neutralidade científica. Rio de Janeiro: Imago, 1975. 
 
KUHN, Thomas. S. A estrutura das revoluções científicas. Tradução de Beatriz Vianna 
Boeira e Nelson Boeira. São Paulo: Perspectiva, 2009. 
 
LACEY, Hugh. Valores e atividade científica 1. São Paulo: Associação Filosófica Scientiae 
Studia; Editora 34, 2008. 
 
MIRANDA, A. L. Da natureza da tecnologia: uma análise filosófica sobre as dimensões 
ontológica, epistemológica e axiológica da tecnologia moderna. 2002. Dissertação (Mestrado 
em Tecnologia) – Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET-PR), 
Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, 2002. 
 
MORIN, Edgar. Ciência com consciência. Tradução de Maria D. Alexandre e Maria Alice 
Sampaio Dória. 12. ed. Edição revista e modificada pelo autor. Rio de Janeiro: Bertrand 
Brasil, 2008.

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