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Sociologia do direito RESUMO

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Sociologia do direito, Administração da Justiça. RESUMO
A HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA DO DIREITO E DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
Introdução à sociologia da administração da justiça
A sociologia do direito surgiu, através do método empírico, nos Estados Unidos, na década de 50, no contexto do pós Segunda Guerra Mundial. O direito passou assar tratado pelo método de investigação empírica, aplicando à ele conceitos das ciências sociais.
Principais debates do séc. 19
(Durkheim) Expressão de consenso social = promover harmonia. Direito como promotor do bem-comum que garante a diminuição dos conflitos por via da harmonia, maximizando, assim, a integração social e o bem-comum. Valores compartilhados socialmente.
Versus
(Marx) Expressão de conflito social = promover interesse das classes dominantes. Direito como instrumento de opressão que possibilita a dominação econômica e política. Forma abstrata de impor os interesses da classe social dominante ao interesse coletivo universal. Luta de classes: interesses inconciliáveis e antagônicos.
(Bentham) Direito enquanto variável DEPENDENTE em relação à sociedade, ou seja, instituição que deve se limitar a acompanhar e incorporar os valores sociais e os padrões de conduta constituídos, espontaneamente, na sociedade. O direito surge a partir das necessidades sociais, dos conflitos engendrados na sociedade, servindo, portanto, para diminuir tais. 
Versus 
(Savigny) Direito enquanto variável INDEPENDENTE em relação à sociedade, isto é, deve ser promotor ativo de mudança social tanto no domínio material quanto no da cultura e das mentalidades. O direito serve como um parâmetro regulador, ao qual a sociedade deve buscar equiparar suas ações, isto é, estando em consonância com o direito, seria incutido à mente dos sujeitos as mudanças sociais, culturais e mentais que esse almeje promover. 								Ex: o crime é necessário para estabelecer os valores compartilhados socialmente, ou seja, quando um crime é cometido, a resposta social é aversão, formando, assim, um consenso social. 
(Bentham) Proposta de uma análise histórica e sociológica do direito a partir do direito que existe em cada sociedade. Dependência entre o direito e o espírito do povo (elemento dinâmico, em permanente transformação.
 Utilitarismo: que castigos e recompensas provocariam o comportamento adequado do ser humano. 
 (Durkheim) Trabalha com a ideia da divisão do trabalho social. 
- Sociedade mecânica: coesão social (valores compartilhados); predomínio do direito penal.
- Sociedade orgânica: coesão social (contrato); predomínio do direito civil.
- Anomia social: organismo social não funciona bem. (Ex: crime -> ausência de normas; situação demonstra anomia).
Modelo de produção de Karl Marx: a infraestrutura é a base econômica e a superestrutura, seria o político, ideológico e o jurídico.
Início do séc. 20
•Erhlich
* direito vivo (direito eficaz) – direito constituído/instituído pelo Estado x direito resultante das relações sociais; o direito ganha vida quando ele é respeitado pela sociedade e quando o judiciário o aplica corretamente.
Pensar o direito efetivamente praticado pelos indivíduos em sociedade e não o consagrado em leis. O direito que tem eficácia e não apenas validade. O estudo deve se voltar ao direito resultante das relações sociais (efetivo) ao invés do direito instituído pelo Estado (válido).
* criação judiciária do direito – normas abstratas x normas concretizadas. Quando o judiciário aplica normas, ele as torna concretas ao invés de abstratas.
•Max Weber:
Tipos de dominação:
- Tradicional
- Carismático 
- Burocrático: (a formação do Estado moderno pressupõe um corpo de funcionários encarregados de dizer e de aplicar o direito; o Estado possui competência de estabelecer e aplicar o direito).. 
1960: 
Direito e desenvolvimento; Law in books X law in action
•Condições teóricas;
- Antropologia do direito: tem como objeto de estudo os conflitos que se encontram fora do âmbito judiciário; formas paralelas de resolução de conflitos; instâncias.
- Ciências políticas: tem como objeto de estudo o Estado e, por conseguinte, os poderes legislativo, executivo e judiciário.
- Sociologia das organizações: tem como objeto de estudo as diferentes organizações judiciárias (Ex: sindicatos, famílias, escolas)
•Condições sociais
- Estado do bem estar social (acrescem direitos sociais e individuais)
- Crise do poder judiciário: o poder judiciário não cresceu proporcionalmente à ampliação dos direitos sociais e individuais, isto é, o crescimento da matéria regulada pelo Direito não correspondem a uma ampliação do judiciário.
- Administração da justiça: poder judiciários; formas alternativas de resolução de conflitos.
• No século 19 predomina a visão normativista substantiva (Definem direitos e obrigações em relação aos indivíduos) e em meados dos anos 60 predomina uma visão institucional organizacional (Estudo do Poder Judiciário e sua organização, visão relacionada a administração da justiça).
O DIREITO NO PENSAMENTO SOCIAL CONTEMPORÂNEO
Pensamento social
•“... universos conceituais que exerceram influência nesse século: ciências sociais específicas, escolas filosóficas, doutrinas políticas, estilos marcantes na arte e literatura...”
•“Um dicionário do pensamento social do século XX deve necessariamente cobrir um amplo espectro, das ciências sociais à filosofia, às teorias e doutrinas políticas, às idéias e aos movimentos culturais...”
Quem produz o pensamento social? O pensamento social é produzido pelos próprios ativistas sociais e políticos e pelo crescente exército de acadêmicos profissionais.
Paradigma: “um paradigma é aquilo que os membros de uma comunidade científica partilham e, inversamente, uma comunidade científica consiste em homens que partilham um paradigma.”
“Um paradigma governa não um objeto de estudo, mas um grupo de praticantes da ciência.”
Epistemológico: Relativo ao processo de produção do conhecimento científico. 
O direito é uma ciência?
- Ciência: Investigação fundamentada em uma determinada teoria e a partir de uma determinada metodologia com o objetivo de produzir uma verdade.
- Direito: “ O Direito é .. um conjunto de técnicas para reduzir os antagonismos sociais, para permitir uma vida tão pacífica quanto possível entre homens propensos às paixões” (Michel Mialle)
 "Direito é um conjunto de normas de conduta social, imposto coercitivamente pelo Estado, para a realização da segurança, segundo os critérios de Justiça." (Paulo Nader)
> Qual é esse novo paradigma epistemológico? Paradigma moderno x paradigma pós-moderno
Paradigma Moderno
•Separação entre os campos disciplinares
•Separação entre sujeito e objeto
•Objetivo de dominação/controle da natureza
•Busca de leis racionais de explicação do mundo
Paradigma Pós-Moderno
•Centrado no fim das fronteiras disciplinares
•Pluralismo Jurídico
•Direito Alternativo
Monismo jurídico x Pluralismo Jurídico
 Monismo Jurídico
•Esgotamento do modelo feudal pluralista (Igreja, corporações de oficio, senhores feudais...)
•Construção do Estado Moderno Capitalista (homens livres e iguais, auto-regulação do mercado)
•Necessidade de hegemonia do Direito Estatal
•Identificação do direito ao direito positivo estatal
•O Estado moderno detém o monopólio exclusivo da produção das normas jurídicas – O Estado é o único agente legitimado capaz de criar legalidade parar enquadrar as formas de relações sociais.
 
Direito como Cartografia, de Boaventura.
Para o pluralismo jurídico, circulam varias formas de direito na sociedade – vários modos de juridicidade, há uma pluralidade de ordens jurídicas. Cada forma de direito é um mapa social, que usa mecanismos de escala, projeção e de simbolização para representar a realidade. 
 Mapas são formas de representação social . O Direito e mapas são representações da realidade. Toda representação distorce a realidade. Os mapas distorcem a realidade através de Escalas, Projeções, e símbolos.Projeção: As decisões sobre a projeção representam um compromisso, dependem da ideologia do cartógrafo. Cada mapa tem um centro. 
•Projeção Egocêntrica – predomínio de características particulares, de natureza consensual ou voluntarista.
•Projeção Geocêntrica – predomínio de características gerais, de natureza conflitiva.
•Projeção não é neutra, se pode escolher centros variados. Cada forma jurídica (superestatal, nacional, infraestatal) é construída a partir de um centro, o qual decorre do fato jurídico considerado mais importante.
Cada ordem jurídica se estrutura a partir de um SUPER FATO, um centro que determina a projeção.
•Contrato – super fato do direito das sociedades modernas capitalistas
•Terra e a habitação – super fato das áreas urbanas periféricas
Escala: A representação dos fenômenos geográficos depende da escala. A escolha da escala é determinada em função de dois itens: a finalidade do mapa e a conveniência da escala. 
 No campo social (direito) também, de acordo com a escala, vamos ver ou não os problemas, de modo que é uma questão de poder. Um exercício de poder. Se a escala cria o fenômeno, as escalas criam diferentes realidades jurídicas. 
						Três espaços jurídicos: •Local – grande escala
•Nacional - média escala
•Global – pequena escala
Formas infraestatais
Formas estatais
Formas supraestatais
- Observar de longe: apenas se enxerga formas jurídicas SUPRAESTATAIS (direito global). GRANDE ESCALA
- Observar de escala média: se enxergam formas jurídicas ESTATAIS (direito nacional). MÉDIA ESCALA
- Observar de perto: possibilita enxergar formas jurídicas INFRAESTATAIS (direito comunitário LOCAL). PEQUENA ESCALA
- ex: fábrica pode ter código interno (INFRAESTATAL: direito local). Contudo, a fábrica está sujeita a regulamentação do trabalho (direito nacional, normas estatais). E a mesma fábrica pode contratar com empresas de outros países (direito global, formas jurídicas SUPRAESTATAIS).
Símbolos: Símbolos gráficos utilizados para assinalar as características da realidade.
- Espaço jurídico:
LOCAL > regulamentação infraestatal: terra s habitação são os superfatos/ estrutura que rege.
NACIONAL > regulamentação estatal: o super fato, o bastião das normas jurídicas estatais é o CONTRATO.
GLOBAL > legislação supraestatal: 2 superfatos - CONTRATOS E DIREITOS HUMANOS.
Forma jurídica infraestatal, nesse caso, funciona através do convencimento, da retálica e não mediante sanção -> mostra benefícios.
- Termo INTERLEGALIDADE refere-se à mistura de códigos, a procriação de lógica de uma forma jurídica pela outra. (Mistura das diferentes formas jurídicas: elas se influenciam). Formas jurídicas que se comunicam e influenciam. Sobreposição, articulação e interpretação de vários espaços jurídicos.
Formas Jurídicas 
•Baixo grau de abstração: pensados a partir de casos concretos. 
•Pouca ou nula especialização
•Mecanismos informais, rápidos, com participação da comunidade na resolução de conflitos. 
•Discurso jurídico retórico fundamentado na linguagem comum 
Sociologia Cartográfica ou Cartografia Simbólica
•novos paradigmasConcepção Pós-Moderna do Direito
•Direito - um conjunto de representações sociais – um modo de imaginar a realidade através de leis, normas, costumes.
1 - ciência pós-moderna
•Questionamento da verdade
•Questionamento da separação 
 entre ciências naturais x ciências sociais
Direito alternativo
Positivismo jurídico/ Jusnaturalismo X Teoria crítica do direito
•“O positivismo é uma redução do Direito à ordem estabelecida; o jusnaturalismo, ao contrário, um desdobramento em dois planos: o que se apresenta nas normas e o que nelas deve apresentar-se para que sejam consideradas boas, válidas e legítimas”
• Jusnaturalismo/Direito natural: ordem jurídica que traz o direito ao qual o justo é inerente, que se encontra acima da ordem jurídica estatal.
- 1ª concepção: •Direito natural cosmológico: o sentido do justo proviria da ordem natural das coisas/natureza.
- 2ª concepção: •Direito natural teológico: o sentido do justo proviria de Deus, origem divina.
- 3ª concepção: •Direito natural antropológico: o sentido do justo viria da natureza do homem = imutável.
• Positivismo jurídico, para ser justo, deveria estar em consonância com o jusnaturalismo. Não engloba a questão valorativa.
• Teoria crítica do direito:
O pluralismo jurídico e o jusnaturalismo atrapalhariam, seriam obstáculos, ao processo de produção do conhecimento científico do direito.
Obstáculos específicos da ciência jurídica: 
* falsa transparência do direito: o direito não é apenas representado pelas leis, se deve pensar o que há atrás das normas, usando conhecimento político/social/econômico, contextualizar a norma. As leis isoladas não possibilitariam uma compreensão completa (relacionada ao positivismo).
* idealismo jurídico: crença de que o direito persegue a justiça; acredita-se que há uma concepção de justo (consequência do jusnaturalismo).
* compartimentalização do conhecimento: não se comunica com as demais áreas do conhecimento (consequência do positivismo).
Pressuposto fundamental: 
Crítica à neutralidade do Direito
Direito alternativo
• Direito alternativo stricto sensu
 • MOVIMENTO DO DIREITO ALTERNATIVO (advogados populares como protagonistas):
- Se deixa de ter a figura do preso político concomitantemente à imersão dos movimentos sociais. Assim, os advogados, antes focados nos presos políticos, passaram a prestar assessoria jurídica aos movimentos jurídicos.
- Direito, concepção de justiça que nasceria a partir da sociedade. Caberia modificar o ordenamento jurídico (burguês), substituindo-o pelo Direito Popular. SUBSTITUIÇÃO DO DIREITO.
 
• Uso alternativo do direito 
•Objetivos: utilizar o ordenamento jurídico vigente para a realização de uma prática judicial emancipadora – através de um processo hermenêutico voltado para as reivindicações dos setores populares
•Representantes: Magistratura Democrática 
•Pressupostos teóricos:
Se deve relativizar o papel daqueles que produzem o direito, isto é, tais agentes não seriam neutros e estariam comprometidos a uma classe.
- Juízes estariam aliados aos grupos dominantes. Posteriormente, assumindo sua imparcialidade, os juízes decidem se aliar aos dominados, se comprometerem às classes sociais mais baixas.
- Assim, se faria um uso alternativo do Direito, interpretando o direito estatal de forma a favorecer as classes dominadas. Forma distinta de aplicar a norma.
NOVA HERMENÊUTICA JURÍDICA (juízes alternativos): aplicar direito a partida nova perspectiva/reinterpretação.
•Poder Judiciário atua como aparelho ideológico e aparelho repressivo do Estado e, portanto, não é neutro e independente.
•O juiz alternativo assume a não neutralidade e o comprometimento, mas muda de lado: é parcial e comprometido com os pobres.
•O uso alternativo (...) é a atuação dentro do sistema positivado. Consiste em utilizar contradições, lacunas e ambiguidades do sistema em favor dos pobres. A ação é no instituído: buscar na legislação, via interpretação qualificada, abertura de espaços que possibilitem avanço das lutas populares, revendo conceitos estabelecidos, através da crítica constante. Enfim, é olhar diferentemente os textos.

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