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O PODER JUDICIÁRIO • Introdução O Poder Judiciário é o terceiro Poder do Estado atribuído à União no Estado Federal brasileiro, onde se organiza nos artigos 92 a 126 da Constituição Federal. Têm por função compor conflitos de interesses em cada caso concreto; utilizando as leis, os costumes ou as normas gerias; o que se chama de função jurisdicional, realizado por meio de um processo judicial. As funções da soberania nacional são divididas por três Poderes distintos, Legislativo e Executivo e Judiciário. Os órgãos do Judiciário, os juízes e tribunais devem decidir atuando o direito objetivo, ou seja, não podem estabelecer critérios particulares, privados ou próprios para compor conflitos de interesses ao distribuírem justiça. A jurisdição hoje é monopólio do Poder Judiciário do Estado, conforme o art.5º, XXXV. Para que haja a solução das lides e, portanto, pacificação das crises sociais e pessoais, várias pessoas atuam no mecanismo judiciário para que a tutela jurisdicional do Estado tenha efeito. Assim, faz necessária a presença de magistrados, membros do Ministério Público, auxiliares da Justiça tais como serventuários e oficiais de Justiça, peritos, interpretes, policiais e advogados. • Função jurisdicional O Poder Judiciário tem como função típica a função de julgar, chamada também de função jurisdicional, ou seja, dizer o direito ao caso concreto, dirimindo conflitos que lhe são levados, quando da aplicação da lei. Pode o Poder Judiciário exercer funções atípicas, tais como elaborar o regimento interno de seus tribunais (legislativa) assim como, conceder licenças e férias a seus magistrados e seus serventuários (executivo). Tendo a função de julgar, o mesmo encontra-se regularmente estruturado para exercer a sua função jurisdicional por intermédio de seus órgãos. O Poder Judiciário é o único que detém o poder jurisdicional de forma que não pode ele abster-se de analisaras demandas jurídicas que lhe são submetidas. Art.5 XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; No entanto, pelo Princípio da inércia da jurisdição, o Poder Judiciário não atua de ofício nas demandas, ou seja, ele deve ser provocado pelo interessado para poder intervir nas relações conflituosas. Se tem então, a ordem judiciária do País, que compreende: a) um órgão da cúpula, como guarda da Constituição e Tribunal da Federação, que é o Supremo Tribunal Federal; b) um órgão de articulação e defesa do direito objetivo federal, que é o Superior Tribunal de Justiça; c) as estruturas e sistemas judiciários; d) os sistemas judiciários dos Estados, Distrito Federal e Territórios. • Estrutura do Poder Judiciário Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: I - o Supremo Tribunal Federal (STF); Il-A o Conselho Nacional de Justiça (CNJ); II - o Superior Tribunal de Justiça (STJ); III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais (TRF); IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho (TST, TRT); V - os Tribunais e Juízes Eleitorais (TSE, TRE); VI - os Tribunais e Juízes Militares (STM); VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios (TJ). § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. § 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional. O Art.92 é taxativo, de forma que quaisquer outros órgãos, mesmo que recebam a denominação de Tribunal não integram o Poder Judiciário. A doutrina faz distinção entre órgãos do Poder Judiciário dividindo-os entre justiça comum ou ordinária e justiça especial ou especializada. A exceção é o Supremo Tribunal Federal (STF), pois suas decisões se sobrepõe a todas as Justiças e Tribunais, não pertencendo a nenhuma Justiça específica (comum ou especializada). A discussão doutrinária gira em torno de pertencer o Superior Tribunal de Justiça - STJ a uma justiça especifica, comum ou especial. O entendimento majoritário da doutrina está no sentido de que o STJ não pertence a nenhuma das duas justiças, sendo considerado também um órgão de instância máxima da justiça brasileira. Cada justiça especializada tem o seu tribunal superior, sendo que a justiça comum também teria o seu próprio tribunal superior, ou seja, o STJ. Há mais uma divisão feita entre as justiças do Poder Judiciário: órgãos judiciários federais e órgãos judiciários estaduais. - Justiças Federais: são organizadas pela União - Justiça Especializada do Trabalho, Justiça Especializada Eleitoral, Justiça Especializada Militar da União, Justiça Comum Federal e Justiça Comum do Distrito Federal e dos Territórios, além do STF e STJ. - Justiças Estaduais: são organizadas pelos Estados - Justiça Especializada Militar dos Estados e a Justiça Comum Estadual. A estrutura das Justiças Federais está prevista no texto constitucional, enquanto que das Justiças Estaduais no texto das Constituições Estaduais, respeitadas as diretrizes constitucionais. No que toca ao Poder Judiciário há que se falar ainda do princípio do duplo grau de jurisdição, tendo como significado que toda demanda apresentada ao Poder Judiciário para apreciação está sujeita a um duplo exame, sendo o primeiro exame feito pelo juízo monocrático e o segundo exame, em caráter recursal, por um juízo colegiado, com prevalência da segunda decisão em relação à primeira. Exceção a este princípio ocorre nas causas que têm inicio diretamente nos Tribunais ou órgãos colegiados e não no juízo, denominada competência originaria dos Tribunais. Conselho Nacional de Justiça - CNJ Surgiu com a EC nº45/2004 em substituição ao denominado Conselho Nacional da Magistratura, prevista na Constituição Federal de 1967. A Constituição Federal de 1988 trouxe autonomia dos tribunais no sentido de processarem e julgarem seus magistrados nos casos de infração disciplinar. O CNJ é composto por 15 membros, todos nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, para o exercício de um mandato de dois anos, admitida uma recondução. Tem competência para controlar a atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e o cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, além de outras atribuições que constam no Estatuto da Magistratura. Entre elas estão a de zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura; zelar pela observância do art.37 da CF; receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário. Não tem função jurisdicional, ou seja, não soluciona conflitos de lides que lhe são submetidas. O Presidente do CNJ será o Ministro do STF, o qual será substituído em suas ausências e impedimentos pelo vice-presidente do STF. O Ministro- Corregedor do CNJ será o Ministro do STJ. O Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal da OAB, embora não integrem o CNJ, oficiarão perante este, nos termos do §6º do artigo em referencia. O Supremo Tribunal Federal - STF O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Poder Judiciário, ou seja, é a máxima instância da Justiça brasileira, cabendo-lhe especialmente a guarda da CF. A composição do STF é de 11 Ministros, que serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pelo Senado Federal, dentre cidadãos (brasileiros natos) com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. A competência do STF vem prescrita na CF em seus artigos 102 e 103, sendo competência originária, recursal ordinária, recursal extraordinária e competência paraa edição de súmulas vinculantes. O STF tem sede na Capital Federal (Brasilia) e jurisdição em todo o território nacional. As atribuições judicante previstas nos incisos do art.102 têm, quase todas, conteúdo de litígio constitucional, logo, a atuação do STF se destina a compor a lide constitucional, mediante o exercício de jurisdição constitucional. • Súmulas vinculantes As súmulas vinculantes são de competência do Supremo Tribunal Federal, disposto no art.103-A introduzido pela EC- 45/2004. É a adoção oficial de uma interpretação fixa, que se imponha a todos. O STF poderá de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação, na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista em lei, a Lei11.417/96. Essa lei dispõe sobre a disciplina de edição, revisão e cancelamento de enunciado de súmula vinculante. Nos termos do §1º do art.103-A, o enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários, ou entre esses e a Administração Pública, controvérsia atual que acarreta insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão. A edição, a revisão e o cancelamento da súmula vinculante dependerá de decisão tomada por dois terços dos membros do Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária, o mesmo vale para que a súmula tenha efeito vinculante. São legitimados para propor a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante: l- o Presidente da República; ll- a Mesa do Senado Federal; lll- a Mesa da Câmara dos Deputados; lV- o Procurador-Geral da República; V- o Conselho Federal da OAB; Vl- o Defensor Público-Geral da União; Vll- partido político com representação no Congresso Nacional; Vlll- confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; lX- a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; X- o Governador de Estado ou do Distrito Federal; Xl- os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares. O Município o é, mas apenas incidentalmente ao curso do processo em que seja parte, sem a suspensão do processo. • O STF, ao editar súmula vinculante, exerce atipicamente a função legislativa? Carmen Lúcia Antunes Rocha aborda o raciocínio de que o STF exerce atipicamente a função legislativa. Segundo seu pensamento: “ Ao contrário de todos os princípios e direitos políticos fundamentais postos no sistema, a instituição da súmula vinculante não tem: a fonte legítima da representação popular; o respeito à possibilidade constitucionalmente prevista como direito fundamental do cidadão de participar da formação do Direito (art. 14); nem a garantia do processo legislativo democrático, discutido, aberto e participativo (arts. 59 e seguintes) para a criação de norma jurídica. (ROCHA, 1997, p. 57)” Deste modo, é entendimento assente de que ao Legislativo cabe, como função precípua, a criação do direito, a inovação na ordem positiva, que ganha validade após legítimo processo. Por sua vez, pela via do Devido Processo Constitucional, aos órgãos judiciários e demais sujeitos do processo cabe a interpretação e a aplicação do direito já existente, sem, contudo, como se disse alhures, limitando-se ao que já está positivado garantindo, por consequência deste formato constitucional, maior eficácia aos direitos e garantias fundamentais quando da análise dos litígios submetidos à sua apreciação. Pode-se dizer, portanto, que a inovação permanente no texto legal somente é legítima quando reflexo da vontade do povo. Soa estranho à democracia, portanto, a formulação permanente de conteúdos impositivos uniformizados de obrigações por magistrados, que não foram eleitos e não representam os interesses da população, historicamente situados no projeto constitucional. Posição a favor - A adoção da postura ativista pelo Poder Judiciário pode ser benéfica em algumas situações e prejudicar em outras. É possível extrair o ativismo , que pode ser justificado especialmente nos casos em que uma desarrazoada omissão legislativa impeça a efetividade dos direito fundamentais previsto no texto constitucional. O entendimento de Sergio Moro (2004, p.257), que defende uma atuação mais afirmativa do Poder Judiciário quando se tratar da concretização de direitos fundamentais. Segundo o entendimento desse autor, uma vez que aos representantes eleitos pelo povo compete a primazia na formulação das políticas públicas, principalmente por meio de atos legislativos, a intervenção do Poder Judiciário somente se justifica se ficar demonstrado que a interpretação judicial da Constituição é mais acertada do que a interpretação subjacente ao ato legislativo controlado. OPINIÃO PESSOAL Na edição de uma Súmula Vinculante, que não é lei, mas tem força de lei, o judiciário exerce, de certa forma, o papel do Legislativo. Súmula é um mesmo entendimento uniforme e pacífico de decisões em processos assemelhados. A súmula não é mais apenas consultiva, ela tem um verdadeiro efeito vinculante, não podendo ser contrariada. É também uma garantia de que o princípio da igualdade seja cumprido, evitando que uma mesma norma seja interpretada de formas distintas para situações fáticas idênticas, criando distorções inaceitáveis no plano dos fatos. Esse entendimento, de se presumir que o judiciário brasileiro legisla ao editar uma Súmula é equivocado. De maneira que, a função do Poder Judiciário é Julgar os conflitos, todavia, a lei permite-lhe legislar: Art. 96, CF/88 – Compete privativamente: I – aos Tribunais: a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos. Regimento interno é lei. O exercício de julgar é apenas a função precípua do judiciário, podendo ainda legislar sobre determinadas hipóteses (como o caso do regimento interno) e atuar como executivo, ao tomar medidas administrativas quanto aos seus cargos e servidores. Cabe a cada órgão uma função: Legislativo de legislar; Judiciário de julgar e Executivo de executar as leis. O Superior Tribunal de Justiça - STJ Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros. Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 1/3 de juízes dos Tribunais Regionais Federais; 1/3 de desembargadores dos Tribunais de Justiça Estaduais; 1/3 divididos da seguinte maneira: 1/6 de advogados; 1/6 de membros do Ministério Publico Federal, Estaduais e Distrital. No caso dos juízes dos Tribunais Regionais Federais e dos Desembargadores dos Tribunais de Justiça, o STJ elaborara lista tríplice, enviando-a ao Presidente da Republica que escolhera um nome e depois o nomeará Ministro, após a aprovação da maioria absoluta do Senado Federal. No caso da escolha dos Advogadose Membros do Ministério Publico, a regra a ser aplicada é a do quinto constitucional, ou seja, os órgãos de representação de cada classe (OAB e MP) farão a indicação em lista sêxtupla de seus membro.Art. 105. A composição inicial do STJ foi definida mediante dois critérios: pelo aproveitamento dos Ministros do Tribunal Federal de Recursos e pela nomeação dos Ministros que sejam necessários para completar o numero estabelecido na Constituição. O STJ tem a finalidade de guardar o ordenamento jurídico federal. As competências do STJ são definas no art.105 da cf e podem ser divididas em dois grandes grupos, conforme a maneira de acionar o STJ: originária e recursal. Assim, será originária quando o STJ for acionado diretamente, através de ações que lhe caiba processar e julgar originariamente. Nestes casos, o Tribunal analisara a questão em única instancia. (Art.105, l) Porém, igualmente, pode-se chegar o STJ através de recursos ordinários constitucionais ou especiais (competência recursal). Nestes casos, o Tribunal analisara a questão em ultima instancia. (Art.105, ll) Tribunal Superior Eleitoral - TSE A Justiça eleitoral trata de toda matéria eleitoral, como eleições, crimes eleitorais, inscrição de eleitores, habilitação de candidatos, etc. A Justiça eleitoral não configura a magistratura de carreira, isso quer dizer, toda a sua estrutura organizacional é composta de membros de outro órgãos do Poder Judiciário, de forma que não ha ingresso mediante concurso publico na carreira para juiz eleitoral. É composto por 7 juízes, sendo: - 3 entre os Ministros do STF - 2 entre os Ministros do STJ - 2 entre advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral. Os membros do TSE, assim como os demais juízes eleitorais, terão mandado de 2 anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos. A Constituição Federal somente exige requisitos especiais para dois juízes pertencentes à advocacia, uma vez que os outros são membros do STF e STJ: notável saber jurídico e idoneidade moral. A nomeação em relação aos Ministros do STF e do STJ, decorrerá de eleição mediante voto secreto, nos próprios Tribunais, para escolha dos juízes eleitorais. Em relação aos dois juízes/advogados, o STF elaborara lista sêxtupla e a encaminhara ao Presidente da Republica, que nomeara dois, não havendo necessidade de aprovação do Senado Federal. Obrigatoriamente o Presidente e Vice-Presidente do TSE serão ministros do STF, eleitos pelos 7 juízes eleitorais e o Corregedor Eleitoral será Ministro do STJ, igualmente eleito (art.119). A lei complementar irá dispor sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais (art.121). O TSE tem competência originaria e recursal. A competência originaria encontra-se prevista no artigo 22, l do Código Eleitoral. A competência recursal ocorre na medida das revisões que são feitas das decisões dos Tribunais Regionais, dentro dos limites previstos no artigo 121, §4º da CF/88. O Superior Tribunal Militar - STM Cabe ao Presidente da Republica nomear os 15 Ministros (vitalícios), a qual deve ser aprovada pela maioria simples do Senado Federal (art.123 da CF): • 3 oficiais-generais da Marinha, da ativa e do posto mais elevado da carreira; • 4 oficiais-generais do Exercito, da ativa e do posto mais elevado da carreira, e • 5 civis, dos quais 3 serão escolhidos dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de 10 anos de efetividade profissional, 1 dentre juízes auditores e 1 membro do Ministério Publico da Justiça Militar. No que toca aos Ministros civis, são requisitos especiais, ser brasileiro nato ou naturalizado, ter mais de 35 anos, para os escolhidos dentre advogados, ter notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de 10 anos de efetividade profissional. Para os oficiais-generais, a CF/88 prevê a necessidade de serem brasileiros natos, nos termos do art.12, §3, Vl. No caso dos 10 Ministros escolhidos entre oficiais das Forcas Armadas, seguem-se os requisitos necessários para que atinjam a patente de oficiais- generais, entre eles, serem brasileiros natos (art.12, §3º, Vl). A Justiça Militar da União tem competência exclusivamente penal, competindo-lhe processar e julgar os crimes militares definidos em lei, no Código Penal Militar. O crime de homicídio doloso não é mais considerado como crime militar, assim, será julgado quem o comete, pela Justiça Comum (estadual ou federal). Tribunal Superior do Trabalho Existe regra própria definida pelo art.111, §1º, da CF para a composição do Tribunal Superior do Trabalho, sendo que à partir da EC nº24/99, não ha mais participação classista temporária nesse ramo de justiça especializada. O TST compoem-se de 17 Ministros togados e vitalícios, escolhidos dentre os brasileiros nato ou naturalizados com mais de 35 anos e menos de 65 anos, nomeados pelo Presidente da Republica após aprovação pelo Senado Federal, dos quais: • onze escolhidos dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, integrantes da carreira de magistratura trabalhista; • três dentre advogados; • três dentre membros do Ministério Publico. No caso dos Ministros escolhidos dentre os juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, o próprio TST elaborara lista tríplice e encaminhara ao Presidente da Republica para escolha. No caso dos advogados e membros do Ministério Publico, cada uma das carreiras encaminhara lista sêxtupla ao TST, observados os requisitos do art.94 da CF, que elaborara a lista tríplice, encaminhando-os ao Presidente da Republica, que procedera a escolha. Compete a Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregados, abrangidos os entes de direito publico externo e da administração publica direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União, e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham que origem no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas. A EC nº20/98 ampliou a competência da Justiça do Trabalho ao prever que devera executar, de oficio, as contribuições sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei. Garantias da magistratura e do Poder Judiciário As garantias inerentes ao Poder Judiciário referem-se à autonomia funcional, administrativa e financeira, pois os Tribunais tem autogoverno e devem elaborar suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes. É o próprio Poder Judiciário quem organiza suas secretarias e serviços auxiliares e os juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correcional respectiva; propõe a criação de novas varas judiciarias; dá provimento, por concurso publico de provas, ou provas de títulos, aos cargos necessários à administração da justiça, exceto os de confiança assim, definidos por lei; concede licença, ferias e afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados (art.96). A fim de assegurar que o magistrado tenha um desempenho imparcial, livre de pressões e eventuais interesses políticos, bem como medo de desagradar a eventuais autoridades, o texto constitucional assegurou-lhe garantias, as quais estão discriminadas no artigo 95 da CF/88, que são, vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio. Assim como os membros do MP, pois sua independência pressupõe um caráter externo, relativo aos órgãos ou entidades estranhas ao PJ, e um caráter interno, ou seja, independência dos membrosperante os órgãos ou em suas decisões, é acima de tudo, uma garantia concedida à toda coletividade. A vitaliciedade diz respeito à impossibilidade da perda do cargo por mero procedimento administrativo. Esta garantia é adquirida após dois anos de efetividade de magistrado, sendo considerado este período como estágio probatório, com a necessidade de envio de relatórios periódicos à Corregedoria-Geral de Justiça. Segundo o juiz vitaliciado, a perda do cargo se dará somente por meio de processo judicial específico, sendo-lhe assegurado o contraditório e a ampla defesa. Há a necessidade ainda, de que o magistrado participe de curso oficial ou reconhecido pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados. Os magistrados que ingressam na carreira pela regra do quinto constitucional são vitalizados no momento da nomeação, não passando pelo estagio probatório. A inamovibilidade é a garantia dada aos juízes titulares, que não poderão ser removidos de seus respectivos cargos, ou até mesmo providos para entrância superior, sem seu consentimento. Essa garantia não é absoluta tendo como exceção o interesse público. Por relevante interesse público poderá o juiz ser removido de sua comarca, cabendo esta decisão ao respectivo tribunal a que estiver vinculado ou ao Conselho Nacional de Justiça, por voto da maioria de seus membros, sempre assegurando o exercício da ampla defesa. Irredutibilidade de subsidio refere-se à proteção do valor nominal dos subsídios, não alcançando esta regra a reposição de eventuais perdas inflacionarias, bem como não impedindo descontos previdenciários e tributos incidentes. Vedações aos membros do Poder Judiciário Para assegurar essas garantias a CF estabelece algumas vedações. Art. 95, Parágrafo único. Aos juízes é vedado: I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; III - dedicar-se à atividade político-partidária; IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. BIBLIOGRAFIA h t t p s : / / w w w . g o o g l e . c o m . b r / u r l ? sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&uact=8&ved=0CCQQFj ABahUKEwjxqKyf397IAhXIjJAKHePSBto&url=http%3A%2F%2Fseer.ufrgs.br % 2 F i n d e x . p h p % 2 F p p g d i r % 2 F a r t i c l e % 2 F d o w n l o a d %2F50488%2F32715&usg=AFQjCNHHghq8mWDoMYE3lc9jVp25817bUw&s ig2=Ri573fwirXSDKCfuhCw7Cg&bvm=bv.105841590,d.Y2I http://www.juristas.com.br/informacao/artigos/sumulas-vinculantes-e-a- atividade-legislativa-do-poder-judiciario/1398/ http://aberto.univem.edu.br/bitstream/handle/11077/928/MARIA %20CRISTINA%20LIMA%20DE%20MORI.pdf?sequence=1 http://resumosdireito.blogspot.com.br/2014/03/garantias-e-vedacoes-do- poder-judiciario.html
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