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Dir Tributário 04

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CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – PROF. MARCELO ALEXANDRINO 
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AULA 4: IMUNIDADES 
 
2.2. IMUNIDADES. CONCEITO. PRINCIPAIS HIPÓTESES. 
CONCEITO E DIFERENÇAS ENTRE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA E ISENÇÃO 
As imunidades não são exatamente “princípios tributários”. São, mais 
corretamente, regras de limitação ao poder de tributar, podendo, também, ser 
chamadas de limitações à competência tributária. 
Como se trata de limitação ao poder de tributar ou à competência, as imunidades 
têm que estar, obrigatoriamente, previstas na Constituição Federal. 
Competência tributária significa, especificamente, poder atribuído pela 
Constituição Federal às pessoas políticas para a edição de leis que instituam e 
disciplinem tributos e outros elementos relacionados às obrigações tributárias, 
como as multas tributárias. 
Portanto, como as imunidades são limitações à competência tributária, posso 
afirmar, com segurança, o seguinte: 
1) Todas as regras de imunidades tributárias, sem exceção, têm que estar 
previstas na Constituição Federal (em qualquer parte do texto constitucional). 
2) As imunidades tributárias são vedações dirigidas ao legislador, que fica 
impedido de prever como hipótese de incidência determinada situação. 
3) Quando uma pessoa, um bem, um ato ou uma situação estão abrangidos por 
uma regra de imunidade tributária, não se há de cogitar de ocorrência de fato 
gerador, muito menos de surgimento de obrigação tributária, relativamente ao 
tributo a que se refira a imunidade. A pessoa não é contribuinte, o ato ou fato, em 
abstrato, não é hipótese de incidência, e, em concreto, a prática do ato ou a 
ocorrência da situação não é fato gerador do tributo a que se refira a imunidade. 
4) Nas hipóteses de imunidade tributária a Constituição, diretamente, exclui a 
pessoa ou a situação da possibilidade de tributação. Se não houver exclusão 
direta pelo texto constitucional, mas sim previsão de que uma lei exclua, não 
teremos imunidade. Por exemplo, o art. 156, § 3º, II, da Constituição diz que, em 
relação ao ISS, “cabe à lei complementar excluir da sua incidência exportações de 
serviços para o exterior”. Isso não é imunidade. Quando a lei cumpre o comando 
constitucional temos uma isenção, que terá sido concedida pela lei, não pela 
Constituição (a Constituição nunca concede uma isenção, ela pode, isso sim, 
determinar que o legislador isente, como ocorre no nosso exemplo). 
5) As imunidades previstas no art. 150, inciso VI, da Constituição, abrangem, 
exclusivamente, impostos. Mas nunca podemos marcar como correta uma 
questão que afirme que as imunidades tributárias aplicam-se somente a impostos. 
Isso porque a Constituição prevê, em diversos dispositivos, imunidades para 
outros tributos, como as contribuições de seguridade social (art. 195, § 7º), as 
contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico (art. 149, § 2º, I) e 
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até as taxas (art. 5º, XXXIV – “são a todos assegurados, independentemente do 
pagamento de taxas...”). 
Vejam estas duas questões de concurso: 
(CESPE/DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL DO DF/98) Sendo certo que ao direito 
de petição em defesa de direito corresponde um dever de resposta por parte do 
Estado, é legítimo que seja cobrada uma taxa para a prestação desse serviço. 
(ESAF/AFRF/2001) Segundo a Constituição, é a todos assegurada, desde que 
haja o prévio pagamento de taxas, a obtenção de certidões em repartições 
públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse 
pessoal. 
Em ambas, o gabarito é falso, e o fundamento é a regra de imunidade constante 
do art. 5º, inciso XXXIV, da Constituição. 
6) A Constituição não utiliza a expressão “imunidade tributária” em nenhum ponto 
de seu texto. O que nos permite saber se determinada regra é de imunidade 
tributária não é a palavra usada pelo constituinte. É necessário verificar se a regra 
constitucional, por si só, impede a tributação de determinado ato ou fato. No texto 
constitucional, encontramos regras de imunidade sob as mais diversas 
expressões, por exemplo: “são isentas” – art. 195, § 7º, e art. 184, § 5º; “não 
incidirá” – art. 153, § 3º, III; “é vedado instituir impostos sobre” – art. 150, VI; 
“sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto” – art. 153, § 5º. 
As isenções são definidas pelo CTN como hipótese de exclusão do crédito 
tributário, previstas em lei (como vimos acima, a lei que conceda uma isenção 
deve ser específica, por exigência do art. 150, § 6º, da Constituição). 
A principal diferença entre isenção e imunidade é exatamente esta: a imunidade é 
diretamente decorrente da Constituição e a isenção, ainda que esteja prevista na 
Constituição, é concedida por meio de lei. 
Quando tenho uma isenção, existe a competência para editar uma lei tributária 
que incida sobre o ato ou fato isento. Editada essa lei, o ato ou fato passa a ser 
hipótese de incidência de tributo. Ocorre que uma outra lei (ou a mesma) exclui a 
possibilidade de ser efetuado o lançamento tributário em relação àquele ato ou 
fato. Pela lógica do CTN, que é adotada também pelo STF, quando temos uma 
isenção, ocorre o fato gerador e surge a obrigação tributária mas a obrigação não 
se torna exigível, pois a fazenda é impedida de constituir o crédito tributário pelo 
lançamento, que fica, assim, excluído. 
Portanto, para o CTN, para o STF e, principalmente, para questões de concurso 
(sobretudo as da ESAF) isenção é tão-somente dispensa legal de tributo devido. 
Essa dispensa se dá porque, embora tenhamos o fato gerador e a obrigação 
tributária correspondente, ela não se tornará exigível, em razão de exclusão do 
crédito. A exclusão do crédito tributário significa vedação a que a fazenda 
constitua o crédito (ou seja, exclui-se, na verdade, a possibilidade de constituir-se 
o crédito). 
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Em resumo: na imunidade não há hipótese de incidência, nem fato gerador; na 
isenção há hipótese de incidência, o fato gerador ocorre, mas se impede a 
constituição do crédito tributário. 
 
HIPÓTESES DE IMUNIDADE 
Antes de iniciarmos o estudo de algumas das mais importantes hipóteses de 
imunidade tributária, é útil mencionarmos uma classificação doutrinária tradicional 
que divide as imunidades em subjetivas e objetivas. 
Imunidade subjetiva é qualquer uma que leve em conta a pessoa imune, e não 
determinado bem ou operação. Por exemplo, existe imunidade a impostos para 
qualquer bem integrante do patrimônio da União. Essa imunidade é subjetiva, 
porque não é um bem específico ou categoria de bens que a norma está 
imunizando; a regra diz respeito à União, tornando imunes a impostos todos os 
seus bens, não importa quais sejam no caso concreto. Diferentemente, os livros 
são imunes a impostos. Nesse caso, a imunidade é objetiva, porque não é 
concedida tendo em vista alguma pessoa, mas tão-somente a coisa. Da mesma 
forma, são imunes ao IPI as exportações de produtos industrializados. Trata-se de 
imunidade objetiva, porque diz respeito à operação de exportação, não a um 
exportador determinado ou a uma categoria de exportadores; não interessa quem 
exportou: havendo exportação de produto industrializado, há imunidade ao IPI. 
Vale observar que essa mesma classificação se aplica às isenções (isenções 
subjetivas e isenções objetivas), utilizando os mesmos critérios. 
Vamos às nossas hipóteses de imunidades, iniciando pelas do art. 150. 
 
2.2.1. IMUNIDADE RECÍPROCA 
A chamada “imunidade recíproca” (em todos os casos em que as imunidades 
recebem alguma denominação, esta é doutrinária) está prevista no art. 150, VI, 
“a”, da Constituição, nestes termos: 
“É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir 
impostos sobre patrimônio, rendaou serviços, uns dos outros.” 
O § 2º do art. 150 complementa essa regra, afirmando que a imunidade recíproca 
“é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder 
Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas 
finalidades essenciais ou às delas decorrentes.” 
Primeiro ponto: trata-se de imunidade subjetiva, pois é concedida às pessoas 
políticas e às pessoas administrativas autarquias e fundações públicas. 
Segundo, a imunidade recíproca tem como fundamento o princípio federativo. Por 
isso, ela é cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4º, inciso I). Entretanto, a imunidade 
recíproca, assim como todas as imunidades do art. 150, abrange somente 
impostos. Outros tributos, como as taxas e as contribuições, podem incidir sobre 
o patrimônio, renda ou serviços dessas pessoas. 
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É importante notar, também, que, no caso das pessoas políticas, não há 
exigência de que o patrimônio, a renda ou os serviços sejam destinados a 
eventuais “finalidades essenciais” da pessoa imune. Diferentemente, para as 
pessoas meramente administrativas – autarquias e fundações públicas –, a 
Constituição expressamente exige que eles sejam “vinculados a suas finalidades 
essenciais ou às delas decorrentes”. Entretanto, deve-se observar, em qualquer 
caso, que o art. 150, § 3º, determina que a imunidade recíproca – tanto a das 
pessoas políticas quanto a das autarquias e fundações públicas – não se aplica 
ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades 
econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em 
que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário. 
Como veremos adiante, o STF tem adotado um entendimento bastante favorável 
às entidades imunes quanto a essa exigência de vinculação a finalidades 
essenciais. No caso das imunidades dos partidos políticos, dos sindicatos dos 
trabalhadores e das instituições de educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos (prevista no art. 150, VI, “c”), o STF editou a Súmula 724, com a 
redação abaixo: 
“Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel 
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da 
Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades 
essenciais de tais entidades.” 
É verdade que não há súmula expressamente prevendo o mesmo para as 
autarquias e fundações públicas (e também não há para as entidades religiosas, 
cuja imunidade está no art. 150, VI, “b”). Entretanto, minha opinião é que essa 
interpretação favorável pode ser aplicada a elas. 
Assim, se uma questão de concurso menciona apenas o texto constitucional, não 
tenho dúvida: em qualquer caso de imunidade subjetiva do art. 150, exceto no das 
pessoas políticas, exige-se vinculação do patrimônio, das rendas e dos serviços 
às finalidades essenciais da pessoa imune. Diferentemente, se a questão falar em 
entendimento do STF, penso que podemos estender a regra da Súmula 724 às 
autarquias, fundações públicas e entidades religiosas. Mas não tomem isso como 
regra absoluta; a questão, se aparecer algo assim, tem que ser analisada no caso 
concreto. 
Para terminar este tópico, temos que conhecer um julgado recente e 
importantíssimo do STF para efeito de concurso. Por incrível que pareça, o STF 
firmou entendimento de que a imunidade recíproca se aplica à ECT (Empresa 
Brasileira de Correios e Telégrafos), que é uma empresa pública! 
O mais impressionante é que, se analisamos o voto do relator, percebemos que 
toda a fundamentação leva à possibilidade de afirmarmos que, para o STF, as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista prestadoras de 
serviços públicos essenciais e obrigatórios estão abrangidas pela imunidade 
recíproca. Esta só não seria aplicável às empresas públicas e sociedades de 
economia mista exploradoras de atividade econômica em sentido estrito. Em 
trecho do voto, o relator chega a fazer esta citação: “as empresas públicas e as 
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sociedades de economia mista, quando delegatárias de serviços públicos ou de 
atos de polícia, são tão imunes aos impostos quanto as próprias pessoas políticas, 
a elas se aplicando, destarte, o princípio da imunidade recíproca”. 
Minha opinião é que isso vai ser cobrado com freqüência nos próximos concursos. 
Acho mais provável que as bancas falem só em empresas públicas prestadoras de 
serviços públicos obrigatórios ou essenciais, e não nas sociedades de economia 
mista. Mas, em qualquer caso, mesmo que abranja as sociedades de economia 
mista prestadoras de serviços públicos, penso que devemos marcar como 
verdadeira a afirmativa. 
 
2.2.2. IMUNIDADE RELIGIOSA 
A chamada imunidade religiosa está assim disciplinada no art. 150, VI, “b”, da 
Constituição: 
“É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir 
impostos sobre templos de qualquer culto.” 
A regra é complementada pelo § 4º do art. 150, que diz que essa imunidade 
abrange “somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as 
finalidades essenciais das entidades” de que ela trata. 
Temos pouco para falar sobre esta imunidade. Friso estes pontos: 
1) É uma imunidade subjetiva. O STF interpretou que a expressão “templo” não 
deve ser tomada como apenas o prédio ou as instalações onde ocorre o culto, 
mas sim como “entidade religiosa”. A base para essa interpretação é o § 4º do art. 
150, que se refere a “entidades”. 
2) O fundamento dessa imunidade é a liberdade religiosa. Como o Estado 
brasileiro é laico (não tem religião oficial), toda e qualquer religião é abrangida 
pela imunidade, basta que seja uma religião. Alguns autores defendem que 
religião tem que ser culto a algum deus. Para eles, se se tratar de um culto a 
algum demônio não haveria essa imunidade. Além de eu achar uma besteira essa 
tentativa de distinção, acho quase impossível isso aparecer em algum concurso. 
3) Não tenho certeza de que possamos afirmar que se trata de uma cláusula 
pétrea. Em minha opinião é sim, com fundamento no art. 60, 4º, IV, da 
Constituição, porque a liberdade religiosa é direito individual fundamental. 
4) Como as demais imunidades do art. 150, esta refere-se exclusivamente a 
impostos. A Constituição prevê expressamente que são imunes apenas o 
patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais da 
entidade religiosa. Vale, entretanto, a observação que fiz ao tratar da imunidade 
das autarquias e fundações públicas: acho que se pode estender a regra da 
Súmula 724 do STF às entidades religiosas. O STF, aliás, já julgou um caso em 
que reconheceu a imunidade para lotes vagos e prédios comerciais de uma 
entidade religiosa (Informativo STF nº 295). 
Esta questão cuida da abrangência da imunidade: 
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(ESAF/AGU/98) É vedada a instituição de qualquer tributo sobre os templos de 
qualquer culto, bem como o patrimônio, a renda ou os serviços dos partidos 
políticos. 
Esta outra trata da jurisprudência que mencionei: 
(ESAF/Procurador DF/2004) É legítima a cobrança de IPTU de lotes vagos e 
prédios comerciais de entidade religiosa. 
A primeira é falsa porque as regras de imunidade que ela menciona referem-se só 
a impostos e, mesmo assim, exigem que o patrimônio, as rendas e os serviços 
sejam vinculados às finalidades essenciais da entidade imune. 
A segunda é falsa porque existe um julgado do STF afirmando exatamente o 
contrário (Informativo STF nº 295). 
 
2.2.3. IMUNIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS E SINDICATOS DOS 
TRABALHADORES 
Essa imunidade está prevista na parte inicial da alínea “c” do inciso VI do art. 150 
daConstituição, complementada pelo § 4º do mesmo artigo. 
Conjugando esses dispositivos temos que “é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre o patrimônio, a renda e 
os serviços, relacionados com as finalidades essenciais, dos partidos políticos, 
inclusive suas fundações, e das entidades sindicais dos trabalhadores”. 
Há muito pouco a falar sobre essa imunidade. Enumero estes itens: 
a) É imunidade subjetiva. 
b) Não abrange sindicatos patronais, mas só de empregados. 
c) Não há que se cogitar, aqui, da exigência “sem fins lucrativos”, porque não pode 
existir partido político ou sindicato com fim de lucro. Basta que sindicato dos 
trabalhadores ou o partido político tenha sido constituído conforme as exigências 
legais para que faça jus à imunidade. 
c) Segundo o texto expresso da Constituição, a imunidade só abrange o 
patrimônio, a renda e os serviços vinculados às finalidades essenciais do partido e 
do sindicato. Entretanto, a Súmula 724 do STF expressamente se refere a esta 
alínea “c” do inciso VI do art. 150, literalmente afirmando: 
“Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel 
pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da 
Constituição, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades 
essenciais de tais entidades”. 
d) Podemos concluir, estendendo o raciocínio, que, no caso da imunidade do art. 
150, VI, “c”, mesmo que o bem, ou o serviço, não esteja relacionado a uma 
finalidade essencial da entidade, mas a renda decorrente de sua exploração seja 
destinada a uma finalidade essencial, o bem, o serviço e a renda serão imunes. 
Vejam esta questão, sobre essa imunidade: 
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(CESPE/TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO DO 
TJDFT/2000 – REMOÇÃO DA TITULARIDADE) Seria indevida a incidência de 
imposto de renda sobre a receita advinda das contribuições pagas pelos 
associados ao Sindicato dos Produtores de Autopeças de Diadema, haja vista a 
vedação constitucional de cobrança de imposto que incida sobre fato gerador 
relacionado às finalidades essenciais de entidades sindicais. 
O gabarito é falso. Por quê? Pelo singelo motivo de que sindicato dos produtores 
de seja lá o que for é sindicato patronal, e a regra de imunidade só diz respeito a 
sindicatos de trabalhadores! 
 
2.2.4. IMUNIDADE DAS INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA 
SOCIAL, SEM FINS LUCRATIVOS 
Embora a hipótese de imunidade do tópico anterior e esta estejam na mesma 
alínea “c” do inciso VI do art. 150, acho mais didático tratar delas separadamente, 
porque as deste tópico têm a exigência de que sejam “sem fins lucrativos”. 
A regra, combinando a parte final do art. 150, VI, “c”, com o § 4º do mesmo art. 
150, é: 
“É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir 
impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as 
finalidades essenciais, das instituições de educação e de assistência social, sem 
fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei.” 
As seguintes observações são importantes: 
1) É imunidade subjetiva e abrange só impostos. 
2) Como se trata de limitação ao poder de tributar, a doutrina em peso e também a 
jurisprudência entendem que os requisitos legais para que a entidade seja 
considerada “sem fins lucrativos” devem estar previstos em lei complementar. Isso 
porque o art. 146, inciso II, da Constituição determina (grifei): 
“Cabe à lei complementar regular as limitações constitucionais ao poder de 
tributar.” 
3) Hoje em dia, regulando essa matéria, com força de lei complementar, temos 
somente o art. 14 do CTN. É importante transcrevê-lo, pois é ele que, para 
concursos, define “sem fins lucrativos” para efeito de gozo da imunidade. São os 
seguintes os requisitos dele constantes: 
“I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a 
qualquer título; 
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus 
objetivos institucionais; 
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de 
formalidades capazes de assegurar sua exatidão.” 
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4) A já citada Súmula 724 do STF expressamente se refere a esta alínea “c” do 
inciso VI do art. 150. Como visto no tópico anterior, entendo que podemos afirmar 
que é também imune a impostos o bem ou o serviço não vinculado a uma 
finalidade essencial da entidade, desde que a renda decorrente da exploração 
desse bem ou serviço seja destinada a uma finalidade essencial. 
5) Especificamente no caso das entidades de assistência social, existe uma outra 
regra de imunidade, esta aplicável a todas as contribuições para a seguridade 
social. Com efeito, diz o art. 195, § 7º, da Constituição, literalmente: 
“São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes 
de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.” 
O uso da palavra “isentas” é irrelevante; a regra, sem que exista nenhuma 
discussão sobre isso, é de imunidade. A lei a que se refere o art. 195, § 7º, no 
entendimento da maioria da doutrina e da jurisprudência, deve ser lei 
complementar, porque se trata de limitação ao poder de tributar, devendo ser 
observado o art. 146, inciso II, da Constituição. 
6) A imunidade prevista no art. 150, VI, “c”, para as entidades de assistência social 
sem fins lucrativos não se aplica às entidades de previdência social privada, 
quando exista contribuição por parte do futuro beneficiário. 
7) É interessante que o STF admite a existência de imunidade, no caso das 
entidades fechadas de previdência social privada, quando o destinatário do 
benefício previdenciário não contribui, ou seja, quando todos os aportes de 
recursos são feitos pela denominada entidade patrocinadora. Essa matéria, hoje, é 
objeto da importantíssima Súmula 730 do STF, cujo teor é o seguinte: 
“A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins 
lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades 
fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos 
beneficiários.” 
 
2.2.5. IMUNIDADE CULTURAL 
A imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, da Constituição é a única imunidade 
objetiva do art. 150. Ela veda a incidência de impostos sobre “livros, jornais, 
periódicos e o papel destinado a sua impressão”. 
São relevantes os seguintes comentários sobre ela: 
1) É imunidade objetiva e se refere exclusivamente a impostos. 
2) A imunidade afasta os impostos incidentes sobre os bens e sobre as operações 
com esses bens, não os tributos relativos à pessoa que realiza operação com os 
livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Ficam afastados, 
portanto, o II, o IE, o IPI, o ICMS. Não fica afastado o imposto de renda, nem o 
IOF, muito menos IPTU devidos pela editora, pela livraria, pela gráfica, pela banca 
de jornais etc. O ISS é mais polêmico. Parte da doutrina e os fiscos municipais em 
geral entendem que não está abrangido pela imunidade. Minha opinião é que, 
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para concursos, devemos afirmar que o ISS incide sobre os serviços prestados 
para a confecção dos livros, jornais ou periódicos, bem como sobre os serviços 
prestados pela editora, gráfica ou empresa jornalística. Ressalvo, somente, que o 
STF reconheceu imunidade aos serviços prestados pela empresa jornalística na 
veiculação, em jornais, de anúncios e de propaganda, desde que estes estejam 
impressos no corpo do jornal ou do periódico (RE 87.049). 
3) A imunidade somente alcança livros, jornais e periódicos de papel. Não alcança 
qualquer obra em CD-Rom,fita de vídeo, DVD etc. Vale anotar que o STF, a esse 
respeito, editou a Súmula 657, nestes termos: 
“A imunidade prevista no art. 150, VI, d, da CF abrange os filmes e papéis 
fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos”. 
Observem que o filme fotográfico mencionado na Súmula 657 constitui uma 
espécie de exceção à regra. Com efeito, é o único caso que eu conheço em que o 
STF reconheceu imunidade a algum insumo que não fosse papel ou materiais 
derivados de papel. O próprio STF, em diversos julgados, já deixou claro que 
outros insumos, como a tinta, as máquinas etc. não estão abrangidos pela 
imunidade. 
4) A imunidade alcança qualquer livro, jornal ou periódico, não importa o conteúdo. 
Entretanto, tem que ser algo que possa ser considerado livro, jornal ou periódico. 
Assim, o STF já decidiu que não são imunes: agenda, caderno, calendário, 
manual de instruções, encarte publicitário destacado do corpo do livro, do jornal ou 
do periódico. Por outro lado, reconheceu imunidade a apostilas (dessas que são 
usadas para preparação para concursos e que, quase sempre, mais despreparam 
do que ajudam), a catálogos telefônicos e, como dito acima, ao serviço de 
veiculação de publicidade prestado pela empresa jornalística, desde que a 
propaganda esteja impressa no corpo do jornal ou do periódico. 
Vejam esta questão, inteiramente baseada no STF: 
(ESAF/AUDITOR/FORTALEZA/98) De acordo com a jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal, a imunidade de impostos dos livros, jornais e periódicos e do 
papel destinado a sua impressão abrange inclusive as máquinas e equipamentos 
utilizados. 
O gabarito é falso, conforme explicado no item 3, acima. 
 
2.2.6. OUTRAS IMUNIDADES 
Além das imunidades do art. 150 da Constituição, até aqui estudadas, merecem 
uma simples referência, em minha opinião: 
1) Imunidade das receitas decorrentes de exportação a contribuições sociais e de 
intervenção no domínio econômico (art. 149, § 2º, inciso I). É imunidade objetiva. 
A Receita Federal entende que só afasta as contribuições cujo fato gerador seja 
obtenção de receita, como a COFINS e o PIS/PASEP, mas não outras como a 
CSLL e a CPMF. 
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2) Imunidade ao IPI dos produtos industrializados exportados (art. 153, § 3º, III). É 
objetiva. 
3) Imunidade ao ITR das pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as 
explore o proprietário que não possua outro imóvel (art. 153, § 4º, II). Em minha 
opinião, o mais importante aqui é atentar que a EC 42/2003 mudou o texto 
constitucional. Antes, só havia imunidade quando o proprietário explorava a 
pequena gleba “só ou com sua família”. Essa expressão foi suprimida, podendo, 
por exemplo, a propriedade ser explorada pelo proprietário por meio de 
empregados. Não acho que essa imunidade possa ser classificada com segurança 
como objetiva ou subjetiva. Ela leva em conta tanto a pessoa do proprietário 
quanto a pequena gleba. Como o texto constitucional não mais fala em explorar 
“só ou com sua família”, penso que podemos dizer que ela é predominantemente 
objetiva. 
4) A imunidade do ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial, que se sujeita exclusivamente à incidência do IOF e da 
CPMF (art. 153, § 5º, e ADCT, art. 74, § 2º). É imunidade objetiva e não abrange o 
ouro mercadoria, que está sujeito normalmente à incidência de qualquer tributo, 
como, por exemplo, o IPI e o ICMS. 
5) Imunidade ao ICMS de “operações que destinem mercadorias para o exterior”, 
e “sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção 
e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações 
anteriores” (CF, art. 155, § 2º, X, “a”). Essa imunidade, que é objetiva, foi muito 
ampliada pela EC 42/2003. Antes, só era imune ao ICMS a exportação de 
produtos industrializados. As demais exportações eram objeto de isenção (LC 
87/1996), aliás, isenção heterônoma. 
6) Imunidade ao ICMS nas “prestações de serviço de comunicação nas 
modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e 
gratuita” (CF, art. 155, § 2º, X, “d”). Essa imunidade também passou a ser prevista 
com a EC 42/2003. Entretanto, mesmo antes dessa emenda o ICMS não incidia, 
porque a LC 87/1996 determina que a incidência do ICMS só se dá sobre serviço 
oneroso de comunicação. 
7) Imunidade a todos os impostos federais, estaduais e municipais nas operações 
de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária (CF, art. 
184, § 5º). É uma imunidade objetiva. É interessante que, aqui, como também 
acontece no art. 195, § 7º, a Constituição usa a palavra “isentas”, mas não existe 
polêmica quanto a ser hipótese de imunidade. 
8) Imunidade a contribuições para a seguridade social das entidades beneficentes 
de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei (CF, art. 
195, § 7º). Já falamos nela. É imunidade subjetiva e a lei que estabeleça os 
requisitos é lei complementar (hoje, é o art. 14 do CTN). 
9) Imunidades à CPMF: há uma série de imunidades à CPMF previstas, todas, no 
art. 85 do ADCT. Em minha opinião, a mais importante é a que alcança os 
lançamentos, em contas correntes de depósito, relativos a operações de compra e 
venda de ações, realizadas em recintos ou sistemas de negociação de bolsas de 
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valores e no mercado de balcão organizado, abrangendo inclusive as contas de 
investidores estrangeiros, quanto aos lançamentos relativos a entradas no País, e 
a remessas para o exterior, de recursos financeiros empregados nessas 
operações. 
Segue, abaixo, uma lista de exercícios sobre imunidade tributária, todas questões 
de concursos: 
1 - (ESAF/AFTN/1996) Quanto às imunidades tributárias, é procedente afirmar 
que: 
a) são reguladas exclusivamente mediante lei ordinária federal; 
b) não se aplicam às taxas e às contribuições sociais; 
c) podem ser instituídas por intermédio de lei complementar; 
d) são extensivas aos partidos políticos, no que se refere ao patrimônio, à renda e 
aos serviços vinculados ou não a suas finalidades essenciais; 
e) são normas constitucionais que colaboram no desenho das competências 
impositivas 
 
2 - (ESAF/Analista Comércio Exterior/2002) À luz da Constituição Federal não é 
correto afirmar que: 
a) o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza deve ser informado 
pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma 
da lei. 
b) o imposto sobre produtos industrializados deve ser não-cumulativo, além de 
seletivo em função da essencialidade do produto. 
c) as alíquotas do imposto sobre propriedade territorial rural, de competência da 
União, serão fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades 
improdutivas. 
d) as taxas pela utilização potencial ou efetiva de serviços públicos específicos e 
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição, podem ser 
instituídas tanto pela União quanto pelos Estados-membros, pelo Distrito Federal e 
pelos Municípios. 
e) é vedada a instituição de taxa pela União, exigível dos Estados-membros, do 
Distrito Federal ou dos Municípios, pois não encontra amparo na disposição 
constitucional reguladora da imunidade tributária recíproca dos entes públicos. 
 
3 - (ESAF/AFTN/Mar. 1994) Quando atendam os requisitos estabelecidos na lei, 
não podem ser cobrados impostos que incidam sobre a renda, serviços e 
patrimônio, bem como a contribuição para a seguridade social, das seguintes 
espécies de entidades: 
a) partidos políticos 
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b) instituições beneficentes de educação 
c) fundações dos partidos políticos 
d) instituiçõesbeneficentes de assistência social 
e) entidades sindicais dos trabalhadores 
 
4 - (ESAF/AFRF/2003) 
– Entidade fechada de previdência privada, que só confere benefícios aos seus 
filiados desde que eles recolham as contribuições pactuadas, goza de imunidade 
tributária? 
– Segundo entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, filmes 
fotográficos destinados à composição de livros, jornais e periódicos estão 
abrangidos por imunidade tributária? 
– A Constituição Federal veda a instituição de contribuição social para a 
seguridade social sobre o lucro auferido por pessoas jurídicas, que decorra de 
comercialização de livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua impressão? 
a) Não, sim, não 
b) Não, não, sim 
c) Não, não, não 
d) Sim, sim, não 
e) Sim, não, sim 
 
5 - (CESPE/Auditor INSS/2003) Instituição fechada de previdência privada 
requereu reconhecimento de imunidade tributária e devolução de IPTU pago em 
dois anos anteriores. 
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens que se seguem. 
1. Estão abrangidas por imunidade tributária as entidades de assistência social 
privada, de gênese eminentemente contratual, que conferem benefícios aos 
associados. 
2. A imunidade concedida a instituição de assistência social aplica-se ao IPTU 
incidente sobre imóvel locado a terceiros. 
 
6 - (ESAF/AGU/98) - Assinale a opção correta: 
a) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a imunidade do papel 
destinado à impressão de livros, jornais e periódicos é restrita ao papel ou ao 
material a ele assimilável, não sendo por isso extensiva aos equipamentos ou a 
outros insumos utilizados na impressão. 
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b) É lícito que a União tribute as rendas das obrigações da dívida pública dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os 
proventos dos respectivos agentes públicos em níveis superiores aos que fixar 
para suas obrigações e para seus agentes. 
c) A União pode instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do 
Distrito Federal ou dos Municípios, desde que com a finalidade de estimular o 
comércio internacional e a integração entre os países. 
d) É vedada a instituição de qualquer tributo sobre os templos de qualquer culto, 
bem como o patrimônio, a renda ou os serviços dos partidos políticos. 
e) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem instituir impostos 
sobre o patrimônio, renda ou serviços das instituições de educação e de 
assistência social, sem fins lucrativos, desde que atendidos os requisitos fixados 
em lei complementar. 
 
7 – (ESAF/AFTE-RN/2005) Em relação ao imposto sobre operações relativas à 
circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) e sua disciplina na 
Constituição Federal, é correto afirmar que 
a) o ICMS incidirá sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem 
fornecidas com serviços compreendidos na competência tributária dos Municípios. 
b) o ICMS incidirá nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de 
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita. 
c) a definição dos contribuintes do ICMS é matéria reservada à lei complementar 
estadual. 
d) o ICMS não incidirá sobre operações que destinem mercadorias para o exterior. 
e) incidirá o ICMS sobre as operações com ouro, quando este é definido em lei 
como ativo financeiro. 
 
8 – (ESAF/AFTE-RN/2005) Avalie as indagações abaixo e em seguida assinale a 
resposta correta. 
• Cabe à União exigir o imposto sobre produtos industrializados antes de 
decorridos noventa dias da data de publicação da lei que o majorar? 
• Empresa pública federal goza de imunidade tributária no que se refere ao 
patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas atividades que não tenham 
fins lucrativos? 
• Cabe aos Estados e ao Distrito Federal estabelecer hipótese de imunidade 
tributária em relação a fato que esteja sujeito à incidência do imposto sobre 
propriedade de veículos automotores? 
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• As contribuições sociais para a seguridade social só poderão ser exigidas após 
decorridos noventa dias da data de publicação da lei que as houver instituído ou 
aumentado? 
a) Não, sim, não, não 
b) Não, não, não, sim 
c) Sim, sim, sim, não 
d) Sim, não, sim, sim 
e) Sim, sim, não, não 
 
9 – (ESAF/AFTE-RN/2005) Avalie o acerto das afirmações adiante e marque 
com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a resposta correta. 
( ) A imunidade tributária conferida pela Constituição Federal a instituições de 
assistência social sem fins lucrativos somente alcança as entidades fechadas de 
previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários. 
( ) É permitido à União exigir imposto sobre a renda auferida por Municípios que 
provenha de aluguel de imóveis a eles pertencentes. 
( ) O imóvel pertencente a entidade sindical de trabalhadores, ainda quando 
alugado a terceiros, permanece imune ao imposto sobre propriedade predial e 
territorial urbana (IPTU), desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas 
atividades essenciais de tal entidade. 
a) V, V, V 
b) V, V, F 
c) V, F, V 
d) F, F, V 
e) F, V, F 
 
GABARITO 
1 – e; 2 – e; 3 – d; 4 – a; 5 – 1. F, 2. V; 6 – a; 7 – d; 8 – b; 9 – c. 
 
PONTOS RELEVANTES DESTA AULA 
1) As imunidades são limitações à competência tributária. Devem estar, por esse 
motivo, previstas no texto da Constituição Federal (em qualquer parte do texto 
constitucional). 
2) As imunidades são comandos negativos dirigidos ao legislador. Este fica 
impedido de prever determinada situação como hipótese de incidência do tributo a 
que se refira a regra imunizante (as imunidades não se referem somente a 
impostos). 
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3) As isenções são hipóteses de exclusão do crédito tributário, previstas em lei. 
Na isenção há hipótese de incidência, o fato gerador ocorre, mas se impede a 
constituição do crédito tributário. 
4) A denominada imunidade recíproca (art. 150, VI, “a”) veda à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, 
renda ou serviços, uns dos outros. Ela se estende às autarquias e às fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda 
e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes 
(art. 150, § 2º). 
5) O STF tem adotado uma interpretação muito favorável da exigência de 
vinculação a finalidades essenciais. Embora não haja jurisprudência expressa, 
podemos adotar como regra geral o previsto na Súmula 724 do STF, que diz, em 
resumo, que, mesmo que determinado patrimônio não esteja aplicado em 
atividade essencial da entidade, esse patrimônio e a renda decorrente de sua 
exploração serão imunes, caso essa renda seja integralmente aplicada nas 
finalidades essenciais da mesma entidade. 
6) O STF, em recente e importante julgado, estendeu à empresa pública ECT a 
imunidade recíproca, equiparando, como regra, às autarquias, para efeitos 
tributários, as empresas públicas e as sociedades de economia mista prestadoras 
de serviços públicos obrigatórios ou essenciais. 
7) A imunidade religiosa, como a imunidade recíproca, é uma imunidade subjetiva 
relativa a impostos. Segundo o texto constitucional (art. 150, VI, “b”) “é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre 
templos de qualquer culto”. As regras relativas à imunidade religiosa são 
essencialmente as mesmas aplicáveis à imunidade recíproca das autarquias e 
fundações públicas, inclusive quanto à exigência, expressa no textoconstitucional 
(art. 150, § 4º), de vinculação do patrimônio, da renda e dos serviços às 
finalidades essenciais das entidades religiosas. 
8) A parte inicial do art. 150, VI, “c”, da Constituição estabelece imunidade 
subjetiva a impostos para os partidos políticos e sindicatos dos trabalhadores, 
exigindo, no § 4º do art. 150, vinculação do patrimônio, da renda e dos serviços às 
finalidades essenciais dessas pessoas jurídicas. 
9) A Súmula 724 do STF expressamente se refere às entidades mencionadas no 
art. 150, VI, “c”. Estendendo o raciocínio decorrente dessa súmula, podemos 
concluir que mesmo que o patrimônio, ou o serviço, não esteja relacionado a uma 
finalidade essencial da entidade, mas a renda decorrente de sua exploração seja 
destinada a uma finalidade essencial, o bem, o serviço e a renda serão imunes a 
impostos. 
10) A parte final do art. 150, VI, “c”, da Constituição, combinada com o § 4º do 
mesmo art. 150, estabelece que “é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios instituir impostos sobre o patrimônio, a renda e os 
serviços, relacionados com as finalidades essenciais, das instituições de educação 
e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei”. 
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11) Como dito no item 9, a Súmula 724 do STF expressamente se refere às 
entidades mencionadas art. 150, VI, “c”, da Constituição. 
12) A lei que deve estabelecer os requisitos para que a entidade seja considerada 
sem fins lucrativos deve ser lei complementar, porque se trata de regular uma 
limitação de competência, incidindo, assim, o art. 146, inciso II, da Constituição. 
Atualmente, regulando essa matéria, com força de lei complementar, temos 
somente o art. 14 do CTN. 
13) No caso das entidades beneficentes de assistência social, que atendam aos 
requisitos da lei (majoritariamente entende-se que é exigida lei complementar), 
existe uma outra regra de imunidade, aplicável a todas as contribuições para a 
seguridade social, prevista no art. 195, § 7º, da Constituição. 
14) A imunidade tributária das instituições de assistência social sem fins lucrativos, 
prevista no art. 150, VI, “c”, não alcança as entidades fechadas de previdência 
social privada, exceto no caso de não haver contribuição dos beneficiários 
(Súmula 730 do STF). 
15) A imunidade a impostos dos “livros, jornais, periódicos e o papel destinado a 
sua impressão” é objetiva. Ela afasta os impostos incidentes sobre os bens e 
sobre as operações com esses bens, não os tributos relativos à pessoa que 
realiza operação com os livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão. 
16) Nos termos da Súmula 657 do STF, “a imunidade prevista no art. 150, VI, d, 
da CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais 
e periódicos”. Entretanto, o próprio STF, em diversos julgados, já deixou claro que 
outros insumos, como a tinta, as máquinas etc. não estão abrangidos pela 
imunidade. 
17) Para incidir essa imunidade, não importa o conteúdo do livro, do jornal ou do 
periódico. Basta que a publicação possa ser enquadrada como tal, ficando 
afastados, portanto, agenda, caderno, calendário, manual de instruções etc. As 
listas telefônicas, contudo, são consideradas imunes pelo STF. 
Até a próxima.

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