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Dir Tributário 08

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CURSOS ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – PROF. MARCELO ALEXANDRINO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 8: REPARTIÇÃO CONSTITUCIONAL DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS 
 
5. REPARTIÇÃO CONSTITUCIONAL DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS 
O estudo da repartição das receitas tributárias resume-se, essencialmente, à 
leitura dos artigos 157 a 160 da Constituição. É verdade que os arts. 161 e 162 
estão também na seção que trata da repartição de receitas, mas as questões 
sobre eles são muito raras. 
Não existe questão jurisprudencial sobre repartição de receitas tributárias; eu, pelo 
menos, nunca vi. Não são comuns, tampouco, questões doutrinárias. A verdade é 
uma só: não existe outra alternativa a não ser decorar, decorar mesmo, todas as 
hipóteses e regras de repartição previstas na Constituição. E, para completar, 
preciso reconhecer que não há nada muito útil que um professor possa fazer para 
facilitar esse estudo. 
A dica mais útil, embora meio óbvia, é que vocês prestem especial atenção nas 
modificações das regras de repartição que foram introduzidas pela EC 42/2003 e 
pela EC 44/2004. Quando enumerarmos as regras, enfatizarei as que são 
“novidade”. 
Comecemos, então, pelas regras gerais, que são muito poucas. São elas: 
1) A repartição sempre ocorre do ente federado maior para o menor. Da União 
para os estados e o DF, da União para os municípios, dos estados para os 
municípios. 
2) Até antes da EC 42/2003, a única espécie tributária que sofria repartição de 
receita eram os impostos, sem nenhuma exceção. Agora, apenas podemos dizer 
que isso é uma regra geral: como regra, somente os impostos são repartidos. 
Deixou de ser regra absoluta porque a EC 42/2003 passou a prever repartição da 
CIDE-combustíveis, como veremos. 
3) A repartição de receitas tributárias relaciona-se ao princípio federativo. É uma 
das formas de se assegurar a autonomia financeira dos entes federados menores 
(a outra forma é a atribuição constitucional de competências tributárias às diversas 
pessoas políticas). Por isso, a regra é a proibição de retenção dos valores a serem 
repartidos (CF, art. 160). As únicas exceções são a possibilidade de a União e os 
estados condicionarem a entrega de recursos ao pagamento de seus créditos, 
inclusive de suas autarquias (art. 160, parágrafo único inciso I) e a possibilidade 
de a União e os estados condicionarem a entrega à aplicação de recursos 
mínimos no financiamento da saúde pública. 
Não há mais regras gerais. Vejamos, agora, as regras de repartição. Antes, cabe 
uma pequena observação relacionada à terminologia. Tanto podemos falar em 
repartição das receitas tributárias, quando nos referimos à entrega dos recursos, 
como em participação no produto da arrecadação, quando nos referimos ao direito 
dos entes menores de receberem os recursos. Assim, os estados repartem os 
recursos do IPVA com os municípios. É o mesmo que dizer que os municípios 
participam na arrecadação do IPVA. 
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Vejamos as regras de repartição previstas na Constituição. 
1) Aos estados e ao DF pertencem: 
1.1) Todo o IR incidente na fonte (IRRF) sobre os rendimentos pagos, a qualquer 
título, por eles, suas fundações públicas e autarquias (art. 157, I); 
1.2) 20% dos impostos residuais (art. 157, II); 
1.3) 30% do IOF sobre o ouro, definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial (art. 153, § 5º, I); 
1.4.) 29% da arrecadação da CIDE-combustíveis, distribuídos entre os estados e o 
DF “na forma da lei” (atenção: regra introduzida pela EC 42/2003, com a 
redação dada pela EC 44/2004). 
Esses recursos da CIDE-combustíveis devem ser destinados pelos estados e DF 
ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. 
2) Aos municípios pertencem: 
2.1) Todo o IR incidente na fonte (IRRF) sobre os rendimentos pagos, a qualquer 
título, por eles, suas fundações públicas e autarquias (art. 158, I); 
2.2) Quanto ao ITR (atenção: modificação introduzida pela EC 42/2003): 
2.2.1) 50%, no caso dos municípios que não optarem por fiscalizar e cobrar esse 
imposto (art. 158, II); 
2.2.2) 100%, no caso dos municípios que optarem, na forma da lei, por fiscalizar e 
cobrar o imposto, conforme previsto no art. 153, § 4º, inciso III, da Constituição 
(art. 158, II). 
A participação dos municípios na arrecadação do ITR refere-se aos imóveis rurais 
situados em seus territórios. 
2.3) 70% do IOF sobre o ouro, definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial (art. 153, § 5º, II); 
2.4) 50 % do IPVA (art. 158, III); 
A participação dos municípios na arrecadação do IPVA refere-se aos veículos 
automóveis licenciados em seus territórios. 
2.5) 25% do ICMS (art. 158, IV); 
A participação dos municípios na arrecadação do ICMS é assim dividida: 
a) três quartos, no mínimo, proporcionalmente ao valor agregado no território do 
município; 
b) o restante, conforme o que dispuser lei do estado-membro. 
2.6) 25% do que os estados receberem da União a título de participação na CIDE-
combustíveis, segundo critérios estabelecidos em lei (atenção: regra introduzida 
pela EC 42/2003). 
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Além de todas as participações vistas acima, existem participações efetuadas por 
meio de fundos (alguns autores falam em participação indireta para se referirem a 
essa espécie de participação). São quatro fundos os previstos na Constituição. Os 
três primeiros são integrados por 47% da arrecadação do IPI e do IR, excluída da 
arrecadação do IR a parcela do IRRF já pertencente aos estados, DF e municípios 
(conforme previsto no art. 157, I, e no art. 158, I). São eles: 
1) Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (21,5% do IR e do IPI); 
2) Fundo de Participação dos Municípios (22,5% do IR e do IPI); 
3) Fundo para os programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões 
Norte, Nordeste e Centro-Oeste (3% do IR e do IPI). 
Dos recursos desse último fundo, que forem destinados à Região Nordeste, 50% 
devem ser assegurados ao seu semi-árido. 
O quarto fundo visa a compensar as perdas tributárias dos estados e do DF, 
decorrentes das imunidades nas exportações: 
4) Fundo de Compensação às Exportações: composto de 10% da arrecadação do 
IPI, destinando-se aos estados e ao DF; cada Estado deve repassar 25% do 
recebido aos seus municípios. 
A participação dos estados e do DF no Fundo de Compensação às Exportações 
será proporcional ao valor das exportações de produtos industrializados 
realizadas por cada um. Entretanto, nenhum poderá receber mais de 20% do valor 
total do fundo. Assim, se o valor das exportações de um estado (ou do DF) for 
maior do que 20% do valor total das exportações feitas pelo Brasil, esse estado 
(ou o DF) somente receberá 20% do valor do fundo. O excedente será 
redistribuído aos demais na proporção do valor das exportações por eles (os 
demais) realizadas. 
O critério para entrega dos 25% do valor que o estado recebeu aos seus 
municípios é igual ao critério de repartição do ICMS com os municípios. 
Para tentar auxiliar na fixação dessas regras, reproduzo abaixo uma lista de 
exercícios, que constava do livro de Direito Tributário meu e do professor Vicente 
Paulo até 6ª edição (estão todos plenamente atualizados): 
1 - (CESPE/AFCE/TCU/96) Se a União instituir taxa não prevista na Constituição − 
não-cumulativa e com base de cálculo e fato gerador diversos dos tributos ali 
disciplinados −, vinte por cento do produto da arrecadação pertencerão aos 
Estados e ao Distrito Federal. 
2 - (CESPE/AFCE/TCU/96) A União deverá entregar aos fundos de participação 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios quarenta e sete por cento do 
total nacional da arrecadação do imposto sobre a renda e os proventos de 
qualquer natureza. 
3 - (CESPE/AFCE/TCU/96) A Constituição,fundamentada no princípio do 
federalismo, não admite que a União imponha, como condição à entrega de 
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recursos do fundo de participação a um Estado, que este efetue o pagamento de 
créditos de uma autarquia federal. 
4 - (CESPE/AFCE/TCU/95 - adaptada) A Constituição disciplina a repartição da 
receita de forma que pertencem aos municípios cinqüenta por cento do produto do 
imposto sobre a propriedade de veículos automotores, relativamente aos veículos 
licenciados em seus territórios. 
5 - (CESPE/AFCE/TCU/95) Vinte e um inteiros e cinco décimos por cento (21,5%) 
do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados são 
entregues ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal. 
6 - (CESPE/AFCE/TCU/95) Pertencem aos distritos vinte e cinco por cento do 
produto da arrecadação dos impostos municipais. 
7 - (CESPE/PROCURADOR/INSS/98) O modelo constitucional de repartição das 
receitas tributárias é aspecto essencial na determinação do equilíbrio da 
Federação. 
8 - (CESPE/PROCURADOR/INSS/98) O modelo constitucional de repartição das 
receitas tributárias estabelece que pertence aos estados o produto da arrecadação 
do imposto de renda incidente na fonte sobre rendimentos pagos por eles. 
9 - (CESPE/PROCURADOR/INSS/98) O modelo constitucional de repartição das 
receitas tributárias determina que pertence à União o produto da arrecadação do 
imposto de renda incidente na fonte sobre rendimentos pagos pelos municípios. 
10 - (CESPE/PROCURADOR/INSS/98) O modelo constitucional de repartição das 
receitas tributárias preconiza que parte da arrecadação do imposto sobre produtos 
industrializados é destinada aos estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente 
ao montante das respectivas exportações de produtos industrializados. 
11 - (CESPE/PROCURADOR/INSS/98 - adaptada) O modelo constitucional de 
repartição das receitas tributárias, como regra, proíbe que haja retenção ou 
restrições à entrega e ao emprego dos recursos devidos aos estados, ao Distrito 
Federal e aos municípios. 
12 - (CESPE/PROCURADOR/INSS/98) A Constituição adota sistema misto de 
repartição rígida das competências tributárias entre os entes políticos e a 
participação de todos eles no produto de arrecadação alheia. 
13 - (CESPE/PROCURADOR/INSS/97) A União deve entregar 22,5% do produto 
da arrecadação do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza ao 
Fundo de Participação dos Municípios. Todavia, a entrega a um município da 
parcela a que faz jus, oriunda desse Fundo, pode ser condicionada ao pagamento 
dos seus débitos para com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. 
14 - (CESPE/PROCURADOR/INSS/96) Se a União instituir nova fonte de custeio 
para a Seguridade Social, o produto da arrecadação dessa contribuição social 
integrará o montante a ser repartido, proporcionalmente, entre os entes 
federativos. 
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15 - (ESAF/AUDITOR/FORTALEZA/98) Com relação ao Fundo de Participação 
dos Municípios é correto afirmar que: é constituído por vinte e um inteiros e cinco 
décimos do produto da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre 
Produtos Industrializados (IPI). 
16 - (ESAF/AUDITOR/FORTALEZA/98) Com relação ao Fundo de Participação 
dos Municípios é correto afirmar que: o cálculo de suas quotas compete ao 
Tribunal de Contas da União. 
17 - (ESAF/AUDITOR/FORTALEZA/98) Pertencem aos Municípios: cem por cento 
do produto da arrecadação do Imposto sobre Renda e Proventos de Qualquer 
Natureza, incidente na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer título, pelos 
Estados, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem. 
 
GABARITO 
1 – F; 2 – F; 3 – F; 4 – V; 5 – V; 6 – F; 7 – V; 8 – V; 9 – F; 10 – V; 11 – V; 12 – F; 
13 – V; 14 – F; 15 – F; 16 – V; 17 – F. 
Passemos, agora ao estudo do CTN, iniciando pelo estudo da “legislação 
tributária”. 
 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
O assunto “legislação tributária” é tratado nos arts. 96 a 100 do CTN. Entretanto, a 
disciplina da matéria no CTN não é completa, havendo muitas questões de 
concursos que se resolvem com base na Constituição. 
É importante observar, ainda, que, na época da promulgação do CTN, não existia 
lei complementar. Por isso, não há nenhuma referência, no Código, a leis 
complementares. Pelo mesmo motivo, não há qualquer menção a medidas 
provisórias. 
No estudo deste tópico, é importante que tentemos ser objetivos, analisando os 
temas da forma como costumam aparecer em questões do CESPE e da ESAF. 
Digo isso porque, se fôssemos divagar sobre cada espécie normativa, incluindo 
seu processo legislativo, questões concernentes a hierarquia etc., acabaríamos 
por escrever um verdadeiro tratado, cujo estudo demandaria um tempo enorme, 
sem maiores proveitos para a solução das questões que poderão ou deverão 
aparecer. 
O primeiro ponto que precisamos fixar é que todos os atos da legislação tributária 
se dividem em duas grandes categorias (como ocorre no Direito em geral): atos 
primários e atos infralegais. 
Os atos primários são atos legislativos (emanados do Poder Legislativo), ou de 
natureza legislativa (atos com força de lei, emanados do Poder Executivo, cujo 
exemplo mais importante, hoje, são as medidas provisórias), que têm como 
característica poderem inovar o Direito. Essa expressão é tradicional entre os 
juristas e traduz a possibilidade de criar, modificar ou extinguir, diretamente, 
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direitos e obrigações para os destinatários. São chamados atos primários porque 
encontram fundamento de validade diretamente na Constituição. Entre eles e a 
Constituição não há nenhum ato interposto, ou seja, os atos primários não 
regulamentam nenhum ato derivado da Constituição. No caso específico do Direito 
Tributário, os atos primários são aqueles que podem tratar de elementos 
integrantes da obrigação tributária principal, criando-os, modificando-os ou os 
extinguindo, sem que estejam regulamentando qualquer lei. 
Os atos infralegais têm como característica a impossibilidade teórica de criar, de 
forma inaugural, direitos ou obrigações, ou de modificar direitos ou obrigações 
previstos em lei ou outros atos primários. São atos administrativos, que apenas 
regulamentam a lei, ou seja, detalham seus comandos e uniformizam 
procedimentos da Administração, a fim de dar execução à lei. Especificamente no 
Direito Tributário, devemos afirmar que os atos infralegais não podem tratar de 
elementos integrantes da obrigação tributária principal, mas apenas regulamentar 
a lei que os criou, modificou ou extinguiu. Isso é importante porque, 
especificamente no Direito Tributário, como já vimos, o STF aceita que atos 
infralegais disciplinem (e não apenas regulamentem) obrigações acessórias. Eu 
sei que é contraditório com o art. 5º, inciso II, da Constituição, mas é necessário 
ignorar essa contradição para fazer questões de concurso. 
Comecemos nosso estudo pelos atos primários. Antes, vejamos o que o CTN 
considera abrangido pela expressão “legislação tributária” : 
“Art. 96. A expressão ‘legislação tributária’ compreende as leis, os tratados e as 
convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, 
no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.” 
Uma primeira e importante observação diz respeito à terminologia adotada pelo 
CTN. Quando o Código refere-se a uma matéria reservada à lei, utiliza 
expressamente o vocábulo “lei, e não “legislação”. Diversamente, quando o CTN 
usa a expressão “legislação”, pretende explicitar que aquela matéria pode ser 
disciplinada por ato normativo infralegal, como os decretos e as denominadas 
normas complementarestributárias. Vejamos alguns exemplos em que fica nítida 
essa distinção feita pelo CTN: 
“Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como 
necessária e suficiente à sua ocorrência.” 
 “Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente 
à vigência da lei que a concede, não se aplicando:” 
Art. 113, § 2º “A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por 
objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da 
arrecadação ou da fiscalização dos tributos.” 
“Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o 
vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o 
sujeito passivo notificado do lançamento.” 
Voltemos ao art. 96 do CTN, que define a expressão “legislação tributária”. 
Embora seja útil conhecer a literalidade do texto desse dispositivo, precisamos, 
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para estudo, considerar integrantes da legislação tributária, pelo menos, os 
seguintes atos primários: 
1) Emendas à Constituição; 
2) Leis complementares; 
3) Leis ordinárias, leis delegadas e medidas provisórias; 
4) Resoluções do Senado; 
5) Decretos legislativos; 
6) Tratados internacionais; 
7) Convênios de ICMS. 
Além desses atos primários, integram a legislação tributária estes atos infralegais: 
1) Decretos; 
2) Normas complementares: 
2.1. atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
2.2. decisões administrativas às quais a lei atribua eficácia normativa; 
2.3. práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; 
2.4. convênios de colaboração, celebrados pelas pessoas políticas entre si. 
Existe, também, uma grande quantidade de decretos-lei ainda vigentes. Embora o 
instrumento normativo decreto-lei tenha sido abolido pela CF/88, todos aqueles 
cujas disposições não sejam materialmente incompatíveis com a Constituição, e 
que não tenham sido revogados por leis a eles posteriores, estão em vigor, em 
decorrência da teoria da recepção. Têm status de lei ordinária ou de lei 
complementar, dependendo do instrumento formal que a CF/88 exija para a 
disciplina da matéria deles constante. 
Antes de prosseguirmos, observo que não arrolei a Constituição Federal entre os 
integrantes da legislação tributária. Por quê? 
Porque a Constituição Federal é, na verdade, o próprio fundamento de validade de 
todo o ordenamento jurídico. Ela está acima de todos os atos normativos, os quais 
decorrem de suas regras e princípios. 
Mas isso é puramente uma opção de classificação. Não há erro nenhum em situar 
a Constituição como integrante da legislação tributária. O importante mesmo é 
saber a função da Constituição Federal no Direito Tributário: estabelecer 
competências, limitações ao poder de tributar e regras de repartição de receitas 
tributárias. A Constituição não cria tributos, apenas estabelece as competências 
para sua criação, pelas pessoas políticas, por meio de lei de cada qual, e define 
as regras relativas ao exercício dessa competência, bem como as concernentes à 
distribuição do produto da arrecadação dos tributos. Em resumo, a Constituição 
estrutura o Sistema Tributário Nacional. 
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Iniciaremos falando um pouco (apenas o necessário) sobre cada um dos atos 
primários. 
 
EMENDAS À CONSTITUIÇÃO 
A Constituição pode ter alguns de seus dispositivos alterados ou suprimidos, ou 
pode receber acréscimos a seu texto, por meio das emendas constitucionais. 
O art. 60 da CF/88 estabelece os procedimentos a serem observados para a 
elaboração das emendas. Merece especial destaque o § 4º desse artigo, porque 
ele enumera as matérias denominadas “cláusulas pétreas” pela doutrina. Uma 
emenda à Constituição tendente a abolir algum dos pontos arrolados no § 4º do 
art. 60 da Constituição pode ser declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal 
Federal (inconstitucionalidade material). 
Não sendo inconstitucional a emenda, seu texto incorpora-se ao texto 
constitucional com a mesma hierarquia dos dispositivos originários. Por esse 
motivo, a função das emendas constitucionais, no Direito Tributário, é criar, 
modificar ou suprimir competências tributárias, sempre respeitadas as cláusulas 
pétreas, especialmente o princípio federativo e os direitos individuais 
fundamentais. 
 
LEIS COMPLEMENTARES 
Sob o aspecto formal, a única diferença existente entre as leis complementares e 
as leis ordinárias é o quorum exigido para aprovação de cada uma dessas 
espécies normativas. Enquanto as leis ordinárias são aprovadas por maioria 
simples, as complementares necessitam dos votos da maioria absoluta dos 
parlamentares (art. 69 da CF/88). 
A mais característica função da lei complementar no nosso sistema tributário 
encontra-se estabelecida no art. 146 da Constituição, que já estudamos. Trata-se 
das funções de: (1) dispor sobre conflitos de competência tributária entre as 
pessoas políticas; (2) regular as limitações ao poder de tributar (regular as 
imunidades que não sejam normas constitucionais de eficácia plena); e (3) 
estabelecer normas gerais em matéria tributária, incluídas as novas normas 
relativas ao “Super Simples”, acrescentadas pela EC 42/2003 (alínea “d” do inciso 
III e parágrafo único do art. 146 da Carta Política). Como já vimos, nossa lei de 
normas gerais tributárias é o Código Tributário Nacional, que foi editado como lei 
ordinária formal (Lei nº 5.172/1966), mas que, em decorrência da teoria da 
recepção, desempenha em nosso ordenamento jurídico o papel de lei 
complementar, somente podendo ser modificado ou revogado por uma lei 
complementar formal. 
Além dessa função principal de complementar a estruturação e de regulamentar o 
nosso STN, prevista no art. 146 da Constituição, a lei complementar desempenha 
diversos outros papéis em matéria tributária. Quanto à criação de tributos, já vimos 
que ela somente é exigida para os empréstimos compulsórios, para o IGF, para os 
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impostos residuais e para as contribuições de seguridade social residuais. Mas há 
diversas outras funções, como definir os serviços que podem ser tributados pelo 
ISS (ou seja, definir o campo potencial de incidência do ISS – art. 156, III), 
estabelecer isenção heterônoma de ISS na exportação de serviços (art. 156, § 3º, 
II), estabelecer uma série de normas gerais relacionadas ao ICMS (art. 155, § 2º, 
XII) etc. 
Infelizmente, não há uma regra geral para afirmarmos com certeza quando uma 
matéria está reservada à lei complementar. Trata-se de opção política do 
constituinte, que, muitas vezes, é casuísta. Não existe outra opção para quem 
está estudando para concurso, a não ser decorar, decorar mesmo, todos os 
pontos em que a Constituição exige lei complementar para a disciplina de 
determinada matéria. A verdade é que isso é cobrado em questões de concurso, e 
na maioria dos casos não é possível acertar simplesmente empregando o 
raciocínio. 
 
LEIS ORDINÁRIAS / MEDIDAS PROVISÓRIAS / LEIS DELEGADAS 
Sem qualquer dúvida, a lei ordinária é o mais importante integrante da 
denominada legislação tributária. Praticamente tudo o que diga respeito à 
obrigação principal é tratado por lei ordinária (ressalvadas, é claro, as hipóteses 
dos tributos que exigem lei complementar para sua criação, e as matérias em que 
é exigido algum instrumento normativo específico, como ocorre relativamente à 
exigência de fixação de alíquotas interestaduais de ICMS por meio de resolução 
do Senado). 
Nós já estudamos o uso da lei ordinária em Direito Tributário quando estudamos o 
princípio da legalidade. Essencialmente, vocês devem conhecer todas as matérias 
reservadasà lei, enumeradas no art. 97 do CTN (sem esquecer do caput do art. 
183). Devem lembrar que as mais importantes matérias não reservadas à lei (ou 
seja, que podem ser tratadas por ato infralegal) são obrigações acessórias, 
fixação de prazo para pagamento e atualização monetária. Por último, devem 
lembrar que a iniciativa das leis em matéria tributária não é privativa. 
As medidas provisórias são disciplinadas no art. 62 da Constituição. São atos com 
força de lei ordinária. Portanto, podem tratar de tudo que possa ser tratado por 
meio de lei ordinária, exceto quando a Constituição proíba. Em Direito Tributário, 
todas as matérias que podem ser disciplinadas por lei ordinária podem ser, 
também, por medidas provisórias. A diferença principal é que, no caso dos 
impostos sujeitos à anterioridade do exercício financeiro, não basta a publicação 
da MP no ano anterior para que ela possa produzir efeitos. É necessário que a MP 
seja convertida em lei até 31 de dezembro (CF, art. 62, § 2º). Logicamente, se o 
imposto estiver sujeito também à noventena (CF, art. 150, III, “c”), além da 
conversão em lei até 31 de dezembro, é preciso aguardar o prazo mínimo de 90 
dias, contados da publicação da MP, para a produção dos efeitos. 
As leis delegadas quase nunca são cobradas em prova de Tributário. Além disso, 
hoje, elas só têm importância teórica, porque o Poder Executivo não as usa há 
décadas. As leis delegadas estão disciplinadas no art. 68 da Constituição. Seu 
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processo legislativo não será objeto de estudo em nosso curso. Importa-nos saber 
que as leis delegadas podem tratar de qualquer matéria que, em Direito Tributário, 
possa ser tratada por leis ordinárias. É a situação semelhante à das medidas 
provisórias. As leis delegadas não podem tratar de matérias reservadas à lei 
complementar (CF, art. 68, § 1º). 
 
TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS / DECRETOS LEGISLATIVOS 
Antes de estudarmos a disciplina específica dos tratados internacionais no CTN, é 
necessário conhecermos as etapas necessárias para que um tratado celebrado 
pelo Brasil chegue a ter vigência em nosso ordenamento jurídico (a denominada 
vigência interna). 
Atenção, este assunto é muito cobrado em concursos: saber quais são os 
instrumentos necessários à aprovação e à promulgação de um tratado 
internacional. Três etapas devem ser identificadas: 
1ª) Celebração do Tratado. 
É a assinatura do tratado pelo Presidente da República (CF, art. 84, VIII). Depois 
de cumpridas determinadas formalidades, o tratado pode adquirir a denominada 
vigência internacional. Esta etapa e o conceito de vigência internacional de um 
tratado não têm qualquer interesse para o estudo do Direito Tributário. 
2ª) Aprovação do Tratado. 
Nesta etapa, que pode também ser chamada homologação ou referendo do 
tratado (CF, art. 49, I, combinado com o art. 84, VIII), ocorre o que os juristas 
chamam internalização do tratado. Significa que o tratado passa a fazer parte do 
ordenamento jurídico do Brasil, de nosso Direito interno. Ele não tem vigência 
interna ainda, mas já é norma jurídica interna (sei que é muito estranho esse 
conceito de ser norma interna mas não ter vigência interna; muitos autores se 
rebelam contra essa possibilidade; para nós, não há discussão, porque isso é 
questão absolutamente consagrada pelo STF). 
O importante mesmo é sabermos que a aprovação dos tratados é ato privativo do 
Congresso Nacional, cujo instrumento é um decreto legislativo. Nunca esqueçam 
isto: os tratados internacionais sempre precisam ser aprovados por um decreto 
legislativo do Congresso Nacional para se incorporarem ao nosso ordenamento 
jurídico. Decretos legislativos são atos primários, de iniciativa parlamentar, 
utilizados para disciplinar matérias de competência exclusiva do Congresso 
Nacional (ou das assembléias legislativas, ou das câmaras de vereadores, 
conforme a esfera) e não estão sujeitos a sanção ou veto pelo Presidente da 
República. 
 
3ª) Promulgação do Tratado. 
Após a edição do decreto legislativo, o Presidente da República edita um decreto, 
que promulga o tratado. Esse decreto que promulga o tratado tem a função de 
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dar-lhe vigência na ordem jurídica interna. Portanto, a palavra promulgação, aqui, 
é utilizada com um sentido extremamente específico: trata-se da edição de um 
decreto (ato administrativo, que nada tem a ver com o decreto legislativo) que tem 
a função exclusiva de dar vigência interna ao tratado. Antes dessa promulgação, 
portanto, o tratado, mesmo aprovado pelo decreto legislativo, não pode produzir 
efeitos (um ato não pode produzir efeitos antes do início de sua vigência; é 
possível vigência sem efeitos, mas não é possível efeito sem vigência). 
Atenção, não é muito comum as questões de Direito Tributário tratarem desse 
decreto de promulgação do tratado (mas acontece). Quase todas as questões 
sobre atos integrantes da legislação tributária e tratados internacionais 
concentram-se na necessidade de decreto legislativo para aprovação do tratado. 
Bem, há outra questão que interessa ao estudo dos tratados internacionais, 
especificamente à disciplina que lhes confere art. 98 do CTN. 
O art. 98 do CTN dispõe: “os tratados e as convenções internacionais revogam ou 
modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes 
sobrevenha”. 
Não há dúvida de que o CTN situa os tratados internacionais que versem sobre 
matéria tributária em plano hierárquico superior ao das leis ordinárias. Por quê? 
Ora, porque uma norma somente tem que respeitar as disposições de outra norma 
anterior quando esta lhe seja superior. Vejam o exemplo mais fácil, o da 
Constituição Federal. Todos os atos normativos editados posteriormente à 
Constituição devem ser compatíveis com ela. Se não forem, são inválidos. 
Portanto, a parte final do art. 98 do CTN, que exige que a legislação ordinária 
respeite os tratados anteriores a ela, posiciona os tratados em plano hierárquico 
superior ao das leis ordinárias. 
Prestem atenção: qualquer questão de concurso que afirme que os tratados 
internacionais em matéria tributária, segundo o CTN, são hierarquicamente 
superiores à legislação tributária interna (na época do CTN não existiam leis 
complementares) está correta. 
Por que enfatizei que isso é “segundo o CTN”? 
Porque, embora seja pacífico que o CTN colocou os tratados internacionais como 
normas superiores às leis, o STF tem jurisprudência abundante em sentido 
contrário, especificamente afirmando que os tratados internacionais incorporam-se 
ao Direito interno com o mesmo status das leis ordinárias. 
Significa que se uma lei ordinária posterior a um tratado internacional, já 
internalizado, for com ele incompatível, o tratado deixará de ser aplicado. Se for o 
caso, o Brasil sofrerá as sanções internacionais cabíveis por haver descumprido 
um tratado internacional. O que o STF não admite é que a lei ordinária posterior 
ao tratado seja considerada nula, ilegítima ou inaplicável nos pontos com ele 
incompatíveis. 
Voltemos aos concursos. Qualquer questão que afirme que, segundo o STF, os 
tratados internacionais, quando incorporados ao nosso ordenamento, têm eficácia 
de lei ordinária, está correta. Aceitem essa contradição. 
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E se a questão não disser nada? Bem, não posso garantir, mas sugiro que 
adotemos a literalidade do CTN: em matéria tributária, os tratados tornam 
inaplicáveis as leis internas com ele incompatíveis e as leis posteriores devem 
respeitar as disposições do tratado, sendo inaplicáveis no que o contrariarem. 
O entendimento do STF é tão interessante sobre a posição dos tratados 
incorporadosao nosso Direito, que peço licença a vocês para transcrever um 
julgado que é uma verdadeira aula sobre esse assunto (STF, ADI 1480/DF, rel 
Min. Celso de Mello, Pleno, unânime, 04.09.1997). Mas, atenção: só recomendo a 
leitura para os que querem se aprofundar mais do que o necessário para 
concurso. Sei que não é muito didático ficar transcrevendo qualquer coisa, e evito 
fazer isso (exceto no caso da Constituição e do CTN, em que o conhecimento da 
literalidade dos dispositivos é absolutamente imprescindível), mas, para quem 
pode se aprofundar um pouco (e quer), este julgado é realmente algo excepcional. 
Segue a transcrição: 
 
“PROCEDIMENTO CONSTITUCIONAL DE INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS 
OU CONVENÇÕES INTERNACIONAIS 
− É na Constituição da República − e não na controvérsia doutrinária que 
antagoniza monistas e dualistas − que se deve buscar a solução normativa para a 
questão da incorporação dos atos internacionais ao sistema de direito positivo 
interno brasileiro. O exame da vigente Constituição Federal permite constatar que 
a execução dos tratados internacionais e a sua incorporação à ordem jurídica 
interna decorrem, no sistema adotado pelo Brasil, de um ato subjetivamente 
complexo, resultante da conjugação de duas vontades homogêneas: a do 
Congresso Nacional, que resolve, definitivamente, mediante decreto legislativo, 
sobre tratados, acordos ou atos internacionais (CF, art. 49, I) e a do Presidente da 
República, que, além de poder celebrar esses atos de direito internacional (CF, 
art. 84, VIII), também dispõe − enquanto Chefe de Estado que é − da competência 
para promulgá-los mediante decreto. O iter procedimental de incorporação dos 
tratados internacionais − superadas as fases prévias da celebração da convenção 
internacional, de sua aprovação congressional e da ratificação pelo Chefe de 
Estado − conclui-se com a expedição, pelo Presidente da República, de decreto, 
de cuja edição derivam três efeitos básicos que lhe são inerentes: (a) a 
promulgação do tratado internacional; (b) a publicação oficial de seu texto; e (c) a 
executoriedade do ato internacional, que passa, então, e somente então, a 
vincular e a obrigar no plano do direito positivo interno. Precedentes. 
 
SUBORDINAÇÃO NORMATIVA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS À 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. 
− No sistema jurídico brasileiro, os tratados ou convenções internacionais estão 
hierarquicamente subordinados à autoridade normativa da Constituição da 
República. Em conseqüência, nenhum valor jurídico terão os tratados 
internacionais, que, incorporados ao sistema de direito positivo interno, 
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transgredirem, formal ou materialmente, o texto da Carta Política. O exercício do 
treaty-making power, pelo Estado brasileiro − não obstante o polêmico art. 46 da 
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (ainda em curso de tramitação 
perante o Congresso Nacional) −, está sujeito à necessária observância das 
limitações jurídicas impostas pelo texto constitucional. 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DE TRATADOS INTERNACIONAIS 
NO SISTEMA JURÍDICO BRASILEIRO. 
− O Poder Judiciário − fundado na supremacia da Constituição da República − 
dispõe de competência, para, quer em sede de fiscalização abstrata, quer no 
âmbito do controle difuso, efetuar o exame de constitucionalidade dos tratados ou 
convenções internacionais já incorporados ao sistema de direito positivo interno. 
Doutrina e Jurisprudência. 
 
PARIDADE NORMATIVA ENTRE ATOS INTERNACIONAIS E NORMAS 
INFRACONSTITUCIONAIS DE DIREITO INTERNO. 
− Os tratados ou convenções internacionais, uma vez regularmente incorporados 
ao direito interno, situam-se, no sistema jurídico brasileiro, nos mesmos planos de 
validade, de eficácia e de autoridade em que se posicionam as leis ordinárias, 
havendo, em conseqüência, entre estas e os atos de direito internacional público, 
mera relação de paridade normativa. Precedentes. No sistema jurídico brasileiro, 
os atos internacionais não dispõem de primazia hierárquica sobre as normas de 
direito interno. A eventual precedência dos tratados ou convenções internacionais 
sobre as regras infraconstitucionais de direito interno somente se justificará 
quando a situação de antinomia com o ordenamento doméstico impuser, para a 
solução do conflito, a aplicação alternativa do critério cronológico (‘lex posterior 
derogat priori’) ou, quando cabível, do critério da especialidade. Precedentes. 
 
TRATADO INTERNACIONAL E RESERVA CONSTITUCIONAL DE LEI 
COMPLEMENTAR. 
− O primado da Constituição, no sistema jurídico brasileiro, é oponível ao princípio 
pacta sunt servanda, inexistindo, por isso mesmo, no direito positivo nacional, o 
problema da concorrência entre tratados internacionais e a Lei Fundamental da 
República, cuja suprema autoridade normativa deverá sempre prevalecer sobre os 
atos de direito internacional público. Os tratados internacionais celebrados pelo 
Brasil − ou aos quais o Brasil venha a aderir − não podem, em conseqüência, 
versar matéria posta sob reserva constitucional de lei complementar. É que, em tal 
situação, a própria Carta Política subordina o tratamento legislativo de 
determinado tema ao exclusivo domínio normativo da lei complementar, que não 
pode ser substituída por qualquer outra espécie normativa infraconstitucional, 
inclusive pelos atos internacionais já incorporados ao direito positivo interno.” 
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Para finalizar, e apenas por excesso de precaução, lembro que a EC 45/2004 
introduziu o § 3º ao art. 5º da Constituição, com esta regra: 
“Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos aprovados, em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos 
respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.” 
Vejam bem: a regra é só para tratados e convenções internacionais sobre 
direitos humanos. É quase impossível – se não impossível mesmo –, para mim, 
imaginar como um tratado que interesse ao Direito Tributário possa ser 
enquadrado como sendo “sobre direitos humanos”. De toda forma, se isso for 
possível, é claro que o tratado, se for aprovado em dois turnos por três quintos 
dos votos de cada Casa do Congresso Nacional – e só se for aprovado assim –, 
terá a mesma hierarquia de uma emenda, ou seja, se não for incompatível com 
alguma cláusula pétrea, será incorporado ao nosso ordenamento no mesmo nível 
das normas constitucionais. 
 
RESOLUÇÃO DO SENADO 
Resoluções são uma das espécies de atos primários (legislativos) integrantes de 
nosso ordenamento jurídico. São atos utilizados para tratar de matérias de 
competência exclusiva do Poder Legislativo e têm a característica de não estarem 
sujeitas a sanção ou veto pelo Presidente da República. Na esfera federal, temos 
resolução do Congresso Nacional, resolução da Câmara dos Deputados e 
resolução do Senado Federal. Para o Direito Tributário interessam exclusivamente 
as resoluções do Senado. 
São poucas as hipóteses de matérias tributárias reservadas a resoluções do 
Senado. Todas elas dizem respeito a impostos estaduais. Isso não é 
coincidência, claro. É o Senado que representa os estados e o DF no Congresso 
Nacional. Portanto, é natural que resoluções do Senado tratem de matérias de 
interesse dos estados e do DF. 
Como fazer para estudar? Mais uma vez, a má notícia: não há nenhuma fórmula 
que não seja decorar os casos previstos na Constituição. São eles: 
1) Em relação ao ICMS: 
a) resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de 
um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, 
estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e 
de exportação (art. 155, § 2º, IV). 
Vejam quea disciplina dessa matéria pelo Senado é obrigatória e a competência é 
exclusiva. Se não houvesse a resolução do Senado estabelecendo as alíquotas, 
simplesmente não seria possível cobrar o imposto. A resolução não pode ser 
substituída por nenhum outro ato. 
Prestem atenção a outro ponto: o texto constitucional fala em estabelecer 
alíquotas interestaduais e de exportação. No caso das alíquotas interestaduais 
não há nenhum problema. A resolução do Senado é imprescindível mesmo; sem 
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ela, não há como tributar essas operações. Entretanto, a previsão de 
estabelecimento de alíquotas de exportação perdeu completamente o sentido 
depois da EC 42/2003. Vocês devem lembrar (têm que lembrar!) que a EC 
42/2003 alterou a alínea “a” do inciso X do art. 155, § 2º, que passou a prever 
imunidade ao ICMS para todas as exportações, quaisquer que sejam as 
mercadorias exportadas. Assim, já que nunca pode haver incidência de ICMS em 
operações de exportação, por força de imunidade tributária, não tem cabimento 
falar em resolução do Senado para fixar alíquotas de ICMS aplicáveis às 
operações de exportação! Mais uma imperfeição da EC 42/2003, que deveria ter 
suprimido do texto constitucional essa previsão! 
O que fazer para concurso? 
Minha opinião é a de sempre: sendo uma questão literal, que simplesmente 
reproduza o texto constitucional, falando em alíquotas interestaduais e de 
exportação, marcamos verdadeiro (V). Diversamente, se for uma questão que 
pretenda saber se o ICMS pode incidir sobre alguma operação de exportação, a 
resposta é não. Lembrem-se, entretanto, eu repito, que o texto constitucional não 
mudou, e continua prevendo que o Senado estabeleça alíquotas de ICMS para 
exportações (a resolução que o fizesse seria um ato inteiramente inútil, mas 
previsto na Constituição). Não se preocupem demais com essas falhas da colcha 
de retalhos que infelizmente se tornou a nossa Constituição. 
b) Nas operações internas, é facultado ao Senado Federal estabelecer 
alíquotas mínimas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela 
maioria absoluta de seus membros (CF, art. 155, § 2º, V, “a”). 
c) Nas operações internas, é facultado ao Senado Federal estabelecer 
alíquotas máximas, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e 
aprovada por dois terços de seus membros (CF, art. 155, § 2º, V, “b”). 
2) Quanto ao ITCD, resolução do Senado deverá fixar suas alíquotas máximas 
(art. 155, § 1º, IV). 
3) Em relação ao IPVA, resolução do Senado deverá fixar suas alíquotas 
mínimas (art. 155, § 6º, I) 
Entendam bem: quando o Senado tem a atribuição (não importa se facultativa ou 
não) de fixar alíquotas mínimas ou máximas de um imposto, a alíquota 
estabelecida pela resolução do Senado funciona apenas como piso ou teto. A 
resolução, nesses casos, de forma nenhuma substitui a lei de cada estado. Cada 
estado, na lei instituidora do imposto, deve estabelecer suas alíquotas. Se houver 
uma alíquota máxima fixada em resolução, a lei do estado não pode estabelecer 
alíquota superior a ela; se existir alíquota mínima prevista em resolução, a lei do 
estado não pode fixar alíquota menor. Mas, repito, quem determina a alíquota 
aplicável internamente em cada estado é o próprio estado, mediante edição de lei 
sua. 
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CONVÊNIOS DE ICMS 
Os denominados convênios de ICMS são a última espécie de ato primário de que 
cuidaremos. A previsão genérica para sua edição encontra-se no texto originário 
da Constituição, no art. 155, § 2º, XII, “g”. Mas eles existem há muito tempo, bem 
antes da CF/88. 
Os convênios de ICMS são atos em que não existe qualquer participação do 
Poder Legislativo. Simplesmente reúnem-se todos os secretários de fazenda dos 
estados e do DF, sob a presidência do ministro da fazenda, e celebram esses 
convênios. A reunião dessas autoridades dá origem a um órgão denominado 
CONFAZ. 
A função desses convênios é autorizar a instituição ou a revogação de qualquer 
benefício fiscal relativo ao ICMS. Com a EC 33/2001, passou-se a prever, 
também, como atribuição desses convênios, a fixação, redução e 
“restabelecimento” das alíquotas de ICMS incidente em etapa única sobre 
combustíveis definidos em lei complementar (CF, art. 155, § 4º, IV). 
Para concurso público, interessa-nos somente conhecer essas duas funções 
desses convênios (além de saber que eles são atos primários, pois inauguram o 
Direito). Devemos marcar certo tanto em questões que afirmem que os convênios 
de ICMS autorizam a instituição ou a revogação de benefícios fiscais relativos ao 
ICMS, quanto em questões que afirmem que os convênios de ICMS concedem ou 
revogam benefícios fiscais relativos ao ICMS. A primeira afirmativa é o mais 
correto, defendido pela doutrina majoritária. Segundo esse entendimento, seria 
sempre necessária a lei para a instituição ou a revogação do benefício fiscal; o 
convênio seria só uma exigência, uma condição prévia, que não dispensaria, de 
forma nenhuma, a lei (ou, pelo menos, uma ratificação pelo Poder Legislativo do 
estado ou do DF, feita por decreto legislativo). A segunda afirmativa traduz a visão 
dos que entendem que os convênios dispensam a lei, relativamente às matérias 
que devam ser por eles previstas. Como nossa prática jurídica dominante é, 
efetivamente, a concessão ou revogação de benefícios fiscais de ICMS ser 
autorizada pelos convênios de ICMS e diretamente implementada por um simples 
decreto do governador do estado ou do DF, sem manifestação posterior do Poder 
Legislativo, devemos aceitar como verdadeiras assertivas de questões que 
afirmem isso, ou mesmo que afirmem que os convênios concedem e revogam 
benefício fiscais. 
Os convênios de ICMS estão regulados na Lei Complementar nº 24/1975. O 
estudo dessa lei não é necessário para concursos da esfera federal. Para quem 
estiver se preparando para concursos federais eu desaconselho firmemente a 
leitura dessa lei (mais confunde do que esclarece; há muita polêmica sobre quais 
de seus dispositivos foram e quais não foram recepcionados pela CF/88). 
O último ponto importante é evitar a confusão desses convênios com os convênios 
de colaboração entre os fiscos das diversas pessoas políticas. Estes últimos são 
atos infralegais, que integram as denominadas normas complementares tributárias 
e serão estudados adiante. 
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DECRETOS 
O CTN não diz praticamente nada acerca dos decretos em matéria tributária. O 
art. 99 do Código apenas esclarece que os decretos admitidos em nosso Direito 
são os denominados decretos regulamentares, que são aqueles expedidos em 
função de uma determinada lei (portanto, sempre atos infralegais e secundários), 
sem poder conter qualquer disposição contrária á lei, ou que não conste, explicita 
ou implicitamente, do texto legal. Os decretos regulamentares ou de execução 
encontram a competência genérica para sua expedição no art. 84, IV, da 
Constituição. 
Voltando ao CTN, estabelece o seu art. 99: 
“Art. 99 O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em 
função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de 
interpretação estabelecidas nesta lei.” 
Portanto, pelo texto expresso do CTN, somente são admitidos em matéria 
tributária os decretos regulamentares ou de execução, que são aqueles editados 
em função de uma lei e cujo conteúdo seja restrito ao da lei, sem ultrapassá-lo e 
muito menos contrariá-lo. Dessa forma, em nosso ordenamento, não há nenhuma 
previsão de edição dos denominados decretos autônomos em matéria tributária 
(seriam decretos editados na ausência de disciplina legal para uma determinada 
situação, inovando,portanto, o ordenamento jurídico). 
Não podemos esquecer, todavia, dois pontos importantes. No Direito Tributário 
brasileiro, conforme já estudamos, os decretos podem, nos limites da lei, alterar 
alíquotas dos impostos enumerados no art. 153, § 1º, da Constituição (II, IE, IPI, 
IOF) e reduzir e restabelecer as alíquotas da CIDE-combustíveis (CF, art. 177, § 
4º, I, “b”). É verdade que, nesses casos, a lei prévia é indispensável. É verdade, 
também, que o decreto não pode ultrapassar os limites legais. Entretanto, não há 
como negar que esses decretos não regulamentam disposição legal alguma e sim 
inauguram o ordenamento, atuando, materialmente, como se fossem lei. Por isso, 
aliás, essas hipóteses são tidas como exceções ou ressalvas ao princípio da 
legalidade. 
O segundo ponto importante é lembrar que, embora o próprio CTN diga que os 
decretos sempre são expedidos em função de uma lei, estando restritos ao 
conteúdo desta, as matérias não expressamente reservadas à lei pelo art. 97 do 
Código (e pelo seu art. 183) podem ser disciplinadas por atos infralegais. Já vimos 
que isso é jurisprudência pacífica do STF e que o CTN mesmo, quando menciona 
os atos que devem tratar dessas matérias, usa a expressão “legislação” em vez de 
“lei”. Não custa lembrar que as matérias que sempre são mencionadas como não 
reservadas à lei são a instituição de obrigações acessórias, o estabelecimento de 
prazo para pagamento e a atualização monetária do valor dos tributos. 
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NORMAS COMPLEMENTARES TRIBUTÁRIAS 
Todos os atos normativos integrantes da legislação tributária, hierarquicamente 
inferiores aos decretos, foram denominados, pelo CTN, normas 
complementares. Esses atos, na teoria, não podem inovar o Direito Tributário e, 
muito menos, contrariar disposições dos decretos ou das leis. Os integrantes das 
normas complementares tributárias estão enumerados no art. 100 do CTN. Vamos 
começar pela transcrição desse artigo: 
“Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções 
internacionais e dos decretos: 
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a 
que a lei atribua eficácia normativa; 
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; 
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios. 
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a 
imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor 
monetário da base de cálculo do tributo.” 
Vejamos, agora, o que pode ser útil saber sobre cada um. 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS NORMATIVOS 
O art. 100, inciso I, refere-se a atos normativos expedidos pelas autoridades 
administrativas. Esses atos não incluem, evidentemente, os decretos, pois, apesar 
de os decretos serem também atos administrativos normativos, eles são tratados 
separadamente, no art. 99 do CTN, já estudado. 
Os atos normativos integrantes das normas complementares tributárias são as 
portarias ministeriais, as instruções normativas da Secretaria da Receita Federal 
ou das secretarias estaduais de fazenda, os atos declaratórios normativos dos 
órgãos das administrações tributárias etc. 
Esses atos devem detalhar disposições constantes das leis e de atos 
administrativos a eles superiores, a fim de uniformizar os procedimentos adotados 
pela Administração perante os administrados na aplicação do Direito. 
 
DECISÕES ADMINISTRATIVAS NORMATIVAS 
Decisões administrativas, ou seja, decisões proferidas no âmbito de processos 
administrativos, não são normas tributárias. Elas só produzem efeitos entre as 
partes, não podendo seus efeitos ser estendidos a outras pessoas que não 
tenham sido parte no processo administrativo. 
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Por isso, prestem muita atenção no que diz o inciso II do art. 100 do CTN. Esse 
dispositivo esclarece ser imprescindível a existência de uma lei que atribua 
eficácia normativa a decisões administrativas proferidas por determinado órgão, 
para que essas decisões passem a ser norma complementar tributária. Caso 
inexista a lei que atribua eficácia normativa à decisão, ela somente produz efeitos 
entre as partes envolvidas e não podem ser invocadas nem em favor nem contra o 
fisco ou os demais administrados que não sejam parte no processo do qual 
decorreu a decisão. 
Portanto, para que decisões administrativas efetivamente integrem o rol das 
normas complementares tributárias, é preciso que uma lei determine que o 
disposto nessas decisões produza efeitos gerais, aplicando-se a todas as pessoas 
que se encontrem na mesma situação. Na esfera federal, não existe nenhuma lei 
atribuindo eficácia normativa às decisões proferidas no âmbito dos processos 
administrativos tributários. 
 
PRAXE ADMINISTRATIVA 
O art. 100, inciso III, do CTN arrola como norma complementar tributária as 
práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas. Trata-se do 
costume administrativo (não confundir com costume social, que não tem nenhuma 
relevância para o Direito Tributário), também denominado praxe administrativa. 
A praxe administrativa, segundo o CTN, possui eficácia de norma complementar 
tributária. Isso significa que o contribuinte, em tese, poderia exigir que a 
Administração adotasse, relativamente a ele, uma determinada conduta que 
sempre foi adotada para com os administrados em geral. É evidente que essa 
conduta administrativa não poderia, em nenhuma hipótese, ser contrária a 
qualquer dispositivo legal. 
De toda forma, não vejo utilidade prática nesse inciso III do art. 100 do CTN. 
Vocês devem se preocupar essencialmente em conhecer a literalidade do 
dispositivo e saber que as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades 
administrativas integram a lista daquilo que o CTN denomina normas 
complementares tributárias e, portanto, fazem parte da “legislação tributária”. 
Apesar do dito acima, já vi, uma única vez, uma questão com um caso hipotético 
em que se pretendeu imaginar uma possibilidade de aplicação desse dispositivo 
do CTN. Transcrevo-a abaixo: 
(CESPE/Delegado PF-Nacional/2004) Considere a seguinte situação hipotética. 
Após reiteradas vezes e pelo período de quatro anos, a autoridade administrativa 
fiscal deixou de exigir os juros incidentes sobre o atraso de até dez dias no 
pagamento da taxa anual de alvará de funcionamento para o setor de distribuição 
de autopeças, apesar de não existir previsão legal. 
Nessa situação, os contribuintes na mesma condição têm direito à referida 
dispensa, em virtude de as práticas reiteradas observadas pela autoridade 
administrativa constituírem normas complementares da legislação tributária. 
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O gabarito foi “C” (certo). Na opinião do elaborador da questão, caberia, aqui, 
aplicação direta do art. 100, inciso III, do CTN, que acabamos de comentar. Creio 
que, na vida real, não seria bem assim, mas, na questão, fica claro que se 
pretendeu aferir o conhecimento de que “práticas reiteradas da Administração” 
podem possuir eficácia normativa. 
 
CONVÊNIOS DE COLABORAÇÃO 
A última das espécies de normas complementares são os convênios previstos no 
inciso IV do art. 100 do CTN. Trata-se de acordos celebrados entre as 
Administrações tributárias das pessoas políticas visando ao aprimoramento da 
arrecadação e fiscalização tributárias, à atuação integrada e à troca de 
informações, ao reconhecimento de extraterritorialidade a determinada legislação 
(CTN, art. 102), à uniformização de documentos fiscais etc. 
Esses convênios são atos infralegais,não podendo disciplinar as matérias 
reservadas à lei, enumeradas no art. 97 e 183 do Código. Nada têm a ver com os 
convênios CONFAZ, que são atos primários, no sentido de poderem inaugurar ou 
inovar o Direito, conforme estudado anteriormente. 
Com a EC 42/2003, especificamente no que diz respeito à atuação integrada e à 
permuta de informações entre as Administrações tributárias das diversas pessoas 
políticas, inclusive informações protegidas por sigilo fiscal, os convênios de 
cooperação passaram a ser previstos no texto constitucional. O art. 37, XXII, da 
Constituição menciona os convênios de colaboração em sua parte final. É esta a 
sua redação: 
“XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por 
servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de 
suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o 
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou 
convênio.” 
 
OBSERVÂNCIA DAS NORMAS COMPLEMENTARES 
A matéria que veremos neste tópico está prevista no parágrafo único do art. 100 
do CTN, que diz: “A observância das normas referidas neste artigo exclui a 
imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor 
monetário da base de cálculo do tributo”. 
O que quer o Código dizer com isso? 
Como já vimos, as normas complementares tributárias são hierarquicamente 
inferiores aos decretos e a todos os atos primários. Assim, não podem as normas 
complementares exigir nem dispensar pagamento de tributos sem que exista 
previsão legal para tanto. Pode acontecer, contudo, que uma norma 
complementar, por exemplo, uma instrução normativa, seja editada em desacordo 
com a lei que pretensamente esteja regulamentando. Imaginemos que, 
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interpretando erroneamente um dispositivo de uma lei concessiva de uma isenção, 
uma instrução normativa tenha determinado o enquadramento, entre as hipóteses 
isentas, de uma situação não abrangida pela lei. 
É evidente que a instrução normativa terá que ser declarada nula. O contribuinte 
que não pagou o tributo, por se considerar isento, em razão do incorretamente 
previsto na instrução normativa, terá que pagar. Não há dúvida quanto a isso, 
porque a instrução normativa não poderia isentar situação não prevista na lei 
(isenção é matéria sob reserva legal). Entretanto, devido à presunção de 
legitimidade dos atos administrativos, e à proteção à boa-fé, o sujeito passivo não 
estará sujeito a qualquer espécie de acréscimo no valor de tributo devido, uma vez 
que deixou de pagar por estar observando uma norma complementar, integrante 
da legislação tributária. Assim, decorre do parágrafo único do art. 100 do CTN que 
o tributo que deixou de ser pago por observância de norma complementar, depois 
declarada nula ou ilegítima, será exigido, porém sem nenhum acréscimo, ou seja, 
sem a imposição de juros, multa de mora, multa de ofício e até mesmo sem 
atualização monetária (sem correção monetária de qualquer espécie). 
Esta questão já abordou esse assunto: 
(CESPE/TITULAR DE SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO DO 
TJDFT/2000) Considere a seguinte situação hipotética: O Secretário da Fazenda 
de um Estado brasileiro baixou ato administrativo genérico evidentemente ilegal, 
orientando os contribuintes no sentido de que determinado fato gerador, 
expressamente previsto na legislação, não deveria ser considerado para acarretar 
obrigação de recolher o imposto sobre operações relativas à circulação de 
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e 
intermunicipal e de comunicação (ICMS). Dias depois, constatando o erro 
grosseiro que cometera, o secretário anulou o ato e comunicou aos contribuintes 
que eles estavam obrigados ao pagamento do imposto mesmo com relação aos 
fatos geradores consumados durante a curta vigência do ato. Nessa situação, foi 
correta a edição do segundo ato, mas não possui fundamento jurídico a pretensão 
do fisco de cobrar o tributo relativamente aos fatos geradores ocorridos durante a 
vigência do primeiro. 
O gabarito foi “E” (errado). Isso porque o tributo deve, sim, ser cobrado; nenhum 
acréscimo será exigido, mas o tributo não pode ser dispensado por ato infralegal. 
 
PONTOS RELEVANTES DESTA AULA 
1) Atos primários são atos legislativos, ou de natureza legislativa, que podem 
inovar o Direito. Atos infralegais são atos administrativos, que apenas 
regulamentam a lei, ou seja, detalham seus comandos e uniformizam 
procedimentos da Administração, a fim de dar execução à lei. 
2) Quando o CTN refere-se a uma matéria reservada à lei, utiliza expressamente o 
vocábulo “lei, e não “legislação”. Diversamente, quando o CTN usa a expressão 
“legislação”, pretende explicitar que aquela matéria pode ser disciplinada por ato 
normativo infralegal. 
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3) A função das emendas constitucionais, no Direito Tributário, é criar, modificar 
ou suprimir competências tributárias, sempre respeitadas as cláusulas pétreas. 
4) A mais característica função da lei complementar no nosso sistema tributário 
encontra-se estabelecida no art. 146 da Constituição. Além dessa função principal 
de complementar a estruturação e de regulamentar o nosso STN, prevista no art. 
146 da Constituição, a lei complementar desempenha diversos outros papéis em 
matéria tributária. Não há uma regra geral para afirmarmos com certeza quando 
uma matéria está reservada à lei complementar. Trata-se de opção política do 
constituinte, que, muitas vezes, é casuísta. 
5) A lei ordinária é o ato primário por excelência, apto a disciplinar qualquer 
matéria que não tenha sido reservada pelo texto constitucional a algum ato 
normativo específico (como uma lei complementar ou uma resolução do Senado). 
6) As matérias tributárias que podem ser tratada por lei ordinária podem sê-lo, 
também, por medida provisória. No caso das MP, além de seus pressupostos 
constitucionais gerais, deve-se observar, em matéria tributária, a exigência contida 
no art. 62, § 2º, da Constituição. 
7) As leis delegadas estão disciplinadas no art. 68 da Constituição. Podem tratar 
de qualquer matéria que, em Direito Tributário, possa ser disciplinada por leis 
ordinárias. 
8) Os tratados internacionais são aprovados por decreto legislativo. É este ato que 
efetiva a denominada “internalização” do tratado, ou seja, sua incorporação ao 
nosso ordenamento interno. Para adquirir vigência interna, entretanto, é 
necessária ainda a edição de um decreto do Presidente da República, que 
promulga o tratado. 
9) O CTN situa os tratados internacionais que versem sobre matéria tributária em 
plano hierárquico superior ao das leis ordinárias. Diversamente, o STF entende 
que os tratados internacionais incorporam-se ao Direito interno com o mesmo 
status das leis ordinárias. 
10) Resoluções do Senado são um ato primário específico ao qual é atribuída 
reservadamente a disciplina de determinadas matérias, todas, em Direito 
Tributário, concernentes a regimes de alíquotas de impostos estaduais. 
11) Os convênios de ICMS têm a função de autorizar a instituição ou a revogação 
de qualquer benefício fiscal relativo ao ICMS. Com a EC 33/2001, passou-se a 
prever, também, como atribuição desses convênios, a fixação, redução e 
“restabelecimento” das alíquotas de ICMS incidente em etapa única sobre 
combustíveis definidos em lei complementar (CF, art. 155, § 4º, IV). 
12) O CTN trata dos decretos em seu art. 99, afirmando, tão-somente, que “o 
conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das 
quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de 
interpretaçãoestabelecidas nesta lei”. Portanto, em termos teóricos, o CTN só 
prevê a existência de decretos regulamentares. 
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13) Todos os atos normativos integrantes da legislação tributária, 
hierarquicamente inferiores aos decretos, foram denominados, pelo CTN, normas 
complementares. Estão incluídos nessa expressão: (1) os atos normativos 
expedidos pelas autoridades administrativas; (2) as decisões dos órgãos 
singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia 
normativa; (3) as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades 
administrativas; e (4) os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios. 
14) Da regra do parágrafo único do art. 100 do CTN decorre que o tributo que 
deixar de ser pago por observância de uma norma complementar, depois 
declarada nula ou ilegítima, será exigido, porém sem nenhum acréscimo, ou seja, 
sem a imposição de juros, multa de mora, multa de ofício e até mesmo sem 
atualização monetária. 
 
Segue, abaixo, uma lista de exercícios sobre legislação tributária: 
 
1 - (ESAF/AFRF/2003) Responda com base na Constituição Federal. 
– Medida Provisória publicada em 10 de dezembro de 2002 que majorou, a partir 
de 1º de janeiro de 2003, o imposto sobre a renda e proventos de qualquer 
natureza de pessoas físicas, mas não convertida em lei até 31 de dezembro de 
2002, continuou a produzir efeitos a partir de 1º de janeiro de 2003? 
– É admitida a edição de medida provisória para estabelecer, em matéria de 
legislação tributária, normas gerais sobre a definição de base de cálculo do 
imposto de competência da União sobre propriedade territorial rural? 
– No tocante ao imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e 
sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação (ICMS), cabe à lei complementar estabelecer as alíquotas aplicáveis 
às operações e prestações, interestaduais e de exportação? 
a) Não, não, não 
b) Não, sim, não 
c) Não, não, sim 
d) Sim, não, sim 
e) Sim, sim, não 
 
2 – (Esaf/AFTN/Mar. 1994) Os convênios relativos ao ICMS, celebrados entre os 
Estados-membros da Federação brasileira e o Distrito Federal se prestam a: 
a) disciplinar o seu regime de compensação 
b) fixar a sua base de cálculo e suas alíquotas 
c) conceder e revogar suas isenções, incentivos e benefícios fiscais 
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d) fixar, mediante deliberação da maioria dos Estados, as alíquotas aplicáveis às 
operações interestaduais e de exportação 
e) enumerar os casos de manutenção de crédito relativamente à remessa para 
outro Estado e exportação para o exterior de serviços e de mercadorias 
 
3 - (Esaf/AFTN/Mar. 1994) São matérias sob estrita reserva de lei complementar: 
a) a criação de empréstimos compulsórios e do salário-educação 
b) a instituição de contribuições sociais residuais (art. 195, 4º, da Constituição) e 
de impostos extraordinários 
c) a instituição de empréstimos extraordinários de guerra, do imposto sobre 
grandes fortunas e dos empréstimos compulsórios 
d) a fixação das alíquotas dos impostos de importação, exportação, sobre 
operações financeiras e sobre produtos industrializados 
e) a criação de impostos baseados na competência residual da União, de 
empréstimos compulsórios e do imposto sobre grandes fortunas 
 
4 - (Esaf/AFTN/Mar. 1994) Normas gerais de direito tributário precisam ser 
reguladas por meio de 
a) lei complementar federal, que ainda não foi editada, razão por que ainda não 
existem normas gerais válidas, estando a União, os Estados e demais entes 
tributantes dispensados de observá-las enquanto o Congresso Nacional não as 
edite 
b) lei complementar federal que, conquanto ainda não editada como tal, já existia 
sob a forma de lei ordinária (Código Tributário Nacional) e que, por força de 
normas constitucionais posteriores, passou a ter rigidez própria de lei 
complementar 
c) lei ordinária federal que já existia (Código Tributário Nacional) e que deve ser 
obrigatoriamente observada pelas leis estaduais e municipais, porém não pelas 
leis ordinárias federais, já que, sendo da mesma hierarquia , estas poderão alterar 
ou revogar aquele código. 
d) norma constitucional apenas, pois, tratando-se de matéria de importância 
eminente, que diz respeito à organização do Estado, somente por regra de tal 
hierarquia podem ser veiculadas 
e) lei complementar de cada ente tributante, que regule a definição dos tributos de 
sua competência, obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência 
tributários e adequado tratamento tributário ao ato cooperativo 
 
5 - (Esaf/AFTN/Mar. 1994) Para aprovar um tratado, convenção ou ato 
internacional destinado a evitar a dupla tributação em matéria de imposto sobre 
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rendimentos, o instrumento necessário, segundo decorre dos termos da 
Constituição da República, da praxe e das normas de direito interno, é 
a) o decreto legislativo 
b) a emenda constitucional 
c) a lei delegada 
d) a lei ordinária 
e) a assinatura da minuta pelos representantes plenipotenciários 
 
6 - (Esaf/AFTN/1996) Quando uma lei ou alguns de seus artigos são declarados 
definitivamente inconstitucionais pelo STF são retirados do ordenamento jurídico, 
a) pela publicação do acórdão do STF no DOU 
b) por lei complementar 
c) por resolução do Senado 
d) por decreto legislativo 
e) por medida provisória 
 
7 - (Esaf/AFTN/1996) Sobre os decretos executivos federais, podemos afirmar 
que são: 
a) veículos normativos privativos do legislativo para aprovação, entre outras 
coisas, dos tratados e convenções internacionais celebrados pelo Presidente da 
República; 
b) atos normativos de competência privativa do Presidente da República com força 
de lei, próprios para o aumento das alíquotas do IPI, IE, IR e IOF; 
c) veículos normativos do Presidente da República para aprovação entre outras 
coisas, dos tratados e convenções internacionais celebrados pelos ministros de 
estado; 
d) veículos normativos com força de lei idôneos para instituírem impostos 
extraordinários na iminência ou no caso de guerra externa; 
e) veículos normativos que prestam à aprovação dos regulamentos dos impostos 
federais. 
 
8 – (Esaf/Agente Tributário Estadual de MS/2001) Compete ao Senado Federal, 
mediante Resolução, aprovada pela maioria absoluta de seus membros: 
a) Fixar as alíquotas máxima e mínima dos impostos sobre a importação e a 
exportação. 
b) Estabelecer as alíquotas do ICMS, aplicáveis às operações e prestações 
interestaduais e de exportação. 
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c) Autorizar os Estados a darem caráter de não-cumulatividade ao imposto sobre 
transmissão causa mortis e doação de bens e direitos. 
d) Autorizar a União a estabelecer impostos extraordinários por motivo de guerra. 
e) fixar as alíquotas e a base de cálculo do imposto territorial rural. 
 
9 – (Esaf/Agente Tributário Estadual de MS/2001) Os tratados e as convenções 
internacionais que disponham sobre matéria tributária 
a) submetem-se à legislação tributária interna 
b) revogam ou modificam a legislação tributária interna, mas não serão 
observados pela que lhes sobrevenha 
c) não têm eficácia se contrários à legislação tributária interna 
d) terão suas cláusulas modificadas para serem aplicados no Brasil, adaptando-se 
à legislação interna 
e) modificam ou revogam a legislação tributária interna, e serão observados pela 
que lhes sobrevenha 
 
10 – (Esaf/AFRF/2002) 
• Segundo o Código Tributário Nacional (CTN), os tratados internacionais 
precisam serobservados pelo legislador, que, assim, não poderá alterá-los por 
normas com eles incompatíveis? 
• À luz do CTN, os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas 
podem ser considerados como “legislação tributária”? 
• Decretos podem instituir impostos autorizados pela Constituição? 
a) Sim, Sim, Sim 
b) Sim, Sim, Não 
c) Sim, Não, Sim 
d) Não, Não, Não 
e) Não, Sim, Não 
 
11 - (Esaf/AFRF/2002) Segundo decorre da Constituição, especialmente depois 
da redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001, pode(m) ser objeto 
de medida provisória 
a) normas sobre limitações constitucionais ao poder de tributar. 
b) matéria tributária disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso 
Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. 
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c) majoração de imposto de renda, quando, embora convertida em lei no mês de 
janeiro seguinte, tenha sido aprovada antes do início do exercício em que será 
cobrada. 
d) aquela que constitua reedição, na mesma sessão legislativa, de outra que não 
tenha sido rejeitada, mas apenas perdido sua eficácia por decurso de prazo. 
e) matéria tributária não sujeita a restrição em razão do processo legislativo. 
 
12 - (ESAF/AFRF/2002) O Acordo para Isenção de Impostos Relativos à 
Implementação do Projeto do Gasoduto Brasil-Bolívia, celebrado entre o Governo 
da República Federativa do Brasil e o Governo da República da Bolívia, em 
Brasília, em 5 de agosto de 1996, se obedeceu aos comandos constitucionais, foi 
aprovado por 
a) lei ordinária. 
b) lei complementar. 
c) lei delegada. 
d) decreto legislativo. 
e) resolução do Senado Federal. 
 
13 - (Esaf/TRF/2002) São normas complementares das leis, dos tratados e das 
convenções internacionais e dos decretos: 
a) os atos normativos expedidos pelo Congresso Nacional e pelo Supremo 
Tribunal Federal. 
b) as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, 
sempre que despidos de eficácia normativa. 
c) as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas. 
d) os Acordos Internacionais. 
e) os Convênios que entre si celebrem as Partes Contratantes no âmbito da Aladi 
e do Mercosul. 
 
14 - (ESAF/COMEX/1998) Não é matéria de lei complementar 
a) o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades 
cooperativas 
b) a definição de tributos e de suas espécies 
c) a instituição de empréstimo compulsório 
d) a disciplina do regime de compensação do ICMS 
e) a determinação de medidas para que os consumidores sejam esclarecidos 
acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços 
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15 -(Esaf/Fiscal Tributos Estaduais Pará/2002) Prestam-se a adensar a 
disciplina constitucional conferida ao sistema tributário e a criar certos tributos: 
a) normas complementares 
b) decretos 
c) tratados internacionais 
d) leis ordinárias 
e) leis complementares 
 
16 - (Esaf/Fiscal Tributos Estaduais Pará/2002) No Brasil, persiste controvérsia 
doutrinária sobre se, por meio de leis delegadas, podem ser instituídos tributos. A 
Constituição Federal, todavia, veda expressamente a utilização de tais normas 
jurídicas para a criação de: 
a) taxas 
b) contribuições de melhoria 
c) empréstimos compulsórios 
d) contribuições sociais 
e) pedágios 
 
17 - (Esaf/Fiscal Tributos Estaduais Pará/2002) Os acordos sobre dupla 
tributação internacional, como todos os tratados que requerem aprovação 
congressional, começam a vigorar no ordenamento jurídico interno brasileiro 
a) com a aprovação do projeto de acordo internacional pelo Congresso Nacional, 
que o faz por meio de decreto legislativo. 
b) com o início da vigência dos decretos que os promulgaram. 
c) com a troca dos instrumentos de ratificação. 
d) com a assinatura do projeto de acordo internacional. 
e) com a rubrica do texto convencional, feita pelos chefes das delegações 
nacionais. 
 
GABARITO 
1 − letra “a”; 2 – letra “c”; 3 – letra “e”; 4 – letra “b”; 5 – letra “a”; 6 – letra “c”; 7 – 
letra “e”; 8 – letra “b”; 9 – letra “e”; 10 – letra “b”; 11 – letra “e”; 12 – letra “d”; 13 – 
letra “c”; 14 – letra “e”; 15 – letra “e”; 16 – letra “c”; 17 – letra “b”. 
Até a próxima.

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