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INTERAÇÃO GENÓTIPO X AMBIENTE (GxE) • Ambiente é considerado as condições edafoclimáticas, associadas a práticas culturais, ocorrência de patógenos e outras variáveis que afetam o desenvolvimento das plantas. • Ambiente é constituído de todos os fatores que afetam o desenvolvimento das plantas que não são de origem genética. • Como se comporta uma variedade em diferentes ambientes? • A mesma Variedade cultivada em diferentes ambientes podem ter desempenhos relativos distintos. • Uma variedade pode ser extremamente produtiva em um ambiente, enquanto outra mais adaptada a outro ambiente não sobressai neste. • Qual a definição de GxE? • A alteração na performance relativa dos genótipos, em virtude de diferenças de ambiente, denomina-se interação genótipo x ambiente (G X E). • Com isso a resposta fenotipica de cada genótipo as variações de ambiente é, em geral, diferente e reduz a correlação entre o fenótipo e o genótipo. • A interação GxE é ruim? • A primeira preocupação que se deve ter ao iniciar um programa de melhoramento é definir o objetivo. • Desenvolvimento de variedades produtivas em um amplo espectro de ambientes ou de uma variedade altamente adaptada a ambientes específicos. • No primeiro caso devem-se preferir situação em que exista pequena interação G x E, • No segundo, de grande interação G x E. Se uma variedade é superior em ambientes muito específicos, mas apresenta comportamento medíocre em outros, ela será de pequeno valor. • Microambiente: É caracterizados por uma área limitada. • Macroambiente: Duas regiões ou duas ou dois anos agrícola. • A interação G x E é um importante e desafiante fenômeno para melhorista e agrônomo que atuam nos testes comparativos e na recomendação de variedades. • Quando maior a diversidade genética entre os genótipos e entre os ambientes, de maior importância será a interação GxE. • As plantas podem ajustar a variação do ambiente pela sua plasticidade fenotípica. • As plantas podem apresentar efeitos tamponantes em duas situações. • i) Quando a variedade é composta por um número de genótipos e cada um deles é adaptado a um microambiente em particular. • ii) Quando os indivíduos são tamponados de forma que cada membro da população se adapte bem a vários ambientes. • Se a interação GxE for significativa, o melhorista precisa adotar critérios para a interpretação dos dados. • É importante saber se a interação resultou da alteração na ordem de mérito dos genótipos de um ambiente para outro ou de uma simples alteração na magnitude das diferenças entre os genótipo. Principais Causas da Interação GxE • Fatores previsíveis • Fotoperíodo • Tipo de solo • Fertilidade do solo • Toxicidade por alumínio • Época de semeadura • Práticas agrícolas • Fatores imprevisíveis • Distribuição pluviométrica • Umidade relativa do ar • Temperatura atmosférica e do solo • Patógenos • Insetos • No Brasil, a soja é cultivada em considerável diversidade de ambientes, desde as altas latitudes (Sudeste e Sul) até baixas latitudes (Centro-Oeste, Nordeste e Norte). • A seleção de genótipos com alta produtividade de grãos e elevados teores de proteínas e óleo é o principal objetivo dos programas de melhoramento genético. • Assim, por representarem caracteres cuja variação é continua (caracteres quantitativos), suas expressões fenotípicas resultam não só dos efeitos genotípicos (G), mas também dos efeitos ambientais (E) e das interações genótipos x ambientes (G x E) (Rocha, 1998). • A interação G x E é um componente da variação fenotípica resultante do comportamento diferencial apresentados pelos genótipos, quando submetidos a mais de um ambiente. • Sua magnitude na expressão fenotípica do caráter pode reduzir a correlação entre o fenótipo e genótipo, influenciando a variância genética e, por sua vez, parâmetros dependente desta, como herdabilidade e ganho genético com a seleção (Rocha & Vello, 1999). • A variação fenotípica resulta da ação conjunta do genótipo, do ambiente e da interação entre o genótipo e o ambiente (Allard, 1971). • Esse último componete reflete as diferentes sensibilidades dos genótipos às variações ambientais (Falconer & Mackay, 1996), resultando em mudanças no desempenho relativo dos genótipos (Fehr, 1987). • As interações de genótipos x ambientes (G x E) podem surgir por duas razões: • A)por diferentes respostas de igual conjunto gênico em diferentes ambientes (Cockerham, 1963). Quando um mesmo conjunto de genes se expressa em diferentes ambientes, a diferença nas respostas pode ser explicada pela heterogeneidade das variâncias genéticas e experimentais ou por ambas. • B) Quando diferentes conjuntos de genes se expressam em ambientes distintos, as diferenças nas respostas explicam-se por uma inconsistência das correlações genéticas entre os valores de um mesmo caráter em dois ambientes (Falconer, 1989). • As seleções de genótipos superiores são efetuadas com base em observações obtidas a partir do fenótipo em relação ao caráter sob seleção (Mauro, 1991; Carneiro, 1998). • O fenótipo é o resultado dos efeitos genéticos e daqueles devidos aos ambientes, aos quais o genótipo foi exposto durante o seu desenvolvimento. • A resposta diferenciada dos genótipos nos vários ambientes, conhecida com interação de genótipos com o ambiente – G x E (Eberhat & Russel, 1966) é um fenômeno natural que faz parte da evolução das espécies. Seus efeitos permitem o aparecimento de genótipos estáveis e aptos a vários ambientes. • A interação G x E é de natureza genética, mas não no sentido usual, e sim em decorrência de instabilidades das manifestações genotípicas entre ambientes. • Dessa forma, o comportamento dos genótipos em relação ao ambiente, tem merecido especial atenção por parte dos melhoristas, pois interfere nos processos de seleção. • Por essa razão, torna-se importante o conhecimento preciso dessas estimativas, bem como sua utilização na determinação da estabilidade fenotípica das diferentes variedades (Vencovsky & Barriga, 1992). • Quando os testes de avaliação dos genótipos são conduzidos em um só ambiente, a variância genética pode ficar superestimada, ou seja, pode conter componentes da interação G x E. Sua magnitude na expressão fenotípica do caráter pode reduzir a correlação entre fenótipo e genótipo, influenciando a variância genética e, por sua vez, parâmetros dependentes desta, como herdabilidade e ganho genético esperado com a seleção (Rocha & Vello, 1999). • Burton (1997), enfatizando os meios para melhorar a eficiência dos métodos de melhoramento, inclui entre eles, o desenvolvimento de métodos para manejar as interações G x E de forma que as herdabilidades para produtividades sejam aumentadas. • Toledo et al. (2000) também comentam que a baixa herdabilidade do caráter e os consideráveis níveis de interação G x E exigem que a avaliação da produtividade seja criteriosamente realizada para haver processo genético por seleção. • Vencovsky & Barriga (1992) relatam que não basta apenas detectar a presença de interações, deve-se também considerar a sua natureza. • Assim, a interação G x E pode ser simples (não causa mudanças na classificação dos genótipos entre ambientes). • A interação simples indica a presença de genótipos adaptados a uma ampla faixa de ambientes; assim, a recomendação de cultivares pode ser feita de forma generalizada. • A interação relacionada à parte simples é proporcionada pela diferença de variabilidade entre genótipos nos ambientes • complexa (quando altera a classificação dos genótipos entre ambientes). • A interação complexa indica a presença de materiaisadaptados a ambientes particulares (Ramalho et al., 1993). • A interação complexa, pela falta de correlação nos desempenhos médios dos genótipos entre ambientes (Cruz & Castoldi, 1991). • Metodologias têm sido propostas no sentido de atenuar os efeitos da interação G x E. • Pode-se proceder ao zoneamento ecológico ao a estratificação de ambientes (estratificação da região em sub-regiões onde a interação seja não significativa), • Identificação de genótipos com adaptação a ambientes específicos e a identificação de genótipos com ampla adaptação ou estáveis (Ramalho et al., 1993).
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