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RESENHA SOBRE PSICOLOGIA JURÍDICA

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁTRABALHO DO CURSO DE Psicologia
PSICOLOGIA JURÍDICA NO BRASIL
 Aluna: Maria Gabriela Souza Carriço 
 Matricula: 201502027747
Psicologia Jurídica no Brasil
 Passaremos a tratar agora de um estudo sobre um artigo de autoria de Vivian de Medeiros LAGO¹, Paloma AMATO¹, Patrícia Alves TEIXEIRA¹, Sonia Liane R. ROVINSKI² e Denise Ruschel BANDEIRA¹; onde as autoras buscam demonstrar a atual conjuntura da Psicologia Jurídica no Brasil, apresentando suas aplicações, os principais campos de atuação e um resumo das principais tarefas desempenhadas pelo psicólogo em cada um deles.
 Um segundo objetivo foi proposto pelas autoras, que intencionaram que tal trabalho servisse como “referencial teórico” para a disciplina de Psicologia Jurídica. Discute-se no referido artigo as principais áreas de interface entre Psicologia e Direito; a saber: Direito da Criança e Adolescente, Direito de Família, Direito Civil, Direito Penal e Direito do Trabalho. Elas apontam ainda questões referentes à Formação Acadêmica e as novas possibilidades de atuação na área da Psicologia Jurídica, indicando desta forma as futuras perspectivas sobre o assunto.
 “A história da atuação de psicólogos brasileiros na área da Psicologia Jurídica tem seu início no reconhecimento da profissão, na década de 1960. Tal inserção deu-se de forma lenta e gradual, muitas vezes de maneira informal, por meio de trabalhos voluntários.”
 “Os primeiros trabalhos ocorreram na área criminal, enfocando estudos acerca de adultos criminosos e adolescentes infratores da Lei (Rovinski, 2002).”
 Como vimos, a inserção da Psicologia no Jurídico brasileiro deu-se de forma muito tímida, o que é lamentável, haja vista a importância da junção dessas duas áreas tão distintas e, ao mesmo tempo, tão intimamente ligadas; onde a área jurídica necessita, quase que constantemente, de uma avaliação pericial realizada por um profissional da área de Psicologia, tendo em vista os envolvidos em processos judiciais se tratarem de seres humanos, o que leva os psicólogos a demonstrarem o quão importante se faz o estudo e avaliação da “psique” de tais elementos, auxiliando – em muito – dessa forma, o julgamento realizado pelos magistrados em seus tribunais.
¹ - Universidade Federal do Rio G. do Sul. Instituto de Psicologia, Programa de Pós Graduação em Psicologia. Rua Ramiro Barcelos, 2600, Sala 120, Santana, 90035-003, Porto Alegre, RS, Brasil.
² - Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul – Porto Alegre/RS, Brasil.
 Apesar da importância observada na atuação da Psicologia aplicada ao direito Penal, outras áreas demonstraram existir a demanda pelo trabalho dos psicólogos.
 Vejamos:
DIREITO CIVIL
- Direito da Infância e do Adolescente
- Direito da Família
- Direito do Trabalho
 Podemos notar que essa aproximação das duas áreas, apesar de ter se dado de maneira lenta vem, nos dias de hoje, se tornando mais próximas e expandindo sua interligação às mais diversas áreas do Direito.
 Outro enfoque importante observado no artigo em questão foi a Formação Acadêmica. A disciplina de Psicologia Jurídica hoje já se tornou de caráter compulsório nos cursos de Direito, embora ainda com sua carga horária bastante reduzida; e ainda não oferecida em todos os cursos de Psicologia, onde a matéria, em muitas instituições universitárias, é oferecida como ‘opcional’.
 Com relação aos campos de atuação dos Psicólogos na área jurídica, as autoras demonstraram que existe uma predominância na confecção de laudos, pareceres e relatórios, o que oferece subsídios aos magistrados, mas somente “subsídios”, nunca determinando o resultado final dos julgamentos dos processos judiciais, função essa que continua sendo única e exclusiva dos Juízes.
 Pelo fato das ações serem ajuizadas em varas diferenciadas optou-se por se fazer a seguinte divisão:
PSICÓLOGO JURÍDICO E O DIRETO DE FAMÍLIA
- Separação e Divórcio: os processos de separação e divórcio que envolvem a participação dos psicólogos são na sua maioria litigiosos.
- Regulamentação de visitas: o Psicólogo Jurídico contribui por meio de avaliação com a família, sugerindo ao juiz as medidas que podem ser tomadas.
- Disputa de guarda: nesses casos os juízes podem solicitar uma avaliação psicológica para que se avalie qual dos genitores tem melhores condições de exercerem o direito da guarda.
PSICÓLOGO JURÍDICO E O DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
- Adoção: os psicólogos participam do processo de adoção por meio de uma assessoria constante junto as famílias adotivas, tanto antes quanto depois da colocação da criança.
- Destituição do poder familiar: o papel do psicólogo nesses casos é fundamental. É preciso considerar que a decisão de separar uma criança de sua família é muito séria, pois desencadeia uma série de acontecimentos que afetarão, em menor ou maior grau, toda a sua vida futura.
- Adolescentes autores de atos infracionais: os psicólogos que desenvolvem seu trabalho junto aos adolescentes infratores devem lhes propiciar a superação de sua condição de exclusão, bem como a formação de valores positivos de participação na vida social.
PSICÓLOGO JURÍDICO E O DIREITO CIVIL
- O psicólogo atua nos processos em que são requeridas indenizações em virtude de danos psíquicos e também nos casos de interdição judicial.
1- Dano Psíquico: o Dano Psíquico pode ser definido como sequela, na esfera emocional ou psicológica, de um fato particular traumatizante. (Evangelista & Menezes, 2000). Cabe ao psicólogo, de posse do seu referencial teórico e instrumental técnico, avaliar a real presença desse dano.
2- Interdição: é a incapacidade do exercício, por si mesmo, dos atos da vida civil. À justiça interessa saber se a doença mental de que o paciente é portador o torna incapaz de reger sua pessoa e seus bens. (Monteiro, 1999).
PSICÓLOGO JURÍDICO E O DIREITO PENAL
- O psicólogo pode ser solicitado a atuar como perito para averiguação de periculosidade, das condições de discernimento ou sanidade mental das partes em litígio ou e julgamentos. (Arantes, 2004)
A criação da lei de Execução Penal, em 1984, foi um marco no trabalho dos psicólogos no sistema prisional, pois a partir dela, o cargo de psicólogo passou a existir oficialmente (Carvalho, 2004). Com o passar dos anos houve a ampliação do atendimento multidisciplinar que passou a reunir as diferentes habilidades técnicas em prol de uma prestação de serviços com maior qualidade aos pacientes. Assim, o Setor de Psicologia foi alcançando sua independência e autonomia dentro dos Institutos Psiquiátricos Forenses.
PSICÓLOGO JURÍDICO E O DIREITO DO TRABALHO
- O psicólogo pode atuar como perito em processos trabalhistas. A perícia a ser realizada nesses casos serve como uma vistoria para avaliar o nexo entre as condições de trabalho e a repercussão na saúde mental do indivíduo.
OUTROS CAMPOS DE ATUAÇÃO
 - Vitimologia
 - Psicologia do Testemunho
 Como pudemos avaliar grande é o desafio dos profissionais da área de Psicologia, para que, a fim de suplantar o grande atraso ocorrido na inserção da Psicologia na área jurídica, possam estar cada vez mais inseridos nos estudos, pesquisas e discussões sobre a função do Psicólogo na Área do Direito. Para isso, torna-se fundamental para que as instituições de ensino superior que ministram o curso de Psicologia invistam, cada vez mais, na promoção de eventos, encontros, palestras e seminários, tomando como tema a Psicologia Jurídica, e ainda, que ampliem as áreas de pesquisa e tornem, a exemplo do Curso de Direito, compulsória a inclusão de tal disciplina nos cursos regulares de Psicologia.
 Há de se destacar - e parabenizar – o ótimo trabalho das autoras que
demonstraram com clareza e exatidão, toda a evolução da inclusão da Psicologia Jurídica na área do Direito.
 Esperamos que, num futuro próximo, advogados, promotores e magistrados possam, cada vez mais, fazer uso dos préstimos profissionais dos psicólogos brasileiros.

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