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ESTÉTICA EM PLATÃO E KANT
Estética – significa sensação, sentimento
Poética – parte de gêneros artísticos constituídos
Estética “analisa o complexo das sensações e dos sentimentos, investiga sua integração nas atividades físicas e mentais do homem, debruçando-se sobre as produções (artísticas ou não) da sensibilidade, com o fim de determinar suas relações com o conhecimento, a razão e a ética”.
Problema do gosto: nossos juízos de valor e preferências quanto às coisas sensíveis são meramente subjetivos e arbitrários?
As regras de gosto seriam meras convenções, normas impostas pela autoridade de grupos ou indivíduos?
Há no gosto um elemento racional ou uma capacidade autônoma de perceber e julgar?
PLATÃO
Dentro de uma visão onde há uma função instrumental da arte, “a experiência estética e a arte não teriam um estatuto autônomo, e sim preencheriam uma função determinada por necessidades alheias à arte”.
 
Na Antiguidade - As coisas belas estavam ligadas aos cultos religiosos, políticos e sociais, às práticas da vida cotidiana e às técnicas que sustentavam a sobrevivência ou a conquista do espaço vital – arte como função socialmente importante.
Época clássica – educação grega – ideia de uma convergência do valor estético com os valores éticos (utilidade social e política).
Platão reflete sobre a tradição popular tipicamente grega que associa espontaneamente o belo e o bem – vínculo natural entre beleza e o bem.
Sócrates acrescenta que esse elo não é dado, estabelece-se com vistas à utilidade, ou seja, é referido a uma finalidade.
Gregos – apego à beleza concreta; agradáveis, desejáveis, úteis e proveitosas, moralmente boas ou não;
- ideal de BELO;
- costumes ao mesmo tempo religiosos, políticos e linguísticos.
Platão faz uma investigação filosófica do BELO numa perspectiva abstrata.
Metafísica de Platão – inteiramente uma estética – experiências – alinha os opostos correspondentes: modelo e cópia, ser e aparência, ideia e imitação;
- analogia que permite pensar a “outra” realidade das ideias metafísicas.
Todo o mundo físico, vivo, como uma “imitação” de um modelo imaterial e metafísico: a ideia – realidade sensível e seu além metafísico.
A estética de Platão constitui muito mais uma doutrina normativa com nítidos traços sociocríticos, éticos e políticos do que uma estética.
“domínio técnico” e a “arte” como inovação e criação – para Platão, possível degradação que ameaçaria o pensamento claro, a moral e os bons costumes.
Platão não recusa a arte em si, mas a sua banalização nas formas hedonísticas.
Platão seria extremamente racional, eliminando a dimensão poética.
atitude negativa de Platão com relação à arte - jogo retórico intencional: “pode distinguir, de um lado, o enigma imprevisível da arte e o efeito incalculável da experiência estética e, de outro, as operações discursivas regradas”.
O discurso filosófico repousa sobre um sistema de argumentos e demonstrações que podem ser comprovados, ao passo que o saber poético surge repentinamente como uma inspiração, atribuída a um dom divino ou uma possessão por um deus, isto é, a intervenções que o homem não pode controlar e que permanecem inacessíveis às formas regradas do conhecimento humano.
Segundo Platão, por essa elevação ser sagrada, incontrolável, pode ser fingida e, com isso, degradada por charlatões que exploram a credulidade e as paixões. E à essa inspiração divina do entusiasmo, Platão opõe os discursos racionais que refletem verdadeiros raciocínios e coerência linguística.
Platão qualifica, numa nova formulação teórica, a disciplina da investigação científica e filosófica que produz verdades seguras, em oposição à poesia que sempre tende a degradar a pureza das revelações divinas em dúbias seduções que espreitam nossas paixões sensuais.
Por isso Platão denuncia os “excessos” espetaculares da tragédia, os exageros histriônicos na recitação e na dança, os traços decorativos na pintura e o sensacionalismo das perspectivas na cenografia. Pela primeira vez no pensamento ocidental surge uma distinção clara entre aparência e falsa aparência, separando os modelos verdadeiros e superiores (que procuram captar algo da ideia eterna) dos engodos cujos aspectos prazerosos encobrem o erro e a perversidade.
No molde da metafísica, a estética de Platão equivale a um discurso crítico e a uma disciplina imposta às práticas de arte.
- a imitação ou representação é alvo de admiração e suspeita e, nessa ambivalência, fornece um motor poderoso para a metafísica platônica, fazendo dela uma metafísica da representação.
A todo momento o discurso de Platão parte de um sistema de analogias e diferenças (proporções aparentes e reais, harmonia fenomenal e real, prazer e virtude, ilusão e retidão, bem e mal, feio e belo), vinculando noções estéticas e éticas (por isso não é uma experiência estética autônoma, porque está vinculada à moral e à ética, diferente da experiência estética apresentada por Kant).
A imitação não é negada, as categorias de representação artística fornecem a Platão a possibilidade de elaborar a distinção entre a boa e a má representação.
O critério fundamental que Platão procura na sua reflexão sobre a arte é a separação da experiência estética das inúmeras formas de divertimento hedonístico.
KANT (1790)
Juízo de gosto:
- hierarquia que subordina a experiência sensível à cognitiva, racional e ética
- ilumina a contribuição da imaginação para as atividades cognitivas
- reconhece que a capacidade da imaginação, que seleciona conjunto de dados da experiência sensível, oferecendo-os à avaliação cognitiva, repousa sobre uma faculdade autônoma a priori (isto é, não empírica, não determinada pela sensibilidade)
- visão da experiência estética como atividade autônoma.
Mérito da estética de Kant: “capacidade de livrar-se da maioria dos pressupostos históricos e dos conceitos (ou preconceitos) culturais que pesam sobre o belo e a arte.”
Distinção entre belo natural e belo artístico.
Análise da experiência estética subjetiva e das relações desta com a sensibilidade, o conhecimento e a razão prática.
Estatuto da experiência estética – prazer subjetivo.
Kant Crítica do Juízo – concepções empíricas, cognitivas e intelectuais X pragmáticas e éticas que “acomodam a experiência estética e a artística numa posição de dependência e subordinação às faculdades racionais e intelectuais ‘superiores’”.
O diferencial de Kant é que ele não opõe a sensibilidade e a razão numa hierarquia, analisa a função que a imaginação (que seleciona as percepções sensíveis) preenche na atividade do entendimento. Não relega a imaginação a uma fantasia da sensibilidade confusa, e sim a integra como partícipe autônoma na própria atividade racional.
“Isto é belo!” – é o seu ponto de partida. Não considera como “manifestação de um entusiasmo emocional, psicológico ou patológico”.
Kant coloca a frase “Isto é belo!” no âmbito de um juízo que concede ao gosto o direito de ser analisado no mesmo nível em que os outros juízos (lógico ou ético).
Juízo de gosto – “capacidade imediata de distinguir e refletir, ou seja, este juízo não é uma resposta automática da nossa sensibilidade ou da nossa mente”.
“o prazer estético é algo diferente da satisfação sensível (biológica) e da cognitiva. Também não coincide com o conhecimento de ter cumprido o dever ético” (exatamente por isso que ganha uma dimensão autônoma).
“Na experiência estética, o sentimento imediato da beleza opera com a abertura de um espaço que nos libera da submissão mecânica às regras do entendimento, do dever ético e das demandas do desejo sensível” (autonomia).
Originalidade de Kant – “postular no juízo de gosto puro um prazer e uma reivindicação de universalidade” – não é apenas o prazer com algo que lhe agrada, há uma reivindicação implícita: “a de que essa relação subjetiva de prazer diante da beleza seja válida universalmente para todos os seres racionais (nisso ela difere do agradável, do bom e do verdadeiro, que dependemdo objeto).
	JUÍZO DE GOSTO
	MEIO-TERMO
	DOGMATISMO
	- não há um sentimento que o determine
- não há um juízo racional (cognitivo ou ético) que determinam o sentimento
	Empirismo (como os dados empíricos determinam o conhecimento e a ação)
	Prima o intelecto sobre a experiência
Juízo de gosto – há um sentimento de juízo – experiência estética onde “o próprio juízo (razão) está acomodado numa matriz de sentimentos prazerosos e é nesta matriz que surge um espaço-tempo, uma ‘dimensão’ (...) que fornece ao sujeito uma liberdade que não existe nas outras formas de juízo” (argumento que justifica a dimensão autônoma da experiência estética formulada por Kant. Na dimensão platônica, por estar vinculada à ética e à moral, a experiência estética não tem essa liberdade, essa autonomia).
O juízo de gosto puro – não é determinado por interesses psicológicos, biológicos, lógicos ou éticos. É desinteressado, o que não significa apatia ou altruísmo; nem indiferença ou neutralidade. “Indica um estado não constrangido pelo interesse de conhecer ou ter, um estado de espírito que tampouco se deixa constranger pela vontade ética de realizar o bem”. É uma prazer subjetivo, não uma qualidade objetiva do objeto.
Relação livre e sem interesses – ausência de conceitos – “um estado que suspende os interesses do corpo (apetite sensorial ou hedonístico), do entendimento (interesse cognitivo) e da razão (zelo ético pelo bem)” – sem categorias ou esquemas do pensamento consciente, sem negá-los.
O sentimento do belo não surge do entendimento, não remete a impressões sensoriais que a imaginação combinaria arbitrariamente sem respeito às regras do entendimento.
O juízo estético é sem conceito na medida em que se sustenta no “livre jogo” entre imaginação e entendimento, onde o belo é representado como objeto de um prazer universal, como algo que pode ser comunicado a outros seres (comunicação requer conteúdos e conceitos – aparente contradição). O juízo estético não se fixa nem se determina em um conceito.
Na relação com o belo, a subjetividade ultrapassa a mera particularidade e revela a pura condição subjetiva do conhecimento em geral.
A experiência do belo é em si mesma o seu próprio fim, sem que ocorra a representação conceitual desse fim; o prazer como o próprio fim (autonomia da experiência estética)
O próprio prazer é a consciência de uma finalidade puramente formal, sem conteúdo específico, nada de ordem intelectual, moral ou sensorial constitui o prazer estético puro – prazer sem fim determinado.
“O que é belo necessariamente agrada, independentemente de qualquer relação com os conceitos, isto é, sem consideração pelas categorias do entendimento”.
Completa fusão de sensibilidade e intelecto no juízo estético.
A dimensão subjetiva do juízo é o prazer que não pode tornar-se conhecimento – juízo de gosto é o que se apraz sem conceito; juízo estético se dá na imediatez do sentimento (pura subjetividade).
Juízo de gosto puro transcende a subjetividade – prazer desinteressado que concilia a faculdade de conhecer e a de desejar.
Considerações finais sobre as interpretações da estética de Kant:
- localizar a beleza não no objeto, mas na experiência do juízo de gosto que coincide com um prazer.
- o poeta pode considerar a beleza como bela aparência, que tem a consistência de uma sombra “porque a beleza não é um atributo do objeto” (completamente diferente da concepção de Platão)
 - o aparecer fugaz da beleza não é uma mera ilusão – noção de liberdade – repercussão moral
- ideia estética de Kant: pensamentos que não cabem no entendimento; indeterminada, mas não imprecisa.
- “sua universalidade diz respeito ao estado subjetivo do prazer, que pode ser comunicado a todos os outros seres racionais, enquanto esse estado é a condição subjetiva que torna possível o conhecimento em geral”.

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