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DIREITO PENAL – PONTO 02
A lei penal: características; fontes; interpretação; vigência e aplicação. Lei penal no tempo e no espaço. Imunidade. Condições de punibilidade. Concurso aparente de normas. Crimes contra a Administração Pública. Crimes de responsabilidade. Crimes de abuso de autoridade. Crimes nas licitações e contratos da Administração Pública. 
A Lei Penal
Características
Princípio da legalidade: (pilar do garantismo) art. 1º do CP (Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal – constitui uma real limitação ao Poder Estatal de interferir na esfera de liberdades individuais (art. 5º, XXXIX, CF - XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;). Em síntese é uma contenção ao poder punitivo (art. 9º da CADH – ninguém poderá ser condenado por atos ou omissões que, no momento em que foram cometidos, não constituam delito, de acordo com o direito aplicável. Tampouco poder-se-á impor pena mais grave do que a aplicável no momento da ocorrência do delito. Se depois de perpetrado o delito, a lei estipular a imposição de pena mais leve, o delinqüente deverá dela se beneficiar.).
	
	Diferença entre princípio da legalidade e da reserva legal:
	1ª corrente: diz que princípio da legalidade é sinônimo de reserva legal.
	2ª corrente: diz que não se confundem. Na legalidade (lei em sentido amplo – todas as espécies normativas do art. 59, CF). Já a reserva legal (lei em sentido estrito – abrangendo lei ordinária e lei complementar). Assim, para essa corrente o art. 1º adota o princípio da reserva legal (FMB).
	3ª corrente: diz que princípio da legalidade é reserva legal + anterioridade. Assim, o art. 1º adotou o princípio da legalidade (Fernando Capez). Esta é a corrente que prevalece.
	Esse princípio é a viga mestra para o garantismo.
O princípio da legalidade constitui uma real limitação ao poder estatal de interferir na esfera de liberdades individuais (garantia do indivíduo contra o Estado, jamais pode ser usado pelo Estado contra o indivíduo). Este princípio está previsto no art. 5°, XXXIX da CF, no art. 1° do CP e na Convenção Americana sobre Direitos Humanos (CADH) no art. 9°, Estatuto de Roma art. 22 e 23. 
Origem do princípio da legalidade:
1° corrente: o princípio da legalidade nasceu no Direito Romano;
2° corrente: nasceu na Carta de João Sem Terra (1215). 
3° corrente: nasceu no Iluminismo, tendo sido recepcionado pela Revolução Francesa. (prevê reserva legal + anterioridade - Cesare Becaria).
Fundamentos:
1°) Político: exigência de vinculação do Executivo e Judiciário à leis formuladas de forma abstrata. Impede o poder punitivo com base no livre arbítrio. 
2°) Democrático: respeito ao princípio da divisão de poderes/funções. Só o Parlamento, representante do povo, pode criar crimes.
3°) Jurídico: uma lei prévia e clara produz importante efeito intimidativo. 
	
É aplicável às contravenções penais? 
		R.: A doutrina pacificamente entende que onde o art. 1º escreve crime é infração penal. 
É aplicável às Medidas de Segurança? 
	R.: A 1ª corrente considera a finalidade da MS (curativa) e não punitiva, não está submissa ao princípio da legalidade (Francisco de Assis Toledo); 2ª corrente diz que sendo espécie de sanção penal submete-se ao princípio da legalidade (onde escreve pena quis dizer sanção penal), porém pena e medida de segurança são institutos diferentes, porém ambas soa espécies de sanção penal. É a majoritária.
OBS.: O art. 1° dever ser lido: “Não há infração penal sem lei que o defina, nem sanção penal sem prévia cominação legal.”
OBS.: O art. 3° do CPM não obedeceu o princípio da legalidade, visto que apesar de respeitar a reserva legal não respeita a anterioridade, vez que admite a aplicação da lei não vigente a época do fato, mas a época da sentença e até mesmo vigente a época da execução, assim, não foi recepcionado pela CF/88.
OBS.: Princípio da legalidade para ser garantia do cidadão deve começar dizendo que não há crime ou pena sem lei (em seu sentido restrito – ordinária e complementar). Assim, medida provisória (ato normativo com forca normativa) não cria crime, porque não é lei em sentido estrito. Assim, direito penal incriminador não pode ser objeto de medida provisória. 
Mas pode legislar sobre direito penal não incriminador?
	1ª corrente: não, seja ele incriminador ou não - art. 62, § 1º, I, b, CF (majoritária pela doutrina);
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
        § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
        I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
        b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
	2ª corrente: entende que pode ser objeto de medida provisória se tratar de direito penal não incriminador (LFG), em favor do réu. Um exemplo é o Estatuto do Desarmamento (Lei nº. 11.706), tendo a MP prorrogado o período para licenciamento da arma de fogo. É o entendimento do STF. O STF no RE 254.818-PR, discutindo os efeitos benéficos trazidos pela MP 1571/97 (permitiu o parcelamento de débitos tributários e previdenciários, com efeitos extintivos da punibilidade) proclamou sua admissibilidade em favor do réu.
Pela importância do tema, segue a ementa do referido julgado:
	Medida provisória: sua inadmissibilidade em matéria penal - extraída pela doutrina consensual - da interpretação sistemática da Constituição -, não compreende a de normas penais benéficas, assim, as que abolem crimes ou lhes restringem o alcance, extingam ou abrandem penas ou ampliam os casos de isenção de pena ou de extinção de punibilidade.	
Resolução do TSE, CNJ, CNMP pode versar sobre direito penal?
	R.: Não pois não é lei em sentido estrito, portanto não pode versar sobre direito penal.
	Lei delegada pode versar sobre direito penal (incriminador ou não incriminador)?
	R.: Art. 68, § 1°, II da CF – Não. a vedação do artigo está na expressão “direitos individuais”, visto que direito penal é eminentemente individual.
Princípio da legalidade – para ser garantia do cidadão contra a ingerência arbitrária do Estado, a lei deve ser:
Anterior – aos fatos que busca incriminar (veda-se a retroatividade maléfica). Ex.: art. 213 do CP passou a tipificar o antigo estupro e o atentado violento ao pudor como figura única, ou seja, foram reunidos e geraram um crime de ação múltipla, assim retroagirá para beneficiar o réu;
Escrita – veda-se o costume incriminador;
Estrita – veda-se a analogia incriminadora;
Certa – taxatividade na determinação das condutas. Ex.: art. 20, art. 7.179/83 (crimes contra segurança nacional) – terrorismo é crime no Brasil? R.: o art. 20 não é claro em definir a conduta, usando somente a expressão “atos de terrorismo” – não trazendo fácil compreensão, fere a segurança jurídica, dizendo a maioria da doutrina que este dispositivo não foi recepcionado pela CF;
Necessária – é desdobramento do princípio da intervenção mínima.
	Rogério Greco: em síntese, pode-se delimitar quatro funções fundamentais ao princípio da legalidade:
1ª) proibir a retroatividade da lei penal (nullum crimen nulla poena sine lege praevia);
2ª) proibir a criação de crimes e penas pelos costumes (nullum crimen nulla poena sine lege scripta);
3ª) proibir o emprego da analogia para criar crimes (nullum crimen nulla poena sine lege stricta);
4ª) proibir incriminações vagas e indeterminadas (nullum crimen nulla poena sine lege certa).
	É preciso acrescentar ao art. 1º a anterioridade – lei anterior que o defina. A retroatividade maléfica não é possível, mas a benéfica é.
	Exige lei escrita (proibindo o costume incriminador). É possível, no entanto, costume interpretativo.
	Exige também lei anteriorescrita estrita (proíbe a analogia incriminadora). Mas é possível a analogia “in bonan parte”.
	Exige, também, lei anterior, escrita, estrita e certa (de fácil entendimento). 
Princípio da taxatividade ou mandado de certeza.
	Exige lei anterior, escrita, estrita, certa e necessária (princípio da intervenção mínima).
O princípio da legalidade é o pilar do GARANTISMO – poder punitivo mínimo do Estado em face ao máximo de garantias aos indivíduos. Para o bom cidadão, o máximo de bem-estar para o mau cidadão o mínimo de mal-estar. 
OBS.: Lei penal
Completa: dispensa complemento normativo (dado por outra norma) ou valorativa (dado pelo juiz). Ex. art. 121 do CP.
 Incompleta: necessita de complemento normativo ou valorativo.
Lei penal incompleta se divide em:
Norma penal em branco: lei que depende de complemento normativo (dado por outra norma). Que se divide em:
a.1- Norma penal em branco própria (em sentido estrito/heterogenia): lei de drogas que é complementada por portaria do Ministério da Saúde 344/98.
a.2- Norma penal em branco imprópria (em sentido amplo/homogenia): complemento normativo que emana do legislador. 
	a.2.1- Homovitelina (homologa): o complemento emana da mesma instancia legislativa (mesmo estatuto). Ex.: funcionário público.
	a.2.2- Heterovitelina (heteróloga): o complemento emana de instancia legislativa diversa (estatutos diferentes). Ex.: art. 236 do CP, onde o complemento está no CC. 
	a.2.3 – Norma penal em branco ao revés – neste caso, o complemento normativo diz respeito a sanção e não ao conteúdo proibitivo. Ex.: Lei 2.889/55, art. 1° - (Lei do genocídio). Na norma penal em branco ao revés o complemento só pode ser através de lei.
b- Tipo aberto: depende de comportamento valorativo dado pelo juiz. Ex.: crimes culposos (negligencia, imprudência e imperícia). 
Norma penal em branco heterogênea é constitucional?
R.: Para Rogério Greco a norma penal em branco heterogênea é inconstitucional, ofendendo o princípio da reserva legal. Argumento o referido autor que seu conteúdo é criado e modificado sem que haja uma discussão amadurecida da sociedade a seu respeito, como acontece quando os projetos de lei são submetidos à apreciação do Congresso. Prevalece, no entanto, a constitucionalidade da norma penal em branco heterogênea. Neste caso, há um tipo penal incriminador que traduz os requisitos básicos do delito, pois o legislador não pode deixar a descrição típica essencial por conta da autoridade administrativa. O que a autoridade administrativa pode fazer é explicitar um dos requisitos típicos dados pelo legislador. 
- Art. 269 CP (doença de notificação compulsória) – norma penal em branco incompleta própria/em sentido estrito/heterogênea.
Princípio da legalidade é compatível com a lei penal em branco? Existe norma que contém pena determinada, mas seu preceito primário (conteúdo) permanece indeterminado. Dependendo para a sua exeqüibilidade de complementação de outra norma ou ato administrativo. É a chamada norma penal em branco.
	É compatível (é constitucional), pois só se aplica depois de complementada.
	Espécies de norma penal em branco:
Homogênea ou em sentido amplo: a lei é complementada pela mesma espécie normativa (lei). Pode ser homóloga/homovitelinea quando a lei está no mesmo estatuto. Ex: art. 312 e 327 do CP. Ou heteróloga/heterovitelinea: quando a lei está em outro estatuto.
Heterogênea/sentido estrito: lei complementar por espécie normativa diferente da lei (ex: portaria – lei de drogas).
	Norma penal em branco heterogênea é constitucional? Rogério Greco entende que é inconstitucional, porque quem dá o conteúdo criminoso é o executivo. No entanto, a corrente contrária diz que quem deu a competência para o executivo foi o legislativo.
Ao revés/invertida: nesse caso o complemento normativo diz respeito à sanção, não ao conteúdo proibido que está determinado (ex: Lei nº. 2.889/56 - genocídio).
OBS: só pode ter como complemento outra lei, jamais outra espécie normativa. Fundamentos: político (impede o poder punitivo com base no livre arbítrio); democrático (parlamento, representante do povo, deve ser responsável pela criação de crimes); jurídico (uma lei prévia e clara produz importante poder intimidativo).
Legalidade formal: obediência aos trâmites procedimentais legislativos (lei vigente).
Legalidade material: obediência ao conteúdo imposto pela CF, respeitando-se suas proibições e imposições para a garantia dos nossos direitos fundamentais (lei válida). Ex.: Regime integral fechado e foro por prerrogativa de função para ex-autoridades (fere o princípio da isonomia, visto se constituir em privilégio). 
Lex mitior, vacatio legis e princípio da extra-atividade da lei penal: Rogério Greco defende que, tratando-se de lei penal benéfica, uma vez promulgada e publicada, deve ser de imediato aplicada em benefício do réu, não sendo necessário aguardar o início de sua vigência. 
Fontes
Fontes:
	É a origem jurídica.
Fonte material (produção/criação): órgão encarregado da criação do Direito Penal. Em regra, somente a União está autorizada a produzir (art. 22, I da CF), mas o § único diz que LC pode autorizar o Estado em matéria de interesse local.
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
        I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo
Fonte formal (revelação/divulgação): processo de exteriorização da fonte material. Fonte de conhecimento. Existem duas formais: a doutrina clássica e a moderna.
	A doutrina clássica divide em: imediata (lei) e mediata (costumes e princípios gerais de direito).
	A doutrina moderna também em imediata e mediata, mas divide a imediata em direito penal incriminador (lei) e não incriminador (CF, tratados internacionais, lei e jurisprudência, súmula vinculante). As mediatas são os costumes e Princípio Gerais de Direito.
Costume: comportamentos uniformes e constantes (prática reiterada) pela convicção de sua obrigatoriedade e sua necessidade jurídica – não existe no Brasil o costume incriminador – não se cria crime, nem se comina pena. 
Costume revoga infração penal?
R.: 1°) corrente: não, pois lei somente pode ser revogada por outra lei (Lei de Introdução às normas do Direito brasileiro ) – Jogo de bicho é contravenção e será punido.
 2°) corrente: revoga, em especial quando a infração penal é tolerada pela sociedade – Jogo do bicho não é mais contravenção penal.
 3°) corrente: costume não revoga formalmente infração penal, mas não pune o comportamento quando perde eficácia social – Jogo do bicho é contravenção que não mais se pune. 
	Prevalece a primeira corrente, mas a doutrina e jurisprudência moderna estão com a terceira corrente. 
	A utilidade do costume no direito penal brasileiro é o costume interpretativo, aclarar o sentido na norma jurídica penal. Ex.: art. 155, § 1° - repouso noturno - período que determinada a sociedade retira para descanso diário; ato obsceno.
Princípios Gerais do Direito: Direito que vive na consciência comum de um povo. Como ocorre, com os costumes, também o PGD não pode ser fonte de norma incriminadora, atuando somente no campo da interpretação. 
FONTES DO DIREITO PENAL ANTES DA EMENDA CONSTITUCIONAL 45/04
- IMEDIATA: Lei
- MEDIATAS: Costumes e princípios gerais do direito
FONTES DO DIREITO PENAL APÓS A EMENDA CONSTITUCIONAL 45/04
- IMEDIATAS: 1) Lei (única que pode versar sobre norma penal incriminadora).
		 2) Constituição Federal
		3) Tratados Internacionais de Direitos Humanos
		4) Atos administrativos
		5) Jurisprudência (súmula vinculante)
- MEDIATA: doutrina
OBS.: Costumes passou a ser fonte informal do direito penal.
Tratados Internacionais:
STF
art. 5°, § 2° da CF: Os tratados internacionais de direitos humanos tem status de norma infraconstitucional.
Art. 5°, § 3° da CF: Os tratados internacionais aprovadoscom quorum qualificado tem status constitucionais.
INTERNACIONALISTAS
art. 5°, § 2° da CF: Os tratados internacionais de direitos humanos aprovados com quorum simples é materialmente constitucional.
art. 5°, § 3° da CF: Os tratados internacionais de direitos humanos aprovados com quorum qualificado é materialmente e formalmente constitucional.
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL:
Explicar, explanar ou aclarar o significado de palavra, expressão ou texto.
Quanto ao sujeito (origem): 
	- Autêntica/legislativa: dada pela lei – art. 327 do CP, conceito de funcionário público; 
	- Doutrinária ou científica: dada pelos estudiosos; 
	- Jurisprudencial: fruto das decisões reiteradas dos tribunais, como regra não vinculantes, exceção: súmulas vinculantes editadas pelo STF;
OBS.: Exposição de motivos do código penal é interpretação doutrinária, vez que dada pelos doutrinadores que elaboraram o projeto. A exposição de motivos do código de processo penal é autêntica ou legislativa ou autêntica. 
Quanto ao modo: 
	- Literal ou gramatical: leva em conta o sentido literal das palavras;
	- Teleológica: indaga-se a vontade ou intenção objetivada na lei; 
	- Histórica: procura-se a origem da lei;
	- Sistemática: a lei é interpretada com o conjunto da legislação e dos princípios gerais de direito.
	- Progressiva: a lei é interpretada de acordo com o progresso da ciência.
Transexual pode ser vítima de estupro?
R.: Interpretação literal – não; Interpretação progressiva – sim.
Quanto ao resultado: 
	- Declarativa: a letra da lei corresponde exatamente aquilo que o legislador quis dizer.
	- Extensiva (lex minus dixit quam voluit) : amplia-se o alcance das palavras da lei para corresponder ao alcance/vontade do texto. Ex: quando a lei proibiu a bigamia, quis, de maneira implícita, abranger a poligamia.
	- Restritiva (lex plus dixit quam voluit): reduz-se o alcance das palavras da lei para corresponde ao alcance/vontade do texto.
OBS.: É possível a interpretação extensiva no Brasil?
R.: 1° corrente: O Brasil, diferentemente de outros países (Equador), não proíbe a interpretação extensiva. 
	 2° corrente: Admite-se no Brasil a interpretação extensiva, somente quando favorável ao réu (in dúbio pro réu – princípio das provas). Doutrina democratizou o princípio do in dubio pro reu aplicando-o na interpretação.
Prevalece, pacificamente, a primeira corrente. 
Art. 157, § 2° do CP – expressão “arma” gera controvérsia – 1°) corrente: sentido próprio: instrumento fabricado com finalidade bélica. Ex.: revólver. 2°) corrente: sentido impróprio: instrumentos com o sem finalidade bélica, capaz de servir ao taque/defesa. Ex.: faca de cozinha. A primeira corrente utiliza a interpretação restritiva e a segunda extensiva.
OBS.: Interpretação extensiva não se confunde com a interpretação analógica. Nesta, o significado que é extraído do próprio dispositivo (existe norma a ser aplicada ao caso concreto), levando-se em conta as expressões genéricas e abertas utilizadas pelo legislador.
 
	INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA
	INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA
	ANALOGIA (integração)
	Existe norma para o caso concreto
	Existe norma para o caso concreto
	Não existe norma para o caso concreto 
	Amplia-se o alcance na palavra “arma” – art. 157, § 2° do CP
	O legislador previu uma fórmula genérica, permitindo ao juiz encontrar outros
	Juiz aplica a lei prevista para outro caso no caso em que há lacuna.
A interpretação extensiva e analógica não se confundem com a analogia (esta não é interpretação, mas regra de integração), neste caso, ao contrário dos anteriores, partimos do pressuposto de que não existe uma lei a ser aplicada ao caso concreto, motivo pelo qual, socorre-se daquilo que o legislador previu para outro similar.
Interpretação analógica é quando a lei traz exemplos específicos e, logo depois, faz menção à uma fórmula genérica que englobe outros elementos não especificados anteriormente. Ex: art. 121, § 2º, CP.
A analogia, por sua vez, é quando há uma lacuna na lei. É, portanto, regra de integração. No direito penal ela só ocorre se for em bonan parte – a favor do réu.
- art. 306 do CTB – interpretação analógica.
Vigência
Aplicação no Tempo e no Espaço
LEI PENAL DO TEMPO
	A lei busca regular os atos praticados na sua vigência, mas a lei penal pode ser retroativa ou ultrativa quando for benéfica ao réu.
	Em regra “tempus regit actum”.
	Quando no tempo o crime se considera praticado?
Teoria da atividade: tempo da conduta;
Teoria do resultado: tempo da consumação;
Teoria mista/ubiqüidade: tempo da conduta e da consumação.
	O CPB preferiu a teoria da atividade – art. 4º (Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)). Repercute na imputabilidade do agente.
Três repercussões práticas:
Analisar a capacidade/imputabilidade do agente.
Analise das qualidades ou condições da vítima. Ex.: 121 do CP.
Sucessão de leis penais no tempo. A regra extraída do art. 1° do CC é a irretroatividade. A exceção está no art. 2° do CP, qual seja, a retroatividade.
No momento do fato indiferente penal lei posterior incriminou o fato = irretroativa (art. 1°). Ex.: visita levar celular para preso – Lei 12.012/09 – art. 349-A CP.
Momento do fato havia o crime, lei posterior aboliu o crime = retroativa (art. 2°). Ex.: crime de adultério que foi abolido pela Lei 11.106/05.
Momento do fato havia crime, lei posterior continua encarando como crime, porém elevou a pena = irretroativa (art. 1°). Ex.: art. 217 do CP modificada pela Lei 10.763/03.
Momento do fato era crime, lei posterior diminui a pena = retroage (art. 2°). 
O art. 2° é uma exceção na sucessão de leis penais no tempo. Este artigo traz o instituto da “abolitio criminis” sendo hipótese de supressão da figura criminosa. 
Qual a natureza jurídica da abolitio criminis? 
R.: 1° corrente: causa extintiva da punibilidade – adotada pelo CP no art. 107, III do CP.
	 2° corrente: causa de exclusão da tipicidade, consequentemente extingue o direito do Estado de punir. (Flávio Monteiro de Barros e Basileu Garcia).
Lei abolicionista não respeita coisa julgada. Se ocorrer na fase de execução, esta será extinta. Sendo que cessa os efeitos penais (reincidência), sendo que os extrapenais (sentença condenatória continua servindo como título executivo judicial e perda do cargo) permanecem. O art. 2 ° do CP não infringe o art. 5° XXXVI da CF, pois o mandamento constitucional tutela a garantia individual do cidadão e não o direito de punir do Estado.
Abolitio criminis temporalis
Tem-se entendido por abolitio criminis temporalis ou suspensão da tipicidade, a situação na qual a aplicação de um determinado tipo penal encontra-se temporariamente suspensa, não permitindo a punição do agente que pratica o comportamentto típico durante o prazo da suspensão.
Ex: o que ocorreu com a posse irregular de arma de fogo de uso permitido, (art. 12 da Lei 10.826/2003). Vide arts. 30 e 32 do Estatuto.
Neste sentido, STJ, REsp 804830/PA.
Aplicação de lei em período de vacatio legis.
R.: 1° corrente: lei na vacatio não retroage, pois carece de eficácia jurídica ou social (majoritária).
	 2° corrente: lei na vacatio retroage desde que o réu demonstre conhecer a alteração (Alberto Silva Franco).
Minha opinião: a 2ª corrente é mais consentânea com o princípio da retroatividade da lei penal benéfica. Ademais, é importante observar que a vacatio legis constitui instrumento realizador da segurança jurídica, pois estabelece um período entre a publicação e a vigência com o fito de possibilitar conhecimento e adapatação da sociedade à nova lei. 
Vacatio legis indireta
Hipótese em que a lei, além de seu normal período de vacatio legis, prevê em seu próprio corpo um outro prazo para que determinados dispositivos possam ter aplicação. Ex: arts. 30 e 32 do Estatuto do Desarmamento. Os Tribunais Superiores têm reconhecido a atipicidade da conduta praticada durante o período de vacatio legisindireta. STJ (HC 58703/RJ, 5ª Turma) e STF (HC 90995/SP, 1ª Turma).
	Entendeu-se que a vacatio legis especial prevista nos artigos 30 e 32 da Lei 10.826/2003, não obstante tenha tornado atípica a posse ilegal de arma de fogo havida no curso do prazo que assinalou, não subtraiu a ilicitude penal da conduta que já era prevista no art. 10, § 2º, da Lei 9.437/97 e continuou incriminada, com mais rigor, no art. 16 da Lei 10.826/2003. Ausente, assim, estaria o pressuposto fundamental para que se tivesse como caracterizada a abolitio criminis. Ademais, ressaltou-se que o prazo estabelecido nos mencionados dispositivos expressaria o caráter transitório da atipicidade por ele indiretamente criada. No ponto, enfatizou-se que se trataria de norma temporária que não teria força retroativa, não podendo configurar, pois, abolitio criminis em relação aos ilícitos cometidos em data anterior. HC 90995/SP, rel. Min. Menezes Direito, 12.2.2008
OBS: horário de verão: a jurisprudência diz que o horário de verão é transitório, é uma ficção, tem função de economizar energia. Aplica o ECA (Nucci) se pelo horário convencional ainda era inimputável.
	No caso de sucessão de lei penal no tempo existe uma regra geral – art. 1º, CP (irretroatividade), mas usa-se também a exceção – art. 2º e 3º, CP.
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Lei penal no tempo
        Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.   (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
1) Fato atípico, no entanto, lei posterior passou a considerar crime – IRRETROATIVA (art. 1º);
2) Quando do fato era crime, mas lei posterior aboliu – RETROATIVA (art. 2º);
3) Quando do fato era crime, mas lei posterior diminuiu a pena – RETROATIVA (art. 2º);
4) Quando do fato era crime, mas lei posterior aumenta a pena – IRRETROATIVA (art. 1º).
	
	Lei penal no tempo e continuidade delitiva: o art. 71, CP, diz que por ficção jurídica existe um único crime, se houver mudança de lei, uma 1ª corrente aplica “in dúbio pro reo”, mas foi superada pela Súmula 711, STF (aplica sempre a lei última mesmo que mais gravosa). O crime continuado se considera praticado no momento do primeiro ato, assim como no último, assim sendo aplicada a lei mais gravosa.
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
SÚMULA 711 DO STF: A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU PERMANENCIA.
	É possível combinação de leis?
1) não se admite a combinação de leis penais, pois o juiz, assim agindo, eleva-se a legislador, criando uma terceira lei (Nelson Hungria, Fragoso, Aníbal Bruno e a 1° Turma do STF – RHC 94802 10/02/09 e HC 103153/MS, rel. Min. Cármen Lúcia, 3.8.2010.);
2) é possível a combinação de leis penais para favorecer o réu, se o juiz pode o mais pode o menos (Basileu Garcia, Delmanto e 2° Turma do STF – HC 95.435 21/10/2008 e HC 101511/MG, rel. Min. Eros Grau, 9.2.2010).
	 Na fase de execução quem aplica (após o trânsito em julgado)? 
Se for de ordem matemática é o juízo da execução (ex: lei penal que cria uma causa geral de diminuição de pena). Porém, se não for, precisa de Revisão Criminal, pois depende de juízo de valor. Desta forma, a súmula 611, STF, só se aplica se for de ordem matemática (o entendimento da súmula deve ser usado para a primeira fase). Para a segunda fase do concurso a resposta será: depende do conteúdo da lei mais benéfica. Se de aplicação meramente matemática - juiz da execução; se conduzir a juízo de valor – revisão criminal.
SÚMULA 611, STF: TRANSITADA EM JULGADO A SENTENÇA CONDENATÓRIA, COMPETE AO JUÍZO DAS EXECUÇÕES A APLICAÇÃO DA LEI MAIS BENIGNA.
	
O complemento da norma penal sofre alteração. Retroage?
R.: A alteração benéfica da norma penal em branco imprópria sempre retroage.
	O problema está para a norma penal em branco própria. Quando o complemento for norma infralegal, o decisivo é saber se a alteração da norma extrapenal implica, ou não, na supressão do caráter ilícito do fato. Por exemplo, no art. 269 do CP a exclusão de doença de notificação compulsória torna a omissão do médico um indiferente penal (abolitio criminis). Nesta hipótese o que se alterou foi a própria matéria da proibição, com redução da área de incidência do tipo. Diferentemente no caso de simples atualização de valores monetários, modificando-se os quantitativos de tabelas de preços. 
LEI PENAL NO TEMPO
	O art. 3º do CP, excepcionalmente prevê uma ultratividade maléfica, ou seja, em prejuízo do agente.
Lei temporária/lei temporária em sentido estrito: é aquela que tem prefixado no seu texto o tempo de sua vigência.
Lei excepcional/lei temporária em sentido amplo: é a que atende a transitórias necessidades estatais, tais como, guerras, calamidades, epidemias etc., perdurando por todo o tempo excepcional.
	A importância do art. 3° é reconhecida pela doutrina. Se não houvesse a disposição legal do art. 3°, se sancionaria o absurdo de reduzir as leis temporárias e excepcionais a uma espécie de ineficácia preventiva, instalando a impunidade em relação aos fatos praticados durante a sua vigência (Bettiol).
	Se não fosse assim (ultrativo) elas estariam fadadas ao insucesso.
	É importante, assim, que sua eficácia perdure no tempo.
	Este art. 3º, CP, foi recepcionado pela CF/88?
R.: 1°) corrente: Zaffaroni e Rogério Greco entendem que não foi recepcionado, porque a CF não prevê qualquer exceção a proibição da ultra-atividade maléfica, julga o art. 3° do CP não recepcionado, porém esta corrente é minoritária. 2°) corrente: a lei nova não revoga a anterior (não há uma verdadeira sucessão de leis penais) porque não trata exatamente da mesma matéria, do mesmo fato típico (é a anterior que deixa de ter vigência em razão de sua excepcionalidade), logo não se tratando de leis penais no tempo, o art. 3° foi recepcionada pela CF – esta é a corrente que prevalece, sendo adotada pelo LFG.
	Como fica a alteração do complemento da norma penal em branco? O complemento pode ser lei (homogênea) ou por ato administrativo (heterogênea). Se o complemento for lei e sua alteração for mais benéfica, retroage. (ex: crime de casar ocultando impedimento. O impedimento está no CCB, que se for alterado para deixar de ser impedimento, retroage). Se o complemento é um ato administrativo vai depender. Se for norma infralegal, o decisivo é saber se a alteração da normaimplica ou não na suspensão do caráter criminoso ou se se trata de mera atualização. (ex: lei de drogas – complemento por portaria que diz que lança perfume é droga – se retirar esta substância, há supressão da figura criminosa, logo retroage. Outro exemplo: crime de vender carne acima do tabelado – tabela diz que o máximo é R$ 10, mas em razão da inflação passou a ser de R$20, logo não houve supressão, então não retroage).
	FMB diz que (uma parcela da doutrina) que investiga o momento em que surgiu a norma legal e sua alteração, se nem estado de normalidade (portaria da lei de drogas) sua alteração benéfica retroage; se num estado de emergência (portaria de congelamento de preços) sua alteração não retroage, aplicando-se o espírito do art. 3º.
	Como fica a alteração de súmula vinculante? Ex: supor que portar arma desmuniciada é crime, durante o processo o STF cancela. Se a alteração é benéfica retroage, aplicando o espírito das leis, tratando como se fosse lei.Não há posição jurisprudencial ,ainda, acerca da retroatividade de súmulas vinculantes. 
	O que era rapto tornou-se seqüestro qualificado (para fins libidinosos) – princípio da continuidade normativa típica x “abolitio”: na “abolitio” existe uma supressão formal da matéria criminosa (a intenção do legislador é não mais considerar o fato como crime). Ex: rapto consensual (art. 220, CP, adultério art. 240, sedução art. 217).
	Alteração formal e a manutenção da matéria criminosa ocorre no principal. Assim, a intenção do legislador é manter o fato como crime, alterando apenas a sua roupagem. Ex: art. 219 que virou art. 148, § 1º, V, CP, crimes falimentares e estatuto do desarmamento. Mas, deve cuidar da pena se mais grave ou não, mantendo sempre a mais benéfica. – princípio da continuidade normativo típico.
	Abolitio criminis
	Princípio da continuidade normativo-tipica
	Supressão formal + supressão do conteúdo criminoso (supressão material)
	Alteração formal, porém com a manutenção do conteúdo criminoso
	A intenção do legislador é não mais considerar o fato como crime
	A intenção do legislador é manter criminoso o fato
	Ex.: art. 217, 220, 240, todos do CPB
	Ex.: art. 214 do CP – 213 do CP.
Alteração de entendimento jurisprudencial retroage?
R.: Sumula 174: No crime de roubo, a intimidação feita com arma de brinquedo autoriza o aumento da pena. (cancelada).Prevalece que não existe retroatividade de entendimento jurisprudencial, ainda que mais benéfico. Cuidado!!! Ganhava força o entendimento que se for súmula vinculante retroagirá, sem mais benéficas (não é entendimento dominante, as discussões estão em fase embrionária). 
Obs: para Rogério Greco, a questão deve ser tratada da seguinte forma:
Se o agente praticou determinada conduta que, em face do entendimento jurisprudencial da época, era considerada lícita, não pode ser prejudicado caso a jurisprudência seja modificada em sentido oposto. Poderá alegar, como tese defensiva, o erro de proibição.
Ao contrário, quando a nova interpretação for benéfica ao agente, deverá obrigatoriamente retroagir, a fim de alcançar fatos ocorridos no passado que foram julgados sob a ótica do entendimento anterior. Neste sentido, Nilo Bastista e Zaffaroni.
LEI PENAL NO ESPAÇO
Sabendo que um fato punível pode, eventualmente, atingir os interesses de dois ou mais Estados igualmente soberanos, o estudo da lei penal no espaço visa descobrir qual é o âmbito territorial (o espaço) de aplicação da lei penal brasileira, bem como de que forma o Brasil se relaciona com outros países em matéria penal.
	Princípios aplicáveis:
Princípio da territorialidade: aplica-se a lei penal do território do delito (não importa a nacionalidade dos envolvidos ou dos bens jurídicos lesados);
Principio da nacionalidade ativa: aplica-se a lei penal da nacionalidade do agente (não importa o local do crime ou a nacionalidade da vítima ou dos bens jurídicos lesados);
Princípio da nacionalidade passiva: aplica-se a lei penal da nacionalidade do agente apenas quando atingir um co-cidadão (não importa o local do crime) é a ativa + vítima co-cidadã;
Princípio da defesa, da proteção ou real: aplica-se a lei da nacionalidade da vítima ou do bem jurídico (não importa local ou nacionalidade do agente)
Princípio da Justiça universal/cosmopolita: o agente fica sujeito à lei do país em que for capturado (não importa o local do crime, nem a nacionalidade do agente ou da vítima)
Princípio da representação/da bandeira/subsidiário: a lei penal nacional aplica-se aos crimes praticados em embarcações e aeronaves privadas, quando no estrangeiro e aí não são julgados. O país em que o crime ocorreu não age.
	O Brasil adotou o princípio da territorialidade (art. 5º, CP). 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
        § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
        § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
	O art. 5° adotou a territorialidade temperada pela intraterritorialidade. Ex.: imunidade diplomática. 
	Diferentemente do processo penal que adota o princípio da territorialidade relativa/temporária (intraterritorialidade – tratados e convenções).
	Podem ocorrer três fenômenos:
	TERRITORIALIDADE
	EXTRATERRITORIALIDADE
	INTRATERRITORIALIDADE
	Lei do Brasil
	Lei do Brasil
	Lei do estrangeiro
	Local Brasil
	Local estrangeiro
	Local Brasil (imunidade diplomática)
	
		O que é seu território nacional? (limite de aplicação da lei). Não apenas o espaço físico, mas, também, um espaço jurídico por ficção/equiparação/extensão, previsto no art. 5º, § 1º, CP. Aeronave e navio público ou a serviço do Brasil onde quer que se encontre. Se for privada ou mercante somente se tiver em auto-mar (aplica-se a bandeira). 
	Embaixada não é extensão do território que representa. No entanto, ela é inviolável.
	A contrario sensu o Brasil obedece ao princípio da reciprocidade/simetria/paralelismo – art. 5º, § 2º, CP.
	Problemas doutrinários (Basileu Garcia):
1) Navio de bandeira holandesa está em alto mar e pratica aborto. Por ser extensão do território holandês e neste país não ser conduta típica a brasileira não pratica crime.
2) Navio brasileiro em alto mar, de natureza privada, naufraga e sobre seus destroços um holandês mata um norte-americano: Brasil (os destroços da embarcação continua ostentando a bandeira brasileira);
3) Um navio brasileiro privado que colide com uma embarcação italiana também privada em alto mar, juntam seus destroços e um italiano mata um argentino – a lei não resolve – na dúvida lei da nacionalidade do agente (ativa), neste caso lei italiana;
4) Navio público colombiano atracado em um porto brasileiro – aplica-se a lei colombiana. Se um marinheiro sai do navio e estupra uma mulher no território brasileiro, vai depender da finalidade: se desceu do navio por motivo profissionais/público é a lei da Colômbia, se particular é a lei brasileira.
Hipóteses de extraterritorialidade:
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
        I - os crimes:
contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (princípio da defesa ou real)
 
        b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista,autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (princípio da defesa ou real)
        c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (princípio da defesa ou real)
        d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; três correntes. A primeira diz que o Brasil adotou o Princípio da Justiça Universal, visto ser crime que o Brasil se comprometeu a reprimir; A segunda diz que é da defesa ou real quando for contra brasileiro; a terceira diz que é princípio da nacionalidade ativa (esta é a menos correta, visto que pode também ser pessoa domiciliada no Brasil). Prevalece a primeira.
        II - os crimes:  
        a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (princípio da justiça universal)
        b) praticados por brasileiro; (princípio da nacionalidade ativa)
        c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (princípio da representação)
 
        § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
        § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: 
entrar o agente no território nacional; 
ser o fato punível também no país em que foi praticado;
estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
        e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
        § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
 
        a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
        b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
Art. 7º, § 3º: a primeira corrente diz que é princípio da nacionalidade passiva (FMB e LFG). Porém, não está correto, visto que necessita de ser concidadãos – vítima brasileira – princípio da defesa ou real (maioria).
	Se aderir LFG, o Brasil adota todos os princípios; mas pela maioria da doutrina o único não adotado é o princípio da nacionalidade passiva.
OBS: não existe extraterritorialidade em contravenção penal.
OBS: o art. 7º está dividido em 3 partes. No inciso I é a extraterritorialidade incondicionada (§ 1º). Já o inciso II e § 3º é extraterritorialidade condicionada.
	Quais são as condições cumulativas? Art. 7º, § 2º, CP.
	Alínea “a”: passar os limites da fronteira não precisa permanecer, somente tocar. Território físico ou jurídico, essa condição é chamada de condição de procedibilidade, sendo sua natureza jurídica;
	Aliena “b”: natureza de condição objetiva de punibilidade, ou seja, sua ausência gera a absolvição;
	Alínea “c”: natureza de condição objetiva de punibilidade (a lei utilizou como parâmetro o Estatuto do Estrangeiro, qual seja, pena máxima superior a um ano);
	Alínea “d”: o Brasil respeita coisa julgada estrangeira. Condição objetiva de punibilidade.
	Para o § 3º, além dessas, ainda, existem mais duas condições, chamada de extraterritorialidade hipercondicionada, visto que além de obedecer os casos previstos no inciso II, também tem que observar os requisitos do § 3°.:
	Ex: art. 7º, I, “a” – matar o Lula (latrocínio – fica no § 3º porque é patrimônio) – crime cometido por estrangeiro contra brasileiro;
	Caso Batisti – qual a Justiça: Justiça Estadual (vide informativo 402 STJ) – não há nenhum requisito do art. 109 da CF que justifique a competência da Justiça Federal. Mas na Justiça Estadual, qual o juízo competente? A capital do estado onde ele mora ou morou/ se nunca morou – capital da república .
		Existe extraterritorialidade em lei especial? Lei de tortura (art. 2º da Lei nº. 9.455/97).
	Art. 8º do CP existe para evitar “bis in idem”.
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
	Ex: condenado por 10 anos no estrangeiro e 15 no Brasil, cumpre só mais 05 anos aqui. Mas, se tiver pena privativa de liberdade com pena pecuniária fica a critério do juiz (decisão fundamentada).
	OBS.: O art. 8° do CP não evita o bis in idem, ele atenua o mesmo (Assis Toledo considera que evita, mas é posicionamento isolado). Há 02 processos, 02 condenações – atenua-se os efeitos deste bis in idem.
					LUGAR DO CRIME
	Onde o crime se considera praticado no Brasil? Art. 6º, CP (teoria da ubiqüidade ou mista); mesmo quando o resultado deveria acontecer no Brasil, sendo indispensável que no Brasil tenha tido início a execução (tem que iniciar ou terminar no Brasil).
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
OBS.: Cogitação, planejamento, atos preparatórios no Brasil, não fazem do Brasil o lugar do crime. O crime não se considera praticado no território brasileiro, é imprescindível o início da execução.
	De acordo com o CP, o crime cometido dentro do território nacional, a bordo de navio que apenas passava pelo mar territorial brasileiro aplica-se a lei nacional, porque o crime tocou o nosso território. Hoje, porém, em casos tais, aplica-se a chamada passagem inocente, quando um navio passa no território nacional somente como passagem necessária para chegar ao seu destino não se aplica a lei brasileira. Há que se atentar que o navio nunca atracaria ao território nacional. A passagem inocente somente se refere a navio, a doutrina brasileira utiliza o instituto também para as aeronaves que aqui não pousariam.
	Art. 5º, § 2º - “Instituto da Passagem Inocente”: crime cometido dentro do território nacional, à bordo de avião que apenas sobrevoou o país, não aplica a lei penal brasileira, mas sim o instituto da passagem inocente (aplicado quando a aeronave passa pelo território nacional apenas como passagem necessária para chegar ao seu destino final).
	
Não confundir crime plurilocal com crime à distância. 
Crime à distância (espaço máximo): é quando um fato punível percorre territórios de dois ou mais Estados soberanos (conflito internacional de jurisdição que se resolve com o art. 6º, CP – teoria da ubiqüidade). 
Crime plurilocal: quando um fato punível percorre pluralidade de locais de um mesmo Estado Soberano (conflito interno de competência). Para dirimir conflito de competência aplica-se o art. 70, do CPP (teoria do resultado) na lei dos juizados aplica-se a teoria da atividade.
Art. 70.  A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
        § 1o  Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
        § 2o  Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
        § 3o  Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Imunidade
	Fere o princípio da isonomia? Não, porque a imunidade não é pessoal, mas em razão do cargo ou função que a pessoa desempenha.
	
	PRIVILÉGIO
	PRERROGATIVA
	Exceção da lei comum deduzida da situação de superioridade das pessoas que a desfrutam 
	Conjunto de precauções que rodeiam a função e que servem para o exercício desta
	É subjetivo e anterior a lei
	Objetiva e deriva da lei
	Tem uma essênciapessoal
	Anexa à qualidade do órgão 
	É poder frente à lei
	Conduta para que a lei se cumpra
	Aristocracia das ordens sociais
	Aristocracia das instituições governamentais
Não se fala em foro privilegiado, mas foro por prerrogativa de função.
	Existem duas grandes espécies de imunidades:
Diplomática: são imunidades de direito público de que gozam: 1) chefes de governo ou Estado estrangeiro, sua família e membros de sua comitiva; 2) embaixador e família; 3) funcionários do corpo diplomático e sua família; 4) funcionários das organizações internacionais (ONU) quando em serviço.
	A imunidade do diplomata o garante livrar-se das conseqüências jurídicas previstas no preceito secundário da lei penal, ficando sujeito as conseqüências jurídicas se seu país de origem caso ele descumpra o preceito primário (conteúdo criminoso). Assim, o diplomata deve obediência à lei brasileira, visto que sofrerá as conseqüências de seu país.
	A imunidade não pode ser renunciada pelo diplomata, visto que a imunidade não é dele, mas do cargo, porém o país que ele representa poderá retirar esta imunidade.
	A imunidade não subtrai o diplomata da investigação, principalmente a investigação para materializar o delito.
	A esposa do embaixador tem imunidade menos no seu próprio país.
	E, os agentes consulares, são imunes? São imunes só quanto aos crimes relacionados com a sua função, porque não representam, exercem apenas papel administrativo.
Embaixador tem imunidade absoluta, para crime funcional ou comum, já o agente consular sua imunidade é relativa, somente para crimes funcionais.
	Esta imunidade tem natureza de uma causa pessoal de isenção de pena (para maioria). LFG entende a natureza jurídica da imunidade diplomática é causa impeditiva da punibilidade.
	Pode renunciar a imunidade? Não pode renunciar, mas seu país pode despi-lo da imunidade.
Parlamentar: imunidades parlamentares podem ser de duas espécies: imunidades absolutas ou relativas.
I- Imunidade Parlamentar ABSOLUTA, também chamada de imunidade material, substancial, real, inviolabilidade ou indenidade (Zaffaroni). Art. 53, caput CF.
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
        § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
        § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
        § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
        § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
        § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
        § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
        § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
        § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
	O STF ampliou o sentido do caput para abranger a imunidade civil, penal, administrativa e política, estas últimas não expressas na CF.
	Justificativas (existem 6 correntes sobre a natureza jurídica da indenidade);
Causa excludente de crime (Pontes de Miranda);
Causa que se opõe à formação do crime (Basileu Garcia);
Causa pessoal de exclusão de pena (Aníbal Bruno);
Causa de irresponsabilidade (Magalhães Noronha);
Causa de incapacidade pessoal penal por razões políticas (Frederico Marques);
Causa de atipicidade (Zaffaroni e LFG) – entendimento STF. Neste sentido: Inq 2674 / DF - DISTRITO FEDERAL Relator(a): Min. CARLOS BRITTO. Julgamento: 26/11/2009. 
	
O interesse prático é saber se esta imunidade se estende ao partícipe ou ao co-autor. Existem quatro teorias sobre a participação:
Teoria da acessoridade mínima: basta que o fato principal seja típico;
Teoria da acessoridade média ou limitada: basta que o fato principal seja típico + ilícito;
Teoria da acessoridade máxima: o fato principal tem que ser típico + ilícito + culpável;
Teoria da hiperacessoridade: o fato principal tem que ser típico+ ilícito + culpável + punível.
	O Brasil adotou a média ou limitada (TÍPICO E ILÍCITO). Se for pelas que excluem a punibilidade o partícipe pode ser punido e se for causa de atipicidade, não é possível.
	O STF entende que é causa de atipicidade e o partícipe vai ser penalmente beneficiado.
	E a súmula 245 do STF. A maioria da doutrina restringe para a imunidade relativa e não absoluta. Nucci discorda.
SÚMULA 245, STF: A IMUNIDADE PARLAMENTAR NÃO SE ESTENDE AO CO-RÉU SEM ESSA PRERROGATIVA.
	A imunidade material tem limite? A imunidade material pressupõe nexo causal entre as afirmações e o exercício do cargo. 
	
Como funciona a imunidade absoluta? O STF tem entendido que:
Ofensa proferida nas dependências da casa legislativa/recinto parlamentar: aqui, o nexo funcional é presumido (presunção relativa – o ofendido deve comprovar a inexistência de nexo).
Ofensa proferida fora das dependências da casa legislativa/recinto parlamentar: o nexo funcional não é presumido, ou seja, o parlamentar terá que comprovar o nexo.
II- IMUNIDADE RELATIVA ou imunidade formal:
 Quanto ao foro: art. 53, § 1° da CF. O STF é seu foro natural. Não alcança processos cíveis, somente penais.
	Crime doloso contra a vida? Vai a Júri? Não, são julgados pelo STF.
	O foro especial só existe durante o mandato e alcança crimes praticados antes e depois da legislatura.
	Súmula 394, STF – foi CANCELADA (caráter pessoal).
Quanto à prisão: art. 53, § 2º, CF, regra geral, parlamentar não pode ser preso, salvo em flagrante delito de crime inafiançável (EXCEÇÃO). 
“Resolver quanto a prisão” a decisão é política, conveniência e oportunidade e não uma análise técnica, jurídica.
	- Prisão pena com transito em julgado? Pode prender? Pode, porque a prerrogativa somente alcança prisão cautelar, mas não a definitiva (STF).
	- A imunidade abrange prisão civil.
OBS: não confundir injúria qualificada (art. 140, § 3º, CP) com o racismo. Na injúria, o agente atribui qualidade negativa (“xingamento”). E o racismo há segregação (apartheid social) é proibir alguém de realizar algo por sua cor, raça, etc. A injúria é afiançável e o racismo é inafiançável podendo prender, inclusive, o parlamentar. Ademais o racismo é imprescritível e é promovido por Ação Penal Pública Incondicionada.
	A doutrina tem chamado a injúria de racismo impróprio.
	Injúria qualificada – art. 140, § 3° do CP
	Racismo da Lei 7.716/89
	Atribui qualidade negativa fazendo referencia a raça, cor, etnia, religiãoSegrega a vítima do convívio social
	Ação Penal de iniciativa privada
	Ação Penal Pública
	Prescritível
	Imprescritível
	Afiançável 
	Inafiançável 
Quanto ao processo: art. 53, §§ 3º, 4º e 5º da CF.
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
        § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
        § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
        § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
        § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
        § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
        § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
        § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
        § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
	ANTES
	EC/35
	DEPOIS
	Abrangia qualquer crime praticado antes ou depois da diplomação.
	
	Abrange qualquer crime praticado após a diplomação.
	O STF necessita de autorização da casa legislativa respectiva para processar o parlamentar.
	
	O STF dispensa autorização para processar o parlamentar, mas a casa respectiva pode, no entanto, sustar o andamento do processo.
	Não autorizava, suspendia-se o processo e a prescrição.
	
	Sustado o andamento do processo, suspende a prescrição.
	A imunidade abrangeria crimes praticados antes ou depois da diplomação.
	
	A imunidade só alcança delitos praticados após a diplomação.
	A imunidade abrangeria crimes comuns ou funcionais.
	
	A imunidade abrange crimes comuns e funcionais.
	A imunidade permite suspender o processo, jamais a investigação – posição recente do Ministro Celso de Melo. 
	Essa EC/35 é irretroativa? Prevalece que esta EC é irretroativa, só alcançando os fatos a partir da sua vigência em diante (garantia). Uma segunda corrente diz que são normas processuais regidas pela norma “tempus regit actum”.
	Essa imunidade impede o parlamentar de ser investigado? É uma prerrogativa extraordinária que não alcança inquéritos policiais.
	A imunidade só alcança delitos e não atos de improbidade.
Quanto ao dever de testemunhar: art. 53, § 6º, CF (para não incorrer em falso testemunho). Mas é apenas restrito ao exercício do mandato.
	O parlamentar tem a prerrogativa do art. 221 do CPP? Só quando for testemunha, não se estendendo ao parlamentar indiciado ou processado.
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.  (Redação dada pela Lei nº 3.653, de 4.11.1959)
§ 1o  O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serão transmitidas por ofício. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
§ 2o  Os militares deverão ser requisitados à autoridade superior.   (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
§ 3o  Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no art. 218, devendo, porém, a expedição do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe da repartição em que servirem, com indicação do dia e da hora marcados.  (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
		Se o parlamentar se licenciar para exercer cargo no Executivo perde todas as imunidades absolutas e relativas, recebendo as do novo cargo se tiver. Decisão do Ministro Celso de Melo, recente, que diz que mantém, destoando do entendimento do STF. 
	A súmula 4, STF está CANCELADA. “Não perde a imunidade parlamentar o congressista nomeado Ministro de Estado”. 
	Deputado estadual tem as mesmas imunidades do Federal? Sim, art. 27, § 1º, CF (§ 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas) (princípio da simetria). O foro especial do deputado estadual é o TJ para crimes não federais e TRF para crimes federais. 
	Para o deputado estadual a imunidade se estende ao Brasil todo? Súmula 3, STF (CANCELADA). “A imunidade concedida a deputados estaduais e restrita a justiça do estado.” Assim, a imunidade se estende a todo território nacional.
	Vereador tem imunidade? Em regra, vereador só tem imunidade material/absoluta (opinião, palavras e votos – art. 29, VIII, CF) e limitada ao limites territoriais do Município em que exerce a vereança. Em regra, não tem imunidade relativa, salvo se revisto na CE que pode prever imunidade relativa quanto ao foro de julgamento.
Imunidade quanto ao foro X crime doloso contra a vida.
	Deputados e Senadores
	Tem imunidade absoluta e relativa.
	Julgados pelo STF, inclusive nos crimes dolosos contra a vida.
	Deputados estaduais
	Imunidade absoluta e relativa
	Julgados pelo TJ, inclusive nos crimes dolosos contra a vida.
	Vereadores
	Tem imunidade absoluta 
Obs.: foro especial depende da CE.
	Julgados pelo juiz ou TJ, mas nos crimes dolosos contra a vida são submetidos ao julgamento popular.
SÚMULA 721, STF: A COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL DO JURI PREVALECE SOBRE O FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO ESTABELECIDO EXCLUSIVAMENTE PELA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL.
Quanto ao Júri, sumula 721 do STF, diz que o TJ prevalece sobre o Júri. Mas existe corrente que diz que vai a Júri.
	Vereador vai a Júri? Novamente súmula 721, STF.
Regra geral (art. 53, §4º) as imunidades permanecem no estado de sítio no recinto, fora do recinto pode ser suspenso nos moldes do artigo citado. 
	Um autor de crime que possui uma imunidade pode ser opostas frente ao Tribunal Penal Internacional? R.: Não. Art. 27 e 28 do Estatuto de Roma – irrelevância da qualidade oficial. 
Condições de Punibilidade
Conceito:
	É o direito de punir do Estado.
	São substratos do crime: fato típico, ilicitude e culpabilidade
	Punibilidade não é substratodo crime, mas sua conseqüência jurídica.
	Esquema:
Crime
Fato Típico Ilícito Culpável
Punibilidade
Conceito: É um direito que tem o Estado de aplicar a pena cominada no preceito secundário da norma penal incriminadora, contra quem praticou a conduta descrita no preceito primário, causando lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. (Frederico marques).
	Não é, portanto, requisito do crime, mas usa conseqüência jurídica.
	A punibilidade não é substrato (elemento) do crime, mas sim sua conseqüência jurídica.
	O direito de punir encontra limites, é condicionado. É, portanto, limitado. Quais são os limites? Limite temporal (prescrição), limite espacial (princípio da territorialidade – art. 5º CP), limitação modal (princípio da humanidade ou humanização da pena – proibição de pena cruel, desumana ou degradante).
Causas de extinção da punibilidade:
	 Art. 107, CP:
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - pela morte do agente (indiciado, réu, recorrente ou recorrido, reeducando);
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
	
	Este rol é meramente exemplificativo.
A) Causas extintivas da punibilidade:
1) CP (parte geral): art. 107;
2) CP (parte especial): art. 312, § 3º (§ 3º - No caso do parágrafo anterior (peculado culposo), a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.);
3) legislação especial: art. 76 e 89 (transação penal e suspensão condicional do processo) da Lei nº. 9099/95, dentre outras; reparação do débito tributário;
4) CRFB: apesar de não prevalecer no STF, temos corrente lecionando que a imunidade parlamentar absoluta extingue a punibilidade (para o STF é causa de atipicidade – tipicidade conglobante – CUIDADO!);
5) Supralegal: súmula 554 do STF – pagamento do cheque sem fundo antes do recebimento da denúncia.
	Reparação dos danos nos crimes sem violência ou grave ameaça. Antes da lei 7.209/84, não havia dispositivo premiando o arrependimento posterior, assim, no caso de estelionato na modalidade de cheque sem fundos, o STF criou esta súmula como forma de política criminal. Depois da Lei 7.209/84 criou-se o dispositivo diminuindo a pena no caso de arrependimento posterior. Em tese, perdeu a razão de ser, mas o STF ratificou a Súmula 554, criando uma exceção ao art. 16 do CP. (Lembrar que a súmula prevê extinção da punibilidade e o art. 16 do CP, em sua nova redação, prevê diminuição de pena). 
OBS: cláusula de exclusão supralegal do fato típico: princípio da insignificância; da ilicitude: consentimento do ofensivo; da culpabilidade: cláusula de consciência + desobediência civil + dificuldade financeira na apropriação indébita previdenciária. 
B) Análise das causas do art. 107:
1) morte do agente: o agente é o indiciado, réu, recorrente, recorrido e reeducando. Extingue o processo a qualquer tempo em razão do princípio da pessoalidade/personalidade da pena (art. 5º, XLV, da CF – nenhuma pena passara da pessoa do acusado).
	E elimina todos os efeitos penais de eventual condenação. Porém, os efeitos civis permanecem (a sentença continua servindo como título executivo judicial).
	É uma causa de extinção da punibilidade personalíssima e não se comunica aos co-autores ou partícipes.
	A morte do agente prova-se, nos termos do art. 62 do CPP, pela certidão de óbito (exceção ao princípio da liberdade de provas), é prova tarifária:
Art. 62.  No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.
	No caso de morte presumida, a prova se dá por meio da sentença que reconhece a morte presumida, segundo a doutrina moderna (LFG). Porém, existem muitos doutrinadores contrários a esta idéia.
	Decisão embasada em certidão de óbito falsa, qual a conseqüência? A primeira corrente diz que considerando o transito em julgado; considerando ser proibida revisão criminal pro societate, só resta ao MP processar o falsário por falsidade documental. A segunda corrente (Mirabete) diz que a morte foi atestada numa certidão falsa, o fato era inexistente e esta certidão fundamentou a decisão, daí a decisão é inexistente, assim seus efeitos não sofrem qualidade de coisa julgada material. Conclusão: o MP deve reabrir o processo por latrocínio e inaugurar processo pelo crime de falsificação de documento. O STF adota a segunda corrente. 
	A morte do agente impede revisão criminal? Não impede, porque não extingue os efeitos civis, de forma que é possível a absolvição. 
	E reabilitação? Não existe reabilitação de morto.
	Morte da vítima extingue a punibilidade do agente? Quando for de ação penal privada personalíssima. Só existe um caso, é a ocultação (ocultar impedimento para casamento – art. 236 do CP).
2) anistia, graça e indulto: anistia, graça e indulto são todos espécies de renúncia estatal ao direito de punir.
	Pode haver qualquer um deles em crime de ação penal de iniciativa privada? É perfeitamente possível. Pois o estado não transfere o direito de punir, mas a titularidade da ação penal.
	Anistia: espécie de renúncia estatal ao direito de punir. Trata-se de ato legislativo federal, ou seja, lei penal (e não decreto) devidamente discutida no Congresso sancionada pelo Executivo, através da qual o Estado, em razão de clemência política, social, etc. esquece um FATO criminoso, apagando seus efeitos penais (seus efeitos civis permanecem). É a chamada lei penal anômala. 
	Diferença de anistia e abolitio criminis: 
	Anistia
	Esquece um fato preservando o tipo penal, trabalhando com casos concretos.
	Abolitio criminis
	É supressão do tipo penal, trabalhando com casos em abstrato.
	Classificação doutrinária de anistia: 
1) pode ser:
a) própria: quando concedida antes da condenação;
b) imprópria: quando concedida após da condenação;
2) pode ser:
a) irrestrita: quando não exige condição especial do destinatário
b) restrita: quando exige condição especial do destinatário, por exemplo, ser primário;
3) pode ser;
a) incondicionada: quando a lei não impõe condição para a sua concessão;
b) condicionada: quando a lei impõe condição para a sua concessão, por exemplo, reparação do dano;
4) pode ser;
a) comum: quando a anistia incide sobre crime comum;
b) especial: quando se trata de crime político.
	Uma vez concedida, não pode a anistia ser revogada, porque a lei posterior revogadora prejudicaria os anistiados, violando o princípio de que a lei não pode retroagir para prejudicar o réu.
	Graça e indulto: benefícios que extinguem a punibilidade. Espécies de renuncia estatal ao direito de punir. São institutos extintivos da punibilidade concedidos ou delegados pelo Presidente da República, via decreto presidencial (art. 84, XII, CF), permanecendo todos os efeitos secundários de eventual condenação (extinguem apenas os efeitos executórios penais).
	A anistia pode ser concedida antes ou depois da condenação (própria e imprópria). A graça e o indulto pressupõem condenação definitiva, porém hoje, de acordo com doutrina moderna, encampada pela jurisprudência pressupõe condenação ainda que provisória. Súmula 716 do STF (antes do transito em julgado – execução provisória pro-réu). Mas este trânsito em julgado é somente para o MP ou aguarda julgamento de recurso da acusação? Resolução 19 do CNJ – art. 1º - não importa se transitou para o MP ou não, é a partir da condenação, ainda que passível de recurso (execução provisória).
Súmula 716 do STF: Admite-se a progressão de regime de cumprimento da penaou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
	Diferenças:
	
	Graça
	Indulto
	Benefício individual e depende de provocação do interessado.
	É um benefício coletivo e independe de provocação.
	Por serem tão parecidas, muito chamam a graça de indulto individual, que se diferencia do indulto coletivo.
	Classificações da doutrina:
1) podem ser:
a) plenos: quando extinguem totalmente a pena;
b) parciais: diminuem ou substituem a pena (comutação);
2) podem ser:
a) incondicionados: quando não impõem condições;
b) condicionados: quando impõem condições, por exemplo, reparação do dano, primariedade do agente, etc.;
	Art. 5º, XLIII, da CF: 
	São insuscetíveis de anistia e graça. A lei de crimes hediondos no art. 2º incluiu o indulto. É constitucional ou não? A primeira corrente diz que este acréscimo é inconstitucional, pois a CF traz vedações máximas, ou seja, taxativas. Não podendo o legislador ordinário suplantá-las (LFG, Alberto Silva Franco). A segunda corrente diz que é constitucional trazendo a CF vedações mínimas (pois a lei definirá), pois para eles graça inclui indulto. Esta corrente é adotada pelo STF (HC 77.528-AP, rel. Min. Sydney Sanches, 18.2.99)	
A lei 9455/97, que trata da tortura, disse que a tortura não é suscetível de anistia e de graça, não vedando o indulto (art. 1º, § 6º da lei). Uma primeira corrente diz que estaria revogado implicitamente a proibição da lei de hediondos, por ferir o princípio da isonomia. Uma segunda corrente diz que não revogou, porque se trata de lei especial (princípio da especialidade). O STF adotou a segunda corrente.
	A lei de drogas, no art. 44 diz que os crimes por ela previstos são insuscetíveis de anistia, graça e indulto.
	É possível graça e indulto para medida de segurança? Tem doutrina que admite, LFG diz que embora incomum, seria possível, em especial o parcial. Mas não é o que prevalece, pois isso compete ao órgão técnico.
3) retratação do agente quando a lei permite: retratar-se não significa, simplesmente negar ou confessar o fato. É mais: é retirar totalmente o que disse. Em síntese, trazer a verdade à tona. São hipóteses taxativas previstas em lei. São quatro: calúnia, difamação (ambas no art. 143 do CP), falso testemunho e falsa perícia.
	Assim, hoje, as causas encontram-se apenas no CP.
	A retratação prescinde ou imprescinde de concordância do ofendido? Ela dispensa a concordância da vítima, é, portanto, um ato unilateral.
	Até quando pode se retratar? Até a sentença de primeiro grau. Em grau de recurso não extingue a punibilidade (art. 143 e 342, § 2º, do CP). 
	É causa objetiva ou subjetiva da extinção da punibilidade? Isto é, a retratação se comunica aos partícipes? No art. 143 não é, porque fala que o querelado fica isento de pena, é uma circunstância subjetiva e, portanto, incomunicável. No art. 342, § 2º é comunicável, porque se trata de uma circunstância objetiva.
4) perdão judicial: é um instituto pelo qual o juiz, não obstante a prática de um fato típico e ilícito por uma agente comprovadamente culpado, deixa de lhe aplicar a pena, nas hipóteses taxativamente previstas em lei, levando em consideração determinadas circunstâncias que concorrem para o evento. Em tais casos, o Estado perde o interesse de punir. 
	É ato unilateral, diferentemente do que ocorre com o perdão do ofendido, dispensando a concordância do perdoado.
	Preenchidos os requisitos, trata-se de verdadeiro direito subjetivo do réu e não faculdade do juiz. 
	Qual a natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial? Duas correntes: 1ª) é condenatória. E, uma 2ª corrente diz que é declaratória extintiva da punibilidade. Se for pela primeira, interrompe a prescrição. Se for pela segunda, não interrompe a prescrição. Se for pela primeira, serve como título executivo. Se for pela segunda, não serve como título executivo. Capez ainda diz que se for pela primeira, ela deve aguardar o devido processo legal; mas se for pela segunda, ela cabe em qualquer lugar, ainda na fase de apreciação de inquérito policial. Porém, Capez está equivocado, porque pressupõe culpa e precisa de devido processo legal. Prevalece a segunda corrente, Sumula 18 do STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.. Mas, esta súmula é contra legem, pois a sentença é condenatória (art. 120 do CP). Na primeira fase, fica com a súmula. Na segunda cita as duas.
Perdão judicial e interesse em recorrer
Segundo Greco, apesar dos Tribunais (ex: STJ, 5ª Turma do STJ, EDcl no AgRg no Ag 748381 / MG) entenderem que falta interesse recursal ao acusado beneficiado pelo perdão judicial, sobejaria interesse ao perdoado em alcançar um decreto absolutório.
5) prescrição: é a perda em face do decurso de tempo do direito do Estado punir ou executar a punição já imposta. É a perda da pretensão punitiva ou da pretensão executória em razão do curso de tempo.
	Por mais grave que seja um crime, ele deve prescrever. Porém, existem dois casos de imprescritibilidade (art. 5º, LXII e LXIV, da CF): racismo e grupos armados contra o Estado Democrático. 
	O legislador ordinário não pode ampliar este rol, nem mesmo emenda constitucional, porque seria ampliar o poder punitivo estatal.
a) prescrição da pretensão punitiva: ocorre antes do transito em julgado da condenação. Extingue todos os efeitos de eventual condenação (provisória). Tem quatro subespécies:
1ª) prescrição da pretensão punitiva em abstrato: prevista no art. 109 do CP. Trabalha com pena máxima em abstrato (teoria da pior das hipóteses). 
	Para encontrar a pena máxima em abstrato, consideram-se as causas de aumento e diminuição de pena? SIM, se a causa de aumento for variável (ex: 1 a 2/3) deve-se aplicar a que mais aumente. Se for causa de diminuição de pena variável, considera-se a que menos diminui (teoria da pior das hipóteses). Não se considera aumento oriundo de concurso de crimes (art. 119 do CP), cada crime prescreve isoladamente. 
	Para saber qual a pena máxima em abstrato, considera-se agravantes e atenuantes de pena? NÃO são consideradas, pois não tem o quantum definido em lei. Porém, é importante lembrar que a menoridade e a senilidade reduzem o prazo prescricional pela metade (art. 115 do CP).
	Se reconhecida esta espécie de prescrição, quais as suas conseqüências? 
Desaparece para o Estado o seu direito de punir, inviabilizando qualquer análise do mérito. De acordo com o art. 397, IV, do CPP, permite-se o julgamento antecipado da lide (absolvição sumária);
Eventual sentença condenatória provisória é rescindida, não se operando qualquer efeito;
O acusado não será responsabilizado pelas custas processuais;
Terá direito a restituição integral da fiança, se houver pago.
Termo inicial: art. 111 do CP:
Regra geral: começa a correr do dia em que o crime se consumou (prazo penal, ou seja, computa-se o primeiro dia). É o inciso I. 
Exceções: No caso de tentativa, do último ato executório (inciso II). Nos crimes permanentes do dia em que cessou a permanência (extorsão mediante seqüestro, ainda que o resgate tenha sido pago, se a vítima não for libertada) (inciso III). Na falsificação de assento de registro, da data em que ficou conhecida (inciso IV).
	E crime habitual? Ex: casa de prostituição. O STF equiparou ao crime permanente (art. 111, III). Enquanto não cessado os atos o crime não ocorre. O Min. Marco Aurélio alegou que é uma analogia in malam parte, porém ficou vencido.
	Hipóteses de interrupção: art. 117 do CP, os incisos I a IV interrompem a prescrição punitiva e os incisos V e VI interrompem a prescrição executória. Da combinação do art. 117 com o art. 111 surgem as balizas prescricionais (___ abstrata - ___ em concreto), as quais são analisadas da seguinte forma:
Procedimento diverso do Júri: 
Fatos______________RD_________________PBL da Sentença condenatória_________________trânsito em julgado
Procedimento do Júri:
Fatos___RD___Pronuncia___confirmação

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