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DISCIPULANDO 2 CICLO

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ISS
N 
23
50
-0
15
2
Professor
2° CICLO
c p . a d . c o m . b r
Conhecendo
as Doutrinas 
Cristãs
A CGADB e a CPAD
lançam o maior projeto de Evangelização pós-Centenário:
EUG A N H O
ONDE HOUVER:
Um ponto de pregação, uma sala de culto, ou 
uma catedral das Assembleias de Deus, haverá 
um alvo: Um crente ganhar pelo menos uma 
alma por ano.
A METODOLOGIA E ESTRATÉGIA DO 
PROJETO VISA:
• Conscientizar, treinar, desafiar e envolver toda 
a igreja na evangelização, com os respectivos 
departamentos:
• Faixas etárias: crianças, adolescentes, jovens, 
adultos e terceira idade.
• Treinar os jovens universitários para 
evangelizar nas Universidades.
• Profissionais Liberais e Empresários (com o 
apoio dos coordenadores nacionais)
COORDENAÇÃO NACIONAL
PR. JOSÉ WELLINGTON BEZERRA DA COSTA
Presidente da CGADB
PR. JOSÉ WELLINGTON COSTA JÚNIOR
Presidente do Conselho Administrativo 
da CPAD
DR. RONALDO RODRIGUES DE SOUZA
I Diretor Executivo da CPAD
PR. RAUL CAVALCANTE BATISTA
Presidente da Comissão de Evangelização 
e Discipulado da CGADB
PR. ARNALDO SENNA
Coordenador Nacional de Projetos 
de Evangelização da CGADB
^► V is ite nosso portal: www.avancaad.com.br • Curta nossa página no Face: EuGanho+Um
Discipulando
Sumário
Comentarista: M arcelo Oliveira de Oliveira
► Lição 1 - O QUE É CRER.......................................................................................... 3
► Lição 2 - CONHECENDO A BÍBLIA............................................................................ 10
► Lição 3 - CRENDO PARA INTERPRETAR A BÍBLIA.................................................17
► Lição 4 - CRENDO NO DEUS TRINO..........................................................................24
► Lição 5 - CRENDO EM DEUS P A I......................................................................... 31
► Lição 6 - CRENDO EM JESUS CRISTO..................................................................... 38
► Lição 7 - CRENDO NA VINDA DE JESUS CRISTO...................................................45
► Lição 8 - CRENDO NO ESPÍRITO SANTO ......................................................... 52
► Lição 9 - CRENDO NO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO............................. 59
► Lição 10 - CRENDO NA SANTA IGREJA CRISTÃ,
A COMUNHÃO DOS SANTOS................................................................ 66
► Lição 11 - CRENDO NAS ORDENANÇAS DE CRISTO À IGREJA...................... 73
► Lição 12- CRENDO NA GRAÇA DE DEUS ........................................................... 80
► Lição 13- CRENDO NA RESSURREIÇÃO
DO CORPO E NA VIDA ETERNA................................................................87
1 j Díscípulando Professor 2 |
Discipulando
Professor
CASA PUBLICADORA DAS 
ASSEMBLEIAS DE DEUS
Av. Brasil, 34,401 - Bangu
Rio de Janeiro - RJ - cep: 21852/002
Tel: (21) 2406-7373 / Fax: (21) 2406-7326
Presidente da Convenção Geral das
Assembleias de Deus no Brasil
José Wellington Bezerra da Costa
Presidente do Conselho Administrativo
José Wellington Costa Júnior
Diretor Executivo
Ronaldo Rodrigues de Souza
Gerente de Publicações
Alexandre Claudino Coelho
Consultoria Doutrinária e Teológica
Antonio Gilberto e
Ciaudionor de Andrade
Gerente Financeiro
Josafá Franklin Santos Bomfim
Gerente de Produção e Arte 6 Design
Jarbas Ramires Silva
Gerente Comercial
Cícero da Silva
Gerente da Rede de Lojas
João Batista Guilherme da Silva
Chefe de Arte S Design
Wagner de Almeida
Chefe do Setor de Educação Cristã
César Moisés Carvalho
Redator
Marcelo Oliveira de Oliveira 
Projeto Gráfico - capa e miolo 
Jonas Lemos
EDITORIAL
Prezado (a) professor (a), neste novo 
ciclo da Revista Discipulando, estudare­
mos as principais doutrinas da Fé Cristã. 
Veremos que elas estão solidamente cal­
cadas nas Escrituras Sagradas.
Nos 3 primeiros séculos da Igreja Cris­
tã, pela primeira vez, um documento ofi­
cial sintetizou a fé das tenras comunida­
des. Esse documento chama-se Credo 
Apostólico. Trata-se de uma declaração 
escrita e histórica que demonstra com 
clareza como as Escrituras testemunham 
sobre Deus, Jesus Cristo, o Espírito San­
to, a Igreja Cristã, a remissão dos pe­
cados, a ressurreição do corpo e a vida 
eterna. Por isso, a estrutura da presen­
te revista está de acordo com esse do­
cumento, levando em conta a realidade 
da fé pentecostal que professamos hoje. 
Sugerimos que ao longo da revista você 
mostre também ao alunos a declaração 
de fé das Assembleias de Deus (que pode 
ser acessado por intermédios de sites e 
do jornal Mensageiro da Paz).
Fazemos votos de que os assuntos da 
presente revista o ajude na tarefa subli­
me de discipular o novo crente. Busque a 
Deus em oração, estude a Palavra e leia 
bons livros. Certamente, o Senhor dará 
sabedoria do alto para você! Bom ciclo 
de estudos!
Os Editores
2 I Discipulando Professor 2 |
TEXTO BÍBLICO BASE
► Hebreus 11.1-10
1 - Ora, a fé é o firme fundamento das coisas
que se esperam e a prova das coisas que 
se não veem.
2 - Porque, por ela, os antigos alcançaram tes­
temunho.
3 - Pela fé, entendemos que os mundos, pela
palavra de Deus, foram criados; de maneira 
que aquilo que se vê não foi feito do que é 
aparente.
4 - Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício
do que Caim, pelo qual aiçançou testemunho 
de que era justo, dando Deus testemunho 
dos seus dons, e, por ela, depois de morto, 
ainda fala.
5 - Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver
a morte e não foi achado, porque Deus o 
trasladara, visto como, antes da sua traslada- 
ção, alcançou testemunho de que agradara 
a Deus.
6 - Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque
é necessário que aquele que se aproxima de 
Deus creia que ele existe e que é galardoador 
dos que o buscam.
7 - Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas
que ainda não se viam, temeu, e, para sal­
vação da sua familla, preparou a arca, pela 
qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro 
da justiça que é segundo a fé.
8 - Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu,
indo para um lugar que havia de receber por 
herança; e saiu, sem saber para onde ia.
9 - Pela fé, habitou na terra da promessa, como
em terra alheia, morando em cabanas com 
Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma 
promessa.
10 - Porque esperava a cidade que tem funda­
mentos, da qual o artífice e construtor é Deus.
MEDITAÇÃO
“Porque não me envergonho do evangelho 
de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação 
de todo aquele que crê, primeiro do judeu e 
também do grego. Porque nele se descobre a 
justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: 
Mas o justo viverá da fé” (Rm 1.16,17).
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
► SEGUNDA-Gênesis 15.1-6
► TERÇA-Salmos 27.13,14
► QUARTA - Habacuque 2.1-4
► QUINTA-Mateus 15.21-28
► SEXTA-Marcos 11.22
► SÁBADO-Hebreus 11.1,2,6
Díscípulando Professor 2
ORIENTAÇÃO AO
PROFESSOR
INTERAGINDO COM O ALUNO
A Fé é um assunto palpitante, principal­
mente para os novos convertidos. Estamos 
iniciando um estudo onde abordaremos o 
conteúdo mais detalhado da Fé Cristã. Em que 
os cristãos creem? O que pensam a respeito de 
Deus? De Jesus Cristo? Da vida? Do mundo? 
São perguntas que procuraremos responder 
ao longo das treze lições.
Professor, por mais que você ache esses 
assuntos básicos, ou fáceis para quem milíta 
há tempo na fé, contanto, para o novo conver­
tido eles são novidades. Lembre-se de que o 
discipulando está começando a dar os seus 
primeiros passos na fé. Tudo é novo para ele.
Por isso, na presente lição, um conceito 
que deve ficar claro para o seu aluno é a Fé. 
Tal conceito pode ser elucidado por intermédio 
de determinadas perguntas: “O que é fé?” ; 
“Por que ela não precisa ser comparada com 
a razão?” Após respondê-las ao aluno, afirme 
que,tanto fé quanto a ciência, não precisam 
fazer oposição entre si, mas pode colaborar 
uma com a outra. A fé cristã está fincada no 
“chão da vida” , alicerçada em Cristo, o autor 
e consumador da fé (Hb 12.2).
OBJETIVOS
Sua aula deverá alcançar os 
seguintes objetivos:
► Conceituar a Fé segundo as Escrituras.
► Eiencar os três aspectos da Fé traba­
lhados na lição: Crer é confiar; Crer é 
conhecer; Crer é confessar.
 ^ Explicar as esferas da confissão da fé: 
outros seres humanos; o uso da lingua­
gem da igreja e do mundo; as ações e 
atitudes pessoais.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
Para introduzir a lição dessa semana, 
escreva na lousa a seguinte reflexão: “Comece 
fazendo o que é necessário, depois o que é 
possível, e de repente você estará fazendo o 
impossível.”
Pergunte aos alunos o que eles enten­
dem dessa reflexão. Ouça as respostas com 
atenção e sem parcimônia. Faça algumas 
considerações a partir das respostas de cada 
um. Em seguida, peça para que abram a Bíblia 
em Lucas 17.5,6. Posteriormente, leia o texto 
com eles. Explique o texto lido informando 
que a parábola não está prometendo a pessoa 
poder para fazer o que bem entender, segun­
do o egoísmo humano. Mas o nosso Senhor 
ensina que a fé no Evangelho começa sempre 
a partir da simplicidade e, quando menos se 
espera, toma uma proporção incomensurável.
Discipulando Professor 2
COMENTÁRIO | INTRODUÇÃO
No ciclo passado do curso bíblico Discipu- 
lando, você estudou treze lições que falavam 
acerca de Jesus e do Reino de Deus. E conheceu 
o projeto de vida que Jesus de Nazaré ensinou 
aos seus discípulos. Neste 2o Ciclo, de acordo 
com o conhecimento que possuímos das Escri­
turas, a nossa proposta é justificar o conteúdo 
da pregação cristã ao longo da história da Igreja 
no mundo. Um dos primeiros problemas que 
enfrentamos quando assumimos a fé em Jesus 
é o de justificá-la para as pessoas. A família 
pergunta “o que é fé?”; os amigos igualmente 
interrogam sobre “quem é Deus?”; outros insistem 
acerca da legitimidade da nossa experiência 
espiritual particular e tantas outras questões 
que precisamos responder equilibradamente. 
Para iniciarmos a jornada sobre as grandes 
doutrinas da fé cristã, o ponto de partida é a 
própria fé. Este é o tema desta lição.
Um dos primei­
ros problemas 
que enfrenta­
mos quando 
assumimos a fé 
em Jesus é o de 
justificá-la para 
as pessoas.
1. CRER É CONFIAR
► 1.1. Confiamos cegamente? É possível 
confiar em Deus num mundo cada vez mais 
tecnológico e filosoficamente questionador? 
A fé seria um produto da mente humana, ou o 
estado subdesenvolvido da humanidade? Cer­
tamente você já se deparou com tais perguntas 
preconceituosas que manifestam tamanha 
ignorância sobre a dimensão espiritual do ser 
humano, dentre os principais elementos, a fé.
Os seres humanos são subjetivos. Os cientistas, 
embora proclamem aos quatro cantos do mundo 
suas conquistas e “descobertas absolutas”, são 
seres humanos subjetivos. Não conseguem dar 
respostas coerentes sobre o amor, de como o 
pensamento é produzido, do espaço de tempo 
entre a intenção e o pensamento propriamente 
dito. Por isso, deveríamos ignorar a ciência por 
ela não conseguir dar as respostas que espe­
ramos? Claro que não! A ciência versará sobre 
o que lhe compete: a matéria.
Se por um lado a ciência tem o objetivo de 
dar respostas sobre a matéria, por outro lado, 
a fé deve ser ignorada por não dar respostas 
cientificamente plausíveis? De modo algum! 
A fé não tem como objetivo responder cien­
tificamente ao mundo material, mas ambas, 
razão e fé, desde que o mundo é mundo, são 
inerentes à natureza humana. O que não pode é 
uma invadir o campo da outra e ditar as regras.
► 1.2. Em quem confiamos? Quando 
subm etem o-nos ao Evangelho por livre e
| Discipulando Professor 2 |
espontânea vontade e, arrependidos, cre­
mos que somos pecadores que precisam de 
um salvador, entregamo-nos a Jesus Cristo 
como uma pequena criança solta do colo da 
mãe esperando cair intacta no colo do pai. 
Um texto bíbiico que ressalta a característica 
acolhedora de Jesus Cristo encontra-se em 
Mateus 9.13: “ Ide, porém, e aprendei o que 
significa: Misericórdia quero e não sacrifício. 
Porque eu não vim para chamar os justos, mas 
os pecadores, ao arrependimento”. Igualmente, 
em outra oportunidade, Jesus ratificou que “os 
sãos não necessitam de médico, mas sim os 
que estão doentes” pois, disse Ele, “eu não vim 
chamar os justos, mas sim os pecadores” (Mc 
2.17). Quando afirmamos confiar em alguém, 
confiamos em uma pessoa que pode resolver 
as nossas demandas, as nossas angústias e 
compreender as nossas fragilidades. Jesus de 
Nazaré é esse alguém! Por isso, atendemos ao 
seu chamado, compreendemos o seu projeto 
de misericórdia e lançamo-nos confiantemente 
em seus braços acolhedores.
► 1.3. Por que confiamos? O motivo da 
nossa confiança é o fato de que Deus fez brotar 
em nós uma fé indizível: “Porque pela graça sois 
salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é 
dom de Deus” (Ef 2.8). Ora, o que é fé? Dizem 
as Escrituras que ela “é o firme fundamento das 
coisas que se esperam” (Hb 11.1). Não vemos 
se cumprir a promessa agora, como Abraão 
não viu o dia em que o povo de Israel entrou
na Terra Prometida, entretanto, temos “a prova 
das coisas que se não veem” (Hb 11.1). Pela fé, 
Abraão alcançou testemunho, ainda que não 
tivessem visto a concretização da promessa 
(Hb 11.39). Os exemplos de Abraão, de Isaque 
e de Jacó, o de Davi e de outros, nos orientam 
a pisar no “chão da fé” na “certeza daquilo 
que não vemos” e com a prova de que Jesus 
Cristo, autor e consumador da fé, foi quem nos 
prometeu (Hb 12.2).
Ao longo das Sagradas Escrituras, lemos que 
nem todos os santos viram concretizar em vida o 
que esperavam, isto é, na caminhada de fé eles 
não obtiveram resultados imediatos, conforme 
afirma a “galeria dos heróis da Fé” em Hebreus 
11. Entretanto, não foi por isso que deixaram de 
crer e de servir a Deus. Quando dependemos 
de Jesus e compreendemos que Deus estava 
nEle reconciliando o mundo consigo mesmo (2 
Co 5.19), temos a certeza de que o Senhor está 
conosco todos os dias. Por isso, confiamos!
► AUXÍLIO DIDÁTICO 1
Professor, para elucidar melhor o texto base 
da lição, Hebreus 11, é importante que você 
percebê-lo exegeticamente. “O capítulo 11 é 
um tratamento cuidadosamente construído 
do tópico da fé. Este tópico é formalmente 
introduzido pela citação de Habacuque 2.4, 
no final do capítulo 10: ‘Mas o justo viverá da 
fé’ (10.38). A ênfase da fé em Habacuque e em 
Hebreus está na fé pela qual cada justo vive a 
sua vida, não na fé pela qual somos justificados 
ou declarados justos (como em Romanos e 
Gálatas). A fé em Hebreus está intimamente 
ligada à resistência firme e à herança das pro­
messas de Deus (cf. 6.12). Ela faz com que todo 
o curso da vida do crente possa ser regulado 
pelas promessas de Deus (isto é, o futuro) e por 
realidades espirituais que são presentemente 
Invisíveis — a despeito das adversidades ou 
das circunstâncias desencorajadoras. A fé é 
a confiança em Deus ‘que habilita o crente 
a seguir firmemente de modo independente 
daquilo que o futuro lhe reserve’.
6 | Discípulando Professor 2 |
A palavra ‘fé’ (pistis) consta mais frequente­
mente em Hebreus do que em qualquer outro 
livro do Novo Testamento — vinte e quatro 
vezes, somente no capitulo 11, A se enfatiza 
a fé em ação, e não a fé como um corpo de 
convicções (ADAMS, J. Wesley. Hebreus. In 
ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger 
(Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo 
Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 
2004, p.1609).
2. CRER É CONHECER
► 2.1. Por intermédio do Espírito Santo.
Estudar a Bíblia e crer nela como Palavra de 
Deus só é possível se a compreendermos como 
plena revelaçãoda pessoa de Jesus Cristo, a 
Palavra Encarnada de Deus: “ E o Verbo se fez 
carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, 
como a glória do Unigénito do Pai, cheio de 
graça e de verdade” (Jo 1.14). Jesus Cristo é 
a plena revelação de Deus (Hb 1.1-5)! Se você 
quer saber como Deus se relaciona com o ser 
humano, basta ler o Jesus dos Evangelhos. O 
Cristo descrito em Mateus, o Jesus versado 
por Marcos, o Cristo ministrado por Lucas, o 
Jesus apresentado por João: os evangelhos 
têm o objetivo de apresentar ao mundo o 
projeto do Reino de Deus em Jesus Cristo. 
Para isso, o Espírito Santo fará você conhecer 
e constatar a dimensão universal do Reino de 
Deus e a humildade de Jesus Cristo no modo 
de lidar com as pessoas. O Espírito Santo nos 
iluminará para isso!
► 2.2. Por intermédio da razão. O ser huma­
no, desde a antiguidade, busca o sentido para 
a vida e não o acha. Entretanto, muitos acham 
incompatível a relação da fé com a razão. Ora, 
Jesus Cristo é a Palavra Encarnada. O evangelista 
João, ao descrever o Filho de Deus como o logos 
(Jo 1.1 - do grego, logos, que também significa 
razão), procurou mostrar ao seu primeiro público 
leitor que Jesus se apresentara ao povo como 
o significado existencial de todos os dramas e 
dúvidas dos seres humanos. Em Jesus, desco­
brimos que Deus é a razão de tudo quanto há, 
e o objetivo de tudo que existe. E que o Senhor
Jesus traz-nos a verdadeira razão de existirmos 
(Ap 1.8). Portanto, a fé no Evangelho implica ter 
essa confiança total em Deus e em sua Palavra 
Encarnada, Jesus Cristo.
► AUXÍLIO DIDÁTICO 2
Quanto à relação entre a razão e a fé, o 
teólogo J. Wesley Adams em seu comentário 
expõe que “no reino de Deus a nossa com­
preensão não vem da mente natural, mas da 
revelação da fé. Deste modo, a mente natural 
não pode entender as coisas de Deus (cf. 1 Co
2.12), inclusive a criação; apenas uma ‘mente 
renovada’ pode compreender tais coisas.
Quanto à relação entre a fé e a compreensão, 
o teólogo Agostinho escreveu perceptivamente: 
‘O entendimento é a recompensa da fé. Portanto, 
não procure compreender aquilo em que você 
deve crer; mas creia, e assim um dia entenderá 
(Em Evangelium Johannis tractatus 29.6). A 
revelação e a fé precedem necessariamente 
a compreensão de que o universo ‘foi criado 
pela ordem de Deus’ (rhemati,a palavra de 
Deus, falada), como pelas palavras: ‘E disse 
Deus...’, em Gênesis 1.3,6,9,14,20,24,26. Sendo 
assim, o testemunho da Palavra escrita de 
Deus é intrínseco, para uma fé que entende 
‘que aquilo que se vê não foi feito do que é 
aparente’. Uma pessoa ainda não regenerada 
pode crer que a parte material da terra e do 
universo evoluiu a partir de gases existentes e 
substâncias disformes; mas a fé entende este 
fato de um modo diferente. ‘A fé discerne que o 
universo do espaço e do tempo tem uma fonte 
invisível, isto é, a vontade de Deus e o poder 
de sua Palavra, e que continua a ser depen­
dente de suas ordens, isto é, de Deus; tudo é 
sustentado e assegurado por Deus; cf. Cl 1.17’. 
Podemos acrescentar que a ‘nova criação’ ou a 
‘nova criatura’ (2 Co 5,17) do crente, em Cristo, 
é semelhante à criação original porque (1) am­
bos os casos envolvem um milagre criativo de 
Deus que se tornou possível pelo poder da sua 
Palavra, e (2) nossa compreensão do milagre 
em cada caso é pela fé, baseada na revelação
| Discipulando Professor 2 |
de Deus contida nas Escrituras" (ADAMS, 
J. Wesley. Hebreus. In ARRINGTON, French 
L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário 
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. 
Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.1611-12).
3. CRER É CONFESSAR
► 3.1. Declarando sua confiança às pesso­
as. A fé cristã implica confessar publicamente 
aos homens tudo quanto Deus é e faz na vida 
de quem crê. Pela fé em Jesus, você decide 
livremente declarar a sua inteira confiança nEle. 
O seu conhecimento de Jesus Cristo e a sua 
confiança na Palavra de Deus farão você pro­
clamar com liberdade a fé que alcançou o seu 
coração. “Declarar”, “proclamar” e “pregar” são 
ações inerentes à natureza da Igreja de Cristo. 
Conforme o exemplo da mulher samaritana, que ao 
ouvir de Jesus e interpretar o significado daquele 
encontro, saiu proclamando a todos a verdade 
que ela experimentou por um “homem diferente” 
(Jo 4.1-30). Assim, nós somos constrangidos a 
anunciar o que Jesus fez por nós, e confessá-lo 
diante de Deus e diante dos homens (Mt 10.32)1
► 3.2. Na linguagem da Igreja e na do 
mundo. Você tem frequentado a igreja locai e 
deve ter reparado uma linguagem diferente da 
sua. Com o tempo, termos como “graça”, “paz”, 
“pecado”, “alegria do céu”, “gozo indizível” e tantos 
outros, ganham significados bem particulares 
no ambiente que faz todo sentido para você e 
as pessoas que compreendem tal linguagem. 
Entretanto, a verdade de Deus também precisa 
ser confessada na linguagem do mundo, da dos 
outros seres humanos que não estão acostumados 
à nossa linguagem desenvolvida no grupo em 
que nos reunimos rotineiramente, a igreja local. 
Com pessoas de fora, você deve fazer uso de 
uma linguagem inteligível, de modo que o seu 
ouvinte entenda-a com clareza. Jesus Cristo 
falava de maneira clara e direta quando queria se 
fazer entender. Ele usava expressões rurais para 
comunicar-se com pessoas do campo, usava a 
linguagem religiosa para se comunicar com líderes 
religiosos e assim por diante (Mt 15.1-20). Todavia, 
por vezes usava enigmas quando percebia que 
pessoas desejavam distorcer o seu ensino (Mc 
4.12; Lc 8.10). Jesus é o nosso exemplo de boa 
comunicação. Temos a linguagem da igreja, mas
precisamos dominar a linguagem social também 
para comunicar a mensagem do Reino de Deus.
► 3.3. Em ações e atitudes. Não há nada 
mais poderoso na vida de um discípulo de Cristo 
que as suas ações e atitudes proporcionalmente 
coerentes com o Evangelho de Cristo. Um grande 
seguidor de Cristo, na Idade Média, disse certa 
vez: “Pregue o Evangelho em todo tempo. Se 
necessário, use palavras”. Uma frase que sinte­
tiza exatamente o que Jesus ensinou aos seus 
discípulos: “Todo aquele, pois, que escuta estas 
minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao 
homem prudente, que edificou a sua casa sobre 
a rocha” (Mt 7.24). Hoje vivemos um tempo em 
que as pessoas não dão mais crédito ou ouvidos 
para quem fala o que não vive com verdade. Jesus 
nos advertiu quanto a esse perigo, pois quem 
escutasse o Sermão do Monte e não o colocasse 
em prática seria igual ao homem que edificou a 
sua casa na areia. Quando veio o vento forte, a 
queda foi grande (Mt 7.26,27).
► AUXÍLIO DIDÁTICO 3
“Todos os dias você e eu tomamos deci­
sões que ajudam a construir um mundo de 
um tipo ou de outro. Nós cooptamos pelas 
perspectivas passageiras da nossa época, ou 
estamos ajudando a criar um novo mundo de 
paz, amor e perdão?
E agora, como devemos viver?
Abraçando a verdade de Deus, entendendo a 
ordem física e moral que Ele criou, defendendo 
amorosamente essa verdade diante de nossos 
vizinhos, e tende coragem de demonstrá-la em 
todos os caminhos da vida” (COLSON, Charles; 
PEARCEY, Nancy. O Cristão na Cultura de 
Hoje. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.310).
CONCLUSÃO
Nesta lição vimos que crer é confiar; crer 
é conhecer; crer é confessar. Com isso, pro­
curamos introduzir o conhecimento básico 
da fé para então, a partir das próximas lições, 
conhecermos panoramicamente as principais 
doutrinas bíblicas da fé cristã. Começaremos
8 j Discípulando Professor 2 |
pela Bíblia, a Palavra de Deus. Desejamos que 
você seja muito abençoado neste 2o Ciclo do 
nosso curso. Bons estudos!
APROFUNDANDO-SE
O que são doutrinas bíblicas?
A palavra Doutrina vem do latim doctrina, 
do verbo docio, que significa “ensinar” , 
“ instruir” , “ educar” . Basicamente é o 
conjunto de princípios que formam a base 
deum sistema religioso. Neste caso, as 
doutrinas bíblicas acham-se baseadas na 
Bíblia Sagrada.
Nos dbis primeiros séculos da nossa his­
tória, sob o regime do império romano, a 
Igreja Cristã precisou expressar em poucas 
linhas o que cria. Muitas eram as acusações 
despropositadas. Para se comunicar com 
clareza com o mundo daquele tempo, a 
Igreja publicou o Credo Apostólico. Este 
confirma a fé da Igreja na Santíssima Trinda­
de, no Pai, no Filho e no Espírito Santo, bem 
como na universalidade da Igreja de Cristo.
r ) SUGESTÃO 
DE LEITURA
► Comentário Bíblico Pentecostal Novo 
Testamento.
Um rico e profundo comentário bíblico, de 
perspectiva pentecostal, sobre o Novo Tes­
tamento. Uma material que todo professor 
deve ter.
► O Cristão na Cultura de Hoje.
Uma obra que procura dar todos os instru­
mentos para que o cristão possa dialogar 
com a cultura moderna e apresentar o 
projeto do Reino de Deus ao mundo.
► Marketing para a Escola Dominical
Uma proposta para potencializar positiva­
mente o espaço da Escola Dominical e o 
trabalho educativo do professor, superin­
tendentes e todo o pessoal que ministram 
a Educação Cristã.
VERIFIQUE SEU
APRENDIZADO
1 . De acordo com a lição, comente a relação 
da fé com a razão. Reposta livre. Na relação 
entre a fé e a ciência, um conceito não precisa 
invadir o espaço do outro. Tanto a ciência quan­
to a fé tem lugar no mundo. A fé em relação à 
subjetividade humana e o mundo espiritual e a 
ciência, ao mundo físico, material.
2 . Em quem e por que confiamos? R. Em Deus 
que nos reconciliou com Ele por intermédio de 
Jesus Cristo. Confiamos porque Ele produziu 
em nós a fé (Ef 2.8).
3 . Como é possível crer na Bíblia como Pala­
vra de Deus? R. Se compreendermos a Bíblia 
como plena revelação da pessoa de Jesus 
Cristo, a Palavra Encarnada de Deus: “E o Verbo 
se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua 
glória, como a glória do Unigénito do Pai, cheio 
de graça e de verdade” (Jo 1.14).
4. “Jesus é a Palavra Encarnada.” Comente 
a afirmação. Resposta livre. Jesus é a plena 
revelação de Deus ao homem. Se quisermos 
saber como Deus é, somente a partir de Jesus 
que saberemos.
Õ . De acordo com a lição, cite as três maneiras 
de confessarmos a fé. R. Crer é confiar; crer é 
conhecer; crer é confessar.
► Credo, do latim credo, significa crer. É a 
exposição resumida dos princípios de 
fé de uma religião. No caso da fé cristã, 
os princípios que constam na Bíblia. 
Embora leve o nome de apostólico, o Credo 
não foi escrito pelos doze apóstolos de Cris­
to. Quando o Credo foi editado, os apósto­
los do Senhor já haviam morrido. Entretanto, 
a fim de homenageá-los, a Igreja daquele 
tempo nomeou o documento de Credo 
Apostólico, pois esse documento concorda 
inteiramente com os ensinos dos apóstolos 
ao longo das Escrituras Sagradas.
| Discipulando Professor 2 |
Conhecendo
a Bíblia
TEXTO BÍBLICO BASE
Salmos 119.33-40
33 - Ensina-me, ó SENHOR, o caminho dos
teus estatutos, e guardá-lo-ei até o fim.
34 - Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei
e observá-la-ei de todo o coração.
35 - Faze-me andar na verdade dos teus man­
damentos, porque nela tenho prazer.
36 - Inclina o meu coração a teus testemunhos
e não à cobiça.
37 - Desvia os meus olhos de contemplarem
a vaidade e vivifica-me no teu caminho.
38 - Confirma a tua promessa ao teu servo, que
se inclina ao teu temor.
39 - Desvia de mim o opróbrio que temo, pois
os teus juízos são bons.
40 - Eis que tenho desejado os teus preceitos;
vivifica-me por tua justiça.
MEDITAÇÃO
“Conheçamos e prossigamos em conhecer 
o SENHOR: como a alva, será a sua saída; e ele 
a nós virá como a chuva, como chuva serôdia 
que rega a terra” (Os 6.3).
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
► SEGUNDA-Salmos 33.4,6
► TERÇA - Mateus 4.4
► QUARTA-João 5.24
► QUINTA-João 12.47
► SEXTA-Efésios 6.17
► SÁBADO - 2 Timóteo 4.1,2
1 0 I Discipulando Professor 2 |
ORIENTAÇÃO AO
PROFESSOR
INTERAGINDO COM O ALUNO
Professor, este é um dos assuntos mais 
importantes (Sara o nosso discipulando. Reco­
nhecer a Biblia como Palavra de Deus e com­
preender que ela contém elementos humanos 
fará toda a diferença para a formação cristã do 
seu aluno. Deus se revelou para nós usando a 
linguagem humana, a cultura do povo e todos 
os elementos possíveis para que fosse o veículo 
condutor da sua graça e misericórdia. É um 
privilégio termos a Bíblia Sagrada em mãos. 
Aproveite esta e a aula seguinte para estimular 
os discipulandos a desenvolverem uma relação 
de carinho e seriedade com a Bíblia. Pesquise, 
indique textos, passe filmes, conte histórias em 
que a Bíblia influenciou definitivamente a vida de 
uma pessoa e até mesmo uma nação. Faça tudo 
que estiver no seu alcance para esclarecer o seu 
aluno sobre a Bíblia. Deus o abençoe!
OBJETIVOS
Sua aula deverá alcançar os se­
guintes objetivos:
► Explicar o desenvolvimento da Bíblia
► Dissertar sobre o Antigo Testamento e sua 
organização.
► Apresentar o Novo Testamento e sua 
organização.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
Para introduzir a lição desta semana, você 
pode apresentar um quadro esquemático, logo 
abaixo, que resume a organização de todos os 
livros contidos na Bíblia dos evangélicos-protes- 
tantes. Após ministrar a lição, revise-a usando
o esquema sugerido por nós, a fim de que os 
alunos reconheçam os livros do Antigo e do 
Novo Testamentos. Parece que não, mas achar 
um livro da Bíblia é uma das maiores dificuldades 
dos novos convertidos. Por isso, seja paciente, 
explique-os amorosamente e tire todas as dú­
vidas possíveis. Boa aula!
A BÍBLIA - Evangélica Protestante
ANTIGO TESTAMENTO
O Pentateuco, Gênesis (Gn); Êxodo (Êx); 
Levítico (Lv); Números (Nm); Deuteronômio (Dt).
Livros Históricos. Josué (Js); Juizes (Jz); 
Rute (Rt); 1 Samuel (1 Sm); 2 Samuel (2 Sm);
1 Reis (1 Rs); 2 Reis (2 Rs); 1 Crônicas (1 Cr);
2 Crônicos (2 Cr); Esdras (Ed); Neemias (Ne); 
Ester (Et).
Livros Poéticos. Jó (Jó); Salmos (SI); 
Provérbios (Pv); Eclesiastes (Ec); Cantares 
de Salomão (Ct).
Livros Proféticos. Maiores: Isaias (Is); 
Jeremias (Jr); Lamentações (Lm); Ezequiel 
(Ez); Daniel (Dn). Menores: Oseias (Os); Joel 
(Jl); Amós (Am); Obadias (Ob); Miqueias (Mq); 
Naum (Na); Habacuque (Hc); Sofonias (Sf); Ageu 
(Ag); Zacarias (Zc); Malaquias (Ml).
Discipulando Professor 2 4Sf
A BIBLIA - Evangélica Protestante
NOVO TESTAMENTO 
Os Quatro Evangelhos. Mateus (Mt); 
Marcos (Mc); Lucas (Lc); João (Jo).
Livro Histórico. Atos dos Apóstolos (At). 
Epístolas Paulinas. Romanos (Rm);
1 Coríntios (1 Co); 2 Coríntios (2 Co); Gálatas 
(Gl); Efésios (Ef); Filipenses (Fp); Colossenses 
(Cl); 1 Tessalonicenses (1 Ts); 2 Tessalonicen- 
ses (2 Ts); 1 Timóteo (1 Tm); 2 Timóteo (2 Tm); 
Tito (Tt); Filemon (Fm).
Epístolas Gerais. Hebreus — autor des­
conhecido — (Hb), Tiago (Tg), 1 Pedro (1 Pe),
2 Pedro (2 Pe), 1 João (1 Jo), 2 João (2 Jo), 3 
João (3 Jo) e Judas (Jd).
Livro profético. Apocalipse (Ap).
COMENTÁRIO | INTRODUÇÃO
Não há um livro igual à Bíblia. Esta tem 
formado a cultura ocidental e a identidade de 
muitos povos ao longo dos séculos. A Bíblia é 
o livro que integram o conteúdo da fé cristã. 
Nossas crenças acham-se fundamentadas no 
texto da Bíblia. Por isso é importante que você 
conheça como essa obra surgiu, quais livros 
a integram e como eles estão organizados. 
Nesta lição, veremos que a Bíblia Sagrada é 
a Palavra de Deus que, concomitantemente, 
desenvolveu-se em meio à cultura humana 
e que está organizada em dois principais 
documentos: o Antigo e o Novo Testamentos. 
Esses são os assuntos da presente lição.
1. A ORIGEM DA BÍBLIA
► 1.1. Como se deu. Qual o significado 
do termo Bíblia? A palavra deriva do latim e 
provém do grego bíblia. Outros dois vocá­
bulos gregos (b iblion - plural e diminutivode livro / biblos - livro ou documento escrito 
em papiro) denotam a ideia que queremos 
dar ao termo Bíblia: Escritos ou Escrituras. 
Ou seja, vários livros dentro de um só livro. 
Uma biblioteca em um único lugar.
Ao longo da história da revelação divina 
ao ser humano, pessoas registraram suas 
experiências com Deus, desde a mais remota 
antiguidade ao tempo mais próximo da era 
presente. Assim, por intermédio de um período 
de aproximadamente 1600 anos, formou-se 
um conjunto de Escritos de 66 livros, Antigo 
Testamento e Novo Testamento que, por mais 
de 20 séculos, vem formando os membros 
da Igreja de Cristo no mundo.
► 1.2. Palavra de Deus. Desde o mais remoto 
tempo da história cristã, os cristãos creem que 
a Bíblia é a Palavra de Deus. Os evangelistas 
afirmavam isso: “Nunca lestes nas Escrituras?” 
(Mt 21.42). Naturalmente, Mateus se refere às 
Escrituras do Antigo Testamento. O apóstolo 
Paulo confirmou para o jovem Timóteo: “desde 
a tua meninice, sabe as sagradas letras” (2 Tm
3.15). E as suas epístolas foram consideradas 
Escrituras Sagradas pelo apóstolo Pedro: “fa­
lando disto, como em todas as suas epístolas, 
entre as quais há pontos difíceis de entender, 
que os indoutos e inconstantes torcem e igual­
mente as outras Escrituras, para sua própria 
perdição” (2 Pe 3.16). Portanto, os escritos do 
Antigo Testamento e, posteriormente, os do 
Novo Testamento, são a Palavra de Deus para 
a Igreja de Cristo no mundo.
► 1.3. Cultura do Homem. A Bíblia foi 
escrita num tempo, espaço geográfico e em 
meio a diversas culturas. No Antigo Testa­
mento, vemos o povo de Israel imergir de 
dentro de uma cultura politeísta (adoração 
a vários deuses) a partir de nações reco­
nhecidas pela História Moderna, tais como: 
Egito, Império Babilônio, Império Medo-Persa
1 2 I Discipulando Professor 2 |
e Império Grego. Em o Novo Testamento, a 
cultura greco-romana (união das culturas 
do Império Grego com as do novo Império 
Romano) está presente na formação da Bí­
blia. Por exemplo, em Atos 17, Paulo pregou 
entre os filósofos gregos; a família de Jesus 
voltou para a Judeia a partir de um edito de 
um imperador romano (Lc 2.1-7). Ou seja, os 
escritos bíblicos foram forjados dentro das 
culturas dos povos do mundo e num período 
aproximado de 16 séculos.
Por volta da Idade Média, a Bíblia foi 
d iv id ida em capítulos e versículos (antes 
não havia essa divisão) para facilitar a nossa 
leitura. Por exemplo, quando mencionamos 
João 3.16, queremos dizer o livro do Evan­
gelho de João, capítulo 3 e versículo 16. A 
cultura humana facilitou a leitura da Bíblia.
► AUXÍLIO DIDÁTICO 1
“A palavra ‘testamento’, nas designações 
‘Antigo Testamento’ e ‘Novo Testamento’, para 
as duas divisões da Bíblia remonta através do 
latim testamentum ao termo grego diathéke, o 
qual na maioria de suas ocorrências na Bíblia 
grega significa ‘concerto’ em vez de ‘testa­
mento’. Em Jeremias 31.31, foi profetizado um 
novo concerto que iria substituir aquele que 
Deus fez com Israel no deserto (Êx 24.7,8). ‘Di­
zendo novo concerto, envelheceu o primeiro’ 
(Hb 8.13). Os escritores do Novo Testamento veem 
o cumprimento da profecia do novo concerto 
na nova ordem inaugurada pela obra de Cristo. 
Suas próprias palavras ao instituir esse concerto 
(1 Co 11.25) dão autoridade a esta interpretação. 
Portanto, os livros do Antigo Testamento são 
assim chamados por causa de sua estreita 
associação com a história do ‘antigo concerto’. 
E os livros do Novo Testamento são desse modo 
designados porque se tratam dos documen­
tos do estabelecimento do ‘novo concerto’” 
(COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia.
1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998, pp.15-16).
Professor, é importante que você saiba 
que há especialistas bíblicos que adotam a
expressão Primeiro Testamento ao invés de 
Antigo Testamento e Segundo Testamento 
ao invés de Novo Testamento, pois a palavra 
“antigo” pode sugerir a ideia de algo obsoleto 
e de menor consequência. Entretanto, quem 
escolheu os termos “Antigo e Novo” não tinha 
uma intenção depreciativa para com a Bíblia. 
Todavia, hoje, há quem considere falta de 
respeito usar esse termo referente ao texto 
bíblico. Entretanto, quando usamos “Antigo” e 
“Novo” queremos apenas denominar a principal 
divisões da Bíblia.
2. O ANTIGO TESTAMENTO
► 2.1. O que é? Um conjunto de escritos 
inspirados que norteiam a história de um povo 
escolhido por Deus, a nação de Israel, para revelar 
o reino divino ao mundo. Entretanto, esse povo 
falhou em sua missão. O Antigo Testamento foi 
transmitido por meio de “palavras proféticas”, 
de toda história e das obras poderosas de 
Deus para com o seu povo. A narrativa dessas 
obras e das palavras proféticas faz com que 
não duvidemos do interesse de Deus em se 
relacionar com os seres humanos. A iniciativa 
de relacionar-se conosco foi sempre d Ele (cf. 
Êx 3.1-12)1
► 2.2. Qual o assunto? O Antigo Testamento 
conta a história da origem, da ascensão, do 
desenvolvimento e da queda da nação de Israel. 
É uma espécie de introdução do que Deus falou 
antigamente aos nossos pais da fé pelos santos 
profetas e ao cumprimento do que foi falado 
pelo seu Filho Jesus Cristo (Hb 1.1,2). Por isso, 
o Antigo Testamento era a Bíblia dos primeiros 
crentes e do próprio Senhor Jesus (Lc 4.14-17). 
Foi nos escritos antigos que a Igreja encontrou 
o testemunho claro sobre a pessoa de Jesus 
de Nazaré: “ Examinais as Escrituras, porque 
vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas 
que de mim testificam” (Jo 5.39). Por isso, o 
Antigo Testamento precisa ser lido, estudado 
e interpretado à luz do que Jesus nos ensinou 
nos Evangelhos e os seus apóstolos em todo
o Novo Testamento.
! Discipulando Professor 2 |
► 2.3. Como está organizado? O Antigo 
Testamento que as igrejas evangélicas usam 
atualmente está basicamente divid ido em 
quatro partes, compostas por 39 livros. Vamos 
conhecê-los?
a) O Pentateuco. Cinco livros de Moisés,
0 legislador de Israel. Tais livros falam 
da formação do mundo, do ser huma­
no, das nações, do povo de Israel e 
da Lei de Deus: Gênesis (Gn), Êxodo 
(Êx), Levítico (Lv), Números (Nm) e 
Deuteronômio (Dt).
b) Livros Históricos. De diversas autorias, 
os livros narram o desenvolvimento 
político, econôm ico e de nação na 
história de Israel, bem como a sua ruína 
imediata: Josué (Js), Juizes (Jz), Rute 
(Rt), 1 Samuel (1 Sm), 2 Samuel (2 Sm),
1 Reis (1 Rs), 2 Reis (2 Rs), 1 Crônicas 
(1 Cr), 2 Crônicas (2 Cr), Esdras (Ed), 
Neemias (Ne) e Ester (Et).
c) Livros Poéticos. De diversas autorias, 
são cânticos e poesias hebraicas que 
retratam o sentimento humano no rela­
cionamento com Deus: Jó (Jó), Salmos 
(SI), Provérbios (Pv), Eclesiastes (Ec), 
Cantares de Salomão (Ct).
d) Livros Proféticos. São livros onde constam 
as mensagens dos grandes profetas de 
Israel. Eles são classificados em Profetas 
Maiores e Profetas Menores. Tai classifica­
ção nada tem com a importância do livro 
em si, mas com a quantidade de textos. 
Profetas Maiores: Isaías (Is), Je re ­
m ia s (Jr), L a m e n ta ç õ e s (Lm ), 
Ezequiel (Ez) e Daniel (Dn).
Profetas Menores: Oseias (Os), Joel (Jl), 
Amós (Am), Obadias (Ob), Miqueias (Mq), 
Naum (Na), Habacuque (Hc), Sofonias (S f), 
Ageu (Ag), Zacarias (Zc) e Malaquias (Ml).
► AUXÍLIO DIDÁTICO 2
Neste tópico, você pode mencionar para seu 
aluno a diferença entre a Bíblia Hebraica, que
os judeus usam na sinagoga, a Bíblia Católica 
e a Bíblia que nós, os evangélico-protestantes, 
usamos. Com o auxilio do esquema reproduzido 
na seção Proposta Pedagógica, sugerimos que 
mostre esse esquema aos alunos:
A BÍBLIA - Hebraica
Lei/Torá. Gênesis, Êxodo, Levítico, Números 
e Deuteronômio.
Profetas (Nebiim). Profetas anteriores: 
Josué, Juizes, Rute, 1 Samuel, 2 Samuel, 1 Reis 
e 2 Reis. Profetas posteriores: Isaias,Jeremias, 
Ezequiel. Os doze: Oseias, Joel, Amós, Obadias, 
Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, 
Zacarias e Malaquias.
Escritos (Ketubim). Salmos, Provérbios 
e Jó.
Cinco rolos (Hamesh Megiliot). Cantares 
de Salomão, Rute, Lamentações, Ester, Daniel, 
Esdras-Neemias e 1-2 Crônicas.
BÍBLIA CATÓLICA - Antigo Testamento
Pentateuco. Gênesis, Êxodo, Levítico, 
Números e Deuteronômio.
Livros Históricos. Josué, Juizes, Rute, 1 
Samuel, 2 Samuel, 1 Reis, 2 Reis, 1 Crônicas,
2 Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, 
Ester (com 6 acréscimos gregos), 1 Macabeus 
e 2 Macabeus.
Livros Sapienciais. Jó, Salmos, Provérbios, 
Eclesiastes, Cânticos dos Cânticos, Sabedoria 
de Salomão e Eclesiástico.
Livros Proféticos. Isaias, Jeremias, Lamen­
tações, Baruc+Epístola de Jeremias, Ezequiel 
e Daniel (+ 3 acréscimos gregos: Oração de 
Azarias, Cânticos dos três jovens, Susana e 
Bei e o Dragão), Oseias, Joel, Amós, Obadias, 
Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, 
Zacarias e Malaquias.
Obs.: O Novo Testamento da Bíblia Católica é igual ao 
da Bíblia Evangélica Protestante.
14 | Discipulando Professor 2 j
3. 0 NOVO TESTAMENTO
► 3.1. O que é? Se o cumprimento é a 
consequência da promessa, poderíamos dizer 
que o Novo Testamento é a consequência do 
Antigo. Este registra o que Deus disse aos 
antepassados, o cumprimento, a confirmação 
e a consumação da promessa, os sacrifícios, 
os rituais de culto, as palavras proféticas, a 
unção de reis, a vocação de pessoas para falar 
ao povo: tudo culminaria na obra redentora de 
Jesus (Hb 9.11,12).
O Novo Testamento registra a história, a 
experiência e os testemunhos de cristãos que 
viram, ouviram e aprenderam de Jesus naqueles 
dias. Pelo poder e inspiração do Espírito Santo, 
essas pessoas proclamaram ousadamente o 
Reino de Deus ao mundo.
► 3.2. Qual o assunto? Jesus Cristo! A 
pessoa de Jesus Cristo é a razão da existência 
do Novo Testamento. Também está presente 
nesse documento o advento da Igreja e o seu 
projeto de evangelização local e universal. Nar­
ram-nos os escritos neotestamentários a ação 
do Espírito Santo sobre um grupo de pessoas 
que revolucionaram o mundo, os conselhos 
para vida, a instituição de uma liderança cristã, 
palavras para vocacionados e tantos outros 
assuntos do interesse do Corpo de Cristo.
► 3.3. Como está organizado? Os 27
livros do Novo Testamento têm sido aceitos 
pela Igreja há mais de 20 séculos de história.
O documento está organizado em pelo menos 
quatro divisões. Vamos conhecê-las:
a) Os Quatro Evangelhos. Os livros levam 
os nomes dos respectivos autores e 
buscam narrar a obra de Jesus de 
Nazaré como o Filho de Deus: Mateus 
(Mt), Marcos (Mc), Lucas (Lc) e João (Jo).
b) L ivro H istórico. De autoria do evan­
gelista Lucas, uma continuação do 
seu Evangelho, o livro narra a origem 
histórica da Igreja em Jerusalém quando 
do dia de Pentecoste, sua trajetória 
local e mundial: Atos dos Apóstolos (At).
c) 21 Cartas escritas pelos apóstolos.
Conselhos p rá ticos e doutrinários 
para a Igreja de todos os tem pos. 
Epístolas Paulinas. De autoria do após­
tolo Paulo: Romanos (Rm), 1 Coríntios 
(1 Co), 2 Coríntios (2 Co), Gálatas (Gl), 
Efésios (Ef), Filipenses (Fp), Colossenses 
(Cl), 1 Tessalonicenses (1 Ts), 2 Tes- 
salonicenses (2 Ts), 1 Timóteo (1 Tm),
2 Timóteo (2 Tm), Tito (Tt) e Filemon (Fm). 
Epístolas Gerais. De diversas autorias: 
Hebreus (autor desconhecido) (Hb), 
Tiago (Tg), 1 Pedro (1 Pe), 2 Pedro (2 Pe),
1 João (1 Jo), 2 João (2 Jo), 3 João 
(3 Jo) e Judas (Jd).
d) Livro profético. De autoria do apóstolo 
João, é o único livro de profecia do 
Novo Testamento: Apocalipse (Ap).
► AUXÍLIO DIDÁTICO 3
“Os escritos neotestamentários não foram 
reunidos na forma como hoje conhecemos, 
imediatamente, após terem sido escritos. Em 
princípio, cada um dos evangelhos teve uma 
existência local e independente nas respectivas 
comunidades para as quais originalmente cada 
um foi composto. Entretanto, pelo início do século
II, foram reunidos e começaram a circular como 
um registro quádruplo. Quando isso aconteceu, 
Atos foi separado de Lucas, com o qual fazia 
uma obra em dois volumes, e lançado em uma 
carreira solo, mas não desprovida de sua pró­
pria importância” (COMFORT, Philip Wesley. 
A Origem da Bíblia. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 
1998, p.21).
CONCLUSÃO
Nesta lição, estudamos a origem da Bíblia, 
a sua organização e divisões. Vimos que, 
desde os primeiros séculos da Igreja Cristã, 
os crentes aceitam o Antigo e o Novo Tes­
tamento como a Palavra inspirada de Deus. 
Aprendemos que o nosso Senhor é o
| Discipulando Professor 2 |
principal de toda a Bíblia e, principalmente, 
do Novo Testamento. Notamos também que 
ao todo a Bíblia possui 66 livros, sendo 39 no 
Antigo Testamento e 27 em o Novo. Portanto, 
conheça mais a sua Bíblia!
APROFUNDANDO-SE
Nem todas as tradições cristãs usam 
a mesma Bíblia. Por exemplo, o Antigo 
Testamento na Bíblia dos evangélicos- 
-protestantes diverge da dos católicos 
romanos. A razão dessa divergência foi 
que um homem de nome Jerônimo, mon­
ge católico, traduziu o Antigo Testamento 
da Septuaginta (versão grega do Antigo 
Testamento hebraico) para o Latim, essa 
tradução foi chamada de Vulgata Latina. 
Jerônimo considerou os livros de Tobias, 
Macabeus e outros como sagrados. En­
tretanto, esses livros nunca constaram na 
Bíblia Hebraica, isto é, a Bíblia dos judeus. 
Por isso, se você comparar a sua Bíblia 
com a Católica notará uma diferença na 
quantidade de livros do Antigo Testamento. 
Já em relação ao Novo Testamento, não há 
divergências, pois o conteúdo das Bíblias 
é o mesmo.
VERIFIQUE O SEU
A P R E N D IZ A D O ^
1 . Qual o significado do termo “Bíblia”?
R. Escritos ou Escrituras. Vários livros dentro 
de um só.
2 . Quanto tempo levou para a Bíblia ser 
formada?
R. Aproximadamente 1600 anos ou 16 séculos.
3 . Quantos livros o Antigo Testamento têm? 
R. 39.
4 . Qual o assunto predominante do Novo 
Testamento e de toda a Bíblia?
R. Jesus Cristo.
5 . Quantos livros o Novo Testamento têm? 
Quantos livros a Bíblia tem ao todo? Cite a 
ordem dos quatro Evangelhos.
R. 27.66. Mateus, Marcos, Lucas e João.
SUGESTÃO 
DE LEITURA
y A Origem da Bíblia.
Uma excelente fonte de pesquisa para 
professores, estudantes, pastores e todo 
crente desejosos de maior aprofundamento 
bíblico.
► Educação que é Cristã
Educação que é Cristã é um brilhante 
compêndio de educação cristã que, em 
um contexto multicultural, utiliza princípios 
sólidos de ensino bíblico.
► Que em 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 
Crônicas lê-se: Primeiro e Segundo livro de 
Samuel, etc., pois o termo refere-se a 
palavra de gênero masculino, livro. Diferen­
temente de 1 e 2 Coríntios, 1 e 2 Tessalo- 
nicenses, 1 e 2 Timóteo, 1 e 2 Pedro, e 1,
2 e 3 João que lê-se: Primeira e Segunda 
carta de Paulo aos Coríntios e/ou Primeira, 
Segunda e Terceira epístola de João, etc., 
pois trata-se das palavras de gênero femi­
nino, carta e/ou epístola.
1 6 | Discipulando Professor 2 |
Crendo para
interpretar a Bíblia
TEXTO BÍBLICO BASE
2 Pedro 1.19-21; 3.14-18
1.19 - E temos, mui firme, a palavra dos profetas, 
à qual bem fazeis em estar atentos, como a 
urna luz que alumia em lugar escuro, até que 
o dia esclareça, e a estrela da alva apareça 
em vosso coração,
20 - sabendo primeiramente isto: que nenhuma
profecia da Escritura é de particular inter­
pretação;
21 - porque a profecia nunca foi produzida por
vontade de homem algum, mas os homens 
santos de Deus falaram inspirados pelo 
Espirito Santo.
3.14 - Pelo que, amados, aguardando estas 
coisas, procurai que dele sejais achados 
imaculados e irrepreensíveis em paz
15 - e tende por salvação a longanimidade de
nosso Senhor, como também o nosso 
amado irmão Pautovos escreveu, segundo 
a sabedoria que lhe foi dada,
16 - falando disto, como em todas as suas epís­
tolas, entre as quais há pontos drficeis de 
entender, que os indoutos e inconstantes 
torcem e igualmente as outras Escrituras, 
para sua própria perdição.
17 - Vós, portanto, amados, sabendo isto de
antemão, guardai-vos de que, pelo engano
dos homens abomináveis, sejais juntamente 
arrebatados e descaiais da vossa firmeza;
18 - antes, crescei na graça e conhecimento de 
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele 
seja dada a glória, assim agora como no dia 
da eternidade. Amém!.
MEDITAÇÃO
“Nenhuma profecia da Escritura é de parti­
cular interpretação; porque a profecia nunca foi 
produzida por vontade de homem algum, mas 
os homens santos de Deus falaram inspirados 
pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.20,21).
REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
► SEGUNDA - Provérbios 1.2-6
► TERÇA - 2 Corintios 2.17
► QUARTA-Salmos 119,105
► QUINTA-Salmos 119.125
► SEXTA - Neemías 8.2-9
► SÁBADO - Romanos 10.8-10
j Discipulando Professor 2 j
ORIENTAÇÃO AO
PROFESSOR
INTERAGINDO COM O ALUNO
Professor, esta aula talvez seja a mais im­
portante desse 2o ciclo de curso, A maioria dos 
erros teológicos, doutrinários e de interpretação 
ocorrem porque muitos crentes não sabem in­
terpretar as Escrituras. Você tem a oportunidade 
singular de ajudar ao seu discipulando na leitura 
e na interpretação das Escrituras. Sugerimos 
adquirir duas obras importantes para auxiliarem 
você na preparação dessa lição: Guia Básico 
para Interpretação da Bíblia, de Robert H. Stein 
e Hermenêutica Fácil e Descomplicada, do pro­
fessor Esdras Costa Bentho. Ambas as obras 
foram publicadas pela editora CPAD.
A partir da leitura dessas obras, escolha 
alguns exemplos de interpretação que os livros 
mencionam para tornar a aula mais dinâmica. 
Selecione passagens bíblicas que sejam exem­
plos de más e boas interpretações. Estimule os 
alunos a adquirirem obras básicas de interpre­
tação da Bíblia.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
Professor, para concluir a lição sugerimos 
a seguinte atividade: Divida a classe em dois 
grupos e classifique-os respectivamente de 
grupo 1 e grupo 2. Peça ao grupo 1 para ler 
silenciosamente Romanos 4.1-25; o grupo 2 
para ler Tiago 2.14-26. Dê cinco minutos para 
a leitura em grupo. Em seguida pergunte ao 
grupo 1 o que entendeu sobre o termo “fé” 
explicado pelo apóstolo Paulo. E ao grupo 2 
o que entendeu do termo “fé” ensinado por 
Tiago. Ouça com atenção as duas respostas.
OBJETIVOS
Sua aula deverá alcançar os se­
guintes objetivos:
 ^ Demonstrar que a Bíblia é verdadeira 
segundo a sua inspiração divina e sua 
natureza humana.
 ^ Elencar os pressupostos necessários para 
a leitura e a interpretação das Escrituras.
► Apresentar as regras básicas para uma 
interpretação satisfatória da Bíblia.
Após ouvir as respostas, explique didati­
camente que (1)o termo "fé” , escrito por Paulo 
e Tiago, não significa “um conjunto de cren­
ças” . (2) Paulo não se refere a “fé” como “mera 
aceitação do fato” nem Tiago “uma verdadeira 
confiança” . (3) Pelo contexto das passagens 
bíblicas está claro que o apóstolo Paulo se 
refere a “fé” como “uma verdadeira confiança” 
(Rm 4.3,5) e Tiago como “aceitação do fato” 
(Tg 2.14,19). Ou seja, o mesmo termo usado 
pelos escritores recebe sentidos diferentes.
18 I Discipulando Professor 2
revelar o seu projeto (2 Pe 1.19-21), também é 
verdade que essas pessoas contribuíram muito 
para a organização das Escrituras. Do ponto 
de vista da organização literária, encontramos 
na Bíblia tipos, gêneros textuais e literários 
presentes em nossa história moderna. Encon­
tramos na Bíblia textos narrativos, descritivos, 
argumentativos, bem como parábolas, narra­
tivas, dramas, romances, poesias etc. Leia a 
parábola de Jotão e perceba o estilo literário 
desse texto (Jz 9.7-21).
COMENTÁRIO | INTRODUÇÃO
Uma grande conquista para os cristãos e, 
consequentemente, para a sociedade ocidental, 
foi o resgate do livre exame da Bíblia. Com o 
advento da Reforma Protestante, em 1517, na 
Idade Média, o clero da Igreja Oficial deixou 
de ter a primazia na leitura e na interpretação 
da Bíblia. Na Alemanha do século XVI, a Bíblia 
foi traduzida para a língua nativa, um acon­
tecimento extraordinário! Naquela época, só 
as pessoas que sabiam o latim liam a Bíblia; 
assim, a maioria dos habitantes da Europa que 
não dominava a língua latina ficava excluída 
da leitura bíblica.
Hoje é diferente, pelo menos aqui no Brasil e 
na maioria dos países do Ocidente, pois temos 
diversas traduções e versões da Bíblia à nossa 
disposição. 0 livre exame da Bíblia está garantido! 
Entretanto, um desafio surge para os cristãos de 
todas as épocas: Como interpretar corretamente 
as Escrituras? Eis o tema da nossa lição.
1. A BÍBLIA É VERDADEIRA
► 1.1. Segundo a sua natureza divina.
Quando afirmarmos que a Bíblia é verdadeira, 
nos referimos ao registro de Deus na história. 
O Deus do Evangelho atuou e agiu por inter­
médio dos profetas do Antigo Testamento, dos 
apóstolos do Novo Testamento, tendo em Jesus 
Cristo, o seu Filho, a plena manifestação da sua 
mensagem aos povos da terra (Hb 1.1). Ao falar 
sobre o Deus do Evangelho, referimo-nos a sua 
atuação no processo de revelação da mensa­
gem divina ao ser humano. Deus comunicou-se 
diretamente conosco, inspirando homens do 
mundo da Bíblia. Ele inspirou pessoas a usar 
a linguagem, a palavra, a lógica e, por isso, 
nas Escrituras, Deus é a fonte criativa de toda 
concepção humana sobre Ele mesmo. Logo 
que falamos sobre Deus, discursamos a partir 
do que foi revelado nas Escrituras. Então, a 
Palavra deve regular a nossa ideia sobre Deus, 
sobre a vida e sobre o mundo (2 Tm 3.16,17; Hb
11.3). Por isso, a Bíblia é verdadeira!
► 1.2. Segundo a sua natureza humana.
Se Deus inspirou as pessoas da Bíblia para nos
Entretanto, a natureza humana manifesta 
na Bíblia mostra-nos algumas dificuldades 
para interpretá-la: a) a dificuldade temporal, a 
Bíblia foi escrita num tempo diferente do nosso;
b) a dificuldade contextuai, isto é, a cultura, 
a política e a economia dos povos da Bíblia 
caracterizam uma civilização bem diferente da 
nossa; c) a dificuldade linguística, o desafio de 
traduzir expressões judaicas que não fazem 
sentido na língua de outro povo. Então, o que 
devemos fazer?
► 1.3. Uma tarefa necessária. Muitas pes­
soas cometem erros de interpretação da Bíblia 
por não dominar o idioma nativo, em nosso 
caso, a língua portuguesa. Você não precisa 
dominar o hebraico, o aramaico e o grego para 
compreender a Bíblia. Todavia, deve estar em dia 
com o seu idioma e munir-se de boas versões 
bíblicas em língua portuguesa. Com o tempo 
você se interessará mais em aprender a Bíblia e 
poderá adquirir Dicionários Bíblicos, bons Co­
mentários Bíblicos e outros materiais de estudo 
que auxiliarão você na compreensão
| Discípulando Professor 2
maravilhoso. Entretanto, além de ler e estudar a 
Bíblia, outro elemento indispensável é orar. Buscar 
a orientação do Espírito Santo para nos conduzir 
em nossos estudos é essencial para uma com­
preensão satisfatória e edificação da nossa vida 
espiritual. O Santo Espírito ilumina-nos a mente e 
enche o nosso coração com as riquezas de Deus 
(Jo 14.16,17,26). Portanto, ore e estude!
^ AUXÍLIO DIDÁTICO 1
“Significado e formas literárias
É obvio que a nossa escolha de certas 
palavras pode, às vezes, ser motivada menos 
pelo desejo de informar e esclarecer do que 
pela vontade de despertar e afetar as emoções 
do leitor. Os escritores bíblicos, naturalmente, 
estavam cônscios disso, de modo que escolhe­
ram as palavras e as formas literárias que melhor 
poderiam transmitir o significado pretendido. 
Em algumas oportunidades, como acontece 
em Lucas 1.4, a intenção do autor eratransmitir 
uma informação segura. Assim, preferia lançar 
mão da linguagem referencial, pois tratava-se 
da melhor forma de transmitir o que desejava 
naquele momento. Quando pretendia registrar 
informações sobre as leis divinas, usava formas 
legais, como encontradas nos livros de Êxodo, 
Levítico, Números e Deuteronômio. Às vezes, a 
melhor forma era através de cartas ou epístolas. 
Assim, encontramos várias na Bíblia, como, por 
exemplo, as de Paulo, Pedro e João. Em outros 
momentos, quando o propósito era compartilhar
informações de natureza histórica, a melhor 
forma era narrativa. Vários livros da Bíblia em­
pregaram este gênero (de Gênesis à Ester e de 
Mateus à Atos). Até mesmo na linguagem profé­
tica encontramos narrativa, como por exemplo, 
em Jeremias 26—29; 32—45; 52; Ageu 1 —2; 
Daniel 1 —6.
Outras formas literárias tendem a estar mais 
próximas da linguagem não-referencial. Nesta 
categoria encontram-se os livros de Salmos 
e Cantares de Salomão. Vale, ainda, ressaltar 
que em muitas narrativas há, também, poesia 
(Êx 15; Jz 5; 1 Sm 2) e declarações emocionais. 
Em alguns casos, no entanto, os textos contêm 
elementos de ambos os tipos. Provérbios e os 
livros proféticos são exemplos disso.
Está claro, portanto, que existem várias 
formas literárias na Bíblia, cada uma com as 
suas próprias regras de interpretação. Ao lançar 
mão de cada gênero os autores submeteram-se 
conscientemente às suas regras com o propó­
sito de transmitir o significado pretendido. Eles 
tinham também em mente que seus leitores 
interpretariam os textos segundo as mesmas 
regras. Se não estivermos cônscios disso, 
correremos o risco de quase sempre fazer uma 
interpretação incorreta” (STEIN, Robert H. Guia 
Básico para a Interpretação da Bíblia. 1 .ed. 
Rio de Janeiro: CPAD, 1999, pp.81-83).
2. PRESSUPOSTOS PARA 
A LEITURA DA BÍBLIA
► 2.1. A existência de Deus. Na Bíblia, você 
não verá nenhum versículo que procure provar 
a existência de Deus. Essa questão sequer é 
mencionada nas Escrituras. A Bíblia parte do 
princípio de que Deus não somente existe, 
Ele É (“ Eu Sou”, Êx 3.14). E chama de “tolo” 
quem não acredita nesse princípio fundamental 
(SI 53.1). O autor aos Hebreus declara que “de fato, 
sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é 
necessário que aquele que se aproxima de Deus 
creia que Ele existe e que se torna galardoador 
dos que o buscam” (11.6 - ARA). Um pressuposto 
elementar para crermos e lermos a Bíblia é que 
Deus é o Criador de todas as coisas.
20 | Discipulando Professor 2
► 2.2. Inspiração e Autoridade das Escri­
turas. Pela fé cremos que Deus revelou a sua 
vontade nas Escrituras e que por isso ela é inspi­
rada divinamente e tem autoridade para a nossa 
prática de fé e vida. Para tanto, é preciso levar 
a sério a interpretação coerente das Escrituras.
Quando nos referimos à doutrina da ins­
p ira ç ã o da B íb lia , b a s e a m o -n o s em
2 Timóteo 3.16 que diz que “Toda Escritura divi­
namente inspirada é proveitosa para ensinar, para 
redarguir, para corrigir, para instruírem justiça”. 
Deus é o autor primeiro e, o homem, secundário. 
Considerando que as Escrituras são inspiradas, 
sua autoridade está sobre a nossa vida. Cremos 
e concordamos que ela é Palavra de Deus para 
nós, e que a partir dela revelamos ao mundo a 
vontade de Deus de, por intermédio de seu Filho, 
reconciliar o mundo consigo mesmo (2 Co 5.20).
► 2.3. Cristo, o centro das Escrituras. As
Escrituras dão testemunho do Filho, Jesus Cristo: 
“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter 
nelas a vida etema, e são elas que de mim testifi­
cam” (Jo 5.39). É em Cristo que a antiga aliança, 
anunciada com Abraão, registrada por Moisés 
e confirmada em Davi, o rei de Israel, toma-se 
nova, suficiente e perfeita aliança. Nele, a história 
da aliança entre Deus e o seu povo chegou ao 
apogeu dos tempos: “mas, vindo a plenitude 
dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de 
mulher, nascido sob lei, para remir os que estavam 
debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção 
de filhos” (Gl 4.4,5). As Escrituras se completam 
em torno desse assunto, fazendo com que a 
revelação de Deus seja progressiva e dentro da 
história humana. Não podemos perder de vista 
que Cristo é o centro das Escrituras e todos os 
livros da Bíblia devem ser interpretados sob o 
ensino de Jesus.
^ AUXÍLIO DIDÁTICO 2
Professor, neste tópico, deixe claro a dificul­
dade que os crentes enfrentam para declarar a 
sua fé na autoridade da Bíblia. Vivemos uma crise 
profunda de autoridade em nossa sociedade: 
na família, na educação, nas instituições públi­
cas. Não seria diferente com a Bíblia. O erudito
Cari F. H. Henry, diante desse problema, escreveu 
que “a Bíblia não é o único lembrete importante 
que afirma que os seres humanos encontram-se 
diariamente em posição de relacionamento res­
ponsável para com o Deus soberano. O Criador 
exibe sua autoridade no cosmos, na História e na 
consciência interior, uma revelação do Deus vivo 
que permeia a mente de todo ser humano (Rm 
1,18-20; 2.12-15). A supressão rebelde dessa 
‘genérica revelação divina’ não é bem-sucedida 
em fazer cessar por completo o senso de temor 
da derradeira responsabilidade divina (Rm 1.32). 
Contudo, é a Bíblia, como ‘revelação especial’ , 
que de modo mais claro confronta nossa corrida 
espiritualmente rebelde com a realidade e autori­
dade de Deus. Nas Escrituras, o caráter e a vonta­
de de Deus, o significado da existência humana, 
a natureza do reino espiritual e os propósitos de 
Deus para os seres humanos de todas as épocas 
estão expostos de forma propositadamente inte­
ligível, de sorte que todos podem compreender. 
A Bíblia proclama de maneira objetiva os critérios 
pelos quais Deus julga as pessoas e as nações, e 
os meios para a recuperação moral e a restaura­
ção à comunhão pessoal com Ele” (COMFORT, 
Philip Wesley. A Origem da Bíblia. 1 .ed. Rio de 
Janeiro: CPAD, 1998, p.31).
3. REGRAS BÁSICAS DE 
INTERPRETAÇÃO
► 3.1.0 Antigo Testamento é interpretado 
pelo Novo. Um erro comum na leitura da Bíblia 
é ler um versículo isolado e tomá-lo para si 
como palavra certa. Tal versículo está dentro 
de um contexto e de uma história que, muitas 
vezes interpretada adequadamente, significa o 
sentido oposto do que a pessoa entendeu com 
base apenas naquele versículo. Isso é muito 
comum acontecer com a leitura isolada do 
Antigo Testamento. Neste documento, muitos 
versículos dão a ideia de batalhas, conquistas 
e vitórias porque o povo de Israel tentava so­
breviver como nação diante de outros povos 
idólatras (Js 6.7; 1 Sm 17). Por isso, cenas de 
violências, guerras e lutas pela sobrevivência da 
vida estão presentes na Bíblia. Entretanto, o Novo 
Testamento traz uma revelação muito
| Discipulándo Professor 2
O foco agora não é a guerra, as batalhas terrenas, 
as vitórias ou as conquistas de um povo, mas um 
ser humano que reconhece a suficiência da vida 
em Jesus e vê nEle o significado da existência. 
Isto é retratado na regra de ouro do Evangelho: 
“Portanto, tudo o que vós quereis que os homens 
vos façam, fazei-lho também vós, porque esta 
é a lei e os profetas” (Mt 7.12; cf. Mc 12.30,31). 
O Novo Testamento é a chave do Antigo e Jesus,
o elemento interpretativo de toda a Bíblia.
► 3.2. Conhecer a intenção do autor sa­
grado. Todo livro tem um autor e todo autor 
tem uma intenção ao escrever uma obra. Isso 
não é diferente com a Bíblia nem com os seus 
escritores, pois ela tem um autor que escreveu 
para um público leitor. Por exemplo, quando o 
apóstolo Paulo escreveu a Primeira Epístola aos 
Coríntios (1 Coríntios), ele pensou nos crentes 
daquela cidade, naquela época. Originalmente, 
ele não escreveu para nós que vivemos no século 
XXI, mas para os coríntios do primeiro século. Há 
um lapso de aproximadamente 20 séculos entre 
os coríntiose nós. Todavia, através do Espírito 
Santo que conduziu o processo de revelação 
de Deus, a Carta aos Coríntios chegou até nós. 
Para lê-la, entendê-la e aplicá-la à nossa vida, 
precisamos primeiramente resgatar o significado 
original daquele texto. Para chegarmos nesse 
ponto é necessário inicialmente responder três 
perguntas: “Quem é o autor?”; “ Por que ele 
escreveu a carta?” “Para quem ele escreveu a 
carta?”. Tais perguntas ajudam a identificar três 
identidades fundamentais para compreendermos 
qualquer livro da Bíblia: o autor da carta ou livro 
(por exemplo, o apóstolo Paulo); o propósito da 
carta (responder dúvidas de caráter espiritual e 
prático da igreja); o público destinatário (a igreja 
local que vivia na cidade grega de Corinto). Por­
tanto, devemos sempre interpretar o texto bíblico 
à luz do seu contexto (passagens que vêm antes 
e depois do texto em estudo).
► 3.3. Cada texto tem apenas um sentido, 
mas muitas aplicações. O texto bíblico tem 
somente um sentido original que o autor quis 
revelar para o seu primeiro público leitor. Nem 
sempre é possível recuperar esse sentido, seja 
porque não há elementos no próprio texto que 
possam esclarecer mais a passagem, ou porque
a passagem é difícil e de complexa tradução. 
Entretanto, uma vez descoberto o significado 
primeiro do texto (com a pergunta “O que o autor 
disse?”), podemos fazer uma série de aplicações 
para os nossos dias (respondendo à pergunta: 
“O que o texto diz hoje?”). Neste aspecto, o 
Espírito Santo nos ilumina para aplicarmos a 
Palavra de Deus a cada necessidade da nossa 
vida. Portanto, a partir de um desejo genuíno por 
conhecer a Palavra de Deus, estudando-a para 
compreendê-la, o Santo Espírito nos auxiliará a 
aplicá-la em nossas e à vidas das pessoas que 
precisam da graça de Deus em Cristo Jesus.
^ AUXÍLIO DIDÁTICO 3
Sobre a importância das línguas originais 
da Bíblia, “quando estamos lendo uma versão 
portuguesa [da Bíblia], e encontramos uma 
palavra que não conhecemos seu significado, 
fazemos o quê? Recorremos a um dicionário 
contemporâneo, da língua portuguesa. Mas 
Paulo não conhecia o português. Desta forma, 
não estamos tentando descobrir o que Paulo 
quis dizer com uma determinada palavra, mas, 
sim, o que o tradutor procurou transmitir. Por 
isso, a interpretação mais garantida é feita pela 
pessoa que utiliza o texto na língua original, e 
não no português. Tendo isso em vista, pode­
mos acrescentar que os tradutores das versões 
bíblicas do português, como por exemplo, a 
Revista e Atualizada, A Bíblia na Linguagem de 
Hoje, A Nova Versão Internacional, possuíam 
um conhecimento notável das línguas em que a 
Bíblia foi escrita. Tinham um bom conhecimento, 
portanto, dos autores bíblicos. Por isso, podemos 
confiar nas traduções da Bíblia que possuímos 
em nossa língua. Assim, ao estudarmos um texto, 
é de grande importância a utilização de várias 
traduções, para podermos comparar umas com 
as outras” (STEIN, Robert H. Guia Básico para 
a Interpretação da Bíblia. 1 ed. Rio de Janeiro: 
CPAD, 1999, p.199).
CONCLUSÃO
Nesta lição, estudamos as regras básicas 
para interpretarmos a Palavra de Deus. Conhe­
cer a Bíblia é muito importante para o nosso
I n íc r * im i lo n r ln P rn fo c e n r O I
crescimento espiritual e pessoal. A Palavra de 
Deus tem conselhos para nós. Não podemos nos 
esquecer de que as Escrituras falam do Cristo 
ressuscitado que nos trouxe vida em abundância 
para vivermos plenamente. Por isso, labutamos 
para compreender a Bíblia, pois acima de tudo, 
estaremos compreendendo Jesus, a Palavra 
Encarnada de Deus.
APROFUNDANDO-SE
A Bíblia é um livro que deve ser entendido por 
todo crente. Ela fala para o erudito e, igualmente, 
para o indouto. Por isso não fique preocupado 
com “enigmas” ou “passagens obscuras” da 
Bíblia como se houvesse apenas algumas 
pessoas capazes de compreendê-las. Prefira 
sempre o significado claro das Escrituras, pois 
eles estão presentes em toda Bíblia. Não se 
preocupe tanto com as passagens mais com­
plexas onde há possibilidade de duas ou mais 
interpretações. Você verá que com o tempo o 
seu conhecimento e intimidade com as Escrituras 
crescerão. Entretanto, saiba que há passagens 
que ficarão sem respostas, pois simplesmente 
não há informação ao nosso alcance. Portanto, 
fuja das interpretações que exigem “tremendos 
exercícios mentais” para encaixar um determinado 
conceito proposto por alguém.
VERIFIQUE SEU
APRENDIZADO
1. Como o Deus dos Evangelhos atuou e agiu? 
R. O Deus do Evangelho atuou e agiu por 
intermédio dos profetas do Antigo Testamento, 
dos apóstolos do Novo Testamento, todavia, 
tendo Jesus Cristo, o seu Filho, a plena ma­
nifestação da sua mensagem aos povos da 
terra (Hb 1.1).
2 . Cites algumas dificuldades, por conta da 
própria natureza humana, para interpretarmos 
a Bíblia.
R. A dificuldade temporal; a dificuldade 
contextuai; a dificuldade linguística.
3 . Quais os pressupostos importantes para 
uma leitura proveitosa da Bíblia?
R. A existência de Deus; Inspiração e 
Autoridade das Escrituras; Cristo, o centro das 
Escrituras.
4 . Cite um erro muito comum que as pessoas 
cometem ao 1er a Bíblia.
R. Ler um versículo isolado e tomá-lo para 
si como palavra certa.
5 . Quantos sentidos tem um texto bíblico e 
quantas aplicações são possíveis?
R.O texto bíblico tem um sentido apenas 
e várias aplicações.
►
SUGESTÃO 
DE LEITURA
Hermenêutica Fácil e Descomplicada
Uma obra que vai te auxiliar nas técnicas 
de interpretação das Escrituras. Temas 
como Gêneros Literários da Bíblia são bas­
tante explorados.
► Manual de Ensino para o Educador Cristão
Escrito por especialistas em Educação 
Cristã, este manual é um recurso completo 
para ser usado em casa, na igreja e nas 
escolas onde se ministra estudos bíblicos.
► Que não existe um manuscrito original que 
tenha saído da mão de um autor bíblico? 
Os originais foram perdidos com o passar 
do tempo. A medida que as comunidades 
cristãs foram fundadas em outros países, 
as igrejas locais daquelas regiões providen­
ciavam uma cópia dos textos bíblicos que 
circulavam na Antiga Palestina. Por isso, 
semelhantemente ao processo de produção 
de obras clássicas do Ocidente, a Bíblia 
encontra-se hoje em nossas mãos. Uma 
riqueza imensurável!
I Discioulando Professor 2 1
Crendo no 
Deus Trino
TEXTO BÍBLICO BASE
João 1.1-14
1 - No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus, e o Verbo era Deus.
2 - Ele estava no princípio com Deus.
3 - Todas as coisas foram feitas por ele, e sem
ele nada do que foi feito se fez.
4 - Nele, estava a vida e a vida era a luz dos
homens;
5 - e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não
a compreenderam.
6 - Houve um homem enviado de Deus, cujo
nome era João.
7 - Este veio para testemunho para que testifi­
casse da luz, para que todos cressem por ele.
8 - Não era ele a luz, mas veio para que testifi­
casse da luz.
9 - Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo
homem que vem ao mundo,
10 - estava no mundo, e o mundo foi feito por ele 
e o mundo não o conheceu,
11 - Veio para o que era seu, e os seus não o 
receberam.
12 - Mas a todos quantos o receberam deu-lhes 
o poder de serem feitos filhos de Deus; aos 
que creem no seu nome,
13 - os quais não nasceram do sangue, nem da 
vontade da carne, nem da vontade do varão, 
mas de Deus.
14 - E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e 
vimos a sua glória, como a glória do Unigénito 
do Pai, cheio de graça e de verdade.
MEDITAÇÃO
“E aconteceu que, como todo o povo se bati­
zava, sendo batizado também Jesus, orando ele, 
o céu se abriu, e o Espírito Santo desceu sobre ele 
em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se 
uma voz do céu, que dizia: Tu és meu Filho amado; 
em ti me tenho comprazido" (Lc 3.21,22).REFLEXÃO BÍBLICA DIÁRIA
► SEGUNDA - Gênesis 1.26; João 1.1-3
► TERÇA - Lucas 3.21 -22; 4.17-19
► QUARTA - João 3.16
► QUINTA-Romanos 8.1-11
► SEXTA-João 16,7-11
► SÁBADO-Gênesis 1.1,2
O A I H i o r i n i i l o n r l n D r A f a e c A r O I
ORIENTAÇÃO AO
PROFESSOR
INTERAGINDO COM O ALUNO
Caro professor, provavelmente o seu aluno 
já ouviu falar da expressão Santíssima Trindade? 
Mais provável ainda que ele seja oriundo de uma 
tradição católica, e ao menos tenha feito a 1a 
Comunhão. Essas informações são importantes 
porque você nem sempre partirá do zero com o 
seu aluno que é um novo convertido. Se esta é 
a realidade do seu aluno, valorize a experiência 
de aprendizado que ele teve, perguntando o que 
ele aprendeu e entende sobre o tema em ques­
tão. A doutrina da Santíssima Trindade é uma 
doutrina preciosa das Escrituras, pois sabemos 
que o Deus Trino está conosco consolando-nos 
o coração e apaziguando os nossos ânimos.
O propósito desta lição é que o novo 
convertido compreenda a expressão amorosa, 
comunitária e solidária de Deus manifestada na 
Santíssima Trindade. Esta traduz a verdade que 
as Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo 
relacionam-se integralmente. À luz dessa rela­
ção verdadeira, como Igreja do Senhor, somos 
chamados a relacionarmos uns com os outros 
em amor.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
Caro professor, tenha em mente que o en­
sino das Escrituras sobre a SantíssimaTrindade 
mostra-nos que as pessoas trinitárias e divinas 
trabalham de maneira comunitária em favor da 
criação e do ser humano.
Inicie a aula perguntando o que os alunos 
compreendem sobre a Santíssima Trindade. 
Ouça as respostas atenciosamente. A partir 
das respostas dos alunos, comece a expor as 
evidências bíblicas da doutrina da Santíssima 
Trindade. Antes de chegar ao conceito final de 
Trindade, procure demonstrar as evidências 
bíblicas, com foco principal no Novo Testamento. 
Você perceberá que, embora na perspectiva 
lógica pareça difícil entender, as Escrituras dão 
conta da manifestação da Trindade, e ilógico 
seria não identificar essa manifestação do Deus 
Trino na Bíblia.
OBJETIVOS
Sua aula deverá alcançar os 
seguintes objetivos:
► Apresentar as evidências bíblicas da 
doutrina da Santíssima Trindade.
► Refutar os equívocos quanto à doutrina 
da Santíssima Trindade.
► Conscientizar os alunos sobre a maneira 
amorosa, servidora e comunitária que o 
Deus Trino opera em nós.
Não se preocupe em explicar pormenoriza­
damente a dinâmica da Trindade, pois isso nem as 
mentes mais brilhantes da Igreja o conseguiram. 
Seja apenas fiel ao texto bíblico. Não há outra 
interpretação possível, por exemplo, em Mateus 
3.13-17. Aqui, há a pessoa do Pai, a pessoa do 
Filho e a Pessoa do Espírito Santo interagindo 
uns com os outros. O Deus Trino agindo!
COMENTÁRIO | INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos uma das mais 
tradicionais e importantes doutrinas da Igreja 
Cristã: a Santíssima Trindade. O Pai, o Filho e 
o Espírito Santo; três pessoas, um só Deus. É 
bem verdade que esta doutrina bíblica é um 
grande mistério da Fé Cristã. Trata-se, pois, 
de uma doutrina pela qual as Escrituras dão 
testemunhos com muita clareza, mas a cognição 
humana tende a resistí-la. Entretanto, o nosso 
objetivo não é explicar Deus, pois ser humano 
algum pode ter tal pretensão. Desejamos apenas 
mostrar a você que as Sagradas Escrituras dão 
testemunho do Deus Pai, de Jesus Cristo, o seu 
Filho, e do Espírito Santo. E mostra também que 
as três Pessoas da Santíssima Trindade traba­
lham e agem em eterna e profunda comunhão, 
denotando assim, o exemplo de como o Corpo 
de Cristo, a Igreja, deve ser integrado.
1. EVIDÊNCIAS BÍBLICAS 
DO DEUS TRINO
► 1.1. No Antigo Testamento. O Antigo 
Testamento apresenta um só Deus que se revela 
aos seres humanos por intermédio dos seus 
nomes, atributos e modo de agir. As Escrituras 
do Antigo Testamento lançam algumas luzes 
sobre o aspecto trino do Deus Único: “ Faça­
mos o homem à nossa imagem, conforme a 
nossa semelhança” (Gn 1.26). Atente para os 
pronomes plurais grifados no versículo. Tais 
pronomes destacam uma comunicação entre
mais de uma pessoa. Essas pessoas envolvidas 
na comunicação não poderiam ser anjos ou 
seres não-identificados, pois não há margem 
para isso no texto. Portanto, Deus Pai estava 
se comunicando com o Filho e o Espírito Santo 
quando da Criação do ser humano (cf. Jo 1.1-3, 
10; Gn 1.2). Outros lugares do Antigo Testamento 
destacam a comunicação e a distinção entre as 
pessoas da Santíssima Trindade (Is 48.16; 61.1; 
63.9,10; Zc 12.10).
► 1.2. Em o Novo Testamento. Se no
Antigo Testamento a revelação sobre a San­
tíssima Trindade foi por intermédio de algumas 
luzes não muito claras, em o Novo Testamento 
essa revelação é muito maior. O apóstolo João 
inicia o seu Evangelho revelando a parceria 
do Deus Pai e do seu Filho, Jesus Cristo, no 
início de todas as coisas: “No princípio, era o 
Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo 
era Deus” (Jo 1.1). Apenas o trecho bíblico de
u
...as Sagradas 
Escrituras dão 
testemunho do 
Deus Pai, de 
Jesus Cristo, o 
seu Filho, e do 
Espírito Santo.
55
João 1.1-14 bastaria para compreendermos 
a revelação trinitária de Deus. No entanto, o 
Novo Testamento é abundante nos destaques 
da revelação trinitária do Deus Uno (Mt 11.27; 
Fp 2.10; Jo 8.58; 10.30; Cl 1.17; Hb 1.8; Ap 3.14).
► 1.3. No ministério de Jesus Cristo. Para 
além dos textos do Antigo e do Novo Testa­
mento, uma maneira honesta e convincente de 
atestarmos a revelação trinitária do Deus Único 
é estudando o ministério terreno de Jesus. Em 
primeiro lugar, Jesus foi enviado ao mundo pelo 
Pai (Jo 3.16). Em segundo, quando iniciou o seu 
ministério, submeteu-se ao batismo no Rio Jor­
dão. Ali aconteceu a manifestação simultânea e 
incontestável das três Pessoas da Santíssima 
Trindade (Lc 3.21,22). O Filho foi ungido pelo 
Espírito Santo para anunciar as boas novas e 
o ano da graça de Deus (Lc 4.17-19). O minis­
tério terreno de Jesus revelou o Pai incriado, 
o Filho incriado e o Espírito Santo incriado. O 
Pai incomensurável, o Filho incomensurável e 
o Espírito Santo incomensurável. O Pai eterno, 
o Filho eterno e o Espírito Santo eterno.
Portanto, “nós adoramos um Deus em 
Trindade, Trindade na Unidade; sem confundir 
as pessoas, sem dividir a Substância. Porque 
há uma Pessoa do Pai, outra do Filho, e outra 
do Espírito Santo. Mas a divindade do Pai, do 
Filho, e do Espírito Santo é uma só: a glória igual, 
a majestade, coeterna”. Eis o mistério da fé!
t AUXÍLIO HISTÓRICO E 
TEOLÓGICO 1
“Tertuliano, o ‘bispo pentecostal de 
Cartago’ (160 - c. de 230), fez contribuições 
de valor inestimável para o desenvolvimento 
da ortodoxia trinitária. Adolph von Harnack, 
por exemplo, insiste que foi Tertuliano que 
preparou o terreno para o desenvolvimento 
subsequente da doutrina trinitariana ortodoxa.
A tarefa de Tertuliano foi criar um meio 
por onde fluíssem as implicações inerentes da 
teologia trinitariana na consciência da Igreja. 
Embora Tertuliano seja tido como o primeiro 
erudito a empregar o termo ‘Trindade’, não 
é correto dizer que ele ‘haja inventado’ a
doutrina, mas, que ‘escavou’ na consciência 
da Igreja e retirou daí os pensamentos trini- 
tarianos inerentes que já estavam presentes. 
B. B. Warfield comenta: ‘Tertuliano tinha de... 
estabelecer a divindade verdadeira e com­
pleta de Jesus... sem criar dois deuses... E 
considerando o sucesso que conseguiu nesse 
aspecto, deve ser reconhecido como o pai da 
doutrina eclesiástica da Trindade’.
Tertuliano torna explícito o conceito de 
uma ‘Trindade econômica’ (semelhante ao 
conceito de Irineu, mas com uma definição 
mais explícita). Enfatiza a unidade de Deus, ou 
seja: que existe uma só substância divina, um 
só poder