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Apostila Revestimentos - Rebocos

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Prof. Arq. Fabrício Gallo Corrêa 
 
EDIFICAÇÕES 
Técnicas Construtivas III 
 
REVESTIMENTOS 
 
O que são revestimentos? Revestimentos são os procedimentos usados na aplicação de materiais para prote-
ção e acabamento sobre a vedação ou estrutura de uma edificação. Os revestimentos de paredes têm por 
finalidade regularizar a superfície, proteger contra intempéries, aumentar a resistência da parede e proporcio-
nar estética e acabamento. Os revestimentos são classificados de acordo com o material utilizado em revesti-
mentos argamassados e não-argamassados. 
 
Finalidades dos revestimentos: 
 Regularizar a superfície; 
 Proteger contra intempéries; 
 Aumentar a resistência das paredes; 
 Proporcionar estética e acabamento. 
 
REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS – Paredes 
 
REBOCO – Revestimento Argamassado Completo 
 
Os revestimentos argamassados são os procedimentos tradici-
onais da aplicação de argamassas sobre as alvenarias e estruturas com 
o objetivo de regularizar e uniformizar as superfícies, corrigindo as 
irregularidades, prumos, alinhamentos dos painéis e quando se trata 
de revestimentos externos, atuam como camada de proteção contra 
as infiltrações. O procedimento tradicional e técnico é constituído da 
execução de três camadas sobrepostas, contínuas e uniformes: chapis-
co, emboço e reboco. 
 
Chapisco: Camada de argamassa aplicada sobre o concreto ou alvenaria, com o fim de facilitar o reves-
timento posterior, dando maior pega, devido a sua superfície porosa. Pode ser acrescido de adesivo para ar-
gamassa. Também é aplicado como capa impermeabilizante em certas circunstâncias, por exemplo: a) paredes 
externas de alvenaria de tijolo comum, onde o impacto das intempéries é mais sentido; b) em paredes exter-
nas de blocos de cimento, onde a sua porosidade é excessiva, diferenciando da porosidade da argamassa de 
junta, tendo como consequência, após um período de chuvas no painel, uma aparência desagradável, como 
um filme ou retrato do assentamento dos blocos. 
 
Ele também pode ser usado como revestimento de acabamento, sendo às vezes utilizando em sua 
composição seixos rolados ou brita nº 1, para apresentar uma grosseira aspereza. A sua composição é de ci-
mento e areia grossa, na proporção de 1:3 ou 1:4 bastante fluida. 
 
 
 
 
 
Execução do chapisco: 
 
 Em concreto não se deve molhar a superfície que irá receber o chapisco. 
 Em superfície de alvenaria de tijolo de barro cozido comum deve-se molhar a superfície. 
 Lançar com certa força, de uma distância aproximada de um metro, à superfície que será chapiscada. 
 Quando se utiliza somente o chapisco para revestimento decorativo (acabamento), lança-se o mesmo 
através de uma peneira de malha média (a que se utiliza comumente em obra para peneirar areia 
grossa), obtendo-se dessa maneira uma uniformidade e homogeneidade de aspereza, dando um as-
pecto até agradável. Nesse tipo de revestimento, tem-se uma grande perda de material, pois devido o 
impacto com a superfície, este devido à própria reação, tende a se destacar; portanto aconselha-se na 
aplicação limpar o piso para posterior recolhimento da sobra que cai. Para reaproveitá-la, re-amassar 
com adição de mais cal e utilizá-la em outra finalidade de menor importância. 
 
 
SALPIQUE é uma espécie de chapisco, porém aplicado de forma definitiva. Consiste uma 
camada de aproximadamente 1 cm de espessura de argamassa de cimento e areia grossa 
ou de cimento, areia média e pedrisco (brita miúda ou brita 0). A aplicação é efetuada de 
tal forma que a superfície, apesar de bastante crespa, seja relativamente regular, visto ser 
este um revestimento definitivo, devendo receber apenas a pintura de acabamento. 
 
 Os tetos, independentemente das características de seus materiais, e as estruturas de concreto devem 
ser previamente preparados mediante a aplicação de chapisco. Este chapisco deverá ser acrescido de 
adesivo para argamassa a fim de garantir a sua aderência 
 A camada de chapisco deve ser uniforme, com pequena espessura e acabamento áspero. A cura do 
chapisco se dá após 24 horas da aplicação, podendo-se assim executar o emboço. 
 
Emboço: O emboço é a argamassa de regularização que deve determinar a uniformização da superfí-
cie, corrigindo as irregularidades, prumos, alinhamento dos painéis e cujo traço depende do que vier a ser 
executado como acabamento. É o elemento que proporciona uma capa de impermeabilização das alvenarias 
de tijolos ou blocos. É composto de uma camada de argamassa mista de cimento, cal e areia média, traço 1:2:8 
ou conforme as proporções indicadas segundo sua finalidade. 
 
 
 
Portanto, o emboço de superfície externa, acima do nível do terreno, deve ser executado com arga-
massa de cimento e cal; nas internas, com argamassa de cal, ou preferivelmente, mista de cimento e cal. Nas 
paredes externas, em contato com o solo, o emboço é executado com argamassa de cimento e recomenda-se 
a incorporação de aditivos impermeabilizantes. No caso de tetos, com argamassas mistas de cimento e cal. 
 
A areia utilizada é a média e executado de forma ascendente, ou seja, da parte inferior para a superior 
da construção. A superfície deve estar previamente molhada, porem esta umidade não pode estar em excesso, 
pois a massa escorre pela parede. 
 
Por outro lado, se lançarmos a argamassa sobre a base, completamente seca, esta absorverá a água 
existente na argamassa e da mesma forma se desprenderá. 
 
O emboço deve ter uma espessura média de 1,5 a 2 cm, pois o seu excesso, além do consumo inútil, 
corre o risco de desprender, depois de seca. As irregularidades da alvenaria são mais frequentes na face não 
aparelhada das paredes de um tijolo. 
 
Para conseguirmos uma uniformidade do emboço e tirar todos os defeitos da parede, devemos seguir 
com bastante rigor ao prumo e ao alinhamento. 
 
 
 
 
 
Execução do emboço: 
 
 Colocação dos tacos ou taliscas: 
 
São pequenas peças de madeira ou de ladrilhos cerâmicos 
colocados sobe a superfície a ser revestida e que servirá de 
referencia para o acabamento. Usa-se fixar os tacos com a 
mesma argamassa que vai ser utilizada no emboço. Os tacos 
devem ser aprumados e nivelados nas distâncias indicadas na 
figura, redobrando o cuidado em relação ao alinhamento em 
que se encontram os registros, as tomadas d’água, caixas dos 
interruptores e tomadas elétricas. Se necessário, fazer os ajus-
tes nesses elementos para obedecer ao plano de acabamento 
(prumo) desejado. 
No caso de paredes, quando forem colocadas as taliscas, é 
preciso fixar uma linha na sua parte superior e ao longo de seu 
comprimento. A distância entre a linha e a superfície da pare-
de deve ser na ordem de 1,5 cm. As taliscas (calços de madeira 
de aproximadamente 1 x 5 x 12 cm, ou cacos cerâmicos) de-
vem ser assentadas com argamassa mista de cimento e cal 
para emboço, com a superfície superior faceando a linha. Sob 
esta linha, recomenda-se a colocação das taliscas em distân-
cias de 1,5 m a 2 m entre si, para poder utilizar réguas de até 
2,00 m de comprimento, favorecendo a sua aplicação. 
 
 
 
 
A partir da sua disposição na parte superior da parede, com 
o auxílio de fio de prumo, devem ser assentadas outras na 
parte inferior (a 30 cm de piso) e as intermediárias. É impor-
tante verificar o nível dos batentes, pois os mesmos podem 
regular a espessura do emboço. Devemos ter o cuidado para 
que os batentes não fiquem salientes em relação aos reves-
timentos, e nem tampouco os revestimentos salientes em 
relação aos batentes e sim faceando. 
 
 
 
No caso dos tetos, é necessário que as taliscas sejam assentadas empregando-se régua e 
nível de bolha ao invés de fio de prumo. Ou através do nível referência do piso acabado, 
acrescentando uma medida que complete o pé direito do ambiente. Execução das guias ou mestras: 
 
São constituídas por faixas de argamassa, em toda a altura da parede (ou 
largura do teto) e são executadas na superfície ao longo de cada fila de 
taliscas já umedecidas. A argamassa mista, depois de lançada, deve ser 
comprimida com a colher de pedreiro e, em seguida, sarrafeada, apoian-
do-se a régua nas taliscas superiores e inferiores ou intermediárias. Em 
seguida, as taliscas devem ser removidas e os vazios preenchidos com 
argamassa e a superfície regularizada. O sarrafeamento do emboço pode 
ser efetuado com régua apoiada sobre as guias. A régua deve sempre ser 
movimentada da direita para a esquerda e vice-versa. 
 
 
 
 
 
Nos dias muito quentes, recomenda-se que os revestimentos, principalmente aqueles diretamente ex-
postos à radiação solar, sejam mantidos úmidos durante pelo menos 48 horas após a aplicação. Pode ser efe-
tuado, por aspersão de água três vezes ao dia. 
 
O acabamento do emboço poderá ser: (NBR 7200) 
 
Sarrafeado 
ideal para receber o revestimento final (reboco), azulejo, pastilha, etc. O plano de reves-
timento será determinado através de pontos de referência dispostos de forma tal que a 
distância entre eles seja compatível com o tamanho da régua a ser utilizada no sarrafe-
amento. Nestes pontos, devem ser fixadas taliscas de peças planas de material cerâmico, 
com argamassa idêntica à que será empregada no revestimento. 
Desempenado 
executar o alisamento da superfície sarrafeada através da passagem da desempenadeira 
(desempoladeira). 
Camurçado 
executar o alisamento da superfície desempenada com a passagem de esponja ou de-
sempenadeira apropriada. 
Raspado 
executar o acabamento da superfície sarrafeada por meio de passagem de ferramenta 
denteada. 
Lavado 
executar o acabamento da superfície sarrafeada em argamassa preparada com agrega-
do apropriado, através da lavagem com jato de água. 
Chapiscado 
executar o acabamento sobre a base de revestimento ou sobre o emboço por meio do 
lançamento de uma argamassa fluida, através de peneira de malha quadrada com aber-
tura aproximada de 4,8 mm ou equipamento apropriado. 
Imitação travertino 
executar o acabamento da superfície recém-desempenada lançando com broxa a mesma 
argamassa de acabamento com consistência mais fluida. Aguardar o momento ideal 
para alisar a superfície com colher de pedreiro ou desempenadeira de aço, conservando 
parte dos sulcos ou cavidades provenientes do lançamento da argamassa fluida, a fim de 
conferir o aspecto do mármore travertino. 
 
OBS.: O período de cura do emboço, antes da aplicação dos revestimentos, deve ser igual ou maior que sete 
dias. 
 
Reboco: É a argamassa básica de cal e areia fina, 
onde a nata de cal (água e cal hidratada) adicionada em 
excesso no traço, constitui uma argamassa gorda, que 
tem a característica de pequena espessura (na ordem de 
2 mm) e de preparar a superfície, com aspecto agradável, 
acetinado, com pouca porosidade, para a aplicação de 
pintura. A aplicação é feita sobre a superfície do emboço, 
após 7 dias (sem que tenha sido desempenado) com de-
sempenadeira de mão, comprimindo-se a massa contra a 
parede, arrastando de baixo para cima, dando o acaba-
mento (alisamento) com movimentos circulares. Tão logo 
esteja no ponto, trocando-se de desempenadeira (aço, 
espuma, feltro) dependendo do acabamento desejado. 
 
Execução do reboco: 
 
 Preparar uma argamassa que seja gorda ou com excesso de cal, que devemos deixar descansar duran-
te pelo menos 3 dias, ou seja, 72 horas, a fim de que a reação química da cal seja perfeita, dando sua 
aderência aos grãos de areia. Durante esse período, não se deve deixar a argamassa parada mais que 
meia hora, ou seja, 30 minutos, sempre procurando mexê-Ia, assim como não deixar o amassador em 
lugar onde exista o impacto direto do sol e ventilação. Geralmente, nessa fase, utilizamos um cômodo 
da própria obra como amassador, o qual fica abrigado do sol e vento. 
 Após a cura de 72 horas dessa argamassa, a mesma será aplicada da seguinte maneira: molha-se o 
emboço ou grosso, coloca-se a massa na desempenadeira e comprime-se de baixo para cima a de-
sempenadeira com a argamassa no emboço ou grosso, de maneira que se obtenha uma espessura mí-
nima de 3 ou 4 mm; em seguida, com movimento circular com a desempenadeira procura-se desbas-
tar a espessura e ao mesmo tempo uniformizar o painel de maneira a se obter uma espessura final de 
 
 
 
 
2 a 3 mm, que garantirá o não fissuramento, fissuramento este provocado pela cura do revestimento 
aonde irá se retrair, dando um aspecto muito desagradável nos dias de chuvas. 
 Quando a massa estiver puxando, isto é, perdendo água, desempenamos mais uma vez, agora com de-
sempenadeira revestida com espuma de borracha ou feltro, tendo o cuidado, de nesta etapa, esborri-
far água para a desempenadeira correr no movimento circular, tirando toda a marca dos grãos maio-
res de areia que deslizaram riscando o painel no primeiro desempeno. 
 
Este revestimento, após completamente seco, estará apto para receber pintura à cal, têmpera, pintura 
a base de cimento e pintura batida à escova. Se quisermos um acabamento fino, mais esmerado, economizan-
do parte do aparelhamento de pintura fina, podemos preparar nata de cal e, quando o revestimento estiver 
puxando (nota-se perfeitamente este estado, pois o revestimento começa a fixar com manchas, características 
de perda de água), passa-se então a nata da cal com desempenadeira de aço, como se fosse massa corrida. 
 
 
 
 
edi / tc III / fgc 
 
CHAPISCO 
CIMENTO 
+ 
AREIA 
GROSSA 
Argamassa de aderência – fixação 
para outro elemento. 
Usado em superfícies lisas (concreto, 
tijolo laminado e tijolo furado) ou tam-
bém aplicado como capa impermeabili-
zante. Pode ser utilizado como revesti-
mento de acabamento. 
EMBOÇO 
(massa 
grossa) 
CIMENTO 
+ 
 AREIA 
MÉDIA 
+ 
 ÁGUA 
Argamassa de regularização – deve 
atuar como impermeabilizante, 
evitando infiltrações de águas de 
chuva. 
É também regularizador e uniformizador 
corrigindo as irregularidades da superfí-
cie. 
REBOCO 
(massa 
fina) 
AREIA FINA 
(peneirada) 
+ 
 CAL 
+ 
ÁGUA 
Argamassa de acabamento – pro-
porciona superfície perfeitamente 
lisa e regular, com pouca porosida-
de e de pequena espessura (2 a 3 
mm).

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