Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 05 1.0 - Repartição Constitucional de Receitas Tributárias A rigor, este assunto é matéria de direito financeiro e de direito tributário, pois somente se refere a relações jurídicas entre os entes de direito público e não àquelas geradas entre tais entes e os particulares. A repartição da receita vai se dar após o ingresso destas nos cofres de cada ente público, ou seja, após o exaurimento da relação de natureza tributária. Apesar disso, como os programas dos concursos públicos intrometem o tema dentro da disciplina de direito tributário, analisar-se-ão aqui suas principais regras. A necessidade de um sistema constitucional de repartição de rendas decorre diretamente da federação, forma de Estado caracterizada primordialmente pela autonomia. Não há como se imaginar autonomia de um ente que não tenha recursos materiais para o desempenho das competências que a Constituição lhe atribui. Para atingir a autonomia financeira necessária à efetividade do poder de auto-organização e normatização, autogoverno e auto-administração, o legislador constituinte brasileiro se utilizou de duas técnicas: a atribuição de competência tributária própria e a participação dos entes menores na receita arrecadada pelos entes maiores. Com base na primeira técnica, a título de exemplo, no que concerne aos treze impostos previstos na Constituição Federal, sete foram colocados na competência privativa da União Federal (CF, art. 153), três na dos Estados (art. 155) e três na dos Municípios (art.155). O Distrito Federal, por não ser (nem poder ser) dividido em Municípios, acumulou as competências tributárias municipais e Estaduais podendo criar os seis impostos respectivos. No que concerne ao tema ora tratado, o legislador constituinte reconheceu o desequilíbrio na repartição de competência que fizera, pois há uma inegável concentração de renda nos cofres públicos federais em detrimento dos Estados e Municípios, estando estes numa situação ainda mais complicada. Por tudo, se decidiu por determinar que os entes maiores entregassem parte da receita arrecadada aos entes menores. Aqui se tem o primeiro ponto de grande importância a ser enfatizado: a repartição sempre consiste na participação dos entes menores na arrecadação dos entes maiores, jamais ocorrendo no sentido inverso. Assim, a União (ente maior) entrega parcela de sua arrecadação para Estados, Distrito Federal e Municípios, não recebendo repasses constitucionais de nenhum deles. Os Estados repartem parcela de suas receitas com os Municípios situados no seu território, também não recebendo CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 2 deles qualquer repasse. Já os Municípios não fazem qualquer repasse constitucional, uma vez que são o menor dos entes federativos. A mesma situação ocorre com o DF que, não sendo dividido em Municípios, não possui um ente que lhe seja menor, de forma a não efetuar repasses constitucionais. 1.1 – Terminologia Adotada A doutrina analisa a temática adotando diferentes terminologias que, em essência, possuem o mesmo significado. Alguns, seguindo a fraseologia constitucional, falam em repartição de receitas, percebendo que os entes maiores repartem suas rendas com os entes menores. Outros, encarando o fenômeno pela ótica dos entes menores, analisam o tema sob a rubrica participação em receita, pois não há que se negar que os beneficiários do repasse estão participando da arrecadação dos entes maiores. Por fim, existem aqueles que se referem à “discriminação por produto”, entendendo que a sistemática adotada pela Constituição Federal com o intuito de garantir autonomia financeira aos entes políticos foi a “discriminação das rendas” (divisão das receitas), que seguiu duas técnicas: a discriminação por competência (aqui tratada como atribuição de competências tributárias próprias) e a discriminação por renda (aqui estudada como repartição constitucional de receitas tributárias). Como se vê, é importante conhecer a terminologia, mas o conteúdo do estudo é essencialmente o mesmo. 1.2 – Espécies de Repartição A repartição constitucional de receitas tributárias ocorre basicamente de duas formas: a repartição direta e a indireta. Às vezes o ente beneficiado pela repartição da receita recebe-a diretamente sem qualquer intermediário e sem que esta receita faça, antes da repartição, parte de qualquer fundo constitucional. São os casos de repartição (ou participação) direta. Assim, quando a Constituição Federal atribui aos Municípios metade do IPVA arrecadado pelos Estados em virtude dos veículos automotores licenciados em seus territórios (CF, art. 257, II), está fazendo repartição direta de receita, visto que, se um veículo está licenciado no Município do Recife, metade do IPVA incidente pertence ao Município e lhe deve ser diretamente entregue. Em outras situações, os recursos a serem repartidos são destinados a um fundo de participação cujas receitas serão divididas entre os CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 3 beneficiários, seguindo os critérios legais e constitucionais previamente definidos. É o caso da quota do fundo de participação dos municípios a que o Município do Recife tem direito. Como o repasse é feito após a destinação dos recursos sujeitos à repartição (47% do IR e 47% do IPI) ao citado fundo, tem-se um exemplo de repartição (ou participação) indireta. Em síntese, são diretas as repartições previstas nos arts. 153, parágrafo 5.º, 157 e 158, da CF/88 e indiretas, estas quando as relativa aos fundos de participação (CF, art. 159, I, a, b e c) ou compensatórios (DF, art. 159, II). 1.3 – Tributos cujas Receitas estão sujeitas a Repartição Por consistirem numa contraprestação a uma atividade estatal diretamente relacionada ao contribuinte, os tributos vinculados (taxas e contribuições de melhoria) não estão sujeitos a qualquer repartição. Não faria sentido, por exemplo, a União repartir a receita obtida com a cobrança de uma contribuição de melhoria decorrente de uma obra realizada integralmente com recursos federais. CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 4 No que concerne aos empréstimos compulsórios, a vinculação constitucional da sua arrecadação às despesas que fundamentaram sua instituição também têm como conseqüência a inexistência de repartição das receitas com eles arrecadadas. Quanto às contribuições especiais previstas no art. 149 da CF/88 e à contribuição de iluminação pública do art. 149-A, a regra é também a inexistência de repartição de receitas arrecadadas, em virtude da vinculação do destino dos recursos. Todavia, com o advento da Emenda Constitucional nº. 42, passou a existir uma – e somente uma – contribuição especial sujeita à repartição. É o caso da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível (CF, art. 177, §4º). A CIDE-combustíveis, apesar de possuir arrecadação vinculada às atividades relacionadas no texto constitucional (CF, art. 177, § 4º, II), passou a ter 25% de sua arrecadação dividida com os Estados-membros, devendo estes entregar 25% do montante recebido aos Municípios (CF, art. 159, III, combinado com o § 4º do mesmo artigo). É importante ressaltar que posteriormente a Emenda Constitucional nº. 44/2004, elevou o primeiro percentual (o repassado pela União aos Municípios) para 29%(vinte e nove pontos percentuais). O repasse dos Estados para os Municípios permaneceu em 25% (vinte e cinco pontos percentuais) do valor recebido pelo Estado. Por fim os impostos. Os impostos configuram o tributo mais adequado para a adoção da técnica da repartição das receitas arrecadadas, pois, além de serem por definição um tributo não vinculado, não se consistindo em contrapartida a qualquer atividade estatal, estão sujeitos ao princípio da não-vinculação das receitas, de forma que, ressalvadas as exceções previstas no art. 167, IV da Magna Carta, o produto de sua arrecadação não pode ser vinculada a qualquer órgão, fundo ou despesa. Chega-se, desta forma, à conclusão fundamental: no direito brasileiro os únicos tributos cujas receitas são sujeitas à repartição são os impostos e a CIDE-combustíveis. ATENÇÃO: ao resolver questões de concursos anteriores verificar a data do Edital da Prova, pois antes da Emenda Constitucional nº. 42, de 19/12/2003, eram comuns questões que consideravam correta afirmar que somente impostos estavam sujeitos à repartição de suas receitas com outros entes políticos. Hoje a afirmativa é ERRADA. 1.4 – Impostos cujas Receitas não são Repartidas Apesar de os impostos serem os tributos tecnicamente mais adequados para a adoção da técnica de discriminação por produto, alguns deles não possuem sua receita repartida, de forma que todo o produto da arrecadação pertence ao ente com competência para sua instituição. São eles: CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 5 a) todos os impostos arrecadados pelos Municípios e pelo Distrito Federal. Assim os impostos municipais (ITBI, IPTU e ISS) nunca são repartidos; os estaduais, mesmo os sujeitos a repartição, se arrecadados pelo DF não serão repartidos dada a impossibilidade de existência de Municípios no âmbito distrital. b) o imposto estadual sobre transmissão causa mortis e doações – ITCD. c) os impostos federais sobre importação, exportação, grandes fortunas e os extraordinários de guerra. 1.5 – Casos de Repartição Direta Previstos na CF/88 1.5.1 – Repartição direta do IOF-Ouro com o Distrito Federal ou com os Estados e Municípios Quando da análise dos impostos federais, viu-se que a União entrega integralmente ao DF (100%) ou aos Estados (30%) e Municípios (70%) o valor do IOF incidente sobre o ouro quando este é definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial. É uma regra de repartição de receita federal com o Distrito Federal, os Estados e Municípios, cujo delineamento constitucional já foi objeto de estudo. 1.5.2 – Repartição direta de Receitas da União com os Estados e o Distrito Federal O art. 157 da Constituição Federal enumera os casos em que os Estados e o Distrito Federal serão contemplados com parcela da arrecadação dos impostos federais. Em primeiro lugar, pertencem aos Estados e ao Distrito Federal o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem. O imposto de renda é um imposto federal. Conforme previsto no parágrafo único do art. 45 do Código Tributário Nacional, a lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam. Dessa forma, e nos termos da legislação do IR se, a título de exemplo, uma empresa privada paga salários a um empregado no valor de cinco mil reais, também deve efetuar, na condição de responsável, a retenção do imposto de renda incidente sobre o pagamento e o recolhimento do valor aos cofres públicos federais. Se o Estado de Minas Gerais paga a um servidor o mesmo montante, também deve efetuar a retenção do imposto. Todavia, apesar de se tratar de um tributo federal, não se deve recolher o valor retido aos cofres CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 6 públicos federais, pois, nos termos do art. 157, I, da CF/88, o produto da arrecadação pertence ao próprio Estado. A mesma regra se aplica aos valores retidos pelas Fundações Públicas e Autarquias integrantes da administração indireta estadual. Os valores do imposto de renda retido na fonte pelos pagamentos que efetuarem pertencem ao ente instituidor, ou seja, ao Estado. O segundo caso de repartição de receitas federais com os Estados-membros e o DF é o que afirma pertencerem a estes entes vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I. Portanto, se a União resolver utilizar da competência residual que lhe é atribuída pelo texto constitucional (CF, art. 154, I) e criar via lei complementar um novo imposto, não-cumulativo, com fato gerador e base de cálculo diferentes dos já utilizados pelos impostos já previstos, terá de entregar aos Estados vinte por cento do respectivo produto de arrecadação (CF, art. 157, II). 1.5.3 – Repartição Direta de Receitas da União com os Municípios Da mesma forma que foi estudado no tocante aos Estados, pertence aos Municípios o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem (CF, art. 158, I). Assim, se uma autarquia integrante da administração indireta do Município de Belém retiver imposto de renda na fonte incidente sobre um rendimento pago a pessoa que lhe prestou serviço, o valor retido pertence ao ente instituidor da Autarquia (o Município de Belém). A União também deve repassar aos Municípios (e ao DF) cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados (CF, art. 158, II). Pela regra, metade do que a União arrecadar pela cobrança de ITR relativo aos imóveis rurais situados, a título de exemplo, nos limites territoriais do Município de Vitória da Conquista – BA, deve ser repassado a este ente. Relembre-se que após a Emenda Constitucional nº. 42 tornou-se possível aos Municípios fazer, na forma da lei, opção por fiscalizar e cobrar o ITR. Nesta situação ao Município caberá a totalidade da arrecadação e não apenas a metade. A possibilidade de opção foi regulada pela lei nº. 11.250/2005, que no seu art. 1º afirma: “Art.1 A União, por intermédio da Secretaria da Receita Federal, para fins do disposto no inciso III CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 7 do § 4 do art. 153 da Constituição Federal, poderá celebrar convênios com o Distrito Federal e os Municípios que assim optarem, visando a delegar as atribuições de fiscalização, inclusive a de lançamento dos créditos tributários, e de cobrança do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, de que trata o inciso VI do art. 153 da Constituição Federal, sem prejuízo da competência supletiva da Secretaria da Receita Federal.” Regulamentando a Lei, a Secretaria da Receita Federal editou a Instrução Normativa SRF nº. 643, de 12 de abril de 2006, cujo artigo 25, em conjunto com seu parágrafo único, fala da vigência dos convênios firmados com o DF e os Municípios que assim optarem, de forma a definir o momento a partir do qual o Município (ou DF) optante passará a desfrutar de toda a arrecadação do ITR incidente sobre os imóveis compreendidos no seu território. É a seguinte a redação do dispositivo: “Art. 25. Os convênios entrarão em vigor a partirdo primeiro dia útil do sétimo mês subseqüente ao que forem celebrados. Parágrafo único. A partir da data prevista no caput, o conveniado fará jus a 100% (cem por cento) do produto da arrecadação do ITR referente aos imóveis rurais nele situados.” 1.5.4 – Repartição direta de Receitas dos Estados com os Municípios Devem os Estados entregar a cada Município metade do produto da arrecadação do imposto sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus respectivos territórios (CF, art. 158, II). Assim, se um veículo é licenciado no Município de Mundo Novo – MS, metade do IPVA pago pelo seu proprietário deve ser necessariamente repassado pelo Estado ao Município de Mundo Novo. Também deve ser repassado aos Municípios vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. Essa regra traz consigo um maior grau de complexidade visto que necessita da explicitação dos critérios a serem seguidos para a repartição das receitas citadas. O problema é que se é óbvio que um quarto da arrecadação de ICMS do Estado do Rio Grande do Sul deve ser repartido entre seus CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 8 Municípios, não é tão óbvio assim o critério a ser seguido para estabelecer qual a fatia desse bolo que vai caber a cada municipalidade gaúcha. Não há dúvidas que o Município de Porto Alegre deve receber uma parcela maior que o Município de Não-Me-Toque. Mas o quanto maior deve ser esta parcela? O quanto maior for a população? O quanto maior for a arrecadação? O índice de desenvolvimento humano pode interferir no cálculo? A Constituição Federal estabelece que as parcelas serão creditadas aos Municípios conforme os seguintes critérios (art. 158, parágrafo único): “I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios; II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federal.” Sabe-se que, em face do princípio da não-cumulatividade, o ICMS, assim como o IPI, é um imposto que incide sobre o valor agregado (adicionado) em cada operação realizada. Quando o legislador constituinte estatuiu que no mínimo três quartos (setenta e cinco por cento) do bolo de ICMS a ser repartido entre os Municípios seria creditado proporcionalmente ao valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços realizadas em seus respectivos territórios, o objetivo foi prestigiar os Municípios que mais contribuíram com a arrecadação do tributo. Somente no que concerne à parcela restante (um quarto), os Estados têm autonomia para, por lei própria, definir os critérios de repartição, podendo, inclusive, manter a mesma regra prevista para os demais três quartos (valor adicionado). Perceba-se, nessa linha, que a regra constitucional fala em no mínimo três quartos de acordo com o valor adicionado e até um quarto conforme definido em lei estadual. Tal redação ratifica o entendimento que o Estado pode definir que uma parcela ou até mesmo a integralidade do “um quarto”, cujo critério de repartição lhe compete definir, seja creditado também de acordo com os valores adicionados em cada Município. Por fim, ressalte-se que a definição precisa do que é “valor adicionado” para fins da divisão objeto de estudo é matéria reservada à lei complementar, conforme dispõe o art. 161, I da Constituição Federal. A definição veio a ser dada pela Lei Complementar nº. 63/1990 que no seu art. 3º, § 1º afirma que o valor adicionado corresponderá, para cada Município, ao valor das mercadorias saídas acrescido do valor das prestações de serviços, no seu território, deduzido o valor das mercadorias entradas, em cada ano civil. Nessa linha, é correto afirmar que o valor de ICMS repassado a cada Município, por ser proporcional ao valor adicionado nas operações CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 9 tributadas realizadas no respectivo território, é também proporcional à contribuição que cada Município deu à arrecadação estadual do ICMS. 1.6 – Casos de Repartição Indireta Previstos na CF/88 O sistema constitucional de repartição indireta de receitas tributárias se efetiva por intermédio de quatro fundos. Três deles são compostos por 47% da arrecadação do IPI e do IR, excluída deste a parcela que já ficou nas mãos do DF, Estados e Municípios em virtude da retenção na fonte do imposto incidente sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem (ver itens 1.5.2 e 1.5.3). O outro fundo é composto de 10% do IPI e, como será visto adiante, tem por objetivo compensar as perdas que Estados e Municípios sofrem com a desoneração das exportações. 1.6.1 – Os Fundos de Participação e de Incentivo ao Setor Produtivo do Norte, Nordeste e Centro- Oeste Estes fundos são formados por quarenta e sete por cento da arrecadação nacional do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados. A primeira observação importante é essencialmente matemática e tem feito muitos candidatos errarem questões bobas em provas de concurso público. Dizer que os fundos são formados de quarenta e sete por cento da soma da arrecadação do IPI e do IR, é a mesma coisa que afirmar que os fundos são formados pela soma de quarenta e sete por cento da arrecadação do IPI e de quarenta e sete por cento da arrecadação do IPI. Algebricamente tem-se: 47% (IR + IPI) = 47%IR + 47%IPI. Em provas são comuns afirmativas que dizem que quarenta e sete por cento da arrecadação nacional do IPI são destinados à composição dos fundos ora analisados. Ora, a assertiva é verdadeira e completa, apesar de os fundos também possuírem 47% da arrecadação do IR na sua composição. Especificamente no que concerne à parcela do IR destinada à composição dos fundos, uma ressalva deve ser feita. Seria incorreto afirmar que 47% da arrecadação total nacional do IR é destinada à composição dos fundos, pois a arrecadação total nacional compreende o que foi arrecadado aos cofres públicos federais e o que ficou nos cofres públicos do DF, dos Estados e dos Municípios em virtude da regra de repartição direta prevista nos artigos 157, I e 158, I, ambos da CF/88, conforme já estudado. Em resumo, 47% da arrecadação total nacional do IPI são destinados aos fundos constitucionais e, no que concerne ao IR, a regra é CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 10 semelhante, mas a base para cálculo é apenas a arrecadação federal, ou seja, aquela efetivamente ingressada nos cofres públicos federais. Os recursos são assim repartidos: a) 21,5% destinados ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (CF, art. 159, I “a”); b) 22,5% destinados ao Fundo de Participação dos Municípios (CF, art. 159, I “b”); c) 3% destinados aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento. Percebe-se que o legislador constituinte originário, imbuído do objetivo de reduzir as desigualdades sociais e regionais (CF, art. 3º, III), resolveu privilegiar as regiões menos desenvolvidas do País com fundo específico. Apesar de se definir que fica assegurada ao semi-árido do Nordeste a metadedos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer, não foram estipulados quais percentuais serão destinados a cada região (NO, NE e CO), pois a definição constitucional enrijeceria a matéria de forma a impossibilitar sua posterior alteração. A título de exemplo, imagine-se que o Nordeste passe por um longo ciclo de crescimento econômico, com melhora acentuada do índice de desenvolvimento humano. Admita-se também que a prosperidade nordestina não foi compartilhada pelas regiões Norte e Centro-Oeste. Seria razoável readequar as parcelas do fundo, diminuindo a quota nordestina e aumentando a das demais regiões. Se o percentual da quota estivesse estipulado em sede constitucional, a mudança necessitaria de aprovação por 3/5 dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. No Senado, com 81 membros, seriam necessários, no mínimo 49 votos. Como o Nordeste possui 27 Senadores (9 Estados, cada qual com três representantes), a aprovação da Emenda provavelmente iria depender da conquista de 49 votos dentre 54 disponíveis (81 – 27) o que, reconheça-se, é algo muito difícil. Por conta disso, estipulou-se que cabe à lei complementar (cuja aprovação e alteração depende “apenas” de maioria absoluta) estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre Municípios. Assim, o raciocínio aqui esposado vale tanto para a estipulação de critérios de repartição do FPM entre os Municípios, de repartição do FPE entre os Estados e o DF e do Fundo de Incentivo ao Setor Produtivo das Regiões menos desenvolvidas do País. Foi dada ao legislador complementar uma liberdade vigiada. Apesar da discricionariedade na estipulação dos critérios é necessário se estar atento ao objetivo definido de forma vinculante na Constituição Federal, qual CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 11 seja, promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre Municípios. De uma maneira extremamente interessante, o legislador infraconstitucional, norteado pelo objetivo de reduzir desigualdades sociais e regionais, privilegiou ainda mais as regiões beneficiárias do Fundo de Incentivo ao Setor Produtivo (NO, NE e CO) ao estipular que os recursos do Fundo de Participação dos Estados - FPE seriam divididos da seguinte forma (Lei Complementar 62/1989, art. 2º): “I - 85% (oitenta e cinco por cento) às Unidades da Federação integrantes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste; II - 15% (quinze por cento) às Unidades da Federação integrantes das regiões Sul e Sudeste.” Os coeficientes utilizados para rateio do FPE e do FPM foram definidos em anexos da Lei Complementar 62/1989, que também estabeleceu que integram a base de cálculo das transferências, além do montante do IR e IPI repassados, inclusive os extintos por compensação ou dação, os respectivos adicionais, juros e multa moratória, cobrados administrativa ou judicialmente, com a correspondente atualização monetária paga. A realização dos cálculos dos valores a serem repassados, seguindo os parâmetros legais, é da competência do Tribunal de Contas da União, conforme determinado pelo parágrafo único do art. 161 da Constituição Federal. Ressalta-se que o que o TCU calcula é o repasse para o DF, para cada Estado e para cada Município e não o montante do IPI e do IR que a União deve entregar ao fundo. No concurso para Procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, o CESPE confundiu os conceitos ao considerar inicialmente correta a seguinte assertiva: “Incumbe ao TCU efetuar o cálculo das quotas dos tributos federais a serem repassadas ao fundo de participação dos municípios e ao fundo de participação dos estados e do Distrito Federal.” Após os recursos, o gabarito foi alterado (para ERRADO), tendo o CESPE dado a seguinte justificativa: “Gabarito alterado visto que a própria Constituição da República, em seu artigo 159, fixa as quotas dos tributos federais que deverão ser repassadas a cada um dos fundos de participação. A competência do TCU é relativa ao cálculo das quotas de participação de cada estado e(ou) município nesses fundos.” 1.6.2 – O Fundo de Compensação à Desoneração das Exportações. CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 12 A Constituição Federal, no art. 155, § 2º, X, “a”, com a Redação dada pela EC nº. 42/2003) determina a não-incidência (imunidade) do ICMS sobre as exportações de mercadorias e serviços. A regra é mais uma das que compõem o esforço de exportação do Estado brasileiro, mas traz um prejuízo para os Estados e o DF, pois para estes seria melhor que a circulação de mercadorias tivesse por destinatário alguém domiciliado no País, pois nesse caso haveria a incidência do ICMS com o conseqüente carreamento de recursos para os cofres públicos estaduais e distritais. Para compensar os Estados pelo prejuízo, a CF/88 criou um fundo de compensação composto por 10% da arrecadação nacional do IPI. Os recursos do fundo serão repartidos entre os Estados e o DF proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados (CF, art. 159, II) e da parcela recebida, cada Estado repassará aos Municípios situados em seu território 25%, seguindo os mesmos critérios de repasse do ICMS estabelecidos no art. 158, parágrafo único, da CF/88 (ver item 1.5.4). A regra é decorrência lógica do fato de o fundo servir como compensação à desoneração do ICMS nas exportações que também prejudicam os Municípios, os quais deixam de receber o repasse dos 25% constitucionais. Para evitar que a compensação se configurasse num instrumento de agravamento das desigualdades regionais (quem mais exporta são os Estados mais desenvolvidos), se estabeleceu que a nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento do montante que compõe o fundo, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais participantes, mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido. Assim, se um Estado for responsável por mais de 20% das exportações de produtos industrializados do País, este Estado receberá tão- somente 20% do montante do fundo, sendo o excesso redistribuído entre os demais Estados e o DF seguindo o mesmo critério. 1.7 – Garantias de Repasse Conforme analisado, as regras sobre repartição da receita tributária têm como objetivo assegurar a autonomia financeira indispensável para a autonomia política dos entes que compõem a federação brasileira. A eficácia do mecanismo estaria seriamente comprometida se fosse possível ao ente responsável pelo repasse condicioná-lo ou restringi-lo, pois, nesta situação, abrir-se-ia espaço para a imposição arbitrária da vontade do ente responsável pelo repasse, em flagrante contradição com o princípio federativo. Na esteira deste raciocínio, a Constituição Federal estipulou, no seu art. 160 (com a redação dada pela Emenda Constitucional nº. 29, de 2000): CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 13 “Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos. Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos: I - ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; II - ao cumprimento do disposto no art. 198,§ 2º, incisos II e III.” O inciso II acima transcrito permite que se condicione a entrega ao cumprimento dos percentuais mínimos de aplicação de recursos em ações e serviços públicos de saúde. ATENÇÃO: não é permitido o condicionamento ao cumprimento do percentual mínimo de despesas com educação. O dispositivo citado fala só em gastos com saúde. Um forte abraço, Ricardo Alexandre CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 14 Questões de Concursos Anteriores 01. (ESAF) Com relação ao Fundo de Participação dos Municípios é correto afirmar que: é constituído por vinte e um inteiros e cinco décimos do produto da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). 02. (ESAF) Com relação ao Fundo de Participação dos Municípios é correto afirmar que: o cálculo de suas quotas compete ao Tribunal de Contas da União. 03. (ESAF) Pertencem aos Municípios: cem por cento do produto da arrecadação do Imposto sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza, incidente na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer título, pelos Estados, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem. 04(ESAF/ AUDITOR/ PR / 2003) A União entregará aos Estados e ao Distrito Federal quarenta e sete por cento do produto da arrecadação do imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza. 05(ESAF/ AUDITOR/ PR / 2003) A União entregará aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios dez por cento do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados, sem prejuízo das demais repartições do referido imposto constitucionalmente asseguradas. 06(ESAF/ AUDITOR/ PR / 2003) Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados. 07(ESAF/ AUDITOR/ PR / 2003) A União entregará, do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados, sem prejuízo das demais repartições do referido imposto constitucionalmente previstas. 08(ESAF/ AUDITOR/ PR / 2003) Pertencem ao Distrito Federal cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seu território e, à União, igual percentual. 09(ESAF/ PROC. DO MUNICÍPIO/ FORTALEZA/ 2002) Os Municípios contam com receitas tributárias provenientes dos tributos que instituem, bem assim com aquelas decorrentes de sua participação na arrecadação tributária estadual e federal. No tocante à participação dos Municípios na arrecadação tributária de outros entes da Federação, é correto afirmar que: a) cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto sobre a propriedade de veículos automotores será entregue pelo Estado ao Fundo de Participação dos Municípios. b) pertence aos Municípios vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência residual atribuída pelo art. 154, I, da Constituição Federal. c) pertence aos Municípios o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 15 rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem. d) pertence aos Municípios cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis situados no Estado. e) a União entregará ao Fundo de Participação dos Municípios vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza, sobre produtos industrializados e sobre propriedade territorial rural. (CESPE/ TJ-BA/ 2004) Quando o estado da Bahia e seus órgãos e entidades da administração indireta pagam remuneração aos servidores e empregados, o imposto de renda retido é revertido aos cofres do governo estadual. 10(CESPE/ TJ-BA/ 2004) Se o governo federal, no uso de sua competência tributária residual, instituir novo imposto, terá de destinar aos estados e municípios 20% da arrecadação que dele advier. 11(CESPE/ TJ-BA/ 2004) Além dos 47% do IPI destinados aos fundos de participação e aos programas de financiamento do setor produtivo das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, mais 10% desse imposto é distribuído entre os estados, que, por sua vez, repassam um quarto do recebido a seus municípios. 12(CESPE/ TJ-BA/ 2004) As transferências constitucionais aos estados limitam-se às receitas arrecadadas de impostos. 13 (CESPE) Se a União instituir taxa não prevista na Constituição - não- cumulativa e com base de cálculo e fato gerador diversos dos tributos ali disciplinados -, vinte por cento do produto da arrecadação pertencerão aos Estados e ao Distrito Federal. 14 (CESPE) A União deverá entregar aos fundos de participação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios quarenta e sete por cento do total nacional da arrecadação do imposto sobre a renda e os proventos de qualquer natureza. 15. (CESPE) A Constituição, fundamentada no princípio do federalismo, não admite que a União imponha, como condição à entrega de recursos do fundo de participação a um Estado, que este efetue o pagamento de créditos de uma autarquia federal. 16 (CESPE) Vinte e um inteiros e cinco décimos por cento (21,5%) do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados são entregues ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal. 17 (CESPE) Pertencem aos distritos vinte e cinco por cento do produto da arrecadação dos impostos municipais. 18 (CESPE) O modelo constitucional de repartição das receitas tributárias é aspecto essencial na determinação do equilíbrio da Federação. 19 (CESPE) O modelo constitucional de repartição das receitas tributárias estabelece que pertence aos estados o produto da arrecadação do imposto de renda incidente na fonte sobre rendimentos pagos por eles. CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 16 20 (CESPE) O modelo constitucional de repartição das receitas tributárias determina que pertence à União o produto da arrecadação do imposto de renda incidente na fonte sobre rendimentos pagos pelos municípios. 21 (CESPE) O modelo constitucional de repartição das receitas tributárias preconiza que parte da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados é destinada aos estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao montante das respectivas exportações de produtos industrializados. 22. (CESPE) O modelo constitucional de repartição das receitas tributárias proíbe que haja retenção ou restrições à entrega e ao emprego dos recursos devidos aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, ressalvada a possibilidade de condicionamento da entrega dos recursos ao pagamento de créditos da entidade a que couber efetuar o repasse. 23. (CESPE) A Constituição adota sistema misto de repartição rígida das competências tributárias entre os entes políticos e a participação de todos eles no produto de arrecadação alheia. 24. (CESPE) A União deve entregar 22,5% do produto da arrecadação do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza ao Fundo de Participação dos Municípios. Todavia, a entrega a um município da parcela a que faz jus, oriunda desse Fundo, pode ser condicionada ao pagamento dos seus débitos para com o Instituto Nacional doSeguro Social INSS. 25. (CESPE) Se a União instituir nova fonte de custeio para a Seguridade Social, o produto da arrecadação dessa contribuição social integrará o montante a ser repartido, proporcionalmente, entre os entes federativos. 26 (FCC/ Proc. do Município de Jaboatão dos Guararapes - PE/ 2006) Pertence aos Municípios o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem. 27 (FCC/ Proc. do Jaboatão dos Guararapes - PE/ 2006) Pertencem aos Municípios 50% (cinqüenta por cento) do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios. 28 (FCC/ Proc. do Jaboatão dos Guararapes- PE/ 2006) A União entregará, do produto da arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados, 10% (dez por cento) ao Estado e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados. 29. (FCC/ ASSESSOR JURÍDICO/ TCE-PI/ 2002) Pertencem aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios (A) o produto de arrecadação de todos os tributos da União recolhidos por esses entes políticos, por suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem. (B)) o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem. CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 17 (C) vinte por cento do produto da arrecadação das contribuições que a União pode instituir no exercício de sua competência residual. (D) o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza incidente no final do exercício. (E) apenas o produto de arrecadação dos tributos de sua competência tributária. Isto porque, não há tributo da União que incida sobre qualquer fato gerador tributado por esse ente político. 30. (FCC/ AUDITOR/ TCE-SE/ 2002) Conforme previsão constitucional, a União entregará 47% do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados ao Fundo de Participação dos Estados e Distrito Federal; ao Fundo de Participação dos Municípios; e para aplicação nos Fundos Constitucionais de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, respectivamente, nas seguintes proporções: (A) 3% - 21,5% e 22,5% (B) 3% - 22,5% e 21,5% (C) 21,5% - 3% e 22,5% (D)) 21,5% - 22,5% e 3% (E) 22,5% - 21,5% e 3% 31 (FCC/ SUBPROCURADOR/ TCE-SE/ 2002) O Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal é constituído de percentual do produto (A) dos impostos federais, estaduais e municipais. (B) de todos os tributos arrecadados pela União. (C) apenas do imposto sobre rendas e proventos de qualquer natureza. (D)) da arrecadação da União sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados. (E) apenas dos impostos sobre a exportação, rendas e proventos de qualquer natureza e a propriedade territorial rural. 32(FISCAL TRIBUTOS DIADEMA/ SP/ 2000) a União recebe, por transferência, parte da arrecadação dos Estados, e os Estados, por sua vez, parte da arrecadação dos Municípios. 33(FISCAL TRIBUTOS DIADEMA/ SP/ 2000) a União recebe transferência dos Estados; os Municípios, transferências da União. 34 (FISCAL TRIBUTOS DIADEMA/ SP/ 2000) a União recebe parte da arrecadação dos Estados e dos Municípios, acrescenta-lhe uma parcela do resultante da arrecadação dos tributos de sua competência e procede à distribuição. 35 (FISCAL TRIBUTOS DIADEMA/ SP/ 2000) os Estados recebem transferência da União; os Municípios, transferências da União e dos Estados. 36 (AGENTE TRIB ESTADUAL/MS) Dos impostos arrecadados pelos Estados, pertencem aos Municípios: CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 18 a) Cinqüenta por cento (50%) do produto da arrecadação do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação - ICMS. b) Cinqüenta por cento (50%) do produto da arrecadação do imposto sobre a propriedade de veículos automotores - IPVA, licenciados no território municipal. c) Cinqüenta por cento (50%) do produto da arrecadação do imposto sobre a propriedade territorial rural - ITR. d) Cinqüenta por cento (50%) do produto da arrecadação do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza - IR. e) Cinqüenta por cento (50%) do produto da arrecadação do imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos - ITDB. CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 19 GABARITOS 01- E (errado) 02- C (certo) 03- E 04- E 05- E 06- E 07- C 08- E 09- C (alternativa C) 10- E (errado) 11- c (certo) 12- E 13- E 14- E 15- E 16- C 17- E 18- C 19- C 20- E 21- C 22- C 23- E 24- C 25- E 26- C 27- C 28- C 29- B (alternativa B) 30- D (alternativa D) 31- D (alternativa D) 32- E (errado) 33- E CURSO ON-LINE – DIREITO TRIBUTÁRIO – CURSO REGULAR PROFESSOR RICARDO ALEXANDRE www.pontodosconcursos.com.br 20 34- E 35- C (certo) 36- B (alternativa B)
Compartilhar