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RESUMO DE O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNAS

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Resumo escrito por Carlos Alexandre, estudante do curso de Direito. 26 de março de 2016. 
O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNAS 
RESUMO 
 
 
 
Autor: Lon Luvois Fuller – 1902 -1978 – Professor de Filosofia do Direito de 
Harvard. Defende uma aproximação da norma com as questões éticas 
envolvidas na Lei. 
 
 
CONTEXTO 
O livro descreve um episódio onde cinco integrantes de uma Sociedade 
Amadora de Exploradores de Cavernas são acometidos de um desastre, de um 
desmoronamento que os deixa presos no interior de uma caverna. Quando se 
tem conhecimento do ocorrido pela Sociedade, inicia-se o resgate dos 
exploradores. Durante todo o esforço para tirá-los do interior da caverna, dez 
operários acabam morrendo devido um deslizamento durante as tentativas de 
resgate. Após vinte dias do ocorrido, descobriu-se que eles possuíam um rádio 
transmissor, o que possibilitou uma comunicação com os exploradores. A partir 
dessa comunicação, foi informado que diante do perigo que o resgate 
representava, seria necessário, ao menos, mais dez dias de prazo para a 
desobstrução da caverna. Sem mais mantimentos os exploradores estavam em 
perigo iminente de morte. Com o fim da operação de resgate, veio à 
descoberta de que um dos membros foi morto para servir de alimento aos 
demais. De acordo com a Lei de Stowfield, os quatro sobreviventes foram 
julgados e condenados à forca. 
 
A NARRAÇÃO DO FATO 
O ano era 4299. Cinco membros de uma Sociedade Espeleológica decidem 
explorar uma caverna de rocha calcária, característica do Planalto Central de 
Commonwealth. Entre os exploradores estava o senhor Roger Whetmore. 
Quando já estavam bem distantes da única abertura pelo qual adentraram na 
caverna, ocorreu um desmoronamento de terra que bloqueou a passagem. Ao 
voltarem para o local de entrada, perceberam que ela havia sido bloqueada por 
grande quantidade de rochas e entulho. Após um longo tempo, o secretário da 
Sociedade foi notificado pelas famílias dos exploradores sobre a demora no 
Resumo escrito por Carlos Alexandre, estudante do curso de Direito. 26 de março de 2016. 
regresso dos mesmos as suas casas. Os acusados deixaram na sede da 
Sociedade as indicações sobre a localidade da caverna que iriam explorar. As 
equipes de socorro foram prontamente deslocadas para o local. 
O resgate tornou-se extremamente difícil em razão da região ser bastante 
isolada, e, devido os altos custos que esta operação exigiria. Engenheiros, 
geólogos, técnicos e vários outros trabalhadores foram deslocados para auxiliar 
no resgate. O trabalho árduo foi muitas vezes frustrado por novos 
deslizamentos de terras. Num desses episódios, dez trabalhadores contratados 
acabaram morrendo. Todo o esforço para o resgate desses homens custou 
muito caro. Somente no trigésimo segundo dia após a sua entrada na caverna 
é que foram resgatados. 
Os exploradores levaram consigo pouco alimento, o que deixaram ainda mais 
aflitos. Não havia substância animal ou vegetal algum na caverna que pudesse 
servir de suprimento ate que fossem resgatados. Passados vinte dias do 
ocorrido, descobriu-se que os exploradores tinham levado um rádio transmissor 
e estabeleceram uma comunicação direta com eles. Foi informado sobre a 
difícil tarefa de resgate por temer novos deslizamentos, e que seria necessário 
mais dez dias para que fossem salvos. Foi então questionado sobre a 
possibilidade de sobrevivência sem alimentos por mais dez dias, e de forma 
desestimulante foi dada a resposta de que seria escassa a possibilidade de 
sobrevivência em tal lapso de tempo. Com tal notícia ficaram em silêncio por 
oito horas. Ao restabelecer uma nova comunicação, Whetmore perguntou se 
seria possível sobreviverem caso se alimentassem de carne humana. A 
resposta para sua pergunta foi repudiada pelo presidente da comissão de 
resgate. Mesmo assim, Whetmore pediu conselho sobre o fato de se tirasse 
sorte para determinar qual deles deveria ser sacrificado. Ninguém se atreveu a 
questionar Whetmore sobre seu posicionamento. Depois dessa indesejada 
discussão, a comunicação foi interrompida mais uma vez, pois as pilhas do 
rádio haviam descarregado. 
Finalmente os homens foram libertados. Soube-se que, no trigésimo terceiro 
dia após a entrada na caverna, Whetmore havia sido assassinado e servido de 
alimento aos companheiros. Os acusados foram interrogados, e em suas 
declarações ao júri, disseram que Whetmore propôs a morte de um deles para 
servir de alimento. Foi Whetmore que sugeriu ainda, que tirassem sorte por 
meio de um dado que trazia consigo. Os acusados discordaram completamente 
dele, mas depois concordaram com o plano proposto. Mas Whetmore havia 
desistido do acordo na esperança de que o resgate chegasse ao fim. No 
entanto, os seus companheiros não quiseram acatar o clamor de Whetmore. 
Lançaram sorte novamente e foi então que o assassinaram. 
Denunciados pelo homicídio de Roger Whetmore, logo depois de terem sido 
submetidos a um tratamento de desnutrição e psicológico, foram a julgamento. 
Resumo escrito por Carlos Alexandre, estudante do curso de Direito. 26 de março de 2016. 
O advogado dos acusados questionou o jure sobre a existência de 
culpabilidade ou não dos réus. Mas por decisão, os acusados deveriam ser 
considerados culpados e condenados. Com base neste veredito o juiz de 
primeira instância decidiu que os réus eram culpados do assassinato de Roger 
Whetmore. Foi recorrida da decisão e pedido ao chefe do Poder Executivo que 
a sentença fosse comutada em prisão de seis meses. Mas pelo dispositivo 
legal vigente que dizia que "Quem quer que intencionalmente prive a outrem da 
vida será punido com a morte" N.C.S.A. (n.s.) §12-A, o pedido de prisão não foi 
aceito. 
Em oposição à decisão do presidente do Tribunal, excelentíssimo juiz Foster 
questionou sobre o julgamento dos desafortunados e disse que essa decisão 
comprometeria a própria lei de Commonwealth. Foster argumenta que a 
situação da caverna e o risco iminente de morte em que se encontravam os 
exploradores, configurou uma exceção da Lei vigente. E ainda que a lei seja 
incapaz de prever a complexidade das relações existente entre os homens. E 
se aplicada sobre a forma abstrata e rígida poderá cometer injustiça. Não 
existindo exceções ao dispositivo penal de Newgarth, o juiz Foster invoca a 
tradição e o principio da legitima defesa dos acusados. 
Em posição adversa com o que se discute diante do caso concreto, o J. Tatting 
argumenta sobre a difícil tarefa de se estabelecer o momento exato da ruptura 
da normalidade legal. O juiz defende a hipótese de um Estado de Natureza 
como elemento de defesa dos réus, mas omite-se da decisão por questões 
morais. 
De forma bastante afirmativa, o juiz Keen faz um ataque direcionado ao 
argumento do J. Foster, dizendo que não existe na lei lacuna para o caso 
analisado, o que excluiria todas as possibilidades de aplicar a forma analógica 
ao caso (legitima defesa). Keen critica ainda a ideia de Foster como sendo de 
ordem moral e pessoal, e defende a ideia de que o papel do Direito é julgar 
conforme a lei, não havendo uma interpretação de intencionalidade na lei de 
Newgarth. Conclui dizendo que os exploradores tinham plena consciência do 
ato que estavam praticando. 
Em contrário com o que se tenta chegar, isto é, na condenação dos 
exploradores, o juiz Handy defende que, neste caso, deve-se fazer resalva dos 
usos e costumes dos povos. Que deve existir correspondência nas 
expectativas morais e éticas com as decisões e o papel que o judiciário exerce. 
O J. Handy defende a inocência dos réus, mostrando que a própria lei penal 
prevê a possibilidade do julgamento pelos seus próprios meios. 
Noentanto, já de forma repudiante aos argumentos de defesa dos acusados, 
tendo havido empate na decisão, a sentença condenatória do Tribunal de 
primeira instância foi mantida, determinando assim a execução da sentença 
com lugar e hora marcados.

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