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Prof. Vítor Cruz 1 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. Jurisprudência do STF para concursos: (Versão 1.6 - Outubro /2014) As novas jurisprudências inseridas desta versão (não necessariamente “jurisprudências novas”, mas novidades em em relação a versão anterior), estão marcadas pelo termo “ (NOVO) ” - quem tiver a versão anterior e não quiser imprimir a nova inteira, basta dar ctrl+f e buscar pelo termo (NOVO). Sumário: 1. Introdução e orientação de estudo: ....................................................... 1 2. Súmulas Vinculantes: ............................................................................. 2 3. Súmulas “comuns” do STF:..................................................................... 5 4. Julgados individuais relevantes do STF, organizados por temas: .......... 11 A) Preâmbulo ....................................................................................... 11 B) Princípios fundamentais................................................................... 11 C) Direitos Fundamentais. .................................................................... 12 D) Organização do Estado: ................................................................... 25 E) Administração Pública. ..................................................................... 29 F) Poder Legislativo. ............................................................................. 33 G) Poder Executivo. .............................................................................. 38 H) Controle de Constitucionalidade...................................................... 39 I) Poder Judiciário................................................................................. 42 J) Funções Essenciais à Justiça. ............................................................. 44 K) Sistema Tributário Nacional. ............................................................ 45 L) Ordem Social. ................................................................................... 46 1. Introdução e orientação de estudo: A jurisprudência do STF é importante instrumento para correta interpretação do texto constitucional, sendo assim, também é material farto para cobranças em concurso. Cada vez mais as bancas examinadoras, notadamente ESAF e Cespe, cobram a jurisprudência do Supremo Tribunal em suas provas. Os julgados preferidos são os mais recentes, que buscam avaliar a atualização do candidato frente às matérias relevantes tratadas pela Corte Suprema, no entanto, julgados mais antigos, clássicos ou, então, que orientem uma forma firme de interpretação constitucional também são alvo de cobranças. Prof. Vítor Cruz 2 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. Vale lembrar que, no que tange à jurisprudência do STF, a importância máxima se dá nas súmulas, pois súmulas são orientações firmes, pacíficas, que expressam de forma “quase definitiva” a forma de pensar do Tribunal sobre aquele assunto. Dentre as súmulas, temos duas espécies: as vinculantes (que possuem observância obrigatória por toda a administração pública e Poder Judiciário, cuja elaboração foi prevista pela EC 45/2004, a qual inseriu o art. 103-A na Constituição) e as comuns, editadas, normalmente, antes da possibilidade das súmulas vinculantes. Por serem “mais fortes” e mais atuais, as vinculantes são as principais jurisprudências cobradas, seguidas das súmulas “comuns” e, depois, pelos julgados individuais (ainda não sumulados pelo Tribunal). O STF, nos últimos anos, nos brindou com uma importante contribuição: a obra “A Constituição e o Supremo” onde podemos encontrar uma compilação das principais jurisprudências da corte alocadas ao longo do texto constitucional. Embora reconheçamos esse importante auxílio, o estudo da Constituição e o Supremo para fins de concurso público não se mostra muito eficiente, já que os julgados são expostos de forma “seca” (ou seja, nas palavras exatas dos votos dos Ministros, muitas vezes com português complicado e “juridiquês” excessivo); eles são ainda muitas vezes mal posicionados em relação “assunto tratado”; e, alguns deles, se repetindo por várias vezes ao longo da obra. Desta forma, sugerimos o uso deste instrumento para fins de consultas e embasamentos (de recursos, peças jurídicas e etc.), mas não para fim de estudo sequencial. Tentaremos neste material expor as principais súmulas (vinculantes e comuns) do STF para fins de estudo para concurso, no que tange aos julgados individuais, tentaremos selecionar aqueles mais relevantes e, na medida do possível, “mastigá-los” para um estudo eficiente para provas de concursos e demais exames jurídicos. 2. Súmulas Vinculantes: (Estas súmulas também estarão presentes do item 4 – quando serão apresentados os julgados sistematizados por assunto). SÚMULA VINCULANTE 2 É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias. Prof. Vítor Cruz 3 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. SÚMULA VINCULANTE 3 Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. SÚMULA VINCULANTE 4 Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. SÚMULA VINCULANTE 5 A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. SÚMULA VINCULANTE 6 Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. SÚMULA VINCULANTE 10 Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. SÚMULA VINCULANTE 11 Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. SÚMULA VINCULANTE 12 A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal. Prof. Vítor Cruz 4 Este materialé privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. SÚMULA VINCULANTE 13 A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. SÚMULA VINCULANTE 14 É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. SÚMULA VINCULANTE 15 O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo. SÚMULA VINCULANTE 16 Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público. SÚMULA VINCULANTE 18 A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal. Obs. O Enunciado 18 da Súmula Vinculante do STF não se aplica aos casos de extinção do vínculo conjugal pela morte de um dos cônjuges1. (NOVO) SÚMULA VINCULANTE 21 É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. SÚMULA VINCULANTE 22 1 RE 758461/PB, rel. Min. Teori Zavascki, 22.5.2014. (RE-758461) Prof. Vítor Cruz 5 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional no 45/04. SÚMULA VINCULANTE 23 A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. SÚMULA VINCULANTE Nº 25 É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. SÚMULA VINCULANTE Nº 33 Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral de previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o art. 40 § 4º, inciso III da Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica. (NOVO) 3. Súmulas “comuns” do STF: (Estas súmulas também estarão presentes do item 4 – quando serão apresentados os julgados sistematizados por assunto). SÚMULA Nº 19 A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União. SÚMULA Nº 266 Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. SÚMULA Nº 267 Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição. SÚMULA Nº 268 Prof. Vítor Cruz 6 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado. SÚMULA Nº 279 Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário. SÚMULA Nº 280 Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário. SÚMULA Nº 282 É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada. SÚMULA Nº 339 Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia. SÚMULA Nº 347 O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. SÚMULA Nº 356 O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento. SÚMULA Nº 365 Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular. SÚMULA Nº 419 Os municípios tem competência para regular o horário do comércio local, desde que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas. SÚMULA Nº 429 Prof. Vítor Cruz 7 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade. SÚMULA Nº 430 Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança. SÚMULA Nº 433 É competente o Tribunal Regional do Trabalho para julgar mandado de segurança contra ato de seu presidente em execução de sentença trabalhista. SÚMULA Nº 451 A competência especial por prerrogativa de função não se estende ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional. SÚMULA Nº 454 Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário. SÚMULA Nº 603 A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do júri. SÚMULA Nº 624 Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer originariamente de mandado de segurança contra atos de outros tribunais. SÚMULA Nº 625 Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança. SÚMULA Nº 629 A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes. SÚMULA Nº 630 Prof. Vítor Cruz 8 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria. SÚMULA Nº 632 É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de segurança. SÚMULA Nº 642 Não cabeação direta de inconstitucionalidade de lei do distrito federal derivada da sua competência legislativa municipal. SÚMULA Nº 646 Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área. SÚMULA Nº 647 Compete privativamente à união legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal. SÚMULA Nº 649 É inconstitucional a criação, por constituição estadual, de órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros poderes ou entidades. SÚMULA Nº 650 Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição Federal não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto. SÚMULA Nº 651 A medida provisória não apreciada pelo congresso nacional podia, até a Emenda Constitucional nº 32/01, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de lei desde a primeira edição. SÚMULA Nº 654 Prof. Vítor Cruz 9 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado. SÚMULA Nº 666 A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo. SÚMULA Nº 667 Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa. SÚMULA Nº 675 Os intervalos fixados para descanso e alimentação durante a jornada de seis horas não descaracterizam o sistema de turnos ininterruptos de revezamento para o efeito do art. 7º, XIV, da Constituição. SÚMULA Nº 681 É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária. SÚMULA Nº 683 O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. SÚMULA Nº 684 É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público. SÚMULA Nº 685 É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. SÚMULA Nº 686 Prof. Vítor Cruz 10 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. SÚMULA Nº 691 Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere a liminar. SÚMULA Nº 693 Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. SÚMULA Nº 694 Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública. SÚMULA Nº 695 Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade. SÚMULA Nº 702 A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe- se aos crimes de competência da justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau. SÚMULA Nº 704 Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. SÚMULA Nº 721 A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual. SÚMULA Nº 722 Prof. Vítor Cruz 11 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. São da competência legislativa da união a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento. SÚMULA Nº 734 Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal. SÚMULA Nº 736 Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores. 4. Julgados individuais relevantes do STF, organizados por temas: A) Preâmbulo − O Preâmbulo da Constituição não constitui norma central da Constituição, não tendo força normativa, assim, a invocação da proteção de Deus não se trata de norma de reprodução obrigatória nas Constituições estaduais2. − Embora não tenha força normativa, o preâmbulo possui valores que servem de orientação para a correta interpretação e aplicação das normas constitucionais3. B) Princípios fundamentais. Art. 2º - Separação dos Poderes: − Os mecanismos de freios e contrapesos estão previstos na Constituição Federal, sendo vedado à Constituição Estadual inovar criando novas hipóteses de interferências de um poder em outro4. − É inconstitucional lei estadual que prevê a destituição, no curso do mandato, de dirigentes de agências reguladoras por decisão 2 ADI 2.076, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 15-8-02, Plenário, DJ de 8-8-03. 3 ADI 2.649, voto da Min. Cármen Lúcia, julgamento em 8- 5-08, Plenário, DJE de 17-10- 08. 4 ADI 3.046, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 15-4-04, Plenário, DJ de 28-5- 04. Prof. Vítor Cruz 12 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. exclusiva da Assembleia Legislativa, excluindo a participação do Governador. Por outro lado, seria constitucional condicionar a nomeação dos dirigentes à prévia aprovação da Assembléia, pois neste caso, já se guarda similaridade ao modelo federal5. (NOVO) − Configuram-se inconstitucionais novas exigências de aprovações, como, por exemplo, a não observância do prazo de 15 dias – art. 83, CF – para a necessidade de licença pela Assembléia Legislativa para que o Governador ou Vice venha se ausentar do país. Ou seja, se a Constituição Estadual previr, por exemplo, que precisa de autorização da Assembleia para o governador se ausentar do país por qualquerprazo, será inconstitucional, pois a CF (único documento capaz de estabelecer contenções de um poder no outro) estabelece o prazo de 15 dias, devendo este ser seguido pelas CE´s6. − É inconstitucional norma que subordina convênios, acordos, contratos e atos de Secretários de Estado à aprovação da Assembleia Legislativa por ofensa ao princípio da independência e harmonia dos poderes7. − É inconstitucional diploma legislativo que determine prazo para que o Executivo exerça sua função normativa8. C) Direitos Fundamentais. Art. 5º, Caput – Estrangeiros no Brasil: − Embora a literalidade do caput expresse o termo “residente”, o STF interpretou o dispositivo de forma a ampliar o escopo desses direitos. O Supremo decidiu que deve ser entendido como todo estrangeiro que estiver em território brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em trânsito. Assim o estrangeiro em trânsito estará amparado pelos direitos individuais, e poderá inclusive fazer uso de “remédios constitucionais” como habeas corpus e mandado de segurança. Ressalva-se que o estrangeiro não poderá fazer uso de todos os direitos, pois alguns são privativos de brasileiros como, por exemplo, o uso da ação popular. 5 ADI 1949/RS, rel. Min. Dias Toffoli, 17.9.2014. (ADI-1949) 6 ADI 738, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 13-11-02, DJ de 7-2-03. 7 ADI 676, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 1º-7-96, Plenário, DJ de 29-11-96. 8 ADI 3.394, voto do Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 2-4-2007, Plenário, DJE de 15- 8-2008, precedentes: ADI 2.393, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ de 28-3-2003, e a ADI 546, Rel. Min. Moreira Alves, DJ de 14-4-2000. Prof. Vítor Cruz 13 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. Art. 5º, Caput – Direito à vida: − As pesquisas com células-tronco embrionárias não violam o direito à vida ou o princípio da dignidade da pessoa humana9. − No mesmo julgado, que se referia proteção do direito à vida, e a constitucionalidade da lei de Biossegurança (Lei 11.105/2005), o STF entendeu que a Constituição Federal, quando se refere à “dignidade da pessoa humana” e à proteção dos direitos e garantias individuais não se estaria se referindo a todo e qualquer estágio da vida humana, mas da vida que já é própria de uma concreta pessoa, porque nativiva, e que a inviolabilidade de que trata o art. 5º diria respeito exclusivamente a um indivíduo já personalizado10. Art. 5º, I – Isonomia: − STF - Súmula nº 339 - Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos dos servidores públicos sob fundamento de isonomia. − Não afronta o princípio da isonomia a adoção de critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo feminino e masculino da Aeronáutica11. Art. 5º, II - Legalidade − Ninguém é obrigado a cumprir ordem ilegal, ou a ela se submeter, ainda que emanada de autoridade judicial. É dever de cidadania opor-se à ordem ilegal; caso contrário, nega-se o Estado de Direito12. − O STF tem entendido que o princípio da legalidade expresso no art. 5º, II da Constituição seria meramente uma "reserva de norma", ou seja, uma legalidade ampla e não uma reserva de lei (formal) em sentido estrito13. Assim, tal dispositivo poderia 9 ADI 3.510, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 28 e 29-5-08, Plenário, Informativo 508 10 ADI 3.510, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 28 e 29-5-08, Plenário, Informativo 508 11 AI 443.315-AgR, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 16.02.07 e RE 316.882-AgR, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 30.09.05 12 HC 73.454, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 22-4-96, 2ª Turma, DJ de 7-6-96 13 HC 85.060, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 23-9-2008, Primeira Turma, DJE de 13- 2-2009. Prof. Vítor Cruz 14 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. ser cumprido tanto através de uma lei formal como também por outros atos expressa ou implicitamente autorizados por ela. Art. 5º, III – Vedação ao tratamento degradante: − SÚMULA VINCULANTE 11: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. Art. 5º, IV – Vedação ao anonimato − Segundo o STF, não é possível a utilização da denúncia anônima como ato formal de instauração do procedimento investigatório, já que as que peças futuras não poderiam, em regra, ser incorporadas formalmente ao processo. Nada impede, porém, que o Poder Público seja provocado pela delação anônima e, com isso, adote medidas informais para que se apure a possível ocorrência da ilicitude penal14. − Para o STF, não serve à persecução criminal notícia de prática criminosa sem identificação da autoria, consideradas a vedação constitucional do anonimato e a necessidade de haver parâmetros próprios à responsabilidade, nos campos cível e penal, de quem a implemente.15 − A defesa da legalização das drogas em espaços públicos constitui exercício legítimo do direito à livre manifestação do pensamento, sendo, portanto, permitida pelo ordenamento jurídico pátrio16. Art. 5º, IX – Liberdade de comunicação (imprensa) − Em uma ADPF, o STF declarou como não-recepcionado pela Constituição Federal todo o conjunto de dispositivos da Lei 5.250/67 – Lei de Imprensa17. 14 Inq 1.957, Rel. Min.Carlos Velloso, voto do Min. Celso de Mello, julgamento em 11-5- 05, Plenário, DJ de 11-11-05 15 STF, em 2007, no HC 84827 / TO. 16 ADPF 187/DF, rel. Min. Celso de Mello, 15.6.2011. 17 ADPF 130, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 1º-4-09, Plenário, Informativo 541 Prof. Vítor Cruz 15 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. − Segundo o STF, a Constituição Federal de 1988 não recepcionou o art. 4º, V, do Decreto-lei 972/69, o qual exige o diploma de curso superior de jornalismo, registrado pelo Ministério da Educação, para o exercício da profissão de jornalista. Para o Supremo, a norma impugnada seria incompatível com as liberdades de profissão, de expressão e de informação previstas nos artigos 5º, IX e XIII, e 220, da CF, bem como violaria o disposto no art. 13 da Convenção Americana de Direitos Humanos - Pacto de San José da Costa Rica, ao qual o Brasil aderiu em 1992. Afirmou-se ainda que as violações à honra, à intimidade, à imagem ou a outros direitos da personalidade não constituiriam riscos inerentes ao exercício do jornalismo, mas sim o resultadodo exercício abusivo e antiético dessa profissão18. Art. 5º, X – Intimidade e vida privada: − Segundo o STF: a divulgação dos vencimentos brutos de servidores, com seus respectivos nomes e matrículas funcionais, a ser realizada oficialmente – em portal de transparência -, constituiria interesse coletivo, sem implicar violação à intimidade e à segurança deles, não se podendo fazer divulgação de outros dados pessoais como endereço residencial, CPF e RG de cada um19. − STJ - súmula - 227 → a pessoa jurídica pode sofrer dano moral. Art. 5º, X – Sigilo bancário: − A LC 105/01 fornece respaldo para que a quebra do sigilo bancário seja feita por autoridade fiscal. Porém, embora exista essa previsão legal, ela é alvo de muitas críticas, inclusive a posição atual do STF20 indica que seria inconstitucional, já que o sigilo possui um pilar na própria Constituição Federal, não podendo ser relativizado por leis infraconstitucionais - sejam elas ordinárias ou complementares -. Assim, somente as autoridades judiciais - e a CPI, que possui os mesmo poderes investigativos daquelas (CF, art. 58 §3º) - é que poderiam relativizar estes sigilos. 18 RE 511.961, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 17-6-09, Plenário, Informativo 551 19 Informativo – 630 - SS 3902 Segundo AgR/SP, rel. Min. Ayres Britto, 9.6.2011. 20 RE 389.808/PR - 15-12-2010 Prof. Vítor Cruz 16 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. Art. 5º, XI - Inviolabilidade domiciliar − Para os fins da proteção jurídica a que se refere o art. 5º, XI, da Constituição da República, o conceito normativo de ‘casa’ revela-se abrangente e, por estender-se a qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade (CP, art. 150, § 4º, III), compreende, observada essa específica limitação espacial (área interna não acessível ao público), recintos como os escritórios profissionais, embora sem conexão com a casa de moradia propriamente dita. Assim, decidiu o STF que nenhum agente público, ainda que vinculado à administração tributária do Estado, poderá, contra a vontade de quem de direito (invito domino), ingressar, durante o dia, sem mandado judicial, em espaço privado não aberto ao público, onde alguém exerce sua atividade profissional21. − Nenhum direito fundamental é absoluto, desta forma, o STF decidiu pela não ilicitude das provas obtidas com violação noturna de escritório de advogados para que fossem instalados equipamentos de escuta ambiental, já que os próprios advogados estivam praticando atividades ilícitas em seu interior. Desta forma, a inviolabilidade profissional do advogado, bem como do seu escritório, serve para resguardar o seu cliente para que não se frustre a ampla defesa, mas, se o investigado é o próprio advogado, ele não poderá invocar a inviolabilidade profissional ou de seu escritório, já que a Constituição não fornece guarida para a prática de crimes no interior de recinto22. Art. 5º, XII – Inviolabilidade das Comunicações e provas ilícitas: − Segundo o STF é necessária a edição de lei para regulamentar a interceptação telefônica. Esta lei foi criada somente em 1996 (Lei nº 9.296/96), antes disso o STF entendia que nem por ordem judicial poderia se afastar este sigilo, já que estava pendente de regulamentação. − Embora a literalidade da Constituição refira-se expressamente à possibilidade de relativização apenas das comunicações 21 HC 82.788, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 12-4-05, 2ª Turma, DJ de 2-6-06 22 Inq 2.424, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 19 e 20-11-08, Plenário, Informativo 529 Prof. Vítor Cruz 17 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. telefônicas, o STF já decidiu que as outras inviolabilidades (correspondência, dados e telegráficas) também poderão ser afastadas, já que nenhum direito fundamental é absoluto e não pode ser invocado para acobertar ilícitos. Destarte, estas inviolabilidades poderão ser quebradas quando se abordar outro interesse de igual ou maior relevância. Por exemplo: É perfeitamente lícito que uma carta enviada a um presidiário seja aberta para coibir a prática de certas condutas, já que a disciplina prisional e a segurança são interesses mais fortes do que a privacidade da comunicação do preso. − Para o STF, é lícita a gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores, ou com sua autorização, sem ciência do outro, quando há investida criminosa deste último23 (não há interceptação telefônica quando a conversa é gravada por um dos interlocutores, ainda que com a ajuda de um repórter24). − Também é lícita a utilização de conversa telefônica feita por terceiros com autorização de um dos interlocutores sem o conhecimento do outro, quando há, para essa utilização, excludente da antijuridicidade25 (no caso, legitima defesa). Art. 5º, XIII – Liberdade Profissional. − O Supremo decidiu pela inconstitucionalidade da exigência do diploma de jornalismo e da obrigatoriedade de registro profissional para exercer a profissão de jornalista26. − O Supremo entendeu pela inconstitucionalidade da exigência legal de inscrição na ordem dos músicos do Brasil e de pagamento de anuidade, para efeito de atuação profissional do músico, e a fundamentação foi a de que a música é uma forma de manifestação artística, estando protegida pela garantia da liberdade de expressão27. Art. 5º, XXXVI – Irretroatividade da lei: − SÚMULA Nº 654: A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art 5º, XXXVI, da Constituição da República, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado. 23 HC 75.338, Rel. Min. Nelson Jobim, julgamento em 11-3-98, Plenário, DJ de 25-9-98. 24 RE 453.562-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-9-08. 25 HC 74.678, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 10-6-97, 1ª Turma, DJ de 15-8-97. 26 (RE) 511961 27 RE 635023 ED / DF - DISTRITO FEDERAL Prof. Vítor Cruz 18 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. Art. 5º, XXXVII – Juiz Natural: − SÚMULA Nº 365: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular. − SÚMULA Nº 451: A competência especial por prerrogativa de função não se estende ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional. − SÚMULA Nº 704: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. Art. 5º, XXXVIII - Tribunal do Juri: − STF - SÚMULA Nº 603: A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do júri.− STF - SÚMULA Nº 721: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual. − O princípio constitucional da “soberania dos veredictos” no Tribunal do Juri não é violado pela determinação de realização de novo julgamento pelo Tribunal do Júri, quando a decisão for manifestamente contrária à prova dos autos, pois a pretensão revisional das decisões do Tribunal do Júri convive com a regra da soberania dos veredictos populares (e não “imutabilidade” dos vereditos)28. Art. 5º, LIV – Devido processo legal: − STF - SÚMULA Nº 620: sentença proferida contra autarquias não está sujeita a reexame necessário, salvo quando sucumbente em execução de dívida ativa. − O STF entende que os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade no ordenamento jurídico brasileiro estão implícitos no devido processo legal. E que tal proporcionalidade deve ser entendida tanto como uma “vedação ao excesso” quanto uma “proibição da proteção insuficiente”29. Art. 5º, LV – Contraditório e ampla defesa: 28 HC N. 111.207-ES - RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA 29 HC 140.410. Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 06-03-2012, Segunda Turma, DJE 27-3-2012 Prof. Vítor Cruz 19 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. − SÚMULA VINCULANTE 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. − SÚMULA VINCULANTE 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. − SÚMULA VINCULANTE 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. − STF - SÚMULA Nº 667: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa. Art. 5º, LXVII – Prisão civil por dívida: − SÚMULA VINCULANTE Nº 25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. Art. 5º, LXVIII – habeas corpus − STF – Súmula nº 693 → Não cabe HC contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em que a pena pecuniária seja a única cominada. (Isso porque Habeas Corpus é para discutir a liberdade de alguém. Não serve para discutir multa e penas em dinheiro). − STF – Súmula nº 695 → Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade. (Se a pena que privava a pessoa da liberdade já foi extinta. Para que se quer um habeas corpus?). − STF - SÚMULA Nº 694: Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública. − STF - Súmula nº 606 (com adaptação de outros precedentes ) → Não cabe impetração de "habeas corpus" para o plenário contra decisão colegiada de qualquer das Turmas (ou do próprio Pleno) do STF, ainda que resultante do julgamento de outros processos de "habeas corpus" ou proferida em sede de recursos em geral, inclusive aqueles de natureza penal. − Embora a CF expresse que não cabe HC contra punições disciplinares, o STF tem flexibilizado a situação quando a Prof. Vítor Cruz 20 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. punição privativa de liberdade foi imposta de forma ilegal. Assim, decidiu o Supremo: a legalidade da imposição de punição constritiva da liberdade, em procedimento administrativo castrense (afeto ao regime militar), pode ser discutida por meio de habeas corpus30. − É cabível habeas corpus contra instauração irregular de inquérito, já que a mera instauração de inquérito, quando evidente a atipicidade da conduta, constitui meio hábil a impor violação aos direitos fundamentais, em especial ao princípio da dignidade humana31. − Não é cabível impetrar habeas corpus em língua estrangeira, a petição deve se dar em português, sob pena de não conhecimento32. − Embora o STF reconheça a grande importância do habeas corpus, repudia o seu uso indiscriminado como substitutivo de ações próprias. Assim, se existe a previsão de, por exemplo, um recurso ordinário ao Tribunal, não se pode usar um habeas corpus como substituto de tal recurso, sob pena de indeferimento, como extinção do processo sem resolução do mérito, por inadequação da via eleita33. Art. 5º, LXIX – mandado de segurança: − STF – Súmula nº 625: Controvérsia sobre matéria de direito não impede a concessão de mandado de segurança (veja que a matéria de fato alegada deve ser incontroversa, líquida e certa. Porém, nada impede que o direito em que este fato esteja se baseando seja controverso, complexo, por exemplo, uma lei que esteja sendo objeto de impugnação). − STF – Súmula nº 429: A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade (a palavra principal desta súmula é a "omissão", ou seja, de que adiantaria um recurso suspensivo se a autoridade não está agindo e sim se omitindo em agir?). 30 RHC 88543/SP - São Paulo – 03/04/2007. 31 HC 82.969, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 30-9-03, 2ª Turma, DJ de 17-10- 03. 32 HC 72391 QO / DF - DISTRITO FEDERAL,Relator(a): Min. CELSO DE MELLO , Julgamento: 08/03/1995 - DJ 17-03-1995 33 HC N. 112.116-SP - RELATORA: MIN. ROSA WEBER Prof. Vítor Cruz 21 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. − STF – Súmula nº 266: Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. (Não se pode usar o MS para impugnar diretamente uma lei, pois isto é privativo da ação direta de inconstitucionalidade) − STF – Súmula nº 267: Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recursos ou correição. − STF - Súmula nº 268: Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado. − STF - Súmula nº 629: A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes (veja que diferentemente do que ocorre na representação processual, em se tratando de MS coletivo - substituição processual - basta autorização genérica, o que se dá com o simples ato de filiação, prescindindo-se que a entidade esteja expressamente autorizada para tal). − STF - Súmula nº 630: A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria. − O STF concluiu pelo não cabimento de mandado de segurança contra decisões interlocutórias proferidas no âmbito dos Juizados Especiais34 (Grossomodo, decisões interlocutórias seriam aquelas que ocorrem durante o trâmite processual sem tocar na questão de mérito). Prazo − STF – Súmula nº 430: Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança. − STF – Súmula nº 632: É constitucional a lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de segurança (120 dias). Competências − STF – Súmula nº 624: Não compete ao STF conhecer originariamente o mandado se segurança contra atos de outros tribunais (a competência para apreciar o mandado de segurança contra atos e omissões de tribunais é do próprio tribunal). Desistência: 34 AG. REG. NO AI. N. 857.811-PR - RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI Prof. Vítor Cruz 22 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. − No entendimento do STF, o impetrante pode desistir de mandado de segurança a qualquer tempo, ainda que proferida decisão de mérito a ele favorável, e sem anuência da parte contrária, já que o mandado de segurança, enquanto ação constitucional, com base em alegado direito líquido e certo frente a ato ilegal ou abusivo de autoridade, não se revestiria de lide, em sentido material. Eventual má-fé do impetrante que desistisse seria coibida com instrumental próprio35. Art. 5º, LXXIII – Ação popular: − SÚMULA Nº 365: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular. Art. 5º, § 3º – tratados internacionais: − Segundo o STF, como os tratados internacionais são equiparados às leis ordinárias, não podem versar matéria sob reserva constitucional de lei complementar, pois em tal situação, a própria Carta Política subordina o tratamento legislativo de determinado tema ao exclusivo domínio nor- mativo da Lei Complementar. − Em se tratando do art. 5º §3º, ainda que não aprovados pelo rito das Emendas, se os tratados versarem sobre direitos humanos, o STF entende que possuem “supralegalidade” podendo revogar leis anteriores e devendo ser observados pelas leis futuras. É assim, por exemplo, que vigora em nosso ordenamento o "Pacto de San Jose da Costa Rica" - status acima das leis e abaixo da Constituição. CF, art. 6º combinado com o art. 208, IV – Direito a educação – obrigação constitucional ao Poder Público. − Segundo o STF, a educação infantil representa prerrogativa constitucional indisponível, assegurada às crianças, para efeito de seu desenvolvimento integral, e como primeira etapa do processo de educação básica. Assim, ocorre a imposição de uma obrigação constitucional de criar condições objetivas que possibilitem, de maneira concreta o efetivo acesso e atendimento em creches e unidades de pré-escola, sob pena de configurar-se inaceitável omissão governamental. Desta forma, 35 RE 669367/RJ, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Rosa Weber, 2.5.2013. (RE-669367) Prof. Vítor Cruz 23 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. a educação qualifica-se como direito fundamental de toda criança, não se expõe, em seu processo de concretização, a avaliações meramente discricionárias da Administração Pública, nem se subordina a razões de puro pragmatismo governamental36. − No entendimento do STF, é possível ao Poder Judiciário determinar a implementação pelo Estado, quando inadimplente, de políticas públicas constitucionalmente previstas, sem que haja ingerência em questão que envolve o poder discricionário do Poder Executivo37. CF, art. 7º, IV – Salário Mínimo: − SÚMULA VINCULANTE 4: Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. − SÚMULA VINCULANTE 6: Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. − O STF decidiu não ser inconstitucional a sentença fixada em salários mínimos, desde que a futura atualização seja de acordo com índices oficias. Assim, assentou o tribunal. Nas palavras do Supremo38: A Constituição Federal, em seu art. 7º, IV, apenas proíbe a utilização do salário-mínimo como forma de indenização. A sentença que fixa a condenação em salários-mínimos, mas prevê posterior atualização de acordo com índices oficiais de correção monetária, é consentânea com a jurisprudência da Corte. CF, art. 7º, VI – Fixação de vencimentos por convenção coletiva: − STF – Súmula nº 679: A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva. 36 RE 436.996-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 22-11-05, 2ª Turma, DJ de 3- 2-06. 37 AI 734.487-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 3-8-2010, Segunda Turma, DJE de 20-8-2010. No mesmo sentido: ARE 635.679-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 6- 12-2011, Primeira Turma, DJE de 6-2-2012. 38 AI-AgR 643578/SP, Min. RICARDO LEWANDOWSKI. Prof. Vítor Cruz 24 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. Art. 7º, XIV – Jornada de trabalho: − STF – Súmula nº 675: Os intervalos fixados para descanso e alimentação durante a jornada de 6h não descaracterizam o sistema de turnos ininterruptos de revezamento para o efeito do art. 7º, XIV, da CF. Art. 8º - Sindicatos: − O STF decidiu que a estabilidade sindical provisória (art. 8º, VIII, CF), não alcança o servidor público, regido por regime especial, ocupante de cargo em comissão e, concomitantemente, de cargo de direção no sindicato da categoria. − SÚMULA Nº 666: A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo. Art. 14 §5º – Reeleição dos chefes do Poder Executivo: − O art. 14, §5º da Constituição admite uma única reeleição para os cargos de chefia do Poder Executivo, porém o STF confirmou entendimento do TSE no sentido de não admitir um terceiro mandato consecutivo de prefeito, ainda que em municípios distintos, devido as tentativas de candidatos burlarem o efeito do dispositivo constitucional, exercendo seus mandatos consecutivos em distintos municípios39. Art. 14 §7º – Inelegibilidade reflexa: − SÚMULA VINCULANTE 18: A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal. − O Enunciado 18 da Súmula Vinculante do STF não se aplica aos casos de extinção do vínculo conjugal pela morte de um dos cônjuges40. (NOVO) Art. 16 – Anualidade da Legislação sobre Eleições: − Ao julgar a aplicabilidade da “Lei da Ficha Limpa” às eleições de 2010, o STF decidiu que o art.16 da Constituição, ao submeter 39 RE 637.485/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 01.08.2012 40 RE 758461/PB, rel. Min. Teori Zavascki, 22.5.2014. (RE-758461) Prof. Vítor Cruz 25 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. a alteração legal do processo eleitoral à regra da anualidade, constitui uma garantia fundamental para o pleno exercício de direitos políticos, sendo integrante do rol de cláusulas pétreas da Constituição Federal imunes a qualquer reforma que vise a aboli-las41. Art. 17 - Fidelidade Partidária: − No entendimento do STF42, o cargo político que for obtido nas eleições proporcionais (Deputados Federais, Estaduais e Vereadores) pertence ao partido político e não ao candidato eleito. Para o STF, o povo vota em candidatos que foram escolhidos por um determinado partido, candidatos estes que estão ali para, se eleitos, concretizarem os ideais partidários. O candidato eleito possui a liberdade de se desfiliar, não pode ser impedido de tal. Porém, a desfiliação imotivada acarreta a perda automática do cargo (assegurada a ampla defesa). Isso não é uma sanção por ato ilícito, mas apenas a consequência lógica do exercício deste ato lícito. D) Organização do Estado: Art. 18 §3º - Reorganização Territorial de Estados: − o STF decidiu (no caso do Plebiscito que visava dividir o Estado do Pará) que na reorganização territorial de Estados, o termo “população diretamente interessada” deve ser entendido como “toda a população do Estado”. Art. 20, §2º - Faixa de fronteira e terras indígenas: − Segundo o STF, há compatibilidade entre o usufruto de terras indígenas e a faixa de fronteira. A alocação indígena nesses espaços estratégicos em muito facilita e até obriga que as instituições do Estado, principalmente as forças armadas e polícia federal, se façam presentes e sem precisar de qualquer licença de quem quer que seja43. 41 RE 633.703, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 23-3-2011, Plenário,DJE de 18-11-2011 42 MS 26.604. Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 4-10-2007, Plenário, DJE de 17-10- 2008. 43 Pet. 3.388. Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 19-3-2009, Plenário, DJE de 1º-7- 2010. Prof. Vítor Cruz 26 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. − SÚMULA Nº 650: Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição Federal não alcançam terras de aldeamentos extintos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto. Art. 21, X - Serviço Postal – Serviço Público indelegável − O serviço postal constitui serviço público, portanto, não atividade econômica em sentido estrito. A prestação do serviço postal por empresa privada só seria possível se a CF afirmasse que o serviço postal é livre à iniciativa privada, tal como o fez em relação à saúde e à educação, que são serviços públicos, os quais podem ser prestados independentemente de concessão ou permissão por estarem excluídos da regra do art. 175, em razão do disposto nos artigos 199 e 209. Ausência de ofensa à livre iniciativa e à livre concorrência44. Art. 21, XII, e - Transporte rodoviário interestadual de passageiros − Transporte rodoviário interestadual de passageiros. Não pode ser dispensada, a título de proteção da livre iniciativa, a regular autorização, concessão ou permissão da União, para a sua exploração por empresa particular45. Art. 22, I – Legislação privativa: − SÚMULA Nº 722: São da competência legislativa da união a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento. Art. 22, VII - Política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; − Afronta a regra de competência privativa da União para legislar sobre direito civil e comercial, e sobre política de seguros (CF, art. 22, I e VII, respectivamente), a norma estadual que determina prazos máximos para a autorização de exames, que necessitem de análise prévia, a serem cumpridos por empresas 44 ADPF 46, Rel. p/ o ac. Min. Eros Grau, julgamento em 5-8-09, Plenário, Informativo 554. 45 RE 214.382, Rel. Min. Octavio Gallotti, julgamento em 21-9-99, 1ª Turma, DJ de 19-11- 99. Prof. Vítor Cruz 27 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. de planos de saúde, de acordo com a faixa etária do usuário46. (NOVO) Art. 22, XI – Trânsito e transporte: − Somente a União pode anistiar ou perdoar as multas de trânsito. Sendo formalmente inconstitucional lei estadual que disponha sobre o cancelamento de multas de trânsito anotadas em rodovias estaduais, tendo em vista a competência privativa da União para legislar sobre trânsito e transporte, e que o cancelamento de toda e qualquer infração é anistia, não podendo ser confundido com o poder administrativo de anular penalidades irregularmente impostas, o qual pressupõe exame individualizado47. − Norma estadual não pode autonomamente autorizar o parcelamento de multas de trânsito, pois trata-se de matéria da competência privativa da União (Legislar sobre trânsito e transportes)48. − Não pode norma estadual legislar, sem respaldo em legislação federal, sobre o uso de carros particulares apreendidos e que se encontram nos pátios das delegacias e no Departamento Estadual de Trânsito – Detran.49 Art. 22, XX sistemas de consórcios e sorteios: − SÚMULA VINCULANTE 2: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias. Art. 22, XXI – Material bélico: − O estado-membro não tem competência para legislar sobre uso de armas de fogo apreendidas, competência que seria privativa da União para legislar sobre comércio de material bélico e direito processual penal 50. Art. 29, X – Julgamento do prefeito: 46 ADI 4701/PE, rel. Min. Roberto Barroso, 13.8.2014. (ADI-4701) 47 ADI N. 2.137-RJ - RELATOR: MIN. DIAS TOFFOLI – Info 705 – Maio 2013 48 ADI 4734/AL, rel. Min. Rosa Weber, 16.5.2013. (ADI-4734) 49 ADI 3639/RN, rel. Min. Joaquim Barbosa, 23.5.2013. (ADI-3639) 50 ADI 3193/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 9.5.2013. (ADI-3193) Prof. Vítor Cruz 28 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. − SÚMULA Nº 702: A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da justiça comumestadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau. − Segundo o STF51, é harmônico com a Carta da República preceito de lei orgânica de município prevendo a competência da câmara municipal para julgar o prefeito nos crimes de responsabilidade definidos no Decreto-Lei nº 201/67. Art. 30 - Competência do Município para legislar sobre assunto de interesse local: − STF - SÚMULA Nº 419: Os municípios tem competência para regular o horário do comércio local, desde que não infrinjam leis estaduais ou federais válidas. − STF – Súmula nº 646: Ofende o princípio da livre concorrência a lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área. − É inconstitucional a fixação de distância mínima para a instalação de novas farmácias e drogarias52. − Segundo o STF, é inconstitucional lei municipal que, na competência legislativa concorrente, utilize-se do argumento do interesse local para restringir ou ampliar as determinações contidas em texto normativo de âmbito nacional53. − O fornecimento de água potável, serviço local inserido na competência municipal, não pode sofrer interferência por lei estadual, que altera condições formalmente estipuladas em contrato para fornecimento. Desta forma, é inconstitucional a Lei Estadual que obriga o fornecimento por empresa da qual o Estado mantenha controle acionário e fornece isenção tarifária, por invasão da esfera de competência dos Municípios54. Segundo o STF, trata-se de assunto de interesse local: − Legislar sobre horário de funcionamento de estabelecimento comercial55 (inclusive farmácias e drogarias)56; 51 RE 179852 / MG - MINAS GERAIS - 21/11/2000 52 ADI 2327 / SP - SÃO PAULO 53 RE 596489 AgR / RS - RIO GRANDE DO SUL - 27/10/2009 54 ADI N. 2.340-SC - RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI – Info 705 – Maio 2013 55 STF - Súmula nº 645. Prof. Vítor Cruz 29 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. − A Definição de tempo máximo de espera de clientes em filas de instituições bancárias57 bem como sobre a instalação de sanitários, bebedouros e equipamentos de segurança nas agências bancárias58 (já que não são atividade fim das agências bancárias); Observação: Não confunda: STF - SÚMULA Nº 19 - A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União - já que o STF entende que neste caso trata-se de atividade fim das agências bancárias, atraindo assim a Competência da União para tratar sobre o sistema financeiro. − Legislar sobre limite ao tempo de espera em fila dos usuários dos serviços prestados pelos cartórios59; − Legislar sobre a vocação sucessória dos cargos de prefeito e vice-prefeito em caso de dupla vacância. Assim, é inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que venha a regular tal matéria, já que estaria desrespeitando à autonomia Municipal60 Art. 32 §4º – Lei federal sobre polícias civil e militar do Distrito Federal: − SÚMULA Nº 647: Compete privativamente à união legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal. E) Administração Pública. Art. 37, II – Concursos públicos: − STF – Súmula nº 683: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da CF, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. − STF – Súmula nº 684: É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público. − STF – Súmula nº 685: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia 56 RE 408373 AgR / SP - SÃO PAULO - 23/05/2006 57 RE 610221 RG / SC - SANTA CATARINA - 29/04/2010. 58 AI 453178 AgR / SP - SÃO PAULO - 13/12/2006 e AI 574296 AgR / RS - RIO GRANDE DO SUL 23/05/2006 59 RE 397094 / DF - DISTRITO FEDERAL - 29/08/2006 60 ADI 3549 / GO - GOIÁS - 17/09/2007 Prof. Vítor Cruz 30 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido." − STF – Súmula nº 686: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a concurso público. − É constitucional a regra denominada “cláusula de barreira”, inserida em edital de concurso público, que limita o número de candidatos participantes de cada fase da disputa, com o intuito de selecionar apenas os concorrentes mais bem classificados para prosseguir no certame61. (NOVO) − Os candidatos em concurso público não têm direito à prova de segunda chamada nos testes de aptidão física em razão de circunstâncias pessoais, ainda que de caráter fisiológico ou de força maior, salvo contrária disposição editalícia62. − Candidato aprovado em certame para formação de reserva não tem direito subjetivo à nomeação, mas mera expectativa63.(NOVO) − O edital do concurso público não pode, sem respaldo em lei formal, prever restrição de altura míninma64, lembrando que isso deve ser interpretado de forma ampla, com base na isonomia, só a lei formal podendo inovar – com base na busca da isonomia material – sobre restrições em concurso público. − Segundo o STF, viola o princípio constitucional da isonomia norma que estabelece como título o mero exercício de função pública65. − A exigência de exame psicotécnico para ingresso no serviço público requer a edição de lei formal prevendo-o como requisito e ainda a adoção de um grau mínimo de objetividade e de publicidade dos atos em que se desdobra66. − Não ofende o princípio da igualdade o regulamento de concurso público que, destinado a preencher cargos de vários órgãos da Justiça Federal, sediados em locais diversos, determina que a classificação se faça por unidade da Federação, ainda que dai resulte que um candidato se possa 61 RE 635739/AL, rel. Min. Gilmar Mendes, 19.2.2014. (RE-635739) 62 RE 630.733,rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 15-5-2013, Plenário, Informativo 706. 63 AG. REG. EM MS N. 31.790-DF, rel. min. Gilmar Mendes 64 AG. REG. NO AI N. 764.423-SE 65 ADI 3.443, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 8-9-05, Plenário, DJ de 23-9-05 66 RE 417.019-AgR, Rel. Min.Sepúlveda Pertence, julgamento em 14-8-07, 1ª Turma, DJ de 14-9-07 Prof. Vítor Cruz 31 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. classificar, em uma delas, com nota inferior ao que, em outra, não alcance a classificação respectiva67; − Sob a égide da Constituição de 1988, é inconstitucional qualquer forma deprovimento dos serviços notariais e de registro que não por concurso público. Não há direito adquirido à efetivação em serventia vaga sob a égide da Constituição de 198868 (vide CF, art. 236 §3º); − Os conselhos de fiscalização profissional têm natureza jurídica de autarquias, sendo assim, se submetem a obrigatoriedade da realização de concurso público para provimento de seus quadros69. Tal natureza jurídica decorre dos seguintes fatores: (i) estas entidades são criadas por lei, tendo personalidade jurídica de direito público com autonomia administrativa e financeira; (ii) exercem a atividade de fiscalização de exercício profissional que, como decorre do disposto nos artigos 5º, XIII, 21, XXIV, é atividade tipicamente pública; (iii) têm o dever de prestar contas ao Tribunal de Contas da União (art. 71, II, CRFB/88). É de se notar ainda que a fiscalização das profissões, por se tratar de uma atividade típica de Estado, que abrange o poder de polícia, de tributar e de punir, não pode ser delegada (ADI 1.717), excetuando-se a Ordem dos Advogados do Brasil (ADI 3.026). − Os serviços sociais autônomos, por possuírem natureza jurídica de direito privado e não integrarem a Administração Pública, mesmo que desempenhem atividade de interesse público em cooperação com o ente estatal, não estão sujeitos à observância da regra de concurso público (CF, art. 37, II) para contratação de seu pessoal70. (NOVO) Art. 37, V – Nepotismo: − SÚMULA VINCULANTE 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade 67 RE 146585/DF de 1995 68 AG. REG. EM MS N. 28.273-DF - RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI - Info stf 695 10/03/2013 69 AG. REG. EM MS N. 28.469-DF - RED. P/ O ACÓRDÃO: MIN. LUIZ FUX 70 RE 789874/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 17.9.2014. (RE-789874) Prof. Vítor Cruz 32 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. − Inaplicabilidade da súmula vinculante nº 13 → À nomeação de irmão de Governador de Estado no cargo de Secretário de Estado, não se aplica a súmula vinculante nº 13 por se tratar de cargo de natureza política, já que secretários de Estado são agentes políticos71. Art. 37, XVI – Acumulação de cargos públicos: − Segundo o STF devem ser entendidos por de natureza técnica os cargos que exigem, no desempenho de suas atribuições, a aplicação de conhecimentos especializados de alguma área do saber. Não estariam nessa categoria, por exemplo, os cargos que implicassem a prática de atividades meramente burocráticas, de caráter repetitivo e que não exigissem formação específica. Sendo assim, estes cargos burocráticos da área meio (ainda que recebam nomenclatura de técnico, comumente usado para cargos de nível médio) não se enquadrariam no conceito constitucional para fins de permitir a acumulação com o cargo de professor72. (NOVO) Art. 39 – Remuneração do Servidor Público: − SÚMULA VINCULANTE 15: O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo. − SÚMULA VINCULANTE 16: Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público. − SÚMULA Nº 339: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia. 71 STF – Rcl–MC–AgR 6650 / PR – PARANÁ – 16/10/2008 - Entendimento firmado com base no R.Ex. 579.951/RN. 72 RMS 28497/DF, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Cármen Lúcia, 20.5.2014. (RMS-28497) Prof. Vítor Cruz 33 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. − SÚMULA Nº 681: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária. Art. 39 – Indenização por férias não gozadas: − A jurisprudência do STF é no sentido de que o servidor público faz jus à indenização por férias que não foram gozadas por vontade da Administração, tendo em vista a responsabilidade objetiva desta e a vedação ao enriquecimento sem causa por parte do Estado73. F) Poder Legislativo. Art. 52, III - Aprovação de dirigentes da Adm. Pública Indireta pelo Poder Legislativo. − Segundo o STF, a aprovação, pelo Legislativo, da indicação dos Presidentes das entidades da Administração Pública Indireta restringe-se às autarquias e fundações públicas, dela excluídas as sociedades de economia mista e as empresas públicas. A intromissão do Poder Legislativo no processo de provimento das diretorias das empresas estatais colide com o princípio da harmonia e interdependência entre os poderes. A escolha dos dirigentes dessas empresas é matéria inserida no âmbito do regime estrutural de cada uma delas74. Art. 58 §3º, Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI): Independência dos Poderes X CPI: − Atos jurisdicionais, como o acerto ou desacerto da concessão de liminar em mandado de segurança, não podem ser examinados no âmbito do Legislativo, diante do princípio da separação de poderes75. − Ofende o princípio a independência dos poderes a intimação de magistrado para depor perante Comissão Parlamentar de Inquérito sobre ato jurisdicional praticado76. − Não é possível que a maioria parlamentar frustre o direito das minorias de instalar CPI, no termos do art. 58 §3º da 73 AG. REG. NO ARE N. 731.803-RJ 74 ADI 1.642, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 3-4-08, Plenário, DJE de 19-9-08. 75 HC 86.581, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 23-2-06, Plenário, DJ de 19-5-06. 76 HC 80.539, Rel. Min. Maurício Corrêa, 21/03/2001. Prof. Vítor Cruz 34 Este material é privativo dos que colaboram para a democratização do ensino de qualidade, assinando o site www.NOTA11.com.br. Caso você não seja um usuário e esteja disseminando ou tendo acesso a este material, saiba que está contribuindo para naufragar projetos que disponibilizam um conteúdo de qualidade por um baixo custo de aquisição. Constituição, já que reunidos os requisitos constitucionais (1/3 dos membros, fatos determinados e temporariedade), a instalação não se submete à vontade da maioria. Assim, trata- se de tema que extravasa os limites "interna corporis" sendo, assim, viável o controle judicial - prerrogativa das minorias, expressão do postulado democrático77. − Comissão Parlamentar de Inquérito não tem poder jurídico de requisitar perante as operadoras de telefonia as
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