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SEMINÁRIO DE MUNDO CONTEMPORÂNEO completo

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SEMINÁRIO DE MUNDO CONTEMPORÂNEO
(SLIDES 1 E 2) Cumprimente a turma e a professora, se apresente e apresente os demais colegas seminaristas;
(SLIDE 3) Mostre o livro-tema do seminário e o capítulo base
(SLIDE 4) Cap. 4 – A des-ordem cultural mundial: “choque de civilizações” ou hibridismo cultural?
1- INTRODUÇÃO 
Uma das características mais atuais da desordem planetária, segundo os autores, é aquela que se refere a valorização da cultura da sociedades. Quando estudamos o período da Guerra Fria, onde dizia-se que a grande questão do reordenamento do mundo estava relacionado as lutas ideológicas: capitalismo versus socialismo. (SLIDE 5)
Com a queda do Muro de Berlim, e a aparente vitória do capitalismo, todos olhavam para a disputa tecnológica e econômica dos grandes blocos capitalistas... no entanto, o que se viu foi uma retomada de vínculos míticos com o grupo étnico, com as divindades e/ou com territórios de origem. (SLIDE 6)
Surgiram teses querendo explicar de maneira amálgama (mistura de elementos) a nova-velha paisagem que se avistava no horizonte. O sociólogo Manuel Castells chegou a sugerir que, por traz de todas as alterações no contexto econômico e político da humanidade, o que realmente permaneceria era a cultura dos povos, suas religiões, seus símbolos, enfim, sua identidade. O cristianismo e o islamismo estariam aí para comprovar: enquanto eles sobreviveram e, em partes, até se revigoraram, ao longo do último milênio, entidades como o Estado ou o próprio capitalismo teriam meio milênio de existência e, sob determinados pontos de vista, pereceriam até um pouco debilitados nesta virada de milênio. (SLIDE 7)
Já para o cientista político norte-americano Samuel Huntington (lê-se Rantinton), que radicalizou em sua teoria das “linhas de fratura”, onde propõe que a os conflitos da humanidade seriam a nova ordem cultural, e essas fraturas seriam feitas pelo choque de civilizações definidas como unidades culturais de maior amplitude. Segundo Huntington o mundo seria dividido nas seguintes grandes civilizações: (SLIDE 8) 
Peça para que vejam a pág 103, onde tem um mapa que também contem essa divisão; 
Explique resumidamente o quadro.
Agradeça a atenção de todos e passe a palavra para o próximo seminarista, diga o subtítulo a seguir e sente-se. 
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(SLIDE 9) 2- Do conflito de civilizações ao hibridismo cultural (pág. 86)
A queda do Muro de Berlim levou a construção de novas fronteiras e novos muros, principalmente entre países ricos e pobres, entre o velho centro e a periferia, com a finalidade de não haver disputa pelo mesmas oportunidades entre os mais privilegiados e os menos favorecidos, mas engana-se quem pensa que foram apenas “muros” entre ricos e pobres, ergueram-se também “muros” de intolerância religiosa, étnica e cultural. O autor cita o exemplo do muro que Israel constrói para segregar os palestinos, lembrando o apartheid (SLIDE 10). 
Com uma nova abordagem sobre essa divisão, que agora parte de além das questões políticas-econômicas, como também as questões de cunho cultural, os traços simbólicos ligados as religiões, os grupos étnicos e até linguísticos, que passaram a ser objetos de divisões do mundo pós-Guerra Fria. Então temos agora duas linhas de interpretação desses fenômenos: 1 – uma que privilegia a diferenciação cultural, pelo fortalecimento das identidades socioterritoriais (sejam elas civilizacionais, nacionais ou regionais e locais) (Isso seria o choque de culturas); 2 – outra que, embora também enfatize o cultural, acredita que os processos dominantes com a globalização são aqueles que promovem o intercambio de culturas, a mescla de identidades ou o hibridismos cultural. 
(SLIDE 11) Samuel Hatington disse que tão importante quanto as bandeiras políticas são também as identidades culturais, e essa para se firmarem, precisam da invenção do outro ou mesmo da criação de inimigos. Ele discorda da ideia de uma universalização ou ocidentalização do mundo, acreditava que a influência relativa do Ocidente estava em declínio, por causa da cooperação entre sociedades que partilhavam as mesmas afinidades culturais. Assim as pretensões de globalizar o mundo estavam levando a conflitos, principalmente com o Islã e a China. A saída para este autor é uma REAFIRMAÇÃO DA IDENTIDADE ocidental dos EUA e a união do Ocidente para se preservar e renovar essa identidade. 
Oposta a essa tese, temos o HIBRIDISMO CULTURAL, segundo seus defensores o mundo não estaria reforçando essa diferenciação e sim um processo de trocas culturais que levariam ao domínio de processos híbridos de combinações de culturas, sendo sua delimitação territorial de difícil realização. 
(SLIDE 12) Só que o hibridismo cultural não é algo moderno, trata-se de um processo comum a todas as culturas, pois todas nascem da mescla de identidades distintas. Algumas civilizações são abertas a isso, outras são forçadas. Como no caso da América Latina, sem dúvida nenhuma o mais hibrido dos continentes. 
Em seu processo de colonização foi juntando índios, Ibéricos, africanos, hindus (no Caribe e na Guiana), ítalos-germanicos no Cone Sul. Isso não significou uma desterritorialização, no caso latino-americano o hibridismo foi a saída encontrada pelos povos subjulgados de se reterritorializar no novo ou em seu próprio território. Embora a violência e a exploração promovidos pelo processo de colonização fosse algo bem desterritorializador, também foi dessa mescla ou sincretismo que essas culturas se misturaram e formaram o que chamamos de cultura latino-americana. 
(SLIDE 13)Se no passado a colônia era responsável pela hibridização dos continentes, no mundo moderno são as periferias que fazem o movimento inverso, geralmente de modo positivo para suas economias, assimilando ou “guetificando” as culturas periféricas ou de ex-colonias. OBS: o negro da foto é KARAMBA DIABY, primeiro negro eleito para o parlamento alemão. 
Cultural e geograficamente falando, segundo os autores, o que temos convivido entre múltiplos tipos de território, alguns mais fechados outros mais abertos em termos de identidade cultural. As migrações em diáspora, como veremos na próxima parte deste seminário, podem servir tanto como exemplo de hibridismo como de guetificação segregadora.
Agradeça a atenção de todos e passe a palavra para o próximo seminarista, diga o subtítulo a seguir e sente-se.
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(SLIDE 14) 3 - As migrações e a multiterritorialidade das diásporas (PÁG. 91)
A humanidade é fruto de movimentos migratórios que levaram o homem a deslocar-se constantemente, em busca de recursos, trabalho, ou simplesmente aventura de descobrir o desconhecido. Destruiu, reconstruiu, conquistaram-se povos, impuseram culturas sobre outras culturas, tudo isso em um mundo moderno-colonial repleto de culturas não conhecidas e que a partir daquele momento, apesar das distâncias, começaram a se aproximar, uma análise do mundo contemporâneo não pode deixar de considerar o fenômeno das diásporas como “catalisador” do hibridismo cultural, pois são o maior exemplo de intercambio, diálogos e interpenetração. 
É interessante ressaltar que essas ondas migratórias, como as que vemos hoje, não são novidades. A história e repleta de movimentos maciços de populações de um canto a outro, às vezes forçadas outras não, o autor lembra como exemplo dos negros levados como escravos para o sul dos EUA e Nordeste brasileiro, assim como os imigrantes europeus que vieram para o Cone Sul da América. A grande diferença de hoje em dia é que o movimento é muito mais da periferia para o centro do que do centro para a periferia. Também é lembrado pelo autor do texto que as facilidades proporcionadas pela tecnologia fortalecem o movimento atual de migração aumentando os laços econômicos e culturais entre esses povos. 
A mudança de direção das migrações é causada pela grande diferença socioeconômicaentre países periféricos e centrais, pelas crises produtivas, de endividamento, além do fascínio de viver em uma grande metrópole com seus luxos e altos salários pagos a trabalhadores comuns.
(SLIDE 15) Dados do Banco Mundial apontam que alguns países a remessa de recursos financeiros originados de pessoas em países centrais para parentes em países periféricos são enormes, sendo a principal fonte de renda de algumas nações. Espera-se que a remessa para os países em desenvolvimento crescerá 6,3% este ano (REPORTAGEM DE 2013), para US $ 414,000 milhões, e em 2016 ultrapassara meio bilhão.
SLIDE 16) O fenômeno das diásporas têm sua origem na experiência judaica, e entendeu-se que grupos migrantes com forte identidade cultural, foram forçados a deixar seus espaços originais e reconstruir suas vidas em uma densa rede de relações, ou território-rede, espalhados pelo mundo. Hoje em dia há facilidade de deslocamentos devido a tecnologia dos transportes e comunicação. Aparentemente funciona como um recurso estratégico, na medida em que, dependendo das condições políticas e econômicas pode-se recorrer a diferentes membros da diáspora pelo mundo.
Segundo o que defende autor do livro, os membros de uma diáspora não estão desterritorializados e sim territorializados de maneira mais complexa que os tradicionais, formando guetos, bairros mais fechados ou até Estado-nação. Fundamental para sua identificação é a constituição e a manutenção de uma forte base, ou conjunto de símbolos que, muitas vezes mantém a territorialidade em um nível simbólico, pois a maior referência dos povos em diásporas é a relação com seu território de origem mesmo que esteja em um espaço fragmentado ou em rede de dispersão. 
(SLIDE 17) Para a geógrafa francesa Chivallon, nas diásporas o laço comunitário é reconstituído pela própria dispersão, pela consciência de que o grupo desenvolve sua condição territorialmente fragmentada, fazendo circular fortemente sua memória através das suas redes que mantém a coesão do grupo. É interessante ressaltar que a territorialidade nesses casos não advém apenas de uma geografia imaginária, embora a territorialidade dos refugiados em diáspora seja muito mais referencial do que concreta há sempre um vínculo com a pátria de origem, mesmo no estrangeiro, onde se aglutinam membros de diásporas. O autora cita como exemplo disso as Chinatawns espalhadas pelo mundo, zonas árabes e hindus nas grandes metrópoles europeias e norte-americanas.
(SLIDE 18). Outro geógrafo francês chamado Emanuel Ma Mung, diz que: mesmo a identidade de um território se encontre mais na memória, pois esta calcada na recordação que se faz referência a uma territorialidade. Esse espaço imaginário reconstruído na escala de planeta é território intercambiável. Sintetizando, pela reelaboração de Ma Mung teríamos como características geográficas das diásporas, como forma de reterritorialização: (1) a multipolaridade da migração, (2) a interpolaridade das relações e (3) extraterritorialidade. 
Os autores do livro fazem uma crítica a ideia de Ma Mung sobre a extraterritorialidade, pois na visão deles trata-se de um típico território-rede (pág. 98). A nova identidade territorial que se constrói está ligada a um conjunto de espaços dispersos, descontínuos e conectados em rede através do mundo. (FALAR SOBRE O TEXTO DO LIVRO CONCEITOS E TEMAS) 
(SLIDE 20) Já para o antropólogo indiano Appadurai há sempre por traz da idéia de Estado-nação a concepção implícita de uma coerência étnica como fundamento da soberania. Embora existam diferentes Estados que tem uma relação entre política e etnia, alguns mais que outros conseguindo fazer de modo eficaz a universalização da cidadania sobre a de grupo étnico nacional, há indiscutivelmente, sempre, uma busca por uma identidade nacional padrão, pautadas na história e geografia comuns. Haveria, portanto, sempre, indivíduos de 2° e 3° classe. Segundo este autor, o que a pluralidade étnica como as das diásporas promove é a violação da sensação de correspondência entre território e identidade nacional, o que é fundamento padrão do Estado-nação moderno. 
(SLIDE 21) A conclusão dos autores do livro é que: nem o fim do Estado-nação nem o choque de civilizações, o que as diásporas parecem estar anunciando é uma nova e complexa multiterritorialidade, na qual convivem os mais diferentes tipos de desordenamento territorial. As diásporas não são automaticamente, sinônimos de hibridismos culturais, elas podem tanto estimular o diálogo intercultural como podem também ser novas formas de preconceito e segregação socioespacial.
(SLIDE 22) 
FIM

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