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CAÇA E PESCA PREDATÓRIA NO RIO GRANDE SO SUL Mateus Flores Ledur RESUMO Este artigo têm o objetivo de trazer informações sobre a atual situação da pesca e da caça predatória no Rio Grande do Sul, os avanços no seu controle, possíveis soluções e as consequências deste problema. 1 INTRODUÇÃO A Caça e a Pesca Predatória envolvem o ato de depredar equilíbrios ecológicos e populações de espécies tanto animais quanto vegetais, incluindo o homem e qualquer recurso natural de que ele dependa e este esteja sendo depredado. São apresentados aqui, relatos sobre a a atual situação dos riscos e danos das áreas em que ocorre pesca e caça predatória no Rio Grande do Sul. É necessário também conhecer em que estado atualmente se encontra o controle da caça e da pesca no estado, a forma como vem avançando e por último, estipular soluções viávies e eficazes de controle, fiscalização e formas de prevenção. 2 DESENVOLVIMENTO A caça e a pesca predatória podem causar extinção de espécies, por consequência disso extinção das espécies que se alimentavam dela e assim causando um desequilíbrio no ecossistema que na maior parte das vezes é um dano irreversível sem que haja outros danos colaterais. Isso acontece por conta da imprudência e/ou negligência dos pescadores ou caçadores, um incentivo de mercado que pode tornar atrativa a ação da caça e da pesca ilegal. Também é importante ressaltar a falta de educação e orientação das comunidades locais em que ocorrem a caça e a pesca. Dentre os animais que estão atualmente em risco de extinção estão: Baleias, tartarugas, peixes tantomarinhos quanto de água doce, pássaros (papagaios, araras, garças, etc.), tatus, capivaras, pacas, etc. São exemplos de métodos de pesca predatória a pesca com bomba, pesca com rede demalha fina, rede de arrasto, pesca em época proibida (camarões e lagostas), pesca com cloro, agua sanitária ou qualquer tipo de veneno, captura de caranguejos e retirada da patola. Existem leis que protegem esses animais através de penas legais para o caçador ou pescador, apesar disso a fiscalização não é muito eficiente e as informações sobre a atual situação fogem do controle. 2.1 Atual Situação da Caça e da Pesca Predatória no Rio Grande do Sul São citados aqui as "Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira" conforme definidas pelo Ministério do Meio Ambiente dentro do bioma do Pampa, que sofrem da Caça e da Pesca Predatória segundo a fiscalização e o controle atual. 2.1.1 Banhado do Mundo Novo Área úmida classificada como de extrema importância e de altíssima prioridade, onde ocorre reprodução de peixes, aves e recursos pesqueiros. Esta área sofre degradação por conta da pesca predatória e do crescimento das lavouras de arroz, que utilizam recursos hídricos das bacias naturais. O tamanho da área compreendida é de 237km². As ações protetivas são de monitoramento das populações de aves aquáticas e migratórias e de controle da expansão das lavouras. 2.1.2 Várzea do Canal de S Gonçalo Banhado com concentração de aves aquáticas e migratórias ameaçadas. As ações protetivas são de monitoramento das populações de aves aquáticas e migratórias, controle da expansão das lavouras de arroz e da urbanização, controle da coleta de aves e orqúideas, outorga de uso da água, fiscalização das APPs e controle de espécies exóticas e invasivas. A área tem 945km² e é classificada como de importância e prioridade extremamente alta. 2.1.3 Foz do Arroio Juncal e Jaguarão É um conjunto de banhados onde ocorre reprodução de peixes, concentração de aves aquáticas e mata ciliar. Esta área possui uma dimensão de 155km² e também é ameaçada pela expansão agrícola e contaminação por agrotóxicos. Uma das ações protetivas é de fazer conexões com áreas adjacentes, além do ordenamento dos recursos hídricos e da pesca e o controle das atividades. Sua importância e prioridade são classificadas comomuito alta. 2.1.4 Campos de Jaguarão Área de importância e prioridade muito alta. Composta por campo nativo e áreas úmidas com espécias campestres em ameaça. As causas da degradação são Exploramento Florestal sem Licenciamento, Caça Predatória de Mamíferos, Sobrepastoreio ( Exposição de plantas ao pastoreio intensivo durante longos períodos de tempo, em períodos que não respeitam a recuperação do ambiente) entre outros. A extensão da área é de 4.145km². As medidas de proteção são de incentivo de Pequária Sustentável e criação de Reserva Legal em campos e áreas úmidas. 2.1.5 Coxilha de Pedras Altas Uma área com 1500km² de extensão onde ocorre a caça do Cardeal Amarelo para Tráfico Ilegal de Animais. A Coxilha de Pedras Altas sofre várias ameaças por atividades de pecuária, exploração florestal em licenciamento, invasão de javalis, etc. 2.1.6 Poncho Verde É uma área de extrema importância para preservação do Lobo-‐Guará, do Veado Campeiro, e várias aves ameaçadas de extinção a nivel mundial. A área se estende por 5500km². As ações protetivas englobam estudos da área para transformá-‐la numa Unidade de Conservação de Uso Sustentável, Fiscalização do Tráfico de Flora e Fauna Local, Controle das Espécies Exóticas e Invasores, e Planejamento de Reforma Agrícola, com base no equilíbrio socio-‐econômico e ambiental da região. 2.1.7 Santana da Boa Vista Área queabrange parte do Canyon Ricão do Inferno. São 1800km² classificados como de Alta priodade e importância. Dentre os fatores responsáveis pela degradação ambiental da área está o Sobrepastoreio e o mal uso da pecuária. Uma das possíveis soluções para o problema nesta região é o incentivo à pecuária sustentável e a certificação e fiscalização de produtos agrícolas. 2.1.8 Guaritas 3600km² de área de arenito cuja formação natural é frágil. Ocorrência da reprodução de papagaios no local e espécies raras de borboletas. Guaritas é ameaçado por Turismo Descontrolado, Tráfico de Papagaio Chorão, Caça de Mamíferos e Plantas Invasoras. Para promover a proteção do local, devem ser feitos estudos para transformar a área em uma Unidade de Conservação, e controlar as espécies vegetais invasoras. 2.1.9 Quaraí Local de importância e priodade extremamente altos. Compreende área extensiva de 3200km² de relevo e fisionomia diversificados, com matas ciliares, banhados, presença de roedores raros e espécies de extrema importância de conservação como Lobo-‐Guará e uma nova subespécie de Veado Campeiro, além de aves ameaçadas. A área sofre com diversas ameaças de degradação, dentre elas a caça, o tráfico ilegal de fauna e flora nativo, e introdução de espécies exóticas e invasoras. Também são feitos estudos em Quaraí que buscam transformar a região em uma Unidade de Conservação de Proteção Integral. Seria importante haver um incentivo a ações e planos interdisciplinares que possam possibilitar o financiamento de pesquisas de sustentabilidade do bioma. 2.1.10 Upamaroti São 3300km² de extrema importância de preservação com ocorrência de espécies endêmicas, peixes anuais, mamíferos e aves ameaçados de extinção como Tamaduá-‐Bandeira, Tamanduá-‐Mirim, Gavião Cinza, Bugiu Preto, entre outros. Sofre por invasão de espécies exóticas, expansão da silvicultura, caça, tráfico de flora e fauna nativa e retirada de areia para construção civil. Uma das possiveis ações protetivas é o zoneamento diferenciado para zonas urbanas e zonas de expansão urbana e incentivo à pesquisas que tragam resultados positivos para a restauração das áreas degradadas e o corretomanejo da área toda. 2.1.11 Encruzilhada Área de 3200km² de importância classificada como Muito Alta, com espécies ameaçadas pela caça, ação de sobrepastoreio e pecuária intensiva. A solução para o problema da degradação no local seria o incentivo a prática de pecuária sustentável e a certificação e fiscalização do comércio e do uso de produtos agrícolas. 2.1.12 Ilha do Barba Negra Nesta região existe o risco de ameaça tanto por pesca, quanto por caça predatória. É uma ilha de 25km² arenosa localizada no complexo do Guaíba. Deve ser feito Ordenamento Pesqueiro. 2.1.13 Morro da Formiga Floresta Estacional com alto valor de biodiversidade correndo risco de ameaça por caça, coleta ilegal, mal uso da agricultura e invasão de espécies exóticas. É estudada a possibilidade de criação de uma RPPN no local e o fortalecimento de ações de regulamentação complementares (PROBIO, MPU e FBZ). A floresta se extende por 5km². 2.1.14 Arroio dos Lanceiros 3600km² de área que sofre com turismo desorganizado, caça descontrolada, sobrepastoreio, drenagem de áreas úmidas, mineração e tráfico de plantas nativas. Existe para esta região uma falta de estímulo à criação de uma RPPN e de organização do turismo, da pecuária extensiva sustentável e ao cultivo de plantas ornamentais. 2.1.15 Cerro do Jarau Região com grande valor cultural, histórico e estético. Compreende uma área de 250km² e sofre também por risco de caça. Falta um uso adequado da biodiversidade local e devem ser feitos mais estudos no local para definir em que categoria se enquadrará como Unidade de Conservação, ou seja quais as medidas preventivas e precautivas serão tomadas e regulamentadas caso seja insaturada. 2.1.16 Campos do Pantano Grande 1900km² de área de área degradada por expansão da silvicultura, caça, agrotóxicos, mineração e implantagem de termoelétrica. A pecuária extensiva sustentável seria uma solução para reduzir os danos. 2.1.17 Caverá Área de extrema importância de preservação de fauna, onde ocorre caça predatória e profissional. Região se estende por 1500km², possui grande riqueza de biodiversidade, principalmente de fauna nativa. Faltam instrumentos e ações protetivas que possam solucionar ou trazer avanços ao problema da caça predatória. 2.1.18 Campos de Dunas e Lagoas Costeiras do Litoral Médio Essa é uma área de sofre tanto por pesca quando por caça predatória, se estende por 800km². A área é composta por dunas e há ocorrência de migração aves austrais e boreais pelo local, além de espécies de mamíferos ameaçados. Aves, Répteis e Anfíbios também estão ameaçados. Uma das causas diferenciais da degradação nesta região é a expansão da urbanização e o trafego de veículos em faixa próxima à praia. É necessário mais disciplina no planejamento e processo de expansão urbana além da outorga de uso da água. 2.1.19 Caiboaté Caiboaté é uma região de áreas úmidas com moluscos ameaçados de extinção e um rio fronteiriço. Possui 800km² de área sua fauna e flora não é completamente conhecida e estudada. Diversos fatores contribuem para a degradação deste bioma, e é importante destacar a falta de informação para a população local a respeito da biodiversidade local e ocorreto manejo da própria, e a falta de eficiência da fiscalização fronteiriça. É necessário fazer um Zoneamento Ambiental, Pesquisas de biodiversidade e de restauração da região. 2.1.20 Espinilho Guaraputãn 200km² de parque com espécies de aves ameaçadas de extinção. No rio Uruguai, espécies de peixes ameaçadas de extinção. Para evitar a degradação, deve se fazer cumprir com mais eficiência a legislação que envolve a proteção de APPs e de Reservas Legais. Falta pesquisa e fiscalizaçào. 2.1.21 Corredor Banhado Grande Corredor ecológico de 200km² com espécies ameaçadas que sofrem risco por caça predatória. É necessário haver um controle melhor sobre a caça e a implementação de uma Unidade de Conservação que contemple ambos os banhos com que o corredor se conecta. 2.1.22 Entorno Baixo Jacuí -‐ Região Carbonífera Região de produção de carvão vegetal. Fauna local é ameaçada pela caça predatória e pelo tráfico de animais. Não existe controle ambiental eficiente. A área se extende por 420km² e é necessário instaurar uma Unidade de Conservação de proteção integral 2.1.23 Região da APA Osório/Caraá Floresta densa de 50km² em que além da caça predatória, a perda de matas ciliares contribui para a degradação. A implantação de APAs Municipais poderia melhorar omanejo da região. 2.1.24 Uruguaiana Extensão de área de 630km² com espécies de aves, mamíferos, moluscos, peixes, todos ameaçados. A área sofre por sobrepesca, contaminação química da água, caça e tráfico de animais silvestres. Necessita uma recuperação de qualidade ambiental com proteção de nascentes. Também existem problemas na agricultura. Um plano de recuperação de APP e a elaboração de um plano piloto de uso da microbacia são as medidas aconselhadas para melhorar o controle na região. 2.1.25 Barra do Ibicuí A Barra do Ibicuí é classificada como de altíssima importância e prioridade de proteção. São 800km² de extensão e há ocorrência de pesca e caça predatória. Ainda não foi iniciado o processo de implementação de UC, e há falta de estudos nos campos de pesquisa referentes a espécies exóticas invasoras. 3 CONCLUSÃO O estado atual da degradação ambiental por consequência da pesca e da caça predatória a nível estadual no RS é preocupante. Os fatores mais importantes que devem ser protegidos são as espécies nativas do bioma do Pampa que compõe apenas 2% de todo o bioma nacional. A área toda carece de estudos sobre o a biodiversidade e o próprio ecossistema. Nota-‐se que há uma deficiência na fiscalização e no controle das atividades ilegais. Ao que tudo indica os órgaos que intermediam a execução e a fiscalização não dialogam com eficiência. A legislação falha e não garante que os problemas vão ser resolvidos com prontidão. É necessário que haja uma vinculação de interesses entre todos, para que se possa simplificar o processo atual. Projetos de educação ambiental são vitais para que se ganhe força de atuação nas áreas afastadas onde ocorre degradação. Para reduzir a caça predatória, é necessário fiscalização e controle das áreas, aliado a uma imputação de pena grave. A falta de informação pública dificulta inclusive o campo das pesquisas e estudos. O bioma deve ser melhor estudado, visto que ainda não é completamente conhecido em sua biodiversidade. 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ministério do Meio Ambiente, "Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável, e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira" Disponível em: < http://www.mma.gov.br/estruturas/sbf_chm_rbbio/_arquivos/pampa_fichas_das_areas_p rioritarias.pdf > Acesso em 9 de Junho de 2015. Terra Gaia, "Temas Socioambientais" Disponível em < https://terragaia.wordpress.com/temas-‐socioambientais/ > Acesso em 11 de Junho de 2015.
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