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CENTRO UNIVERSITÁRIO RITTER DOS REIS CAMPUS PORTO ALEGRE QUÍMICA ORGÂNICA I SÍNTESE DE ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) Autores: Mateus Flores Ledur Thomas Brunetto Curso: Engenharia Ambiental e Sanitária Professor(a) orientador(a): Ursula Bohlke Vasconselos Porto Alegre, 3 de Dezembro de 2015 SUMÁRIO 1 ………………………..…………………………………………………………………..Resumo 2 ……………………………..………………………………………....Fundamentos Teóricos 3 ……………………….…………………………………………………………………..Objetivo 4 ………………………..…………………………...…………..Procedimento Experimental 5 ………………….…….………………………………………….Observações e Resultados 6 ……………………..…………..………..…………………………...Análise dos Resultados 7 ……………………..………………………………………………………………….Conclusão 8 ……………………..……………………………………………..Referencias Bibliográficas 1.RESUMO Experimento prático promovido pela disciplina de Química Orgânica, presente no currículo do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária do Centro Universitário Ritter dos Reis (Campus Porto Alegre), de caráter obrigatório, onde foi executada em laboratório uma síntese de ácido acetilsalicílico, conhecido popularmente pelo nome comercial de Aspirina, amplamente utilizado e fabricado pela indústria farmacêutica. 2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Ácido Salicílico (C7H6O3) �-Hidroxiácido, com propriedades anti-microbianas e anti-inflamatórias. Possui diversas utilidades na indústria farmacêutica, e por apresentar tais características, o ácido salicílico é incluído na composição de sabões, e loções de uso dermatológico. Originalmente, era produzido extraindo-se o seu princípio ativo (salicilina) de plantas, como a Spiraea ulmaria. Após isolada, é extraída da salicilina, o álcool salicílico, que em um processo de oxidação é transformado então em ácido salicílico. Devido ao seu potencial corrosivo, agressivo às paredes estomacais, foi posteriormente adicionado à síntese um novo radical acetil, que se liga a hidroxila que está ligada diretamente ao anel aromático, atenuando estas propriedades. Na imagem 1.2 abaixo é mostrada a reação de obtenção do ácido salicílico: Imagem 1.2: Reação Kolbe-Schmitt de biossíntese de ácido salicílico. Aspirina (Ácido Acetilsalicílico - C9H8O4) Foi o primeiro composto fármaco a ser sintetizado sem extração natural e é um dos produtos mais utilizados como analgésico e anti-inflamatório. Trata-se de um éster com propriedades de fim medicinal menos potentes do que o seu precursor ácido salicílico, mas com um menor potencial corrosivo. No processo de síntese industrial, originado pela empresa farmacêutica Bayer, o ácido salicílico reage com anidrido acético, utilizando-se ácido sulfúrico como catalisador da reação conforme mostra a imagem 1.4 abaixo: Imagem 1.4: Síntese de ácido ácetil-salicílico a partir de anidrido acético e ácido salicílico. Ácido Sulfúrico (H2SO4) É um ácido mineral, que mantém sua solubilidade em água mesmo em altas concentrações. De vasta utilização na indústria a nível mundial, o ácido sulfúrico tem como uma de suas funções mais importantes a catalização de reações de síntese química Imagem 1.5: Molécula de ácido sulfúrico (H2SO4) e as dimensões planas das ligações intramoleculares. Anidrido Acético ((CH3CO)2O) É um composto químico de, largamente utilizado como reagente em processos de síntese orgânica, devido ao seu potencial agente de acetilação e desidratação. Sistema condensador de Allihn Sistema para condensar o vapor liberado no processo de aquecimento de líquidos (destilação simples). A água circundante, é responsável pelo arrefecimento do vapor, levando à condensação, para o então recolhimento em um recipiente. No condensador de Allihn, a água deve ser injetada na parte inferior do sistema, e recolhida na parte superior. Isso aumenta a eficiência do sistema fazendo com que o nível da câmara condensadora mantenha-se sempre cheio. Imagem 1.7: Condensador de Allihn. 3.OBJETIVO Desenvolver o processo de síntese de ácido acetilsalicílico, descrito na parte 1, a partir de ácido salicílico, utilizando o anidrido acético como reagente e ácido sulfúrico como catalisador. O anidrido acético deve sofrer protonação pela catálise do ácido sulfúrico e gerar um cátion com um grupo hidroxila, que é posteriormente ligado ao grupo hidroxila pertencente ao ácido salicílico, tornando a carga da molécula positiva. A carga positiva é então transferida para o oxigênio presente no cátion e deve então ocorrer uma reação de eliminação que origina o ácido acético. O produto restante da perda de um próton, é o próprio ácido acetilsalicílico. O aspecto final do produto, dá-se por cristalização, após diversas etapas de destilação e filtração, e deve apresentar coloração branca. Então é analisado o rendimento da reação baseado nos dados de massa do produto resultante, e por fim são feitas amostragens em comparação com o ácido acetilsalicílico de produção industrial através de indicadores químicos. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS REAGENTES VIDRARIAS EQUIPAMENTOS Água destilada (H2O) Ácido salicílico (C7H6O3) Ácido sulfúrico (H2SO4) Anidrido Acético ((CH3CO)2O) Cloreto férrico (FeCl3) Fenol (C6H6O) Copo Béquer (250mL) Copo Béquer (50mL) Pipeta de Pasteur Pipeta graduada Conta-gotas Balão volumétrico (100mL) Tubos de ensaio (4 unidades) Bastão agitador Condensador de Allihn Balão de filtragem Balança analítica Aquecedor elétrico Pastilha de agitação Funil de Buchner Compressor a vácuo Filtro de papel Colher medidora de precisão Tabela 1: Materiais utilizados no procedimento (reagentes químicos, vidrarias, e equipamentos). 4.PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL O procedimento teve início com a preparação de um recipiente de vidro para banho-maria, que foi preenchido com água até uma altura apropriada e então colocado sobre a placa de e um aquecedor elétrico e posta sob aquecimento. Enquanto a água do recipiente era aquecida, foram mensuradas 3,072 g de ácido salicílico em um copo béquer de 50 mL de volume e este conteúdo foi transferido para um balão volumétrico de 100 mL, que fora então inserido dentro de um copo becker de 250mL vazio, servindo apenas como suporte, a fim de promover a adequada alocação no sistema para aquecimento. Imagem 2.1: Pesagem de ácido salicílico sólido em uma balança analítica. O copo béquer de 250 mL contendo as 3,072 g de ácído salicílico foi levado para a Capela para serem então adicionados a ele 5 mL do composto de anidrido acético com o auxílio de uma pipeta graduada e 2 gotas deácido sulfúrico concentrado com o auxílio de uma pipeta pasteur. O agitador magnético foi colocado cuidadosamente no interior do balão volumétrico e, com o sistema antecipadamente montado, o recipiente foi encaixado no condensador para então dar início ao processo físico de aquecimento da solução em banho d’água por cerca de 30 minutos. Imagem 2.2: Sistema montado e pronto para iniciar o aquecimento. Imagem 2.6: Princípio da formação de sólidos no recipiente após decorrido metade do tempo. Ao finalizar o aquecimento da solução, o sistema foi desmontado e o experimento levado para um banho de gelo, fazendo-o resfriar rapidamente. O sólido remanescente foi filtrado em um funil de Buchner sob vácuo, então o produto seco e solidificado e este foi colocado em um novo copo béquer de 50mL para ser mensurada a massa do produto final (4,298g) Imagem 2.7: Pesagem do produto resultante na balança analítica, marcando 4,298g. 5. RESULTADOS E OBSERVAÇÕES CÁLCULO DE RENDIMENTO DA REAÇÃO 1 mol de ácido salicílico ------- 138g x -------------------------------- 3,072g x = 0,022 mols de ácido salicílico em 3,072g 1 mol de ácido acetilsalicílico ------ 180g 0,022 mols --------------------- x x = 3,96g Porcentagem de rendimento: 3,96g --------------------------- 100% 4,298 ---------------------- x x = 108,535% Imagem 2.8: Cristais de ácido acetilsalicílico obtidos ao final do procedimento de síntese. TESTE DE PUREZA DO PRODUTO O ácido acetilsalicílico é lentamente hidrolisado quando se encontra em um ambientes úmidos. Esta decomposição, libera ácido acético e ácido salicílico e pode ser utilizada intencionalmente como um processo inverso de obtenção de ácido salicílico. Tal decomposição pode ser detectada pelo aparecimento da coloração violeta quando é adicionado à amostra um indicador de cloreto férrico (FeCl3). Para realização do teste, foram recolhidas 2 amostras dos cristais de ácido acetilsalicílico produzidos no experimento e 2 amostras do composto adquirido comercialmente, e inseridos em 4 tubos de ensaio distintos e etiquetados para teste (~20mg de produto por amostra). No tubo 1, contendo apenas o ácido acetilsalicílico (C9H8O4) foram adicionados 5 gotas de solução alcóolica de cloreto férrico. Imagem 2.9: Teste de pureza com amostras do AAS, em comparação ao produto industrial. No tubo 2, foram adicionadas à amostra, 5 gostas de fenol. No tubo 3 e 4, foram repetidos os procedimentos nos tubos 1 e 2, porém aplicados sobre amostras de ácido acetilsalicílico comercial. Comparando os resultados dos testes de pureza das amostras, indica-se que a amostra presente no tubo de ensaio 3 está em decomposição, devido à coloração violeta apresentada na reação com o indicador de cloreto férrico. Isto significa que está tendo liberação de ácido salicílico e ácido acético por meio de hidrólise. Como o tubo de ensaio 1, em que foi testado o mesmo indicador de cloreto férrico, não apresentou tal coloração, não havia portanto, decomposição em andamento, ou ao menos não com a mesmo potencial do tubo de ensaio 3. 6.CONCLUSÃO O experimento alcançou os resultados e os objetivos esperados. Todas as práticas de mensura e precisão de manuseio foram seguidas de acordo, as mudanças de temperatura foram feitas em intensidade e tempo controladas e durante todo o procedimento, e o cuidado com contaminações e alterações nos estados dos materiais foi mantido. O produto final apresentou todas as características esperadas, assim como durante as etapas precursoras. Os cálculos de determinações de rendimento, e o aspecto físico do material provam que o cristais resultantes possuem as propriedades químicas certas, e que o procedimento de síntese foi desenvolvido corretamente. 7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BARBOSA, L. C. A. Química Orgânica: Uma introdução para as ciências agrárias e biológicas, Viçosa: Editora UFV, 1998. 2. Bircher, J, Benhamou, JP et al. Oxford Textbook of Clinical Hepatology, Oxford Medical Publications,1999. 3. 1001 Invenções que Mudaram o Mundo, Trevor Baylis. Por Eduardo Mombach Mota. 4. KERBAUY, G. B. . Fisiologia Vegetal - Segunda edição expandida, revisada e atualizada. 2a. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan Ltda., 2008. 5. ANIDRIDOS E HALETOS DE ÁCIDOS - Química 2000 - Wagner Xavier Rocha, 1999.
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