Buscar

Arquivo Getúlio Vargas completo

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

PROGRAMA MEMÓRIA DO MUNDO DA UNESCO
COMITÊ NACIONAL DO BRASIL
REGISTRO NACIONAL
2007
¾ O Centro de Pesquisa e Documentação de História 
Contemporânea do Brasil – CPDOC, da Fundação 
Getulio Vargas, é reconhecidamente uma das mais 
expressivas instituições voltadas para a história e a 
memória do Brasil contemporâneo. 
¾ O Arquivo Getúlio Vargas é formado por 
documentos únicos, entre os quais inúmeros 
manuscritos, produzidos de finais do século XIX a 
meados do XX. Tais documentos retratam a intensa 
atividade do líder político que governou o país por 
mais tempo na história do Brasil, permitindo traçar 
o cenário político e econômico nacional e 
internacional, dos anos 1920 a 1954. Além disso, o 
acervo retrata, fartamente, dimensões pessoais e 
familiares da vida do titular. 
Arquivo Getúlio Vargas
Centro de Pesquisa e Documentação de História 
Contemporânea do Brasil – CPDOC / FGV
 1 
 
 
 
 
NOMINAÇÃO NO REGISTRO NACIONAL 
COMITÊ NACIONAL DO BRASIL DO PROGRAMA 
MEMÓRIA DO MUNDO DA UNESCO 
2007 
 
 
 
Arquivo 
Getúlio Vargas 
 
 1 
NOMINAÇÃO NO REGISTRO NACIONAL 
COMITÊ NACIONAL DO BRASIL DO PROGRAMA MEMÓRIA DO 
MUNDO DA UNESCO 
2007 
 
 
FORMULÁRIO PARA CANDIDATURA À NOMINAÇÃO 
 
 
 
PARTE A 
 
 
DADOS CADASTRAIS DO PROPONENTE À CANDIDATURA 
(Poderá ser o proprietário do acervo ou documento ou seu custodiador devidamente 
autorizado) 
 
 
 
· Nome da entidade ou pessoa proprietária do acervo ou documento: 
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS 
 
· Nome da entidade ou pessoa custodiadora do acervo ou documento (se for diferente da 
proprietária): 
CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA 
DO BRASIL – CPDOC 
 
· Natureza jurídica (pública ou privada): PRIVADA 
 
· Endereço: 
PRAIA DE BOTAFOGO, 190, 14º. ANDAR. RIO DE JANEIRO – R.J. CEP: 22250-900 
 
· Telefone(s): (21) 2559-5700 
 
· Fax: (21) 2551-2649 
 
· E-mail: cpdoc@fgv.br 
 
· Sítio na Internet: www.cpdoc.fgv.br 
 2 
PARTE B 
 
DESCRIÇÃO DO ACERVO OU DOCUMENTO 
 
1. Área de Identificação 
Título formal ou atribuído: ARQUIVO GETÚLIO VARGAS 
Data(s) ou datas- limite: 1896-1954 
Quantificação, por gênero documental (textuais, audiovisuais, cartográficos, fotográficas, 
outros): 
 
· DOCUMENTOS TEXTUAIS NÃO IMPRESSOS: 28.675 
 
· DOCUMENTOS IMPRESSOS: 
Livros - 418 
Títulos de periódicos - 46 
Exemplares de periódicos - 133 
Artigos de periódicos - 35 
 
· DOCUMENTOS AUDIOVISUAIS: 
Iconografia 
 fotos - 1247 
 desenho - 1 
 cartaz - 1 
 cartão postal + foto - 12 
 cartão postal - 12 
Imagens em movimento 
 filme - 6 
Som 
 disco - 108 
 
Suporte(s) - Material em que estão registrados os documentos: 
PAPEL, PAPEL FOTOGRÁFICO, PELÍCULA, DISCO. 
 
 
2. Área de Contextualização 
Nome(s) do(s) produtores*: GETÚLIO Dornelles VARGAS 
Anexo I – Biografia de Getúlio Vargas 
 
 3 
3. Área de conteúdo e estrutura 
Conteúdo do documento ou acervo : 
Estimado em 30 mil documentos, o Arquivo Getúlio Vargas destaca-se por sua riqueza 
temática, estando retratados no arquivo os principais episódios ocorridos no país entre 1930 e 
1954 – ano em que o titular suicida-se em meio a uma das maiores crises políticas da história 
brasileira. Constitui um feliz exemplo de acervo pessoal que permite ao pesquisador traçar um 
perfil do cenário político e econômico, nacional e internacional, ao longo deste vasto período, 
sem, contudo, deixar de retratar as dimensões pessoal e familiar da vida do titular. 
O acervo ganha destaque a partir de 1929, com a sucessão presidencial de Washington Luís, a 
formação da Aliança Liberal em apoio à candidatura de Vargas à Presidência da República e 
as ações político-militares que precederam a Revolução de 1930. O período abrangido pelos 
anos posteriores à Revolução até a decretação do Estado Novo, em 1937, é ricamente 
documentado, sendo possível acompanhar a formação e a atuação do Governo Provisório, 
bem como as constantes crises políticas nas interventorias, especialmente em Minas Gerais e 
no Rio Grande do Sul. 
É possível, também, realizar densas pesquisas sobre a Revolução Constitucionalista de 1932. 
Todo o ambiente político do país nos meses que antecederam a eclosão da revolta é passível 
de reconstituição através da leitura dos documentos do arquivo, que também acompanham o 
desenrolar do conflito: a movimentação de tropas e material bélico, os levantes nos estados, as 
estratégias de ação das forças legalistas, as tentativas de pacificação e a reorganização 
político-partidária após a derrota de São Paulo. 
 
O ambiente político nas eleições de 1933, que elegeram os deputados à Assembléia Nacional 
Constituinte de 1934, está também bastante documentado. Nesse mesmo período, no campo 
das relações exteriores, grande importância é dada ao litígio fronteiriço entre Paraguai e 
Bolívia na região do Chaco. A “questão do Chaco” seria um tema recorrente até meados de 
1935, quando o problema teve solução. 
 
Ao assumir a embaixada do Brasil nos EUA, em 1934, Oswaldo Aranha iniciou uma densa 
correspondência com o presidente Vargas, que se estenderia até 1937, a respeito de política 
econômica brasileira, das relações entre Brasil e EUA e do panorama político e econômico 
 4 
mundial. Igualmente intensa é a correspondência entre Vargas e seu ministro da Fazenda, 
entre 1934 e 1945, Arthur de Souza Costa, discutindo os rumos da economia nacional. A 
Missão Souza Costa, destinada a renegociar a dívida externa brasileira com os bancos ingleses 
e norte-americanos, encontra-se fartamente documentada. 
 
Para o ano de 1935 destacam-se as eleições estaduais, o desenrolar de algumas crises geradas 
pelo processo sucessório – como as do Rio de Janeiro, Pará e Rio Grande do Sul - e o início 
da repressão ao comunismo, desencadeada após o fracassado levante comunista de novembro 
de 1935. 
 
A sucessão presidencial de 1937 é tema que desde o início de 1935 aparece na 
correspondência do arquivo. O rompimento político entre Vargas e Flores da Cunha no ano de 
1936 está também bastante referenciado. A conjuntura político-militar nacional e o panorama 
internacional que serviram de justificativa ao golpe de 10 de novembro de 1937, e a 
reorganização do governo, são temas importantes de nossa história contemporânea que o 
Arquivo Vargas permite acompanhar de forma detalhada. 
 
O universo documental dos anos de Estado Novo ressalta fundamentalmente as relações 
exteriores do Brasil e o clima bélico que atinge a Europa. São temas presentes o estreitamento 
dos laços com os EUA, as negociações para a obtenção de recursos financeiros para a 
construção da Companhia Siderúrgica Nacional, o rompimento com os países do Eixo e a 
declaração de guerra, em 1942. As relações diplomáticas do Brasil com os vizinhos da 
América do Sul, o posicionamento destes frente ao conflito mundial e o nascimento da 
liderança de Juan Perón na Argentina são outros assuntos que podem ser pesquisado no 
arquivo. 
 
Há ainda, com relação a esse período, vasta documentação sobre a segunda Missão Souza 
Costa, em 1937, a Conferência de Bretton Woods, realizada em junho de 1944, e a Comissão 
Mista de Defesa Brasil-Estados Unidos, ligada ao esforço de guerra. No âmbito das questões 
internas registram-se como temas mais fartamente documentados as articulações 
oposicionistas ao governo Vargas e a constituição dos partidos nacionais. 
 
 5 
Uma vasta correspondência do ex-presidente com líderes políticos nacionais, trocada entre 
1946 e 1950, anos que correspondem ao “exílio” de Vargas em São Borja (RS), trata de temas 
da política nacional e, sobretudo,
do fortalecimento do Partido Trabalhista Brasileiro - PTB. 
Existem também documentos relativos ao "impeachment" de Adhemar de Barros, ao 
cancelamento do registro do Partido Comunista Brasileiro, então Partido Comunista do 
Brasil-PCB e à cassação dos mandatos dos parlamentares eleitos por essa legenda. 
 
Sobre o retorno de Vargas à cena política nacional, nas eleições presidenciais de 1950, o 
arquivo dispõe de uma rica coleção de discursos de campanha, que inclui os originais e seus 
inúmeros rascunhos. No tocante à correspondência deste período, o tema mais constante é a 
sucessão presidencial - as articulações em torno de uma candidatura pessedista, a busca de 
soluções visando a uma candidatura de “união nacional”, o surgimento da candidatura de 
Cristiano Machado e o engajamento de Adhemar de Barros na campanha getulista são alguns 
dos destaques. 
 
Com relação ao segundo governo, destaca-se a documentação sobre as eleições de 1950 e 
1952 no Clube Militar e sobre a polêmica proposta do ministro do Trabalho, João Goulart, de 
reajuste de 100% do salário mínimo. Encontra-se também bastante documentada a atuação da 
Comissão Mista Brasil-Estados Unidos (1951/52), cujo objetivo era a obtenção de recursos 
financeiros para o Programa de Reaparelhamento Econômico Brasileiro, do qual teve origem 
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, atual BNDES. 
 
A crise política de agosto de 1954, que culminou com o suicídio de Vargas, pode ser 
perscrutada por meio de alguns documentos do arquivo, ainda que em número não elevado. O 
mesmo ocorre com outros temas relevantes, como o processo de criação das estatais Petrobras 
e Eletrobras e os debates para a elaboração da Lei de Remessa de Lucros. 
 
Com relação aos documentos de natureza pessoal, destacam-se os 13 volumes do diário de 
Getúlio Vargas, escritos entre 1930 e 1942, bem como imagens de eventos em família. Um 
filme do arquivo retrata o titular em companhia de seus pais. De maneira geral, no entanto, os 
filmes registram momentos importantes de sua vida pública, destacando-se duas produções 
em cores realizadas durante o Estado Novo e a campanha presidencial de 1950. Encontram-se 
no arquivo discos com músicas alusivas ao presidente, à Segunda Guerra Mundial e ao PTB, 
 6 
além de pronunciamentos políticos, ressaltando-se os proferidos por Vargas durante o Estado 
Novo e a campanha presidencial de 1950. 
 
Constam do material impresso entrevistas e discursos pronunciados por Getúlio Vargas 
durante os dois períodos em que ocupou a Presidência da República, destacando-se a coleção 
"A nova política do Brasil" (1938-1947, 11v.). 
 
Sistema de organização do acervo: 
 
DOCUMENTOS TEXTUAIS NÃO IMPRESSOS 
 SÉRIES: 
· Correspondência Política (descrição unitária) 
· Correspondência Diversa (dossiês constituídos por pedidos de emprego, audiência, 
autógrafos; convites, felicitações etc.) 
· Confidencial (descrição unitária de cartas, ofícios, memorandos, relatórios e estudos 
originalmente classificados como “confidenciais” pelos agentes acumuladores) 
· Campanha de 1950 (dossiês organizados por tema ou localidades nas quais o titular 
fez campanha à Presidência da República) 
· Documentos complementares (documentos contendo comentários e homenagens ao 
titular, produzidos em período imediatamente posterior à sua morte) 
 
DOCUMENTOS AUDIOVISUAIS 
 
SÉRIES: 
· Iconografia (fotos, desenhos, cartazes e postais; descrição unitária e/ou em dossiês 
temáticos) 
· Filmes (descrição unitária) 
· Discos (descrição unitária) 
 
DOCUMENTOS IMPRESSOS 
· Livros, folhetos, revistas, jornais e mapas tratados segundo as normas 
biblioteconômicas. 
 
 
 7 
4. Área de condições de acesso e uso 
 
· Condições de acesso: 
Os documentos do Arquivo Getúlio Vargas encontram-se totalmente disponíveis à 
consulta pública e gratuita. Com o objetivo de conciliar a ampliação do acesso e a preservação 
dos originais, em meados da década de 1980 o arquivo foi microfilmado e a consulta passou a 
ser feita, exclusivamente, nos microfilmes, livrando os originais do desgaste causado pelo 
manuseio constante. Desde o início dos anos 2000, o acesso ao arquivo alcançou dimensão 
global com a digitalização das fotografias e dos documentos textuais não impressos - por 
meio do Portal CPDOC visualizam-se 55.000 páginas de documentos textuais e 790 
fotografias do arquivo. As fotografias que integram os álbuns ainda não forma digitalizadas, 
mas podem ser consultadas na Sala de Consulta do CPDOC. 
 
· Condições de reprodução: 
 
O usuário pode requerer a reprodução de qualquer documento do Arquivo Vargas, nas 
seguintes modalidades: 
- cópia de microfilme, em papel e em película; 
- cópia em papel a partir dos documentos digitalizados; 
- cópia digital de documentos e fotografias; 
- reprodução eletrostática do material impresso não microfilmado e não digitalizado. 
 
Como medida de segurança, o fornecimento de reproduções em formato digital está 
condicionado à declaração de finalidade de uso por parte dos usuários e à aceitação do Termo 
de Responsabilidade de Uso. 
 
· Instrumentos de pesquisa (inventários, catálogos, índices, listagens, bases de dados, 
outros): 
 
A consulta é feita por meio do Sistema de Documentação Histórica Accessus, 
desenvolvido pela Fundação Getulio Vargas, que permite a busca por múltiplos campos e 
filtros, tais como, tipos documentais, séries, subséries, datas- limite, autor, título, assunto e 
localidade. 
 8 
· Horário de atendimento ao público: 
 
Consultas na sede da instituição: de 2ª. a 6ª-feira, de 9:00h às 16:30h. 
Consultas na Internet: www.cpdoc.fgv.br 
 
 
5. Área de notas 
· Notas sobre o estado de conservação do acervo ou documento: 
 
O estado de conservação dos documentos, de um modo geral, é bom. Vários fatores 
contribuem para isso, ressaltando-se o fato de que os originais, em sua maioria, datam do 
século XX e deixaram de ser manuseados pelos usuários desde a microfilmagem do arquivo 
nos anos 1980. 
 
· Indicar as publicações, artigos e estudos sobre o acervo ou o documento: 
 
Desde a abertura do arquivo à consulta, na segunda metade dos anos 1970, inúmeros 
trabalhos publicados tiveram no Arquivo Vargas sua fonte privilegiada de pesquisa. Como o 
CPDOC não mantém controle sobre a produção externa desenvolvida a partir de seu acervo, 
apresentamos, em documento anexo, alguns títulos importantes que compõem a produção dos 
pesquisadores da casa relativa ao vasto tema “Getúlio Vargas”, para a qual a consulta ao 
arquivo foi fundamental. Uma análise que teve o próprio arquivo como objeto de 
investimento encontra-se no artigo da pesquisadora Suely Braga da Silva, referenciado a 
seguir: 
 
SILVA, Suely Braga da. O legado documental de Getúlio Vargas. In: VARGAS e a 
crise dos anos 50 / Organização Ângela de Castro Gomes ; Villas-Bôas Corrêa... [et 
al]. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994. p.259-271. 
 
(Anexo II – Produção intelectual dos pesquisadores do CPDOC) 
 
 9 
· Informe se incide sobre o acervo ou documento legislação municipal, estadual ou 
federal relativa à proteção de patrimônio cultural ou norma assemelhada: 
 
Não se aplica. 
 
 
 
 
PARTE C 
 
PLANO DE GESTÃO DOCUMENTAL 
 
· Existe um plano de administração do acervo ou documento para sua guarda, 
preservação, segurança e acesso? 
 
Não. 
 
· Caso contrário, informe sobre as condições de guarda, preservação, segurança e 
acesso. 
 
Os originais do arquivo encontram-se em depósito climatizado 24h, dotado de sistema 
detector de incêndio, porta anti- fogo e fechadura operada por senha de acesso restrito. Os 
documentos
estão acondicionados em armários deslizantes, em pastas suspensas, envoltos em 
papel neutro. Documentos em grande formato estão acondicionados em mobiliário adequado, 
protegidos por invólucros de filtro de poliéster. No caso das fotografias, são utilizados 
invólucros e pastas confeccionados artesanalmente, com materiais especiais, tais como papel 
neutro e filtro de poliéster. Periodicamente, o arquivo é submetido à higienização, de acordo 
com uma política de conservação preventiva. 
 
A consulta aos documentos textuais e às fotografias é feita, atualmente, por meio do Portal 
CPDOC. A consulta aos documentos fílmicos é feita em fitas VHS (telecinagem); para os 
discos, os usuários acessam regravações em fitas rolo e cassete. Ambas as condutas visam à 
preservação dos originais e de seus conteúdos informacionais. Projeta-se para breve a 
digitalização destes documentos. 
 
 
 
 
 
 
 10 
 
PARTE D 
 
ATIVIDADES PRINCIPAIS DA ORGANIZAÇÃO CUSTODIADORA 
Anexo III 
 
 
 
PARTE E 
 
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS 
Anexo IV 
 
 
PARTE F 
 
AVALIAÇÃO DE RISCO 
 
· Detalhe a natureza e abrangência das ameaças a esse acervo ou documento 
(riscos naturais, entorno da edificação, natureza do suporte documental) 
 
 
 Não se percebe nenhum risco eminente à segurança e preservação do acervo. 
 
 
 
 
PARTE G 
 
DESCRIÇÃO DE ANEXOS 
 
 
· Descrição sumária dos anexos enviados junto com o formulário de candidatura, 
em formato de listagem: imagens fixas, desenhos, gráficos, áudios, imagens em 
movimento. 
 
Anexo I..............Biografia de Getúlio Vargas. 
 
Anexo II............. Publicações de pesquisadores do CPDOC relacionadas ao acervo. 
 
Anexo III............Descrição sumária das principais atividades da organização custodiadora. 
 
Anexo IV............Exposição de motivos. 
 
Anexo V..............Seleção de documentos do Arquivo Getúlio Vargas. 
 
 11 
 
PARTE H 
 
PROPONENTE 
 
 
Essa candidatura à nominação é feita por: Celso Castro 
 
 
Aceito integralmente as condições deste Edital e de seu Regulamento, sendo de minha 
total responsabilidade a veracidade das informações remitidas ao Comitê Nacional do Brasil 
do Programa Memória do Mundo da UNESCO. 
 
 
 
Local: Rio de Janeiro, 06/07/2007. 
 
 
 
 
 
 
Celso Castro 
Diretor 
CPDOC/FGV 
 
 1 
ANEXO I 
 
Biografia de Getúlio Vargas 
 
Getúlio Dornelles Vargas nasceu em São Borja, no Rio Grande do Sul, em 19 de abril 
de 1882, filho de Cândida Dornelles Vargas e Manuel do Nascimento Vargas. Sua família era 
politicamente importante na região, situada na fronteira com a Argentina e palco de 
rumorosas lutas no século XIX. Seu avô paterno, Evaristo José Vargas, lutou como soldado 
voluntário da República de Piratini durante a Guerra dos Farrapos (1835-1845). Seu avô 
materno, Serafim Dornelles, foi major de milícias, próspero comerciante e um dos mais ricos 
estancieiros de São Borja. Seu pai combateu na Guerra do Paraguai, começando como 
simples cabo para terminar como tenente-coronel; fazendeiro em São Borja, no final do 
Império tornou-se o chefe local do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR); em 1893, já na 
República, combateu os federalistas que se insurgiram contra o presidente estadual Júlio de 
Castilhos, na chamada Revolução Federalista. Com a vitória dos republicanos em 1895, o 
PRR tornou-se o partido dominante no estado, sob a direção de Júlio de Castilhos e de seu 
sucessor Antônio Augusto Borges de Medeiros. Promovido a coronel e logo a general-de-
brigada, Manuel Vargas foi também intendente – cargo correspondente ao atual prefeito – de 
São Borja, em 1907. 
Getúlio fez os estudos primários em sua cidade natal, e em 1897 seguiu para Ouro 
Preto, em Minas Gerais, onde estudavam seus irmãos mais velhos, a fim de fazer o curso de 
humanidades. No ano seguinte, após um conflito entre estudantes gaúchos e paulistas, do qual 
resultou a morte de um rapaz de São Paulo, regressou com os irmãos a São Borja. Decidido a 
seguir carreira militar, solicitou matrícula na Escola Preparatória e de Tática de Rio Pardo e 
foi aceito em 1900. Em 1902, porém, desligou-se da escola em solidariedade a colegas 
expulsos por problema disciplinar. Ingressou então na Faculdade de Direito de Porto Alegre, 
primeiro como ouvinte (1903), e em seguida como aluno regular, no segundo ano (1904). 
Durante o curso revelou-se discípulo do castilhismo, integrando-se à mocidade estudantil 
republicana. Já em 1906 começou a trilhar o caminho da política ao ser escolhido orador na 
homenagem prestada pelos estudantes ao presidente eleito Afonso Pena quando de sua visita a 
Porto Alegre. No ano seguinte, ingressou efetivamente na política partidária republicana – 
junto com toda uma geração de estudantes gaúchos que se notabilizaria na política nacional e 
 2 
que seria chamada de “geração de 1907” –, através do Bloco Acadêmico Castilhista, que 
apoiou a candidatura de Carlos Barbosa Gonçalves ao governo do estado. 
Em dezembro de 1907 formou-se em ciências jurídicas e sociais. A participação na 
campanha de Carlos Barbosa facilitou o início da carreira, já que impressionou 
favoravelmente Borges de Medeiros, detentor da decisão final sobre todas as questões do 
estado, das mais simples às mais importantes. Já em janeiro de 1908, foi nomeado segundo 
promotor público do Tribunal de Porto Alegre, e pouco depois teve seu nome incluído na lista 
de candidatos do PRR à Assembléia dos Representantes, como era oficialmente designada a 
Assembléia gaúcha. Foi eleito deputado estadual, mas, como a Assembléia se reunia apenas 
três meses por ano, aproveitava os longos períodos de recesso parlamentar para dedicar-se ao 
escritório de advocacia em São Borja. Em março de 1911, aos 29 anos, casou-se com Darcy 
de Lima Sarmanho, filha de Alzira de Lima Sarmanho e Antônio Sarmanho, estancieiro e 
diretor de banco em São Borja. Dessa união nasceriam os filhos Lutero, Jandira, Alzira, 
Manuel Antônio e Getúlio. 
Reeleito deputado estadual em 1913, renunciou contudo ao mandato em protesto 
contra a intervenção de Borges de Medeiros nas eleições no município de Cachoeira, 
obrigando os eleitos a renunciar. Nos três anos seguintes dedicou-se à banca de advocacia em 
São Borja e só ao fim desse período reatou relações com Borges. Mais uma vez eleito para a 
Assembléia, acabou por desempenhar, ainda que sem diploma expresso, as funções de líder 
do PRR. Ao mesmo tempo, procurou ter algumas iniciativas isoladas, visando a congregar as 
forças políticas gaúchas. Sua reeleição em 1921 foi obtida com facilidade, muito embora a 
política nacional se encontrasse tumultuada pela sucessão do presidente da República Epitácio 
Pessoa. Na eleição presidencial, acompanhou a posição do PRR, opondo-se à candidatura 
oficial de Artur Bernardes e participando da campanha da Reação Republicana, em favor da 
candidatura de Nilo Peçanha, afinal derrotada. 
Em outubro de 1922, com a morte do deputado Rafael Cabeda, foi eleito para 
completar o mandato deste na Câmara dos Deputados. No entanto, a proximidade das eleições 
governamentais no Rio Grande do Sul fez com que adiasse a ida para o Rio de Janeiro, então 
capital federal. Afinal, pela primeira vez desde 1907 a candidatura de Borges de Medeiros 
enfrentava a oposição dos federalistas, dos republicanos dissidentes e dos democráticos, 
unidos em torno do nome de Joaquim Francisco de Assis Brasil. A proclamada vitória de 
Borges e as acusações de fraude levaram à insurreição de Assis Brasil e dos antigos caudilhos 
federalistas, que só cessaria em dezembro de 1923 com o Pacto de Pedras Altas. Durante a 
 3 
guerra civil, embora pressionado a assumir o mandato
de deputado federal, Vargas foi 
nomeado tenente-coronel por decreto de Borges de Medeiros e assumiu o comando do 7º 
Corpo Provisório em São Borja. Não chegou, contudo, a participar dos combates, pois, 
ameaçado de perder a cadeira na Câmara, foi obrigado a interromper a luta e se apresentar no 
Rio de Janeiro. Na Câmara, trabalhou para evitar a intervenção federal no Rio Grande do Sul 
e desenvolveu um esforço de aproximação com os representantes da oposição gaúcha. 
Ampliou também as relações com parlamentares de outros estados, sobretudo de São Paulo, e 
estabeleceu vínculos com o poder central que acabariam por beneficiar a imagem de seu 
estado junto aos centros decisórios da política nacional. Reeleito em 1924, assumiu de fato a 
liderança da bancada republicana gaúcha na Câmara, função que exerceria até 1926. 
Em novembro de 1926, com a posse de Washington Luís na presidência da República, 
foi nomeado ministro da Fazenda. Embora Borges de Medeiros visse com bons olhos o 
programa de estabilização financeira anunciado pelo presidente, Vargas resistiu à indicação, 
por entender que não possuía qualificação suficiente em finanças. Foi, porém, convencido por 
Borges a aceitar o cargo. Sua passagem pelo Ministério da Fazenda durou pouco mais de um 
ano e correspondeu à época de êxitos da política econômico-financeira do governo 
Washington Luís. O feito mais importante de sua gestão foi a reforma monetária, que instituiu 
o retorno do padrão-ouro e criou um novo fundo de estabilização cambial. 
Em agosto de 1927, tendo em vista sua própria sucessão, Borges de Medeiros indicou 
as candidaturas de Getúlio Vargas e de João Neves da Fontoura respectivamente à presidência 
e à vice-presidência do Rio Grande do Sul. Eleito, Vargas assumiu o governo em fins de 
janeiro de 1928, reorientou a ação econômica e política do estado e em curto espaço de tempo 
obteve resultados largamente positivos, graças a uma série de medidas de amparo à lavoura e 
à pecuária, de combate ao contrabando e de estímulo à organização dos sindicatos de 
produtores. Criou também o Banco do Rio Grande do Sul. Politicamente, sua primeira 
preocupação foi estabelecer um modus vivendi com Borges de Medeiros, de modo a assegurar 
a independência político-administrativa de seu governo: para seus planos, era importante 
governar com certa autonomia, embora não tivesse dúvida de que a influência de Borges 
ainda se faria sentir nos assuntos de política partidária. Esse modus vivendi foi de fundamental 
importância para que pudesse estabelecer o acordo que pôs fim a quase 30 anos de violentas 
lutas interpartidárias no estado, sem que houvesse restrições da parte do PRR. O grande teste 
para esse acordo surgiria em meados de 1929, quando a política do Rio Grande do Sul se uniu 
para empreender a primeira tentativa de colocar um gaúcho na presidência da República. 
 4 
 A candidatura de Getúlio Vargas às eleições presidenciais de 1930 nasceu do acordo 
entre Rio Grande do Sul e Minas Gerais, e do rompimento desses dois estados com o governo 
federal. Acompanhada da candidatura do paraibano João Pessoa à vice-presidência, foi 
formalmente lançada pela Aliança Liberal, movimento que congregava a maioria dos 
representantes políticos do Rio Grande de Sul, Minas e Paraíba, e que recebeu também o 
apoio do Partido Democrático de São Paulo e do Distrito Federal, além dos tenentes 
revolucionários da década de 1920. As eleições de 1º de março de 1930 foram realizadas no 
estilo tradicional da República Velha, com a fraude dominando todas as etapas. Mesmo antes 
da divulgação do resultado, Vargas já se manifestava, considerando quixotesca a continuação 
da luta. Borges de Medeiros, por seu lado, dava entrevistas reconhecendo a vitória do 
candidato situacionista Júlio Prestes, ainda que fosse rapidamente obrigado a retificar suas 
declarações, de modo a evitar a cisão no PRR. No interior da Aliança Liberal, no entanto, a 
proposta de depor Washington Luís e impedir a posse de Júlio Prestes por meio de um 
movimento armado a cada dia ganhava mais força. No final de março, ao ser informado dos 
contatos que vinham sendo mantidos para uma solução revolucionária, Vargas concordou 
com a preparação do movimento que o queria como líder, mas deixou a responsabilidade por 
sua coordenação nas mãos de Osvaldo Aranha. 
O início da legislatura ordinária em maio de 1930 deu margem a que a maioria 
governista se servisse do processo de reconhecimento dos candidatos eleitos para punir as 
representações de Minas e da Paraíba, através da “degola”. Em 1º de junho, Vargas lançou um 
manifesto à nação, condenando a depuração das bancadas mineira e paraibana, e anunciando 
para breve a “necessária retificação do regime”. Pessoalmente, no entanto, ainda hesitava ante 
a idéia da revolução, assim como o presidente de Minas, Antônio Carlos. Mas com o 
assassinato de João Pessoa, em julho, as articulações revolucionárias ganharam novo alento. 
A revolução começou em Porto Alegre no dia 3 de outubro de 1930, e já em meados 
do mês se mostrava vitoriosa em quase todo o país, restando sob controle do governo federal 
apenas São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pará. O choque decisivo foi evitado pela 
intervenção da cúpula militar do Rio de Janeiro, que em 24 de outubro exigiu a renúncia de 
Washington Luís e sua substituição por uma junta governativa provisória. Enquanto isso, os 
revolucionários gaúchos, com Vargas à frente, se dirigiam à capital. Finalmente, em 3 de 
novembro de 1930, Vargas, tomou posse como chefe do Governo Provisório da República. 
Chegava ao fim a Primeira República, e começava um novo período da história política 
brasileira, que foi chamado de República Nova. Era também o início da Era Vargas, que 
 5 
compreenderia dois períodos de governo, de 1930 a 1945 e de 1950 a 1954, e que se 
prolongaria através de um legado reivindicado por políticos através do país. 
A situação de Vargas ao assumir o Governo Provisório na verdade era instável, já que 
a revolução unira apenas taticamente forças políticas com perspectivas diversas, como líderes 
tenentistas e representantes de algumas das oligarquias estaduais. Além disso, o país 
enfrentava violenta crise econômica, resultante da Grande Depressão internacional iniciada 
em 1929. Diante disso, Vargas de um lado nomeou um ministério que refletia sua 
dependência em relação aos diferentes grupos de apoio, e de outro procurou configurar 
legalmente o novo governo. Assim, por decreto de 11 de novembro, foram dissolvidos o 
Congresso Nacional, as assembléias estaduais e as câmaras municipais. Ao mesmo tempo, 
Vargas foi investido de plenos poderes para governar, legitimando-se pelo compromisso de 
reconduzir a nação a um regime constitucional. A situação excepcional perduraria apenas até 
a eleição de uma Assembléia Constituinte, à qual caberia definir uma nova organização 
jurídico-política para o país. 
Durante o Governo Provisório, Vargas deu início à reestruturação do Estado, com a 
nomeação de interventores para os governos estaduais, a instituição da justiça revo lucionária, 
a criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, e a promulgação das primeiras leis 
trabalhistas. O governo passou não apenas a regulamentar as profissões, mas também a 
garantir direitos trabalhistas como férias e aposentadoria para as categorias profissionais 
reconhecidas pelo novo ministério. Atribuiu à também recém-criada Justiça do Trabalho a 
conciliação nas relações entre empresários e trabalhadores, visando a esvaziar a força do 
movimento operário. A criação do Ministério da Educação e Saúde foi outra medida adotada 
pelo governo para modernizar o ensino médio e superior, e assim garantir a formação de uma 
elite intelectualmente mais
bem preparada. 
Entretanto, a partir de abril de 1931, especialmente em São Paulo, as oligarquias 
excluídas do poder reagiram com maior vigor à ação tenentista, reduzindo a margem de 
autonomia de Vargas. A crise era essencialmente política, já que no plano econômico o 
governo federal não deixou de atender aos interesses de São Paulo, dada a sua importânc ia 
fundamental na economia nacional. Na realidade, o que estava em jogo era o controle do 
poder político no estado. A campanha pela autonomia de São Paulo repercutia intensamente, 
sobretudo junto às classes médias paulistas, mas contava também com o respaldo de alguns 
dos principais líderes gaúchos, como João Neves da Fontoura e Assis Brasil. Em janeiro de 
1932, o Partido Democrático de São Paulo rompeu publicamente com Vargas, e no mês 
 6 
seguinte aliou-se ao antigo Partido Republicano Paulista, formando a Frente Única Paulista 
(FUP), que reivindicou em manifesto a pronta reconstitucionalização do país e a restituição a 
São Paulo da “autonomia de que se acha esbulhado há 16 meses”. Dias depois, Vargas 
promulgou o novo Código Eleitoral, que regulamentaria as eleições em todo o país. No mês 
seguinte, nomeou Pedro de Toledo interventor em São Paulo, em resposta à solicitação de que 
o cargo fosse ocupado por um civil paulista. Em maio, novo decreto do governo estabeleceu o 
dia 3 de maio de 1933 como data das eleições para a Assembléia Nacional Constituinte e 
criou uma comissão para elaborar o anteprojeto constitucional. As concessões feitas por 
Vargas não chegaram, no entanto, a convencer a oposição paulista, para a qual o ditador só 
procurava retardar o processo de reconstitucionalização e assim permanecer mais tempo no 
poder. Afinal, em 9 de julho de 1932, eclodiu em São Paulo a Revolução Constitucionalista, 
na qual a FUP conseguiu mobilizar um grande contingente de voluntários que se uniram às 
tropas da Força Pública e do Exército, todos sob o comando do general Isidoro Dias Lopes e 
do coronel Euclides Figueiredo. O fim do movimento paulista, com a assinatura do armistício 
em 1º de outubro de 1932, marcou o início efetivo do processo de constitucionalização. 
Realizadas as eleições em maio de 1933, em novembro seguinte instalou-se a 
Assembléia Nacional Constituinte, que, ao promulgar a nova Constituição e eleger Getúlio 
Vargas presidente da República em julho de 1934, pôs fim ao Governo Provisório e instituiu 
um governo constitucional. A nova Carta introduziu no país uma nova ordem jurídico-política 
que consagrava a democracia ao garantir o voto direto e secreto, a pluralidade sindical, a 
alternância no poder, os direitos civis e a liberdade de expressão dos cidadãos. 
Particularmente para as mulheres, a Constituição de 1934 representou uma enorme conquista, 
pois pela primeira vez estas se tornaram eleitoras e elegíveis. Mas a Constituição duraria 
pouco. 
No curto período em que a democracia prevaleceu, o país pôde observar a polarização 
da política: de um lado, o crescimento da Ação Integralista Brasileira (AIB), de inspiração 
fascista, liderada por Plínio Salgado, e de outro, o da Aliança Nacional Libertadora (ANL), 
liderada pelo Partido Comunista (PCB). O fechamento da ANL, bem como a prisão de alguns 
de seus partidários, precipitaram as conspirações que levaram à Revolta Comunista que 
eclodiu em novembro de 1935 em Natal, Recife e Rio de Janeiro. Três anos depois da 
aprovação da nova Constituição, quando ainda se preparavam as eleições presidenciais de 
janeiro de 1938, o governo denunciou a existência de um plano comunista, conhecido como 
 7 
Plano Cohen, criando um clima favorável para o golpe do Estado Novo, desfechado pelo 
próprio presidente Vargas, que assim se tornou ditador. 
Com a instauração do Estado Novo em 10 de novembro de 1937, Vargas determinou o 
fechamento de Congresso e outorgou uma nova Constituição, idealizada e redigida pelo 
ministro da Justiça, Francisco Campos. A nova Carta incluía vários dispositivos semelhantes 
aos encontrados em constituições de regimes autoritários vigentes na Europa, como as de 
Portugal, Espanha e Itália. No início de dezembro, Vargas deu continuidade às medidas, 
assinando decreto que determinou o fechamento dos partidos políticos, inclusive a AIB. 
Insatisfeitos, os integralistas invadiriam o Palácio Guanabara em 11 de maio de 1938, numa 
tentativa de depor Vargas, mas foram derrotados. 
Com o Congresso Nacional fechado e com a decretação de rigorosas leis de censura, 
Vargas pôde conduzir o país sem que a oposição pudesse se expressar. Para os construtores 
desse novo Estado, era preciso deixar para trás aquilo que seria o causador de todos os males 
da nação – o liberalismo. Para eles, o Estado Novo era o complemento da Revolução de 1930, 
cujos ideais estavam sendo traiçoeiramente atingidos pela Constituição liberal de 1934. A 
crise da liberal-democracia exigia uma solução que somente um poder forte, autoritário, 
estaria em condições de oferecer. O intervencionismo estatal iniciado em 1930, ainda que de 
forma não ostensiva, seria intensificado e se tornaria, ao lado do nacionalismo econômico, a 
marca dos novos tempos. 
O desenvolvimento do país pela industrialização, grande meta estadonovista, exigiu a 
criação de vários órgãos de apoio em áreas estratégicas, como por exemplo o Conselho 
Nacional do Petróleo (CNP), o Conselho Federal de Comércio Exterior (CFCE), o 
Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), e a Coordenação de Mobilização 
Econômica – instituída em 1942, com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Foram 
criadas também grandes indústrias estatais, como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e 
a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). 
O Estado Novo parece ter nascido, vivido e morrido sob a égide das transformações 
mundiais. Se o florescimento de regimes autoritários na Europa encorajou Vargas a instaurar 
no país um regime político autoritário, esse mesmo regime conheceu o apogeu e a queda sob a 
influência da Segunda Guerra Mundial. Diante da eclosão do conflito, em 1939, Vargas 
manteve um posicionamento neutro, mas em 1941 concordou com a assinatura de um acordo 
entre Brasil e Estados Unidos pelo qual o governo norte-americano se comprometia a 
 8 
financiar a construção da primeira siderúrgica brasileira, em troca da permissão para instalar 
bases militares no Nordeste. O sucessivo torpedeamento de navios brasileiros por submarinos 
alemães, em 1942, levou o governo brasileiro a declarar guerra aos países do Eixo, ou seja, 
Alemanha, Itália e Japão. Em novembro do ano seguinte criou-se a Força Expedicionária 
Brasileira (FEB), cujo primeiro escalão foi mandado em julho de 1944 para combater na 
Itália. Com o término do conflito em 1945, as pressões em prol da redemocratização ficaram 
mais fortes, uma vez que o regime do Estado Novo não se coadunava com os princípios 
democráticos defendidos pelos países aliados durante todo o conflito. 
As pressões internas contra o Estado Novo, iniciadas em outubro de 1943, quando foi 
divulgado o Manifesto dos Mineiros – documento em defesa das liberdades democráticas 
assinado por intelectuais, profissionais liberais e empresários –, também se intensificaram. 
Vargas soube avaliar as dificuldades que teria para manter um governo ditatorial e começou a 
ceder. Assim, nos primeiros meses de 1945 foram marcadas eleições para dezembro, foi 
decretada a anistia, e teve início o processo de reorganização dos partidos políticos, com a 
indicação de candidatos à presidência da República. Em contrapartida, começou também o 
movimento que pregava a “Constituinte com Getúlio” e que tinha como slogan “queremos 
Getúlio”. O avanço dos “queremistas” alertou os chefes militares para a possibilidade de
Vargas vir a boicotar as eleições a fim de se manter no cargo. Com o intuito de evitar tal 
investida, as forças militares, chefiadas pelo ministro da Guerra, general Góes Monteiro, 
depuseram Vargas em 29 de outubro de 1945. Interinamente, assumiu a presidência da 
República o presidente do Supremo Tribunal Federal, José Linhares. Após 15 anos, chegava 
ao fim o primeiro governo Vargas. 
A saída do poder, em 1945, significou para Vargas o recolhimento na estância Santos 
Reis, propriedade da família Dornelles em São Borja. De lá o ex-presidente apoiou a 
candidatura à presidência da República do general Eurico Dutra, seu ex-ministro da Guerra, 
na eleição realizada em dezembro. Ele próprio, beneficiado pela legislação da época, que não 
exigia domicílio eleitoral para a inscrição dos candidatos, foi um dos mais votados no pleito 
que, além do presidente, elegeu deputados e senadores constituintes. Foi eleito senador pelo 
Rio Grande do Sul (na legenda do Partido Social Democrático – PSD) e por São Paulo 
(Partido Trabalhista Brasileiro – PTB), e deputado federal por seis estados (RS, PR, SP, MG, 
BA, RJ), além do Distrito Federal. Embora o antigo ditador tenha carregado para o PTB um 
significativo número de votos, acabou assumindo a cadeira de senador pelo PSD gaúcho, por 
decisão da própria Assembléia Constituinte. Conforme afirmaria mais tarde em um de seus 
 9 
discursos publicados em A política trabalhista do Brasil, não usou então do direito de opção. 
Considerava-se à vontade para não se sentir preso à disciplina de qualquer partido. Entendia 
que seu papel na política tinha caráter suprapartidário. 
Muito embora a Constituinte tivesse iniciado seus trabalhos ainda nos primeiros dias 
de fevereiro de 1946, Vargas só tomou posse alguns meses depois, em junho. Na verdade, 
pouco depois de o anteprojeto cons titucional ser encaminhado ao plenário para discussão e 
aprovação. Mesmo assim, seu retorno ao cenário político não se deu de forma tranqüila, tendo 
sua posse provocado imediata moção de condenação ao Estado Novo e de louvor à atuação 
das Forças Armadas em sua deposição. Logo em seguida o ex-presidente passou a ser alvo 
uma série de críticas. 
Mas Vargas permaneceu pouco tempo na Assembléia Constituinte, estando ausente 
quando da promulgação da nova Carta, em setembro. Também se encontrava em São Borja no 
início da legislatura ordinária e na inauguração da usina da Companhia Siderúrgica Nacional 
(CSN), na qual tanto se empenhara. Foi somente no final de 1946 que assumiu como senador, 
motivado pela necessidade de anunciar seu rompimento político com o presidente Eurico 
Dutra, que desde maio vinha se aproximando da UDN e promovendo o isolamento do PTB. 
Pronunciou então seu primeiro discurso, rejeitado no plenário, mas amplamente ovacionado 
por mais de três mil pessoas que cercavam o Palácio Monroe. Contudo, não exerceu suas 
funções parlamentares por muito tempo. A campanha para as eleições de janeiro de 1947 
afastou-o do Congresso, levando-o a participar de vários comícios, em apoio a candidatos 
trabalhistas às assembléias legislativas e a candidatos pessedis tas aos governos estaduais. O 
empenho de Vargas, no entanto, não assegurou ampla vitória ao PTB, o mesmo ocorrendo 
com candidatos a governador apoiados por ele, que foram derrotados. 
O retorno de Vargas ao Congresso se deu em maio de 1947, quando pronunciou 
discursos criticando duramente a política econômica do governo. Como resposta, viu 
surgirem boatos dando como certa sua participação em conspirações, todos eles 
cuidadosamente contestados em novo discurso. Esses acontecimentos de certo modo 
evidenciavam o que não era novidade para muitos: Vargas, mesmo não sendo o congressista 
mais atuante, era o mais observado e visado. Foram vários os pedidos de licença apresentados 
pelo ex-presidente, períodos em que permaneceu sempre em São Borja. Ao longo de seu 
mandato, Vargas ocupou a cadeira intermitentemente por apenas dois anos. Quando se 
encontrava em plena campanha eleitoral para a presidência da República nas eleições 
previstas para 1950, justificou as sucessivas licenças afirmando que o ambiente criado ao seu 
 10 
redor no Senado tornara impossível sua permanência; sua residência encontrava-se vigiada, os 
telefones censurados, e os amigos perseguidos. 
Pouco a pouco, a pequena cidade gaúcha de São Borja transformou-se em passagem 
obrigatória para os políticos que iam à procura de Vargas, em busca de conselho ou apoio 
eleitoral. E foi da mesma São Borja, assim como de Itu ou Santos Reis, as estâncias da 
família, que Vargas se manteve permanentemente informado, principalmente através da 
correspondência mantida com a filha, Alzira Vargas do Amaral Peixoto, sua melhor e mais 
segura informante. Foi principalmente por intermédio dela que Vargas definiu os passos 
futuros, elaborou pronunciamentos, corrigiu estratégias, disposto sempre a manter um 
progressivo retraimento até conseguir reajustar a situação, e assim manter o controle sobre o 
partido e suas ações. Mesmo que essa progressão pudesse chegar à retirada da atividade 
política e à renúncia do mandato. Era um risco que sabia estar correndo. 
As primeiras peças do tabuleiro de xadrez da sucessão presidencial começaram a ser 
movidas em novembro de 1947, por ocasião das eleições paulistas, e os lances seguintes 
datam do início de 1948, quando o Acordo Interpartidário formalizou a política de união 
nacional do presidente Eurico Gaspar Dutra. Por seu intermédio, Dutra tinha garantida 
folgada maioria para a aprovação das matérias mais relevantes no Congresso, além de 
oferecer a cada um dos dois maiores partidos – PSD e UDN – a esperança de ver resolvida a 
seu favor a questão da sucessão presidencial. Embora o Acordo proporcionasse a Dutra 
condições ímpares de governo, deixou de funcionar exatamente no ponto que o motivara, o da 
sucessão. Por outro lado, o Acordo conseguiu também pôr fim à efêmera aproximação entre 
Dutra e Ademar de Barros, líder do Partido Social Progressista (PSP), o que garantiu a 
aproximação deste com Vargas. 
Ao longo de 1948 e 1949, foram inúmeras as tentativas dos partidos na definição de 
um candidato com potencial para ser eleito. Inúmeras foram as fórmulas tentadas. Segundo 
Maria Celina D’Araujo, além dos nomes de Vargas e de Eduardo Gomes, 21 outros 
candidatos passaram pelo cenário da sucessão presidencial no teatro do Acordo 
Interpartidário, o que se explica tão-somente pela incapacidade dos grandes partidos 
conservadores de encontrar uma solução comum e pela atuação de Ademar de Barros. Estes 
sim teriam sido os elementos fundamentais para o surgimento e a vitória da candidatura 
Vargas. Nesse sentido, Getúlio Vargas se teria apenas limitado a explorar os erros alheios e a 
reconhecer a inevitabilidade e a importância de uma aliança com Ademar. 
 11 
A campanha eleitoral de Getúlio Vargas foi aberta no dia 9 de agosto de 1950, em 
Porto Alegre, e encerrada em 30 de setembro, em São Borja. Foram ao todo 53 dias, gastos 
para percorrer 20 estados brasileiros, além do Distrito Federal, com visitas a todas as capitais 
e mais 54 cidades. Três estados receberam atenção especial: Rio Grande do Sul (21 cidades), 
São Paulo (14) e Minas Gerais (sete). Sua estratégia, nos 80 discursos que pronunciou, foi 
abordar em cada cidade o tema que falava mais de perto à platéia local. Assim, se na 
Amazônia os pontos enfatizados foram nacionalismo e borracha, no Paraná, dedicou-se 
sobretudo ao café e no Mato Grosso, à pecuária. O nacionalismo foi novamente a palavra-
chave na Bahia, ao lado de petróleo, cacau e aproveitamento do rio São Francisco. No Estado 
do Rio, a tônica foi a situação da lavoura canavieira, em Campos, e a siderurgia, em Volta
Redonda, ao passo que no Ceará os problemas da seca concentraram as atenções. 
A empolgante campanha de Getúlio demonstrou o forte apelo popular de seu nome, 
bem como a ampla receptividade das idéias por ele defendidas. Em linhas gerais, as duas 
principais bandeiras levantadas pelo candidato foram a questão nacional e os programas de 
reforma social. A primeira fez-se presente nas referências à criação da CVRD, da Fábrica 
Nacional de Motores e da CSN, destacadas por Vargas como os três marcos na luta pela 
independência econômica do Brasil. A nacionalização das riquezas do subsolo também 
constituiu um ponto central em seu projeto nacionalista. Vale frisar que esse projeto tinha 
limites muito claros, não pretendendo colocar em risco a presença do capital estrangeiro nem 
promover mudanças mais profundas na ordem econômica. Vargas também criticou a política 
econômica seguida pelo governo Dutra, advogando a necessidade de acelerar a 
industrialização. 
Quanto às reformas sociais, elas foram associadas à continuação dos princípios 
renovadores que teriam sido as forças propulsoras da Revolução de 1930. Falando como "pai" 
do trabalhismo e da legislação social, Getúlio defendia a extensão das leis trabalhistas aos 
trabalhadores do campo e deixava claro que isso se daria sem o apelo à luta de classes: por 
intermédio do trabalhismo, a sociedade brasileira conseguiria a harmonia entre as classes, 
devendo o capital e o trabalho se unir para atingir o bem comum. A retórica populista também 
esteve presente quando Vargas se proclamava um candidato mais do que estritamente 
partidário: seu nome teria surgido do anseio de todas as classes, mas, sobretudo, dos mais 
humildes, dos pobres e dos desempregados. 
No dia 3 de outubro de 1950, compareceram às urnas 8.254.989 eleitores. Vargas 
obteve uma vitória maiúscula, quase alcançando a maioria absoluta. Foram 3.849.040 votos 
 12 
(48,7%), com Eduardo Gomes recebendo 2.342.384 votos (29,6%). Cristiano Machado não 
passou de um distante terceiro lugar, com 1.697.193 votos (21,5%). O quarto candidato, João 
Mangabeira, obteve apenas votação simbólica, 9.466 votos. O número de votos anulados foi 
145.473, enquanto 211.433 eleitores votaram em branco. 
A grande votação alcançada por Vargas pode ser explicada não apenas pelos votos 
colhidos junto aos eleitores do PTB e do PSP, mas também porque muitos setores do PSD 
orientaram seus eleitores a apoiá- lo. O processo de esvaziamento eleitoral da candidatura de 
Cristiano Machado ficou conhecido no jargão político como "cristianização". Getúlio recebeu 
ainda os votos de parcela expressiva dos eleitores comunistas, que não atenderam à orientação 
dos dirigentes do PCB para que votassem em branco. Logo após a divulgação dos resultados, 
a UDN, com base numa leitura tendenciosa da Constituição, tentou impugnar a posse dos 
eleitos, alegando que nem Vargas nem Café Filho tinham obtido a maioria absoluta dos votos, 
o que implicaria a realização de novas eleições. A maior parte dos oficiais superiores do 
Exército, contudo, não apoiou essa pretensão e, em 18 de janeiro de 1951, o TSE rejeitou o 
recurso, proclamando Vargas e João Café Filho presidente e vice-presidente da República. 
Em 31 de janeiro, Getúlio Dornelles Vargas recebia a faixa presidencial das mãos de 
Dutra e iniciava seu governo em um ambiente polarizado interna e externamente. Esta 
característica o levou a tentar se beneficiar da antiga mística do “pai dos pobres”, muito 
embora, para contornar desconfianças, tenha montado um ministério que contemplava todas 
as correntes políticas e não por acaso chamado de “ministério da experiência”, que ao longo 
de dois anos e meio poucas alterações sofreu. 
O modelo de desenvolvimento do segundo governo Vargas continuou a se caracterizar 
por desenvolvimento industrial, nacionalismo, dirigismo estatal e aproximação com o capital 
estrangeiro. Baseava-se na concepção de que o desenvolvimento se faria com base na 
articulação do tripé empresa pública–empresa privada nacional–capital internacional. Foi a 
partir da criação de novas agências voltadas para a formulação de políticas econômicas, como 
a Assessoria Econômica e a Comissão de Desenvolvimento Industrial (CDI), que se firmou a 
concepção do Estado ativo na formulação e execução de políticas econômicas, cujo papel não 
podia ficar restrito às injunções externas. Desenvolvimento era a palavra de ordem dos anos 
1950, assim como, nos setores getulistas e de esquerda, o nacionalismo era a linha-mestra. 
A política econômica do novo governo envolveu assim um plano de reaparelhamento 
econômico e um programa industrial com a formulação de várias políticas setoriais. No 
 13 
campo da infra-estrutura foram criados o Fundo Rodoviário Nacional, cujo objetivo era 
aumentar a malha rodoviária do país, e o Plano Nacional do Carvão, visando à produção de 
energia através da modernização dos processos de extração e beneficiamento do minério, 
além da produção de aço. Formulou-se também uma política de aparelhamento de portos e 
ferrovias; criou-se o Fundo Nacional de Eletrificação e a propôs-se a criação da Eletrobrás 
(aprovada em 1961). Os pontos altos foram a criação do Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico (BNDE), que se tornou uma das mais expressivas agências de fomento da história 
do país, e da Petrobrás. Do ponto de vista do desenvolvimento regional, criou-se a 
Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia e o Banco do Nordeste. 
Além disso, foram criadas várias autarquias visando ao desenvolvimento agrícola e à 
colonização do país, 
Na vertente nacionalista, em janeiro de 1952 o governo reformulou a lei de remessa de 
lucros, limitando em 10% o envio dos lucros das companhias estrangeiras para o exterior. 
Mais tarde, Vargas voltaria a insistir nesse ponto e, em novembro de 1953, estabeleceu nova 
lei para lucros extraordinários. Essas leis, de difícil fiscalização e sem muito efeito prático 
sobre o dinheiro enviado para o exterior, eram suficientes para inquietar os setores 
econômicos associados ao capital internacional e dificultar os investimentos estrangeiros. Em 
realidade, Getúlio se movia por um difícil caminho entre autonomia e cooperação 
internacional. O Acordo Militar Brasil-Estados Unidos, de março de 1952, é um exemplo 
disso. Por ele os EUA se comprometiam a fornecer equipamentos, materiais e serviços em 
troca de minerais estratégicos. A fragilidade tecnológica e científica do país era enfrentada 
através da criação, por exemplo, do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) e da 
Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior (Capes). 
No plano financeiro, Vargas e seus ministros da área econômica operaram difícil 
manobra visando a conter a inflação e o déficit no balanço de pagamentos. Criou-se então o 
sistema de licença prévia, pelo qual as divisas para importação só eram liberadas após exame, 
caso a caso, dos pedidos, feitos por dois órgãos do Banco do Brasil: a Carteira de Exportação 
e Importação (Cexim) e a Fiscalização Bancária (Fiban). Esse sistema acabou se constituindo 
em um instrumento de proteção industrial e foi, em síntese, a política praticada por Vargas até 
1952, quando o desequilíbrio no balanço de pagamentos se agravou. Além disso, a inflação 
passara de 11% em 1951 para 21% em 1952. Frente a isso, em janeiro de 1953 o governo, a 
exemplo de outros países, estabeleceu o mercado livre de câmbio, ou lei do câmbio livre, 
criando taxas distintas para certas importações e exportações. Em decorrência, sobreveio a 
 14 
desvalorização do cruzeiro em relação ao dólar e, portanto, o encarecimento das importações 
e a melhoria para as exportações. Mas essa situação durou pouco. 
Em 1953, a política de
conciliação de Vargas começou a apresentar sinais de 
esgotamento: a UDN recusava a qualquer aproximação com o governo e endurecia sua 
oposição, sob o argumento de que Getúlio estimulava a luta de classes e preparava a 
implantação de uma ditadura no país; no meio militar a crise também se aprofundava, em 
torno de questões como o petróleo e a participação brasileira na guerra da Coréia; e na esfera 
econômica, a inflação e o desequilíbrio do balanço de pagamentos cresciam, provocando uma 
elevação do custo de vida e uma desvalorização do salário dos trabalhadores. Para protestar 
contra essas perdas, greves começaram a eclodir, evidenciando o descontentamento da classe 
trabalhadora com a política salarial do governo. 
Em junho, Vargas promoveu profunda reforma ministerial, considerada por alguns 
como uma guinada do governo para a esquerda, o que não corresponde à realidade. A maioria 
dos novos ministros estava longe de expressar uma opção de radicalização política. Na 
verdade, mantendo uma postura conciliatória, Vargas buscou atrair setores conservadores a 
fim de neutralizar as investidas oposicionistas da UDN. A reforma começou em 15 de junho, 
com a nomeação de João (Jango) Goulart, para o Ministério do Trabalho, Indústria e 
Comércio, o que acabou se tornando o grande ponto polêmico. Líder do PTB, amigo de 
Vargas e um de seus elementos de confiança nos meios sindicais, Jango, nos meses anteriores, 
já vinha desempenhando destacado papel como negociador nos conflitos internos do seu 
partido. Sua atuação se fizera notar na intermediação e aproximação do PTB com os 
principais sindicatos do país, visando a neutralizar o crescente afastamento das lideranças 
sindicais do governo e criar novos canais para uma aproximação maior com a classe operária 
– em especial uma nova militância política que emergia ligada aos comunistas. A indicação 
de Goulart despertou fortes resistências desde os primeiros momentos. Grupos conservadores, 
inclusive os principais jornais, o atacaram por seus laços com o operariado, acusando-o de 
nutrir simpatia e pelo peronismo argentino e de pretender implantar uma república sindicalista 
no Brasil. 
De modo geral, as mudanças ministeriais evidenciaram a nova estratégia do governo: 
no plano econômico, foi dada ênfase ao combate à inflação, com o programa de estabilização 
elaborado por Osvaldo Aranha, enquanto no plano político buscou-se a aproximação com a 
classe trabalhadora, através de Goulart, que passou a implementar uma política de 
liberalização das relações entre os sindicatos e o ministério e procurou criar uma nova rede de 
 15 
lideranças sindicais mais afinadas com sua orientação: se, de um lado, procurava se aproximar 
das lideranças sindicais de esquerda e atender a muitas de suas reivindicações, também 
exercia sua autoridade para adotar medidas necessárias à repressão e desmobilização do 
movimento grevista, como aconteceu quando foi tentada uma segunda greve dos marítimos. 
Mas, a despeito de todo empenho de Goulart e de suas incessantes negociações com as 
diversas categorias profissionais, a questão salarial ainda suscitaria grandes preocupações em 
1954. 
Por seu lado, Osvaldo Aranha, ao assumir o Ministério da Fazenda, teve como meta a 
aplicação de medidas antiinflacionárias e o controle do déficit público. Mais do que isso, em 
outubro, ao anunciar o Plano Aranha, o ministro propôs a subordinação do Banco do Brasil ao 
Ministério da Fazenda a fim de evitar conflitos como os que haviam ocorrido entre seu 
antecessor, Horácio Lafer, e Ricardo Jafet, que haviam dificultado a estabilização fiscal. Esse 
foi o ponto de partida para a idealização da Instrução 70 da Superintendência da Moeda e do 
Crédito (Sumoc), que extinguiu o câmbio subvencionado e inaugurou o sistema de taxas 
múltiplas, funcionando como incentivo substancial ao processo conhecido como substituição 
de importações. Tais medidas não impediram, contudo, que a situação financeira do país 
continuasse instável. De qualquer modo, as mudanças na política de câmbio acabaram se 
tornando fator crucial para a promoção do desenvolvimento industrial dentro do processo de 
substituição de importações. Floresceram também os debates e as controvérsias sobre o papel 
do Estado na economia, o planejamento e o protecionismo. De toda forma, nos anos seguintes 
o modelo Vargas foi predominante. Lançou as bases para o desenvolvimentismo de Juscelino 
Kubitschek e inspirou os governos militares até as crises do petróleo dos anos 1970 e 1980. 
A crise de confiança pela qual passou o governo foi um processo que se arrastou por 
praticamente todo o período, já que desde o início Getúlio Vargas enfrentou acirrada oposição 
por parte da UDN, em especial do jornalista Carlos Lacerda, proprietário do jornal carioca 
Tribuna da Imprensa. O cenário político que Getúlio Vargas encontrara ao assumir em 1951 
era bem mais difícil do que o enfrentado por ele na década de 1930. Diferentemente de então, 
em 1951 Vargas fora levado ao Palácio do Catete por uma das maiores votações jamais dadas 
a um candidato a presidente da República. Mas governava em um sistema político aberto, sem 
o apoio da maioria no Congresso. A política trabalhista e o desenvolvimento econômico de 
cunho nacionalista que tentou implantar nesse segundo governo encontraram forte oposição 
no Parlamento e nas Forças Armadas. E, apesar dos esforços despendidos por Vargas no 
 16 
sentido de atrair seus opositores para o governo, em meados de 1952 já estava claro que a 
UDN, principal partido de oposição, não abdicaria de sua posição antigetulista. 
Esse quadro se agravou com as tensões sociais provocadas pelo aumento da inflação e 
do custo de vida, que atingiu particularmente as classes médias e o operariado. A legitimidade 
do mandato conferida pelas urnas era, sem dúvida, um dos fatores que constrangia boa parcela 
da oposição a procurar meios legais para antecipar o fim de seus quatro anos de mandato. Um 
deles era a possibilidade de o Congresso aprovar o impeachment de Vargas; outro, a pressão 
para que ele renunciasse como forma de "pacificar" a nação. A primeira tentativa de 
impeachment se deu no âmbito da CPI da Última Hora, em 1953, quando Vargas foi acusado 
de favorecer Samuel Wainer na obtenção de financiamentos junto ao Banco do Brasil. 
No ano seguinte, 1954, a oposição disporia de um vasto arsenal de denúncias para 
tentar afastá- lo do governo. Já em janeiro, cresceu a pressão dos trabalhadores pelo reajuste 
do salário mínimo, devido ao aumento constante do custo de vida. Mas manter o salário em 
níveis não inflacionários era condição indispensável para o êxito da política de estabilização 
que vinha sendo desenvolvida pelo ministro Osvaldo Aranha, apesar da crescente mobilização 
sindical. Numa conjuntura em que as dificuldades econômicas aumentavam e as forças 
oposicionistas ganhavam cada vez mais espaço, tornava-se fundamental garantir o apoio da 
classe trabalhadora ao governo. O ministro João Goulart propôs a duplicação do salário 
mínimo, mesmo sabendo de antemão que encontraria fortes resistências. 
As primeiras críticas vieram do próprio governo, através de Aranha, que considerou a 
iniciativa um verdadeiro descalabro para as finanças públicas. A UDN e demais setores 
oposicionistas consideraram o projeto um instrumento voltado para estimular a luta de classes 
no país e, conseqüentemente, desencadearam uma forte campanha pela saída de Goulart do 
ministério. A resposta não demorou a chegar. Em fevereiro, foi divulgado o Manifesto dos 
Coronéis, contrário à proposta de aumento do ministério do Trabalho para o aumento do 
salário mínimo. 
A repercussão do memorial nos meios políticos e militares levou Vargas a recuar 
temporariamente
em sua política de aproximação com as classes trabalhadoras. De imediato, 
substituiu Goulart e o ministro da Guerra, genral Ciro do Espírito Santo Cardoso, ambos 
identificados com a política nacionalista do governo e envolvidos diretamente na questão do 
aumento salarial. Isso não o impediu, contudo de anunciar, em 1o de maio, durante inflamado 
discurso, o novo salário mínimo, nos termos propostos por Goulart, provocando, além do 
 17 
sucesso popular, forte reação do empresariado e dos meios políticos, aumentando o seu 
isolamento político. A demissão dos ministros, por outro lado, não conseguiu amenizar as 
críticas da oposição: pouco depois, em março, a imprensa denunciava a existência de um 
acordo secreto entre os presidentes Vargas e Perón para a formação do bloco ABC 
(Argentina, Brasil e Chile) com o objetivo de reduzir a influência dos Estados Unidos na 
região. Gradativamente, a crise política foi apertando o ponto, e a perspectiva de golpe de 
Estado contra Vargas foi conquistando maior espaço no debate político. 
Em maio se acendeu a luz amarela para o governo: a tensão começou pelo aumento de 
100% do salário mínimo e pela elevação da contribuição dos empregadores para a previdência 
social, passou pelo assassinato do jornalista Nestor Moreira, de A Noite, nas dependências do 
2º Distrito Policial no Rio de Janeiro, e culminou, no mês seguinte, em novo pedido de 
impeachment feito ao Congresso. A moção foi derrotada por 136 votos contra 35, sinalizando 
para certos setores da oposição que talvez essa não fosse a via mais adequada para forçar o 
encurtamento do mandato do presidente eleito. Daí para o fortalecimento da conspiração com 
vistas à derrubada do governo foi um pequeno passo, o que veio a requerer a mobilização de 
um forte aparato de defesa e de segurança para a guarda e a proteção dos atores políticos mais 
expostos. Vargas tinha uma guarda pessoal de confiança, chefiada por Gregório Fortunato, 
que funcionava paralelamente ao esquema oficial de segurança a cargo dos Gabinetes Civil e 
Militar. Do outro lado, Carlos Lacerda, que da Tribuna da Imprensa comandava uma luta 
encarniçada contra o governo, e vinha contando em seus comícios eleitorais com a proteção 
de oficiais da Aeronáutica, que se revezavam na função de guarda-costas do polêmico 
jornalista. 
O atentado cont ra Lacerda no início de agosto de 1954, no qual foi morto o major-
aviador Rubem Florentino Vaz, detonou a crise final do governo, pelo envolvimento da 
guarda pessoal de Vargas no episódio. Para a investigação do que ficou conhecido como 
Atentado da Toneleros, foi instaurado um inquérito policial-militar, pelo Ministério da 
Aeronáutica. Enquanto isso, lideradas por Lacerda, as pressões pela renúncia do presidente 
tomavam proporções compatíveis com a atitude acuada do governo, por um lado, e com a 
rápida articulação da oposição, por outro, envolvendo até mesmo o vice-presidente Café Filho 
e o ministro da Guerra, Zenóbio da Costa. Ao primeiro, foi garantido o indispensável apoio 
político para assumir o cargo vacante; ao segundo, foi prometida a permanência na pasta. 
Na noite que antecedeu ao trágico final, com pouco espaço de manobra, Vargas 
convocou seu ministério para avaliar a real situação. Ouvidos os seus colaboradores, aceitou 
 18 
licenciar-se até que o IPM estivesse concluído, desde que os chefes militares garantissem a 
manutenção da ordem pública. Naquela madrugada do dia 23 para 24 de agosto, o país tomou 
conhecimento da decisão do presidente. Poucas horas separaram esse comunicado da notícia 
que presidente da República recebeu, de que os generais recusavam aceitar sua licença como 
solução: renunciava ou seria deposto. O cerco se fechou, e mais uma vez Vargas se recusou a 
renunciar. 
Às 8:30 do dia 24 de agosto, Getúlio Vargas, presidente do Brasil por 19 anos, foi 
encontrado em seu quarto, com um tiro no coração. Cumprira com o que teria prometido 
durante a crise: “Se me quiserem depor, só encontrarão o meu cadáver”. 
Segundo o relato de familiares e colaboradores, ao lado do corpo de Vargas foi 
encontrada a cópia de uma carta com sua assinatura, dirigida ao povo brasileiro. Nessa carta 
ficavam explícitas as razões que o tinham levado ao gesto extremo do suicídio e eram 
indicados os responsáveis pelo desfecho trágico. 
 
 
 1 
ANEXO II 
 
Publicações de pesquisadores do CPDOC relacionadas ao acervo 
- Livros e capítulos de livros – 
 
A REVOLUÇÃO de 1930 e seus antecedentes [catálago]./ Organização de Ana Maria de 
Lima Brandão; Pesquisa e texto de Célia Maria Leite Costa e Mônica Medrado da Costa; 
Pesquisa Iconográfica Clóvis Molinari Junior e Letícia Pinheiro. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 1980. 216p. il. 
A REVOLUÇÃO de 1930: textos de documentos / Organização de Manoel Luis de Lima 
Salgado Guimarães... [et al]. Brasília: Ed. Unive rsidade de Brasília, 1982. 2v. il. (Temas 
Brasileiros, 14) 
A REVOLUÇÃO de 30 [catálogo]/ [Organização Núcleo de Fotografia da FUNARTE e 
CPDOC]. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1980. 1 pasta (56 p. soltas). il. (Mostra de fotografia, 8) 
ABREU, Alzira Alves de. El nacionalismo de Vargas ayer y hoy. In: LA ERA de Vargas: 
estudio introductorio, selección y notas de Maria Celina D'Araujo. México, D.F.: Fondo de 
Cultura Economica, 1998. p.159-178. 
ARAÚJO, Rosa Maria Barbosa de. O batismo do trabalho : a experiência de Lindolfo Collor. 
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981. 193p. il. 
AS INSTITUIÇÕES brasileiras da Era Vargas. / Organizadora Maria Celina D'Araujo. Rio de 
Janeiro: Ed. UERJ: Ed. Fundação Getulio Vargas, 1999. 212p. 
BOMENY, Helena. Três decretos e um ministério: a propósito da educação no Estado Novo. 
In: REPENSANDO o Estado Novo / Dulce Pandolfi (Organizadora). Rio de Janeiro: Ed. 
Fundação Getulio Vargas, 1999. p.135-166. 
BRANDI, Paulo. Vargas da vida para a história / Colab. Mauro Malin e Plínio de Abreu 
Ramos. 2. ed. rev. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. 324p. il. 
 2 
CAMARGO, Aspásia. A revolução das elites: conflitos regionais e centralização política. In: 
A REVOLUÇÃO de 30: seminário internacional. Brasília (DF): Ed. Universidade de Brasília, 
c1982. p.7-46. 
CAMARGO, Aspásia. Carisma e personalidade política: Vargas, da conciliação ao 
maquiavelismo. In: ESTADO, participação política e democracia / Organização Ricardo 
Soares. São Paulo: ANPOCS; Brasília: CNPq, 1985. p.308-40. 
D’ARAUJO, Maria Celina. A Era Vargas: dos anos 1930 aos anos 1950. In: BIBLIOTECA 
NACIONAL(Brasil). Brasiliana da Biblioteca Nacional-guia de fontes sobre o Brasil 
/Organização Paulo Roberto Pereira. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional; Nova 
Fronteira, 2001. il..p.313-328. 
D`ARAUJO, Maria Celina. Nos braços do povo: a segunda presidência de Getúlio Vargas. In: 
AS INSTITUIÇÕES brasileiras da Era Vargas/ Organização Maria Celina D`Araujo. Rio de 
Janeiro, Ed. UERJ; Ed. Fundação Getulio Vargas, 1999. p. 97-118. 
D'ARAUJO, Maria Celina. A Era Vargas. 2.ed.reform. São Paulo: Moderna,2004.il (Coleção 
polêmica) – Primeira edição 1997. 
D'ARAUJO, Maria Celina. A Era Vargas: dos anos 30 aos anos 50. In: BIBLIOTECA 
NACIONAL (Brasil) 500 anos de Brasil na Biblioteca Nacional / Organização Paulo 
Roberto Pereira. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2000. p.74-75. 
D'ARAUJO, Maria Celina. A volta de Vargas ao poder e a polarização das forças políticas e 
sociais. In: GETÚLIO Vargas e a economia contemporânea / Organização Tamás 
Szmrecsányi e Rui G. Granziera. Campinas (SP) : Ed. UNICAMP, 1986. p.117-29. 
D'ARAUJO, Maria Celina. En los brazos del pueblo: la segunda presidencia de Getúlio 
Vargas. In: LA ERA de Vargas: estudio introductório, selección y notas de Maria Celina 
D'Araujo. México, D.F.:
Fondo de Cultura Económica, 1998. p.134-158. 
D'ARAUJO, Maria Celina. Getúlio Vargas, conservadorismo e modernização. In: DA vida 
para a história: reflexões sobre a era Vargas/Organizadores Gunter Axt...[et al]. Porto Alegre: 
Procuradoria Geral de Justiça, Memorial do Ministério Público, 2005. p.147-165 
 3 
D'ARAÚJO, Maria Celina. Getulio Vargas: cartas-testamento como testemunhos do poder. 
In: ESCRITA de si, escrita da história/ Organizadora Ângela de Castro Gomes. Rio de 
Janeiro: Ed. Fundação Getulio Vargas, 2004. p.295-307 
D'ARAUJO, Maria Celina. Le Brésil entre l'Europe et les Etats-Unis: l'example du journal de 
Vargas. In: LE BRESIL et le monde: pour une historie des relations internationales des 
puissances émergentes / Denis Rolland avec José Flávio Sombra Saraiva et Amado Luiz 
Cervo, coordinateurs. Paris: L'Harmattan, c1998. p.59-103. (Collection Recherches 
Amériques Latines, série Brésil). 
D'ARAUJO, Maria Celina. O Estado Novo. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2000. 72p. il. 
(Descobrindo o Brasil) 
D'ARAUJO, Maria Celina. O segundo governo Vargas 1951-1954: democracia, partidos e 
crise política. 2. ed. São Paulo: Ática, 1992. 206p. (Série Fundamentos; 90) 
D'ARAUJO, Maria Celina. Travessia. In: GETÚLIO: presidente do Brasil[catálago]./ 
Curadoria Geral de Luis Alberto Garcia de Zúñiga do Museu da República e de Mônica de 
Almeida Kornis do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do 
Brasil. Rio de Janeiro : Museu da República , 2004. p.[6-7]. Il 
ESTADO Novo: a construção de uma imagem [catálogo] / Curadoria e Coordenação Geral 
Aline Lopes de Lacerda e Mônica Almeida Kornis; Textos Adelina Novaes e Cruz... [et al]. 
Rio de Janeiro: CPDOC, 1997. 31f. il. 
FERREIRA, Marieta de Moraes. Getúlio Vargas - Uma memória em disputa. In: ENTRE 
historias y memorias: los desafíos metodológicos del legado reciente de América Latina 
/Maria Rosaria Stabili (Coordenadora). Madrid : Asociación de Historiadores 
Latinoamericanistas Europeos, 2007. p. 21-36 
FERREIRA, Marieta de Moraes. Getúlio Vargas e as comemorações. In: DA vida para a 
história: reflexões sobre a era Vargas/Organizadores Gunter Axt...[et al]. Porto 
Alegre:Procuradoria Geral da Justiça, Memorial do Ministério Público,2005.p.231-234. 
GETÚLIO Vargas, 1983: exposição de fotografias [catálogo]/ Organização Centro de 
Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Rio de Janeiro: Ed. 
Fundação Getulio Vargas, 1983. 125p. il. 
 4 
GETÚLIO Vargas: diário / Apresentação de Celina do Amaral Peixoto; Edição de Leda 
Soares [Pesquisadoras: Maria Celina D'Araujo, Regina da Luz Moreira e Ângela de Castro 
Gomes]. São Paulo: Siciliano ; Rio de Janeiro: Ed. Fundação Getulio Vargas, 1995. 2v. il. 
GETÚLIO: presidente do Brasil [catálago]/Curadoria Geral de Luis Alberto Garcia de Zúñiga 
do Museu da República e de Mônica Almeida Kornis do Centro de Pesquisa e Documentação 
de História Contemporânea do Brasil. Rio de Janeiro: Museu da República, 2004. [16]p. il. 
GOMES, Ângela de Castro. Economia e trabalho no Brasil republicano. In: a REPÚBLICA 
no BRASIL/Ângela de Castro Gomes, Dulce Pandolfi, Verena Alberti(Coordenação); 
Américo Freire...[et al]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira ; CPDOC, 2002. p.216-259 
GOMES, Ângela de Castro. Empresariado e legislação social da década de 30. In: A 
REVOLUÇÃO de 30 : seminário internacional. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1983. 
p.271-98. 
GOMES, Ângela de Castro. História e historiadores: a política cultural do Estado Novo. Rio 
de Janeiro: Ed. Fundação Getulio Vargas, 1996. 220p. 
GOMES, Ângela de Castro. O Estado Novo e os intelectuais da educação brasileira. In: 
MEMÓRIA Intelectual da Educação Brasileira / Marcos Cezar de Freitas (Organizador). 
Bragança Paulista, (SP): Ed. Universidade de São Francisco, 1999. p.9-14. 
GOMES, Ângela de Castro. Trabalho, previdência e sindicalismo: Vargas e os trabalhadores 
do Brasil. In: REPENSANDO o Estado Novo / Dulce Pandolfi (Organizadora). Rio de 
Janeiro: Ed. Fundação Getulio Vargas, 1999. p.51-72. 
GOMES, Ângela de Castro. Vargas y los trabajadores de Brasil. In: LA ERA de Vargas: 
estudio introductorio, selección y notas de Maria Celina D'Araujo. México (DF), Fondo de 
Cultura Económica, 1998. p.93-117. 
GOMES, Ângela de Castro; LOBO, Lúcia; COELHO, Rodrigo Belingrodt Marques. 
Revolução e restauração: a experiência paulista no período da constitucionalização. In: 
REGIONALISMO e centralização política: partidos e constituinte nos anos 30 / Coordenação 
Ângela de Castro Gomes... [et al]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. p.237-337. 
IMPASSE na democracia brasileira, 1951-1955; coletânea de documentos / Org. Adelina 
Novaes e Cruz... [et al.]. Rio de Janeiro: Ed. Fundação Getulio Vargas, 1983. 477p. il. 
 5 
LAMARÃO, Sérgio. A campanha do Petróleo e a criação da Petrobrás. In: GETÚLIO Vargas 
e seu tempo/Organizadores Raul Mendes Silva, Paulo Brandi Cachapuz, Sérgio Lamarão. Rio 
de Janeiro: BNDES ,2004.p.281-288 
LAMARÃO, Sérgio. A campanha eleitoral de 1950: Vargas volta ao poder. In: GETÚLIO 
Vargas e seu tempo/Organizadores Raul Mendes Silva, Paulo Brandi Cachapuz, Sérgio 
Lamarão.Rio de Janeiro: BNDES, 2004.p.211-218 
MOURA, Gerson. A Revolução de 1930 e a política externa brasileira: ruptura ou 
continuidade. In: A REVOLUÇÃO de 30: seminário internacional. Brasília (DF), Ed. 
Universidade de Brasília, c 1982. p. 573-96. 
O GOLPE silencioso: as origens da República corporativa. / Coord. Aspásia Camargo... [et 
al.]. Rio de Janeiro: Rio Fundo Ed., 1989. 279p. 
OLIVEIRA, Lúcia Lippi. As idéias fora do tempo. In: SIMPÓSIO SOBRE A REVOLUÇÃO 
DE 30 (1980: Porto Alegre, RS). Anais... Porto Alegre, (RS): ERUS, 1983. p.425-64 
OLIVEIRA, Lúcia Lippi. As raízes da ordem: os intelectuais, a cultura e o Estado. In: 
REVOLUÇÃO DE 30: seminário internacional. Brasília (DF): Ed. Universidade de Brasília, 
c1982. p.505-526. 
OLIVEIRA, Lúcia Lippi. De líder a herói. In: GETÚLIO: presidente do Brasil 
[catálago]./Curadoria geral de Luis Alberto Garcia de Zúñiga do Museu da República e de 
Mônica de Almeida Kornis do Centro de Pesquisa de Documentação de História 
Contemporânea do Brasil. Rio de Janeiro: Museu da República, 2004. p.[10-11] 
OLIVEIRA, Lúcia Lippi. Estado Novo: tradição e modernidade. In: DA vida para a história: 
reflexões sobre a era Vargas/Organizadores Gunter Axt...[et al]. Porto Alegre: Procuradoria-
Geral da Justiça, Memorial do Ministério Público, 2005. p.97-104 
OLIVEIRA, Lúcia Lippi. O intelectual do DIP: Lourival Fontes e o Estado Novo. In: 
CONSTELAÇÃO Capanema: intelectuais e políticas/ Helena Bomeny (Org.). Rio de Janeiro: 
Ed. Fundação Getulio Vargas ; Bragança Paulista(SP): Ed. Universidade de São Francisco, 
2001. p. 37-58. 
 6 
OLIVEIRA, Lúcia Lippi. Vargas, los intelectuales y las raíces del orden. In: LA ERA de 
Vargas: estudio introductorio, seleción y notas de Maria Celina D'Araújo. México, DF: Fondo 
de Cultura Económica, 1998. p.118-133. 
OLIVEIRA, Lúcia Lippi; GOMES, Eduardo Rodrigues; WHATELY, Celina. Elite 
intelectual e debate político nos anos 30: uma bibliografia comentada da revolução de 1930. 
Rio de Janeiro: Ed. Fundação Getulio Vargas; Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1980. 
344p. 
OLIVEIRA, Lúcia Lippi; VELLOSO, Mônica; GOMES, Ângela de Castro. Estado Novo: 
ideologia e poder. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. 166p. (Política e sociedade) 
PANDOLFI, Dulce Chaves. A Aliança Nacional Libertadora e a revolta Comunista de 1935. 
In: GETÚLIO Vargas e seu tempo/Organizadores Raul Mendes Silva, Paulo Brandi 
Cachapuz, Sérgio Lamarão. Rio de Janeiro: BNDES, 2004.p.175-182 
PANDOLFI, Dulce Chaves. O golpe do Estado Novo (1937). In: GETÚLIO Vargas e seu 
tempo/Organizadores

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais