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1 CIÊNCIA DOS MATERIAIS Prof. Hairton hairtonsousa@hotmail.com DISCORDÂNCIAS DISCORDÂNCIAS INTRODUÇÃO A deformação plástica é permanente e a resistência mecânica e a dureza são medidas da resistência de um material à esta deformação. Numa escala microscópica, deformação plástica corresponde ao movimento líquido de grandes números de átomos em resposta a uma tensão aplicada. Durante este processo, ligações atômicas devem ser rompidas e depois reformadas. Em sólidos cristalinos, deformação plástica muitas vezes envolve o movimento de discordâncias (defeitos crista- linos lineares). DISCORDÂNCIAS CONCEITOS BASICOS Discordância de aresta => existe localizada distorção da rede ao longo da extremidade de um meio plano extra de átomos, que também define a linha de discordância. Discordância espiral => resulta a partir de uma distorção cisalhante. Deformação plástica corresponde ao movimento de um grande número de discordâncias. Um discordância de aresta se move em resposta a uma tensão cisalhante aplicada numa direção perpendicular à sua linha. Ver Figura. DISCORDÂNCIAS CONCEITOS BASICOS Rearranjos atômicos que acompanham o movimento de uma discordância aresta à medida que ela se move em resposta à aplicação de uma tensão de cisalhamento. (a) O semiplano de átomos adicionais é chamado de A. DISCORDÂNCIAS CONCEITOS BASICOS (b) A discordância se move uma distância atômica para a direita à medida que A se liga à porção inferior do plano B. No processo, a porção superior de B se torna o semiplano adicional. DISCORDÂNCIAS CONCEITOS BASICOS (c) Forma-se um degrau sobre a superfície do cristal à medida que deixa o semiplano adicional. DISCORDÂNCIAS CONCEITOS BASICOS O processo pelo qual deformação é produzida por movimento de discordância é denominado escorrega- mento ("slip"); O plano ao longo do qual a linha de discordância per- corre é o plano de escorregamento. Deformação plástica macroscópica simplesmente corresponde à deformação permanente que resulta a partir do movimento de discordâncias, ou escorregamen- to, em resposta a uma aplicada tensão cisalhante, como representada na Figura a seguir. DISCORDÂNCIAS CONCEITOS BASICOS A formação de um degrau na superfície de um cristal pelo movimento de: (a) uma discordância de aresta; (b) uma discordância espi- ral. DISCORDÂNCIAS CONCEITOS BASICOS Note-se que: • para uma discordância de aresta, a linha de discor- dância se move na direção da tensão cisalhante apli- cada Ƭ; • para uma discordância em espiral, o movimento da linha de discordância é perpendicular à direção da tensão. DISCORDÂNCIAS CONCEITOS BASICOS O movimento de discordância é análogo ao modo de locomoção empregado por uma lagarta. Representação da analogia entre os movimentos da larga e da discordância. DISCORDÂNCIAS CARACTERISTICAS DAS DISCORDÂNCIAS Várias características de discordâncias são importantes no que se refere às propriedades mecânicas de metais. Estas incluem campos de deformação que existem ao redor de discordâncias, que são influentes na determinação da mobilidade das discordâncias, bem como sua capacidade de se multiplicar. DISCORDÂNCIAS CARACTERISTICAS DAS DISCORDÂNCIAS Existe alguma distorção da rede atômica ao redor da linha de discordância por causa da presença de um meio-plano extra de átomos. Como consequência, existem regiões onde as deformações da rede cristalina compressivas, trativas e cisalhantes são impostas sobre os átomos vizinhos. DISCORDÂNCIAS CARACTERISTICAS DAS DISCORDÂNCIAS Regiões de compressão (verde) e de tração (amarelo) localizadas ao redor de uma discordância de aresta. DISCORDÂNCIAS CARACTERISTICAS DAS DISCORDÂNCIAS Duas discordâncias de aresta de mesmo sinal e situando- se no mesmo plano de escorregamento exercem uma força repulsiva entre si; C e T denotam regiões de compressão e tração, respectivamente. DISCORDÂNCIAS CARACTERISTICAS DAS DISCORDÂNCIAS Discordâncias de aresta de sinais opostos e situando-se no mesmo plano de escorregamento exercem uma força de atração entre si. Ao se encontrarem, elas se anulam mutuamente e deixam uma região de cristal perfeito. DISCORDÂNCIAS CARACTERISTICAS DAS DISCORDÂNCIAS Durante deformação plástica, o número de discordâncias aumenta dramaticamente. A densidade de discordâncias num metal que foi al- tamente deformado pode ser tão alto quanto 1016 mm-2. Contornos de grão, bem como defeitos internos e irregularidades de superfície tais como arranhões e pequenos entalhes, que agem como concentrações de tensão, podem servir como sítios de formação de discordâncias durante a deformação. Sob algumas circunstâncias, discordâncias existentes pode também se multiplicar. DISCORDÂNCIAS SISTEMAS DE ESCORREGAMENTO Discordâncias não se movem com o mesmo grau de facilidade em todos os planos cristalográficos de átomos e em todas as direções cristalográficas. Existe um plano preferido (PLANO DE ESCORREGA- MENTO) e naquele plano existem direções específicas (DIREÇÃO DE ESCORREGAMENTO) ao longo das quais o movimento de discordâncias ocorrem. Esta combinação de plano de escorregamento e direção de escorregamento é denominada o SISTEMA DE ES- CORREGAMENTO. DISCORDÂNCIAS SISTEMAS DE ESCORREGAMENTO Para uma particular estrutura cristalina, o plano de escorregamento é aquele plano tendo o mais denso empilhamento atômico, isto é, tem a mais alta densidade planar. A direção de escorregamento corresponde à direção, neste plano, que é a mais estreitamente compactada com átomos, isto é, tem a mais alta densidade linear. DISCORDÂNCIAS SISTEMAS DE ESCORREGAMENTO (a) Um sistema de escorregamento {111}<110> mostrado dentro de uma célula unitária CFC. (b) O plano {111} de (a) e três direções de escorregamento <110> (como indicado por setas dentro daquele plano compreende possíveis sistemas de escorregamento. DISCORDÂNCIAS SISTEMAS DE ESCORREGAMENTO • {111}<110> representam a combinação “plano de escor- regamento e direção de escorregamento” ou o sistema de escorregamento para CFC. DISCORDÂNCIAS SISTEMAS DE ESCORREGAMENTO • Um dado plano de escorregamento pode conter mais do que uma única direção de escorregamento. • Assim podem existir vários sistemas de escorregamento para uma particular estrutura cristalina. DISCORDÂNCIAS SISTEMAS DE ESCORREGAMENTO • Para estrutura CFC existem 12 sistemas de escorregamento; 4 únicos planos {111} e , dentro de cada plano, 3 independentes direções <110>. DISCORDÂNCIAS SISTEMAS DE ESCORREGAMENTO Sistemas de Escorregamento para Metais Cúbico de Face Centrada, Cúbico de Corpo Centrado e Hexagonal Compacta. DISCORDÂNCIAS SISTEMAS DE ESCORREGAMENTO OBS: Metais com estruturas cristalinas CFC ou CCC têmrelativamente grande número de sistemas de escorre- gamento (pelo menos 12). DISCORDÂNCIAS SISTEMAS DE ESCORREGAMENTO OBS: Estes metais são bastante dúcteis porque deformação plástica extensiva é normalmente possível ao longo de vários sistemas. DISCORDÂNCIAS SISTEMAS DE ESCORREGAMENTO OBS: Ao contrário, metais HC tendo uns poucos sistemas de escorregamento ativos são normalmente bastante frágeis. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS O DESAFIO: Engenheiros metalúrgico e de materiais são às vezes solicitados a projetar ligas tendo altas resistências juntamente com alguma ductilidade e tenacidade; A ductilidade é sacrificada quando uma liga é fortalecida. Importante para entender os mecanismos de fortalecimento é a relação entre o movimento de discordância e o comportamento mecânico de metais. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS Uma vez que deformação plástica macroscópica corresponde ao movimento de grandes números de discordâncias... ... A capacidade de um material de se deformar plasticamente depende da capacidade das discordâncias se moverem. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS Uma vez que dureza e resistência mecânica (tanto a tensão limite de escoamento quanto o limite de resistência à tração) estão relacionadas à facilidade com a qual a deformação plástica pode ocorrer... ...Por redução da mobilidade de discordâncias, a resistência mecânica pode ser melhorada, isto é, maiores forças mecânicas serão requeridas para iniciar a deformação plástica. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS Em contraste, quanto mais facilitado estiver o movimento das discordâncias, maior será a facilidade com a qual um metal pode se deformar e mais macio ele se torna. Todas as técnicas de fortalecimento repousam sobre este princípio simples: “restrição do movimento de discordância torna a um material mais duro e mais forte.” MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS FORTALECIMENTO POR REDUÇÃO DO TAMANHO DE GRÃO: O tamanho dos grãos, ou diâmetro médio de grão, num metal policristalino influencia as propriedades mecânicas. Grãos adjacentes normalmente têm diferentes orienta- ções cristalográficas e, naturalmente, um contorno de grão comum, como indicado na Figura a seguir. Durante a deformação plástica, o movimento de escor- regamento das discordância deve ocorrer através deste contorno comum, digamos a partir do grão A para o grão B (ver Figura). MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS FORTALECIMENTO POR REDUÇÃO DO TAMANHO DE GRÃO: • O movimento de uma dis- cordância quando ela encon- tra um contorno de grão. • Este age como uma barrei- ra ao escorregamento conti- nuado. • Planos de escorregamento são descontínuos e mudam de direção através do contorno. FORTALECIMENTO POR REDUÇÃO DO TAMANHO DE GRÃO: O contorno de grão age como uma barreira ao movimento da discordância por 2 razões: (1) Uma vez que 2 grãos são de diferentes orientações, uma discordância passando através do grão B terá que mudar sua direção de movimento; Isto se torna mais difícil quando a desorientação cristalográfica aumenta. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS FORTALECIMENTO POR REDUÇÃO DO TAMANHO DE GRÃO: O contorno de grão age como uma barreira ao movimento da discordância por 2 razões: (2) A desordem atômica dentro de uma região de contorno de grão resulta numa descontinuidade de planos de escorregamento a partir de um grão para o outro. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS FORTALECIMENTO POR REDUÇÃO DO TAMANHO DE GRÃO: Um material finamente granulado (um que tem grãos pequenos) é mais duro e mais forte do que um que seja grosseiramente granulado, já que o primeiro tem uma maior área total de contorno de grão para impedir o movimento da discordância. O tamanho de grão pode ser regulado pela taxa de solidificação a partir da fase líquida e também por deformação plástica seguida por um apropriado tratamento térmico MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS FORTALECIMENTO POR REDUÇÃO DO TAMANHO DE GRÃO: • A influência do tamanho de grão sobre tensão limite de escoamento de uma liga de latão de 70Cu-30Zn. • Note-se que o diâmetro do grão aumenta da direi-ta para a esquerda e não é linear. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS ENDURECIMENTO POR SOLUÇÃO SÓLIDA Uma outra técnica para fortalecer e endurecer metais é a formação de liga com átomos de impurezas que entram em soluções sólidas quer substitucionais quer intersticiais. Isto é denominado endurecimento por solução sólida. Metais de alta pureza são quase sempre mais macios e fracos do que ligas compostas do mesmo metal base. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS Variação com a concentração de zinco: (a) do limite de resistência à tração, (b)dureza. ENDURECIMENTO POR SOLUÇÃO SÓLIDA Aumento da concentração da impureza => aumento do limite de resistência à tração e da dureza para zinco em cobre; ENDURECIMENTO POR SOLUÇÃO SÓLIDA • A ductilidade diminui com o aumento da concentração de zinco. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS Variação com a concentração de zinco: (c) dutilidade (%EL) para ligas cobre-zinco, mostrando fortalecimento. ENDURECIMENTO POR SOLUÇÃO SÓLIDA Ligas são mais fortes do que metais puros porque átomos de impurezas que vão para a solução sólida impõe deformações na rede dos átomos visinhos hospedeiros. O resultado disto são interações de campos de deformação da rede cristalina entre discordâncias e os átomos impurezas => o movimento da discordância é restringido. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS ENDURECIMENTO POR SOLUÇÃO SÓLIDA Impureza < Átomo hospedeiro => Deformações trativas. Impureza > Átomo hospedeiro => Deformações compressivas. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS ENDURECIMENTO POR SOLUÇÃO SÓLIDA (b) Localizações possíveis de um átomo de impureza menor em relação a uma discordância de aresta tal que existe cancelamento parcial de deformações de rede impureza-discordância. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS (a) Representação de de- formações trativas (de tração) impostas sobre á- tomos hospedeiros por um átomo de impureza subs- titucional menor do que o átomo hospedeiro. ENDURECIMENTO POR SOLUÇÃO SÓLIDA MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS (b) Localizações possíveis de átomos de impureza maiores em relação a uma discordância de aresta tal que existe cancelamento parcial de deformações de rede impureza-discordância. (a) Representação de deformações compressi- vas impostas sobre áto- mos hospedeiros por um átomo impureza substitu- cional maior que o átomo hospedeiro. ENDURECIMENTO POR SOLUÇÃO SÓLIDA A resistência ao escorregamento é maior quando átomos de impurezas estão presentes porque a deformação global da rede deve aumentar se uma discordância for arrancada a partir dela. Uma maior tensão aplicada é necessária para primeiro iniciar e seguir continuando a deformação plástica paraligas de solução sólida. No caso dos metais puros ocorre o oposto. Isto é evidenciado pela melhoria da resistência mecânica e da dureza. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS ENDURECIMENTO POR DEFORMAÇÃO (ENCRUAMENTO) É um fenômeno pelo qual um metal dúctil se torna mais duro e mais forte quando ele é deformado plasticamente. Figuras a seguir “a” e “b” demonstram como aço, latão e cobre aumentam em limite de escoamento e em limite de resistência à tração com o aumento de trabalho a frio. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS ENDURECIMENTO POR DEFORMAÇÃO (ENCRUAMENTO) MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS • Para um aço 1040, latão e cobre: A - o aumento do limite de escoamento; ENDURECIMENTO POR DEFORMAÇÃO (ENCRUAMENTO) MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS • Para um aço 1040, latão e cobre: B - o aumento do limite de resistência à tração; ENDURECIMENTO POR DEFORMAÇÃO (ENCRUAMENTO) MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS • O preço para estas melhorias de dureza e de resistência mecânica é a ductilidade do metal. • Para um aço 1040, latão e cobre: C - o decréscimo da ducti- lidade (%EL) com a porcentagem de traba- lho a frio. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS A influência de trabalho frio sobre o comportamento de um aço baixo carbono é claramente retratada na Figura acima. ENDURECIMENTO POR DEFORMAÇÃO (ENCRUAMENTO) ENDURECIMENTO POR DEFORMAÇÃO (ENCRUAMENTO) • Endurecimento por deformação à frio (encruamento) é demonstrado num diagrama tensão-deformação apresentado na Figura ao lado. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS ENDURECIMENTO POR DEFORMAÇÃO (ENCRUAMENTO) • Inicialmente, o metal com tensão limite de escoamento σyo é plas- ticamente deformado até o ponto D. • A tensão é aliviada e, a seguir reaplicada com uma nova tensão limite de escoamento, σ yi. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS ENDURECIMENTO POR DEFORMAÇÃO (ENCRUAMENTO) • O metal tornou-se assim mais forte durante o processo porque σyi é maior do que σyo. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS ENDURECIMENTO POR DEFORMAÇÃO (ENCRUAMENTO) O fenômeno do endurecimento por encruamento é expli- cado com base em interações dos campos de deformação discordância-discordância. A densidade de discordância num metal aumenta com o encruamento... => a distância média de separação entre discordâncias decresce... => as discordâncias são posicionadas mais próximas entre si. • MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS ENDURECIMENTO POR DEFORMAÇÃO (ENCRUAMENTO) Em média, interações de deformação discordância-discor- dância são repulsivas: => O resultado líquido é que o movimento de uma discordância é impedido pela presença de outras discordâncias. À medida em que a densidade de discordâncias aumenta , a resistência ao movimento de discordância por outras discordâncias se torna mais pronunciada: => a tensão imposta necessária para deformar um metal aumenta com o aumento do trabalho a frio (ENCRUAMENTO). MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS ENDURECIMENTO POR DEFORMAÇÃO (ENCRUAMENTO) Endurecimento por deformação é às vezes utilizado comercialmente para melhorar as propriedades mecânicas de metais durante os procedimentos de fabricação. Os efeitos de endurecimento por deformação podem ser removidos por um tratamento térmico de recozimento. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS CONFORMAÇÃO MECÂNICA CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: Os processos de conformação mecânica alteram a geometria do material (por deformação plástica) através de forças aplicadas por ferramentas adequadas que podem variar desde pequenas matrizes até grandes cilindros. Em função da temperatura e do material utilizado, a conformação mecânica pode ser classificada como: trabalho a frio, a morno e a quente. Cada um destes trabalhos fornecera características especiais ao material e à peça obtida. CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: TEMPERATURA NA CONFORMAÇÃO Trabalho a quente (TQ): é definido como a deformação sob condições de temperatura e taxa de deformação tais que processos de recuperação e recristalização ocorrem simultaneamente com a deformação. Trabalho a frio (TF): é a deformação realizada sob condições em que os processos de recuperação e recristalização não são efetivos. Trabalho a morno (TM): ocorre uma recuperação do material, sem recristalização. CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: TEMPERATURA NA CONFORMAÇÃO A distinção básica entre TQ e TF é função da tempe- ratura em que se dá a recristalização efetiva do material. CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: TEMPERATURA NA CONFORMAÇÃO Assim, embora para muitas ligas comerciais a tempe- ratura do TQ seja realmente elevada em relação à ambiente, para metais como Pb e Sn, que se recris- talizam rapidamente à temperatura ambiente após grandes deformações, a conformação à temperatura ambiente é TQ. Por outro lado, a conformação a 1100ºC é TF para o tungstênio, cuja temperatura de recristalização é supe- rior a esta, embora seja TQ para o aço. CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: TEMPERATURA NA CONFORMAÇÃO CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: TRABALHO A FRIO É acompanhado do encruamento; O encruamento é ocasionado pela interação das discordâncias entre si e com outras barreiras – tais como contornos de grão – que impedem o seu movimento através da rede cristalina; O encruamento proporciona ao material um aumento na resistência (tensão de escoamento) e na dureza, porém a ductilidade (alongamento total) é comprometida; Ver Figura a seguir: CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: TRABALHO A FRIO Um metal cristalino contém em média 106 a 108 discordâncias por cm3, enquanto que um metal severamente encruado apresenta cerca de 1012 discordâncias por cm3. A estrutura característica do estado encruado examinada ao microscópio eletrônico, apresenta dentro de cada grão, regiões pobres em discordâncias, cercadas por um emaranhado altamente denso de discordâncias nos planos de deslizamento. CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: TRABALHO A FRIO CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: TRABALHO A FRIO CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: TRABALHO A MORNO Objetivam aliar as vantagens das conformações a quente e a frio; Consiste na conformação de peças numa faixa de temperatura onde ocorre o processo de recuperação do material, não ocorrendo entretanto, a recristalização; Com relação ao trabalho a quente, o processo morno apresenta melhor acabamento superficial e precisão dimensional devido à diminuição da oxidação e da dilatação; CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: TRABALHO A MORNO Com relação ao trabalho a quente: A maior desvantagem da conformação a morno com relação ao processo a quente é o aumento do limite de escoamento queocorre com o abaixamento da temperatura de deformação. O aumento da carga de conformação implicará na necessidade de se empregar prensas mais potentes e ferramentas mais resistentes. CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: TRABALHO A MORNO Em relação ao trabalho a frio: Apresenta redução dos esforços de deformação, o que permite a conformação mais fácil de peças com formas complexas, principalmente em materiais com alta resistência. Melhora a ductilidade do material e elimina a necessidade de recozimentos intermediários que consomem muita energia e tempo. CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: TRABALHO A QUENTE Requer menos energia para deformar o material; As variações microestruturais causam aumento na ductilidade e na tenacidade comparado ao estado fundido; A estrutura colunar dos grãos grosseiros da peça fundida é quebrada e refinada em grãos equiaxiais recristalizados de menor tamanho. CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: TRABALHO A QUENTE São adquirido peças com tamanhos de grãos pequenos o que confere a estas peças uma melhor resistência e tenacidade; O metal possuirá grãos recristalizados de menor tamanho na superfície. Como o interior do produto estará submetido a temperaturas mais elevadas por um período de tempo maior durante o resfriamento do que as superfícies externas, pode ocorrer crescimento de grão no interior de peças de grandes dimensões, que resfriam vagarosamente a partir da temperatura de trabalho. CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: TRABALHO A QUENTE CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: TRABALHO A QUENTE CONFORMAÇÃO MECÂNICA VATAGENS DOS PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO: Bom aproveitamento da matéria; Rapidez na execução; Possibilidade de controle das propriedades mecânicas; Possibilidade de grande precisão e tolerância dimen- sional. É importante observar, entretanto, que o ferramental e os equipamentos possuem um custo muito elevado, exigindo grandes produções para justificar o processo economica- mente. CONFORMAÇÃO MECÂNICA CLASSIFICAÇÃO: Os processos de conformação são classificados de acordo com: Tipo de esforço; Deformação do material; Variação relativa da espessura da peça; Propósito da deformação. Os tipos mais comuns estão mostrados na tabela a seguir: CONFORMAÇÃO MECÂNICA CLASSIFICAÇÃO: CONFORMAÇÃO MECÂNICA LAMINAÇÃO: É o processo de conformação mecânica que consiste em modificar a seção transversal de um material passando-o entre dois cilindros que giram em sentido contrário. Os produtos obtidos por este processo podem ser planos (chapas) ou não-planos (perfis mais ou menos complexos). Na laminação o material é submetido a tensões compressivas elevadas, resultantes da ação de prensagem dos rolos e a tensões cisalhantes superficiais, resultantes do atrito entre os rolos e o material. CONFORMAÇÃO MECÂNICA LAMINAÇÃO: INTRODUÇÃO CONFORMAÇÃO MECÂNICA LAMINAÇÃO: PROCESSOS DE LAMINAÇÃO CONFORMAÇÃO MECÂNICA LAMINAÇÃO: PROCESSOS DE LAMINAÇÃO CONFORMAÇÃO MECÂNICA LAMINAÇÃO: PROCESSOS DE LAMINAÇÃO CONFORMAÇÃO MECÂNICA LAMINAÇÃO: LAMINAÇÃO À QUENTE CONFORMAÇÃO MECÂNICA LAMINAÇÃO: LAMINAÇÃO À QUENTE CONFORMAÇÃO MECÂNICA LAMINAÇÃO: LAMINAÇÃO À QUENTE CONFORMAÇÃO MECÂNICA LAMINAÇÃO: LAMINAÇÃO À FRIO É empregada para produzir tiras e folhas (a tira difere da folha pelo melhor controle dimensional) com acaba- mento superficial e tolerâncias dimensionais superiores, quando comparadas com as tiras produzidas por lami- nação a quente. O encruamento resultante da redução a frio pode ser aproveitado para dar maior resistência ao produto final. CONFORMAÇÃO MECÂNICA LAMINAÇÃO: LAMINAÇÃO À FRIO CONFORMAÇÃO MECÂNICA LAMINAÇÃO: PROCESSAMENTO TERMOMECÂNICO É a união do processos de conformação (laminação) com processos de tratamento térmico; Laminação controlada, resfriamento acelerado e têm- pera direta, são exemplos típicos de processamentos termomecânicos; Dessa forma, minimiza-se ou até elimina-se o trata- mento térmico após a laminação à quente. CONFORMAÇÃO MECÂNICA FORJAMENTO: Processo de conformação que utiliza esforços compressivos tendendo a fazer o material assumir o contorno da ferramenta conformadora, chamada matriz ou estampo. A maioria das operações de forjamento é executada a quente; contudo, uma grande variedade de peças pequenas, tais como parafusos, pinos, porcas, engrenagens, pinhões, etc., são produzidas por forjamento a frio. CONFORMAÇÃO MECÂNICA FORJAMENTO: FORJAMENTO EM MATRIZ ABERTA CONFORMAÇÃO MECÂNICA FORJAMENTO: FORJAMENTO EM MATRIZ ABERTA CONFORMAÇÃO MECÂNICA FORJAMENTO: FORJAMENTO EM MATRIZ ABERTA (CUNHAGEM) CONFORMAÇÃO MECÂNICA FORJAMENTO: FORJAMENTO EM MATRIZ FECHADA CONFORMAÇÃO MECÂNICA FORJAMENTO: FORJAMENTO EM MATRIZ FECHADA CONFORMAÇÃO MECÂNICA FORJAMENTO: FORJAMENTO EM MATRIZ FECHADA CONFORMAÇÃO MECÂNICA FORJAMENTO: CONFORMAÇÃO MECÂNICA FORJAMENTO: CONFORMAÇÃO MECÂNICA EXTRUSÃO: Processo em que a peça é “empurrada” contra a matriz conformadora, com redução da sua seção transversal; A parte ainda não extrudada fica contida num recipiente ou cilindro (container); o produto pode ser uma barra, perfil ou tubo. CONFORMAÇÃO MECÂNICA EXTRUSÃO: CONFORMAÇÃO MECÂNICA EXTRUSÃO: Peças fabricadas por extrusão à frio. Peças fabricadas por extrusão à quente. CONFORMAÇÃO MECÂNICA TREFILAÇÃO: Redução da seção transversal de uma barra, fio ou tubo, “puxando-se” a peça através de uma ferramenta (fieira ou trefila ); Uns dos usos mais comuns da trefilação é a produção de arames de aço e tubos. Ver Figuras: CONFORMAÇÃO MECÂNICA REFERÊNCIAS: CETLIN, P. R.; HELMAN, H. Fundamentos da Conformação. São Paulo: Artliber Editora, 2005. Handbook: Glossário. www.infomet.com.br , acessado em 21/01/2007 MARTINS, Conceição G. Aspectos Gerais da Conformação Mecânica e Forjamento. Florianópolis: Apostila de Processos de Fabricação da Escola Técnica Federal de Santa Catarina, 1993. Processos de Fabricação. Volume I. Apostila do Curso Técnico em Mecânica. Telecurso 2000. CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: RECUPERAÇÃO E RECRISTALIZAÇÃO RECRITALIZAÇÃO: É o processo de formação de um novo conjunto de grãos que são equiaxiais, com baixa densidade de discodâncias. RECUPERAÇÃO: Há um rearranjo das discordâncias, melhorando a ductilidade do material sem a formação de novos grãos(recristalização). CONFORMAÇÃO MECÂNICA CARACTERÍSTICAS DOS PROCESSOS: RECUPERAÇÃO E RECRISTALIZAÇÃO RECUPERAÇÃO, RECRISTALIZAÇÃO E CRESCIMENTO DE GRÃO A influência da temperatura de recozimento sobre o limite de resistência à tração e ductilidade deuma liga de latão. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS RECUPERAÇÃO, RECRISTALIZAÇÃO E CRESCIMENTO DE GRÃO Tamanho de grão como uma função da temperatura de recozi-mento é indicada. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS RECUPERAÇÃO, RECRISTALIZAÇÃO E CRESCIMENTO DE GRÃO Estrutura de grão durante os estágios de recuperação, recris- talização e crescimento de grão é mostrada esquematicamente. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS RECUPERAÇÃO, RECRISTALIZAÇÃO E CRESCIMENTO DE GRÃO A variação da temperatura de recristalização com a porcentagem de deformação a frio para o ferro. Para deformações menores do que a crítica (cerca de 5%CW), recristalização não ocorrerá. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS RECUPERAÇÃO, RECRISTALIZAÇÃO E CRESCIMENTO DE GRÃO Representação esquemática de crescimento de grão via difusão atômica. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS Conceitos importantes Aumento de resistência por solução sólida, crescimento de grãos, deformação da rede cristalina, densidade de discordância, encruamento, escorregamento, recristalização, recuperação, sistema de escorregamento, temperatura de recristalização, tensão de cisalhamento resolvida, tensão de cisalhamento resolvida crítica e trabalho a frio. MECANISMOS DE AUMENTO DE RESISTÊNCIA EM METAIS
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