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CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 1

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Direito Constitucional I
Aula – CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
Não há na doutrina uma definição acerca da classificação das constituições, razão pela qual se busca apresentar os conceitos mais trabalhados pelos autores. 
Quanto à origem: 
Constituição Outorgada: Imposta de maneira unilateral por agente que não recebeu do povo a legitimidade para em nome dele atuar. 
Constituição Promulgada, Democrática, Votada ou Popular: deriva do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte composta de representantes do povo, eleitos com a finalidade de sua elaboração;
Constituição Cesarista: é aquela que, não obstante outorga, depende da ratificação popular por meio de referendo.
Pactuada: Surgem através de um pacto, são aquelas em que o poder constituinte originário se concentra nas mãos de mais de um titular. 
Quanto à essência (Karl Loewenstein): 
Constituições normativas: Constituições perfeitamente adaptadas ao fato social. Além de juridicamente válidas, estariam em total consonância com o processo político. 
Constituições semânticas: encontram-se submetidas ao poder político prevalecente. Trata-se de um documento formal criado para beneficiar os detentores do poder de fato, que dispõem de meios para coagir os governados. 
Constituições nominais: situam-se entre as constituições normativas e semânticas. Nelas, a dinâmica do processo político não se adapta às suas normas, embora elas conservem, em sua estrutura, um caráter educativo, com vistas ao futuro da sociedade. 
Quanto à sistematização: unitárias e variadas
Constituições unitárias, unitextuais reduzidas ou codificadas – são aquelas em que a sistematização das matérias se apresenta num instrumento único e exaustivo de todo o seu conteúdo. 
Constituições variadas, pluritextuais ou não codificadas – ao contrairo da anterior, compõem-se de normas jurídicas espalhadas em diversos documentos legais. 
Quanto à ideologia: 
Constituições ortodoxas – são aquelas elaboradas com base num pensamento ideológico único e centralizado. 
Constituições ecléticas – são oriundas da união de ideologias diversas, dos embates de pensamentos, mas que acabam conciliando. 
Quanto à sua extensão e finalidade:
Constituição Sintética, tópica, breve ou curta: Prevê somente os princípios e normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando seu poder, por meio da estipulação de direitos e garantias fundamentais;
Constituição Analítica ou longa: examina e regulamenta todos os assuntos que entenda relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado.
Quanto ao conteúdo: 
Constituição Material (ou materialmente constitucional): consiste no conjunto de regras materialmente constitucionais, estejam ou não codificadas em um único documento. Somente as normas estruturais e os direitos e garantias fundamentais serão consideradas normas constitucionais;
Constituição Formal: é aquela consubstanciada de forma escrita, por meio de documento solene estabelecido pelo poder originário. Qualquer norma nela contida terá o status de norma constitucional. O estudo da constituição formal também revela:
A força normativa dos preceitos constitucionais, procriados por um poder de força impositiva, qual sejam o constituinte originário;
Superioridade hierárquica de tais preceitos em face das prescrições infraconstitucionais.
Quanto à forma:
Constituição Escrita (instrumental): é o conjunto de regras codificado e sistematizado em um único documento, para fixar-se a organização fundamental. Portanto, é o mais alto estatuto jurídico de determinada comunidade, caracterizando-se por ser a lei fundamental de uma sociedade;
Constituição Não escrita (costumeiras ou consuetudinárias): é o conjunto de regras não aglutinado em um texto solene, mas baseado em leis esparsas, costumes, jurisprudência e convenções.
Quanto ao modo de elaboração:
Constituição Dogmática: se apresenta como produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de princípios e ideias fundamentais da teoria política do direito dominante;
Constituição Histórica: é o fruto das lentas e contínuas sínteses da História e tradição de um determinado povo.
Quanto à estabilidade:
Constituição Imutável: é aquela onde se veda qualquer alteração, constituindo-se relíquia histórica. Em algumas constituições a imutabilidade pode ser relativa, quando se preveem as chamadas limitações temporárias, ou seja, um prazo em que não se admitirá a atuação do legislador constituinte reformador; 
Constituição Rígida: é a constituição escrita que poderá ser alterada por um processo legislativo mais solene e dificultoso do que o existente para a edição das demais espécies normativas;
Constituição Flexível: são as contrapostas às rígidas, pois, a qualquer momento, elas podem ser modificadas, expandidas, contraías sem processo formal complexo, solene, demorado e dificultoso. O órgão competente para modificá-la é o poder legislativo ordinário. 
Constituição semi-flexível: nesse caso, algumas regras poderão ser alteradas pelo processo legislativo ordinário, enquanto outras somente por um processo legislativo especial e mais dificultoso.
Constituição transitoriamente flexível: são as suscetíveis de reforma, com base no mesmo rito das leis comuns, mas apenas por determinado período. Passado o período estabelecido no próprio texto constitucional, a Constituição passa a ser rígida. 
Super Rígida – Algumas cláusulas imutáveis e algumas rígidas. 
Uadi Lamêgo Bulos rechaça a existência de Constituições “Super-rígidas”. Segundo o autor, todas as constituições possuem um “Mínimo Irredutível”, que não poderia ser objeto de modificação pelo Poder Constituinte Derivado, sob pena de desvirtuamento do próprio texto constitucional. Integram este “mínimo irredutível” elementos fundamentais à organização do estado e à garantia das liberdades públicas. Complementa o autor que o os elementos mínimos irredutíveis caracterizam-se por serem diversos entre si. Correspondem a cada tipo de organização estatal e variam a depender dos acontecimentos registrados na evolução histórica de determinado lugar. Por fim, ressalta que na Constituição de 1988 pode-se identificar os seguintes elementos mínimos irredutíveis:
Orgânicos ou dogmáticos: organizam o estado brasileiro e a estrutura do Poder, fixando o sistema de competência dos órgãos, instituições e autoridades públicas. Também se reportam à normas relativas à tributação e ao orçamento: arts. 18 a 43; 44 a 135; 142 a 144, e 145 a 169.
Limitativos: freiam o poder estatal perante o cidadão, consagrando os direitos e garantias individuais e os direitos e garantias políticos: art. 5º e art. 14 a 17.
Socioideológicos: assinalam os fins sociais e econômicos do estado, refletindo os anseios por uma sociedade mais justa. Arts. 6º a 11; 170 a 232.
Estabilização constitucional: buscam manter a normalidade institucional e a paz coletiva, eliminando conflitos constitucionais. 
Aplicabilidade constitucional – Estabelecem o procedimento formal para promulgação vigência e aplicação das normas supremas no Estado, bem como o grau de eficiência dos preceitos definidores dos direitos e garantias fundamentais. 
Transição constitucionais - normas com o objetivo de garantir a transição constitucional em razão da aprovação de um novo texto (ADCT).

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