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A cidade do Rio de Janeiro no século XVI a XVIII

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A cidade do Rio de Janeiro no século XVI
Na década de 1550, os temiminós instalados na atual Ilha do Governador, no meio da Baía de Guanabara, pediram ajuda a uma nau portuguesa que passava pela região, pois estavam sendo dizimados pelos tupinambás. Como resultado, os temiminós, liderados por Maracajá-Guaçu, foram levados pelos portugueses para a Capitania do Espírito Santo.[1] Em 1553, o governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, visitou a baía de Guanabara em companhia do padre jesuíta Manoel da Nóbrega em sua viagem de inspeção pela costa brasileira. Tomé de Sousa havia assumido o cargo quatro anos antes. Após a visita à Baía de Guanabara, Tomé recomendou, em carta ao rei português dom João III, a criação de uma cidade no local.
Tomé de Sousa
Rei português dom João III, o Piedoso
Gravura do livro "História Verdadeira...", mostrando Staden presenciando um banquete canibal dos tupinambás
Em 31 de outubro de 1554, o aventureiro alemão Hans Staden, que havia passado nove meses preso em poder dos tupinambás do litoral oeste do atual estado do Rio de Janeiro, zarpou da Baía de Guanabara rumo à França, à bordo do navio francês Catherine de Vatteville. Chegando na Alemanha, Staden fez imprimir, em 1557, em Marburgo, o livro "História Verdadeira e Descrição de uma Terra de Selvagens, Nus e Cruéis Comedores de Seres Humanos, Situada no Novo Mundo da América, Desconhecida antes e depois de Jesus Cristo nas Terras de Hessen até os Dois Últimos Anos, Visto que Hans Staden, de Homberg, em Hessen, a Conheceu por Experiência Própria e agora a Traz a Público com essa Impressão", narrando as suas aventuras no Brasil. No livro, Staden relata que o porto do Rio de Janeiro também era chamado de "Niterói" pelos índios.[2]
Os navegadores franceses eram presença constante na Baía de Guanabara, onde realizavam trocas comerciais com os tupinambás que dominavam a maior parte da baía. Em 1555, uma expedição francesa comandada por Nicolas Durand de Villegaignon partiu de Dieppe, na Normandia e chegou à Baía de Guanabara com o objetivo de fundar uma colônia, a França Antártica. Da expedição, fazia parte o monge capuchinho André Thévet, que escreveria a famosa obra Les Singularitez de la France Antarctique, autrement Nommeé Amérique, & de Plusieurs Terres et Isles Decouvertes de Nostre Temps (em língua portuguesa, "As Singularidades da França Antártica, também Nomeada América e de Mais Terras e Ilhas Descobertas de Nossos Tempos") descrevendo a colônia francesa na Baía de Guanabara. A colônia tinha, por objetivo, controlar o comércio com as Índias.
Rei Henrique III da França
Mapa francês de 1555 da Baía de Guanabara
Página de As Singularidades da França Antártica. A ilustração descreve o canibalismo dos tupinambás.
Em primeiro plano, a Ilha da Laje, em pintura de Leandro Joaquim do século XVIII
A atual Escola Naval ocupa a ilha onde Villegaignon construiu o Forte Coligny. Atualmente, a ilha denomina-se Villegaignon em homenagem ao militar francês que a ocupou inicialmente.
Retrato de André Thévet feito por Thomas de Leu em 1586
Ao contrário dos portugueses, que tinham uma relação hostil com os tupinambás senhores da região, os franceses conseguiram conquistar a confiança dos mesmos. Em grande parte, devido à intenção dos franceses de apenas comerciar com os indígenas, ao contrário dos portugueses, que procuravam escravizar os indígenas para utilizá-los nas plantações de cana-de-açúcar de São Vicente. Os franceses compravam pau-brasil, pimenta, algodão, macacos e papagaios dos tamoios, bem como se utilizavam de sua mão de obra na construção do forte francês. O pagamento dos franceses era feito com contas de vidro, panos, espelhos, roupas, chapéus, anzóis, machados e facas. Segundo o antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro, os franceses se uniram às índias locais, gerando mais de mil mestiços que povoaram toda a região da Baía de Guanabara.[3] Tal pode ser a origem do atual sotaque carioca, que é caracterizado pelo "erre"[4][5][6] típico do francês e inexistente no português de Portugal e dos demais estados brasileiros, nas línguas indígenas brasileiras e nas línguas dos negros africanos.
Villegaignon instalou-se inicialmente em um pequeno afloramento rochoso na entrada da Baía de Guanabara, a Ilha da Laje, chamada pelos franceses de ilha Ratoeira (Isle Ratier). Porém, rapidamente, os franceses constataram que, durante a maré alta, a ilha ficava completamente submersa. Isso fez com que os franceses se transferissem para uma ilha maior e mais no interior da baía: a ilha chamada pelos indígenas de Siri'ype ("Na Água de Siri", em tradução literal do tupi para o português), onde os franceses construíram o forte Coligny (nome em homenagem ao almirante francês responsável pela expedição de Villegaignon: Gaspard de Châtillon, o Conde de Coligny). Os franceses também começaram a construir uma cidade em Uruçumirim chamada de Henriville, em homenagem ao rei francês Henrique III.
Escultura no Centro do Rio de Janeiro homenageando o primeiro culto protestante nas Américas, realizado por huguenotes na atual ilha de Villegaignon
Em 1557, o sobrinho de Villegaignon, Bois-le-Compte, chegou à baía de Guanabara com o reforço de protestantes franceses, os chamados huguenotes. O grupo desembarcou no forte Coligny no dia 10 de março, e logo realizou um culto de ação de graças. A cerimônia ficou marcada como tendo sido o primeiro culto protestante nas Américas.[1]
Entre os recém-chegados huguenotes, fazia parte o sapateiro e cronista da viagem Jean de Léry, que escreveria, mais tarde, a famosa obraHistoire d'un Voyage Faict en la Terre du Brésil("História de uma Viagem Feita à Terra do Brasil") descrevendo a colônia francesa. Entre as observações de Léry sobre os nativos tupinambás, destaca-se o registro da existência de uma aldeia indígena no sopé do atual Outeiro da Glória, em uma das foz do Rio Carioca. Tal aldeia se chamava Karioka(traduzido da língua tupi, significa "casa de carijó". "Carijó" era o nome de uma etnia indígena que habitava o litoral do sul do Brasil) e, segundo alguns autores, teria dado origem ao atual gentílico da cidade do Rio de Janeiro, "carioca".[7]
No total, Léry contabilizou a existência de 32 aldeias tupinambás ao redor da baía de Guanabara, na época. Além da Karioka(ou Kariók ou Karióg), existiam a de Uruçumirim ou Abruçumirim, na outra foz do rio Carioca, na atual praia do Flamengo; a Kariane, na atual Lagoa Rodrigo de Freitas; e a Katiné, a Kiriri, a Anaraú e a Purumuré, nos morros de Santo Antônio e Santa Teresa. O navegador francês André Thevet, autor da obra Les singularitez de la France Antartique, contou 36 aldeias tupinambás na atual ilha do Governador: entre elas, Paranapucuhy, Pindó-usú, Koruké, Pirayijú e Coranguá. Na atual Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, existiam as aldeias Pavuna, Irajá, Catiú, Savigahy e Taly.[8]
Ilustração de "História de uma Viagem Feita à Terra do Brasil" mostrando a saudação com choro típica dos índios brasileiros
Em 1559, Villegaignon foi obrigado a retornar para a França para defender-se de acusações de pastores protestantes que haviam vindo com a expedição de Bois-le-Compte. Os protestantes franceses sentiam-se discriminados e perseguidos por Villegaignon na França Antártica. Porém esse não era o único conflito no interior da colônia francesa: Villegaignon também desagradou aos católicos que se relacionavam com várias índias e que foram obrigados por Villegaignon a optar por apenas uma delas, com a qual deveriam se casar. A revolta levou a uma conspiração para assassinar Villegaignon, a qual porém não teve sucesso, levando ao enforcamento de seus líderes. Em 1560, uma expedição portuguesa comandada pelo terceiro governador-geral do Brasil, Mem de Sá (1558-1572), atacou e destruiu o forte Coligny.[9]
Desenho representando o ataque português contra o forte Coligny ao centro, na ilha chamada pelos portugueses de ilha das Palmeiras
Mem de Sá havia sido alertado, em Salvador, sobre a presença francesa na Baía de Guanabara pelo fugitivofrancês Jean de Cointa. Os franceses sobreviventes se refugiaram em Uruçumirim (o atual outeiro da Glória) e na Ilha de Paranapuam (a atual Ilha do Governador), chamada também de Ilha do Gato ou do Maracajá. Apesar da vitória, Mem de Sá não pôde deixar soldados tomando conta da Baía de Guanabara devido à falta de recursos e de soldados disponíveis. A vitória de Mem de Sá foi transformada em uma epopeia renascentista escrita em latim pelo padre jesuíta José de Anchieta, chamada De Gestis Mendi de Saa ("Os Feitos de Mem de Sá").[10]
Em 1 de março de 1565, o sobrinho do governador-geral Mem de Sá, Estácio de Sá, chegou à Baía de Guanabara chefiando uma expedição militar portuguesa que tinha por objetivo expulsar definitivamente os franceses da região. A expedição contava com índios aliados tupiniquins (provenientes da capitania de São Paulo) e temiminós (da capitania do Espírito Santo). Estes últimos, chefiados por Arariboia, o filho do líder temiminó Maracajá-Guaçu, que já havia morrido.
Quadro de Benedito Calixto retratando a partida de Estácio de Sá de São Vicente para a baía de Guanabara, em 1565. Em São Vicente, Estácio de Sá recrutou portugueses e índios tupiniquins para reforçar suas tropas compostas por portugueses e índios temiminós da Capitania do Espírito Santo.
Estátua de Arariboia em Niterói
Nesse dia, Estácio fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro no sopé do Morro Cara de Cão, na entrada da baía de Guanabara. O nome era uma homenagem ao rei de Portugal, dom Sebastião I.
Retrato de dom Sebastião I feita por Cristóvão de Morais em 1565
Igreja dos Capuchinhos, no Rio de Janeiro, onde se encontram os restos mortais de Estácio de Sá. Na fachada da igreja, o desenho retrata a fundação da cidade por Estácio de Sá em 1565.
Brasão da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro instituído por Estácio de Sá em 1565. As flechas são uma alusão às flechas disparadas contra são Sebastião e às quais o santo teria conseguido miraculosamente sobreviver. Ao centro, está representada uma esfera armilar, que era um instrumento astronômico utilizado pelos navegadores para orientação.
A atual Fortaleza de São João ocupa o lugar onde Estácio de Sá fundou a cidade em 1565
Desenho na Igreja de São Sebastião, na Tijuca, retratando a fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro no sopé do Morro Cara de Cão. O morro da esquerda é o Pão de Açúcar.
Ao mesmo tempo em que era fundada a cidade, Estácio de Sá iniciou a construção de uma estrutura militar para defendê-la: o reduto de São Martinho. O qual, três meses depois, resistiu ao primeiro ataque terrestre e naval dos índios tupinambás que dominavam a Baía de Guanabara. Um mês depois, ao demarcar os limites da cidade, Estácio doou a região da enseada que ficava em frente ao Morro Cara de Cão (a atual Enseada de Botafogo) a seu companheiro Antônio Francisco Velho.
Em primeiro plano, a enseada de Botafogo. O pequeno morro verde ao centro é o morro Cara de Cão, no sopé do qual foi fundada a cidade por Estácio de Sá.
As escaramuças entre portugueses, temiminós e tupiniquins, de um lado e tupinambás e franceses, de outro, se prolongaram pelos dois anos seguintes. Em 1566, o jesuíta José de Anchieta, que havia fundado a cidade de São Paulo de Piratininga em 1554, foi enviado a Salvador, então capital do Brasil, para informar a Mem de Sá sobre a situação dos confrontos na Baía de Guanabara.
José de Anchieta
Em uma dessas batalhas, ocorrida em julho de 1566, soldados portugueses relataram ter visto São Sebastião, o padroeiro da cidade recém-fundada, auxiliando-os. Foi a célebre Batalha das Canoas.[11]
Estátua de são Sebastião construída em 1965 no sopé do outeiro da Glória, no local onde o santo teria ajudado os portugueses em 1566 a vencer a batalha das Canoas[12]
Em 20 de janeiro de 1567, ocorreu uma vitória decisiva das forças portuguesas, em uma batalha na paliçada tupinambá de Uruçumirim (no atual outeiro da Glória). Na ocasião, Estácio de Sá foi ferido com uma flecha no olho, vindo a falecer um mês depois.
Monumento a Estácio de Sá erigido em 1973
A esta altura, as forças portuguesas já contavam com os reforços de Mem de Sá, de Cristóvão de Barros (navegador português que viria a fundar a cidade de São Cristóvão, em Sergipe, em 1590, e que era filho de Antônio Cardoso de Barros, que havia sido devorado pelos índios caetés no litoral de Alagoas, juntamente com o bispo Pero Fernandes Sardinha, em 1556) e dos padres jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta.[13]
Gravura do século XVI de Theodor de Bry retratando o ataque de portugueses e tupiniquins às aldeias tupinambás que se localizavam às margens da Baía de Guanabara
Com a expulsão dos franceses e a derrota dos tupinambás, os portugueses puderam ocupar toda a região da Baía de Guanabara. A cidade de São Sebastião foi transferida para Uruçumirim (no atual outeiro da Glória), que se localizava em um terreno mais apropriado para a expansão da cidade que o sopé do morro Cara de Cão. Logo em seguida, no entanto, a cidade foi novamente transferida. Desta vez, para o morro de São Januário, que oferecia uma melhor capacidade de defesa, por estar em uma posição mais elevada, ser cercada por pântanos e oferecer vista privilegiada tanto para a entrada quanto para o interior da baía. Foi transladado, para o morro de São Januário, o marco de pedra da fundação da cidade, porém os restos mortais de Estácio de Sá permaneceram no núcleo inicial da cidade no morro Cara de Cão. Alguns moradores também permaneceram nesse núcleo, que passou a ser chamado de Cidade Velha. Aos temiminós do cacique Arariboia, que haviam auxiliado os portugueses na luta, foi concedida, inicialmente, a posse da região do atual bairro de São Cristóvão (embora os temiminós reivindicassem a ilha do Governador, que era seu território ancestral e da qual haviam sido expulsos pelos tupinambás).
A primeira via de acesso para o morro de São Januário foi a ladeira da Misericórdia, que ainda existe e que é a única parte do morro que permaneceu após este ser destruído na preparação para a Exposição de 1922.
Ladeira da Misericórdia, ao lado da igreja de Nossa Senhora da Misericórdia
Ainda no ano de 1567, os padres jesuítas fundaram uma escola no morro de São Januário e o governador Mem de Sá começou a construir a fortaleza de São Sebastião, os muros da cidade ao redor do morro, a câmara, a cadeia, a casa do governador, os armazéns-gerais e a Bateria de Santiago, esta última localizada na ponta que avançava sobre o mar entre as praias da Piaçaba e de Santa Luzia.[14]
Em 1568, Mem de Sá retornou a Salvador e deixou, como governador da Capitania do Rio de Janeiro (o novo nome do lote setentrional da Capitania de São Vicente), o seu sobrinho Salvador de Sá, que iniciou a construção da Igreja Matriz de São Sebastião.[15] Salvador de Sá possuía um engenho de açúcar na Ilha de Paranapuã. Por esse motivo, a ilha passou a chamar-se Ilha do Governador.[16]
Salvador de Sá, em litografia de 1841 de Manuel Luís
Brasão da ilha do Governador, com a efígie de Salvador de Sá
Ainda em 1568, foi criada a rua Desvio do Mar, que saía da rua Direita (atual rua 1º de Março), acompanhando o litoral da época. Tal rua foi renomeada, em 1590, como rua de Aleixo Manuel. Posteriormente, a rua ganharia sua atual denominação: rua do Ouvidor.[17]
De 1570 a 1573, o colégio dos Jesuítas na cidade foi dirigido por José de Anchieta. Em 1572, o reduto de São Martinho, no morro Cara de Cão, recebeu o reforço do reduto de São Teodósio. Em 1573, os temiminós, que ocupavam a região do atual bairro de São Cristóvão, foram transferidos para a região da atual cidade de Niterói, no outro lado da entrada da baía de Guanabara, com a finalidade de proteger a entrada da baía.[18][19] Em 1576, foi criado o engenho do Rei, no local do atual bairro do Jardim Botânico,[20] pelo governador Antônio Salema. Para expulsar os índios tupinambás que ocupavam o local, Salema espalhou roupas infectadas com o vírus da varíola no local, dizimando os índios.Na mesma época, Salema tentou construir, sem sucesso, um engenho de cana-de-açúcar na região do atual largo do Machado. Visando a facilitar o transporte para o engenho do Rei, foi construída uma ponte sobre o rio Carioca na região da atual praça José de Alencar.
Em 1578, foi concluído o reduto de São José, no morro Cara de Cão, localizado bem na entrada da baía de Guanabara. Em 1582, Aleixo Manuel, o Velho, construiu uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição no alto de um morro, o que fez com que o morro passasse a ser chamado de Morro da Conceição, denominação que conserva até hoje. No mesmo ano, foi fundado o hospital da Misericórdia, uma construção em taipa (barro com armação de madeira) no sopé do morro de São Januário. O átrio da Igreja da Misericórdia, que era anexa ao hospital, serviu de cenário para a encenação de peças do padre jesuíta José de Anchieta.[21]
Em 1585, foi concluída a Igreja Matriz de São Sebastião, no Morro de São Januário. A igreja passou a ser a catedral da cidade. Devido ao aspecto militar que o morro começava a assumir, o morro passou a ser chamado de Morro do Castelo. Em outubro de 1589, chegaram, na cidade, os monges beneditinos Pedro Ferraz e João Porcalho. Eles eram procedentes do Mosteiro de São Bento de Salvador, na Capitania da Baía de Todos os Santos e haviam vindo para a cidade a convite dos moradores locais. Em março do ano seguinte, os monges receberam, por doação dos nobres portugueses Manoel de Brito e seu filho Diogo de Brito de Lacerda, um vasto terreno na cidade. O terreno incluía o atual Morro de São Bento, no topo do qual os monges começaram a edificar o atual Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro.[22]
Em 1590, João de Souza Pereira, apelidado de Botafogo por ter sido o chefe da artilharia do galeão português Botafogo (na época, o mais poderoso navio de guerra do mundo), comprou a Praia de Francisco Velho, que passou a ser chamada de Praia de Botafogo. Em 1592, foi construída uma capela na Praia de Santa Luzia que daria origem à atual Igreja de Santa Luzia.
Pintura retratando a Igreja de Santa Luzia em 1844
Em 1593, os monges beneditinos do Morro de São Bento compraram, através de leilão, a ilha localizada em frente ao morro, chamada de Ilha das Cobras.[23] Em 1599, invasores neerlandeses sob o comando de Van Noort desembarcaram na praia da Aguada dos Marinheiros, antigamente chamada de Uruçumirim, mas foram repelidos pela população. Desde então, a praia começou a ser chamada de "praia do Flamengo", termo que se mantém até hoje. Na época, todos os falantes de língua neerlandesa, incluindo os naturais dos atuais Países Baixos, como era o caso de Van Noort, eram chamados de flamengos, termo que, atualmente, é reservado apenas aos naturais da região belga de Flandres.
Olivier van Noort, o navegador neerlandês que, entre 1598 e 1601, atacou diversas colônias espanholas na América e na Ásia, incluindo o Rio de Janeiro, que pertencia à Espanha na época devido à União Ibérica
Praia do Flamengo
Referências
Ir para cima↑ http://www.caminhodearariboia.kit.net/cogitacoes.htm
Ir para cima↑ STADEN, H. Duas Viagens ao Brasil. Tradução de Angel Bojadsen. Porto Alegre/RS. L&PM. 2010. pp. 8-9, 119-123
Ir para cima↑ RIBEIRO, D. O povo brasileiro: evolução e o sentido do Brasil. São Paulo. Companhia das Letras. 1995. p. 85.
Ir para cima↑ DERIEL. Dúvida sobre a questão do R retroflexo. 9 de outubro de 2003. Disponível emhttp://forum.valinor.com.br/archive/index.php/t-16408.html. Acesso em 22 de julho de 2012.
Ir para cima↑ BUENO, E. P. (In)Tolerância linguística e cultural no Brasil. Revista Espaço Acadêmico número 31. Dezembro de 2003. Disponível emhttp://www.espacoacademico.com.br/031/31bueno.htm. Acesso em 22 de julho de 2012.
Ir para cima↑ MARTINS, L. O "padrão Globo" muda o jeito de falar de alguns jornalistas. 16 de maio de 2011. Disponível emhttp://leandrojornalista.blogspot.com.br/2011/05/o-padrao-globo-muda-o-jeito-de-falar-de.html. Acesso em 22 de julho de 2012.
Ir para cima↑ NAVARRO, E. A. Método Moderno de Tupi Antigo. Terceira edição. São Paulo: Global, 2005. p. 187
Ir para cima↑ PERES, G. Ocupações indígenas na baía de Guanabara: primeiros ocupantes. Disponível emhttp://historiasdabaixadafluminense.blogspot.com.br/2010/08/ocupacoes-indigenas-na-baia-de.html. Acesso em 26 de julho de 2012.
Ir para cima↑ http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/hrsxvi.htm
Ir para cima↑ http://www.ipahb.com.br/generali.php
Ir para cima↑ BUENO, E. A. Brasil: uma história. 2ª edição. São Paulo. Ática. 2003. p. 80.
Ir para cima↑ Tour das estátuas. Disponível em http://www.sindegtur.org.br/2010/arquivos/b10.pdf. Acesso em 22 de janeiro de 2014.
Ir para cima↑ folheto do centro de visitantes do monumento à Estácio de Sá, no Rio de Janeiro. 2011
Ir para cima↑ http://www.museuhistoriconacional.com.br/
Ir para cima↑ http://www.marcillio.com/rio/enceesca.html
Ir para cima↑ http://www.almacarioca.com.br/historia.htm
Ir para cima↑ http://pt.wikisource.org/wiki/Mem%C3%B3rias_da_Rua_do_Ouvidor/I
Ir para cima↑ SANT'ANNA, C. J. B. Martim Afonso Arariboia: cobra feroz das tempestades. Disponível emhttp://www.clerioborges.com.br/temiminosarariboia.html. Acesso em 22 de julho de 2012.
Ir para cima↑ Mural - Arariboia. Boa Viagem Flat Service. Disponível em http://boaviagemflat.com.br/arariboia. Acesso em 22 de julho de 2012.
Ir para cima↑ http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/hrsxvi.htm
Ir para cima↑ http://www.marcillio.com/rio/encemaib.html
Ir para cima↑ ROCHA, M. R. The Church of the Monastery of Saint Benedict of Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Studio HMF: Lúmen Christi, 1992. pp.8,14,28
Ir para cima↑ ROCHA, M. R. The Church of the Monastery of Saint Benedict of Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Studio HMF: Lúmen Christi, 1992. p.8
A Cidade do Rio de Janeiro no Século XVII
Em 1659, monges capuchinhos franceses iniciaram a construção no morro da Conceição que viria a resultar no futuro palácio Episcopal.[1] Em 1660, teve início a revolta da Cachaça. A produção de cachaça era proibida pela coroa portuguesa, por ser uma concorrente ao vinho importado da metrópole. Porém o governo do Rio de Janeiro, visando a aumentar a arrecadação de impostos, legalizou a produção de cachaça e instituiu-lhe pesadas taxas. Revoltados contra os altos impostos de uma atividade até então sem cobrança de impostos, por ser ilegal, os donos de engenho da margem oposta da baía de Guanabara (Freguesia de São Gonçalo do Amarante, atuais municípios de São Gonçalo e Niterói) marcharam em armas até a cidade do Rio de Janeiro e depuseram o governador Tomé de Sousa Alvarenga, instituindo um novo governo, liderado por Agostinho Barbalho. Porém, no ano seguinte, o poder foi retomado por tropas vindas de São Paulo e Baía. Vale destacar que o cultivo de cana-de-açúcar e a produção de açúcar eram as principais atividades econômicas no Brasil na época.
Dos engenhos de açúcar da cidade na época, vieram os nomes de vários bairros atuais da cidade: Engenho de Dentro, Engenho Novo, Engenho da Rainha, São Cristóvão (que era o nome de um engenho de açúcar dos padres jesuítas), Tijuca (que também era o nome de um engenho[2]) etc. O próprio ícone carioca, o morro do Pão de Açúcar, foi nomeado desta forma por se assemelhar ao pão de açúcar, o bloco de açúcar que é formado durante o processo de fabricação de açúcar. O vizinho morro da Urca foi nomeado desta forma porque urca era o nome do tipo de navio utilizado na época para o transporte dos pães de açúcar para a Europa. Como o morro se localizava ao lado do morro do Pão de Açúcar, o povo passou a nomeá-lo morro da Urca.[3]
À esquerda, o Pão de Açúcar e, à direita, o morro da Urca
Como consequência da revolta da Cachaça, a produção de cachaça foi finalmente liberada, resultando em desenvolvimento econômico da região e em aumento do comércio com Angola, onde a cachaça era trocada por escravos.
Em 1663, foi lançado, ao mar, o galeão Padre Eterno, na época o maior navio do mundo. O galeão havia sido construído na Ilha do Governador, num localque passou a ser conhecido como Ponta do Galeão, originando o atual bairro do Galeão.
Em 1671, o português Antônio Caminha esculpiu uma imagem de Nossa Senhora da Glória e a colocou numa ermida de taipa no alto de um morro no começo da praia de Uruçumirim (atual praia do Flamengo). Tal ermida daria origem, no século seguinte, à igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro.[4] No mesmo ano, terminaram as obras da igreja de Nossa Senhora de Montserrat, no morro de São Bento.
Em 1673, foi criada a freguesia de Campo Grande.[5] Nesse ano, a Câmara Municipal da cidade começou a canalizar o rio Carioca em direção ao Centro da cidade, com a finalidade de abastecer, de água potável, o Centro. Os ainda toscos canais desembocavam próximo ao convento de Santo Antônio. No século seguinte, os canais seriam aperfeiçoados, com a construção do aqueduto da Carioca (os arcos da Lapa).[6]
Em 1676, com a criação da Diocese do Rio de Janeiro, a igreja de São Sebastião, no morro do Castelo, tornou-se a catedral, ou sé, da cidade. Também foi criada a freguesia de Guaratiba.[7]
Em 1679, a lagoa que se localizava no sopé do Morro de Santo Antônio foi aterrada, dando origem ao atual largo da Carioca. Para a drenagem da lagoa, foram abertos uma vala e um cano para escoamento da água, dando origem às ruas da Vala e do Cano: respectivamente, as atuais ruas Uruguaiana e 7 de Setembro.[8][9]
Nessa época, grande parte da população branca da cidade era composta por cristãos-novos, ou seja, por judeus convertidos à força ao cristianismo. Porém, como a repressão religiosa era branda, os cristãos-novos continuaram a manter suas tradições religiosas judaicas, ao lado das práticas cristãs. Os cristãos-novos da cidade se dedicavam a diferentes profissões: eram médicos, artesãos, funcionários públicos, donos de engenhos de açúcar etc.[10]
Por volta de 1680, o tesoureiro da sé, o padre Clemente Martins de Matos, comprou terrenos no atual bairro de Botafogo e nomeou o morro que limitava sua propriedade como Dona Marta, em homenagem a sua mãe, que havia falecido alguns anos antes.[11][12].
Uma interessante rua da cidade nessa época era a rua dos Ourives, que concentrava grande quantidade desses profissionais que trabalhavam a prata trazida legal ou ilegalmente do Peru (durante grande parte do século, Portugal esteve unido à Espanha através da União Ibérica. Isso favoreceu os intercâmbios comerciais através do continente, pois diminuíram os controles fronteiriços entre a América portuguesa e a espanhola[13]). Hoje, a rua tem o nome de Miguel Couto e se localiza no Centro da cidade[14]. Esses comerciantes de prata, frequentemente de nacionalidade boliviana ou peruana, construíram uma capela em homenagem a Nossa Senhora de Copacabana, a padroeira da Bolívia, sobre um rochedo na praia, dando origem ao atual bairro de Copacabana. Até então, o bairro era conhecido pelo nome tupi Sacopenapã, que significa Caminho dos Socós (um tipo de ave comum na região).[15]
A partir de 1693, o forte de Santiago passou a servir de calabouço para escravos que tivessem cometido alguma falta. Por esse motivo, a ponta na qual estava instalado o forte passou a ser chamado de ponta do Calabouço.[16]
Em 1695, uma esquadra francesa comandada por De Gennes que explorava o Atlântico Sul foi bombardeada pelas fortalezas da cidade.[17]
Em 1696, foi inaugurada a igreja de São Francisco da Prainha, no morro da Conceição. Como o nome diz, na época, a igreja se localizava à beira-mar. Atualmente, com os sucessivos aterros, a igreja se localiza bem distante do mar.[18]
Igreja de São Francisco da Prainha
Placa na fachada da igreja de São Francisco da Prainha, informando o ano do início de sua construção: 1696.
Em 1697, um caminho que atravessava um areal ao lado do morro de Santo Antônio começou a ser transformado em rua: era a rua do Egito (a atual rua da Carioca).[19]
A atual rua da Carioca
Referências
Ir para cima↑ http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=996117
Ir para cima↑ http://www.marcillio.com/rio/hisxviis.html#ang
Ir para cima↑ GARCIA, S. Rio de Janeiro: Passado e Presente. Rio de Janeiro: Conexão Cultural, 2000. p 37
Ir para cima↑ http://www.jblog.com.br/rioantigo.php
Ir para cima↑ http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/hrsxvii.htm
Ir para cima↑ Centro-Lapa. Disponível em http://www.marcillio.com/rio/encelaar.html. Acesso em 24 de janeiro de 2014.
Ir para cima↑ http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/hrsxvii.htm
Ir para cima↑ http://www.marcillio.com/rio/encecari.html
Ir para cima↑ http://www.marcillio.com/rio/encerbe1.html
Ir para cima↑ http://www.rumoatolerancia.fflch.usp.br/node/105
Ir para cima↑ http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/conheca+a+origem+dos+nomes+de+algumas+favelas+do+rio/n1237967511709.html
Ir para cima↑ http://www.favelatemmemoria.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=36&sid=3
Ir para cima↑ http://educaterra.terra.com.br/voltaire/500br/uniao_iberica.htm
Ir para cima↑ http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.marcillio.com/rio/centro/arb/cerbeouv.jpg&imgrefurl=http://www.marcillio.com/rio/encerbes.html&usg=__ZdkcN8tnwphKwi9EEG731gCrub8=&h=315&w=216&sz=34&hl=pt-BR&start=5&zoom=1&um=1&itbs=1&tbnid=DtxnRjB4XMgEKM:&tbnh=117&tbnw=80&prev=/images%3Fq%3Drua%2Bdo%2Bouvidor%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DX%26tbs%3Disch:1
Ir para cima↑ http://amigosdecopa.vilabol.uol.com.br/
Ir para cima↑ http://www.museuhistoriconacional.com.br/
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Ir para cima↑ http://www.flickr.com/photos/memoriaviva/178697317
O Rio de Janeiro hoje:
            É a 2ª maior cidade brasileira e 3ª maior da América do Sul, após São Paulo e Buenos Aires - em população. Possui uma área de 1.182 km² e mais de seis milhões de habitantes em sua área urbana. Cerca de 95,8% da população é alfabetizada, existindo cerca de 1.696 estabelecimentos de ensino pré-escolar, 2.204 do ensino fundamental e 598 do ensino médio. Além disso, em 2007, possuía 1.595 estabelecimentos de saúde total (sendo 172 públicos),  21.103 leitos, 1.062 agências e 1.801.863 domicílios permanentes registrados. A capital do turismo no Brasil, aos poucos vem perdendo espaço nesse segmento, em razão da violência urbana, tráfico de drogas, epidemias (de dengue - a mais recente e também a maior em número de casos, do país), poluição de suas praias e o caos do seu trânsito urbano. A cidade possui um dos mais movimentados portos da América Latina, bem como o é o segundo maior centro de movimento de aeronaves (aeroportos de Santos Dumont e Galeão). O cartão postal do país, lembrado pelo Pão de Açúcar, Corcovado e pelo melhor carnaval do mundo é também um grande centro cultural, artístico e industrial do país, configurando como metrópole continental e segunda mais importante cidade brasileira.
HISTÓRIA:          
            Em 1 de janeiro de 1502 quando a primeira expedição portuguesa veio explorar a costa brasileira, ao entrar na barra da Baía de Guanabara, confundiu-a com a foz de um grande rio, chamando-a de Rio de Janeiro. Este nome, desde então, passou a designar as terras que ficavam em torno daquela baía.
            Quando em 1534 D.João III, rei de Portugal, dividiu o Brasil em capitanias hereditárias, dois lotes foram doados a Martim Afonso de Sousa. O primeiro, que não foi colonizado, reverteu à Coroa, com o nome de Capitania do Rio de Janeiro. O segundo desenvolveu-se com o nome de São Vicente.
            Em 1555, invasores franceses, sob o comando de Nicolau Durand de Villegaignon, instalaram-se nas ilhas da Baía de Guanabara com o propósito de fundar a França Antártica. Fizeram aliança com os primitivos habitantes da terra, os índios tamoios, ameaçando seriamente o domínio português no Brasil.
Os governadores-gerais do Brasil - Duarte da Costa e Mem de Sá - tentaram expulsar os franceses do Rio de Janeiro e não conseguiram.
            A conselho dos jesuítas Nóbrega e Anchieta, a rainha-regente D. Catarina, resolveu ordenara fundação de uma cidade às margens da Baía de Guanabara que teria como função principal a defesa desse trecho do litoral brasileiro.
            Assim, no dia 1 de março de 1565, Estácio de Sá desembarcou numa praia entre o Pão de Açúcar e o Morro Cara de Cão, instalando oficialmente a cidade que se chamou São Sebastião do Rio de Janeiro em homenagem ao rei-menino de Portugal D. Sebastião e ao santo do mesmo nome, que se tornou o padroeiro da cidade.
            Durante cerca de dois anos, Estácio de Sá comandou a defesa da cidade, aproveitando-se do relevo acidentado da área para construir tranqueiras que impediam a aproximação do inimigo. As lutas, nesse tempo, eram de emboscadas. A expedição de Estácio de Sá que, não era grande, partiu de Portugal e foi acrescida de soldados recrutados entre pequenas povoações da Bahia, Espírito Santo e São Vicente. Muitos índios, como os Temiminós, participavam da defesa portuguesa, contudo, o contingente era ainda deficiente para destroçar as forças francesas e tamoias. Por isso, o próprio governador-geral Mem de Sá saiu de Salvador, então capital da Colônia, e veio ajudar seu sobrinho Estácio de Sá no combate aos franceses.
            A 20 de janeiro de 1567, trava-se uma batalha decisiva, no forte Uruçumirim (local do atual Outeiro da Glória), e os franceses foram obrigados a abandonar suas instalações, retornando à França. Três dias depois, foi destruído o último reduto francês, o Forte de Paranapecu, na Ilha do Governador. Era a expulsão definitiva do inimigo e a primeira vitória para a cidade recém-fundada que, até hoje, guarda por tradição alguns dos fortes que serviram para consolidar o domínio português.
            No combate de Uruçumirim, Estácio de Sá foi mortalmente ferido no rosto por uma flecha envenenada, vindo a falecer um mês depois. A administração da cidade passa, então, a ser feita pelo próprio governador-geral Mem de Sá que logo providenciou a transferência da urbe para lugar mais seguro e espaçoso, o alto de um morro, que teve várias denominações, entre elas: Descanso e São Januário, consagrando-se, contudo, a de Morro do Castelo, mais tarde demolido, onde, hoje, se encontra a Esplanada do Castelo. Em 1568, Mem de Sá retorna a Salvador e deixa outro sobrinho - Salvador Correia de Sá -administrando o Rio de Janeiro.
            A cidade foi crescendo no Morro do Castelo, onde foram construídos os primeiros prédios importantes, como a Casa da Vereança, a Igreja Matriz de São Sebastião, o Colégio dos Jesuítas, a Igreja de Santo Inácio, armazéns e residências. Para efetivar o povoamento da região, sesmarias são distribuídas por todo o sertão carioca e começam a surgir os engenhos de açúcar, as lavouras, os curtumes. Onde houvesse uma pequena comunidade, aparecia uma capelinha, a fim de que os colonos pudessem cumprir seus deveres de católicos. Em pouco tempo a cidade começa a descer o morro e espalhar-se pela várzea. Ainda no final do século XVI começam a chegar os primeiros escravos da África para trabalhar nos engenhos de açúcar. Segundo estimativa de Anchieta, a população do Rio de Janeiro e arredores era de 3.850 habitantes, sendo 3.000 índios, 750 brancos e 100 negros.
            Distingui-se o século XVII do anterior, no que se refere à vida da Cidade do Rio de Janeiro, pela época em que se formou o espírito cívico da população, tempo em que os cariocas aprenderam a resolver seus problemas cotidianos. Ao iniciar-se aquele século, existia à margem da Baía de Guanabara um modesto povoado, de casas de barro e pau-a-pique, mal alinhadas, que se estendeu até a várzea sem a menor preocupação de urbanização. No final do mesmo século estava a cidade constituída não, apenas, administrativa mas, também, socialmente. Desdobravam-se as ruas na baixada central, aquelas modestas casinhas cediam lugar a numerosos sobrados na Rua Direita. Até o governador da cidade foi residir naquela rua, que hoje é a Primeiro de Março. Foi o século da agricultura, da fixação dos povoadores nas sesmarias distribuídas pelos governadores e da construção dos conventos de três importantes ordens religiosas que aqui se haviam estabelecido - Beneditinas, Franciscanas e Carmelitas - respectivamente Mosteiro de São Bento, Convento de Santo Antônio e Convento do Carmo. Foi, também, quando se deu a primeira rebelião popular da cidade que abalou até a confiança da Coroa Portuguesa. A população do Rio de Janeiro, nessa época, atingiu a 12.000 habitantes. No século XVIII, a zona urbana do Rio de Janeiro começa a ampliar seus limites além da " Vala" , hoje Rua Uruguaiana, estendendo-se as novas ruas às imediações do "Campo da Cidade", onde mais tarde se situou o Campo de Santana.
            Com a extinção da Companhia de Jesus, em 1759, as fazendas e engenhos da zona rural, "o sertão carioca", começaram a se repartir em pequenas chácaras, vivendas confortáveis de arrabaldes que se originavam nas zonas norte e sul da cidade. Era o surgimento de São Cristóvão e Botafogo, como áreas novas procuradas pela população.
            A presença dos vice-reis no Rio de Janeiro estimulou uma vida social mais intensa e, surgem a partir de 1767 os primeiros teatros da cidade: A Casa da Ópera, do Padre Ventura, e o teatro de Manuel Luís.
            Os transportes para pequenas distâncias aumentam: cadeirinhas, liteiras, serpentinas e palanquins são vistos com freqüência no fim do século.
            As festas populares se aprimoram com a vinda, em 1808, da família real portuguesa para o Brasil, aparecendo o desfile de "carros de idéias", que seriam um prenúncio dos préstitos carnavalescos. O aspecto geral da cidade, também, melhorou com as primeiras medidas sanitárias além de outras, visando à infra-estrutura urbana: calçamento das Ruas da Vala e do Cano, aterro de lagoas da zona urbana, isolamento de leprosos num hospital, construção de um cais, abertura dos primeiros jardins e praças, iluminação com lampiões de azeite de peixe, construção de chafarizes, úteis e belos, graças a primeira adutora do Carioca. Surgem, ainda, os primeiros prédios públicos dignos de uma capital, como o Palácio dos Governadores (o Paço Imperial na Praça Quinze de Novembro), o Palácio Episcopal, no Morro da Conceição, o Senado da Câmara ( no mesmo local onde hoje está o Palácio Tiradentes ), a Casa do Trem ( posteriormente Arsenal de Guerra, hoje Museu Histórico Nacional ), o Arsenal da Marinha, o Hospital Militar e vários quartéis de Infantaria, Artilharia e Cavalaria.
            Muitas igrejas se erguem, como a do Carmo (na Praça Quinze de Novembro) e a de São Francisco da Penitência (ao lado do Convento de Santo Antônio). Capelas e pequenas ermidas de séculos anteriores se transformam em imponentes templos.
            A população aumenta, o comércio se expande, o porto melhora. O café começa a ser cultivado no Rio de Janeiro e, segue o seu caminho pelo Vale do Paraíba. A cidade , porém, não perde suas tradições provincianas: horas anunciadas pelos badalos de sinos, relógios de sol, comemorações religiosas, procissões promovidas com aparato pelas irmandades rivais, casas sem venezianas, poucos divertimentos para as mulheres. Assim, com cerca de 50.000 habitantes, o Rio de Janeiro chega ao final do século XVIII.
            Muitos melhoramentos recebeu a cidade no século XIX. Se compararmos à pequena capital da Colônia encontrada por D. João, com a extensa cidade deixada por D. Pedro II, veremos que muitas diferenças se faziam notar, a começar pelos limites da parte urbana que eram bem outros. Enquanto no alvorecer do século XIX, no tempo dos Vice-Reis, o núcleo urbano atingia apenas o Campo de Santana - ainda um simples terreno baldio, sem jardins - no final do mesmo século a urbanização do Centro ultrapassava o Largo do Rossio Pequeno, depois Praça Onze de Julho e, fazia-se necessária a drenagem dos pântanos que atingiam São Cristóvão, através do Canal do Mangue. A evolução dos transportes coletivos, o trem e o bonde assinalaram o desenvolvimento dos subúrbios e dos novos bairros residenciais,antes sertão da cidade.
            O abastecimento de água domiciliar que obrigou o governo a captar novos mananciais fluminenses, também, possibilitou a fixação de uma população mais numerosa.
            A iluminação a gás, a partir de 1854, depois a implantação da eletricidade, foram fatores importante na transformação do Rio.
            O problema das comunicações, com muitas introduções de novos processos, como o telégrafo, o correio domiciliar, o cabo submarino para o telégrafo e até o telefone, foi outro aspecto importante de modernização.
            Medidas a favor da higiene, como o sistema de esgotos, construção de hospitais e cemitérios públicos vieram contribuir para reformular o conceito negativo que os estrangeiros tinham do Rio. Os acontecimentos políticos, como a Guerra do Paraguai, a Campanha Abolicionista e a própria Proclamação da República, repercutiam intensamente nesta capital, a ponto de influir diretamente na mudança da nomenclatura dos lugares públicos. As conseqüências desses eventos não se refletiram somente nesse aspecto mas, sim, no próprio estilo de vida do carioca, isto é, sobre a sociedade de então. Por exemplo, a falta do trabalho escravo nas velhas mansões apalacetadas do Segundo Reinado, vivendas que possuíam imensos jardins e numerosos cômodos a zelar, obrigou muitos nobres senhores a se desfazerem das mesmas. O próprio Governo Provisório comprou alguns desses palácios e os utilizou para suas repartições públicas. Tal foi o caso do Palácio Itamarati, transformado, depois, em Ministério das Relações Exteriores, onde hoje funciona o Museu Histórico e Diplomático do Palácio Itamarati.
            A mudança do sistema de governo monárquico em republicano, de certa forma, também influiu na democratização das moradias. O desaparecimento da classe nobre igualou os cidadãos da nova República e, as grandes chácaras da Tijuca, Andaraí, Botafogo e Laranjeiras foram loteadas, exigindo menor número de serviçais. As que se mantiveram foram ocupadas por hotéis, colégios, asilos, prédios públicos e, quando muito desvalorizadas, se transformaram em "cabeças de porco" ou "cortiços".
            A cidade crescia para os lados do mar, na zona sul, de maneira a arejar mais o centro. Em 6 de julho de 1892 a Companhia Ferro Carril Jardim Botânico abria o primeiro túnel para ligar o Centro ao longínquo bairro praiano de Copacabana.
            No início do século XX, na gestão do prefeito Pereira Passos que participara no Segundo Reinado da construção da Estrada de Ferro Corcovado, o Rio sofreu uma grande transformação que lhe daria um aspecto inteiramente modernizado. O presidente da República Rodrigues Alves dera carta branca a Pereira Passos e a seus principais auxiliares: Oswaldo Cruz e Francisco Bicalho. Este foi o construtor do novo Porto do Rio de Janeiro, inaugurado em 1910. Oswaldo Cruz saneou a cidade, acabando com três epidemias terríveis que vinham assolando a população a cada ano: febre amarela, varíola e peste bubônica. Destacou-se, ainda, a figura do engenheiro Paulo de Frontin, encarregado de construir a maior parte das obras projetadas pelo prefeito Pereira Passos.
            Os melhoramentos de Pereira Passos atingiram a cidade de ponta a ponta, começando pelo Centro, onde se abriu a Avenida Central, hoje Rio Branco, a mais larga da época. Outras ruas foram rasgadas e, muitas, alargadas na área central; jardins remodelados, outros criados. Os subúrbios, também, foram beneficiados. A Floresta da Tijuca teve seus caminhos alargados, a Avenida Beira Mar foi aberta até Botafogo.
            Depois de Pereira Passos, outros prefeitos realizaram obras notáveis na cidade como, por exemplo, Carlos Sampaio que iniciou o arrasamento do Morro do Castelo, abrindo novo espaço para a urbanização de uma grande área no Centro, onde seriam inaugurados vários Ministérios. A derrubada do Morro do Castelo levou consigo boa parte da história do início da cidade do Rio de Janeiro que lá se instalara, quando da expulsão, definitiva, dos franceses, no século XVI.
            Em 12 de outubro de 1931 foi inaugurado o Cristo Redentor, maior símbolo da cidadedo Rio de Janeiro (vide abaixo).
            Até 1945 surgiram importantes avenidas como a Presidente Vargas e a Brasil. São dessa época o Parque da Cidade, na Gávea, o Jardim de Alah, o Corte do Cantagalo e a estrada cimentada para o Corcovado.
            Nos anos de 1950 e 1960 foram destaques: a demolição de boa parte do Morro de Santo Antônio, para o aterro do Parque do Flamengo. Apesar da mudança da capital para Brasília, em 1960, o Rio de Janeiro, transformado em cidade-estado da Guanabara, continuou sendo importante pólo turístico, cultural e comercial. Os investimentos públicos se intensificaram nas áreas mais ricas, acelerando o processo de especulação imobiliária.
            A única cidade-estado do país ficou sob a administração do, então, governador Carlos Lacerda, o primeiro da Guanabara, que desativou o serviço de bondes, substituindo-os por ônibus elétricos, de curta existência. Abriu dois túneis complementares em Copacabana, além do túnel Santa Bárbara, entre os bairros de Catumbi e Laranjeiras e, ligou as zonas norte e sul, com o túnel Rebouças, na época o maior túnel urbano do mundo. Urbanizou o aterro do Flamengo, construiu a Rodoviária Novo Rio. Realizou a política de construção de viadutos e vias expressas para desafogar o trânsito, adotando o Plano Doxiades, do qual resultou, anos depois, a construção das linhas Vermelha e Amarela. Levantou bairros proletários para a população de favelas, removendo-as dos morros da cidade. Deu término à construção de adutora para a normalização do fornecimento de água à cidade.
            No final da década de 1960 e nos anos de 1970, grandes obras foram realizadas: o alargamento da praia de Copacabana, tornando sua curva atlântica ainda mais encantadora; o elevado da Avenida Paulo de Frontin; a primeira etapa da auto-estrada Lagoa-Barra; a ponte Rio-Niterói e o Metrô. O urbanismo moderno encontrou sua última expressão no Plano Lúcio Costa para a Baixada de Jacarepaguá e Barra da Tijuca.
            Em 1975, com a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, a cidade passou a ser a capital do estado com o título de Município do Rio de janeiro. A década de 90 foi importante e representou mudança para a vida da cidade. Podemos apontar o ano de 1992, com a escolha do Rio de Janeiro como centro mundial do debate sobre desenvolvimento e meio-ambiente, com a Eco 92. Este fato desencadeou uma série de ações governamentais traduzidas em investimentos na cidade, além de devolver a autoestima do carioca. A partir de 1993, com uma nova gestão de governo, a cidade do Rio de Janeiro experimentou uma fase marcada por grandes obras públicas, programas sociais, a volta à ordem pública, saneamento financeiro que transformaram o Rio de Janeiro em uma cidade pronta para enfrentar os desafios do novo milênio. A construção da Linha amarela, importante via de ligação entre a Zona Norte e Zona Oeste; o Programa Favela-Bairro, que integra as favelas do Rio de Janeiro ao tecido urbano da cidade; o Rio Cidade, são exemplos de intervenções urbanas que procuram garantir bem-estar e funcionalidade de serviços à população.
            Num país de civilização jovem como o Brasil, uma cidade de quatrocentos e trinta e cinco anos representa um patrimônio que deve ser zelado pelos brasileiros e conhecido pelos estrangeiros, já que possui um espírito formado através de muitas gerações, que trabalharam em seu solo, lutando contra obstáculos imensos.
            Por circunstâncias várias, o Rio de Janeiro foi sempre uma cidade aberta a todos. É aí que reside a sua principal característica: a alma carioca da cidade, essa alma tão conhecida pelo seu humor, pela sua espontaneidade, pela sua hospitalidade, pela sua grandeza em acolher a todos com o mesmo amor.
            P.S.: O gentílico "carioca", aos nascidos na cidade, só foi usado a partir de 1834, quando da criação do município neutrodesmembrado da província do Rio de Janeiro. Antes disso, os nascidos aqui eram chamados de fluminenses, como ainda o são os nascidos no Estado do Rio de Janeiro, não na cidade. Gentílico derivado da palavra latina flumens: rio.
            A origem do topônimo carioca - cari=branco + oca=casa --, ou seja casa de branco, numa alusão a casa de pedra mandada erguer por Gonçalo Coelho, na expedição portuguesa de 1503, o primeiro desembarque de europeus em terra do Rio de Janeiro. No entanto é um argumento pouco provável. É mais fácil acreditar que o local era chamado pelos tamoios de Acari-oca, toca de acará, peixe abundante naquela praia. Do local o nome passou a designar os habitantes do Rio de Janeiro.
EVOLUÇÃO POLÍTICA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO 
De 1565 a 1763 - Rio de Janeiro, simples cidade do litoral sudeste do Brasil.
De 1763 a 1808 - Rio de Janeiro, capital da Colônia e sede do Vice-Reino do Brasil
De 1808 a 1821 - Rio de Janeiro, capital da Colônia e sede do Governo Português.
De 1822 a 1831 - Rio de Janeiro, capital do Primeiro Reinado.
De 1831 a 1840 - Rio de Janeiro, sede da Regência. Em 1834 surge o Município da Corte ou Neutro.
De 1840 a 1889 - Rio de Janeiro, capital do Segundo Reinado.
De 1889 a 1960 - Rio de Janeiro, capital da República. Em 1891 transformou-se em Distrito Federal.
De 1960 a 1975 - Rio de Janeiro, capital do Estado da Guanabara.
De 1975 em diante - Rio de Janeiro, capital do novo Estado do Rio de Janeiro. Transforma-se o Estado da Guanabara em Município do Rio de Janeiro, com a fusão do antigo Estado do Rio de Janeiro com o Estado da Guanabara.
            A delimitação do atual Município do Rio de Janeiro foi feita em 1834, pelo Ato Adicional, quando se criou o Município da Corte, vulgarmente chamado de Neutro
FUNÇÕES DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
            Desde sua fundação até os dias de hoje, a cidade tem tido várias funções, a de defesa, testemunhada pelos fortes mantidos, como marcos históricos e abertos à visitação. Outras surgiram a seguir, pelas próprias necessidades da população: função de porto, decorrente da posição natural da cidade, à margem de uma baía abrigada; a função comercial, quando as riquezas da terra começaram a ser desenvolvidas; função administrativa, quando o Rio de Janeiro passou a sede do Vice-Reino; função política, quando grandes acontecimentos históricos se operaram no Rio, como o movimento que preparou a Independência do Brasil e, depois, a sua consolidação, a Abolição da Escravidão, a Proclamação da República, a manifestação que levou um milhão de cariocas à Candelária, pelas eleições diretas para presidente da República e, em 1992, os "caras pintadas", estudantes que tomaram as ruas para exigir o impedimento do então presidente ; a função industrial quando, pela introdução da eletricidade, a instalação de indústrias começou a transformar o panorama da cidade; função cultural, já que grandes centros de estudos e escolas superiores, como a Escola Naval, o Instituto Militar de Engenharia, a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, a Escola Superior de Guerra, a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Pontifícia Universidade Católica, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, centros de conhecimento avançado de renome no Brasil e no exterior como a Fundação Oswaldo Cruz, o Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, a Fundação Getúlio Vargas, o Instituto de Matemática Pura e Aplicada, centros culturais, a Academia Brasileira de Letras, a Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, teatros, salas de concertos e de espetáculos, bibliotecas, museus, edifícios históricos importantes; finalmente a função turística, aproveitando a história, as belezas naturais e os empreendimentos que se valem da situação pitoresca da cidade.
FONTES: PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO, IBGE E BASE DE DADOS DO PORTAL BRASIL.

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