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APOSTILA CONTABILIDADE COMERCIAL

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1
SUMÁRIO 
 
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO.........................................................................04 
 1.1 - Contabilidade Comercial - Definição ......................................................04 
 1.2 - Conceito de comércio..............................................................................04 
 1.3 - Tipos de entidades mercantis..................................................................04 
 
CAPÍTULO 2 – CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES...................................05 
 2.1 - Definição..................................................................................................05 
 2.2 - Sociedade em nome coletivo...................................................................06 
 2.3 - Sociedade em comandita simples...........................................................06 
 2.4 - Sociedade limitadas.................................................................................06 
 2.5 - Sociedade anônimas........... ...................................................................06 
 2.6 - Sociedade em comandita por ações ......................................................07 
 2.7 - Sociedade Cooperativa...........................................................................07 
 2.8 - Nome Empresarial...................................................................................07 
 
CAPÍTULO 3 - ESQUEMA BÁSICO DE ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL – 
REVISÃO...........................................................................................................10 
3.1 - O Patrimônio – Conceito genérico e contábil............................................10 
3.1.1 – Bens.......................................................................................................10 
3.1.2 – Direitos...................................................................................................11 
3.1.3 – Obrigações.............................................................................................11 
3.1.4 – Representação Gráfica do Patrimônio...................................................11 
3.1.5 – Classificação dos Elementos Patrimoniais............................................13 
3.2 – Métodos das Partidas Dobradas...............................................................15 
3.3. – Balancete de Verificação.........................................................................18 
 
 
CAPÍTULO 4 – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS.......................................19 
4.1. – Periodicidade de apresentação das Demonstrações Financeiras...........19 
4.2. – Balanço Patrimonial.................................................................................19 
4.2.1. – Conteúdo e estrutura............................................................................20 
4.2.2. – Agrupamento das Contas do Ativo.......................................................21 
4.2.3. – Agrupamento das Contas do Passivo...................................................22 
 2
4.2.4. – Agrupamento das Contas do Patrimônio Líquido.................................23 
4.3. – Deduções do Ativo e do Patrimônio Líquido............................................25 
4.3.1. – Contas redutoras do Ativo....................................................................25 
4.3.2. – Contas redutoras do Patrimônio Líquido..............................................28 
4.4 - Receitas, Despesas e Custos....................................................................28 
4.4.1. – Demonstração do Resultado do Exercício............................................29 
4.4.1.1. – Conteúdo e Estrutura.........................................................................29 
4.5. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)....................34 
4.6 - Demonstrações Contábeis de acordo com CPC 26 (R1)..........................37 
 
CAPÍTULO 5 – PLANO DE CONTAS...............................................................38 
5.1. – Grau da conta..........................................................................................38 
5.2 – Modelo de Plano de Contas......................................................................40 
 
CAPÍTULO 6 – OPERAÇÕES COM MERCADORIAS.....................................43 
 
CAPÍTULO 7 – MÉTODOS DE INVENTÁRIOS (PERIÓDICO E 
PERMANENTE).................................................................................................47 
7.1. – Método de Inventário Periódico...............................................................47 
7.2. – Método de Inventário Permanente...........................................................49 
 
CAPÍTULO 8 – APURAÇÃO CONTÁBIL DO RESULTADO...........................51 
 
CAPÍTULO 9 - DISTRIBUIÇÃO DOS RESULTADOS E CONSTITUIÇÃO DE 
RESERVAS.......................................................................................................52 
 
9.1. - Reservas e Retenção de Lucros..............................................................52 
9.1.1. - Reserva Legal........................................................................................52 
9.1.2. - Reservas Estatutárias............................................................................52 
9.1.3. - Reservas para Contingências................................................................52 
9.1.4. - Reserva de Incentivos Fiscais...............................................................53 
9.1.5. - Retenção de Lucros...............................................................................53 
9.1.6. - Reservas de Lucros a Realizar..............................................................53 
9.1.7. - Limite do Saldo das Reservas de Lucros..............................................53 
 
 3
 
CAPÍTULO 10 - PIS, COFINS e ICMS..............................................................54 
10.1. – PIS.........................................................................................................54 
10.2. – COFINS.................................................................................................55 
10.3 – ICMS.......................................................................................................56 
 
CAPÍTULO 11 – IMPOSTOS SOBRE RESULTADOS, IMPOSTO DE RENDA 
E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL........................................57 
11.1 – Alíquotas Básicas...................................................................................57 
11.2 – Formas de tributação do Lucro...............................................................57 
11.2.1. – Lucro Real...........................................................................................58 
11.2.1.1. – Lucro Real Trimestral.......................................................................59 
11.2.1.2. – Lucro Real Anual.............................................................................61 
11.2.2. – Lucro Presumido Trimestral................................................................63 
11.2.2.1 – Imposto de Renda Pessoa Jurídica pelo Lucro Presumido..............63 
11.2.2.2 – Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido pelo Lucro Presumido...64 
11.2.3. – Lucro Arbitrado...................................................................................65 
11.3. – Impacto da opção de Tributação sobre o Lucro no PIS e na COFINS .65 
 
 
Bibliografia Básica...........................................................................................65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4
 
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO 
 
 
1.1 - Contabilidade Comercial - Definição: 
 
O ramo da contabilidade aplicado ao estudo e ao controle do patrimônio 
das empresas comerciais, com o fim de oferecer informações sobre sua 
composição e suas variações, bem como sobre o resultado decorrente da 
atividade mercantil. 
 
 
1.2 - Conceito de comércio:- troca de mercadorias por dinheiro ou de uma mercadoria por outra. 
 
 
1.3 - Tipos de entidades mercantis: 
 
� entidades comerciais atacadistas (para outras empresas) e 
� entidades comerciais varejistas. (direto consumidor) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5
 
CAPÍTULO 2 – CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES 
 
 
2.1 - DEFINIÇÃO: 
 
Sociedade é o contrato em que duas pessoas ou mais se obrigam a 
conjugar esforços ou recursos para a consecução de um fim comum, ou 
celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a 
contribuir, com bens e serviços, para exercício de atividade econômica e a 
partilha, entre si, dos resultados. 
 
A antiga Sociedade Comercial, depois da lei 10.406/2002 (Código Civil), 
passou a ser chamada de Sociedade Empresária e tem seus instrumentos de 
constituição e alterações registrados na Junta Comercial; 
 
As antigas Sociedades Civis são, depois da lei 10.406/2002 (Código 
Civil), tratadas por Sociedades Simples e registradas em Cartório; 
 
A antiga firma individual, também com a lei 10.406/2002 passou a ser 
simplesmente “Empresário”. 
 
Quadro resumo das Sociedades: 
 
 
 
 
 
 
NCC = Novo Código Civil 
 
 
Sociedades pelo NCC 
Não Personificadas Sociedade Comum Os sócios respondem solidária e ilimita- 
(Não inscritos: constituí- (Sociedade de fato, No que for compatível damente pelas obrigações. Também co- 
da de forma oral e docu- sem registro em ambos aplicam-se nhecida como Sociedade Irrregular. 
mental, porém não as disposições da So- Um dos sócios é Ostensivo(empreen- 
registrada) Sociedade em Con- ciedade Simples dedor, dirige o negócio e assume todas 
ta de Participação as responsabilidades). Outros sócios são 
Participantes, apenas investidores. 
Personificada Empresária - Sociedade em Nome Coletivo 
(legalmente constituída e Atividade própria de empresário - Sociedade em Comandita Simples 
registrada no órgão com- com registro na Junta Comercial. - Sociedade Limitada 
petente, passando a ser - Sociedade por Ações (Lei das S.A) 
denominada pesso jurí- - Sociedade em Comandita por Ações 
dica) (Lei das S.A) 
Simples - Sociedade Simples "Pura" ou Socie- 
Atividade de não empresário dade em Nome Coletivo 
com registro o Cartório Civil. - Sociedade em Comandita Simples 
 - Sociedade Limitada 
 - Cooperativa 
Cooperativas - Respondabilidade dos sócios limitada 
(Legislação Especial e NCC) - Responsabilidade dos sócios ilimitada 
Tipos Detalhes 
QUADRO RESUMO DAS SOCIEDADES 
SOCIEDADES
 6
 
2.2 - SOCIEDADE EM NOME COLETIVO 
 
Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome 
coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas 
obrigações sociais. 
 
 
2.3 - SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES 
 
Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas 
categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados 
somente pelo valor de sua quota. 
 
 
2.4 - SOCIEDADE LIMITADA 
 
Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao 
valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização 
do capital social. 
 
As sociedades limitadas são assim chamadas porque os sócios 
respondem pelas obrigações da empresa até o valor do seu capital social (valor 
que os sócios investiram na formação da empresa), exceto pelo fato de ficar 
constatado algum crime como fraudes, por exemplo. A sociedade limitada tem 
seu capital social dividido em quotas de capital que os sócios adquirem. 
Conforme artigo 1.052 do Código Civil (lei 10.406/2002), na sociedade limitada, 
a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos 
respondem solidariamente pela integralização do capital social. 
 
 
2.5 - SOCIEDADE ANÔNIMA 
 
Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, 
obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das 
ações que subscrever ou adquirir. 
 
As sociedades anônimas têm seu capital social dividido em ações e são 
de duas espécies, a companhia aberta e a companhia fechada. 
 
A sociedade anônima de capital fechado não tem suas ações 
negociadas em Bolsas de Valores, ou seja, é a companhia que obtém recursos 
entre os próprios acionistas ou terceiros subscritores. 
 
A sociedade anônima de capital aberto tem suas ações negociadas em 
Bolsas de Valores, ou seja, é a companhia que procura captar recursos junto 
ao público através da emissão de ações. 
 
As ações são títulos representativos da participação do acionista na 
empresa e podem ser ordinárias e preferenciais. As ações ordinárias conferem 
 7
ao seu titular o direito à voto em Assembléias Gerais e as ações preferenciais 
conferem ao seu titular o direito de prioridade no recebimento de dividendos, 
em caso de dissolução da empresa no reembolso do Capital. As ações 
preferenciais não conferem ao seu detentor direito a voto, exceto quando a 
empresa apresenta prejuízo por três anos consecutivos. 
 
Quanto a forma, as ações podem ser: 
 
 
� Nominativas – tem como característica o fato de a ação identificar seu 
proprietário que é registrado no livro Registro de Ações Nominativas, 
ficando sua transferência sujeita à Termo Lavrado no Livro de Registro 
de Transferência de Ações Nominativas. 
 
� Endossáveis – As ações Endossáveis tem sua propriedade presumida 
pela posse do título. O direito será exercido após averbação do nome do 
acionista no Livro de Registro de Ações Endossáveis da Companhia 
emissora. 
 
Assim, as ações poderão ser: 
 
ON – Ordinária Nominativa PN – Preferencial Nominativa 
OE – Ordinária Endossável Pe – Preferencial Endossável 
 
 
2.6 - SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES 
 
A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações, 
regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, sem prejuízo das 
modificações constantes deste Capítulo, e opera sob firma ou denominação. 
Somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e, como 
diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade, 
sendo que se houver mais de um diretor, serão solidariamente responsáveis, 
depois de esgotados os bens sociais. 
 
 
2.7 - SOCIEDADE COOPERATIVA 
 
A sociedade cooperativa é regida pelo NCC e por legislação especial. 
(Lei 5.764/71). Na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode 
ser limitada ou ilimitada. 
 
 
2.8 - NOME EMPRESARIAL 
 
Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada para 
o exercício de empresa. 
 
O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou 
abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou 
do gênero de atividade. 
 8
 
A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará 
sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para 
formá-la aditar ao nome de um eles a expressão "e companhia" ou sua 
abreviatura. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações 
contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma 
da sociedade. 
 
Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela 
palavra final "limitada" ou a sua abreviatura. 
 
A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que 
pessoas físicas, de modo indicativo da relação social. 
 
A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido 
nela figurar o nome de um ou mais sócios. 
 
A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e 
ilimitada dos administradores queassim empregarem a firma ou a 
denominação da sociedade. 
 
A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo 
vocábulo "cooperativa". 
 
A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto 
social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por 
extenso ou abreviadamente, podendo constar da denominação o nome do 
fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da 
formação da empresa. 
 
A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, adotar 
denominação designativa do objeto social, aditada da expressão "comandita 
por ações". 
 
A sociedade em conta de participação não pode ter firma ou 
denominação. 
 
O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no 
mesmo registro. 
 
O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. 
 
O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o 
contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a 
qualificação de sucessor. 
 
O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode 
ser conservado na firma social. 
 
A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas 
jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso 
 9
exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado, se estendendo a todo o 
território nacional, se registrado na forma da lei especial. 
 
Com a Lei 12.441/2011, também passou a figurar no Código Civil as 
empresas individuais de responsabilidade limitada que será constituída por 
uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente 
integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo 
vigente no Pais. O nome empresarial deve ser formado pela inclusão da 
expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa 
individual de responsabilidade limitada. A pessoa natural que constituir 
empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em 
uma única empresa dessa modalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10
CAPÍTULO 3 - ESQUEMA BÁSICO DE ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL - 
REVISÃO 
 
 
3.1 - O PATRIMÔNIO – CONCEITO GENÉRICO E CONTÁBIL 
 
 
Do ponto de vista amplo, Patrimônio é tido como os Bens que uma 
pessoa possui, sendo também incluída nesta relação, os direitos que 
eventualmente a pessoa possua. 
 
No entanto, não se pode ignorar o “outro lado” do Patrimônio, ou seja, de 
nada adianta uma pessoa ter um apartamento triplex de cobertura em bairro 
nobre que tenha um valor de mercado de R$ 3 milhões se aquele bem tiver 
sido financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), estando o 
“proprietário” (mutuário) com um saldo devedor da Caixa Econômica Federal, 
por exemplo, de R$ 3,3 milhão. 
 
Assim, contabilmente, deve-se dizer que patrimônio é o conjunto de 
bens e direitos deduzidos das obrigações. 
 
No exemplo acima o Patrimônio “líquido” do mutuário é de R$ 300 mil, 
negativos, ou seja, sua situação líquida é desfavorável (negativa). 
 
Assim são três as situações que o Patrimônio pode se apresentar: 
 
� Situação Líquida positiva – quando o total de bens + direitos forem 
maiores que o total das obrigações; 
 
� Situação Líquida negativa – quando o total de bens + direitos forem 
menores que o total das obrigações; e 
 
� Situação Líquida nula – quando o total de bens + direitos forem iguais ao 
total das obrigações. 
 
 
3.1.1. – BENS 
 
De forma geral, segundo Favarin (2003:11), pode-se dizer que os bens 
são coisas capazes de satisfazer as necessidades humanas e avaliados 
economicamente. 
 
Os bens podem ser imóveis ou móveis, tangíveis ou intangíveis. 
 
São bens imóveis o solo com a sua superfície, os seus acessórios e 
adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço 
aéreo e o subsolo, tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, 
como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que se 
não possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano. 
 
 11
São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção 
por força alheia. 
 
 São bens tangíveis aqueles que são suscetíveis ao toque (podem ser 
tocados), como por exemplo: mesas, cadeiras, máquinas, prédios, etc... 
 
 São bens intangíveis aqueles não suscetíveis ao toque (não podem ser 
tocados), como por exemplo: as marcas, patentes, goodwill, etc... 
 
 
3.1.2. – DIREITOS 
 
 Diz respeito a todos os valores que a pessoa tem a receber, assim se a 
empresa vende a prazo, ela tem direito de receber de seu cliente, o valor 
correspondente. Se o funcionário trabalhou durante todo o mês, ele tem direito 
de receber seu salário. Se uma pessoa alugou seu imóvel, ela tem direito de 
receber o valor do aluguel. Quando do deposito algum valor em uma conta 
corrente bancária, se tem direito de sacar aquele valor. Enfim, valores que 
foram colocados à disposição de alguém gera direito de quem colocou, de 
receber. 
 
 
3.1.3. - OBRIGAÇÕES 
 
 De forma contrária dos direitos, obrigações são valores que são devidos 
a terceiros, assim se a empresa compra a prazo, ela tem obrigação de pagar 
pelo fornecimento, o valor correspondente. Se o funcionário trabalhou durante 
todo o mês, a empresa tem obrigação de pagar seu salário. Se uma empresa 
tomou um imóvel alugado, ela tem obrigação de pagar o valor do aluguel. Se o 
banco recebe um depósito em conta corrente, o banco tem obrigação de pagar 
aquele valor quando do saque. Enfim, valores que ficaram à disposição de 
alguém, deve por ele ser restituído. 
 
Assim não existe direito sem que se tenha uma obrigação 
correspondente e vice e versa. 
 
 
3.1.4. – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PATRIMÔNIO 
 
O patrimônio pode ser representado graficamente das seguintes formas: 
 
 
Situação Líquida positiva: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BENS 
+ 
DIREITOS 
 
OBRIGAÇÕES 
 12
 
 
Situação Líquida negativa: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Situação Líquida nula: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim se o patrimônio de uma pessoa for constituído da seguinte forma: 
 
• dinheiro R$ 2.000,00; 
• tenha adquirido um veículo por R$ 25.000,00; 
• tenha adquirido um imóvel por R$ 120.000,00; 
• tenha um empréstimo a receber no valor de R$ 5.000,00, e 
• tenha dívidas no valor de R$ 45.000,00. 
 
Sua situação líquida será positiva em R$ 107.000,00 (R$ 2.000,00 + R$ 
25.000,00 + R$ 120.000,00 + R$ 5.000,00 (-) R$ 45.000,00), pois o total dos 
bens e direitos é de R$ 152.000,00 (dinheiro, veículo, imóvel, empréstimos a 
receber) e o total das obrigações é de R$ 45.000,00 (dívidas). Caso o total dos 
bens e direitos fossem menores que o total das obrigações a situação líquida 
seria negativa e caso o total dos bens e direitos fosse igual ao total das 
obrigações a situação líquida seria nula. 
 
Contabilmente, nas pessoas jurídicas, a situação líquida é conhecida como 
Patrimônio Líquido, ou seja, o total dos (bens + direitos) – obrigações. 
 
BENS 
+ 
DIREITOS 
 
 
 
OBRIGAÇÕES 
 
 
BENS 
+ 
DIREITOS 
 
 
 
OBRIGAÇÕES 
 13
 
3.1.5. – CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS 
 
Os elementos Patrimoniais (Bens, Direitos e Obrigações) são alocados 
em um quadro patrimonial chamado de Balanço Patrimonial que é a 
demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, 
numa determinada data, o Patrimônio e o Patrimônio Líquido da Entidade e 
pode ser representado como a seguir:No Balanço Patrimonial, se tem demonstrado do lado do Passivo e 
Patrimônio Líquido as origens dos recursos que estão aplicados do lado do 
Ativo em bens e direitos, pois é impossível adquirir bens e direitos sem que se 
tenha a origem do valor correspondente. 
 
Do ponto de vista de origens e aplicações de recursos, tem-se a 
seguinte representação gráfica: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assim do lado do Passivo e do Patrimônio Líquido são classificadas as 
origens de recursos captados pela empresa, ou seja, para que a empresa 
pudesse aplicar recursos em caixa, estoques, máquinas, etc., ela teve que 
ATIVO PASSIVO e P.L. 
 
 
BENS 
 
E 
 
DIREITOS 
 
 
OBRIGAÇÕES 
 
SITUAÇÃO LÍQUIDA 
(PATRIMÔNIO LÍQUIDO) 
ATIVO PASSIVO E P.L. 
 
 
APLICAÇÕES 
 
DE 
 
RECURSOS 
 
 
ORIGENS 
 
DE 
 
RECURSOS 
 14
obter os recursos (financiamentos) com outras pessoas, pessoas essas que 
podem ser os sócios, bancos, fornecedores, etc... 
 
Os recursos que são captados dos sócios, e que é representado no lado 
das origens de recursos é o chamado CAPITAL PRÓPRIO, ou seja, são 
valores que não são exigíveis por terceiros, representa o valor dos 
investimentos dos sócios ou acionistas na empresa. 
 
Os recursos que são captados de fornecedores, bancos e dívidas em 
geral, que também é representado no lado das origens de recursos é o 
chamado CAPITAL DE TERCEIROS, ou seja, são valores que serão exigidos 
por alguém, valores que na data de vencimento da dívida, deverão ser pagos 
pela empresa. 
 
Do lado do Ativo são classificadas todas as aplicações que a empresa 
fez dos recursos captados, aplicações que pode ser em caixa, estoque, 
máquinas, etc... 
 
As aplicações de recursos podem ser de caráter circulante, ou seja, 
valores que a empresa “gira” no desenvolvimento de suas atividades, valores 
que não ficam fixos em determinado lugar, e podem ter caráter permanente, ou 
seja, valores que são aplicados em itens necessários ou não para o 
desenvolvimento de suas atividades, e que ficarão ali aplicados 
permanentemente. 
 
Assim novamente pode-se elaborar outra representação gráfica do 
patrimônio: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fica óbvia então, a resposta do porque sempre o total do Ativo coincidir 
com o total do Passivo e Patrimônio Líquido, pois para a existência de Ativos 
(aplicações de recursos) é necessário ter existido origem daqueles recursos 
que foram aplicados. (quem está financiando), sendo uma equação contábil 
ATIVO PASSIVO E P.L. 
 
 
CAPITAL 
 
CIRCULANTE 
 
 
CAPITAL DE 
 
TERCEIROS 
 
 
CAPITAL 
 
FIXO 
 
 
CAPITAL 
 
PRÓPRIO 
APLICAÇÕES 
DE 
RECURSOS 
ORIGENS 
DE 
RECURSOS 
 15
constituída pela seguinte fórmula: (BENS + DIREITOS) = (OBRIGAÇÕES + 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO). 
 
Imagine um trabalhador assalariado que adquire um apartamento. O 
trabalhador terá que em sua declaração de imposto de renda declarar tal bem e 
mostrar onde ele conseguiu os recursos (dinheiro) para adquiri-lo, assim, terá 
também que declarar a fonte de renda que propiciou a aquisição daquele 
apartamento, ou seja, sem a origem dos recursos, salário fruto de seu trabalho, 
não poderia haver a aplicação de recursos (compra do apartamento). Caso o 
trabalhador declare somente a compra do apartamento, certamente cairá na 
chamada “malha fina”, situação em que teria que comparecer à Delegacia da 
Receita Federal para prestar esclarecimentos. 
 
 Sendo o total das Aplicações de Recursos sempre igual ao total das 
Origens de Recursos, conclui-se que o TOTAL DO ATIVO SEMPRE SERÁ 
IGUAL AO TOTAL DO PASSIVO MAIS O PATRIMÔNIO LÍQUIDO. 
 
 
3.2. - MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS 
 
O método das partidas dobradas é a metodologia utilizada 
universalmente para o registro dos fatos contábeis. Seu fundamento está no 
conceito de que não existe aplicação de recursos sem que se tenha uma 
origem correspondente, ou não existe débito sem o crédito correspondente. 
 
Dentro da estrutura patrimonial e de resultados da empresa, 
convencionou-se que as contas do Ativo são de natureza devedora, as contas 
do Passivo são de natureza credora, as contas de Receitas são de natureza 
credora e as contas de Custos e Despesas são de natureza devedora. 
 
Se imaginarmos que cada uma das contas patrimoniais e de resultados 
são personagens (pessoas), fica fácil entendermos porquê quando se tem 
saldo positivo na conta corrente bancária, contabilmente o saldo é devedor, 
porquê quando se deve um valor a algum fornecedor o saldo é credor. A leitura 
dos saldos das contas deve ser feita com relação àquele personagem (conta), 
o que aquele personagem tem para com a empresa e não o contrário. Assim se 
a empresa tem um saldo positivo no valor de R$ 15.000,00 em sua conta 
corrente no Banco Endinheirado S.A., e deve para o fornecedor R$ 10.000,00, 
deve-se ler a informação da seguinte maneira: 
 
 
O Banco Endinheirado S.A. é devedor da empresa no valor de R$ 
15.000,00; 
 
O fornecedor é credor da empresa no valor de R$ 10.000,00. 
 
Muitas vezes se pergunta porque quando se extrai um extrato da conta 
corrente com saldo positivo o saldo é credor e na contabilidade da empresa o 
saldo se apresenta devedor? A contabilidade da empresa é feita de forma 
contrária à contabilidade do Banco? 
 
 16
Qualquer contabilidade, seja ela industrial, comercial, bancária etc... é 
feita absolutamente da mesma forma. O que acontece é que o extrato extraído 
nada mais é do que o razão1 da conta daquele cliente no banco, então na 
contabilidade vai aparecer que o banco é devedor da empresa e na 
contabilidade do banco vai aparecer que o cliente é credor do banco no valor 
depositado. A empresa tem um direito para com o banco, direito esse 
classificado no Ativo da empresa e o banco tem uma obrigação para com o 
cliente, obrigação essa que é classificada no Passivo do banco. 
 
 
Assim considerando que: 
 
� Ativo tem natureza devedora; 
� Passivo e Patrimônio Líquido tem natureza credora; 
� Receitas tem natureza credora e, 
� Custos e Despesas tem natureza devedora. 
 
 
Conclui-se que: 
 
 
ATIVOS AUMENTAM POR DÉBITOS E DIMINUEM POR CRÉDITOS. 
PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO AUMENTAM POR CRÉDITOS E DIMINUEM POR DÉBITOS. 
RECEITAS AUMENTAM POR CRÉDITOS E DIMUNUEM POR DÉBITOS. 
DESPESAS AUMENTAM POR DÉBITOS E DIMINUEM POR CRÉDITOS. 
 
 
 
Ou: 
 
 
ATIVOS, CUSTOS E DESPESAS AUMENTAM POR DÉBITOS E DIMINUEM POR CRÉDITOS. 
PASSIVO E RECEITAS AUMENTAM POR CRÉDITOS E DIMINUEM POR DÉBITOS. 
 
Didaticamente, para os exercícios a serem aplicados, utilizaremos o 
razonete, que é uma forma simplificada do livro razão de uma empresa: 
 
 
 
1
 Livro empregado na escrituração contábil analítica, para acompanhar as posições de cada uma das 
contas que formam o sistema escritural de um patrimônio. 
 
 17
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Para cada conta envolvida no fato contábil, deve-se abrir um razonete 
para controle analítico da movimentação e saldo daquela conta. 
 
Assim, se nos depararmos com um fato contábil, onde sócios resolvem 
integralizar capital social no valor de R$ 100.000,00, totalmente em dinheiro, a 
contabilização através de razonetes se daria da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dando continuidade nos seus negócios, se em seguida a empresa 
resolva comprar 1 máquina no valor de R$ 50.000,00 a vista a situação seria: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DÉBITO CRÉDITO 
CONTA 
 
DÉBITOCRÉDITO 
CAIXA 
100.000,00 
CAPITAL SOCIAL 
DÉBITO CRÉDITO 
100.000,00 
DÉBITO CRÉDITO 
CAIXA 
100.000,00 50.000,00 
CAPITAL SOCIAL 
DÉBITO CRÉDITO 
100.000,00 
 18
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O razonete pode, didaticamente ser substituído pela “Conta T”, que é uma 
representação simplificada do razonete, conforme a seguir: 
 
 
 NOME DA CONTA 
 
 DÉBITOS CRÉDITOS 
 
 
 
 
 
 
3.3. - BALANCETE DE VERIFICAÇÃO 
 
 Após os registros contábeis terem sido feitos, e estando todas as contas 
conciliadas, extrai-se o balancete de verificação que é um relatório analítico 
que toma por base o livro razão, resumindo-o. 
 
 Normalmente o balancete tem 4 colunas principais, sendo a primeira a 
coluna com o nome das contas, a segunda coluna onde constam o saldo 
anterior da conta, a terceira coluna com os movimentos do período e a última 
coluna com o saldo atual. Com base neste relatório é que se “verifica” a 
situação de todas as contas, daí o termo balancete de verificação. 
 
 
 Com base no item apresentado anteriormente tem-se o seguinte 
balancete: 
 
 
CONTA
DEVEDOR CREDOR DEBITOS CRÉDITOS DEVEDOR CREDOR
Caixa - 100.000,00 50.000,00 50.000,00 
Máquinas e Equiptos. - 50.000,00 50.000,00 
Capital Social - 100.000,00 100.000,00 
Totais - - 150.000,00 150.000,00 100.000,00 100.000,00 
SALDO ANTERIOR MOVIMENTOS SALDO ATUAL
 
MÁQ. E EQUIPTOS. 
DÉBITO CRÉDITO 
 50.000,00 
 19
CAPÍTULO 4 – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
 
 
Segundo a Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por ações)2, em seu artigo 
176, as demonstrações Financeiras são as seguintes: 
 
I – Balanço Patrimonial; 
II – Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; 
III – Demonstração do resultado do exercício; 
IV - demonstração dos fluxos de caixa; e 
V - se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. 
 
Apesar de na atual legislação constar apenas essas demonstrações, 
existem outras não obrigatórias como a Demonstração de Origens e Aplicações 
de Recursos (DOAR), O Balanço Social e a Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido. 
 
 
4.1. – PERIODICIDADE DE APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS 
 
As Demonstrações Financeiras, segundo regra societária, deve ser 
elaborada no final do exercício social da empresa, normalmente no dia 31 de 
dezembro de cada ano, no entanto, nada impede que prazos mais curtos sejam 
definidos para apresentação das demonstrações. 
 
Fiscalmente, para apuração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da 
Contribuição Social Sobre o Lucro, as Demonstrações podem ser levantadas, 
mensalmente, trimestralmente ou anualmente, conforme a opção de tributação 
feita pela empresa. 
 
Gerencialmente, no mínimo, mensalmente as demonstrações contábeis 
devem ser elaboradas, para que se possa verificar o desempenho da empresa 
e corrigir eventuais falhas no futuro que deve ser próximo. 
 
 
4.2. – BALANÇO PATRIMONIAL 
 
Balanço Patrimonial é um quadro onde se classificam os elementos do 
patrimônio de uma empresa (Bens, Direitos e Obrigações), demonstrando sua 
riqueza líquida (Patrimônio Líquido) 
 
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a 
evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, o 
Patrimônio e o Patrimônio Líquido da entidade. 
 
 
 
 
 
2
 Embora a Lei esteja relacionada às sociedades por ações, também se aplica aos demais tipos de 
sociedade. 
 20
 
 
4.2.1. – CONTEÚDO E ESTRUTURA 
 
 
O Balanço Patrimonial é constituído pelo Ativo, pelo Passivo e pelo 
Patrimônio Líquido. 
 
O Ativo compreende as aplicações de recursos representados por bens 
e direitos; 
 
O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas 
obrigações para com terceiros; 
 
O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade e 
seu valor é a diferença entre o valor do Ativo e o valor do passivo (Ativo menos 
Passivo). Portanto, o valor do Patrimônio Líquido, pode ser positivo, nulo ou 
negativo. 
 
No caso em que o valor do Patrimônio Líquido é negativo, é também 
denominado de "Passivo a Descoberto", ou seja, o total do Ativo (bens e 
direitos) não é suficiente para “cobrir” o total do Passivo (obrigações). 
 
 As contas do ativo são dispostas em ordem crescente dos prazos 
esperados de realização ou em ordem decrescente de liquidez e as contas do 
passivo são dispostas em ordem crescente dos prazos de exigibilidade, 
estabelecidos ou esperados, observando-se iguais procedimentos para os 
grupos e subgrupos. 
 
Os direitos e as obrigações são classificados em grupos do Circulante, 
desde que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos de 
vencimento das obrigações, estabelecidos ou esperados, situem-se no curso 
do exercício social subseqüente à data do balanço patrimonial. 
 
Os direitos e as obrigações são classificados, respectivamente, em 
grupos de Realizável e Exigível a Longo Prazo, desde que os prazos 
esperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações estabelecidos 
ou esperados, situem-se após o término do exercício subseqüente à data do 
balanço patrimonial. 
 
Na Entidade em que o ciclo operacional tiver duração maior que o 
exercício social, a classificação no Circulante ou Longo Prazo terá por base o 
prazo desse ciclo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21
4.2.2. – AGRUPAMENTO DAS CONTAS DO ATIVO 
 
 
No balanço, as contas devem ser classificadas segundo os elementos 
do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e 
a análise da situação financeira da companhia, as contas que compõem o ativo 
devem ser agrupadas em ordem decrescente de liquidez nos seguintes grupos: 
 
• ATIVO CIRCULANTE 
• ATIVO NÃO CIRCULANTE 
 
 
O ATIVO CIRCULANTE compõe-se de: 
 
 
DISPONIBILIDADES 
 
São os recursos financeiros que se encontram à disposição imediata da 
Entidade, compreendendo os meios de pagamento em moeda e em outras 
espécies, os depósitos bancários à vista e os títulos de liquidez imediata. 
 
 
DIREITOS REALIZÁVEIS 
 
 
São os títulos de crédito, quaisquer valores mobiliários e os outros 
direitos, inclusive os estoques que são os valores referentes às existências de 
produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-primas, mercadorias, 
materiais de consumo, serviços em andamento e outros valores relacionados 
às atividades-fins da Entidade. 
 
 
DESPESAS ANTECIPADAS 
 
São as aplicações em gastos que tenham realização no curso do 
período subseqüente à data do balanço patrimonial. 
 
 
O ATIVO NÃO CIRCULANTE compõe-se de: 
 
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
 
São os ativos referidos anteriormente, cujos prazos esperados de 
realização situem-se após o término do exercício subseqüente à data do 
balanço patrimonial, inclusive os derivados de vendas, adiantamentos ou 
empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, acionistas ou 
participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na 
exploração do objeto da companhia. 
 
 
 
 22
 
 
INVESTIMENTOS 
 
Classificam-se as participações permanentes em outras sociedades e os 
direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não 
se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; 
 
 
ATIVO IMOBILIZADO 
 
Classificam-se no ativo imobilizado os direitos que tenham por objeto 
bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da 
empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de 
operações que transfiram à companhia os benefícios,riscos e controle desses 
bens; 
 
 
INTANGÍVEL 
 
Classificam-se no intangível os direitos que tenham por objeto bens 
incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa 
finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. 
 
 
4.2.3. – AGRUPAMENTO DAS CONTAS DO PASSIVO 
 
 
As contas que compõem o passivo devem ser agrupadas, segundo sua 
expressão qualitativa, em: 
 
 
PASSIVO CIRCULANTE 
 
 
São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos 
estabelecidos ou esperados, situem-se no curso do exercício subseqüente à 
data do balanço patrimonial. 
 
 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
 
São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos 
estabelecidos ou esperados, situem-se após o término do exercício 
subseqüente à data do balanço patrimonial. 
 
 
 
 
 
 
 23
4.2.4. – AGRUPAMENTO DAS CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
As contas que compõem o patrimônio líquido se dividem em capital 
social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, 
ações em tesouraria e prejuízos acumulados. 
 
CAPITAL SOCIAL 
 
São os valores aportados pelos proprietários e os decorrentes de 
incorporação de reservas e lucros. 
 
 A conta do Capital Social é constituída quando da subscrição pelos 
sócios ou acionistas do Capital da empresa. Subscrição significa o 
compromisso assumido pelos sócios ou acionista de disponibilizar para a 
empresa o valor do capital social em moeda corrente ou em bens e direitos. 
 
 Enquanto o valor do Capital da empresa não é aportado, a contrapartida 
do valor registrado na conta do Capital Social deve ficar registrada na conta de 
Capital Social a Integralizar, que é amortizada à medida que os sócios ou 
acionistas disponibilizam seu valor para a empresa, sendo portando o Capital 
Social a Integralizar, a parcela do Capital Social que ainda não foi integralizada 
pelos sócios, assim integralização de capital significa o ato de disponibilizar 
para a empresa o valor do capital social subscrito. 
 
 
RESERVAS DE CAPITAL 
 
Serão registradas como reservas de capital as contas que registrarem: 
 
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal 
e a parte do preço de emissão das ações, sem valor nominal, que 
ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, 
inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes 
beneficiárias; 
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de 
subscrição; 
 
Também será registrado como reserva de capital o resultado da 
correção monetária do capital realizado, enquanto não capitalizado. 
 
 
AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL 
 
São classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não 
computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de 
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos 
a elementos do ativo (ajustes para padrões internacionais de contabilidade 
adotados nos principais mercados de valores mobiliários, instrumentos 
financeiros, contabilização à valor de mercado em operações de fusão, cisão e 
incorporação) e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo. 
 
 24
 
RESERVAS DE LUCROS 
 
Serão classificadas como reservas de lucros as contas constituídas pela 
apropriação de lucros da companhia. São os lucros retidos. 
 
 
AÇÕES EM TESOURARIA 
 
As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como 
dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos 
aplicados na sua aquisição. 
 
 
PREJUÍZOS ACUMULADOS 
 
Prejuízos ainda não compensados, estes apresentados como parcela 
redutora do Patrimônio Líquido. 
 
 
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO BALANÇO PATRIMONIAL: 
 
 
BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM 31/12/2008 
EMPRESA COMERCIAL S.A. CNPJ N. 11.111.111/0001/11 
 
 ATIVO PASSIVO E P.L. 
 
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE 
 
DISPONIBILIDADES 
DIREITOS REALIZÁVEIS 
DESPESAS ANTECIPADAS 
 
 
 
ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
INVESTIMENTOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
IMOBILIZADO CAPITAL SOCIAL 
INTANGÍVEIS RESERVAS DE CAPITAL 
 AJ. DE AVAL. PATRIMONIAL 
 RESERVA DE LUCROS 
 AÇÕES EM TESOURARIA 
PREJUÍZOS ACUMULADOS 
 
 
 
 
 
 25
 
4.3. – DEDUÇÕES DO ATIVO E DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Na estrutura patrimonial, existem as chamadas contas redutoras, ou 
seja, contas classificadas em determinados grupos patrimoniais que se 
apresentam de forma negativa, diminuindo o total daquele grupo. 
 
4.3.1. – Contas redutoras do Ativo 
 
As principais contas redutoras do Ativo são: 
 
� Provisão para devedores duvidosos; 
� Depreciação Acumulada. 
 
 
A conta de Provisão para devedores duvidosos surge quando tendo a 
empresa valores para receber de clientes, e sendo incerto que determinado 
percentual do valor a receber será recebido, deve então a empresa deve lançar 
o valor incerto em perdas naquele exercício. Assim se, por exemplo, 
determinada empresa tem R$ 400.000,00 para receber de vendas a prazo e 
segundo a média baseada em exercícios anteriores, 3% do valor é incerto de 
se receber, deve então a empresa lançar R$ 12.000,00 em perdas, ficando a 
seguinte situação em seu Balanço Patrimonial: 
 
 
Duplicatas a Receber.................................... 400.000,00 
(-) Provisão para Devedores Duvidosos....... (12.000,00) 
 
 
Com relação à conta Duplicatas Descontadas, anteriormente à Lei 
11.638/2007 que alterou e revogou dispositivos da Lei 6.404/76 (Leia das 
S.A.’s) a mesma era classificada como sendo uma conta redutora do ativo já 
que do total de duplicatas a receber era deduzido o que já fora descontado em 
alguma instituição financeira, ficando o valor líquido a receber. 
 
Após a edição da Lei 11.638/2007, a conta Duplicatas Descontadas 
passou a ser classificada como elemento do Passivo da empresa já que a 
essência da operação é de financiamento de capital de giro, não sendo 
admissível sua classificação como elemento redutor do passivo. 
 
Tendo a empresa duplicatas a receber referente vendas que realizou 
para recebimento a prazo e não tendo dinheiro suficiente pagar suas dívidas, 
pode ela, descontar no banco tais duplicatas, ou seja, entrega duplicatas que 
tem a receber de clientes para o banco e o banco abatendo do valor total as 
tarifas e juros, deposita na conta da empresa o valor líquido, sendo transferido 
para o banco a obrigação de cobrar a duplicata do cliente, ficando o banco com 
o valor recebido quando do recebimento do cliente, já que o banco pagou 
antecipadamente o valor para a empresa. 
 
Se por exemplo dos R$ 400 mil que a empresa tem para receber de 
seus clientes, necessite de R$ 50 mil para pagar suas dívidas, poderá negociar 
 26
R$ 50 mil em duplicatas com o banco, assim, imagine-se que o banco cobre 
5% de juros e tarifas para efetuar o desconto, tem-se: 
 
Valor Bruto das Duplicatas Descontadas............. R$ 50.000,00 
(-) tarifas e juros (50.000 x 5%)............................ R$ 2.500,00 
Líquido a ser liberado pelo banco........................ R$ 47.500,00 
 
Após a operação, a empresa apresentaria a seguinte situação em seu 
Balanço Patrimonial: 
 
 
 NO ATIVO CIRCULANTE 
 
Duplicatas a Receber.................................... 400.000,00 
(-) Provisão para Devedores Duvidosos....... (12.000,00) 
 
 
 
 NO PASSIVO CIRCULANTE 
 
Duplicatas Descontadas.................................. 50.000,00 
 
 
 
Perceba-se que embora a empresa já tenha recebido o valor 
correspondente à duplicata, a mesma não foibaixada da conta de Duplicatas a 
Receber, já que se o cliente não quitar sua obrigação no vencimento, o banco 
irá tirar da conta corrente da empresa o valor que fora pago antecipadamente 
para a empresa mais juros, voltando para a empresa o ônus da cobrança do 
cliente do valor da venda a prazo realizada. 
 
No grupo do Ativo Não Circulante, no subgrupo do Ativo imobilizado 
encontra-se a conta de depreciação acumulada que decorre do desgaste dos 
bens permanentes da empresa, através da alocação sistemática do valor 
depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil estimada e deve se iniciar a 
partir do momento em que o ativo estiver disponível para uso na forma 
pretendida pela administração. 
 
A vida útil de um ativo é definida em termos da utilidade esperada do 
ativo para a entidade sendo sua estimativa uma questão de julgamento 
baseado na experiência da entidade com ativos semelhantes. 
 
 Antes da Lei 11.638/2007, normalmente as taxas de depreciação 
utilizadas eram as fixadas pela legislação do imposto de renda que dentre 
várias se destacavam: 
 
Máquinas.................................. 10% a.a. 
Moveis e Utensílios.................. 10% a.a. 
Veículos.................................... 20% a.a. 
Equipamentos Informática........ 20% a.a. 
Construções.............................. 4% a.a. 
 27
 
Assim, conforme a taxa fiscal, se uma máquina é adquirida em 02 de 
janeiro no valor de R$ 120 mil, a depreciação mensal a ser registrada será de 
R$ 1 mil ((R$ 120 mil x 10%) / 12), ficando a seguinte situação em seu Balanço 
Patrimonial no primeiro mês: 
 
 
 Ativo Imobilizado.......................................... 119.000,00 
Máquinas e Equipamentos........................... 120.000,00 
(-) Depreciação Acumulada.......................... (1.000,00) 
 
 
Além das taxas fiscais anteriormente utilizadas, acima citadas, podiam 
ocorrer casos em que a depreciação devesse ser calculada de forma 
acelerada, ou em função do tempo de uso dos bens ou em decorrência de 
algum incentivo fiscal. 
 
A depreciação calculada de forma acelerada mais comum é aquela 
decorrente do tempo de uso dos bens, ou seja, se uma empresa utiliza 
normalmente sua máquina em 1 turno de 8 horas, então a taxa fiscal a ser 
utilizada é de 10% a.a., caso a empresa utilize a máquina em dois turnos de 8 
horas, então a taxa de depreciação é multiplicada pelo coeficiente 1,5, 
resultando em taxa de 15% a.a. e, caso a empresa utilize a máquina em três 
turnos de 8 horas, a taxa de depreciação é multiplicada pelo coeficiente 2, 
resultando em taxa de 20% a.a. Assim, considera-se que se o bem é utilizado 
em 1 turno de 8 horas, seu tempo de vida útil será de 10 anos (100% / 10% 
a.a), se for utilizado em 2 turnos de 8 horas, seu tempo de vida útil será de 6 
anos e 8 meses (100% / 15%) e se for utilizado em 3 turnos de 8 horas, seu 
tempo de vida útil será de 5 anos (100% / 20%). 
 
De acordo com as regras atuais para o exemplo anterior, a taxa de 
depreciação não deve ser determinada de acordo com o que impõe o fisco, 
mas sim de acordo com sua vida útil estimada. Assim, para a mesma máquina 
adquirida deve-se estimar qual o tempo de sua vida útil. Caso se defina que 
este tempo é de 8 anos, então a taxa anual a ser utilizada é de 12,5% (100% / 
8 anos), ficando a seguinte situação em seu Balanço Patrimonial após o 
primeiro mês: 
 
 
 Ativo Imobilizado.......................................... 118.750,00 
Máquinas e Equipamentos........................... 120.000,00 
(-) Depreciação Acumulada.......................... (1.200,00) 
 
 
 Os critérios contábeis que não forem iguais aos critérios fiscais, para fins 
de apuração do lucro, deve ser ajustado para que atenda aos objetivos do 
fisco. Assim, se por exemplo a empresa registra em sua contabilidade despesa 
de R$ 1.200,00 ao invés de R$ 1.000,00, deverá para fins fiscais considerar 
que a despesa foi de R$ 1.000,00 e não de R$ 1.200,00, ou seja, atualmente 
as empresas tributadas pelo lucro real devem apresentar as demonstrações 
contábeis de acordo com a legislação societária e também, na prestação de 
 28
contas ao fisco, deve apresentar as demonstrações contábeis de acordo com o 
critério fiscal. 
 
 
 
 
4.3.2. – Contas redutoras do Patrimônio Líquido 
 
No caso do Patrimônio Líquido, a principal conta redutora é a de 
Prejuízos Acumulados. 
 
Assim, se determinada empresa com Capital Social de R$ 500 mil, apure 
no seu primeiro ano de atividades prejuízo de R$ 50 mil, a situação em seu 
Balanço Patrimonial será a seguinte: 
 
 
 
 Patrimônio Líquido................................... 450.000,00 
 Capital Social........................................ 500.000,00 
 (-) Prejuízo do Exercício....................... (50.000,00) 
 
 
 Outra conta que pode aparecer como redutora do Patrimônio Líquido é a 
conta de Ações em Tesouraria que tem a função de registrar ações que a 
própria empresa adquire dos acionistas. 
 
 
4.4 - RECEITAS, DESPESAS e CUSTOS 
 
 
“Receita é o valor monetário, em determinado período, da produção de 
bens e serviços da entidade, em sentido lato, para o mercado, no mesmo 
período, validado, mediata ou imediatamente pelo mercado, provocando 
acréscimo de patrimônio líquido e simultâneo acréscimo de ativo, sem 
necessariamente provocar, ao mesmo tempo, de decréscimo do ativo e do 
patrimônio líquido, caracterizado pela despesa.” (Iudícibus, 1997, p.148) 
 
 Receita normalmente é obtida pela venda de mercadorias, produtos ou 
de serviços, venda esta que pode ser recebida imediatamente gerando 
aumento da conta de caixa ou bancos ou pode também ser a prazo, gerando 
neste caso, aumento da conta de duplicatas a receber ou clientes. 
 
Despesa representa a utilização ou o consumo de bens e serviços no 
processo de produzir receitas. A despesa pode referir-se a gastos efetuados no 
passado, no presente ou que serão realizados no futuro, pode-se dizer que o 
grande fato gerador de despesa é o esforço continuado para produzir receita, já 
que tanto despesa é conseqüência de receita, como receita pode derivar de 
despesa, ou, melhor dizendo, a receita futura pode ser facilitada por gastos 
passados ou correntes (ou futuros). 
 
 29
• Receitas Operacionais são aquelas decorrentes das atividades 
operacionais da empresa. 
 
• Receitas não Operacionais são aquelas decorrentes das atividades não 
operacionais da empresa. 
 
• Despesas Operacionais são aquelas decorrentes das atividades 
operacionais da empresa. 
 
• Despesas não Operacionais são aquelas decorrentes das atividades não 
operacionais da empresa. 
 
• Custo é o sacrifício de ativos no processo de produção de bens ou 
serviços. 
 
 
4.4.1. – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
 
A demonstração do resultado do exercício é destinada a evidenciar a 
composição do resultado formado num determinado período de operações da 
Entidade. 
 
A demonstração do resultado, observado o princípio de competência, 
evidenciará a formação dos vários níveis de resultados mediante confronto 
entre as receitas, e os correspondentes custos e despesas. 
 
 
4.4.1.1. – Conteúdo e Estrutura 
 
A demonstração do resultado compreenderá: 
 
a) as receitas e os ganhos do período, independentemente de 
seu recebimento; 
 
b) os custos, despesas, encargos e perdas pagos ou incorridos, 
correspondentes a esses ganhos e receitas. 
 
 Observe-se que todas as receitas deverão ser contabilizadas no 
momento em que forem auferidas, ou seja, no momento em que a empresa 
vender seu produto, independentemente se vai receber o valor a vista ou a 
prazo, pois neste momento, quando da entrega do produto,o cliente assumiu o 
compromisso firme de fazer o pagamento, devendo então a empresa 
reconhecer a receita contra o direito que ela passou a ter com relação ao 
cliente, de receber o valor da venda no vencimento da duplicata. 
 
 Assim como com relação às receitas, a empresa deve contabilizar os 
custos e despesas no momento em que eles incorrem, independentemente de 
terem sido pagos ou não. Se um funcionário trabalha do dia 1 ao dia 31 de 
 30
determinado mês, no final do mês, ele não recebe o salário3, pois a empresa 
vai pagá-lo apenas no quinto dia útil do mês seguinte. Mas acontece que no dia 
31 daquele mês o funcionário já tem direito ao seu salário, embora só vá 
recebe-lo no mês seguinte, e tendo o funcionário direito ao salário, tem a 
empresa obrigação com relação àquele funcionário. A empresa então 
independentemente de pagar ou não o salário dentro daquele mês deve 
reconhecer a despesa com salários naquele mês, reconhecendo em 
contrapartida sua obrigação de pagar os salários. 
 
 
A demonstração do resultado do resultado do exercício discriminará: 
 
I – a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os 
abatimentos e os impostos; 
 
II – a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços 
vendidos e o lucro bruto; 
 
III – as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das 
receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; 
 
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; 
 
V – o resultado do exercício antes do Imposto de Renda e a provisão para o 
imposto; 
 
VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias; 
 
VII – o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do 
capital social. 
 
 
 
De acordo com o texto da Lei das S.A.s a Demonstração do Resultado do 
Exercício se apresenta conforme abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3
 Salvo exceções em que o Acordo Coletivo de sindicatos fixam data diferente da fixada pela legislação 
trabalhista. 
 31
 
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA DEMONSTAÇÃO DE RESULTADO DO 
EXERCÍCIO (de acordo com Lei das S.A.'s) 
 
 
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 
 
RECEITA OPERACIONAL BRUTA.................................... 1.000.000,00 
(-) DEDUÇÕES DAS VENDAS OU SERVIÇOS................... 200.000,00 
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA.................................. 800.000,00 
(-) CUSTO (CPV/CMV/CSP)................................................ 350.000,00 
LUCRO OPERACIONAL BRUTO....................................... 450.000,00 
DESPESAS OPERACIONAIS............................................ 198.000,00 
DESPESAS COM VENDAS.................................. 70.000,00 
DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS................. 10.000,00 
DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS......... 100.000,00 
DESPESAS TRIBUTÁRIAS................................... 15.000,00 
OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS................ 3.000,00 
LUCRO OPERACIONAL.................................................... 252.000,00 
OUTRAS RECEITAS .......................................................... 10.000,00 
OUTRAS DESPESAS.......................................................... 5.000,00 
LUCRO ANTES DO I.R........................................................ 257.000,00 
PROVISÃO PARA I.R./CONTR. SOCIAL............................ 82.000,00 
LUCRO DEPOIS DO I.R./CONTR.SOCIAL......................... 165.000,00 
PARTICIPAÇÕES................................................................ 16.500,00 
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO ..................................... 148.500,00 
Lucro por ação R$ 14,85 (ref. 10.000 ações) 
 
 Na demonstração acima, embora não previsto de forma explicita na lei, 
nada impede que se detalhe de forma mais profunda as despesas 
operacionais. (despesas tributárias, por exemplo) 
 
 Na Receita Operacional Bruta, são contabilizados os valores brutos de 
vendas, inclusive com os impostos incidentes sobre elas, as devoluções e os 
descontos incondicionais. 
 
 Nas Deduções da Receita Bruta, são classificados os impostos 
incidentes sobre as vendas, as devoluções de vendas e os descontos 
incondicionais. Os impostos incidentes sobre as vendas são: ICMS (Imposto 
Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços de Transportes e 
Comunicação), a COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade 
Social), o PIS (Programa de Integração Social), o ISSQN (Imposto Sobre 
Serviços de Qualquer Natureza), nas empresas com atividades de prestação 
de serviços, as Devoluções de Vendas realizadas e os Descontos 
incondicionais, aqueles que a empresa concede sem impor nenhuma condição, 
um desconto promocional por exemplo, note-se que quando a empresa impor 
alguma condição para conceder o desconto, o mesmo passa a ser condicional 
não sendo classificado nas Deduções da Receita Bruta, mas sim como 
Despesas Financeiras. 
 
 32
 O IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), não integra o valor das 
Deduções da Receita Bruta, já estando a Receita Operacional Bruta, líquida 
desse imposto, já que o valor do IPI é cobrado na Nota Fiscal e repassado para 
o governo, não se constituindo uma despesa da empresa e sim do cliente. 
 
 A Receita Líquida é o resultado da diminuição das Deduções da Receita 
Bruta da Receita Operacional Bruta. 
 
 Para ilustrar essa primeira parte da Demonstração de Resultado do 
Exercício, imagine-se que determinada empresa emitiu uma nota fiscal com os 
seguintes dados: 
 
Valor do Produto....................... R$ 10.000,00 
Valor do IPI............................... R$ 1.000,00 
Valor Total da nota fiscal.......... R$ 11.000,00 
ICMS destacado na nota fiscal. R$ 1.800,00 
 
 Os valor da COFINS e do PIS que a empresa deve sobre a venda é: 
 
COFINS (R$ 10.000,00 x 7,6%)... R$ 760,00 
PIS (R$ 10.000,00 x 1,65%)......... R$ 165,00 
 
 A Demonstração de Resultado do Exercício se apresentaria da seguinte 
forma: 
 
Receita Bruta Operacional.................... 10.000,00 
(-) Deduções da Receita Bruta.............. 2.725,00 
Receita Líquida .................................... 7.275,00 
 
 
 O CPV (Custo dos Produtos Vendidos), o CMV (Custo das Mercadorias 
Vendidas) e o CSP (Custo dos Serviços Prestados), é diminuído da Receita 
Líquida para se encontrar o valor do Lucro Bruto. 
 
 O CPV está relacionado ao estoque da empresa industrial, pois 
representa a baixa efetuada nas contas de estoques por vendas realizadas no 
período. 
 
Compõem o custo de produção todas as despesas que estiverem 
diretamente ligadas ao processo produtivo como por exemplo a Matéria Prima, 
Materiais Secundários, salário do pessoal da produção, encargos sociais 
incidentes sobre aqueles salários, aluguel do prédio da fábrica, manutenção de 
máquinas, depreciação das máquinas, enfim, todas as despesas que tiverem 
relação com o setor produtivo, compõem o custo de produção. 
 
O CMV está relacionado ao estoque da empresa comercial, pois 
também representa a baixa efetuada nas contas de estoques por vendas 
realizadas no período. 
 
 33
Na empresa comercial é mais simples a apuração do CMV, pois é 
representado pelo valor de custo das mercadorias que foram adquiridas para 
serem revendidas. 
 
O CSP está relacionado com as empresas que tenham atividades de 
prestação de serviços. Compõem o CSP todas as despesas que se relacionam 
diretamente ao processo de obtenção de receitas dos serviços prestados. 
 
 Apurado o Lucro Bruto, deve-se deduzir dele as Despesas operacionais, 
para se encontra o valor do Resultado operacional, compõem as despesas 
operacionais as seguintes: 
 
� DESPESASCOM VENDAS 
� DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS 
� DESPESAS GERAIS E ADMINISTRATIVAS 
� DESPESAS TRIBUTÁRIAS 
� OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS 
 
As despesas com vendas são aquelas relacionadas com o setor comercial 
da empresa, todas as despesas daquele setor devem ser classificadas como 
despesas com vendas ou comerciais, que podem ser: despesas com pessoal, 
comissões de vendas, propaganda e publicidade, viagens e representações, 
provisão para crédito de liquidação duvidosa, etc... 
 
As despesas financeiras líquidas são compostas pelas despesas financeiras 
(-) as receitas financeiras. Como exemplo de despesas financeiras pode-se 
destacar: juros pagos, descontos concedidos, comissões e despesas bancárias 
e como exemplo de receitas financeiras pode-se destacar: juros obtidos, 
descontos auferidos, ganhos de aplicações financeiras. Assim, se determinada 
empresa apresentar, por exemplo, um total de despesas financeiras de R$ 
45.000,00 e um total de receitas financeiras de R$ 15.000,00, o valor das 
despesas financeiras líquidas será de R$ 30.000,00. 
 
As despesas gerais e administrativas são aquelas relacionadas com o setor 
administrativo da empresa, como por exemplo: salário do pessoal do setor, 
honorários, depreciação de bens daquele setor, etc. 
 
As despesas tributárias são compostas por outros impostos não 
classificados nas deduções, como por exemplo: IPTU, IPVA, CPMF, etc. 
 
 Classificam-se como outras despesas operacionais, outras despesas 
decorrentes da atividade da empresa que não foram classificadas em contas 
acima. 
 
 Apurado o Resultado Operacional, deve-se deduzir as receitas e 
despesas não operacionais, para se apurar o resultado antes do IRPJ (imposto 
de Renda Pessoa Jurídica) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro 
Líquido). 
 
 As receitas não operacionais são receitas não decorrentes das 
atividades operacionais da empresa. 
 34
 
As despesas não operacionais são despesas não decorrentes das atividades 
operacionais da empresa. 
 
 O resultado antes do IRPJ e da CSLL é a base para se iniciar o cálculo 
daqueles impostos incidentes sobre o lucro. Diz-se que é a base para se iniciar 
o cálculo porque pode não ser a base de cálculo em muitos casos, já que no 
caso do IRPJ, o mesmo, incide sobre o Lucro Real, termo inadequado utilizado 
para definir a base de cálculo do imposto, ao resultado antes do IRPJ, 
fiscalmente, deve-se adicionar as despesas não dedutíveis4 e se excluir as 
receitas não tributáveis5 para se chegar ao “Lucro Real”, sobre o qual incide o 
IRPJ à alíquota de 15% mais adicional de 10% sobre o Lucro Real que 
ultrapassar R$ 240.000,00 no ano. Também para a apuração da CSLL o 
resultado antes do IRPJ e da CSLL é a base para se iniciar o cálculo daqueles 
impostos incidentes sobre o lucro. Também para apuração da base de cálculo 
da CSLL deve-se, fiscalmente, adicionar as despesas não dedutíveis e se 
excluir as receitas não tributáveis. 
 
 Pode haver casos em que o resultado antes do IRPJ e da CSLL não 
sirva para se iniciar os cálculos daqueles tributos, como por exemplo, quando a 
empresa é tributada pelo lucro presumido6 ou pelo Simples Nacional7. 
 
 Do resultado antes do IRPJ e da CSLL, se subtrai as Participações de 
empregados e de administradores, se chegando, finalmente, ao Resultado 
Líquido do Exercício. 
 
 
 
4.5. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
(DMPL) 
 
 
 A demonstração das mutações do patrimônio líquido não é obrigatória 
pela Lei 6.404/76, no entanto a CVM obriga as companhias de capital aberto a 
elabora-la e publica-la, como parte integrante de suas demonstrações 
financeiras. Embora não seja pela Lei 6.404/76 uma demonstração obrigatória, 
a mesma prevê que pode a DMPL substituir a Demonstração de Lucros ou 
Prejuízos Acumulados, caso esta última seja incluída na DMPL. 
 
É uma demonstração que evidencia a movimentação ocorrida no 
patrimônio líquido da sociedade devendo contemplar no mínimo, os itens 
contidos no modelo sugerido abaixo, segregados em colunas, discriminando: 
 
 
 
4
 Despesas que a empresa efetivamente teve, mas que fiscalmente não é admitida como sendo despesa 
para fins de dedução no resultado e consequente diminuição da base de cálculo do IRPJ. 
5Receitas que a empresa efetivamente teve, mas que não é obrigada, sobre ela, calcular o IRPJ por algum 
tipo de incentivo fiscal ou por já ter sido a receita tributada anteriormente. 
6
 Forma simplificada de se calcular o IRPJ e a CSLL, onde se presume segundo regras da Receita Federal 
o lucro da empresa e sobre esse lucro se calcula os tributos. 
7
 Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e 
Empresas de pequeno Porte. 
 35
� descrição das mutações 
� capital realizado atualizado 
� reservas de capital 
� reservas de reavaliação 
� reservas de lucros 
� lucros ou prejuízos acumulados 
� ações em tesouraria 
� total do patrimônio líquido 
 
 Na coluna de "descrição das mutações" serão explicitadas as alterações 
ocorridas no período abrangido pela demonstração, de modo a evidenciar com 
clareza e de forma sucinta, a natureza das mutações e seus fundamentos. 
 
 O agrupamento do "capital realizado atualizado" será subdividido em 
três colunas, compreendendo o capital social subscrito, o capital a realizar 
(subtrativamente) e a correção monetária do capital realizado quando aplicada. 
 
 As reservas de capital serão discriminadas em colunas segundo a sua 
natureza. 
 
 As reservas de reavaliação, serão subdivididas em duas colunas para 
contemplar as contrapartidas de reavaliações de ativos próprios e as de ativo 
de coligadas e controladas. 
 
 As reservas de lucros, formadas de parcelas provenientes da destinação 
de lucros da companhia, serão classificadas em colunas segundo a sua 
natureza. 
 
 A conta de lucros acumulados contemplará apenas a parcela relativa a 
frações de lucros que não possam ser computadas na declaração do dividendo 
por ação. Poderá ser, ainda, admitida a utilização desta rubrica para abrigar as 
retenções de lucros. 
 
 Somente poderá haver saldo na conta de prejuízos acumulados se 
esgotadas todas as reservas de lucros, inclusive a reserva legal. Os prejuízos 
remanescentes, que excederem às reservas de lucros, poderão ser, 
primeiramente, absorvidos pelas reservas de capital, exceto a correção 
monetária do capital realizado. 
 
 As ações em tesouraria deverão figurar, subtrativamente, em coluna 
própria da conta do patrimônio líquido que representou a origem dos recursos 
aplicados na sua aquisição. 
 
 Os ajustes de exercícios anteriores, quando constantes da 
demonstração das mutações do patrimônio líquido, constituirão primeira 
parcela a ser lançada, como ajuste do saldo inicial dos lucros ou prejuízos 
acumulados, devendo ser segregados em: 
 
� efeitos decorrentes da mudança de critério contábil; 
� efeitos decorrentes da retificação de erros cometidos em exercícios 
anteriores. 
 36
 
 Quando houver efeito fiscal de imposto de renda, o ajuste deve ser 
lançado pelo valor bruto e, imediatamente a seguir, como parte integrante sua, 
a parcela que, positiva ou negativamente, influenciar tributariamente o ajuste. 
 
 As razões dos ajustes lançados deverão ser explicadas em notas de 
rodapé, integrantes da demonstração das mutações do patrimônio líquido, ou 
em notas explicativas às demonstrações financeiras. 
 
 A demonstração das mutações do patrimônio líquido deverá indicar o 
dividendo por ação do capital social, por espécie e classe e, para tanto, 
observará as diferentes vantagens conferidas a cada uma das diversas 
espécies e classes de ações que compõem o capital, inclusive atentando para 
a existência de ações em tesouraria,que poderão influenciar a base de cálculo. 
 
 
 Abaixo, segue modelo sugerido pela instrução CVM 59/1986 
 
 
 
CAPITAL REALIZADO 
ATUALIZADO RESERVAS DE CAPITAL 
RESERVAS DE 
REAVALIAÇÃO 
RESERV
AS DE 
LUCROS 
LUCROS 
ACUMULA
DOS 
TOTAL 
 
CAPITAL A 
REALI
ZAR 
CORRE
ÇÃO 
MONETÁ
RIA 
ÁGIO NA 
SUBSCR
IÇÃO 
AÇÕES 
EM 
TESOUR
ARIA 
SUBVENÇ
ÃO P/ 
INVESTIME
NTO 
DE 
ATIVOS 
PRÓPRI
OS 
DE ATIVOS 
DE 
CONTROL
ADAS 
 
SUBSCR
ITO 
SALDOS EM / / Xxx xxx xxx xxx xxx xxx xxx xxx xxx 
AJUSTE DE EXERCÍCIOS 
ANTERIORES 
 xxx (xxx) xxx (xxx) 
Mudança de critério 
contábil (N.E. __) 
AUMENTO DE CAPITAL 
AGE / / Xxx (xxx) (xxx) xxx 
AQUISIÇÃO AÇÕES 
PRÓPRIAS COM 
RESERVA DE ÁGIO NA 
SUBSCRIÇÃO 
 (xxx) (xxx) 
SUBVENÇÕES – 
INCENTIVO FISCAL I.R xxx xxx 
REVERSÃO E TRANSFE-
RÊNCIA DE RESERVAS (xxx) (xxx) (xxx) xxx - 
ATUALIZAÇÃO 
MONETÁRIA xxx xxx (xxx) xxx xxx xxx xxx xxx xxx 
LUCRO LÍQUIDO DE 
EXERCÍCIO xxx xxx 
DESTINAÇÃO DO LUCRO 
LÍQUIDO: xxx 
RESERVAS (xxx) - 
DIVIDENDOS (xxx) (xxx) 
SALDOS EM / / Xxx (xxx) xxx xxx (xxx) xxx xxx - xxx xxx xxx 
 37
4.6 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DE ACORDO COM CPC 26 (R1) 
 
O CPC 26 (R1) define a base para a apresentação das demonstrações 
contábeis, para assegurar a comparabilidade tanto com as demonstrações 
contábeis de períodos anteriores da mesma entidade quanto com as 
demonstrações contábeis de outras entidades estabelecendo requisitos gerais 
para a apresentação das demonstrações contábeis, diretrizes para a sua 
estrutura e os requisitos mínimos para seu conteúdo. 
 
O conjunto completo de demonstrações contábeis previstos no CPC 26 inclui: 
 
• balanço patrimonial ao final do período; 
 
• demonstração do resultado do período; 
 
• demonstração do resultado abrangente do período; 
 
• demonstração das mutações do patrimônio líquido do período; 
 
• demonstração dos fluxos de caixa do período; 
 
• notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis 
significativas e outras informações elucidativas; 
 
• balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente 
apresentado, quando a entidade aplica uma política contábil 
retrospectivamente ou procede à reapresentação retrospectiva de itens 
das demonstrações contábeis, ou ainda quando procede à 
reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis; e 
 
• demonstração do valor adicionado do período, conforme 
Pronunciamento Técnico CPC 09, se exigido legalmente ou por algum 
órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38
CAPÍTULO 5 – PLANO DE CONTAS 
 
 
Segundo Marion (2004:116) “Plano de contas é o agrupamento 
ordenado de todas as contas que são utilizadas pela contabilidade dentro de 
determinada empresa. Portanto, o elenco de contas considerado é 
indispensável para os registros de todos os fatos contábeis.” 
 
 Assim o plano de contas engloba todas as contas a serem utilizadas no 
registro do fato contábil que são divididas em contas patrimoniais e contas de 
resultado. As contas patrimoniais são aquelas que compõem o Balanço 
Patrimonial, contas do ativo, passivo e patrimônio líquido e as contas de 
resultados são aquelas que compõem a Demonstração do Resultado do 
Exercício, contas de Receitas e de Despesas. 
 
As contas são todas codificadas, podendo se seguir a seguinte estrutura: 
 
 
� Código 1 para contas do ativo; 
� Código 2 para contas do passivo; 
� Código 3 para contas de receitas; 
� Código 4 para contas de despesas 
� Código 5 para a apuração do resultado 
 
 
Normalmente as contas são divididas em cinco graus conforme a seguir: 
 
 
5.1.- GRAU DA CONTA 
 
 
� GRAU 1 – Natureza das Contas (Ativas, Passivas ou de Resultado) 
� GRAU 2 – Grupo de Contas (Circulantes, Realizáveis, Permanentes, 
Exigíveis...) 
� GRAU 3 – Subgrupo de Contas (Disponibilidades, Despesas 
Operacionais, Custos) 
� GRAU 4 – Contas Sintéticas (Contas simplesmente) (ex. Clientes) 
� GRAU 5 – Contas Analíticas (ou subcontas) ex: Banco Itaú S.A. 
 
 
 Assim o primeiro grupo de contas de um plano seria o seguinte: 
 
 
 1 - ATIVO (CONTA DE GRAU 1) 
 1.1 - ATIVO CIRCULANTE (CONTA DE GRAU 2) 
 1.1.1 - DISPONIBILIDADES (CONTA DE GRAU 3) 
 1.1.1.01 - CAIXA (CONTA DE GRAU 4) 
 1.1.1.01.0001 - CAIXA MATRIZ (CONTA DE GRAU 5) 
 1.1.1.01.0002 - CAIXA FILIAL 1 (CONTA DE GRAU 6) 
 
 
 39
 
 As contas de grau 1, 2, 3 e 4, não recebem lançamentos contábeis, são 
as chamadas contas sintéticas, aquelas que acumulam as contas analíticas. 
 
 Apenas as contas de grau 5 é que recebem lançamentos contábeis, 
contas essas que são acumuladas nas contas sintéticas. 
 
 Assim se em determinada empresa apenas a conta caixa matriz e a 
conta capital social tivessem saldos de R$ 100.000,00, cada, uma listagem de 
balancete teria a seguinte estrutura: 
 
1 - ATIVO................................................. 100.000,00 
1.1 - ATIVO CIRCULANTE......................... 100.000,00 
1.1.1 - DISPONIBILIDADES.......................... 100.000,00 
1.1.1.01 - CAIXA................................................. 100.000,00 
1.1.1.01.0001 - CAIXA MATRIZ.................................. 100.000,00 
 
 
2 - PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO. 100.000,00 
2.4 - PATRIMONIO LIQUIDO..................... 100.000,00 
2.4.1 - CAPITAL............................................. 100.000,00 
2.4.1.01 - CAPITAL SOCIAL INTEGRALIZADO. 100.000,00 
2.4.1.01.0001 - CAPITAL SOCIAL............................... 100.000,00 
 
 Em outro exemplo, caso a empresa tivesse os seguintes saldos: 
 
caixa matriz....................................... R$ 100.000,00 
capital social...................................... R$ 100.000,00 
estoque de Matéria Prima................. R$ 20.000,00 
estoque de Produtos Acabados........ R$ 30.000,00 
fornecedor Cia de Tecidos S.A......... R$ 50.000,00 
 
uma listagem de balancete teria a seguinte estrutura: 
 
1 - ATIVO..................................................... 150.000,00 
1.1 - ATIVO CIRCULANTE............................. 100.000,00 
1.1.1 - DISPONIBILIDADES.............................. 100.000,00 
1.1.1.01 - CAIXA..................................................... 100.000,00 
1.1.1.01.0001- CAIXA MATRIZ........................................ 100.000,00 
 
1.1.2 - ATIVO REALIZ. A CURTO PRAZO....... 50.000,00 
1.1.2.08 - ESTOQUES............................................ 50.000,00 
1.1.2.08.0002 - ESTOQUE DE MATERIA PRIMA.......... 20.000,00 
1.1.2.08.0005 - ESTOQUE PRODUTOS ACABADOS... 30.000,00 
 
2 - PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO.... 150.000,00 
2.1 - PASSIVO CIRCULANTE....................... 50.000,00 
2.1.1 - FORNECEDORES................................ 50.000,00 
2.1.1.01 - FORNECEDORES NACIONAIS........... 50.000,00 
2.1.1.01.0003- CIA. DE TECIDOS S.A........................... 50.000,00 
2.4 - PATRIMONIO LIQUIDO........................ 100.000,00 
2.4.1 - CAPITAL................................................ 100.000,00 
2.4.1.01 - CAPITAL SOCIAL INTEGRALIZADO... 100.000,00 
2.4.1.01.01 - CAPITAL SOCIAL................................. 100.000,00 
 40
5.2. – MODELO DE PLANO DE CONTAS 
 
Segue abaixo modelo de plano de contas de uma empresa do ramo comercial:8 
 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Plano de Contas

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