Buscar

AULAS DE 1 A 10 - Contabilidade Tributária(1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 140 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 140 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 140 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
EAD
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
PROF. MST MARCOS VINÍCIUS KUCERA
AULA 1
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA, CONTEXTUALIZAÇÃO E ESTUDO DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
OBJETIVOS
Apresentação do plano da disciplina
Contextualização da Contabilidade Tributária 
Compreender o Sistema Tributário Nacional 
Identificar e compreender os principais conceitos relacionados a tributos 
PLANO DA DISCIPLINA
APRESENTAÇÃO:
Nesta disciplina o aluno deverá identificar, compreender e aplicar o tratamento contábil mais adequado aos tributos inerentes ao sistema tributário brasileiro, incidentes nas atividades empresariais, bem como a compensação de tributos não cumulativos e ser capaz de identificar as melhores alternativas para a apuração, o controle e o planejamento tributário nas organizações.
Compreender e interpretar a legislação tributária constante do sistema tributário brasileiro;
Compreender e aplicar os conceitos inerentes aos tributos nacionais;
Adotar o tratamento contábil mais adequado às diversas espécies tributárias;
Analisar, apurar, compensar, escriturar e evidenciar os tributos incidentes nas atividades empresariais;
Analisar e planejar o impacto financeiro e dos procedimentos fiscais nas atividades empresariais;
Controlar e aplicar as obrigações principais e acessórias inerentes ao sistema tributário.
CONTEXTUALIZAÇÃO
Conforme estudado em outras disciplinas, a Contabilidade é uma Ciência Social que objetiva controle do patrimônio das entidades e de seus resultados. Da mesma forma, o Direito é uma Ciência Social que tem como objetivo a interpretação e aplicação das normas jurídica de relacionamento social nas suas diversas vertentes. Dentre os diversos ramos do Direito, o que se ocupa da ordem pública e, como subdivisão deste, está o Direito Financeiro e Tributário, que se ocupa da normatização da tributação, arrecadação e divisão dos tributos arrecadados pelo estado. Neste contexto, a Contabilidade e o Direito possuem forte vínculo tendo em vista a própria conceituação de ciência social e a aplicação da legislação nos diversos segmentos das organizações e mercados, não obstante ao forte impacto da tributação sobre os fluxos financeiros das organizações. 
A fim de facilitar a compreensão e o estudo da Contabilidade, ela é dividida em segmentos voltados à áreas específicas como: Contabilidade Financeira, Comercial, Societária, de Custos, Gerencial, Tributária, entre outras, que interagem entre si, para que a Ciência Contábil adquira a necessária harmonia e uniformidade no cumprimento dos seus objetivos. No contexo do presente estudo, a Contabilidade Tributária tem como objeto principal o reconhecimento dos institutos tributários incidentes sobre o patrimônio, as operações e relações ambientais, à luz dos regulamentos comerciais, fiscais e tributários, bem como das normas e princípios contábeis. Mais especificamente, do ponto de vista das organizações, o objetivo da mesma é reconhecer os tributos, registrá-los e cumprir as obrigações principais e acessórias, na forma da Lei, de forma menos onerosa.
Assim, pode-se dizer que a Contabilidade Tributária é o ramo da contabilidade responsável pelo controle (reconhecimento, apuração, lançamento ou escrituração e evidenciação) e planejamento dos tributos incidentes nas diversas atividades organizacionais ou grupos societários, que busca harmonizar à atividade empresarial aos direitos e obrigações tributárias, de forma a usurfruir dos direitos e cumprir as obrigações, sem expor a entidade às possíveis infrações fiscais e legais.
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
A atividade tributária do Estado tem origem remota e certamente acompanhou a evolução do homem, desde a criação das primeiras sociedades e concepções políticas, sendo hoje um dos fundamentos da existência de qualquer sociedade, independente da forma de governo ou concepções econômico-sociais.
O Estado tem por finalidade a realização do bem comum por meio da administração pública, que executará as políticas públicas, planos de ação para que o Estado funcione, tendo como referência a sociedade. Contudo, as atividades estatais não são auto-sustentáveis, e é uma importante função do Estado estabelecer e cobrar tributos para o financiamento das políticas públicas, visando o bem comum.
Assim, no nosso modelo de governo federalista, a Constituição Federal, apesar de não criar tributo, cumpre papel essencial de estruturação do sistema tributário ao definir as competências tributárias dos entes políticos da Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), consagrar os princípios e normas gerais de direito tributário, instituir limitações ao poder de tributar, estabelecer a repartição das receitas tributárias e vinculações compulsórias. Entretanto, a instituição, a arrecadação e a fiscalização dos tributos pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, que para evitar conflitos entre os entes estatais e o cidadão, criaram regras para limitar o poder de tributar dos governantes. A evolução histórica do direito constitucional alcança essas limitações através dos princípios gerais de direito tributário. A Constituição de 1988 consagra uma série desses princípios e limitações no seu Artigo 150.
No nosso modelo, tributo é definido como (Código Tributário Nacional – Lei 5.172/76): 
Toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituído em lei, que não constitua sanção pecuniária decorrente de ato ilícito, cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
A Constituição prevê, exaustivamente, quais são os impostos de competência de cada ente político da Federação. Nenhum outro imposto poderá ser criado, além daqueles expressamente previstos no texto constitucional. Essa garantia admite apenas exceções em função da competência residual da União, desde que os tributos criados sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprias dos discriminados na Constituição (CF, art. 154, I), bem como, impostos extraordinários, que podem ser instituídos na iminência ou em caso de guerra externa, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos gradativamente, cessadas as causas de sua criação (CF, art. 154, II).
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III – renda e proventos de qualquer natureza;
IV – produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI – propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
III - propriedade de veículos automotores.
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I – propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Os três elementos da obrigação tributária são:
A Lei – é o principal elemento da obrigação tributária, pois cria o tributo, os elementos de sua incidência, as condições para sua apuração e cobrança;
O objeto do tributo – representa as obrigaçõesque o sujeito passivo (contribuinte) deve cumprir com base nos ditames legais. As prestações consistem em pagamento do valor em dinheiro referente ao tributo devido ou a multa imposta por não cumprimento da obrigação legal (obrigação principal) ou cumprimento de formalidades complementares destinadas a comprovar a existência, os limites da obrigação tributada e o correto cumprimento dos desígnios legais (obrigações acessórias), como, por exemplo, escrituração de livros contábeis e fiscais, preenchimento de declarações (DIPJ, DIRF, DCTF, etc), registros em órgãos públicos, preenchimento de formulários, abstenção de certos atos, etc;
O fato gerador – é a situação definida em lei como necessária e suficiente para ocorrência da obrigação tributária (obrigação principal) e qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática de ato, ou abstenção de ato, que não configure obrigação principal (obrigação acessória).
CONTRIBUINTE E RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO
Qualquer obrigação tributária envolve, pelo menos, duas partes: o sujeito ativo e o sujeito passivo. O sujeito ativo é o ente público que tem o direito de instituir e cobrar o tributo, enquanto o sujeito passivo é a pessoa sobre a qual incide a obrigação de pagar a obrigação principal ou multa pecuniária. Entretanto, o CTN identifica duas espécies de sujeito passivo o Contribuinte e o Responsável Tributário. O primeiro tem a relação direta com a situação legal que constitua o fato gerador, enquanto o segundo é a pessoa que embora não revista a condição de contribuinte, tem obrigação por disposição expressa de lei.
ESPÉCIES DE TRIBUTOS
Conforme dispõem os artigos 145 da Constituição Federal e 5º do Código Tributário Nacional - CTN, as espécies tributárias são:
os impostos;
as taxas;
as contribuições de melhoria.
Contudo, a Constituição prevê dois outros institutos tributários que se encaixam perfeitamente na definição de tributo descrita e que são tratados da mesma forma que os tributos. São eles:
os empréstimos compulsórios (art. 148) e;
as contribuições especiais ou parafiscais (art. 149).
Ressalta-se ainda que, para a natureza jurídica do tributo, o relevante é o seu fato gerador (CTN, art. 4º), sendo de menor importância o seu nome ou a destinação do produto de sua arrecadação.
Costuma-se designar por imposto toda e qualquer exigência vinda do poder público. Entretanto, imposto possui um conceito mais restrito, sendo uma das espécies de tributos previstos pela Constituição. O imposto é a quantia pecuniária (em dinheiro) legalmente exigida pelo Poder Público, que deverá ser paga pela pessoa física ou jurídica a fim de atender às despesas feitas no interesse comum, sem levar em conta vantagens de ordem pessoal ou particular. Segundo o CTN, art. 16, “imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.”
Outras definições importantes relacionadas aos tributos são:
TRIBUTO DIRETO
É aquele em que a pessoa que paga (contribuinte de fato) é a mesma que faz o recolhimento aos cofres públicos (contribuinte de direito). Exemplo: IRPJ, IRPF, IPVA, IPTU e CSSL.
TRIBUTO INDIRETO
É aquele em que o contribuinte de fato não é o mesmo que o de direito. O exemplo clássico é o ICMS. É falsa a idéia de que o comerciante é quem paga esse imposto; em geral, ele simplesmente recebe do consumidor e recolhe ao Estado o imposto que está embutido no preço da mercadoria vendida. Exemplo: ICMS, IPI, ISS.
TRIBUTO PROGRESSIVO
É aquele cujo percentual aumenta de acordo com a capacidade econômica do contribuinte. Existem alíquotas diferenciadas que aumentam à medida que os rendimentos ficam maiores. Exemplo: IRPF, IRPJ.
TRIBUTO REGRESSIVO
É aquele que não considera o poder aquisitivo nem a capacidade econômica do contribuinte. Com isso, quem gasta praticamente tudo o que ganha no consumo de produtos, como é o caso de muitos assalariados, proporcionalmente contribui mais do que aqueles que têm possibilidade de poupar ou de investir. Exemplo: ICMS.
NÃO CUMULATIVIDADE 
É uma característica de determinados tributos em que o contribuinte tem o direito de compensar os montantes devidos nas operações anteriores com os montantes devidos nas operações subseqüentes.
IMUNIDADE E ISENÇÃO TRIBUTÁRIA
As imunidades são privilégios instituídos na Constituição onde algumas entidades ou pessoas ficam livres de obrigação legal: 
Vedação de entes estatais instituírem impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros, não obstante à tributação de atividades econômicas reguladas pelo direito privado;
Vedação de entes estatais instituírem impostos sobre patrimônio, renda ou serviços de templos de qualquer natureza;
Vedação de entes estatais instituírem impostos sobre patrimônio, renda ou serviços de entidades representativas de partidos políticos, sindicatos de trabalhadores, instituições de educação e de assistência sem fins lucrativos;
Vedação de entes estatais instituírem impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
A isenção tributária consiste na dispensa concedida em Lei. 
PRINCIPAIS INSTRUMENTOS REGULATÓRIOS 
O nosso sistema tributário é um dos mais complexos do mundo, começando pela emaranhado de instrumentos regulatórios nas três órbitas. Apresentamos abaixo, conforme dados obtidos do Portal Tributário (http://www.portaltributario.com.br/), uma relação dos 85 instrumentos reguladores em vigor no nosso sistema tributário.
 
Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM - Lei 10.893/2004 
Contribuição á Direção de Portos e Costas (DPC) - Lei 5.461/1968 
Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - FNDCT  - Lei 10.168/2000 
Contribuição ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), também chamado "Salário Educação" - Decreto 6.003/2006 
Contribuição ao Funrural 
Contribuição ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) - Lei 2.613/1955 
Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT) 
Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa (Sebrae) - Lei 8.029/1990 
Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial (SENAC) - Decreto-Lei 8.621/1946 
Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado dos Transportes (SENAT) - Lei 8.706/1993 
Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (SENAI) - Lei 4.048/1942 
Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Rural (SENAR) - Lei 8.315/1991 
Contribuição ao Serviço Social da Indústria (SESI) - Lei 9.403/1946 
Contribuição ao Serviço Social do Comércio (SESC) - Lei 9.853/1946 
Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (SESCOOP) - art. 9, I, da MP 1.715-2/1998 
Contribuição ao Serviço Social dos Transportes (SEST) - Lei 8.706/1993 
Contribuição Confederativa Laboral (dos empregados) 
Contribuição Confederativa Patronal (das empresas) 
Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Combustíveis - Lei 10.336/2001 
Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Remessas Exterior - Lei 10.168/2000 
Contribuição para a Assistência Social e Educacional aos Atletas Profissionais - FAAP - Decreto 6.297/2007 
Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública - Emenda Constitucional 39/2002 
Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional – CONDECINE - art. 32 da Medida Provisória 2228-1/2001 e Lei 10.454/2002 
Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública - art. 32 da Lei 11.652/2008.
Contribuição Sindical Laboral (não se confunde com a Contribuição Confederativa Laboral, vide comentários sobre a Contribuição Sindical Patronal) 
Contribuição Sindical Patronal (não se confunde com a Contribuição Confederativa Patronal, já que a Contribuição Sindical Patronal é obrigatória, pelo artigo 578 da CLT, e a Confederativa foi instituída pelo art. 8,inciso IV, da Constituição Federal e é obrigatória em função da assembléia do Sindicato que a instituir para seus associados, independentemente da contribuição prevista na CLT) 
Contribuição Social Adicional para Reposição das Perdas Inflacionárias do FGTS - Lei Complementar 110/2001 
Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) 
Contribuições aos Órgãos de Fiscalização Profissional (OAB, CRC, CREA, CRECI, CORE, etc.)
Contribuições de Melhoria: asfalto, calçamento, esgoto, rede de água, rede de esgoto, etc. 
Fundo Aeroviário (FAER) - Decreto Lei 1.305/1974 
Fundo de Combate à Pobreza - art. 82 da EC 31/2000 
Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (FISTEL) - Lei 5.070/1966 com novas disposições da Lei 9.472/1997 
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) 
Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) - art. 6 da Lei 9.998/2000 
Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf) - art.6 do Decreto-Lei 1.437/1975 e art. 10 da IN SRF 180/2002 
Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) - Lei 10.052/2000 
Imposto s/Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) 
Imposto sobre a Exportação (IE) 
Imposto sobre a Importação (II) 
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) 
Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) 
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) 
Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR - pessoa física e jurídica) 
Imposto sobre Operações de Crédito (IOF) 
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) 
Imposto sobre Transmissão Bens Inter-Vivos (ITBI) 
Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) 
INSS Autônomos e Empresários
INSS Empregados
INSS Patronal
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) 
Programa de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) 
Taxa de Autorização do Trabalho Estrangeiro   
Taxa de Avaliação in loco das Instituições de Educação e Cursos de Graduação - Lei 10.870/2004 
Taxa de Classificação, Inspeção e Fiscalização de produtos animais e vegetais ou de consumo nas atividades agropecuárias - Decreto-Lei 1.899/1981 
Taxa de Coleta de Lixo 
Taxa de Combate a Incêndios 
Taxa de Conservação e Limpeza Pública 
Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA - Lei 10.165/2000 
Taxa de Controle e Fiscalização de Produtos Químicos - Lei 10.357/2001, art. 16 
Taxa de Emissão de Documentos (níveis municipais, estaduais e federais) 
Taxa de Fiscalização da Aviação Civil - TFAC - Lei 11.292/2006 
Taxa de Fiscalização da Agência Nacional de Águas – ANA - art. 13 e 14 da MP 437/2008 
Taxa de Fiscalização CVM (Comissão de Valores Mobiliários) - Lei 7.940/1989 
Taxa de Fiscalização de Sorteios, Brindes ou Concursos - art. 50 da MP 2.158-35/2001 
Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária Lei 9.782/1999, art. 23 
Taxa de Fiscalização dos Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro - TFPC - Lei 10.834/2003 
Taxa de Fiscalização dos Mercados de Seguro e Resseguro, de Capitalização e de Previdência Complementar Aberta - art. 48 a 59 da Lei 12.249/2010 
Taxa de Licenciamento Anual de Veículo 
Taxa de Licenciamento, Controle e Fiscalização de Materiais Nucleares e Radioativos e suas instalações - Lei 9.765/1998 
Taxa de Licenciamento para Funcionamento e Alvará Municipal 
Taxa de Pesquisa Mineral DNPM - Portaria Ministerial 503/1999 
Taxa de Serviços Administrativos – TSA – Zona Franca de Manaus - Lei 9.960/2000 
Taxa de Serviços Metrológicos - art. 11 da Lei 9.933/1999 
Taxas ao Conselho Nacional de Petróleo (CNP) 
Taxa de Outorga e Fiscalização - Energia Elétrica - art. 11, inciso I, e artigos 12 e 13, da Lei 9.427/1996 
Taxa de Outorga - Rádios Comunitárias  - art. 24 da Lei 9.612/1998 e nos art. 7 e 42 do Decreto 2.615/1998 
Taxa de Outorga - Serviços de Transportes Terrestres e Aquaviários - art. 77, incisos II e III, a art. 97, IV, da Lei 10.233/2001 
Taxas de Saúde Suplementar - ANS  - Lei 9.961/2000, art. 18 
Taxa de Utilização do SISCOMEX - art. 13 da IN 680/2006. 
Taxa de Utilização do MERCANTE - Decreto 5.324/2004 
Taxas do Registro do Comércio (Juntas Comerciais) 
Taxa Processual Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE - Lei 9.718/1998 
QUESTÕES DISCURSIVAS:
Quais as diferenças observadas entre tributos progressivos e regressivos?
Quais as diferenças observadas entre tributos diretos e indiretos?
Defina sucintamente o que se entende por não cumulatividade.
A Constituição Federal e o Código Tributário Nacional – CTN definem as espécies de tributos como: os impostos; as taxas; e as contribuições de melhoria. Entretanto, há outros institutos tributários que se encaixam perfeitamente na definição de tributo, quais são e como são designados no arcabouço tributário brasileiro? Cite exemplos.
Quais são os elementos fundamentais da obrigação tributária?
Caracterize as diferenças conceituais observadas entre contribuinte e responsável tributário. 
QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA:
Nos casos em que a pessoa jurídica de fato incorpora a mesma da pessoa jurídica de direito estamos nos referindo ao conceito de:
Tributo Indireto;
Tributo Progressivo;
Tributos não Cumulativos;
Tributos Regressivos;
Tributos Diretos.
 
Marque a alternativa que se adequa ao conceito tributário, no qual, a pessoa jurídica que não tem relação direta com a situação prevista que constitua fato gerador de obrigação tributária, mas que detém obrigação por determinação expressa de lei. 
Contribuinte de fato;
Sujeito Ativo;
Responsável Tributário;
Sujeito Passivo;
Contribuinte de Direito.
Marque a alternativa que identifica o regulamento onde são elencadas as competências tributárias dos entes políticos da Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
Código Tributário Nacional;
Constituição Federal;
Regulamento do Imposto de Renda;
Lei Complementar 87/96;
Lei de Responsabilidade Fiscal.
Com base no conteúdo estudado assinale a única alternativa que não identifica o objeto da Contabilidade Tributária aplicada às pessoas jurídicas particulares.
As técnicas de apuração dos fluxos de caixa e da respectiva demonstração; 
O reconhecimento dos institutos tributários incidentes sobre o patrimônio;
O reconhecimento dos institutos tributários sobre as operações; 
A correta aplicação das normas e princípios contábeis;
As técnicas de reconhecimento, escrituração e apuração tributos sobre compra e venda.
Gabarito (E, C, B, A)�
AULA 2
RESPONSABILIDADES, NORMAS E CRITÉRIOS PARA ESCRITURAÇÃO E AVALIAÇÃO DE ATIVOS
OBJETIVOS
Compreender as responsabilidades assumidas pelas empresas e pelo profissional contábil na escrituração comercial e fiscal;
Compreender e aplicar as principais obrigações acessórias;
Compreender e aplicar os principais critérios de mensuração e avaliação das operações, do patrimônio e de seus resultados. 
INTRODUÇÃO 
Conforme já observado as organizações são constituídas para satisfazer as necessidades de produtos e serviços da sociedade. Estas entidades econômico-administrativas, são constituídas individualmente ou por grupos de pessoas (físicas ou jurídicas) que se unem e se estruturam com um fim comum e, na forma da legislação pertinente a sua formação, devem observar regras de conduta para a sua integração e bom convívio no sistema social. Com base nestas premissas, nesta aula iremos nos ater na compreensão das responsabilidades assumidas pelas empresas e pelo profissional contábil na escrituração comercial e fiscal das pessoas jurídicas, buscando o completo entendimento da aplicação das principais obrigações acessórias e dos principais critérios de mensuração e avaliação das operações,do patrimônio e de seus resultados. 
RESPONSABILIDADE DO CONTADOR
Conforme já observado a carga tributária no Brasil é uma das mais elevadas do mudo e o nosso sistema é um dos mais complexos, deixando empresários e executivos extremamente preocupados com os custos dos tributos incidentes, manutenção e cumprimento de obrigações acessórias, estas últimas demandando grande esforço organizacional para gerir toda a estrutura necessária ao completo acompanhamento e procedimentos necessários. Com base nestes argumentos, nas últimas décadas a gestão tributária passou a ter peso estratégico nas organizações de qualquer porte, independentemente da atividade econômica desenvolvida. Assim, os gestores, além de enfrentar todas as ameaças e flutuações das variáveis econômicas do dia-a-dia das organizações, tem que suportar um alto custo tributário, que quando mal acompanhado inviabiliza o negócio. Nesse ambiente, os contadores precisam de profundos conhecimentos da legislação tributária e procedimentos contábeis vinculados a apuração e registro dos inúmeros institutos tributários, assumindo vital importância e grande responsabilidade na sobrevivência organizacional.
RESPONSABILIDADE LEGAL
Nos termos da legislação cível e comercial vigente, a escrituração contábil é de responsabilidade dos contabilistas legalmente habilitados. Estas normas visam a defesa dos interesses dos proprietários, sócios, credores e outros interessados nas atividades organizacionais. Não obstante, para atender aos interesses da arrecadação, a legislação tributária constantemente se reporta às legislações citadas e aos princípios contábeis no intuito de resguardar os interesses da fazenda. Pode-se citar como exemplo a Legislação do Imposto de Renda, que determina a adoção da Legislação Comercial e Fiscal, no que tange a correta escrituração de todas as operações realizadas pelo contribuinte, apuração de resultados, critérios de reconhecimento contábil e de avaliação de estoques, bem como os tipos de inventário permitidos nos segmentos comercial e industrial.
Neste contexto, caracteriza-se como crime a elaboração e assinatura de qualquer documento ou demonstrativo contendo informações inverídicas, tendenciosas ou eivadas de má fé. Também é considerado crime, a elaboração de demonstrativos divergentes dos registros nos livros oficiais da entidade ou suportados em escrita, sem a devida documentação comprobatória ou desqualificada para tais registros. 
ESCRITURAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
As pessoas jurídicas devem manter escrituração com observância das leis cíveis, comerciais e fiscais, devendo abranger todas as operações, os resultados apurados em suas atividades no território nacional, bem como os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior, sendo facultado às pessoas jurídicas que possuírem filiais, sucursais ou agências manter contabilidade não centralizada, devendo incorporar ao final de cada mês, na escrituração da matriz, os resultados de cada uma delas.
Processamento Eletrônico de Dados 
Os livros comerciais e fiscais poderão ser escriturados por sistema de processamento eletrônico de dados, em folhas contínuas, que deverão ser numeradas, em ordem seqüencial, mecânica ou tipograficamente.
Falsificação da Escrituração 
A falsificação, material ou ideológica, da escrituração e seus comprovantes, ou de demonstrações contábeis, que tenham por objeto eliminar ou reduzir o montante de imposto devido, ou diferir seu pagamento, submeterá o sujeito passivo a multa, independentemente da ação penal que couber.
Livros Comerciais
A pessoa jurídica é obrigada a seguir ordem uniforme de escrituração, mecanizada ou não, utilizando os livros e papéis adequados, cujo número e espécie ficam critério da organização.
Livro Diário 
O Livro Diário é obrigatório a todas organizações, devendo ser encadernado com folhas numeradas seguidamente, em que serão lançados, dia a dia, diretamente ou por reprodução, os atos ou operações da atividade, ou que modifiquem ou possam vir a modificar a situação patrimonial da pessoa jurídica, devendo conter termos de abertura e de encerramento, e ser submetidos à autenticação no órgão competente do Registro do Comércio, e, quando se tratar de sociedade civil, no Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou no Cartório de Registro de Títulos e Documentos.
Os livros auxiliares, tais como Caixa e Contas-Correntes, que também poderão ser escriturados em fichas, terão dispensada sua autenticação quando as operações a que se reportarem tiverem sido lançadas, pormenorizadamente, em livros devidamente registrados. 
No caso de substituição do Livro Diário por fichas, a pessoa jurídica adotará livro próprio para inscrição do balanço e demais demonstrações financeiras, o qual será autenticado no órgão de registro competente.
Livro Razão 
A pessoa jurídica tributada com base no lucro real deverá manter, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário, mantidas as demais exigências e condições previstas na legislação, cuja a escrituração deve ser individualizada, obedecendo à ordem cronológica das operações.
A não manutenção do livro, nas condições legais determinadas, implicará o arbitramento do lucro da pessoa jurídica.
Livros Fiscais
As pessoas jurídicas, além dos livros de contabilidade previstos em leis e regulamentos, deverão possuir os livros de acordo com as legislações específicas de cada tributo, como por exemplo a legislação do imposto de renda determina a adoção de livros como: Registro de Inventário; Registro de Entradas (compras); LALUR ou LALUC; Registro Permanente de Estoque; Movimentação de Combustíveis, entre outros. Apresentamos na tabela abaixo uma relação de livros com parte dos livros fiscais obrigatórios a serem escriturados pelos contribuintes.
	Tipo
	Modelo
	Contribuinte
	Registro de Entradas
	1
	IPI e ICMS
	Registro de Entradas
	1-A
	ICMS
	Registro de Saídas
	2
	IPI e ICMS
	Registro de Saídas
	2-A
	ICMS
	Registro de Controle da Produção e Estoque
	3
	Indústrias
	Selo Especial de Controle
	4
	Produtores de cigarros, bebidas, relógios, etc.
	Registro de Impressão de Doc. Fiscais
	5
	ICMS
	Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de Ocorrências
	6
	ICMS
	Registro de Inventário
	7
	ICMS e IPI
	Registro de Apuração de IPI
	8
	IPI
	Registro de Apuração do ICMS
	9
	ICMS
	Controle de Crédito de ICMS (Imobilizado)
	
	IPI e ICMS
	Movimentação de Combustíveis
	
	Distribuidores e Postos
	Notas Fiscais de Serviços Prestados
	51
	Prestadores de serviços
	Notas Fiscais-Faturas de Serviços Prestados
	53
	Prestadores de serviços
	Movimento Diário de Ingressos em Diversões Públicas
	54
	Prestadores de serviços
	Recebimento de Impressos Fiscais e Termos de Ocorrência
	57
	Prestadores de serviços
	Impressão de Documentos Fiscais
	58
	Prestadores de serviços
	LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real
	
	IRPJ – Lucro Real
	LALUC – Livro de Apuração do Lucro Contábil
	
	IRPJ – SAs
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES (Art. 292 a 296 - RIR/99)
O Regulamento do Imposto de Renda dispõe que ao final de cada período de apuração a pessoa jurídica deverá promover o levantamento e avaliação dos seus estoques, considerando como tal:
As mercadorias ou produtos prontos para a venda;
Os produtos em processamento;
Materiais de embalagem;
As matérias-primas e os bens em almoxarifado.
Os bens acima devem ser avaliados pelo custo de aquisição, enquanto os produtos em fabricação e acabados serão avaliados pelo custo de produção.
A entidade que mantiver sistema de contabilidade de custos integrado e coordenado com o restante da escrituração poderá utilizar os custos apurados para avaliação dos estoques de produtos em fabricação e acabados, neste caso é considerado sistema de contabilidadede custo integrado e coordenado com o restante da escrituração aquele que for apoiado em valores originados da escrituração contábil (matéria-prima, mão-de-obra direta, custos indiretos de fabricação, que permita determinação contábil, ao fim de cada mês, do valor dos estoques de matérias-primas e outros materiais, produtos em elaboração e produtos acabados, com base livros auxiliares, fichas, folhas contínuas, ou mapas de apropriação ou rateio, tidos em boa guarda e de registros coincidentes com aqueles constantes da escrituração principal e que permita avaliar os estoques existentes na data de encerramento do período de apropriação de resultados segundo os custos efetivamente incorridos.
O valor dos bens existentes no encerramento do período de apuração poderá ser pelo custo médio (CMPM - Custo Médio Ponderado Móvel) ou o valor dos bens adquiridos ou produzidos mais recentemente (PEPS – Primeiro a Entrar Primeiro a Sair), admitida ainda, a avaliação com base no preço de venda, subtraída a margem de lucro.
Se a escrituração do contribuinte não satisfizer às condições definidas em lei os estoques deverão ser avaliados conforme o seguinte:
Materiais em processamento - por uma vez e meia o maior custo das matérias-primas adquiridas no período de apuração, ou em oitenta por cento do valor dos produtos acabados;
Produtos acabados - setenta por cento do maior preço de venda no período de apuração (o valor dos produtos acabados deverá ser determinado tomando por base o preço de venda, sem exclusão de qualquer parcela a título de Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações – ICMS).
OBS: As disposições acima deverão ser reconhecidas na escrituração comercial.
CUSTO DOS BENS OU SERVIÇOS (Art. 289 a 291 – RIR/99)
No caso das entidades industriais o custo das mercadorias revendidas e das matérias-primas utilizadas será determinado com base em registro permanente de estoques ou no valor dos estoques existentes, de acordo com o Livro de Inventário, no fim do período de apuração.
No caso entidades comerciais, o custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda será integrado pelos gastos com transporte e seguro, até o estabelecimento do adquirente e os tributos devidos na aquisição ou importação, onde os gastos com desembaraço aduaneiro integram o custo de aquisição, não se incluindo nestes os impostos recuperáveis (ou compensáveis) através de créditos na escrita fiscal.
Os custos de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderão, obrigatoriamente:
O custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção;
O custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta, manutenção e guarda das instalações de produção;
Os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos bens aplicados na produção;
Os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção;
Os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.
Integrará também o custo o valor das quebras e perdas razoáveis, de acordo com a natureza do bem e da atividade, ocorridas na fabricação, no transporte e manuseio;
As quebras ou perdas de estoque por deterioração, obsolescência ou pela ocorrência de riscos não cobertos por seguros, desde que comprovadas:
Por laudo ou certificado de autoridade sanitária ou de segurança, que especifique e identifique as quantidades destruídas ou inutilizadas e as razões da providência;
Por certificado de autoridade competente, nos casos de incêndios, inundações ou outros eventos semelhantes;
Mediante laudo de autoridade fiscal chamada a certificar a destruição de bens obsoletos, invendáveis ou danificados, quando não houver valor residual apurável.
A aquisição de bens de consumo eventual, cujo valor não exceda a cinco por cento do custo total dos produtos vendidos no período de apuração anterior, poderá ser registrada diretamente como custo.
 
QUESTÕES DISCURSIVAS:
O Regulamento do Imposto de Renda dispõe que ao final de cada período de apuração a pessoa jurídica deverá promover o levantamento e avaliação dos seus estoques. Quais são estes tipos de estoques e quais as suas relações com os elementos tributários? 
Para atender aos interesses da arrecadação, a legislação tributária constantemente se reporta aos princípios contábeis no intuito de resguardar os interesses da fazenda e a adoção da Legislação Comercial e Fiscal. Defina estes princípios e cite três exemplos de obrigações derivadas concomitantemente das Legislações Comercial e Fiscal.
Caracterize as responsabilidades do contador nas relações com o fisco.
As pessoas jurídicas devem manter escrituração com observância das leis cíveis, comerciais e fiscais, devendo abranger todas as operações, os resultados apurados em suas atividades no território nacional. Com base nestes argumentos caracterize as principais obrigações emanadas destas legislações.
QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA:
Indique a alternativa que não se relaciona com as responsabilidades legais da empresa e da contabilidade na atividade de escrituração e evidenciação: 
As pessoas jurídicas devem manter escrituração com observância das leis cíveis, comerciais e fiscais, devendo abranger todas as operações, os resultados apurados em suas atividades no território nacional, bem como os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior;
É facultado às pessoas jurídicas que possuírem filiais, sucursais ou agências manter contabilidade não centralizada, devendo incorporar ao final de cada mês, na escrituração da matriz, os resultados de cada uma delas;
A falsificação, material ou ideológica, da escrituração e seus comprovantes, ou de demonstrações contábeis, que tenham por objeto eliminar ou reduzir o montante de imposto devido, ou diferir seu pagamento, submeterá o sujeito passivo a multa, independentemente da ação penal que couber;
A contabilidade no âmbito das Sociedades por Ações deve elaborar procedimentos “imperment”, pelo menos uma vez por ano, com base em laudos de avaliação de ativos, quando houver sido constatada redução do valor recuperável de ativos, nos moldes do CPC 01; 
A controladoria da organização deve elaborar os regulamentos de controle interno referentes às atividades de registro e controle das operações de todos os atores da organização. 
As pessoas jurídicas devem manter escrituração com observância das leis cíveis, comerciais e fiscais, devendo abranger:
Todas as operações, os resultados apurados em suas atividades no território nacional, bem como os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior;
Todas as apurações e contestações de tributos incidentes sobre as operações e patrimônio do empreendimento;
Todas as apurações incidentes nas operações e resultados somente das organizações de Capital Aberto;
A apuração dos fluxos de caixa, valores adicionados e notas explicativas referentes as operações e patrimônio das organizações;
A apuração do Lucro Real para todas as organizações, independentemente da opção da administração da empresa. 
Indique a alternativa que satifaz ao critério a ser adotado na avaliação materias em processamento no caso da escrituração do contribuinte não atender às condições definidas em lei:
Setenta por cento do maior preço de venda no período de apuração, incluído o valor do ICMS;
Uma vez e meia o maior custo das matérias-primas adquiridas no período de apuração ou em oitenta por cento do valor dos produtos acabados;
Setenta por cento do maior preço de venda no período de apuração, líquido do valor do ICMS;
Oitenta por cento do valor dos produtos acabados, incluído o IPI e o ICMS incidente no preço de venda;
O custo de aquisição das matérias-primas, incluídos custos de mão-de-obra e demais custos incidentes na obtenção do produto.
Indique a alternativa que satifazao critério a ser adotado na avaliação de produtos acabados no caso da escrituração do contribuinte não atender às condições definidas em lei:
O custo de aquisição das matérias-primas, incluídos custos de mão-de-obra e demais custos incidentes na obtenção do produto;
Setenta por cento do maior preço de venda no período de apuração, não incluído o ICMS e IPI;
Setenta por cento do maior preço de venda no período de apuração, incluído o ICMS;
Uma vez e meia o maior custo das matérias-primas adquiridas no período de apuração ou em oitenta por cento do valor dos produtos acabados;
O custo de aquisição das matérias-primas com ICMS, incluídos custos de mão-de-obra e demais custos incidentes na obtenção do produto.
Gabarito (E, A, B e C)�
AULA 3
TRIBUTAÇÃO EM OPERAÇÕES COM PRODUTOS E MERCADORIAS 
# OPERAÇÕES DE COMPRA #
OBJETIVOS
Identificar os principais tributos sujeitos ao princípio da não cumulatividade;
Compreender os procedimentos contábeis inerentes aos tributos incidentes nas operações de compra;
Aplicar os procedimentos contábeis na compensação de tributos incidentes nas operações de compra.
INTRODUÇÃO
Na contabilidade, os termos produtos e mercadorias referem-se aos bens obtidos por estabelecimentos industriais e equiparados ou adquiridos por estabelecimentos comerciais para revenda. Nas atividades industriais, os insumos adquiridos para obtenção dos produtos são designados por matéria-prima ou materiais diretos (quando diretamente identificados com o produto, mais fretes e seguros, menos impostos compensáveis) ou indiretos (quando são apropriados aos produtos por critérios de rateio, considerando-se fretes e seguros, menos impostos compensáveis) e o produto, quando pronto para venda, por “produto” ou “produtos acabado” ou estoque de produtos acabados (que incorporam o total dos custos dos insumos diretos e indiretos consumidos para a obtenção do produto), que quando vendidos assumem o mesmo tratamento adotado nas empresas comerciais. Nestas, que têm como objeto a revenda de mercadorias, o fato gerador da transação de venda é a transferência destas aos clientes (emissão de nota fiscal, na transação à vista, e fatura, na transação a prazo), gerando receita bruta de vendas ou receita de vendas, ou simplesmente vendas, sendo o resultado líquido, após as deduções das vendas, a receita líquida de vendas, obtido pela confrontação destas com as deduções e o resultado bruto, após a dedução dos custos de sua obtenção.
OPERAÇÕES DE COMPRA E NÃO CUMULATIVIDADE
A Constituição Federal determina a adoção do princípio da não-cumulatividade para o Imposto sobre Produtos Industrializados e para o Imposto sobre a Circulação e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. Em seus arts. 153, § 3º, inciso II (IPI) e 155, § 2º, inciso I (ICMS), determinando a compensação do montante cobrado nas operações anteriores. A não-cumulatividade foi extendida para os Programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) e para a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), através das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03, respectivamente.
TRIBUTOS INCIDENTES NAS OPERAÇÕES DE COMPRA
Estes tributos guardam proporcionalidade com custo de aquisição de mercadorias e matérias-primas, mesmo quando o respectivo montante integre esse preço. São considerados custos de obtenção de mercadorias ou matérias primas, quando não compensáveis, ou crédito tributário (direito a compensar em operação de venda futura): 
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações - incidente na saída da mercadoria do estabelecimento, ou seja entrega do produto ou prestação de serviço de transporte, no âmbito intermunicipal e interestadual (não cumulativo ou compensável nas operações futuras);
Imposto de Importação – incidente nas operações de importação quando do desembaraço aduaneiro (não compensável ou não recuperável, portanto integra o custo da mercadoria ou matéria-prima);
PIS – Programa de Integração Social, na parcela incidente sobre a Receita Bruta de Vendas e Serviços (não cumulativo ou compensável nas operações futuras);
COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, antigo FINSOCIAL (Fundo de Investimento Social) (não cumulativo ou compensável nas operações futuras);
IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados, quando as principais hipótese de incidência são: na importação, pelo desembaraço aduaneiro de produtos de procedência estrangeira e na saída de produto de estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial (não cumulativo ou compensável nas operações futuras nas empresas de cunho industrial ou equiparadas).
OBS: O regime de tributação do IPI e do ICMS é sempre não cumulativo. No entanto, no caso do PIS e da COFINS, as empresas tributadas pelo lucro presumido ou arbitrado, que serão objeto de estudo futuro, devem calcular o PIS e a COFINS com base no sistema cumulativo, às alícotas de 0,65% e 3%, com base na Receita Bruta, deduzidas as exclusões permitidas, ou seja, devoluções de vendas, vendas canceladas e descontos incondicionais concedidos. Ressalta-se ainda, que estas exclusões são válidas também para as optantes pelo Lucro Real, que adotam o regime não cumulativo às alícotas de 1,65% e 7,6%. 
Tributos compensáveis ou recuperáveis
São compensáveis/recuperáveis os tributos que apesar de pagos pelo contribuinte de direito, numa primeira etapa, podem ser compensados ou deduzidos do que tiver de ser pago pelo mesmo contribuinte, numa etapa seguinte, ou seja, quando haja incidência desse tributo na saída das mercadorias ou produtos. 
Exemplos: 
O IPI pago na aquisição de matéria-prima pela indústria;
O ICMS pago na aquisição de matéria-prima pela indústria;
O ICMS pago na aquisição de mercadorias pelo comerciante;
O PIS e a COFINS pagos na aquisição de mercadorias e matérias-primas.
Os tributos compensáveis/recuperáveis são registrados em contas representativas de direitos realizáveis, enquanto que os não recuperáveis integram o custo das mercadorias ou das matérias-primas. 
Apuração de tributos a Recolher ou a Compensar/Recuperar
Ao final de cada período o IPI, ICMS, PIS e a COFINS serão apurados os impostos (a recolher ou a recuperar) nos Livros Fiscais e nas contas representativas destes direitos (IPI, ICMS, PIS e COFINS a Recolher ou a Pagar). 
Caso o montante do IPI, ICMS, PIS e COFINS sobre as vendas, registrados nas contas destes tributos a recolher sejam maiores que os montantes apurados nas compras, registrados nas contas IPI, ICMS, PIS e COFINS a Compensar ou a Recuperar, a diferença significa o saldo a ser pago, que deve ficar evidenciado no Passivo Circulante. Para tanto, o saldo devedor da conta ativa IPI, ICMS, PIS e COFINS a Recuperar ou a Compensar deve ser transferido para débito da conta passiva que se encerrará com o lançamento posterior do recolhimento. Caso o montante do IPI, ICMS, PIS e COFINS sobre as vendas seja menor que os tributos sobre as compras, a diferença significa saldo a compensar no período seguinte, que deve ficar registrado no Ativo Circulante. Neste caso, o saldo credor da conta passiva IPI, ICMS, PIS e COFINS a Recolher ou a Pagar que será transferido para crédito no Ativo.
De acordo com o usuário, em vez de se fazer os registros conforme explicado acima, pode-se, também, utilizar uma conta para cada tributo chamada Conta Corrente de IPI, ICMS, PIS e COFINS, que é movimentada debitando-se os tributos a compensar ou recuperar (que são direitos) e creditando-se os montates apurados a recolher ou a pagar que são obrigações apuradas nas vendas. Estas contas são: C/C IPI, C/C ICMS, C/C PIS e C/C COFINS. 
Incidência de ICMS/PIS/COFINS
Os valores do ICMS, do PIS e da COFINS estão incluídos no preço das mercadorias adquiridas para revenda. Desta forma, considerando uma aquisiçãode mercadorias por R$10.000, com incidência de ICMS à alíquota de 17%, do PIS a 1,65% e da COFINS a 7,6% teremos o seguinte:
Composição:
	ITENS
	R$
	Valor da Nota
	10.000,00
	ICMS s/ operação (17%) – incluído no preço
	(1.700,00)
	PIS s/ operação (1,65%) – incluído no preço 
	(165,00)
	COFINS s/ operação (7,6%) – incluído no preço
	(760,00)
	Valor líquido da mercadoria
	7.375,00
Na operação de aquisição de compra de R$10.000, R$1.700 refere-se ao ICMS, R$165 ao PIS e R$760 a COFINS. Em função do princípio da não-cumulatividade obtém-se o crédito a ser compensado na operação de venda, representando um direito da empresa contra o ESTADO e a UNIÃO. Na escrita contábil, as contas que representam estas operações são chamadas de Conta Corrente de ICMS ou C/C ICMS (contabiliza as operações de compra e venda) ou ICMS a RECUPERAR (contabilizam somente créditos), C/C PIS ou PIS a RECUPERAR e C/C COFINS ou COFINS a RECUPERAR. As operações, representativas de direitos, têm natureza devedora contra créditos à conta de BANCOS OU FORNECEDORES. A contabilização da operação acima pode ser:
DIVERSOS
a BANCOS CONTA MOVIMENTO (AV) OU FORNECEDORES (Faturada)
MERCADORIAS		R$ 7.375,00
ICMS A RECUPERAR	R$ 1.700,00
PIS A RECUPERAR	R$ 165,00
COFINS A RECUPERAR 	R$ 760,00		R$ 10.000,00
CONTABILIZAÇÃO DE 50% À VISTA E 50% A PRAZO
DIVERSOS
a DIVERSOS
MERCADORIAS				R$ 7.375,00
ICMS A RECUPERAR			R$ 1.700,00
PIS A RECUPERAR			R$ 165,00
COFINS A RECUPERAR			R$ 760,00		R$10.000,00
a BANCOS CONTA MOVIMENTO 	R$ 5.000,00
a FORNECEDORES	 	 	R$ 5.000,00		R$10.000,00
Relembra-se que muitas empresas costumam se utilizar de uma única conta para substituir as contas representativas a recuperara e a recolher, chamada de CONTA CORRENTE (ICMS, PIS e COFINS). Esta conta é debitada pelo valor das operações de aquisição e creditada pelo valor das operações de venda de mercadorias. Ao final do período de apuração do imposto, essa conta apresentará saldo devedor ou credor. O saldo devedor na C/C indica que a empresa tem um crédito contra a Fisco a ser compensado nos período base subseqüentes. O saldo credor indica uma obrigação da empresa junto ao Fisco. Desta forma, se a C/C apresentar saldo devedor (direito – crédito contra o fisco), este deverá ser classificado no ativo. Se a conta apresentar Saldo credor (obrigação em favor do fisco), este saldo deverá ser classificado no passivo.
Incidência de IPI/ICMS/PIS/COFINS
O IPI tem como fato gerador a saída de produto industrializado do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial, bem como o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira. A primeira grande diferença com relação ao ICMS, ao PIS e à COFINS é que seu valor não está incluído no preço dos produtos. Se o adquirente dos produtos sobre os quais incidiu o imposto é contribuinte do IPI (empresa industrial ou equiparada a industrial), cujos produtos adquiridos são utilizados em seu processo industrial, o IPI incidente na operação de aquisição poderá ser recuperado no momento da venda do produto industrializado. Se o adquirente não for contribuinte do IPI ou, o contribuinte que não utilize os produtos adquiridos em seu processo industrial, o IPI incidente na compra não será recuperado, compondo o custo de aquisição. 
Tomemos como exemplo uma empresa industrial que adquire matéria-prima pelo valor de R$60.000 (faturados) com alíquota do IPI de 10%. Considerando que a alíquota do ICMS é de 17%, do PIS 1,65% e da COFINS 7,6%, contabilizemos esta compra.
A composição será:
	ITENS
	R$
	Preço do produto
	60.000,00
	IPI (10%) – não incluso no preço 
	 6.000,00
	Valor total da nota
	66.000,00
	ICMS (17%) – incluso no preço 
	(10.200,00)
	PIS (1,65%) - incluso no preço 
	 (990,00)
	COFINS (7,6%) - incluso no preço 
	 (4.560,00)
	IPI (10%) – recuperável neste caso
	 (6.000,00)
	Valor líquido da compra
	44.250,00
Por ser empresa industrial, o IPI é recuperável/compensável, seu valor não entra na base de cálculo do ICMS por disposição do art. 155, § 22, inciso XI, da Constituição Federal, do PIS por disposição do art. 66, § 32, da Instrução Normativa nº 247/2002 e da COFINS por disposição do art. 8º, § 32, inciso I, da Instrução Normativa SRF nº 404/2004. A contabilização será:
DIVERSOS
a FORNECEDORES
MATÉRIA-PRIMA			R$44.250,00
C/C ICMS				R$10.200,00
C/C IPI				R$ 6.000,00	
C/C COFINS			R$ 4.650,00
C/C PIS				R$ 990,00	R$66.000,00
Compra de imobilizado – IPI não é recuperável e o ICMS/PIS/COFINS recuperáveis
Uma empresa comercial adquire, a prazo, equipamentos para o ativo imobilizado diretamente do fabricante por R$250.000, com alíquotas de IPI de 15%, de ICMS de 17%, de PIS de 1,65% e da COFINS de 7,6%. Como se trata de uma aquisição para uso e não para revenda, o IPI não será recuperável, devendo integrar o custo de aquisição.
A composição será:
	ITENS
	R$
	Valor da compra
	250.000,00
	IPI (15%) – cobrado destacadamente
	 37.500,00
	Valor total da nota
	287.500,00
	ICMS s/ compra (17%) – incluído no preço
	 (48.875,00)
	PIS s/ compra (1,65%) – incluído no preço
	 (4.743,75)
	COFINS s/ compra (7,6%) – incluído no preço
	 (21.850,00)
	Valor líquido da aquisição
	 212.031,25
Neste caso o IPI não é recuperável e o produto não se destina à comercialização ou à industrialização e seu valor integra a base de cálculo do ICMS, conforme o art. 155, § 2º, inciso XI, da Constituição Federal e por interpretação ao disposto nos arts. 66, § 3º, da Instrução Normativa nº 247/2002, e 8º, § 3º, inciso I, da Instrução Normativa SRF nº 404/2004, também integra a base de cálculo do PIS e da COFINS para o adquirente. A contabilização é a seguinte:
DIVERSOS
a FORNECEDORES
MÁQUINASE EQUIPAMENTOS		R$ 212.031,25
C/C ICMS					R$ 48.875,00
C/C PIS					R$ 4.743,75
C/C COFINS				R$ 21.850,00 R$287.500,00
Pelo fato dos equipamentos terem sido comprados para compor o ativo permanente, o ICMS incidente na aquisição não seria recuperável. Entretanto, a Lei Complementar nº 87/96 incorporou o direito à compensação do ICMS incidente na aquisição. Diante desta possibilidade, a Lei Complementar nº102/2000, regulamentou que esta a compensação de créditos seja efetuada à razão de um quarenta e oito avos/mês, a partir do mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento. No caso do PIS e da COFINS, a legislação permite a utilização dos créditos relativos a máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado para utilização na produção de bens destinados à venda, ou na prestação de serviços. A utilização dos créditos será feita a partir da depreciação dos ativos que lhe deram origem, ou, opcionalmente, no prazo de 4 anos, à razão de 1/48 por mês, de acordo com regulamentação da Secretaria da Receita Federal, em seu art. 3º, § 14, da Lei nº 10.833/2003, alterado pela Lei nº10.865/2004, observando-se que terão direito aos créditos de PIS e COFINS as máquinas e os equipamentos adquiridos a partir de 01/05/2004, conforme o § 1º, da referida.
Produtos para revenda por Empresa Comercial – IPI não-recuperável e ICMS/PIS/COFINS recuperáveis
Uma empresa comercial adquire, a prazo, produtos para revenda, por R$250.000, com IPI à alíquota de 15%, ICMS à alíquota de 17%, PIS à alíquota de 1,65% e COFINS à alíquota de 7,6% (O adquirente não é contribuinte do IPI).
Composição da transação:
	ITENS
	R$
	Valor da compra
	250.000,00
	IPI (15%) – em destaque
	 37.500,00
	Valor total da nota
	287.500,00
	ICMS s/ compra (17%) – incluído no preço
	 (42.500,00)
	PIS s/ compra (1,65%) – incluído no preço
	 (4.743,75)
	COFINS s/ compra (7,6%) – incluído no preço
	 (21.850,00)
	Valor líquido da aquisição
	 218.406,25
Neste caso a empresa não é contribuinte do IPI. Portanto, não haverá crédito para recuperá-lo. Entretanto, o IPI não integra a basede cálculo do ICMS, conforme dispositivo do art. 155, § 2º, inciso XI, da Constituição Federal. Para os efeitos do PIS e da COFINS, por interpretação ao disposto nos arts. 66, § 3º, da Instrução Normativa nº247/2002, e 8º, § 3º, inciso I, da Instrução Normativa nº 404/2004. A contabilização será:
DIVERSOS
a FORNECEDORES 
MERCADORIAS			R$218.406,25
C/C ICMS				R$ 42.500,00
C/C PIS 				R$ 4.743,75
C/C COFINS			R$ 21.850,00	 R$287.500,00
O Imposto de importação, os Fretes, os Seguros e os Outros Gastos, tem o seguinte comportamento:
Conforme já observado, pela própria natureza do imposto de importação, não existe a possibilidade de sua compensação pelo importador. Portanto, o mesmo deverá ser acrescido ao custo de aquisição das mercadorias importadas.
Os fretes, seguros e demais despesas acessórias que o adquirente é obrigado a pagar, integram o custo de aquisição das mercadorias objeto de venda.
As pessoas jurídicas sujeitas à apuração da contribuição para o PIS e para a COFINS pelo sistema NÃO ACUMULATIVO (Leis nº 10.637/02 e 10.833/03) poderão descontar créditos relativos ao PIS e à COFINS pagos na importação das mercadorias (PIS-IMPORTAÇÃO e COFINS-IMPORTAÇÃO), conforme disposto no art. 1º da Lei nº10.865/2004. 
OPERAÇÕES DE COMPRA COM FRETE E SEGURO
AQUISIÇÃO NO MESMO MUNICÍPIO
Neste caso o frete e o seguro não são tributados pelo ICMS. Veja-se o exemplo abaixo.
Uma empresa comercial adquire, a prazo, direto do fabricante localizado no mesmo município, produtos para revenda, por R$45.000,00, mais IPI à alíquota de 10%, bem como frete e seguro em nota destacada no valor total de R$850,00, já incluído ISS. O ICMS incidente na operação foi de 17%, o PIS de 1,65% e COFINS de 7,6%.
Composição da transação:
	ITENS
	R$
	Valor da compra
	45.000,00
	IPI (10%) – em destaque
	 4.500,00
	Valor total da nota
	49.500,00
	ICMS s/ compra (17%) – embutido no preço
	 (7.650,00)
	PIS s/ compra (1,65%) – incluído IPI
	 (816,75)
	COFINS s/ compra (7,6%) – incluído IPI
	 (3.762,00)
	Custo de aquisição não incluído frete e seguro
	 37.271,25
	Frete e seguro
	 850,00
	Custo total da aquisição
	 38.121,25
Registros contábeis:
DIVERSOS
a FORNECEDORES 					
ESTOQUE DE MERCADORIAS		R$38.121,25
C/C ICMS					R$ 7.650,00
C/C PIS 					R$ 816,75
C/C COFINS				R$ 3.762,00	R$50.350,00
FRETE E SEGURO INTERMUNICIPAL
Neste caso o frete e seguro sofrem a incidência do ICMS.
Tome-se o seguinte exemplo:
Uma empresa comercial adquire, a prazo, direto do fabricante localizado em outro município, produtos para revenda, por R$45.000,00, mais IPI à alíquota de 10%, bem como frete e seguro em nota destacada no valor total de R$1590,00. O ICMS incidente na operação foi de 17%, o PIS de 1,65% e COFINS de 7,6%.
Composição da transação:
	ITENS
	R$
	Valor da compra
	45.000,00
	IPI (10%) – em destaque
	 4.500,00
	Valor total da nota
	49.500,00
	ICMS s/ compra (17%) – embutido no preço
	 (7.650,00)
	PIS s/ compra (1,65%) – incluído IPI
	 (816,75)
	COFINS s/ compra (7,6%) – incluído IPI
	 (3.762,00)
	Custo de aquisição não incluído frete e seguro
	 37.271,25
	Frete e seguro
	 1.590,00
	ICMS s/frete (17%)
	 (270,30)
	Custo total da aquisição
	 38.590,95
QUESTÕES DISCURSIVAS:
A Cia Comercial Alpha adquire, a prazo, produtos para revenda, por R$120.000, com IPI à alíquota de 10%, ICMS à alíquota de 18%, PIS à alíquota de 1,65% e COFINS à alíquota de 7,6%. Com base nestes dados preencha o quadro abaixo e proceda os lançamentos contábeis pertinentes.
	ITENS
	R$
	Valor da compra
	
	IPI 
	
	Valor total da nota
	
	ICMS s/ compra 
	
	PIS s/ compra 
	
	COFINS s/ compra (7,6%) 
	
	Valor líquido da aquisição
	
Uma empresa comercial adquire a prazo, direto do fabricante localizado em outro município, produtos para revenda, por R$40.000,00, mais IPI à alíquota de 6%, bem como frete e seguro em nota destacada no valor total de R$950. O ICMS incidente na operação foi de 18%, o PIS de 1,65% e COFINS de 7,6%. Com base nestes dados preencha a ficha abaixo e proceda os lançamentos contábeis.
	ITENS
	R$
	Valor da compra
	
	IPI 
	
	Valor total da nota
	
	ICMS s/ compra 
	
	PIS s/ compra 
	
	COFINS s/ compra 
	
	Custo de aquisição não incluído frete e seguro
	
	Frete e seguro
	
	Custo total da aquisição
	
Um supermercado localizado em São Paulo adquire, a prazo, diretamente do fabricante localizado no Rio Grande do Sul, frigoríficas para o seu ativo operacional no valor de R$420.000, com alíquotas de IPI de 12%, ICMS de 18%, PIS de 1,65% e COFINS de 7,6%. O frete com seguro incluído foi cobrado em nota destacada montando R$5.000 com ICMS incluso foi pago à vista 
	ITENS
	R$
	Valor da compra
	
	Frete
	
	IPI 
	
	Valor total da nota
	
	ICMS s/ compra 
	
	PIS s/ compra 
	
	COFINS s/ compra 
	
	Valor líquido da aquisição
	
QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA:
Indique a alternativa que caracterisa o tributo compensável/recuperável:
Apesar de pago pelo contribuinte de fato na aquisição, podendo ser compensado ou deduzido do montante a ser pago pelo mesmo contribuinte, na venda do produto;
É pago pelo contribuinte de fato na venda, não podendo ser compensado ou deduzido do montante incidente na operação de compra do produto;
Todos estes tributos, sem exceção, são pagos em parte pelo contribuinte de direito e integralmente pagos pelo consumidor no final da cadeia produtiva 
Apesar de pago pelo contribuinte de direito na aquisição, pode ser deduzido do montante a ser pago pelo mesmo contribuinte, na venda do produto;
É pago pelo consumidor final, mas reduzido do montante incidente na operação de venda do produto.
Marque a alternativa que apresenta uma das principais características dos tributos incidentes sobre as compras de mercadorias e matérias-primas:
Estes tributos guardam proporcionalidade com custo de aquisição de mercadorias e matérias-primas;
Sobre todos estes tributos incide o princípio da não cumulatividade, portanto passívesi de compensação;
Estes tributos devem ser reconhecidos e compensados com base no regime de caixa;
Estes tributos não sofrem a influência do princípio da não cumulatividade, sendo, portanto passíveis de compensação em operações subsequentes;
 Estes tributos representam custos ou despesas para o empresário, que é quem sofre a carga tributária no final da cadeia produtiva. 
A principal característica que diferencia o IPI do ICMS nas operações de compra, quanto ao preço pago pelo adquirente é:
O IPI não incide sobre o preço de venda, enquanto este é a base de cálculo do ICMS;
Ambos estes tributos incidem por fora do preço de compra do produto e são destacados;
O ICMS destacado na nota compõe o preço de aquisição e o IPI é destacado na nota por fora deste preço aumentando seu valor total;
O ICMS é calculado com base no preço de venda do produto incluído o IPI;
Somente o ICMS é destacado no documento de compra, enquanto o IPI fica por dentro do preço total. 
O os tributos não compesáveis incidentes nas operações de aquisição de mercadorias e matérias-primas devem receber o seguinte tratamento contábil:
Devem ser excluídos do custo de aquisição;
Devem ser registrados em contas de despesas de outros períodos
Não devem transitar pelo resultado, pois são obrigação do sujeito de fato;
Devem ser tratados como despesas de período;
Devem ser incorporados ao custo de aquisição.
Uma empresa comercial sob o regime não cumulativo, adquire, diretamente do estabelecimento industrial produtos para revenda, por R$85.000,00, mais IPI à alícota de 10%. O ICMS incidente na operação foi de 17%, PIS à alícota de 1,65% e COFINS à alíquota de 7,6%. Com base nestas informações indique a alternativa que contempla o custo a ser registradono estoque da adquirente e o total da fatura.
R$62.687,50 e R$85.000,00;
R$71.187,50 e R$85.000,00;
R$68.956,25 e R$93.500,00;
R$70.401,25 e R$93.500,00;
R$61.901,25 e R$93.500,00.
Gabarito (D, A, C, E, B)
�
RESUMO DAS OPERAÇÕES COM IPI, ICMS, PIS E COFINS
	
TRIBUO
	
FATO GERADOR
	
CARACTERÍSTICAS
	INDUSTRIAL E EQUIPARADAS
	COMERCIAL
	
	
	
	MATERIAIS
	IMOBILIZADO
	PRODUTOS
	IMOBILIZADO
	
IPI
	
DESEMBARAÇO ADUANEIRO;
SAÍDA DO ESTABELECIMENTO;
ARREMATAÇÃO.
	INCIDÊNCIA
	SIM
	SIM
	SIM
	SIM
	
	
	
BASE DE CÁLCULO
	VALOR DA MERCADORIA (NA IMPORTAÇÃO A BC É ACRESCIDA DO II E DAS DESPESAS ADUANEIRAS PAGAS) 
	VALOR DO BEM (NA IMPORTAÇÃO A BC É ACRESCIDA DO II E DAS DESPESAS ADUANEIRAS PAGAS)
	VALOR DA MERCADORIA (NA IMPORTAÇÃO A BC É ACRESCIDA DO II E DAS DESPESAS ADUANEIRAS PAGAS)
	VALOR DO BEM (NA IMPORTAÇÃO A BC É ACRESCIDA DO II E DAS DESPESAS ADUANEIRAS PAGAS)
	
	
	COMPENSAÇÃO
	VALOR INTEGRAL NAS OPERAÇÕES SUBSEQÜENTES
	
NÃO
	
NÃO
	
NÃO
	
	
ICMS
	CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS;
PREST. SERV. DE TRANSPORTE INTERESTAD./INTERMUNICIPAL;
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO;
FORNEC. DE MERCADORIAS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS;
ENTRADA NO PAÍS DE PROD. IMPORTADOS;
SERV. PRESTADO EM OUTRO PAÍS OU CUJA PRESTAÇÃO SE TENHA INICIADO NO EXTERIOR;
ENTRADA NO ESTADO DESTINATÁRIO DE DERIVADOS DE PETRÓLEO E ENERGIA ELÉTRICA, QUANDO NÃO DESTINADOS A COMERCIALIZAÇÃO/INDUSTRIALIZAÇÃO. 
	INCIDÊNCIA
	SIM
	SIM
	SIM
	SIM
	
	
	
BASE DE CÁLCULO
	VALOR DA TRANSAÇÃO LÍQUIDO DO IPI
	VALOR DA TRANSAÇÃO INCLUÍDO O IPI
	VALOR DA TRANSAÇÃO LÍQUIDA DO IPI
	VALOR DA TRANSAÇÃO INCLUINDO O IPI
	
	
	
COMPENSAÇÃO
	
VALOR INTEGRAL NAS OPERAÇÕES SUBSEQÜENTES
	
CRÉDITO COMPENSADO A RAZÃO DE 1/48 AO MÊS, A PARTIR DO MÊS DA ENTRADA NO ESTABELECIM. DO COMPRADOR 
	
VALOR INTEGRAL NAS OPERAÇÕES SUBSEQÜENTES
	
CRÉDITO COMPENSADO A RAZÃO DE 1/48 AO MÊS, A PARTIR DO MÊS DA ENTRADA NO ESTABELECIM. DO COMPRADOR 
	
	
PIS
	
RECEITAS BRUTA 
(MENOS EXCLUSÕES EXPRESSAS)
	INCIDÊNCIA
	SIM
	SIM
	SIM
	SIM
	
	
	
BASE DE CÁLCULO
	VALOR DA TRANSAÇÃO LÍQUIDO DO IPI
	VALOR DA TRANSAÇÃO INCLUÍDO O IPI
	VALOR DA TRANSAÇÃO INCLUÍDO O IPI
	VALOR DA TRANSAÇÃO INCLUINDO O IPI
	
	
	
COMPENSAÇÃO
	
VALOR INTEGRAL NAS OPERAÇÕES SUBSEQÜENTES
	CRÉDITO COMPENSADO A PARTIR DA DEPRECIAÇÃO OU RAZÃO DE 1/48 AO MÊS, A PARTIR DO MÊS DA ENTRADA NO ESTABELECIM. DO COMPRADOR 
	
VALOR INTEGRAL NAS OPERAÇÕES SUBSEQÜENTES
	CRÉDITO COMPENSADO A PARTIR DA DEPRECIAÇÃO OU RAZÃO DE 1/48 AO MÊS, A PARTIR DO MÊS DA ENTRADA NO ESTABELECIM. DO COMPRADOR 
	
	
COFINS
	
RECEITA BRUTA 
(MENOS EXCLUSÕES EXPRESSAS)
	INCIDÊNCIA
	SIM
	SIM
	SIM
	SIM
	
	
	
BASE DE CÁLCULO
	VALOR DA TRANSAÇÃO LÍQUIDO DO IPI
	VALOR DA TRANSAÇÃO INCLUÍDO O IPI
	VALOR DA TRANSAÇÃO INCLUÍDO O IPI
	VALOR DA TRANSAÇÃO INCLUINDO O IPI
	
	
	
COMPENSAÇÃO
	
VALOR INTEGRAL NAS OPERAÇÕES SUBSEQÜENTES
	CRÉDITO COMPENSADO A PARTIR DA DEPRECIAÇÃO OU RAZÃO DE 1/48 AO MÊS, A PARTIR DO MÊS DA ENTRADA NO ESTABELECIM. DO COMPRADOR 
	
VALOR INTEGRAL NAS OPERAÇÕES SUBSEQÜENTES
	CRÉDITO COMPENSADO A PARTIR DA DEPRECIAÇÃO OU RAZÃO DE 1/48 AO MÊS, A PARTIR DO MÊS DA ENTRADA NO ESTABELECIM. DO COMPRADOR 
�
AULA 4
TRIBUTAÇÃO EM OPERAÇÕES COM PRODUTOS E MERCADORIAS 
# OPERAÇÕES DE VENDA #
OBJETIVOS 
IDENTIFICAR OS PRINCIPAIS TRIBUTOS EM REGIME DE NÃO CUMULATIVIDADE INCIDENTES NAS OPERAÇÕES DE VENDA;
APURAR E COMPENSAR TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE AS VENDAS;
COMPREENDER E APLICAR O ADEQUADO TRATAMENTO CONTÁBIL NAS VENDAS;
EVIDENCIAR OS RESULTADOS DAS VENDAS;
EFETUAR O RECOLHIMENTO DOS SALDOS A PAGAR PELOS REGIMES CUMULATIVOS E NÃO CUMULATIVOS.
INTRODUÇÃO
A natureza das contrapartidas das transações de venda de mercadorias, produtos ou serviços é devedora para os recursos que entram (Caixa, Bancos e Clientes). As Receitas apuradas têm natureza credora, sendo uma conta de Sistema de Resultado (Faturamento Bruto, Receita Bruta de Vendas, Receita de Vendas ou Vendas). Pelo princípio da competência, nas vendas deve haver a baixa dos estoques e apuração do Custo referente a receita obtida. A baixa tem natureza a crédito dos estoques e sua contrapartida é a débito no Sistema de Resultado à conta representativa do Custo (CMV para empresas comerciais ou CPV para empresas industriais) apurado na operação. Neste contexto, iremos apurar as receitas e os tributos inerentes as transações de venda pelo regime não cumulativo, bem como as suas respectivas demonstrações e recolhimento de saldos de tributos a pagar.
 
TRIBUTOS Incidentes sobre Vendas NO REGIME NÃO CUMULATIVO 
Em função das diversas legislações tributárias (federal, estaduais e/ou municipais), quando uma empresa efetua uma venda de mercadorias, de produtos ou uma prestação de serviços, parte do valor não pertence ao vendedor. No preço estão embutidos impostos e contribuições incidentes sobre o valor das vendas que deverão ser recolhidos aos cofres públicos nos prazos determinados.
Entre os Impostos e Contribuições sobre as vendas podemos ter:
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações - ICMS.
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN.
Imposto de Exportação - IE.
Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS – FATURAMENTO.
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS.
O Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI não integra a Receita Bruta de Vendas, por determinação da legislação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, Decreto nº3.000/99, art. 279, parágrafo único. Os demais impostos e contribuições integram o valor da Receita Bruta de Vendas (exceto se cobrados destacadamente do comprador ou contratante – ex. ICMS por substituição tributária) e serão dela deduzidos para apuração da Receita Líquida de Vendas. 
Para um correto entendimento dos registros contábeis das vendas de mercadorias e dos tributos incidentes sobre estas operações, diversos lançamentos serão efetuados, com incidência de ICMS, IPI, PIS e COFINS. As alíquotas do PIS e da COFINS no regime não cumulativo são 1,65% e 7,6%, respectivamente. O ICMS e o IPI têm alíquotas diversas em função da seletividade, diversidade dos produtos e operações, situação jurídica, considerações econômicas, incentivos, isenções, entre outras. Utilizaremos 17% e 10% respectivamente (alíquotas hipotéticas).
Revenda de Mercadorias 
Revenda à vista por R$300.000, sem a incidência do IPI, mas com incidência de ICMS (17%), PIS (1,65%) e COFINS (7,6%).
Reconhecimento da Receita:
BANCOS CONTA MOVIMENTO 
a RECEITA BRUTA DE VENDAS 			R$ 300.000,00
Pelo reconhecimento dos tributos incidentes:
TRIBUTOS SOBRE VENDAS
a DIVERSOS					
a C/C ICMS 					R$51.000,00
a C/C PIS 						R$ 4.950,00
a C/C COFINS					R$22.800,00		R$78.750,00
A conta Tributos Sobre Vendas é debitada, pois irá reduzir a Receita Bruta de Vendas. A contrapartida efetuada em contas que representam obrigações da empresa junto às fazendas públicas, portanto, contas de passivo. Do valor de R$300.000 cobrados, somente R$221.250 pertencem à empresa, o restante R$78.750 pertence aos cofres públicos.
Vendas de um Produto Fabricado pela empresa
Considere a venda à vista de produto fabricado pela empresa, pelo preço de venda de R$500.000, com alíquota de IPI de 10% e ICMS, PIS e COFINS às alíquotas anteriores.
Nesta transação ocorre a incidência de IPI, calculado em R$50.000. O IPI não integra a Receita Bruta de Vendas. Portanto, para um correto registro da operação pode-se utilizar uma outra conta denominada Faturamento Bruto. Depois o valor do IPI incidente na operação é reconhecido para se encontrar a Receita Bruta de Vendas. A contabilização será:
BANCOS CONTAMOVIMETO
a FATURAMENTO BRUTO 		R$550.000,00
Pelo reconhecimento do valor do IPI incidente na operação:
IPI FATURADO
a C/C IPI	 				R$50.000,00
Pelo reconhecimento dos impostos e contribuições incidentes sobre vendas.
TRIBUTOS SOBRE VENDAS
a DIVERSOS
a C/C ICMS 				R$85.000,00
a C/C PIS 					R$ 8.250,00
a C/C COFlNS 				R$38.000,00 	R$131.250,00
Pode-se reparar que estes valores incidiram sobre o valor da venda sem considerar o valor do IPI. Isto sempre ocorre com o PIS e com a COFINS, já que na sua base de cálculo não se considera o valor do IPI. Já com relação ao ICMS; este fato depende da destinação do produto. A apuração do Resultado será:
	ITENS
	R$
	FATURAMENTO BRUTO 
	550.000,00
	(-) IPI FATURADO 
	(50,000 00)
	(=) RECEITA BRUTA DE VENDAS 
	500.000,00
	(-) ICMS SOBRE VENDAS
	(85.000,00)
	(-) PIS SOBRE VENDAS 
	(8.250,00)
	(-) COFINS SOBRE VENDAS 
	(38.000 00)
	(=) RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS
	368.750,00
Obs: 
Com base nos ditames do CPC 30 – itens 8A e 8B, a divulgação da Receita na demonstração do resultado deve ser feita a partir dos conceitos nele contidos, salientado que a entidade deve fazer uso de contas de controle interno, como “Receita Bruta Tributável”, para fins fiscais e outros. As conciliações entre os valores registrados nas citadas contas de controle interno devem ser evidenciadas em nota explicativa. Portanto, não há obrigatoriedade de divulgação na DRE dos tributos incidentes sobre as vendas como dedução do Faturamento e Receita Bruta, partindo-se direto do valor ajustado da Receita Líquida.
Na demonstração para fins didáticos acima, a conta TRIBUTOS SOBRE VENDAS foi substituída por outras três, ICMS SOBRE VENDAS, PIS SOBRE VENDAS e COFINS SOBRE VENDAS.
Para a apuração da Receita Líquida de Vendas ainda não foram consideradas as devoluções de vendas, descontos incondicionais (sobre vendas) e abatimentos (sobre vendas), que também reduzem a Receita Bruta de Vendas e serão vistos a seguir.
RECOLHIMENTO DE TRIBUTOS DEVIDOS
Conforme já observado, os saldos a recolher, no regime não cumulativo, dos tributos incidentes, nas operações de venda ao longo de um período devem ser compensados com os créditos obtidos nas compras de mercadorias e matérias-primas. 
Compensação de tributos sobre operações de revenda
Suponha-se que uma empresa comercial ao longo de determinado período tinha nas suas contas correntes de ICMS, PIS e COFINS as seguintes movimentações nas operações de compra e venda obtendo créditos a compensar conforme lançamentos 1, 4 e 5 e a recolher conforme os lançamentos 2, 3 e 6, apresentados abaixo:
	C/C ICMS
	(SI) 1.870,00
 (1) 1.450,00
 (4) 1.090,00
 (5) 2.040,00
	2.900,00 (2)
3.400,00 (3)
3.200,00 (6)
	
	 3.050,00 (SF)
	
C/C IPI
	(SI) 220,00
 (1) 141,00
 (4) 105,00
 (5) 198,00
	325,00 (2)
420,00 (3)
375,00 (6)
	
	 456,00 (SF)
	C/C COFINS
	(SI) 430,00
 (1) 650,00
 (4) 490,00
 (5) 915,00
	1.300,00 (2)
1.525,00 (3)
1.435,00 (6)
	
	 1.775,00 (SF)
(7) Pelo recolhimento à fazenda:
	BANCOS CONTA MOVIMENTO
	(SI) 25.600,00
	5.281,00 (7)
	(SF) 20.319,00
	 
PIS E COFINS NO SISTEMA CUMULATIVO
As empresas tributadas pelo Lucro Presumido (será estudado mais adiante) ou Arbitrado pela Fazenda Pública, devem calcular o PIS e a COFINS com base no regime cumulativo, utilizando as alícotas 0,65% e 3%, respectivamente, sobre a Receita Bruta, deduzidas as exclusões: vendas canceladas, devoluções de vendas, descontos incondicionais concedidos e bonificações (vantagens concedidas aos clientes, normalmente em função de quantitativo de compras, pagamentos em dia ou qualificações atribuídas ao cliente, entre outras).
Considere-se o exemplo de pessoa jurídica, optante pelo lucro presumido, que apresenta os seguintes itens ao final do mês de junho/X1:
	ITENS DE RESULTADO
	R$
	Receita Bruta de Vendas
	250.000,00
	Vendas Canceladas
	30.000,00
	Descontos Incondicionais Concedidos
	20.000,00
	Receitas Financeiras
	12.500,00
	Receitas na Venda de Imobilizado
	4.500,00
No caso acima, a base de cálculo do PIS e da COFINS é obtido abatendo-se as exclusões permitidas, no caso Vendas Canceladas e Descontos Incondicionais Concedidos e, com base na Lei 11.941/09, as Receitas Financeiras e da Venda de Imobilizado, entre outras, não entram na apuração da Receita Bruta das pessoas jurídicas tributadas com base nos Lucros Presumido ou Arbitrado, pois são consideradas Outras Receitas, não integrando assim a base de cálculo do PIS e da COFINS, conforme abaixo:
	APURAÇÃO DO PIS E COFINS
	R$
	Receita Bruta de Vendas
	250.000,00
	Vendas Canceladas
	(30.000,00)
	Descontos Incondicionais Concedidos
	(20.000,00)
	Base de Cálculo
	200.000,00
	PIS a Recolher (alícota = 0,65%)
	1.300,00
	COFINS a Recolher (alícota = 3%)
	6.000,00
Os lançamentos para a provisão no mês de junho serão: 
Despesas com PIS		R$1.300,00 
a PIS a Recolher			R$1.300,00
Despesas com COFINS		R$6.000,00
a COFINS a Recolher		R$6.000,00
Os lançamentos após a efetivação do pagamento, até 25/julho/X1, a débito da conta corrente da pessoa jurídica serão:
PIS a Recolher			R$1.300,00
a Bancos Conta Movimento	R$1.300,00
COFINS a Recolher		R$6.000,00
a Bancos Conta Movimento	R$6.000,00
 
QUESTÕES DISCURSIVAS:
Uma empresa optante pelo Lucro Presumido que apresenta os seguintes itens apresentados na tabela abaixo no final do mês de agosto de X10. Com base nestes dados apure o PIS e a COFINS devidos no mês e elabore os lançamentos de reconhecimento e pagamento destes tributos.
	ITENS DE RESULTADO
	R$
	Receita Bruta de Vendas
	153.600,00
	Vendas Canceladas
	16.450,00
	Descontos Incondicionais Concedidos
	17.150,00
	Outras Receitas 
	43.900,00
Considere os dados dispostos na tabela abaixo referentes às movimentações do mês de dezembro de X11:
	ITENS
	R$
	FATURAMENTO BRUTO 
	169.000,00
	IPI FATURADO 
	20.280,00
	DESPESAS ADMINISTRATIVAS
	23.500,00
	ICMS SOBRE VENDAS
	26.770,00
	PIS SOBRE VENDAS 
	2.454,00
	COFINS SOBRE VENDAS 
	11.302,00
	DESPESAS COMERCIAIS
	8.750,00
A receita líquida de vendas a ser apresentada na DRE será de R$________. Demonstre também a DRE com base nos ditames do CPC 30.
Considere uma indústria de vestuário que promove a venda, à vista, por preço acordado de R$32.000 mais IPI à alícota de 12%, com ICMS a 18%, PIS a 1,65% e COFINS a 7,6%. Com base nestas informações elabore os lançamentos representativos da venda.
Considere uma empresa comercial, que adquire seus produtos para revenda de um distribuidor local. Ao longo de um determinado período contratou a compra de 40.000 kg de um produto por R$3,61 o Kg. Sabendo-se que a margem de lucro é de 30% sobre o custo de aquisição e que o ICMS incidente nas operações de compra e venda é de 18%. Qual o saldo a pagar de ICMS se a empresa comercial vender todo o estoque, desconsiderando-se outros encargos ao longo do período? (Resposta: R$7.795,30)
QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA:
Com relação a utilização da conta corrente única que registra os tributos a compensar e a recolher com função híbrida, indique qual a alternativa é verdadeira em relação ao tratamento contábil adotado para a sua evidenciação no balanço:
Quando seu saldo no final do período for devedor figurará no Ativo e quando credor no Passivo;
Quando seu saldo no final do período for devedor figurará no Passivo e quando credor no Ativo;
Sempre figurará no Passivo com função retificadora quando houver saldo credor;
Sempre figurará no Ativo com função retificadora quando houver saldo credor;
Não aparece nem no ativo nem no Passivo, pois sua função é apenas de controle. 
 
Com base nos regimes de cumulatividade e não cumulatividade dos tributos: IPI, ICMS, PIS e COFINS, pode-se afirmar:
A não cumulatividade

Outros materiais