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FUNÇÃO E DISFUNÇÃO II – FISIOLOGIA 1. FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO A função do sistema respiratório é a troca de oxigênio (O₂) e dióxido de carbono (CO₂) entre o ambiente e as células do organismo. A nova fração de ar é trazida para os pulmões, durante a fase de inspiração do ciclo respiratório, e o oxigênio e o dióxido de carbono são trocados entre o ar inspirado e o sangue dos capilares pulmonares, e o ar é, então, expirado. Principais funções: � Prover oxigênio para o metabolismo tecidual; � Remover gás carbônico; � Termorregulação; � Metabolismo de substâncias endógenas e exógenas; � Proteção ambiente (Poeira, gases, agentes, temperatura externa); � Regulação do pH do líquido extracelular; � Perda de água; � Fonação. Caminho do ar: � Narinas � Cavidade Nasal � Faringe � Laringe � Traqueia � Brônquios (primários, secundários e terciários) � Pulmões a) Estrutura do Sistema Respiratório � Vias Aéreas O sistema respiratório inclui os pulmões e uma série de vias aéreas que os conectam ao ambiente externo. São subdivididas em zona condutora e zona respiratória. Zona Condutora: Inclui nariz, nasofaringe, laringe, traquéia, brônquios, bronquíolos e bronquíolos terminais. Funcionam levando o ar para dentro e para fora da zona respiratória, para as trocas gasosas, e para aquecer, umedecer e filtrar o ar. � Nariz: é uma protuberância situada no centro da face, sendo sua parte exterior denominada nariz externo e a escavação que apresenta interiormente conhecida por cavidade nasal. O ar entra no trato respiratório através de duas aberturas chamadas narinas. Em seguida, flui pelas cavidades nasais direita e esquerda, que estão revestidas por mucosa respiratória. O septo nasal separa essas duas cavidades. Os pelos do interior das narinas filtram grandes partículas de poeira que podem ser inaladas. Além disso, a cavidade nasal contêm células receptoras para o olfato. É na cavidade nasal que o ar torna-se condicionado, ou seja, é filtrado, umedecido e aquecido. � Nasofaringe: é um tubo que começa nas coanas e estende-se para baixo no pescoço. Sua parede é composta de músculos esqueléticos e revestida de túnica mucosa. A faringe funciona como uma passagem de ar e alimento. A faringe é dividida em três regiões anatômicas: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. � Laringe: A laringe é um órgão curto que conecta a faringe com a traquéia. Ela se situa na linha mediana do pescoço. A laringe tem três funções: − Atua como passagem para o ar durante a respiração; − Produz som; − Impede que o alimento e objetos estranhos entrem nas estruturas respiratórias (como a traquéia). � Traquéia: Constitui um tubo que faz continuação à laringe, penetra no tórax e termina se bifurcando nos 2 brônquios principais. É constituída por anéis cartilagíneos incompletos para trás, que são denominados cartilagens traqueais. Internamente a traquéia é forrada por mucosa, onde abundam glândulas, e o epitélio é ciliado, facilitando a expulsão de mucosidades e corpos estranhos. Inferiormente a traquéia se bifurca, dando origem aos 2 brônquios principais: direito e esquerdo. � Brônquios: A traqueia ramifica-se originando dois brônquios que, após curto trajeto, entram nos pulmões através do hilo. Esses brônquios são chamados de brônquios primários. Ao penetrarem nos pulmões dirigem-se para baixo e para fora, dando origem a três brônquios no pulmão direito e dois no esquerdo. Cada brônquio supre um lobo pulmonar, esses brônquios lobares dividem-se repetidas vezes, originando brônquios cada vez menores, sendo os últimos ramos chamados de bronquíolos. � Bronquíolos: Os bronquíolos têm diâmetro de 1mm ou menos, cada bronquíolo penetra num lóbulo pulmonar, onde se ramifica, formando de cinco a sete bronquíolos terminais. � Bronquíolos terminais: São as últimas porções da árvore brônquica, têm estrutura semelhante a dos bronquíolos. Cada bronquíolo terminal origina um ou mais bronquíolos respiratórios, os quais marcam a transição para a porção respiratória. Zona Respiratória: inclui as estruturas que são revestidas por alvéolos e, portanto, participam das trocas gasosas, os bronquíolos respiratórios, os ductos alveolares e os sacos alveolares. � Alvéolos: são evaginações em forma de bolsa das paredes dos bronquíolos respiratórios, dos ductos alveolares e dos sacos alveolares. A troca de O₂ e CO₂ entre o gás do alvéolo e o sangue dos capilares pulmonares ocorre rapidamente e com eficiência através dos alvéolos, pois suas paredes são delgadas e têm grande área de superfície para a difusão. As paredes dos alvéolos são revestidas por células epiteliais chamadas pneumócitos dos tipos I e II os pneumócitos do tipo II sintetizam o pneumócitos dos tipos I e II. Surfactante pulmonar: exerce diversas funções importantes, porém a mais evidente é reduzir a tensão superficial dos alvéolos, o a respiração. Além disso, sem o surfactante os alvéolos tenderiam a entrar em colapso durante a expiração. **Síndrome de angústia respiratória neonatal: em colapso (atelectasia), alvéolos retraídos não são ventilados e, portanto, não podem participar das trocas de gases, em consequência, desenvolve-se hipóxia. Som o surfactante, a complacência pulmonar estará diminuída, insuflar os pulmões, durante a respiração, ficará aumentado. Macrófagos alveolares: eles mantêm os alvéolos livres de poeira e detritos. Os macrófagos se enchem de detritos e migram para os bronquíolos, de onde o batimento dos cílios tran detritos até as vias aéreas superiores e à faringe, onde podem ser deglutidos ou expectorados. dos alvéolos são revestidas por células epiteliais chamadas pneumócitos dos tipos I e II sintetizam o surfactante pulmonar e têm capacidade de regeneração de exerce diversas funções importantes, porém a mais evidente é reduzir a tensão superficial dos alvéolos, o que reduz também a força necessária para a inspiração, facilitando a respiração. Além disso, sem o surfactante os alvéolos tenderiam a entrar em colapso durante a **Síndrome de angústia respiratória neonatal: filhotes prematuros podem nascer sem o surfactante, os alvéolos entram em colapso (atelectasia), alvéolos retraídos não são ventilados e, portanto, não podem participar das trocas de gases, em se hipóxia. Som o surfactante, a complacência pulmonar estará diminuída, insuflar os pulmões, durante a respiração, ficará aumentado. eles mantêm os alvéolos livres de poeira e detritos. Os macrófagos se enchem de detritos e migram para os bronquíolos, de onde o batimento dos cílios tran detritos até as vias aéreas superiores e à faringe, onde podem ser deglutidos ou expectorados. dos alvéolos são revestidas por células epiteliais chamadas pneumócitos dos tipos I e II, e têm capacidade de regeneração de exerce diversas funções importantes, porém a mais evidente é reduzir a que reduz também a força necessária para a inspiração, facilitando a respiração. Além disso, sem o surfactante os alvéolos tenderiam a entrar em colapso durante a m o surfactante, os alvéolos entram em colapso (atelectasia), alvéolos retraídos não são ventilados e, portanto, não podem participar das trocas de gases, em se hipóxia. Som o surfactante, a complacência pulmonar estará diminuída, e o trabalho de eles mantêm os alvéolos livres de poeira e detritos. Os macrófagos se enchem de detritos e migram para os bronquíolos, de onde o batimento dos cílios transporta os detritos até as vias aéreas superiores e à faringe, onde podem ser deglutidos ou expectorados. b) Volumes e capacidades pulmonares As medidas dos volumes e das capacidades pulmonares são feitas pela espirometria.O volume residual não pode ser medido por esse método. � Volume corrente (Vt): o volume de ar que enche os alvéolos + o volume que enche as vias respiratórias. � Volume inspiratório de reserva: volume adicional que pode ser inspirado acima do volume corrente. � Volume expiratório de reserva: volume adicional que pode ser expirado abaixo do volume corrente. � Volume residual (VR): volume de gás que fica nos pulmões após expiração máxima forçada. Além desses volumes pulmonares, usam-se várias capacidades pulmonares: � Capacidade inspiratória (CI): é composta pelo volume corrente + o volume inspiratório de reserva. � Capacidade funcional residual (CFR): é composta pelo volume expiratório de reserva + o volume residual. A CFR é o volume que permanece nos pulmões após ser expirado o volume corrente normal, e pode ser considerado o volume de equilíbrio dos pulmões. � Capacidade Vital (CV): é composta pela capacidade inspiratória + o volume inspiratório de reserva. A capacidade vital é o volume que pode ser inspirado após expiração máxima. � Capacidade pulmonar total (CPT): inclui todos os volumes pulmonares, é a capacidade vital + o volume residual. � Capacidade Vital Forçada (CVF): é o volume total de ar que pode ser expirado à força, após uma inspiração máxima. � Espaço Morto É o volume das vias aéreas e dos pulmões que não participa da troca de gases. Espaço morto anatômico: é o volume das vias aéreas de condução, que inclui nariz (e/ou boca), traquéia, brônquios e bronquíolos. Não inclui os bronquíolos respiratórios e os alvéolos. Espaço morto funcional ou fisiológico: por definição, é o volume total dos pulmões que não participa das trocas gasosas. Inclui o espaço morto anatômico das vias condutoras mais um espaço morto funcional nos alvéolos. c) Mecânica Ventilatória Músculos da Inspiração: o diafragma é o músculo mais importante para a inspiração. Quando ele se contrai, os conteúdos abdominais são empurrados para baixo, e as costelas são deslocadas para cima e para fora, produzindo aumento do volume do tórax, o que diminui a pressão intratorácica e inicia o fluxo de ar para dentro dos pulmões. Os músculos intercostais externos e os músculos acessórios podem também ser usados para a inspiração mais vigorosa. Músculos da Expiração: a expiração é um processo passivo, o ar é impulsionado para fora dos pulmões pela reversão do gradiente de pressão entre os pulmões e a atmosfera, até que o sistema atinja de novo seu ponto de equilíbrio. Durante o exercício ou em doenças respiratórias, os músculos expiratórios podem auxiliar no processo, eles incluem os músculos abdominais, que comprimem a cavidade abdominal e empurram o diafragma para cima, e os músculos intercostais internos, que puxam as costelas para baixo e para dentro. Forças Elásticas e Resistivas: A pleura pulmonar é uma fina camada membranosa formada por dois folhetos: � Pleura Parietal que recobre internamente a parede costal da cavidade torácica � Pleura Visceral que recobre os pulmões, o mediastino (pleura mediastinal) e o diafragma (pleura diafragmática). A cavidade pleural é o espaço virtual entre os dois folhetos da pleura, que é ocupado pelo líquido pleural para a lubrificação das pleuras, facilitando os movimentos dos pulmões durante a mecânica da respiração pulmonar. Propriedades elásticas do Pulmão: Todas as estruturas do pulmão (vasos, bronquíolos, alvéolos, etc.) encontram-se interligadas por uma trama de tecido conjuntivo pulmonar, de sorte que, quando há insuflação todos esses componentes se distendem. É a INTERDEPENDÊNCIA, que contribui para manter todos os alvéolos abertos, posto que caso alguns se fechassem, seus vizinhos puxariam suas paredes e tenderiam a reabri-los. Além das propriedades elásticas dos tecidos pulmonares, os pulmões ainda apresentam um importante fator que contribui para suas características elásticas: a TENSÃO SUPERFICIAL do líquido que recobre as zonas de trocas, denominado SURFACTANTE. Complacência: É uma medida da tendência de um órgão oco a resistir ao recuo às suas dimensões originais com a remoção de uma força compressiva ou distentiva. É o trabalho necessário para expandir os pulmões contra as forcas elásticas do pulmão. A complacência é máxima em volumes pulmonares moderados, e muito baixa em volumes que são muito baixos ou muito altos. Pressão Intrapleural (Pip): é a pressão no espaço pleural, ou seja, entre as duas pleuras. É subatmosférica. É sempre negativa, pois existe uma drenagem constante do líquido intersticial pelos ductos linfáticos. Impede a retração dos pulmões e a distensão da parede torácica. Essa pressão intrapleural negativa é criada por duas forças elásticas que atuam sobre esse espaço: os pulmões, com suas propriedades elásticas, tendem a se colapsar, e a parede torácica, com suas propriedades elásticas, tende a se expandir. Quando essas duas forças opostas tracionam o espaço intrapleural, cria-se pressão negativa. Por sua vez, essa pressão negativa intrapleural se opõe à tendência natural dos pulmões de se retraírem e à da parede torácica de se distender. **Pneumotórax: quando um objeto pontiagudo perfura o espaço intrapleural, o ar entra nesse espaço e a pressão intrapleural subitamente passa a ser igual à atmosférica; desse modo, em vez de seu valor negativo normal, a pressão intrapleural se torna zero. Os pulmões se colapsam e a parede torácica se distende. Pressão Alveolar (Palv): é a pressão no interior dos alvéolos. Sendo a responsável por manter a expansão pulmonar contra a parede torácica, evitando assim seu colabamento. Pressão Transpulmonar (Ptp): é a pressão resultante (diferença) entre a pressão intrapleural e alveolar, sendo ela quem controla a quantidade de ar que entra ou sai do pulmão. Quanto maior a pressão transpulmonar maior a quantidade de ar que entra no pulmão. Tensão Superficial dos Alvéolos: Os alvéolos são revestidos por uma camada líquida, as forças de atração entre as moléculas adjacentes do líquido são mais fortes do que as entre as moléculas do líquido e as de gás nos alvéolos, o que cria uma tensão superficial. d) Ciclo Respiratório O ciclo é dividido em três fases: � Repouso: É o período entre os ciclos respiratórios, quando o diafragma está em sua posição de equilíbrio. No repouso, nenhum ar está se movendo para dentro ou para fora dos pulmões. A pressão alveolar é igual à atmosférica, e como as pressões pulmonares são sempre referidas à atmosférica, diz-se que a pressão alveolar é zero. Não existe fluxo de ar no repouso, porque não há diferença de pressão entre a atmosfera (boca / nariz) e os alvéolos. O volume presente nos pulmões em repouso é o de equilíbrio, ou CFR (capacidade funcional residual). � Inspiração: durante a inspiração, o diafragma se contrai, fazendo com que aumente o volume do tórax. Quando o volume do pulmão aumenta, a pressão pulmonar tem de diminuir. A meio caminho na inspiração, a pressão alveolar cai abaixo da pressão atmosférica. O gradiente de pressão entre a atmosfera e os alvéolos impulsiona o fluxo de ar para dentro dos pulmões. O ar se dirige aos pulmões até que, ao final da inspiração, a pressão alveolar, mais uma vez, é igual à pressão atmosférica; o gradiente de pressão entre a atmosfera e os alvéolos se dissipou e cessa o fluxo de ar para dentro dos pulmões. O volume de ar inspirado é o volume corrente (Vt). � Expiração: normalmente é processo passivo, a pressão alveolar torna-se positiva (maior que a atmosférica) porque as forças elásticas dos pulmões comprimem o maior volume de ar nos alvéolos. Quando a pressão alveolar aumenta acima da atmosférica, o ar flui para fora dos pulmões e o volume pulmonarvolta à CRF. O volume expirado é o corrente. � Expiração forçada: na expiração forçada, o animal força o ar deliberadamente para fora, os músculos expiratórios são usados para tornar as pressões dos pulmões e das vias aéreas ainda mais positivas do que as que correm na expiração passiva normal. e) Transporte e Troca de gases Trocas gasosas no sistema respiratório referem-se à difusão de O₂ e CO₂ nos pulmões e nos tecidos periféricos. O O₂ é transferido do gás alveolar para o sangue dos capilares do pulmão e, finalmente, levado aos tecidos, onde se difunde do sangue dos capilares sistêmicos para as células. O CO₂ é levado dos tecidos para o sangue venoso, daí para o sangue dos capilares do pulmão e é transferido para o gás alveolar, para ser expirado. � Lei dos Gases A pressão dos gases é determinada pelo impacto constante das moléculas em movimento contra uma superfície. É proporcional ao número de moléculas. Os gases dissolvidos na água ou nos tecidos do corpo exercem pressões, visto que apresentam movimento aleatório – energia cinética. O ar atmosférico é composto por: O₂ 20,9% 159 mmHg CO₂ 0,04% 0,3 mmHg N₂ 78,6% 597 mmHg H₂O 0,46% 3,5 mmHg Total 100% 760 mmHg A pressão atmosférica de 760 mmHg é formada pelas pressões de todos os gases. Lei de Boyle: estabelece a relação entre pressão e volume. Pressão e volume têm relação inversamente proporcional: - Quanto menor o volume = maior a pressão. - Quanto maior o volume = menor a pressão. Lei de Dalton: a soma da pressão parcial dos gases determina o valor total da pressão atmosférica de 760 mmHg. Lei de Henry: a quantidade de gás que se dissolve em um determinado meio depende da pressão parcial e da solubilidade do gás. Aumentando a pressão do meio onde está o ar, facilita-se a difusão para o meio líquido. O CO₂ tem a difusibilidade mais rápida, precisa de menos pressão. A pressão para o O₂ se difundir do alvéolo para o capilar é maior do que a do CO₂ do capilar para o alvéolo. � Respiração externa Refere-se à troca de gases entre sangue e alvéolo. Os capilares alveolares são perfundidos com sangue do coração direito (venoso), ocorre então troca de gases entre o contido no alvéolo e o capilar pulmonar: − O O₂ se difunde do gás alveolar para o sangue capilar. − O CO₂ vai do sangue do capilar para o gás do alvéolo. O sangue que sai do capilar é levado para o coração esquerdo e se torna sangue arterial sistêmico. Difusão de Gases A difusão de gases entre os alvéolos e o sangue obedece às regras da difusão simples. � A taxa de difusão através das membranas é diretamente proporcional ao gradiente de pressão parcial (concentração) � A taxa de difusão através das membranas é diretamente proporcional à superfície de área disponível � A taxa de difusão através das membranas é inversamente proporcional à espessura da membrana � A difusão é mais rápida em distâncias curtas. Existem dois pontos especiais sobre a difusão dos gases: I. A força impulsora para a difusão de gás é a diferença de pressão parcial do gás (“P) através da membrana, e não a diferença de concentração. Assim: - Se a PO₂ alveolar for de 100 mmHg. - E a PO₂ do sangue venoso no capilar for de 40 mmHg. - A diferença de pressão parcial ou força impulsora será de 60 mmHg. II. O coeficiente de difusão de um gás (D) é uma combinação do coeficiente de difusão usual, que depende do peso molecular, com a solubilidade do gás. Esse coeficiente tem enormes implicações para a intensidade da difusão, o coeficiente de difusão do CO₂ é aproximadamente 20 vezes maior do que o do O₂, em consequência, para uma dada diferença de pressão parcial, o CO₂ se difunde cerca de 20 vezes mais rápido que o O₂. Pressão Parcial de Oxigênio (PO₂): Para o O₂ sair do alvéolo e ir para a circulação, ele tem que passar pelas células endoteliais da parede do capilar. É lipossolúvel, passa por difusão simples, mas precisa ter diferença de pressão. PO₂ Alvéolo = 104 mmHg Capilar = 40 mmHg O O₂ vai passar do alvéolo para o capilar por diferença de pressão, então ele vai do lugar de maior concentração (104) para o de menor concentração (40). Pressão Parcial de Gás Carbônico (PCO₂): O CO₂ se difunde do capilar para o alvéolo também por diferença de pressão, é muito solúvel e a pressão no capilar é um pouco menor. PCO₂ Alvéolo = 40 mmHg Capilar = 45 mmHg O sangue que entra nos capilares pulmonares é essencialmente sangue venoso, foi bombeado pelo ventrículo direito para a artéria pulmonar, que o levou para os capilares pulmonares. A composição desse sangue reflete a atividade metabólica dos tecidos: a PO₂ é relativamente baixa porque os tecidos captaram e consumiram O₂; a PCO₂ é relativamente alta porque os tecidos produziram CO₂ e o adicionaram ao sangue venoso. O sangue que sai dos capilares pulmonares foi oxigenado e se transformará no sangue arterial sistêmico. Com a difusão dos gases através da barreira alvéolo capilar, o sangue que sai dos capilares pulmonares normalmente tem a mesma PO₂ e a mesma PCO₂ do ar alveolar, ocorre equilíbrio completo. Os fatores que determinam a velocidade das trocas gasosas através da membrana respiratória são: � A espessura da membrana, � A área superficial da membrana, � O coeficiente de difusão do gás na substância da membrana � A diferença de pressão parcial do gás entre os dois lados da membrana. � Respiração Interna Refere-se à troca de gases entre capilares e tecidos. O sangue arterial sistêmico é levado para os tecidos, onde o O₂ se difunde dos capilares para os tecidos, onde é consumido, produzindo CO₂, que se difunde dos tecidos para os capilares. Essa troca de gases nos tecidos transforma sangue arterial em sangue venoso, que sai, então, dos capilares, de volta ao coração direito e é levado aos pulmões. Ocorre também, por meio de difusão, ou seja, tanto O₂ quanto o CO₂ passam do meio mais concentrado para um meio menos concentrado. Tanto O₂ quanto CO₂ tem um sentido oposto durante a difusão. PO₂ Tecido = 40 mmHg Capilar = 100 mmHg PCO₂ Tecido = 45 mmHg Capilar = 40 mmHg � Formas dos Gases em Solução No ar alveolar, existe uma forma de gás que é expressa como pressão parcial. Contudo, em soluções como o sangue, os gases são transportados em mais de uma forma, pode estar dissolvido, ligado a proteínas ou quimicamente modificado. É importante entender que a concentração total de um gás em solução é a soma do gás dissolvido com o gás ligado e com o gás quimicamente modificado. � Gás dissolvido: todos os gases em solução são transportados, pelo menos em parte, na forma dissolvida. Dos gases encontrados no ar inspirado, o nitrogênio (N₂) é o único que é transportado apenas na forma dissolvida, e nunca é ligado ou quimicamente modificado. � Gás ligado: O₂, CO₂ e monóxido de carbono (CO) s ligam-se à hemoglobina dentro das hemácias, e são transportados nessa forma. O CO à hemoglobina e a proteínas no plasma. � Gás quimicamente modificado: bicarbonato (HCO₃) nas hemácias, pela aç transportado no sangue como HCO � Transporte de O₂ pelo sangue O O₂ é transportado em duas formas no sangue: dissolvido e liga está livre em solução e contabiliza aproximadamente concentração, o O₂ dissolvido é insuficiente para atender O O₂ dissolvido é a única forma de O₂ que p difusão, ao contrario, o O₂ ligado Os 98% restantes do conteúdo total de contida nas hemácias (em uma hemácia pode ter mais de 250 mil moléculas de hemoglobina). A hemoglobina é uma proteína globular, formada por heme, que é uma porfirina ligantede ferro, e uma cadeia peptídica denominada de cada). O O₂ tem afinidade pelo ferro do grupamento heme, e na hemoglobina, se liga a ele. Cada subunidade pode se ligar a uma molécula de O molécula de hemoglobina. Quando a hemoglobina está oxige chamada de Desoxiemoglobina � Transporte de CO₂ pelo sangue O CO₂ é transportado em três formas: como CO como bicarbonato (HCO₃⁻), que é uma for O CO₂ dissolvido é, aproximadamente, ₂, CO₂ e monóxido de carbono (CO) são ligados a proteínas no sangue. O se à hemoglobina dentro das hemácias, e são transportados nessa forma. O CO à hemoglobina e a proteínas no plasma. Gás quimicamente modificado: o exemplo mais significativo é a transformação do CO ₃) nas hemácias, pela ação da anidrase carbônica. A maior parte do CO transportado no sangue como HCO₃. ₂ pelo sangue ₂ é transportado em duas formas no sangue: dissolvido e ligado à hemoglobina. O O está livre em solução e contabiliza aproximadamente 2% do conteúdo total do O ₂ dissolvido é insuficiente para atender às demandas dos tecidos. ₂ dissolvido é a única forma de O₂ que produz pressão parcial, o que, por sua vez, impulsiona sua ₂ ligado à hemoglobina não contribui para a pressão parcial no sangue. restantes do conteúdo total de O₂ no sangue se ligam de modo reversível nas hemácias (em uma hemácia pode ter mais de 250 mil moléculas de hemoglobina). é uma proteína globular, formada por quatro subunidades, cada uma delas contém o heme, que é uma porfirina ligante de ferro, e uma cadeia peptídica denominada de ₂ tem afinidade pelo ferro do grupamento heme, e na hemoglobina, se liga a ele. Cada subunidade pode se ligar a uma molécula de O₂, dando o total de quatro moléculas de O₂ por Quando a hemoglobina está oxigenada, é chamada de Oxiemoglobina; e quando é desoxigenada, é Desoxiemoglobina. ₂ pelo sangue ês formas: como CO₂ dissolvido, como carboaminoemglobina (HbCO₂) e ⁻), que é uma forma quimicamente modificada do CO é, aproximadamente, 5% do conteúdo total de CO₂ no sangue. ão ligados a proteínas no sangue. O₂ e CO se à hemoglobina dentro das hemácias, e são transportados nessa forma. O CO₂ liga-se gnificativo é a transformação do CO₂ em ão da anidrase carbônica. A maior parte do CO₂ é do à hemoglobina. O O₂ dissolvido do conteúdo total do O₂ no sangue. Nessa às demandas dos tecidos. roduz pressão parcial, o que, por sua vez, impulsiona sua à hemoglobina não contribui para a pressão parcial no sangue. ₂ no sangue se ligam de modo reversível à hemoglobina nas hemácias (em uma hemácia pode ter mais de 250 mil moléculas de hemoglobina). , cada uma delas contém o heme, que é uma porfirina ligante de ferro, e uma cadeia peptídica denominada de α ou β (2 de ₂ tem afinidade pelo ferro do grupamento heme, e na hemoglobina, se liga a ele. Cada ₂, dando o total de quatro moléculas de O₂ por ; e quando é desoxigenada, é ₂ dissolvido, como carboaminoemglobina (HbCO₂) e ma quimicamente modificada do CO₂. ₂ no sangue. O CO₂ ligado à hemoglobina é chamado de carboaminoemoglobina, o CO₂ se liga à globina, e equivale a, aproximadamente 3% do conteúdo de CO₂ no sangue. CO₂ + Hb = HbCO₂ Quase todo o CO₂ transportado no sangue é em uma forma quimicamente modificada, HCO₃⁻ (bicarbonato), que representa mais de 90% do CO₂ total. As reações que produzem HCO₃⁻ a parTr do CO₂ envolvem a combinação do CO₂ com H₂O, formando o ácido fraco H₂CO₃ (ácido carbônico). Essa reação é catalisada pela enzima anidrase carbônica, presente na maioria das células. Por sua vez, o H₂CO₃ se dissocia em H⁺ e HCO₃⁻. Ambas as reações são reversíveis, e a anidrase carbônica catalisa tanto a hidratação de CO₂, quanto a desidratação de H₂CO₃. CO₂ + H₂O ↔ H₂CO₃ ↔ H⁺ + HCO₃⁻ Nos tecidos, o CO₂ gerado pelo metabolismo aeróbio, é passado para o sangue capilar sistêmico, transformando-se em HCO₃⁻, e transportado para os pulmões, aí o HCO₃⁻ é retransformado em CO₂ e expirado. A figura abaixo mostra as etapas que ocorrem nos capilares sistêmicos: ① O CO₂ produzido nos tecidos pelo metabolismo aeróbio se difunde, através das membranas celulares e das paredes dos capilares, para as hemácias. ② A anidrase carbônica catalisa a hidratação do CO₂, formando H₂CO₃. ③ Nas hemácias, o H₂CO₃ se dissocia em H⁺ e HCO₃⁻. ④O H⁺ permanece nas hemácias onde será tamponado pela desoxiemoglobina e é transportado nessa forma no sangue venoso. ⑤ O HCO₃⁻ é transportado para o plasma através da membrana da hemácia, em troca de CL⁻ (cloreto). E é levado para os pulmões no plasma do sangue venoso. Nos pulmões todas essas reações ocorrem ao contrário, o HCO₃⁻ volta a ser CO₂ e H₂O, que são expirados. Tampão Bicarbonato: O íon bicarbonato é o principal responsável pelo tamponamento do sangue humano e é geralmente encontrado nos fluidos corporais na forma de bicarbonato de sódio. O bicarbonato mantém o pH do sangue numa faixa segura compreendida entre 7,35 e 7,45, restringindo às variações de pH para cima ou para baixo desses valores. Acidose metabólica: ocorre por problemas relativos ao metabolismo, por exemplo, excesso de produção de acido lático, no diabético o excesso de corpos cetônicos no sangue, etc. Todos estes problemas aumentam a concentração de H⁺ no sangue, o que por sua vez diminui o pH, para compensar tem-se uma hiperventilação para retirar o CO2 em excesso, os rins aumentam a excreção de íons H⁺ e a reabsorção de HCO₃⁻. Alcalose metabólica: por problemas do metabolismo tem-se a falta de íons H⁺ e o excesso de HCO₃⁻, o que aumenta o pH, é compensado através de uma hiperventilação e os rins aumentam a excreção de HCO₃⁻ e a reabsorção de H⁺. Acidose respiratória: causada por uma ventilação ruim, o que aumenta a concentração de CO₂ no sangue, que por sua vez diminui o pH do mesmo. Para se compensar 1° têm os tampões dos líquidos corporais e também os rins, que necessitam de vários dias para corrigir o problema. Alcalose respiratória: ocorre quando se tem uma ventilação excessiva que eleva o pH do sangue, para compensar têm os tampões corporais e também os rins. f) Controle da Respiração A respiração é controlada por centros no tronco encefálico. Há quatro componentes nesse sistema de controle: I. Quimiorreceptores para O₂ e CO₂; II. Mecanorreceptores nos pulmões e nas articulações; III. Centros de controle da respiração no tronco encefálico (ponte e bulbo); IV. Os músculos respiratórios, cuja atividade é comandada pelos centros no tronco encefálico. Controle voluntário pode ser exercido por comandos do córtex cerebral que podem, temporariamente, sobrepujar o tronco encefálico. � Controle da respiração pelo tronco encefálico A respiração é um processo involuntário, controlado pelo bulbo e pela ponte, no tronco encefálico. A frequência da respiração involuntária normal é controlada por três grupos de neurônios dos centros do tronco encefálico: � Centro respiratório bulbar: está localizado na formação reticular, e é composto por dois grupos de neurônios que se distinguem por sua localização anatômica: - Centro inspiratório: localizado no grupo respiratório de neurônios dorsais e controla o ritmo básico da respiração, ao estabelecer a frequência da inspiração. - Centro expiratório: localizado nos neurônios ventrais e é responsável primariamente pela expiração. Como esta, naturalmente, é um processo passivo, esses neurônios estão inativos durante a respiração tranquila e só é ativado durante o exercício, quando a expiração passa a ser ativa. � Centro apnêustico: a apneuse é um padrão respiratório anormal, com inspirações prolongadas, seguidas por breves movimentos de expiração. O estímulo do centroapnêustico, na parte inferior da ponte, produz esse padrão de respiração. � Centro pneumotáxico: localizado na parte superior da ponte, limita o tamanho do volume corrente, e, secundariamente, regula a frequência respiratória. Interrompe a inspiração. Quimiorreceptores O tronco encefálico controla a respiração, processando as informações sensoriais (aferentes) e enviando informação motora (eferentes) para o diafragma. � Quimiorreceptores Centrais: situados no tronco encefálico, são os mais importantes para o controle da respiração minuto-a-minuto. Ficam na face ventral do bulbo, assim, se comunicam diretamente com o centro inspiratório. O objetivo dos quimiorreceptores centrais é manter a PCO₂ arterial dentro da faixa normal, se possível. Assim, aumentos da PCO₂ arterial produzem aumentos da PCO₂ no cérebro e no LCR (Líquido Cefalorraquidiano), o que diminui o pH do LCR. Decréscimos do pH do LCR → aumento da FR (hiperven]lação) Aumentos do pH do LCR → redução da FR (hipoventilação) � Quimiorreceptores Periféricos: localizados nas bifurcações das artérias carótidas comuns e nos corpos aórticos. Alterações na composição do sangue arterial são detectadas por quimiorreceptores periféricos, produzindo aumento da frequência respiratória. − Diminuições da PO₂ arterial; − Aumentos da PCO₂ arterial; − Diminuições do pH arterial. � Outros Receptores Diversos outros tipos de receptores estão envolvidos no controle da respiração: − Receptores de estiramento dos pulmões; − Receptores dos músculos e das articulações; − Receptores de agentes irritantes; − Receptores justacapilares;
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