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Primeira aula DIREITO CIVIL

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL – UCS
CURSO DE DIREITO
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL I
MODOS DE EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE NATURAL: morte real, morte simultânea e morte presumida
MORTE REAL - art. 6º, CC
A morte real é a morte física, fato que traz inúmeras conseqüências jurídicas, quer no plano pessoal, quer no plano patrimonial.
O momento da morte determina-se pela paralisação de atividades vitais: “a morte será diagnosticada com a paralisação da atividade cerebral, circulatória e respiratória” (VENOSA, p. 156).
PESSINI e BARCHIFONTAINE explicam que “uma pessoa está morta quando sofreu uma perda irreversível de toda a capacidade de integrar e de coordenar as funções físicas e mentais do corpo. Ocorre a morte quando:
a) as funções espontâneas cardíacas e respiratórias cessaram definitivamente ou b) verificou-se uma cessação irreversível de toda a função cerebral”. O Conselho Federal de Medicina estabelece os critérios para determinação da morte em suas resoluções.
Com a morte real, cessa a personalidade jurídica da pessoa natural, que deixa de ser sujeito de direitos e obrigações, acarretando, por exemplo, a dissolução da sociedade conjugal e regime matrimonial, a extinção do poder familiar, a extinção dos contratos personalíssimos, como prestação de serviço, e mandato, cessação da obrigação de alimentos – falecimento do credor, extinção do usufruto, etc... (DINIZ, 2008, p. 14)
A prova da morte é feita pelo atestado de óbito ou ação declaratória de morte presumida, sem decretação de ausência (art. 7º), podendo, ainda, ser utilizada a justificação de óbito, prevista no art. 88 da Lei de Registros Públicos, quando houver certeza da morte em alguma catástrofe, não sendo encontrado o corpo do falecido
(GONÇALVES, 2006).
Atualmente, não se admite a morte civil, que existiu na Idade Média, especialmente para os condenados a penas perpétuas. As referidas pessoas eram consideradas mortas para o mundo. Embora vivas, a lei as tratava como mortas. Foi, porém abolida do direito moderno.
GONÇALVES e VENOSA, contudo, afirmam que há um resquício da morte no art. 1816, CC, que trata do herdeiro, afastado da herança, como se morto fosse. Mas somente para afastá-lo da herança, porém, a personalidade é conservada para os demais efeitos.
MORTE SIMULTÂNEA OU COMORIÊNCIA - art. 8º, CC
A comoriência é a morte de dois ou mais indivíduos na mesma ocasião, não podendo se averiguar quem faleceu antes, “presumir-se-ão simultaneamente mortos”1.
A averiguação do momento da morte tem relevância para aplicação do direito sucessório, pois se os comorientes são herdeiros uns dos outros, não haverá transferência de direitos; um não sucederá o outro, serão chamados à sucessão os seus herdeiros vivos mais próximos, antes a presunção do art. 8º do Código Civil, pois não há transmissão de direitos entre os comorientes.
1 O direito romano estabelecia uma variedade de presunções que complicavam a solução. Por exemplo: que mulher morre mais cedo do que o homem, que o mais velho morre antes do que o mais novo, etc. Contudo, critica-se esta solução, pois não há base científica para que se estabeleça uma presunção de sobrevivência baseada em razão de sexo ou idade. GONÇALVES, 2006, p. 116.
MORTE PRESUMIDA
Presume-se a morte em algumas situações. Como afirma VENOSA “Tudo o que é presumível é altamente provável, mas não constitui certeza” (2007, p. 153). A morte da pessoa pode ser incerta quando não houver notícias sobre ela. Tem-se a possibilidade da morte ser certa e a data incerta, neste caso o juiz fixará a data da morte por sentença. A morte presumida pode ser com ou sem declaração de ausência.
Morte presumida sem a declaração de ausência - art. 7º, CC
Admite-se a declaração judicial da morte presumida sem decretação de ausência em casos excepcionais, apenas depois de esgotadas todas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do óbito, e tais casos são: a) probabilidade da ocorrência de morte de quem se encontrava em perigo de vida b)desaparecimento em campanha ou prisão da pessoa, não sendo ela encontrada até dois anos após o término da guerra.
Morte presumida com declaração judicial de ausência – art. 22 a 39, CC
A morte presumida se dá pela ausência de uma pessoa nos casos do art. 22 a 39 do Código Civil e dos arts.1.161 a 1.168 do CPC).
“Ausente é aquele que desaparece de seu domicílio sem dar notícias ou deixar procurador que administre seus bens” (OLIVEIRA, p. 80). O ausente é capaz, assim, a curatela é para os bens do ausente e não para sua pessoa.
A ausência cessará com o retorno da pessoa, com a certeza da sua morte ou pela declaração de morte presumida.
Fases da ausência: a) declaração; b) sucessão provisória; c) sucessão definitiva
a) declaração da ausência (arts. 22 a 25, CC) – a declaração da ausência pode ser requerida por qualquer interessado ou pelo MP, desde que não se tenham notícias do ausente e que ele não tenha deixado procurador com poderes para administração dos bens (art. 23, CC), o juiz nomeará um curador para administrar o patrimônio, fixando os limites de seus poderes (art. 24, CC), o curador deve agir nos interesses do ausente. O curador será preferencialmente o cônjuge do ausente, seguindo-se a ordem de preferência estabelecida no art. 25 do CC.
b) sucessão provisória (arts. 26 a 36, CC) – Aberta a sucessão provisória, cessa a atividade do curador. O artigo 262 traz duas hipóteses para a abertura da sucessão provisória: a) ausente sem procurador, e b) ausente com procurador. No primeiro caso, se não deixou procurador, o prazo é de 1 ano da arrecadação dos bens do ausente. No segundo caso, se deixou procurador, conta-se o prazo de 3 anos. Possuem legitimidade para tanto as pessoas enumeradas no art. 27, CC: Cônjuge, companheiro, herdeiros, legatários, credores e MP (subsidiariamente, decorrido o prazo do art. 26), conforme art. 28, CC, §1º. Após o prazo previsto no §2º e prevista a arrecadação dos bens como herança jacente. Medidas de preservação aos bens do ausente: art. 29, CC (conversão dos bens); art. 30, CC e 34, CC3 (caução); art. 31, CC (proibição de alienação); art. 32, CC (os sucessores provisórios representam o ausente); o art. 33, CC dispõe sobre os frutos – os herdeiros necessários fazem seus os frutos produzidos pelos bens, os demais devem capitalizar em imóveis ou títulos da união os frutos e rendimentos e prestar contas anualmente, com a finalidade de garantir a devolução dos bens ao ausente em caso de seu retorno. Conseqüências da ausência voluntária – a lei pune a ausência voluntária, nos termos do art. 33, parágrafo único. Prova da data do falecimento – art. 35, CC: Se se provar cabalmente a data do falecimento do ausente, a sucessão retroagirá a data da morte, convertendo-se em definitiva; Retorno do ausente – art. 36, CC – Retornando o ausente, cessarão para os sucessores provisórios (herdeiros presuntivos) todas as vantagens.
2 Código Civil de 1916. Art. 469. Passando-se 2 (dois) anos, sem que se saiba do ausente, se não deixou representante, nem procurador, ou se os deixou, em passando 4 (quatro) anos, poderão os interessados requerer que lhe abra provisoriamente a sucessão.
3 DINIZ explica que “o sucessor provisório que não conseguir entrar na posse de seu quinhão, por não ter oferecido garantia legal, poderá justificar-se provando a falta de recursos, requerendo, judicialmente, que lhe seja entregue a metade dos frutos e rendimentos que lhe caberia, e que foi retida, pra poder fazer frente a sua subsistência. (2008, p. 42)
c) sucessão definitiva: 10 anos do trânsito em julgado da sentença que concede a abertura da sucessão provisória, pode-se requerer a abertura da sucessão definitiva e levantamento das cauções prestadas (art. 37,
CC)4 ou 5 anos, se o ausente conta 80 anos de idade (art. 38, CC). Neste caso OLIVEIRA explica que o prazo de 5 anos conta da data que o ausente completa 80 anos (2006, p. 97).
Retorno do ausente nos 10 anos subseqüentes à sucessão definitiva: Com a abertura da sucessão definitiva os herdeiros podem alienaro patrimônio recebido. Se o ausente ou algum herdeiro retornar no prazo de 10 anos da sucessão definitiva, aplicar-se-á, quanto aos bens, o art. 39, CC.
REFERÊNCIAS:
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol I. São Paulo: Saraiva, 2006.
DINIZ, Maria Helena. In Código Civil Comentado. Regina Beatriz Tavares da (Coord.) São Paulo: Saraiva, 2008.
PESSINI, Leo; BARCHIFONTAINE, Christian de Paul de. Problemas Atuais de Bioética. São Paulo: Centro
Universitário São Camilo: Edições Loyola, 2005.
OLIVEIRA, J. M. Leoni Lopes de. Novo Código Civil Anotado. Vol. I Parte Geral. 3 ed. Rio de Janeiro: Lumens Juris, 2006.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil. Parte Geral. São Paulo: Atlas, 2007.

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