Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Manutenção produtiva total (tpm) fundamentos teóricos Jilvan Carvalho Mateus Sancler Paulo Neves Raquel Ferreira 1 Sumário Introdução 1960/70 - Desenvolvido pelos japoneses para apoiar a produção just-in-time (JIT) na Toyota Motors Company A TPM é um método onde se engloba um conjunto de atividades associadas para se atingir um resultado. O seu conceito baseia-se na máxima eficiência da cadeia produtiva, prolongando o tempo de vida útil dos equipamentos, aproveitando todos os recursos disponíveis, buscando atingir a quebra zero. Após a Segunda Grande Guerra, a indústria Japonesa determinada a competir nos mercados internacionais teve de melhorar a qualidade e a produtividade das suas fábricas (Pinto, 2006). Para isso, os Japoneses melhoraram a gestão e as técnicas de produção com a ajuda de especialistas norte-americanos. Subsequentemente os seus produtos tornaram-se conhecidos por todo o mundo pela sua qualidade superior e preço, chamando a atenção para as técnicas de produção japonesas. JIT – produção organizada por células, onde cada uma produz um produto, parte, ou família de produtos. 3 Introdução 1969 - Criação da JIPE (Instituto do Japão de Engenheiros de Fábrica): Implataram a TPM na Nippondenso (empresa japonesa fabricante de componentes automotivos). Mudança de rotina de trabalho: Operadores realizando serviço de manutenção nos equipamentos; Década de 70 – Aceitação da TPM devido à severa situação econômica; Década de 90 – Organizações do Occidente começaram a mostrar interesse na TPM através do programa TQM. Em 1969 fundaram o instituto do Japão de Engenheiros de Fábrica (JIPE), o qual foi predecessor do Instituto do Japão de Manutenção de Fábrica (JIPM). Neste ano, o JIPE iniciou um trabalho com um fabricante de componentes automotivos – Nippondenso – na questão da PM, onde a empresa decidiu mudar as regras de trabalho dos operadores, permitindo que os mesmos realizassem a rotina de manutenção dos equipamentos, este era o início da TPM. Tajiri e Gotah apud Riis; Luxhoj; Thorsteeinnsson (1997) relataram que inicialmente somente um pequeno número de fábricas aceitou o desafio de implantar a TPM. Foi a severa situação econômica no início dos anos 70 que acelerou a aceitação da TPM, divulgado através do programa dos sete passos desenvolvidos pela Tokai Rubber Industries (TQM). 4 Introdução Nakajima (1989) estabelece três principais conceitos: Melhorar o equipamento (Zero Perdas); Obter o melhor nível de manutenção do equipamento; Pesquisar novos equipamentos com um alto nível de desempenho e baixo custo através de pequenos grupos. Introdução A metodologia TPM pode ser implantado em qualquer companhia ou empresa. Mas para que a implantação tenha sucesso é preciso seguir etapas e diretrizes que direcionará o caminho correto para a obtenção do resultado esperado. Requer a participação de todas as pessoas envolvidas na cadeia produtiva: Histórico da manutenção Figura 1 - Gerenciamento da manutenção em uma perspectiva de tempo Fonte: Sperancetta (2005) A manutenção industrial ao longo dos anos vem modificando sua contribuição dentro do processo produtivo. A figura 2 apresenta como o gerenciamento da manutenção evoluiu nos últimos sessenta anos. 7 Tipos de manutenção Manutenção Corretiva Manutenção Corretiva Planejada Manutenção Corretiva Não Planejada Manutenção Preventiva Manutenção Preditiva De acordo com Arts; Knapp; Mann Jr (1998) atualmente verifica-se uma forte competição global, com margens de lucro pequenas, altos padrões de segurança e normas ambientais restritas. O gerenciamento da manutenção tenta se adaptar a estas mudanças através de uma maior ênfase no desenvolvimento dos conceitos de manutenção. Estes conceitos abrangem o grupo de regras que prescrevem quais as atividades de manutenção têm que ser desempenhadas e através de quais eventos estas são iniciadas. Estes eventos são divididos em: A ocorrência de uma falha (manutenção baseada em falha ou FBM); O transcorrer de uma certa quantidade de tempo ou uso (manutenção baseada no uso ou UBM); A condição de uma unidade (Manutenção baseada na condição ou CBM) Manutenção Corretiva - Manutenção corretiva é a atuação para correção da falha ou do desempenho menor do que o esperado de um equipamento(Pinto e Xavier, 1999). A manutenção corretiva pode ser dividida em duas partes (Pinto e Xavier, 1999): (FBM) • Manutenção corretiva planejada - é a correção do desempenho menor do que o esperado ou da falha, por decisão gerencial, isto é, pela atuação em função do acompanhamento preditivo ou pela decisão de operar até a quebra. • Manutenção corretiva não planejada – é a correção da falha de maneira aleatória. Manutenção Preventiva - Manutenção preventiva é a atuação realizada de forma a reduzir ou evitar a falha ou queda no desempenho, obedecendo a um plano previamente elaborado, baseado em intervalos definidos de tempo (Pinto e Xavier, 1999). Manutenção Preditiva - Manutenção preditiva é a atuação realizada com base em modificações de parâmetro de condição ou desempenho, cujo acompanhamento obedece a uma sistemática (Pinto e Xavier, 1999). A metdologia TPM surgiu a parti da manutenção preventiva, onde foi atribuidos aos operadores operações básicas de manutenção, como a limpeza do equipamento, e a detecção de anomalias, evitando assim, potenciais problemas como a parada do equipamento e dando a manutenção a incumbência de se preocupar com os planejamentos de manutenção e a realização de manutenção mais complexas. 8 Objetivos da tpm Maximizar a eficiência do equipamento (Zero defeitos, zero paradas e zero acidentes); Desenvolver um sistema de manutenção produtiva para a vida útil total do equipamento; Envolver todas os setores da empresa, que planejam, definem ou usam o equipamento, na implantação da TPM; Envolver ativamente todos os colaboradores (desde o chão de fábrica até à alta gestão); Promover a TPM através da motivação das pessoas e em pequenos grupos autônomos. A TPM procura a redução das paradas e de defeitos que tem origem no equipamento (ou em seu manuseio). Quando isso acontece, a taxa de produção aumenta (os prazos são cumpridos), os custos decrescem, os estoques podem ser reduzidos, e consequentemente a produtividade do pessoal e a imagem da empresa são melhoradas. 9 TPM Manutenção Autônoma Manutenção Planejada Melhorias Específicas Educação & Treinamento Controle Inicial TPM Administrativo TPM - Seg., Hig. e MA Manutenção da Qualidade Pilares da tpm TPM Manutenção Autônoma MANUTEÇÃO AUTÔNOMA Melhoria da eficiência dos equipamentos, desenvolvendo a capacidade dos operadores para a execução de pequenos reparos e inspeções, mantendo o processo de acordo com padrões estabelecidos, antecipando-se aos problemas potenciais. Manutenção autônoma “DO MEU EQUIPAMENTO CUIDO EU” Operadores com habilidade para M A : Capacidade para descobrir anormalidades. Capacidade de tratamento e recuperação. Capacidade para definir as condições do equipamento. Capacidade de cumprir as normas para manutenção da situação (limpeza, lubrificação e inspeção). TPM Manutenção Planejada MANUTEÇÃO PLANEJADA Conscientização das perdas decorrentes das falhas de equipamentos e as mudanças de mentalidade das divisões de produção e manutenção, minimizando as falhas e defeitos com o mínimo custo. TPM Melhorias Específicas MELHORIAS ESPECÍFICAS Atividade que serve para erradicar de forma concreta as oito grandes perdas que reduzem a eficiência do equipamento. Através da eliminação destas perdas, melhora-se a eficiência global do equipamento. TPM Educação & Treinamento EDUCAÇÃO E TREINAMENTO Tem como objetivo desenvolver novas habilidades e conhecimentos para o pessoal da manutenção e da produção. Habilidade é o poder de agir de forma correta e automaticamente (sem pensar), com base em conhecimento adquiridos sobre todos os fenômenos e utiliza-los durante um grande período. TPM Manutenção da Qualidade MANUTENÇÃO DA QUALIDADE Destinado a definir condições do equipamento que excluam defeitos de qualidade, com base no conceito de manutenção do equipamento em perfeitas condições para que possa ser mantida a perfeita qualidade dos produtos processados TPM Controle Inicial CONTROLE INICIAL Consolida toda sistemática para levantamento das inconveniências, imperfeições e incorporações de melhorias, mesmo em máquinas novas e através dos conhecimentos adquiridos, tornando-se apto a elaborar novos projetos onde vigorem os conceitos PM ( Prevenção da Manutenção), o que resultará em máquinas com quebra zero. TPM TPM Administrativo TPM ADMINISTRATIVO O principal objetivo desse pilar é eliminar desperdício de perdas geradas pelo trabalho de escritório, é necessário que todas as atividades organizacionais sejam eficientes. TPM TPM - Seg., Hig. e MA SEGURANÇA, SAÚDE E MEIO AMBIENTE O principal objetivo desse pilar é acidente zero, além de proporcionar um sistema que garanta a preservação da saúde e bem estar dos funcionários e do meio ambiente. Gestão de perdas A base da TPM é a gestão de perdas; Concentra-se nos principais tipos de perdas que podem ocorrer na planta. Segundo Nakajima (1988) e Labib (1999) a TPM baseia-se no indicador chamado Rendimento Global do Equipamento (RGE) o qual é o produto dos três indicadores de desempenho abaixo: DISPONIBILIDADE EFICIÊNCIA QUALIDADE Segundo Nakajima (1988) e lABIB (1999) a TPM baseia-se no indicador chamado Rendimento Global do Equipamento (RGE) o qual é o produto de três resultados: Disponibilidade Eficiência Qualidade OEE – Overall Effectiveness Equipment 20 Gestão de perdas Quebras ou falhas de equipamentos que acabam reduzindo a produtividade; Tempos de preparação (set up) resultam em máquinas paradas e produtos com defeito; Pequenas paradas (ou micro paradas) que ocorrem quando as máquinas estão com um defeito; Redução de velocidade que é a diferença entre a velocidade projetada e a velocidade real do equipamento; Problemas no início da produção (start up); Defeitos de qualidade e retrabalhos que são perdas causadas pelo mau funcionamento do equipamento. Estes indicadores de desempenho (Disponibilidade, Eficiência e Qualidade) são compostos por seis perdas relacionadas com a manutenção. Segundo Nakajima (1988) devem ser eliminadas estas seis grandes perdas para que seja elevado o RGE. Essas perdas são: Quebras ou falhas de equipamentos que acabam reduzindo a produtividade reduzida; Tempos de preparação (set up) resultam em máquinas paradas e produtos com defeito; Pequenas paradas (ou micro paradas) que ocorrem quando as máquinas estão com um defeito temporário ou ocupadas; Redução de velocidade que é a diferença entre a velocidade projetada e a velocidade real do equipamento; Problemas no início da produção (start up); Defeitos de qualidade e retrabalhos que são perdas causadas pelo mau funcionamento do equipamento. Onde, As perdas 1 e 2 - usadas para calcular a disponibilidade de uma máquina; As perdas 3 e 4 - determinam a eficiência do desempenho de uma máquina; As perdas 5 e 6 - perdas por defeitos devido à baixa qualidade das peças produzidas. 21 Tipos de abordagem - Abordagem Japonesa Originalmente criado no Japão, o TPM tinha como base a filosofia e a cultura industrial desse país. Seiichi Nakajima define o TPM com base nos seguintes pontos: Buscar maior eficiência no uso do equipamento; Estabelece um sistema de manutenção planejada total abrangendo a manutenção; Tipos de abordagem - Abordagem Japonesa Participação de projetistas de equipamentos, operadores e do departamento de manutenção; Envolve todos os funcionários; Promove e implementa a manutenção planejada autônoma e as atividades em pequenos grupos. Tipos de abordagem - Abordagem ocidental Teve que sofrer algumas alterações devido a mudança da cultura industrial. Edward Willmott: Levou o TPM para a Inglaterra e definiu como principal objetivo a preparação de toda a organização afim de chegar a um padrão de desempenho na manufatura, com base no RGE (Rendimento Global do Equipamento). Wireman; Sharp; Hides (1999) “TPM é a manutenção que envolve todos os empregados de uma empresa incluindo a alta gerência, projetistas, engenheiros, compradores, almoxarifes, contadores, etc.” Tipos de abordagem - Abordagem ocidental Rhyne (2001): considera o TPM como uma parceria entre os departamentos de manutenção e produção para melhorar a qualidade do produto, reduzir resíduos, reduzir custos de manufatura e aumentar a disponibilidade dos equipamentos. Possíveis resultados Segundo Nakajima (1989) e Willmott (1990): Redução do número de falhas em até 50 vezes seu valor inicial; Aumento de disponibilidade de 17 a 26%; Redução de produdos com defeitos em mais de 80%; Aumento da produtividade dos colaboradores de 40 a 50%. Segundo Nakajima (1989) e Willmott (1990) a TPM pode reduzir o número de falhas em até 50 vezes seu valor inicial, aumentar a disponibilidade das máquinas de 17 a 26%, reduzir os produtos com defeitos em mais de 80% e aumentar a produtividade dos colaboradores de 40 a 50%. Não é correto pensar que estes resultados se obtêm de um dia para o outro. Tipicamente, quatro anos é o período mínimo para a introdução da TPM numa empresa até que esta possa apresentar resultados positivos (Willmott, 1990). Além disso, na fase inicial da TPM, a empresa terá que suportar investimentos adicionais na restauração de equipamentos, na formação e motivação de pessoas, e em equipamento de apoio à manutenção (Ex. instrumentação). 26 conclusão A Manutenção Produtiva Total tem como propósito elaborar no ambiente de trabalho mecanismo para a prevenção de diversas perdas, tendo como foco principal à vida útil da máquina e a continuidade do processo. Esse modelo de gestão abrange todos os departamentos da empresa, desde a produção, manutenção, administrativo e engenharia. Ressaltando que a TPM é uma ferramenta que funciona de forma integrada, e para que possa alcançar os resultados esperados é preciso um sincronismo dos envolvidos. referências BORMIO, Marcos Roberto. Manutenção Industrial e TPM. São Paulo: Unesp, 2000. 58 p. Disponível em: <http://wwwp.feb.unesp.br/jcandido/manutencao/tpm.pdf>. Acesso em: 04 abr. 2015. SPERANCETTA, Alessandro. O IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO DO TPM NOS INDICADORES DE MANUTENÇÃO. 2005. 100 f. TCC (Graduação) - Curso de Mestrado Profissionalizante em Engenharia, Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005. YAMAGUCHI, Carlos Toshio. TPM – MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL. São João del Rei - Minas Gerais: Icap Del-rei, 2005. MATOS, João Silva. Estudo do Impacto da Implemetação da TPM Numa Fábrica de Componetes para Automóveis. Dissertação de Mestrado - Universidade do Porto. Disponível em Periódicos CAPES. Março/2008. 28 PERGUNTAS
Compartilhar